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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL FUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ SEÇÃO CERRADO PANTANAL PÓS-GRADUAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA PAULO RICARDO DE OLIVEIRA REGHIN PRÁTICAS DE INTEGRALIDADE EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: TABAGISMO E SUA RELAÇÃO COM A DOENÇA PERIODONTAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SULFUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ SEÇÃO CERRADO PANTANAL

PÓS-GRADUAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

PAULO RICARDO DE OLIVEIRA REGHIN

PRÁTICAS DE INTEGRALIDADE EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: TABAGISMO E SUA RELAÇÃO COM A DOENÇA PERIODONTAL

Campo Grande-MS

2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SULFUNDAÇÃO OSVALDO CRUZ SEÇÃO CERRADO PANTANAL

PÓS-GRADUAÇÃO EM ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DA FAMÍLIA

PAULO RICARDO DE OLIVEIRA REGHIN

PRÁTICAS DE INTEGRALIDADE EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: TABAGISMO E SUA RELAÇÃO COM A DOENÇA PERIODONTAL

Trabalho de Conclusão apresentado ao

Curso de Pós Graduação em Atenção

Básica em Saúde da Família, da

Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul, como requisito para obtenção do título

de Especialista.

Orientador: Ms. Edilson José Zafalon

Campo Grande-MS2011

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PAULO RICARDO DE OLIVEIRA REGHIN

PRÁTICAS DE INTEGRALIDADE EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: TABAGISMO E SUA RELAÇÃO COM A DOENÇA PERIODONTAL

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Pós Graduação em Atenção

Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, para

obtenção de certificado de Especialista.

Comissão Examinadora

______________________________________

Tutor de formação Ms. Edílson José Zafalon

_______________________________________

Tutora especialista Maisse Fernandes de Oliveira Rotta

_________________________________________

Orientadora de Aprendizagem Jacinta de Fátima Franco Machado

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AGRADECIMENTOS

A Deus sobre todas as coisas, pelo dom da sabedoria e conhecimento.

Ao Município de Aquidauana, que proporcionou o ingresso no Curso de

Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família.

A Equipe de Saúde da Estratégia de Saúde da Família Guanandy, presente em

todos os momentos.

A Equipe de Saúde da Estratégia de Saúde José Vória, pela colaboração durante a

execução das tarefas.

A minha família, por minha ausência durante o curso, sempre me apoiando e

incentivando e não me deixando abater pelos tropeços da vida.

A minha namorada pela paciência, colaboração e incentivo durante todo o decorrer

do curso, e na etapa finalização por meio do trabalho de conclusão.

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RESUMO

A Doença Periodontal (DP) constitui-se em uma das principais enfermidades bucais do século XXI, sua etiologia, evolução, classificação e fatores de riscos serão abordados durante o estudo, com destaque para o Tabagismo como principal fator de risco. A DP é uma patologia multifatorial apresentando o biofilme bacteriano como fator causal primário. No entanto, a manifestação e a progressão da periodontite são influenciadas por diversas condições, incluindo características do indivíduo, fatores sociais e comportamentais, fatores sistêmicos, perfil genético, anatomia dentária, composição microbiológica do biofilme dentário e outros possíveis fatores de risco descritos recentemente. Relativamente aos fatores relacionados com a doença periodontal destaca-se o consumo de cigarros, uma vez que existe um grande número de tabagistas em todo o mundo e, de acordo com as estimativas da Organização Mundial de Saúde, este número tende a crescer, nos países em desenvolvimento. Portanto, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão bibliográfica sobre as evidências mais recentes que abordam a influência do consumo de cigarros sobre a condição periodontal buscando com isso estimular práticas de Integralidade em Estratégia de Saúde da Família (ESF), com foco na relação Doença Periodontal e o Tabagismo.

Palavras-chave: Doença Periodontal, Tabagismo, Saúde da Família.

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ABSTRACT

The Periodontal disease (PD) represents themselves in a mouth from the major enfermidades century XXI, its etiology developments, sorting and risk factors study shall be addressed throughout with focus on smoking as for major factor to risks. PD is a multifactorial disease presenting as bacterial biofilms primary causal factor. However, the manifestation and progression of periodontitis are influenced by many conditions, including characteristics of the individual, social and behavioral factors, systemic factors, genetic profile, dental anatomy, composition of the microbial biofilm and other possible risk factors described. With regard to factors related to periodontal disease highlights the consumption of cigarettes, since there is a large number of smokers worldwide and, according to estimates by the World Health Organization, this number tends to grow in countries in development. Thus, the objective of this study is to review the literature on the most recent evidence that address the influence of smoking on periodontal status seeking to encourage this practice Completeness in the Family Health Strategy (FHS), focusing on the relationship Disease Smoking and periodontal.

Keywords: Periodontal Disease, Smoking, Family Health.

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SUMÁRIO

1 Introdução ................................................................................................. 07

2 Objetivo ..................................................................................................... 09

3 Revisão de Literatura ................................................................................ 10

3.1. Doença Periodontal ................................................................................... 10

3.2. Classificação Doença Periodontal............................................................ 11

3.3. Fatores de Risco da Doença Periodontal ................................................. 12

3.4. Tabagismo e Doença Periodontal ............................................................. 13

4 Discussão .................................................................................................. 16

5 Conclusão ................................................................................................. 19

Referências ............................................................................................... 20

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1. INTRODUÇÃO

Em 1994 iniciou-se o desenvolvimento da Estratégia de Saúde da

Família (ESF), como ferramenta principal da atenção primária a saúde no

Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos fundamentos da atenção primária a

saúde (APS), é a integralidade da atenção. O exercício da integralidade na

APS pressupõe que se trabalhe com um conceito ampliado de saúde, que

considera os determinantes sociais no processo de adoecer, exigindo dos

profissionais uma abordagem interdisciplinar (STARFIELD, 2004; BRASIL,

2007).

As ações integrais são fundamentais no cuidado aos usuários

portadores de doença periodontal e tabagistas, que freqüentam as Unidades

de Saúde da Família, devido à relação entre o desenvolvimento e progressão

da patologia. O paciente periodontalmente afetado terá um melhor

prognóstico em seu tratamento, quando o combate ao tabagismo, for levado

em consideração pelo profissional Cirurgião Dentista, conscientizando e

encaminhando esse paciente ao Programa Anti-tabaco comandado pelo

Enfermeiro de Saúde da Família.

Assim podemos citar, aproximadamente, a existência de 1.300

milhões de fumantes no mundo. Destes, mais de 900 milhões vivem em

países em desenvolvimento como o Brasil. A porcentagem global de

fumantes é de 29% dos quais 47,5% são homens e 10,3% são mulheres,

maiores de 15 anos (FDI, 2005).

Diversos estudos demonstram que o tabagismo também pode

influenciar a saúde periodontal. Suspeita-se que o fumante tenha um risco

maior em desenvolver a doença (BRIDGES, 1997). Os componentes do fumo

podem induzir ou exacerbar várias formas de doenças periodontais por dano

local direto aos tecidos periodontais e/ou pela alteração da resposta

imunológica, que prejudicaria a neutralização da infecção e facilitaria a

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destruição dos tecidos do periodonto (AMERICAN ACADEMY

PERIODONTOLOGY, 1996).

Segunda patologia bucal mais prevalente no mundo, a doença

periodontal (DP), constitui-se de um processo inflamatório no tecido

periodontal que resulta do acúmulo de biofilme na superfície externa do

elemento dentário. Sua ocorrência encontra-se associada a baixas condições

sócio-econômicas, dificuldades de acesso aos serviços de saúde, bem como

comportamentos nocivos relacionados à saúde (MUMGHAMBA et al., 1995).

O comprometimento do tecido gengival leva, com o tempo, a perda dos

tecidos de suporte dos dentes. Os microorganismos responsáveis por esses

eventos estão presentes no biofilme bacteriano (CARRANZA, 1997).

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2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é demonstrar a relação de risco entre tabagismo e o

desenvolvimento da DP a fim de estimular as práticas integrais entre os profissionais

da Saúde da Família.

A conscientização dos profissionais que atuam em Estratégia de Saúde da

Família, sobre a importância do cuidado integral em saúde. Orientando os usuários

sobre as campanhas anti-tabagismo, referenciando fumantes ao Programa de

Controle de Tabagismo, assim como encaminhá-los à Equipe de Saúde Bucal

(ESB), para diagnóstico, tratamento e controle da doença periodontal.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Doença Periodontal (DP)

Nos últimos 30 anos, houve um progresso extraordinário na

compreensão da DP. O conceito sobre etiologia, sua patogenia e seu

tratamento é muito diferente nos dias atuais, levados em consideração a

década de 1970 (WILLIANS, 1998).

A DP é multifatorial apresentando o biofilme bacteriano como fator

etiológico primário. A placa bacteriana é a causa principal da DP, é composta

por uma película viscosa e incolor que se forma sobre os dentes, também

conhecida como biofilme dental (SALLUM, 2004).

Em geral, o termo doença periodontal refere-se tanto para gengivite

quanto para periodontite, porém, a primeira é uma resposta inflamatória ao

biofilme bacteriano limitada ao tecido marginal enquanto na segunda a

resposta invade os tecidos de suporte causando perda de inserção. A menor

parcela dos pacientes (cerca de 10%) terá uma resposta sempre restrita à

margem gengival, entretanto, para a grande maioria das pessoas se a

contaminação bacteriana não for controlada pode levar a perda de suporte e

consequentemente perda dental. (LOE et al., 1986)

Do ponto de vista etiopatogenético, esta doença apresenta fatores

predisponentes ou retentores de biofilme como restaurações iatrogênicas,

lesões cariosas, sítios de impactação alimentar, próteses mal adaptadas,

aparelhos ortodônticos, mau posicionamento dentário, falta de contato labial,

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entre outros. Existem ainda os fatores modificadores, como a diabetes,

estresse, medicamentos, fatores hormonais e nutricionais bem como o

tabagismo que, de diversas formas, altera a resposta imunológica do

hospedeiro, tornando-o mais susceptível ao desenvolvimento e progressão da

doença periodontal (LINS, 2005).

Em 1947, já se afirmava que os fumantes pareciam ter maior acúmulo

de cálculo do que os não fumantes (PINDBORG, 1947). Nesse contexto, a

doença periodontal tem se mostrado mais um problema de saúde pública

(KIM et al., 2007).

Dito isto, o primeiro sinal de alteração da gengiva é o sangramento,

que ocorre devido ao acúmulo de placa bacteriana. Em seguida, aparece o

eritema linear gengival, caracterizando o quadro de gengivite. A persistência

do acúmulo de placa por alguns dias, desencadeia lesões no sulco gengival

onde 5 a 10 % do tecido conjuntivo ficam prejudicados (PAGE; SHROEDER,

1997).

Células do epitélio juncional migram e proliferam, representando o

primeiro passo para formação da bolsa periodontal, que consiste no

aprofundamento patológico do sulco gengival. Simultaneamente, ocorre a

expansão da lesão em sentido apical e lateral, com vasodilatação e aumento

de células inflamatórias polimorfonucleares que, juntamente com o plasma

extravasado, ocupam a região das fibras colágenas. Estes eventos permitem

o quadro inicial da periodontite, representando clinicamente a resposta aos

fatores quimiotáticos liberados no sulco gengival. Após sete dias das

primeiras modificações gengivais, as características inflamatórias são

acompanhadas por perda de 60% do colágeno existente no periodonto. O

infiltrado inflamatório ocupa 10% do tecido conjuntivo, e por volta de 15 a 20

dias, inicia-se a perda óssea. Nessa fase, temos a lesão estabelecida e o

processo pode permanecer estável por longo tempo ou evoluir, para uma

lesão avançada , acarretando em último estágio a perda do elemento dentário

(GENCO et al., 1996).

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3.2 Classificação da Doença Periodontal

Em termos gerais, podemos diferenciar duas entidades distintas de

doença periodontal, dependendo da gravidade da mesma, a gengivite e a

periodontite. A primeira é reversível, ao contrário da segunda, que é

irreversível. A gengivite define-se como uma inflamação superficial da

gengiva, causada pelo acúmulo de placa bacteriana. Apesar das alterações

patológicas, o epitélio de união se mantém unido ao dente, não havendo

perda de inserção. É uma situação reversível, caso sejam removidos os

fatores etiológicos. Contudo, tem um papel precursor na perda de inserção ao

redor dos dentes se os fatores etiológicos não forem eliminados (ALMEIDA,

2006).

A periodontite é uma atividade inflamatória com destruição do

periodonto e ocorre quando as alterações identificadas na gengivite

progridem até ocorrer a destruição do ligamento periodontal e migração apical

do epitélio de união. Há o acúmulo de placa bacteriana nos tecidos mais

profundos, causando perda de inserção por destruição do tecido conjuntivo e

por reabsorção do osso alveolar. Clinicamente, a gengiva apresenta-se

eritematosa com sinais de inflamação, podendo estar mascarada, em

pacientes tabagistas, nos quais a nicotina promove vasoconstricção,

simulando, portanto, ausência de inflamação. A situação de periodontite é

sempre precedida de uma gengivite, no entanto, esta, nem sempre termina

com a instalação de uma periodontite (ALMEIDA, 2006).

3.3 Fatores de Risco da Doença Periodontal

Os fatores de risco da Doença Periodontal, já citados acima, incluem:

fumo, genética, gravidez e puberdade, estresse, diabetes, má nutrição,

medicamentos, parafunção e outras doenças sistêmicas. Com relação ao

tabagismo, objetivo do trabalho, evidências científicas têm apontado como

sendo um dos principais modificadores da DP, aumentando sua severidade,

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incidência e dificultando seu tratamento (MIOSHY, 2008). Este fator de risco

será esclarecido separadamente em um tópico exclusivo.

A etiopatogênese da DP sofre influências genéticas, porém, os

mecanismos pelos quais os fatores genéticos podem atuar no início e/ou

progressão da doença ainda não foram totalmente elucidados (KIM et al.,

2007).

As alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez e a puberdade

afetam diversos tipos de tecidos do corpo, inclusive os periodontais. A taxa hormonal

elevada, induz alterações vasculares promovendo extravasamento de plasma e

como conseqüência, formação de edema gengival e resposta inflamatória

aumentada perante a placa bacteriana (ROCHA, 2005). No entanto, as

manifestações bucais mais comuns, devido ao uso de contraceptivos orais, têm sido

relacionadas com o tempo de uso da medicação. São elas: aumento do exsudato

inflamatório, edema, sangramento e hiperplasia gengival (BERTOLINI, 2007).

Hipertensão arterial sistêmica, diabetes, câncer e outros problemas

sistêmicos possuem destaque no desenvolvimento e progressão da DP. Além disso,

pesquisas concluem que o estresse também dificulta a luta do hospedeiro contra as

infecções (MIOSHY, 2008).

Os mecanismos pelos quais o diabetes pode favorecer o

estabelecimento da DP estão relacionados com as alterações na aderência,

quimiotaxia e fagocitose dos polimorfonucleares, o que facilita a disseminação

da infecção, e alterações na resposta (PERUZZO, 2004). A doença

periodontal é considerada a sexta complicação da diabetes. Em contrapartida,

a severidade da DP também pode afetar o controle metabólico na diabetes

(PERISSÊ, 2006).

Pesquisas indicam que tanto o metabolismo ósseo, quanto a resposta

inflamatória, podem indicar fatores importantes que possam aumentar ou diminuir a

habilidade dos tecidos periodontais no reparo. Adicionalmente, o fator da dieta

relacionado à DP é a ausência de nutrientes como cálcio e a vitamina C (PERUZZO,

2004).

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Como fator parafuncional, o bruxismo/briquismo é um hábito deletério que

pode causar alterações no periodonto, como reabsorção óssea, alargamento do

espaço periodontal, necrose dos tecidos periodontais, mobilidade, formação de

diastemas, recessão gengival e hipercementose e deve ser tratado imediatamente

pelo profissional, tão logo diagnosticado (RODRIGUES et al., 2006).

3.4 Doença Periodontal e o Tabagismo

O Tabagismo é o principal fator de risco para muitas doenças crônicas,

causando uma sobrecarga significativa na saúde geral. Do ponto de vista da

saúde bucal, o uso do tabaco é um dos mais significativos fatores de risco

para o desenvolvimento da doença periodontal (AXELSON, 2005).

A nicotina e seus subprodutos podem estar presentes tanto no plasma

sanguíneo quanto no fluido gengival em concentrações seis vezes maiores se

comparado à concentração salivar. Sendo associada às várias alterações

celulares que podem contribuir para o início e progressão da doença

periodontal. Dentre os efeitos mais citados, destacamos: alterações

imunológicas, efeitos vasoconstritores e citotóxicos sobre os tecidos e células

do periodonto, bem como alterações na microbiota patogênica (CARVALHO

et al., 2008).

Há evidências suficientes de que fumar retarda os processos de

cicatrização periodontal, prejudica os resultados do tratamento, aumentando o

risco de fracasso. Estudos demonstraram que a redução da profundidade de

sondagem (três meses pós-tratamento), foi em média 2 milímetros para não

fumantes, e 1 milímetro para fumantes; não fumantes também ganharam, em

média, 1 milímetro de inserção clínica, comparado ao ganho zero entre

fumantes (KALDAHL et al., 1996).

Fumar aumenta a inflamação bucal, conforme mostrado por elevações

significativas do Fator de Necrose Tumoral (TNF) do fluido do sulco gengival

relatados em fumantes, comparados aos não fumantes. A forte relação entre

o tabaco e a gravidade da doença periodontal, pode ser explicada pela

mudança nos mecanismos moleculares e celulares, tanto em nível local,

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como sistêmico. Imunossupressão, resposta inflamatória exagerada e atraso

na função da célula do estroma estão associados ao consumo do tabaco

(AXELSON, 2005).

Além disso, o calor da fumaça tem um efeito térmico, aumentando a

perda de inserção e retração nas superfícies linguais de dentes superiores e

inferiores anteriores. Ainda observaram a presença de nicotina na superfície

radicular de dentes periodontalmente comprometidos, enquanto que a

cotinina, um derivado da nicotina, foi detectada no fluido do sulco gengival e

na saliva de fumantes, concluíram que a exposição à nicotina resultava na

redução do teor de proteínas e prejudicava as membranas celulares (JAMES,

1999).

A nicotina, segundo pesquisas, inibe o crescimento de fibroblastos e

impedem sua inserção às superfícies radiculares, além de estimular a

atividade da fosfatase alcalina. Esses resultados sugeriram que a nicotina

limita a síntese de colágeno, interfere na secreção de proteína e impede a

formação óssea, o que se traduz em aumento da suscetibilidade para doença

periodontal, cicatrização limitada e impacto negativo nos resultados de

tratamentos periodontais (FANG et al., 1991).

Por outro lado, fumantes com doença periodontal, normalmente

apresentam menor inflamação clínica e sangramento gengival do que não

fumantes com a doença. Fato explicado ao efeito vasoconstritor da nicotina,

que reduz o fluxo sanguíneo e o edema e outros sinais clínicos da inflamação,

mascarando doenças periodontais graves em fumantes (LINS, 2008).

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DISCUSSÃO

A partir da revisão de literatura depreende-se que resultados de

diversas pesquisas convergem para o fato de o Tabagismo ser responsável

por muitos agravos sistêmicos, assim como a participação como fator de risco

para Doença Periodontal na cavidade bucal (AXELSON, 2005 e CARVALHO

et al., 2008).

A maioria das formas de doença periodontal se manifesta a partir de

uma agressão bacteriana e sua interação com os mecanismos de defesa do

hospedeiro. Sendo assim, as investigações sobre as vias pelas quais o

consumo de cigarros influência a patogênese da doença periodontal tem se

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voltado para estes dois pilares primordiais da patogênense periodontal.

Estudos avaliando o acúmulo de biofilme dental mostraram que não existem

diferenças entre fumantes e não-fumantes neste aspecto (BERGSTROM et

al., 2000; LINDEN e MULLALLY, 1994; AXELSON et al., 1998).

Alguns estudos relataram que os tipos de bactérias presentes no

biofilme de fumantes e não-fumantes não variam significantemente (DARBY

et al., 2000; PREBER et al., 1992; STOLTENBERG et al., 1993). Por outro

lado, diversos estudos têm observado uma maior colonização por patógenos

periodontais no biofilme subgengival de fumantes (GOMES et al., 2006; VAN

WINKELHOFF et al., 2001). Entre estes trabalhos, alguns têm chamado

bastante atenção, pois mostram que os fumantes apresentam uma menor

redução de bactérias periodonto patogênicas em sítios que receberam

raspagem e alisamento radicular (GROSSI et al., 1997; VAN DER VELDEN et

al., 2003). Segundo estes autores tal resultado poderia explicar a pior

resposta dos fumantes a terapia periodontal mecânica.

Em 2000, Hanioka e colaboradores observaram que a tensão de

oxigênio nas bolsas periodontais era menor em fumantes, resultado que, ao

menos em parte, dá suporte a maior colonização por periodontopatógenos na

região subgengival destes pacientes. Para Lima (2008), há estudos in vitro

mostrando que as bactérias são seletivamente afetadas pela fumaça do

cigarro e que os fumantes possuem uma diminuição da pressão parcial de

oxigênio em bolsas periodontais, prevalecendo a colonização por bactérias

anaeróbias.

Segundo Vinhas e Pachecco (2008), o hábito de fumar está

relacionado com a quantidade de depósito de cálculo dentário subgengival e,

Lima (2008) afirma que o risco periodontal está associado ao número de

cigarros fumados por dia, histórico de tabagismo, e quantidade de tempo que

o indivíduo fuma.

Conforme Martinez et al. (2002), o efeito citotóxico do tabaco sobre as

células e tecidos do periodonto, reduz o potencial de reparo dos mesmos.

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Além disso, a nicotina mostrou um efeito apoptótico nesta primeira linha de

defesa o que pode ser importante para a patogênese da doença periodontal,

uma vez que a morte prematura destas células pode facilitar a contaminação

bacteriana (MARIGGIO et al., 2001).

Na tentativa de melhor entender a patogênese das doenças

periodontais em fumantes, César-Neto et al. (2007) avaliaram a expressão de

alguns genes em biópsias gengivais de pacientes com saúde periodontal,

não-fumantes com periodontite e fumantes com periodontite. Em geral,

confirmou-se resultados prévios, em pacientes fumantes com periodontite,

que mostraram altos níveis de citocinas pró-inflamatórias como IL-1ß, IL-6, IL-

8, INF-y e TNF-α, da molécula estimuladora de reabsorção óssea RANKL e

de MMP-2, uma importante enzima envolvida na degradação de tecido

conjuntivo, nos pacientes com doença periodontal.

Adicionalmente, Pereira et al. (2007), observaram que fumantes

apresentam maior risco de perda óssea, mobilidade dentária, perda precoce

dentária entre outros.

Jacob et al. (2007), Vinhas e Pachecco (2008), concordam que a

resposta ao tratamento periodontal é diminuída em fumantes quando

comparados a não fumantes.

De maneira geral, a terapia periodontal mecânica pode ser utilizada

com resultados satisfatórios tanto em fumantes quanto em não fumantes,

entretanto, os níveis de melhora após tratamento são menores nos pacientes

fumantes (GROSSI et al., 1997; SCABBIA et al., 2001; LOESCHE et al.,

2002).

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4. CONCLUSÃO

Após a revisão literária realizada, fica claro que o profissional deve

encorajar os fumantes a abolir o ato de fumar em detrimento do prejuízo que

causa para a saúde bucal, bem como elucidar aos não fumantes, o fato de

que a nicotina causa dependência. Evitar o consumo de produtos do tabaco

não irá apenas melhorar a prevenção e controle da doença periodontal, mas

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também terá um efeito positivo nas condições sistêmicas como doença

cardiovascular, câncer, alergias e doenças infecciosas.

O Cirurgião Dentista, membro da equipe da Estratégia de Saúde da

Família, deve integralizar atividades de promoção de saúde, conscientizando

o usuário quanto aos malefícios causados pelo tabagismo para a saúde

sistêmica e bucal, somados aos demais profissionais de saúde no combate

ao fumo, e no caso de pacientes tabagistas com doença periodontal,

encaminhá-los ao programa Anti-Tabaco realizado na Unidade e vice-versa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, R. F. et al. Associação entre Doença Periodontal e patologias sistêmicas.

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