universidade federal do amazonas instituto de...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
MARCELA LIMA TENÓRIO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
MEMORIAL, ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS E MONOGRAFIA: EIXOS
ESTRUTURANTES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA
Benjamin Constant
2011
MARCELA LIMA TENÓRIO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
MEMORIAL, ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS E MONOGRAFIA: EIXOS
ESTRUTURANTES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto de Natureza e
Cultura (INC) da Universidade Federal
do Amazonas (UFAM) como requisito
final para obtenção do título de
Licenciada em Pedagogia.
Orientação: MSc. Oderlene Bráulio da Silva
Benjamin Constant
2011
MARCELA LIMA TENÓRIO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
MEMORIAL, ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS E MONOGRAFIA: EIXOS
ESTRUTURANTES NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto de Natureza e
Cultura (INC) da Universidade Federal
do Amazonas (UFAM) como requisito
final para obtenção do título de
Licenciada em Pedagogia.
Aprovado em 06 de janeiro 2011
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Profº. MSc. Oderlene Bráulio da Silva -INC⁄UFAM⁄BC (Presidente)
_______________________________________________________
Professora Especialista Cristiane Alves da Silva – UEA (Membro)
_____________________________________________________
Professor Especialista Josenildo Santos de Souza- INC⁄UFAM⁄BC (Membro)
DEDICATÓRIA
A efetivação deste trabalho é uma vitória para quem realmente lutou, se desesperou,
pensando que não ia conseguir. Glória ao nosso senhor Jesus Cristo concluo mais uma etapa
de minha formação. Dedico este trabalho principalmente a minha mãe, que graças a ela me
possibilitou a vida, e mesmo na pressa ao nascer, não me abandonou, sendo guerreira e
destemida em criar uma filha com sete meses de nascida. As minhas irmãs Aglisiane, Agline,
Agliane, Ana Paula e aos meus sobrinhos João Miguel e Evellyn Cristinny que com pequenos
gestos, seja lá de forma positiva ou negativa contribuíram para que eu mantesse o equilíbrio
emocional e psicológico em meio as minhas dificuldades. Não poderia esquecer do senhor
Jesus Miller, minha avó Aglair, tia Aglineia que sempre me ajudaram no momento que mais
precisei. Mesmo com muitas dificuldades, necessidades, aderi companheiras fieis e amigas
que nunca me abandonaram e seria injusto a não dedicação deste trabalho. Com muita honra
dedico este a Terezinha Fidelis; Arlete Gomes; Walklene Canuto; Kelly Pinto. Dedico
principalmente a família Fidelis da Silva em especifico a Gracy Fidelis Lira. Esta nunca
mediu esforços para me ajudar. Portanto essa dedicatória é insuficiente em frente à gratidão,
amor e carinho que sinto por todos que me ajudaram direta e indiretamente na minha
formação.
AGRADECIMENTOS
O ato de agradecer é minúsculo na frente das coisas maravilhosas, extraordinárias que
algumas pessoas do município de Benjamin Constant fizeram por mim. Os mais sinceros e
eternos agradecimentos as escolas que abriram suas portas para a efetivação dos estágios
exigidos no Projeto Político do Curso de Pedagogia. Agradeço a alguns professores do curso
que tiveram paciência e tolerância no momento de nossa formação. Obrigada a minha
orientadora Oderlene Bráulio da Silva que não mediu esforços para nos guiar no processo de
Conclusão do TCC. Aos meus colegas e amigas (os) que no período de quatro anos e meio
foram indispensáveis no meu desenvolvimento intelectual, social, psicológico, contribuindo
por sua vez no meu amadurecimento enquanto mulher e futura profissional do ramo da
educação, pois através deles aprendi a respeitar as pessoas que estão ao meu redor. Agradeço
as famílias que me receberam muito bem no momento de minhas necessidades. A paciência,
calma de muitas pessoas tanto em Benjamin Constant quanto de Tabatinga. Aos motoristas e
companheiros da embarcação UFAM II que sempre acreditaram no meu potencial mesmo nos
transtornos constantes que passamos juntos no rio Solimões. É impossível não agradecer ao
nosso senhor Jesus Cristo que possibilitou em meu trajeto, a vida, para que pudesse aderir
conhecimentos e experiências para toda minha vida. Obrigada mãe, pai, minhas irmãs (os),
aos meus amigos da Policia RAIO, especificamente ao Kleber que mesmo com a distância
acreditou e acredita no meu potencial. Ao meu irmão Juciney que depois de doze anos o
reencontro e vejo o quanto é orgulhoso em acreditar numa irmã que sabe que poderá mudar o
destino de muitas crianças. Ao Marcelo Rocha de Lima que nunca mediu esforços para me
ajudar. Em especial ao sub-tenente Marques Junior, que faz parte da minha historia e é uma
pessoa que atualmente fez de tudo para me ajudar na efetivação do meu curso, me fazendo
feliz nos momentos triste. As minhas vitorias e para você meu amor, obrigada! Portanto os
meus sutis agradecimentos a todos. Deus os abençoe!
Eu sou aquela mulher
Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito
ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir
da luta, recomeçar na derrota, renunciar as
palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos
valores humanos e ser otimista.
Creio na força imanente que vai gerando a família
humana, numa corrente luminosa de
fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana, na superação
dos erros e angustias do presente. Aprendi que
mais vale lutar do que receber tudo fácil.
Antes acreditar
do que duvidar.
Cora Coralina
Texto extraído do livro
Mensagem para o ano todo - Paulina
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso visou apresentar os resultados obtidos
acerca do memorial, estágios supervisionados e a monografia que consiste nos eixos
estruturantes na formação profissional do Pedagogo no Instituto de Natureza e Cultura
⁄UFAM, justificando-se pela necessidade de desvendarmos e conhecermos a situação
educacional do município de Benjamin Constant, sendo, por conseguinte, um fator
contribuinte na formação do pedagogo (a). Estes tiveram como objetivo apresentar as
contribuições dos conhecimentos adquiridos a cerca dos eixos supracitados. O memorial da
vida acadêmica, os estágios supervisionados e a monografia foram voltados à abordagem
qualitativa que proporcionaram leituras minuciosas e apuradas visando apresentar reflexões e
os principais desafios encontrados no contexto escolar. As coletas de dados giraram em torno
das observações, pesquisas bibliográficas e análise documental em escolas públicas do
referido município, possibilitando saberes e práticas necessárias ao fazer docente e
reconhecendo os fatores positivos e negativos que vieram determinando as formas de
educação das escolas locais.
Palavras Chaves: Memorial. Práxis Pedagógica. Educação Infantil. Teatro.
RESUMEN
Este trabajo fin de curso es presentar los resultados sobre la memoria, prácticas
supervisadas y monografía que consiste en la estructuración principal del pedagogo en la
formación profesional en el Instituto de Naturaleza y Cultura/UFAM, justificada por la
necesidad de desplegar y conocer la situación la educación en la ciudad de Benjamin
Constant, y por lo tanto un factor que contribuye en la formación del pedagogo(a). Estos
tenían por objeto presentarlos aportes de los conocimientos adquiridos sobre los ejes
mencionados. El memorial de la vida académica, prácticas supervisadas y la tesis se centra en
el enfoque cualitativo que proporcionan lecturas detallada y precisa a fin de presentar ideas y
los principales desafíos se encuentran en la escuela. La recolección de datos en torno alas
observaciones, la investigación bibliográfica y análisis de documentos en las escuelas
públicas dela ciudad, proporcionando los conocimientos y habilidades necesarias para hacer
de la enseñanza y el reconocimiento de los factores positivos y negativos que han llevado alas
formas de educación en las escuelas locales.
Palabras clave: Memorial. Práxis Pedagogica. Educación Infantil. Teatro.
LISTA DE TABELA
Tabela1:Especificação, quantidade e estado de conservacão dos materiais 57
da escola
Gráfico1:Quadro com a porcentagem dos funcionários da escola CESBI 58
Gráfico 2: Quantidade de alunos nas modalidades oferecidas na escola CESBI 59
Tabela 2: Aspecto físico do Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas
de Almeida 93
Tabela 3:Tabela 3Metodologias utilizadas pelas professoras da pesquisa 98
Tabela 4: Implicações positivas e negativas que influenciam na não utilização 105
do teatro
LISTA DE ABREVIATURA
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
APMC- Associação de Pais e Mestre e Comunitários
BC -Benjamin Constant
CE – Conselho Escolar
CESBI – Centro Social Batista Independente
CME – Conselho Municipal de Educação
CNE -Conselho Nacional de Educação.
CONSEP – Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
CONIC- Congresso Nacional de Iniciação Cientifica
FNDE – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INC – Instituto de Natureza e Cultura
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MSc. – Mestra
PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola
PNE- Plano Nacional de Educação
PNFCES – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares
PPC – Projeto Político do Curso
SEMED- Secretária Municipal de Educação
SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso do Amazonas
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
UFAM – Universidade Federal do Amazonas
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: A acadêmica 14
Figura 2: Estagiaria com os alunos de Educação Infantil na escola 29
Figura 3: Imagem de uma escola 31
Figura 4: Ilustração da diversidade cultural 49
Figura 5: Montagem dos elementos importantes na gestão democrática 51
Figura 6: Imagem do slide da intervenção no Centro de Educação Infantil Francisco
Chagas de Almeida 52
Figura 7: Imagem dos sujeitos da intervenção I 53
Figura 8: Imagem dos sujeitos da intervenção II 53
Figura 9: Imagem da estagiaria na regência de Educação Infantil 54
Figura 10: Imagem da estrutura da Escola CESBI 56
Figura 11: Imagem da estagiaria na regência de Educação Infantil I 64
Figura 12: Imagem da intervenção na Educação Infantil II 66
Figura 13: Imagem de uma banheira 71
Figura 14: Imagem de peca teatral I 77
Figura 15: Imagem de teatro na escola I 80
Figura 16: Imagem de teatro para as crianças II 83
Figura 17: Imagem dos tipos de teatro: vara, dramatização e fantoches 86
Figura 18: Teatro de sombras 89
Figura 19: Imagem aérea do município de Benjamin Constant (BCT) 90
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................12
1 GRADUAÇÃO: UM SONHO A SER REALIZADO NA MINHA FORMAÇÃO
PROFISSIONAL....................................................................................................................14
1.1Minha trajetória de vida antes de entrar na universidade....................................................15
1.2Disciplinas do eixo comum de formação.............................................................................19
1.3Disciplinas do eixo especifico de formação do pedagogo ..................................................20
1.4Práticas da pesquisa pedagógica..........................................................................................21
1.5Atividades Complementares................................................................................................24
1.6Prática profissional..............................................................................................................26
2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADOE A PRÁXIS EDUCATIVA NA FORMAÇÃO DO
PROFISSIONAL...................................................................................................................29
2.1 Estagio na gestão educacional: um fator contribuinte na formação dos discentes de
pedagogia ................................................................................................................................31
2.1.1 Observações....................................................................................................................35
2.1.2 Intervenção............................................................................................................... .......52
2.2 Estágio na Educação Infantil: uma ferramenta crucial na formação
do Pedagogo.............................................................................................................................54
2.2.1 Observações – Participação ativa....................................................................................55
2.2.2 A regência supervisionada...............................................................................................64
2.3Estágio nos anos iniciais: o último requisito a ser cumprido no processo do estágio
supervisionado pelos discentes em pedagogia.........................................................................67
2.3.1Observações – Participação ativa.....................................................................................69
2.3.2Regência Supervisionada.................................................................................................71
2.4E da experiência, o que ficou?............................................................................................73
3 O TEATRO: UM INSTRUMENTO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL...............................................................................................................................75
3.1 O teatro na educação infantil: concepções teóricas acerca de sua importância..................77
3.1.1O teatro: conceito e origem histórica...............................................................................77
3.1.2 O teatro e a escola: uma combinação possível................................................................80
3.1.3 A educação infantil e o teatro..........................................................................................83
3.1.4 Prática pedagógica e teatro infantil..................................................................................86
3.2 Caracterizando o cenário e os sujeitos da pesquisa............................................................90
3.3 Apresentação e discussões dos resultados..........................................................................94
3.3.1 As metodologias de ensino aplicadas na Educação Infantil.............................................94
3.3.2 O teatro no contexto escolar: implicações e influências na Educação Infantil................99
CONCLUSÔES E RECOMENDAÇÔES...........................................................................107
REFERÊNCIAS....................................................................................................................110
APÊNDICES................................................................................................................. .........114
INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso visa demonstrar os resultados obtidos
acerca do memorial, estágios supervisionados e monografia: eixos estruturantes na formação
do profissional de pedagogia.
Os eixos estruturantes que formam o TCC consistem, por conseguinte no memorial,
estágios supervisionados: na Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos Iniciais do ensino
fundamental e na monografia que volta-se ao estudo da temática ao longo das disciplinas de
prática pedagógica, sendo estes requisitos obrigatórios a serem cumpridos no Projeto Político
Pedagógico do Curso de Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura - UFAM.
A produção e efetivação do Trabalho de Conclusão do Curso implicou num estudo
rigoroso e detalhado da realidade educacional envolvendo os campos de atuação.
A realização dos estudos em torno da educação deu-se através da abordagem
qualitativa onde tornou-se necessário a coleta de dados através de observações participantes,
entrevistas e aplicação de questionário. Com o intuito de consolidar a mesma, fez necessária a
realização de leituras, revisão bibliográfica, para assim confrontarmos a teoria com a prática,
a fim de desvendar a realidade educacional local e contribuir no fortalecimento da formação
em Pedagogia.
Destarte, a estrutura e organização do TCC consistirão em três capítulos. O primeiro
voltar-se-á ao memorial objetivando apresentar a retrospectiva do meu trajeto de formação
educacional desde a infância até adentrar na universidade, retratando a minha vida acadêmica
de forma histórica, analítica e reflexiva.
O segundo capítulo consistirá na exposição dos resultados obtidos no período de
estágios de Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos Iniciais do ensino fundamental
consubstanciados, analisados á luz da teoria, apresentando os campos, sujeitos e as cabíveis
regências⁄intervenções efetivadas ao longo dos estágios supervisionados.
Por fim o terceiro capítulo, visará expor os estudos feitos a cerca da temática que
consiste: O teatro: um instrumento metodológico na Educação Infantil, realizado no Centro
Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida, que objetivou analisar o seu
uso como instrumento no processo ensino-aprendizagem das crianças pequenas,
reconhecendo a diversidade metodológica aplicada na educação infantil com ênfase o teatro e
investigar as influências do mesmo no desenvolvimento da criança nos seus aspectos
cognitivo, físico, afetivo e social.
Portanto, este trabalho é uma demonstração dos resultados dos estudos obtidos ao
longo do período de formação do futuro profissional em Pedagogia, vindo corroborar por sua
vez no crescimento ético, profissional, pessoal do pedagogo (a).
1 GRADUAÇÃO: UM SONHO A SER REALIZADO NA MINHA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Foto1: A acadêmica Fonte: arquivo pessoal( 2010)
Jamais desanime! Embora sua dor pareça insuportável e sem remédio, ela há de terminar, e a alegria voltará a brilhar em
seu coração. Não há noite eterna à qual não suceda a luz de
um dia radiante. Dos sofrimentos passados, conservamos
apenas uma lembrança quase apagada. Assim acontecerá
amanhã com os sofrimentos de hoje. Entregue tudo ao Tempo,
que, com sua mão compassiva. balsamizará todas as suas
dores.
Carlos Torres Pastorino (1993)
A construção e efetivação deste capitulo objetiva demonstrar de forma sucinta o meu
trajeto antes e durante ao entrar no Instituto de Natureza e Cultura⁄UFAM. O memorial sendo
um dos eixos estruturantes na formação do Pedagogo é um requisito que deve ser cumprido,
pois consiste em uma das exigências do Projeto Político do Curso. O memorial pode ser
definido como uma autobiografia e para consolidar esta informação, Severino (2000) (apud
Apostila TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) frisa que:
O memorial constitui-se, pois, uma autobiografia, configurando-se como uma
narrativa simultaneamente histórica e reflexível. Deve então ser composta sob a
forma de um relato histórico, analítico e critico que dê conta dos fatos e
acontecimentos que constituíram a trajetória acadêmico-profissional de seu autor, de
tal modo que o leitor possa ter uma informação completa e precisa do itinerário
percorrido. (p.175)
Com esta finalidade, o memorial estará organizado por etapas que descreverão de
forma parcial os caminhos que trilhei ao longo de minha vida pessoal e acadêmica que foram
de fundamental importância no meu processo ensino-aprendizagem, amadurecimento e
emancipação enquanto sujeito em formação.
Portanto, os leitores que apreciarem este trabalho verão que para efetivá-lo muitos
obstáculos e dificuldades foram encontrados e no que tange os mistérios do ser humano,
conseguimos superar e ultrapassar as pedras que achávamos no meio de nossos caminhos.
Neste propósito será discorrido ao longo do texto cada etapa essencial na efetivação de minha
formação.
1.1 Minha trajetória de vida antes de entrar na universidade
Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua
história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os
inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes
de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades. (Augusto Cury1)
Cada ser humano possui sua história de vida, nela há momentos de tristezas, alegrias,
e acima de tudo derrotas que nos fazem crescer, amadurecer e criar grandes experiências para
enfrentar a vida de cabeça erguida sem medo de errar, pois, nós somos capazes de aprender
com o mesmo e adquirir coragem, determinação, perseverança para alcançar o êxito que tanto
almejamos. Sou diferente? Não! Eu possuo minha história, mas com uma realidade totalmente
distinta dos demais seres humanos.
Sou uma jovem de vinte e três (23) anos, nascida em uma família humilde,
batalhadora. Minha mãe, uma mulher lutadora, guerreira, destemida e sem medo de ser feliz,
criou 05 filhas sozinha. Nasci no dia dezesseis (16) de fevereiro de 1987, com apenas sete
meses de vida, no município de Tabatinga, sendo registrada apenas com o nome de minha
mãe e meus avôs maternos. Esta mulher nasceu no supracitado município, criada pelos avôs,
seus pais morreram quando era muito criança. Iniciou seus estudos com aproximadamente 15
anos de idade, não chegou a finalizar a 3º serie do ensino fundamental, como frisa “filha no
meu tempo era tudo difícil para mim manter e criar vocês tive que trabalhar desde cedo”.
A minha mãe tem dez filhos, do primeiro casamento são cinco (05), do segundo um
(01), e o terceiro quatro (04). Sou filha do segundo casamento, não conheço meu pai
biológico, mas fui criada por um senhor chamado Jesus Muller, sou grata por tudo que fez por
1 Augusto Cury, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor, conhecido e reconhecido em muitos países. É considerado
um dos autores mais lidos da atualidade no Brasil, com mais de três milhões de livros vendidos. Este trabalha
idéias de diversos pensadores, como Freud, Jung, Piaget, Vygostsky, Platão, Santo Agostinho, Paulo Freire e
outros que influenciam na construção de suas obras.
mim, pois graças a ele foi possível aprender a importância que a educação tem em nossas
vidas.
Comecei os meus estudos com 07 anos de idade na escola municipal Jociêdes
Andrades. Minha mãe diz que iniciei meus estudos com essa idade, devido que morávamos
muito distante do centro de Tabatinga, é visível que quando uma família não possui
conhecimentos abrangentes sobre as leis que a amparam, acabamos nos prejudicando, e esse
foi o nosso caso. Não foi possível fazer a educação infantil devido à idade, mas comecei o
ensino fundamental nesta instituição.
Começar a estudar é algo novo para qualquer ser humano. Ao iniciar meus estudos me
senti amedrontada, insegura, de imediato não conhecia ninguém, e seria uma realidade
totalmente diferente da qual vivia em casa. Muitas dúvidas ficaram no ar, com a idade que me
encontrava e, por conseguinte, muitas perguntas ficaram sem respostas. Estudar, sinceramente
sempre foi o que eu quis, pois, através do mesmo poderia realizar todos os meus sonhos e dar
um futuro melhor para minha família. Comecei a entender isso devido à situação que minha
família vivia. A história da minha família sempre me motivou em ir atrás do que almejo.
Na vida de cada aluno, sempre há um professor que marca, e para mim não foi
diferente. Tive muitos professores bons, mas uma sempre me dizia que para alcançar nossos
sonhos, tínhamos que estudar bastante com o propósito de arranjarmos com mais facilidade
um bom trabalho e tudo que quiséssemos para nós mesmos e para nossa família. Esta pessoa
me ensinou a ler, escrever, e sempre me chamava atenção no momento certo, pois não queria
que eu fosse uma aluna relapsa e sim o exemplo da sala. Com os elogios, os momentos certos
de diálogo me fizeram crê que nada é impossível quando acreditamos em nós mesmos e
quando há pessoas maravilhosas que confiam em nosso potencial.
O meu maior sonho sempre foi seguir carreira militar, mas no dia que tive a
oportunidade, o homem que me criava me privou de realizá-lo, e foi aí que aprendi com
minha mãe que é melhor valorizar a realidade em que nós nos encontramos, e ir atrás com
nosso próprio esforço das coisas que queremos, do que ser ajudada por pessoas que fazem de
má vontade. Então continuei estudando e sempre me esforcei para ser uma boa aluna,
independente das dificuldades e da realidade em que me encontrava.
O ato de estudar sempre foi o meu refúgio e a principal preocupação que minha mãe
tinha, pois esta sempre salientou que a educação é um dos instrumentos que favorecem o
desenvolvimento da vida de qualquer pessoa. Sempre vi o mesmo como um suporte para a
realização de meus sonhos e fortalecimento da vida de qualquer ser humano.
Ser criança é maravilhoso, pois não temos preocupação com nada a não ser brincar,
este ato faz parte de nossas vidas e contribui para o desenvolvimento de qualquer criança.
Sempre gostei de brincar com minhas coleguinhas e irmãs. Gostava de brincar de andar de
bicicleta, adorava aventuras emocionantes, como subir nas árvores com o propósito de me
esconder das minhas companheiras. Sinceramente eu vivia de castigo, porque eu aprontava
demais.
Brincar e estudar sempre foram meu robi. Iniciei em 1995 a primeira série do ensino
fundamental na escola municipal Jociêdes Andrades, estudando na mesma até a quarta série
do ano de 1998. Em 1999 comecei a estudar na escola estadual Conceição Xavier de Alencar,
conhecida vulgarmente como GM3, fazendo nesta a quinta série e terminando em 2002 a
oitava série do ensino fundamental. Ao adentrar nesta instituição me deparei com uma
estrutura física e humana totalmente diferente da onde estudava.
Muitas coisas foram possíveis aprender quando cursava o ensino fundamental nestas
distintas instituições, e uma das que mais preconizou, foi a de respeitar e ajudar as pessoas
que estão ao nosso redor. Nas salas por onde passei, sempre foi visível observar a diversidade
cultural que se encontravam dentro da mesma.
Em 2003 na escola estadual Conceição Xavier de Alencar iniciei o meu ensino médio,
finalizando em 2005 o referido. Ao cursar esta modalidade de ensino, foi possível verificar
que em cada passagem por níveis de ensino diferentes aprendemos e ficamos com déficits que
só serão possíveis retificá-los quando damos continuidade no nosso processo de formação.
Tive um professor que dizia “agora é o momento de vocês darem um salto do gm3
para a universidade do estado do amazonas (UEA)”, ou seja, aqueles verdadeiros alunos que
pensavam em crescer e se desenvolver intelectualmente, tinham por obrigação em cursar um
ensino superior. Não negarei que o novo me assustava, mas sabia que para realizar os meus
sonhos, tinha que ter um nível de formação mais elevado. Então ao finalizar o ensino médio,
eu e outros grandes amigos resolvemos nos inscrever para fazermos vestibular na
Universidade Federal do Amazonas em específico no Instituto de Natureza e Cultura
localizado na cidade de Benjamin Constant.
O meu grupo de amigos sempre tiveram uma preocupação que sinceramente eu não
dava importância até o ato de me inscrever, que era o fato da escolha da área que iríamos
fazer. Ao ler e avaliar as áreas que seriam fornecidas, resolvi fazer Pedagogia, pelo fato de
achar o curso mais fácil e não ter o índice de competitividade que os outros cursos teriam,
pois a minha preocupação até então, era de fazer um ensino superior que me garantisse
futuramente o ato de realizar os meus planos e futuros sonhos da qual almejava.
Realizei a prova e foi quando apareceu à grande surpresa que tinha sido aprovada,
levei um mega susto, e não pensava em momento algum em abandonar minha família para ir
morar em outro município. Neste processo de aprovação para cursar um ensino superior, tive
que pedir minha exoneração do meu trabalho e me preparar para viver uma realidade
totalmente diferente da qual eu vivia. No dia 05 de novembro do ano de 2006 me mudei para
o município de Benjamin Constant. As aulas deram inicio no dia 06 do mencionado mês e
ano.
Ser aprovada numa faculdade é um ato formidável para quem quer crescer na vida.
Sempre gostei de me aventurar, apesar do medo que nos ocasiona logo no início, mas
sinceramente o fato de me mudar para o município aludido acima, foi algo surpreendente,
pois tive que deixar de lado minha família, amigos, namorado, e o que mais gostava de fazer
que era participar do grupo de teatro, gestado pela professora Nice de Moraes. Um dos meus
maiores medo foi em começar a participar de um curso da qual não tinha afinidade, pois uma
das áreas que sempre quis fazer foi Arte Cênica, mas como precisava entrar em uma
faculdade imediatamente resolvi cursar Pedagogia.
Fazer Teatro sempre foi um dos instrumentos que me possibilitou a realização
enquanto ser humano. Estar diante do público, e fazê-lo se sensibilizar através da temática
apresentada sempre foi o que desejei. Não há coisa melhor do que lhe dar com o povo e
através dele proporcionar a mudança que tanto almejamos.
Diante da realidade que me encontrava, vi que não era momento de pensar em desistir.
Então comigo mesmo, prometi em inserir o que mais gostava de fazer como um ato de
pesquisa que poderia ajudar no desenvolvimento de outras pessoas, e foi o que aconteceu.
Morar em Benjamin Constant foi uma experiência formidável em minha vida, pois me
possibilitou aprender que nada é impossível quando cremos no nosso criador que consiste em
Jesus Cristo. Muitas foram às dificuldades que passei, mas o fato de ter verdadeiros amigos
me ajudaram a superar. Em minha memória resta-me recordar que varias famílias ficaram
marcadas no meu processo de amadurecimento, devido a humildade, afeto que destinavam a
mim. Povo Benjaminense, isso eu posso garantir, há pessoas muito boas. Residi neste
município um ano e não sei precisar quantos meses.
Antes de completar 02 anos de faculdade comecei a fazer o translado de Tabatinga a
Benjamin Constant e vice – versa. Resolvi passar por esta aventura, com intuito de esta mais
próxima da minha família. Muitas peripécias ocorreram ao longo da minha trajetória neste rio
Solimões, mas aprendi que ao manter a união com os meus companheiros de embarcação, foi
possível vencer muitas dificuldades e superar os meus limites.
Portanto, considero que ser aprovado em qualquer curso de uma faculdade é fácil, o
difícil é conseguir finalizar, principalmente quando não somos do município a qual a
universidade esta inserida. A fim de expor o trajeto ocorrido dentro da mesma, será descrita a
importância das disciplinas do eixo comum de formação do curso de Pedagogia.
1.2 Disciplinas do eixo comum de formação
A educação é um fator primordial no desenvolvimento de qualquer individuo, pois
como sabemos, não existe uma única educação e nem uma única forma de educar, como
salienta (Brandão). E embasado nisso, estar dentro de uma instituição superior é está apto a
aprender e respeitar as diversas áreas que estão ao nosso redor. Vale ressaltar que não consiste
somente nisto, mas devemos preconizar o respeito à diversidade cultural.
Como futuros fornecedores da educação, devemos ter uma formação de qualidade que
nos permita o respeito à diversidade e o desenvolvimento integral de nossas crianças
pequenas. O curso de Pedagogia visou formar o pedagogo que seja capaz de desempenhar
com ética, compromisso e competência a práxis pedagógica que envolve a atuação do docente
no campo da Educação Infantil, séries iniciais do ensino fundamental, para que possam
desenvolver a formação cidadã dos alunos que integrarão o corpo discente da educação
básica, bem como atuar no campo da gestão democrática educacional escolar e não-escolar
nos parâmetros da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9394/96, seguindo os
princípios norteadores conforme define os aspectos legais propostos no Projeto Político do
curso de Pedagogia.
O Pedagogo que queira ter uma formação de qualidade deverá cursar as
disciplinas do eixo obrigatório comuns a todos os campos de atuação, como por exemplo:
introdução a antropologia, introdução à filosofia, introdução a pedagogia, língua portuguesa,
metodologia do estudo e da pesquisa, psicologia geral, sociologia geral, gestão organizacional
e informática básica, estudos necessários no âmbito de formação acadêmica.
Dentre as disciplinas mencionadas, a disciplina de Introdução a Filosofia foi a que
me possibilitou um maior conhecimento em torno de sua importância no que concerne o
desenvolvimento autônomo, critico, desprendido do ser humano, possibilitando por sua vez
um maior crescimento intelectual e pessoal. Todas as disciplinas foram de suma importância,
mas a mencionada teve grande relevância no meu período de observação.
1.3 Disciplinas do eixo específico de formação do pedagogo
Falar das disciplinas do curso, nos remota a averiguarmos as principais que marcaram
nossa formação. Todas foram importantes e se encontraram interligadas ao longo dos anos.
Claro, que temos que identificar estas, pois as suas realizações possibilitaram ao acadêmico
um interesse maior para o fortalecimento do conhecimento.
As disciplinas específicas do curso formam um eixo muito significante para os futuros
pedagogos, porque através delas se formam profissionais com mais responsabilidade e
criticidade pela educação. Conforme Paulo Freire (1993), ―não somos apenas objetos da
cultura da política, constatamos não para nos adaptar mas para mudarmos‖. Assim devemos
está preparados e convictos que as disciplinas oferecidas pelo curso, nos levaram a fazer
mudanças no meio em que nos inserimos e em nós mesmos.
Falar das disciplinas voltadas para a formação do profissional na área de gestão, é
corroborar que estas foram disciplinas que fizeram com que os futuros gestores façam a
diferença quando estiverem atuando, sendo sujeitos ativos e estratégicos no momento de
tomada de decisões.
A disciplina de grande importância nesse aspecto foi Gestão organizacional, pois nos
levou a muitas indagações e realização de trabalhos de campo gratificantes como futuros
gestores, conhecemos escolas e o trabalho de gestores, onde em cima da pesquisa fizemos um
trabalho em uma determinada escola que foi de muita valia para a formação dos acadêmicos.
Até então não sabíamos nada como se fazia e em que consistia a gestão, através do trabalho
proporcionado na disciplina, conhecemos o trabalho de uma gestão organizacional de uma
escola X. A própria trabalha quase que atendendo os níveis de ensino proposto na lei.
As disciplinas de educação infantil giraram em torno de suas especificidades.
Ensinando como se deve atuar como professor no nível aludido, todas foram de suma
importância, pois sendo difícil enumerar as que mais marcaram.
As da área dos anos iniciais também foram muito importantes, pois ficou perceptível
que o compromisso é chave principal para atuarmos como diferenciadores neste nível.As
atividades desenvolvidas foram muito importantes por ser ministradas por pessoas que tinham
compromisso, em ensinar o assunto, possibilitando que eu valorizasse as disciplinas
ministradas ao longo do curso.
Em todo o curso a disciplina que mais gostei foi Introdução a Filosofia, pois me
possibilitou desvendar o desconhecido e aprender a aprender a valorizar o meu intimo e as
pessoas que estão ao meu redor. Possibilitando, por conseguinte me tornar uma pessoa mais
autônoma, critica e encorajada de ir em busca de novos conhecimentos.
1.4 Práticas da pesquisa pedagógica
Falar de pesquisa requer antes de tudo um conceito para melhor compreender a
amplitude que a mesma possui, e vendo esta necessidade confirmou-se que são vários os
significados que os teóricos atribuem. E embasado nisto pode-se observar que a pesquisa tem
o mesmo sentido, consistindo na construção de conhecimento a partir da realidade pesquisada,
sendo efetivada através de finalidades e técnicas diferentes. Como salienta Pádua (2000):
[...] toda pesquisa tem uma intencionalidade, que é a de elaborar conhecimentos que
possibilitem compreender e transformar a realidade; como atividade, está inserida
em determinado contexto histórico – sociológico, estando, portanto, ligada a todo
um conjunto de valores, ideologia, concepções de homem e de mundo que
constituem este contexto e que fazem parte também daquele que exerce esta
atividade, ou seja, o pesquisador. (p. 32)
Como pedagogos e pesquisadores em formação, temos que seguir e nos embasar
teoricamente em um autor que seja acessível, prático para melhor contribuir neste processo e
segundo Ander – Egg (1978:28):
[...] a pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que
permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do
conhecimento. A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de
pensamento reflexivo, que requer um tratamento cientifico e se constitui no caminho
para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.
Visto que a pesquisa é um dos instrumentos fundamentais para a ampliação do
conhecimento dos discentes dentro de qualquer instituição superior, faz-se necessário
conhecermos que a Universidade Federal do Amazonas no seu estatuto e regimento geral, em
especifico no seu artigo 2º, diz que esta instituição goza de autonomia didática – cientifica,
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerá ao principio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
A pesquisa sendo um dos instrumentos do regime didático – cientifico, terá por
objetivo fundamental em seu artigo 49º, produzir e difundir conhecimentos científicos,
tecnológicos, artísticos e culturais e desenvolver uma critica, associando-se ao ensino e à
extensão, em conformidade com os princípios e finalidades estabelecidos no referido estatuto.
Sendo a pesquisa um dos requisitos obrigatório da universidade, faz-se necessário que
os futuros pedagogos além de conhecer a sua importância no seu processo de formação,
devem esta ciente em usá-la quando estiver atuando, pois a utilização de técnicas2 variadas
permitirá a efetivação de uma boa pesquisa, possibilitando averiguarmos as problemáticas que
assolam a realidade educacional, encontrando assim devidas soluções dentro dessas
instâncias.
O ato de pesquisar é de extrema necessidade na formação do professor, devido que
através deste, será mais fácil nos tornar pessoas preocupadas com a realidade a qual estamos
inseridos, consistindo por sua vez, no encontro de soluções cabíveis para supostas
problemáticas. Ser um professor pesquisador nos remete a ser dinâmicos, estratégicos,
conscientes na busca de soluções não só dentro de nossa sala de aula, mas com todo o
contexto escolar.
Para sermos pedagogos de qualidade fez necessário cursar as disciplinas de prática
pedagógica: I, II, III, IV. Na prática pedagógica I, visou compreender a pesquisa educacional
em diversos contextos, realizando análises teóricas em diversas abordagens e linhas de
pesquisa, fazendo uma relação desta com o estágio supervisionado e as contribuições para a
formação acadêmica na área de educação, possibilitando o conhecimento dos meios e etapas
da realização da pesquisa educacional, as técnicas e instrumentos inerentes e as formas de
aplicação.
A prática pedagógica II visou conhecer os componentes de um projeto de pesquisa em
educação fazendo uma relação teórico-prática para a construção de um projeto a ser aplicado
no decorrer do curso de pedagogia. Na prática pedagógica III nos possibilitou o
desenvolvimento de um projeto de pesquisa educacional nas etapas de sistematização e coleta
de dados.
Por conseguinte na prática pedagógica IV foi possível a realização e a análise dos
dados coletados numa pesquisa educacional destacando-a no relatório de pesquisa. A
realização destas práticas foram de suma importância em nossa formação, pois, cada uma
delas, nos possibilitou conhecer as variadas formas e técnicas de se realizar um boa pesquisa,
possibilitando desta maneira preparar profissionais qualificados no ramo da pesquisa
educacional.
2 Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar
esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos.
(LAKATOS & MARCONI. p. 48)
O que ficou marcante e necessário nestas práticas, é que cada aluno deve ter o
interesse em buscar aprender e inovar em cada pesquisa, pois, vários são os teóricos que
discutem sobre a importância da mesma. Vale ressaltar que o ato de pesquisar nos
proporciona escolher técnicas cabíveis com a pesquisa a qual faremos. Frisando também o
conhecimento das normas da ABNT, para a produção de trabalhos científicos, detalhando a
forma de como se produzir fichamentos, resumos, citações, elaboração de projetos,
questionários, entrevistas, etc.
Através das práticas foi possível ir até as escolas observar as principais dificuldades
que as mesmas possuem, e embasado nisso, foi possível escolher minha temática, que de
imediato consistia na superlotação em sala de aula, mas com o auxilio da primeira docente de
prática, mudei, devido que gostaria de estudar um problema que me estimulasse a não desistir
no meio do caminho, e continuando minhas observações, foi possível, escolher o teatro, onde
era um assunto que já tinha afinidade, até porque o estudava e praticava-o em Tabatinga. A
escolha desta temática deu-se devido a não utilização do teatro em sala de aula. Em todas as
observações sempre ficou visível, que o ato de dramatizar, contar historia, fazer apresentações
de fantoches, pantomima, só ocorria como mera diversão ou até mesmo nas festas que a
escola realizava. Com o intuito de mudar esta realidade decidi que o teatro tem condições de
ser utilizado como instrumento metodológico dentro do contexto de sala de aula.
A escolha da temática foi muito bem vista pela minha professora, meus colegas de
estágio, e principalmente pela professora a qual eu estava fazendo as observações. Com as
explicações sobre a utilização do teatro dentro da sala de aula, causou certas surpresas por
parte dos alunos, pois dramatizar, contar historias, apresentar fantoches, é um ato lúdico, pois
como sabemos, há condições de se aprender brincando, é um fato! Estudar sobre o teatro, foi e
esta sendo fantástico na minha formação, pois não há nada melhor do que estudarmos sobre o
que verdadeiramente queremos, apesar das dificuldades, que são como grão de areias que vem
para nos fortificar.
Durante a pesquisa muitos foram os problemas, de inicio, as minhas observações
ocorreram no município de Tabatinga, mas como não tinha transporte e por falta de recursos e
acompanhamento da orientadora até o mesmo, resolveram transferir para Benjamin Constant,
levando-me para a escola Chagas de Almeida, onde fui muito bem recebida. Ao iniciar a
pesquisa em uma realidade totalmente diferente, nos sentimos como um pássaro fora do
ninho, teoricamente é muito fácil auxiliarmos a realidade educacional, mas na prática é
totalmente diferente.
Ao finalizar as observações, partiu-se para a escrita do relatório, onde ocasiona medo,
ansiedade, pois é ai que verificamos se estamos apto a produzir um trabalho cientifico, e vale
ressaltar que é ai que observamos se tudo que aprendemos na universidade valeu a pena. Após
a produção do relatório, vem à defesa na frente dos nossos colegas de sala de aula, e da
professora que nos orientou, defender o mesmo é de grande valia na nossa formação, pois o
levantamento bibliográfico, os fichamentos, resumos feitos servem para nos dar base teórica e
nos fortalecer como pesquisadores.
Como pesquisadora em formação, tudo que é novo nos assusta, e comigo não foi
diferente, o segredo para ser um bom pesquisador é seguir minuciosamente as orientações que
as professoras nos fornecem, ler, pesquisar é uma fonte incondicional para efetivarmos com
sucesso o fechamento da pesquisa. O pesquisador deve ter compromisso, responsabilidade,
interesse em fazer uma bom trabalho, é obvio que muitas coisas ficaram a desejar, mas
aprendi que quando queremos fazer algo positivo nada é impossível. O ato de pesquisar
contribuiu não só como pedagogo, mas com certeza no meu processo profissional, pois com
este ato será possível fazer a diferença dentro de qualquer área que vier atuar.
As pesquisas realizadas no decorrer do período serão enfatizadas no capitulo 3 de
forma mais minuciosa, apresentando as principais dificuldades, habilidades, problemas e
acima de tudo os êxitos encontrados no final de cada uma.
1.5 Atividades complementares
Todo aluno ao ingressar em uma universidade pública, deve cumprir o que se pede
dentro dos projetos políticos pedagógicos de cada curso, e como pedagoga em formação não
fico a mercê desta realidade, pois, as atividades complementares são um dos requisitos que
devem ser cumpridos pelos acadêmicos (as).
Conforme o projeto político do curso de pedagogia, as atividades complementares
seguem a normatização da Portaria 051/2007, da Pró-reitoria de Ensino de Graduação da
Universidade Federal do Amazonas, com a carga horária total de 100 horas, conforme
promulga a Resolução 018/2007-CEG/CONSEPE, de 01 de agosto de 2007.
As Atividades Complementares compreendidas neste projeto estão relacionadas com o
ensino, pesquisa e extensão. Como aluna, me fiz inserida neste processo, diante que a
participação, me possibilitou conhecer o verdadeiro significado de cada um deste tripé dentro
da instituição, é obvio que não participei de todos, mas fui conhecedora, do significado dos
mesmos.
A participação nas atividades complementares me possibilitou o desenvolvimento
intelectual e o conhecimento das variadas opiniões tanto dentro da instituição como fora,
desta maneira aprendi a ouvir e cada vez mais a respeitar o posicionamento de outras pessoas.
No ano de 2007 participei do projeto “O mundo mágico da leitura”, coordenado pela
professora Gilvânia Plácido Braule, que teve como objetivo desenvolver a prática da leitura
com crianças pequenas da escola pública Olavo Bilac em Benjamin Constant. A minha
participação neste projeto foi de grande valia, me possibilitando conhecer uma das
problemáticas que afetam o processo ensino- aprendizagem destas crianças.
No período de 01 de dezembro de 2006 a 08 de março de 2007, participei do curso de
capacitação “A prática da leitura e o desafio de escrever”, como parte do Projeto “Ler e
escrever bem: um exercício de cidadania”, este por sua vez coordenado pela professora
Gilvania Plácido Braule. A participação neste me proporcionou conhecer os tipos de leituras,
a sua importância, e seu significado no ato de escrever.
Participei da palestra “A redação: nascer do pensamento ao exercício da
cidadania”, como parte do projeto “Ler e escrever bem: um exercício de cidadania‖,
realizado no município de Benjamin Constant no período de 01 de dezembro de 2006 a 08 de
março de 2007, tendo como coordenadora a professora Gilvânia Plácido Braule.
Tendo como coordenadora Jarliane da Silva Ferreira, participei do comitê de trabalho
no curso “A pedagogia de projetos na qualificação profissional docente”, realizado no
município de Benjamin Constant, no período de 01 de dezembro de 2006 a 09 de março de
2007.
No período de 15 a 16 de julho de 2008, participei do XVII CONIC – Congresso de
Iniciação Cientifica da UFAM, Sessão do Campus Alto Solimões – Instituto Natureza e
Cultura, tendo como coordenadora a professora Maria Marly de Oliveira Coelho e a ex –
gestora Valdete da Luz Carneiro.
Tive a honra de participar da “Mostra acadêmica do Instituto Natureza e Cultura
2008 – Ano Internacional da Terra”, realizado no período de 19 a 21 de maio de 2008,
coordenado pela ex-diretora Valdete da Luz Carneiro.
Em março de 2009, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), participei no
período de 17 a 20 do supracitado mês da Reunião do SBPC em Tabatinga. No período de 18
a 20 de março frequentei o minicurso “Arte e Educação: Desafios na Amazônia”, realizado
durante a Reunião Regional do SBPC.
Em toda minha trajetória acadêmica, não foi possível fazer nenhuma publicação
devido esta inserida em outras atividades da instituição. Trabalhei como bolsista na Biblioteca
do INC-BC; fui representante discente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
(CONSEP); atuei como representante discente do curso de Pedagogia.
Participar destes projetos, eventos, conselho, colegiado, foi de suma importância, pelo
fato de lhe dar com pessoas diferentes, principalmente aprender a respeitar a diversidade
cultural que esta ao nosso redor.
Portanto, como futura pedagoga, vejo que respeitar, se colocar no lugar do outro, é
essencial não só como atuante na área da educação, mas sim no nosso dia-a-dia. Aprender a
lhe dar com o próximo é crucial para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Devemos acima
de tudo ser questionadores, críticos, autônomos, e acima de tudo saber ouvir quem esta ao seu
lado.
1.6 A prática profissional
O estágio é um período de estudos, exigidos dos candidatos ao exercício de certas
profissões liberais: estágio de engenharia; estágio pedagógico⁄ período probatório, durante o
qual uma pessoa exerce uma atividade temporária numa empresa, então pode se considerar
que o estágio é um período de estudos práticos para aderir aprendizagem e experiência no
campo de estágio, possibilitando aos acadêmicos (as) estagiários (as) o confrontamento entre
teoria e prática.
Considera-se o estágio uma atividade obrigatória para nossa formação, devido à
necessidade de oportunizar ao futuro profissional o desenvolvimento das competências
necessárias à atuação profissional na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino
Fundamental e na Gestão escolar como práticas de aprofundamento e diversificação de
estudos integradores por meio de procedimentos de observação, reflexão, docência
supervisionada, desenvolvimento de investigação da realidade, de atividades práticas e de
projetos. (Projeto Político Pedagógico do curso de Pedagogia. p. 26).
Conforme a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de
estudantes a nível nacional, o estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido
no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que
estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação
profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos iniciais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
Embasado nas Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o Curso de
Pedagogia elaboradas, nos termos da Resolução CNE⁄CP nº 1 de 15⁄05⁄2006 e da Resolução nº
004⁄00 CONSEP de 29 de fevereiro de 2000, o Estágio Curricular Supervisionado será
desenvolvido a partir do segundo ano do Curso de Pedagogia, que integra as dimensões
teóricas e práticas do currículo e articula de forma interdisciplinar os conteúdos do eixo
estruturante do desdobramento curricular – núcleo específico obrigatório que compõe a
prática de aprofundamento e diversificação de estudos integradores por meio de
procedimentos de observação, reflexão, docência supervisionada, desenvolvimento de
investigação da realidade, de atividades práticas e de projetos.
Para ampla formação do pedagogo, faz-se necessário estagiar na gestão educacional,
nas series dos anos iniciais, na educação infantil. A realização destes estágios nos oportunizou
conhecer a realidade a qual se encontra cada um destes níveis. Ao adentrarmos nestas
realidades ficaram visíveis que ao iniciarmos as observações, estas têm sérios problemas que
são passíveis de soluções, mas depende das pessoas que estão ao redor para melhorá-la.
Durante as observações me senti constrangida, pois, há pessoas dentro das instituições
que não se sentem bem com os estagiários, ocasionando desta forma, um certo receio em se
aproximar e se sentir a vontade, parece-me que algo os impede de se envolver. Mas no
decorrer do mesmo, os estagiários tiveram que criar estratégias para se envolver nas
atividades, fazendo desta forma a interação estagiários – segmentos da escola, é difícil, devido
que nem todos acataram, mas por outro lado, há pessoas que se envolvem facilmente. Mesmo
com algumas dificuldades, fica visível, interagirmos no campo educacional sem incomodar
ninguém, desde que façamos nossa parte, ou seja, ajamos com ética, responsabilidade e
compromisso no ato de observar.
Ao finalizarmos as observações, partimos para a produção dos relatórios, onde
considero um momento importante, sendo que é ai, que comprovamos se somos ou não
capazes de redigir um relatório consubstanciado teoricamente. Fica claro, que não foi possível
realizar o relatório de gestão devido alguns problemas com as minhas companheiras de
estagio, mas o de educação infantil escrevi, mas não fui bem como imaginava, devido que
fiquei doente, mas fiz o possível.
Os estágios são de fundamental importância para os pedagogos em formação
independente das mudanças de escola, é obvio que vem a contribuir, pois com realidade
diferentes, observamos problemáticas distintas ou até mesmo iguais, como por exemplo a
superlotação em sala de aula, que é um fato dentro das escolas brasileiras. Uma das principais
dificuldades que enfrentei na troca de escolas, foi a interação com o corpo docente da escola,
e em fazer novamente o levantamento de dados que iriam me auxiliar na produção do
relatório. O ponto positivo em isso tudo, é saber, que quando fazemos as coisas com prazer,
compromisso, tudo se torna mais fácil, e gostoso.
Portanto, o trajeto dos estágios realizados, serão detalhados no capítulo 2, frisando
teoricamente sua importância, minhas dificuldades. Como sabemos tudo na vida deve ser feito
de forma planejada, e estagiar dentro do curso de pedagogia, não foi diferente, e graças às
orientadoras com uma nova organização dos estágios, ficou mais acessível sua efetivação.
2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A PRÁXIS EDUCATIVA NA FORMAÇÃO DO
PROFISSIONAL
Figura 02 Imagem da estagiaria com os alunos da Educação Infantil na escola CESBI
Fonte: Arquivo Pessoal–Maio de 2010
.
O estágio é o lócus onde a identidade profissional é gerada, construída e referida;
volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e critica e, por
isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente com essa finalidade.
(BURIOLLA, 1999, p.10).
O estágio conforme citação acima é uma atividade a qual vem contribuir no encontro
dos profissionais com a referida área de formação. Consiste no período de estudos, exigidos
dos candidatos ao exercício de certas profissões liberais: estágio de engenharia; estágio
pedagógico⁄período probatório, durante o qual uma pessoa exerce uma atividade temporária
numa empresa, então pode se considerar que o estágio é um período de estudos práticos para
aderir aprendizagem e experiência no campo de estágio, possibilitando aos acadêmicos (as)
estagiários (as) o confrontamento entre teoria e prática.
Conforme a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de
estudantes a nível nacional, retrata que o estágio é o ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de
educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior,
de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos iniciais do ensino
fundamental, na modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos.
Embasado nas Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o Curso de
Pedagogia, nos termos da Resolução CNE⁄CP nº 1 de 15⁄05⁄2006 e a Resolução nº 004⁄00
CONSEP de 29 de fevereiro de 2000, o Estágio Curricular Supervisionado foi desenvolvido
integrando as dimensões teóricas e práticas do currículo e articulando de forma
interdisciplinar os conteúdos do eixo estruturante do desdobramento curricular – núcleo
específico obrigatório que compõe a prática de aprofundamento e diversificação de estudos
integradores por meio de procedimentos de observação3, reflexão, docência supervisionada
4,
desenvolvimento de investigação da realidade, de atividades práticas e de projetos.
Os Estágios Supervisionados foram resultantes de disciplinas obrigatórias que
compuseram a prática profissional do futuro egresso do curso de Pedagogia do Instituto de
Natureza e Cultura – INC, atendendo aos objetivos específicos do Projeto Pedagógico do
Curso⁄PPC para cada campo de atuação profissional do pedagogo, visando formar educadores
capazes de realizar ações pedagógicas e gestionárias a partir dos princípios e finalidades
gerais da educação nacional e científicas, fundamentadas na Constituição Federativa do
Brasil⁄1988 e na Lei Nacional de Educação de N° 9394/96.
O curso de Pedagogia tem como objetivo geral formar o pedagogo capaz de atuar
como docente no campo da Educação Infantil, séries iniciais do ensino fundamental, para que
possa desenvolver a formação cidadã dos alunos que integrarão o corpo discente da educação
básica, bem como atuar no campo da gestão democrática educacional escolar e não-escolar
nos parâmetros da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9394/96, seguindo os
princípios norteadores conforme define os aspectos legais propostos no projeto.
Compreende-se ainda, que o pedagogo deve ter a competência teórica, prática, ética e
humana nos níveis de graduação básica, especialmente na docência da educação infantil e
anos iniciais, bem como na gestão educacional em ambientes escolares e não escolares com
ênfase no planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação das atividades
inerentes à prática educativa norteados pelos princípios da educação nacional promulgado na
Constituição Federal e a Lei Nacional de Educação de N° 9394/96, conforme define os
aspectos legais do referido projeto. (Projeto Político do Curso de Pedagogia do INC⁄BC, 2008,
p.17).
3Segundo LAKATOS & MARCONI a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações
e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver ou ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. (p. 196). A observação constitui um dos
procedimentos mais importantes na experiência de estágio na escola. Trata-se de uma das mais antigas formas de
conhecer, sua utilização visa adquirir um conhecimento determinado sobre um ou mais aspecto da realidade. 4A regência – docência supervisionada tem 10h para sua organização e desenvolvimento, é onde o acadêmico (a)
– estagiário (a), após as observações – investigativas, planeja a sua proposta de prática pedagógica pautada na
problematização, elege uma temática e ações sistemáticas e si insere no campo em um dos campos de atuação
(Gestão, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental) com objetivos propostos a fim de superar as
dificuldades detectadas. Este procedimento ocorrerá com o intuito de haver um confrontamento entre teoria e
prática. (Projeto Político Pedagógico do Curso de Pedagogia. p. 27)
O lócus onde foram realizados os estágios vem como um instrumento contribuinte
para preparar o futuro profissional viabilizando o conhecimento parcial da realidade
educacional a qual estávamos inseridos. Desta forma, os estágios foram realizados em escolas
públicas do município de Benjamin Constant sendo que o Estágio em Gestão Educacional
ocorreu no Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida e os estágios
na Educação Infantil e Anos Iniciais na Escola Centro Social Batista Independente(CESBI).
A prática do estágio supervisionado veio fundamentar a formação profissional do
acadêmico (a) em todo seu percurso de estudo e ensino, visando assim à busca pelo prazer de
ensinar. A sua realização nos oportunizou conhecer a realidade educacional a qual estávamos
inseridos, oportunizando um olhar holístico sobre as problemáticas e diferenças encontradas
em sala de aula, permitindo através deste uma busca de estratégias para superá-las e integrá-
las no processo educacional.
Portanto com o propósito de manter bem organizado o Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC)5 apresentaremos neste capitulo os resultados obtidos nos estágios em gestão
educacional, educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, estes necessários à
atuação profissional do futuro pedagogo.
2.1 Estágio na Gestão Educacional: um fator contribuinte na formação dos discentes de
Pedagogia.
Figura 03 Imagem de uma escola
Fonte PNFCEs - MEC
O ato de estagiar no campo da Gestão Educacional nos remeteu a revisar literaturas
que embasam teoricamente a origem etimológica do vocábulo gestão, conceito, importância,
5Conforme Santos (2005) o TCC é um Trabalho Acadêmico Final em nível de graduação, constituindo-se numa
atividade curricular de caráter individual, mas também coletiva e de natureza cientifica. Torna-se um documento
público comprobatório da jornada da vida acadêmica do⁄a que leva à preparação para o exercício competente da
docência, apresentado o pensamento, a escrita, os argumentos e as defesas acerca dos princípios das práticas
cientificas na área da educação, envolvendo a Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino Fundamental e a
Gestão Educacional.
finalidade, objetivos, estando intrínsecos os aspectos legais que amparam a gestão
democrática especificamente nas escolas públicas do Brasil. Ao rever estes conteúdos os
acadêmicos (as) – estagiários (as) compreenderam com mais exatidão a importância da gestão
na formação do profissional de educação.
A realização do estágio supervisionado em gestão educacional é um dos requisitos
obrigatórios que foi cumprido na formação do pedagogo inserido no curso de Licenciatura
Plena em Pedagogia. Com o propósito de confrontarmos a teoria com a prática,se fez
necessário adentrarmos na realidade educacional para conhecermos mais detalhadamente as
problemáticas que assolam o processo educacional no município de Benjamin Constant sendo
o lócus do estágio.
A dimensão do Estágio Supervisionado em Gestão Educacional equivaleu a 90 horas,
dividindo-se conforme o PPC do curso de Pedagogia (p.27) em: 40 horas – aula de
observação do ambiente escolar e não escolar quanto a Gestão à Educacional; 15 horas – aula
para planejamento e elaboração do Projeto de Estágio (análise, seleção e elaboração de
material didático); 15 horas/aula para relatório; 10 horas/aula de orientação e elaboração do
memorial; 10 horas de trabalho de Intervenção.
O estágio em Gestão Educacional é uma das etapas que foi efetivada pelos discentes
de Pedagogia com o propósito de cumprimento das exigências estabelecidas no Projeto
Político do Curso e como um dos requisitos contribuinte na produção do Trabalho de
Conclusão de Curso. Nesse sentido, como discentes em formação, devemos entender que a
Gestão Educacional consiste na:
[...] perspectiva democrática, que integra as diversas atuações e funções do trabalho
pedagógico e de processos educativos escolares, especialmente no que se refere ao
planejamento, á administração, á coordenação, ao acompanhamento, á avaliação de
planos e de projetos pedagógicos, bem como análise, formulação, implementação,
acompanhamento e avaliação de políticas públicas e institucionais na área de
educação. (PPC de Pedagogia. 2008, p.17)
A gestão democrática tem como escopo envolver de forma participativa os segmentos
da escola na tomada de decisões, pois os gestores agindo dessa maneira estarão dividindo
responsabilidades e contribuindo para a construção de uma escola democrática e participativa
que prepare os alunos para a cidadania plena. Em se tratando, de participação na escola temos
a contribuição de (LIBÂNEO6, 2008, p. 102) afirmando que:
6José Carlos Libâneo é Doutor em Filosofia e História da Educação. Nasceu em Angatuba, estado de São Paulo,
em 1945. Formou-se em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também obteve os
títulos de mestre e doutor.
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola,
possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de
decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um
melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua
dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação
maior entre professores, alunos, pais. Nas empresas, a participação nas decisões é
quase sempre uma estratégia que visa o aumento de produtividade. Nas escolas, esse
objetivo não precisa ser descartado, pois elas também buscam bons resultados.
Entretanto, há aí um sentido mais forte de prática de democracia, de experimentar
formas não-autoritárias de exercício do poder, de intervir nas decisões da
organização e definir coletivamente o rumo dos trabalhos.
É de suma importância frisar que, em se tratando, de gestão participativa na escola nos
remete a uma necessidade de introduzir nesse processo o trabalho de equipe, que segundo
(LIBÂNEO, 2008, p. 102-03),
[...] é um grupo de pessoas que trabalha junto, de forma colaborativa e solidária,
visando à formação e a aprendizagem dos alunos. Do ponto de vista organizacional,
é uma modalidade de gestão que, por meio da distribuição de responsabilidades, da
cooperação, do diálogo, do compartilhamento de atitudes e modos de agir, favorece
a convivência, possibilita encarar as mudanças necessárias, rompe com as práticas
individualistas e leva a produzir melhores resultados de aprendizagem dos alunos.
O trabalho em equipe é imprescindível dentro do contexto escolar, pois assim é
possível fazer interações e quebrar barreiras do egoísmo e individualismo, proporcionando o
trabalho coletivo e organização da escola, possibilitando por sua vez um maior
desenvolvimento nas relações humanas dentro das instituições. Segundo Etzioni (1967) diz
que:
As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos
entre pessoas e grupos, sendo que cada pessoa tem personalidade própria e
diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém
contatos e é igualmente influenciada por outras. (p.54)
O estágio em Gestão Educacional teve como objetivo compreender o processo de
gestão escolar em sua dinâmica cotidiana analisando as atuações dos membros da comunidade
escolar no ambiente educativo.
A realização do estágio ocorreu no Centro Municipal de Educação Infantil Francisco
Chagas de Almeida7, fundada no ano de 1977, sendo que na época foi construída de madeira
compreendendo (03) três salas de aula para oferecer um ensino de 1ª, 2ª e 3ª série nos turnos
matutino e vespertino contando com um quadro de (06) seis professores.
7Passou a ser Centro de Educação Infantil em 2008, pois funcionava como escola de Ensino Fundamental desde
1977
No ano de 1985, esta foi reconstruída em alvenaria, porém com a mesma estrutura da
anterior. Neste mesmo ano foi oficializada como uma instituição de ensino em (31) trinta e
um de outubro na administração do prefeito Alcino de Almeida Castelo Branco através do
decreto de nº. 088/85. Em 1988, na gestão do prefeito João Corrêa de Oliveira esta foi
reformada e ampliada compreendendo (06) seis salas de aula, (01) uma cozinha, (01) uma
secretaria/diretoria e (01) uma sala de leitura, nesta época ofereciam alfabetização e o Ensino
Fundamental de 1ª a 4ª série. O nome deu-se em homenagem ao professor estadual e ex-
prefeito Francisco Chagas de Almeida.
Com o aumento da demanda de alunos por conta do crescimento e desenvolvimento do
bairro, na administração do prefeito José Amauri da Silva Maia, no ano de 2003 ampliou-se
mais (04) quatro salas de aula, sendo que uma delas foi destinada para o laboratório de
informática, pois foram instalados (05) cinco computadores bem como ares-condicionados em
todas as salas da escola, mas até hoje não funcionam porque a subestação não suporta a
sobrecarga quando todos estão ligados, muito embora se apresente em bom estado de
conservação. As salas de aula são bastante pequenas tornando-se um espaço antipedagógico.
Até o ano de 2007 a escola oferecia Ensino Fundamental de 1ª a 6ª série e a modalidade de
Educação de Jovens e Adultos – EJA – perfazendo um total de 760 discentes distribuídos nos
turnos matutino, vespertino e noturno. Atualmente a escola oferece Educação Infantil para
crianças de 04 (quatro) a 05 (cinco) anos de idade e Educação Especial para alunos com
necessidades educacionais especiais.
O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma
instituição de ensino regular situada na Rua Sérgio Ferreira, no bairro Umarizal, na área
urbana do Município de Benjamin Constant – Amazonas.
A maioria dos alunos são filhos de agricultores e pescadores, uma grande minoria
sobrevive de um salário e dos programas sociais. Os mesmos são do próprio bairro, alguns
vêm de fora e outros de bairros diferentes.
A escola é bastante solicitada pelos moradores, até porque no ano de 2009, muitas
crianças do bairro ficaram sem estudar, mas talvez isso aconteça por falta de opção e vale
ressaltar que a escola é vista pela comunidade e especialmente pelos pais como um espaço
imprescindível para o desenvolvimento integral de seus filhos.
Na cultura, os alunos seguem as tradições de vários eventos como: dança folclórica,
festas juninas, comemorações de datas importantes, arraiais, existem bastantes alunos com
necessidades especiais, que recebe atenção especial, os alunos vêm de famílias de baixa renda
residente no próprio bairro e muitos de outros municípios tanto da zona rural como da zona
urbana.
As crianças ingressam no Centro a partir dos 04 (quatro) anos e estudam até a série que
a mesma oferece. No caso da Educação Especial os alunos têm que se deslocarem para o
ensino regular, com o intuito de poder finalizar o ensino fundamental e médio. Vale ressaltar
que a mesma atende alunos de outros estados e países, devido o Município ficar em área de
Fronteira.
A referida instituição com o propósito de trabalhar as dificuldades enfrentadas pelos
alunos tanto da educação infantil como da educação especial trabalha atualmente o projeto: A
formação do profissional da Educação Especial.
Para melhor compreender os caminhos trilhados dentro desta instituição, será descrito
de forma minuciosa as observações realizadas dentro da mesma, colocando à luz da teoria os
tópicos descritos abaixo.
2.1.1 Observações
O período das observações ocorreu de setembro a dezembro de 2009, com carga
horária de 40 horas – aula para a efetivação do Estágio Supervisionado na Gestão
Educacional. Estas ocorreram com o intuito de nos levar a conhecer o cotidiano da
organização do trabalho pedagógico na escola Centro Municipal de Educação Infantil
Francisco Chagas de Almeida. Descreveremos criticamente os elementos observados por
precisarmos conhecer os resultados do estágio mais também conhecer profundamente a
realidade da escola a qual foi lócus da pesquisa apresentada no terceiro capítulo deste TCC.
A) O ambiente físico e educativo da escola
A escola é um espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Nela os
indivíduos se socializam, brincam e experimentam a convivência com a diversidade
humana. (Indicadores de Qualidade na Educação: dimensão 06. p. 06)
A escola deve ser um ambiente agradável, conflituoso para que se possa chegar a um
bem comum que é manter a harmonia entre todos os segmentos que a constituem, propiciando
um bem - estar e a participação destas na organização da mesma. No que tange a Lei de
Diretrizes e Base da Educação (1996, p. 31), em seu artigo 3º, inciso I, a escola deve
proporcionar igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; possibilitando
conforme o inciso II, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber. Mediante ao supracitado, a escola tem como papel envolver os
sujeitos de forma participativa no processo de formação, principalmente no que concerne a
parte do discente, e deve garantir sua permanência dentro da instituição independente das
diferenças culturais e o segmento a qual se situam.
O espaço físico da escola não está dentro dos Parâmetros Básicos de Infra - estrutura
para Instituições de Educação Infantil devido que não possui espaço adequado que possibilite
o desenvolvimento integral das crianças pequenas. As salas são pequenas e superlotadas, não
são climatizadas, possuem um sistema de subestação que não suporta a alta carga de energia,
dificultando o funcionamento de refrigeração e a iluminação das salas de aula. Nesse intuito o
espaço físico não apenas contribui para a realização da educação, mas é em si uma forma
silenciosa de educar. Como afirma Antônio Viñao Frago, referindo-se ao espaço escolar, esta
não é apenas um ―cenário‖ onde se desenvolve a educação, mas sim uma ―forma silenciosa de
ensino‖ (1995, p. 69)
O ambiente físico deve ser amplo e variado, pois, acredita-se que ambientes variados
podem favorecer diferentes tipos de interações e que o professor tem papel importante como
organizador dos espaços onde ocorre o processo educacional. Tal trabalho baseia-se na escuta,
dialogo, e observação das necessidades e interesses expressos pelas crianças, transformando-
as em objetivos pedagógicos. O espaço lúdico infantil deve ser dinâmico, vivo, ―brincável‖,
explorável, transformável, e acessível para todos. (PARÂMETROS BÁSICOS DE INFRA-
ESTRUTURA PARA INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL, 2006, p. 10).
Mediante ao aludido, verificou através das observações que a escola é composta de:
(07) sete salas de aula;
(01) um laboratório de informática com (05) cinco computadores mais no
momento não funcionam;
(01) uma cozinha;
(01) uma secretaria/diretoria;
(01) uma sala para depósito de livros, que será transformada em uma sala de
recursos para educação especial;
(03) três banheiros (01 masculino, feminino e para os funcionários), contanto
com serviços de água encanada, energia elétrica e sistema de esgoto.
A escola possui repartições básicas para disponibilizar o processo ensino -
aprendizagem as crianças. Desde o nascimento a criança necessita de espaços que ofereçam
liberdade de movimentos, segurança e que acima de tudo possibilitem sua socialização com o
mundo e com as pessoas que rodeiam. Espaços estes de direito de todas as crianças sejam eles
(as): públicos, privados, institucionais ou naturais. Segundo Lima (2001, p.16): ‖o espaço é
muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em
seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e acessíveis a ela‖.
Os espaços devem ser organizados de forma a desafiar as crianças nos campos:
cognitivo, social e motor. Para Bassedas (1999).
A escola deve estar oportunizando a criança de andar, subir, descer e pular, através
de várias tentativas, assim a criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo,
um ambiente que estimule os sentidos das crianças, que permitam a elas receber
estimulação do ambiente externo, como cheiro de flores, de alimentos sendo
preparados. Sentindo a brisa do vento, o calor do sol, o ruído da chuva.(p. 106)
O espaço criado para a criança deve estar organizado de acordo com a faixa etária das
mesmas, isto é, propondo cognitivos e motores que a farão avançar no desenvolvimento de
suas potencialidades. O espaço deve estar povoado de objetos que retratem a cultura e o meio
social em que a criança está inserida. Gandini (1990, p.150)diz que: ―o espaço reflete a
cultura das pessoas que nela vivem até mesmo as camadas distintas dessa influência cultural‖.
Os espaços físicos da escola mesmo não sendo proporcional para satisfazer as
necessidades das crianças, alguns professores usam de estratégias como organizar e decorar a
sala para assim possibilitar o desenvolvimento das crianças no processo ensino –
aprendizagem. Sabemos que não é culpa dos professores e dos alunos as medidas, os espaços
que as escolas são construídas, mas a fim de proporcionar um ambiente agradável, os
professores adaptam os espaços às necessidades educativas da escola.
O espaço condiciona o tipo de intervenção educativa e a relação que se estabelece na
escola, ainda que não seja uma condição determinante, o espaço e sua organização têm grande
influência no bem-estar dos profissionais e, ainda mais, das crianças pequenas. Conforme
Bassedas (1999, p.112): ‖é muito interessante que se decore e organize o espaço de maneira
que fique acolhedor, seguro, amplo e funcional para os deslocamentos. Um espaço acolhedor,
harmonioso e funcional, mesmo que não garanta um comportamento adequado, é uma
condição básica para consegui-lo‖.
Por fim o espaço não é um condicionante de mega importância no processo de
aprendizagem da criança, mas é uma ferramenta contribuinte de grande influência no
desenvolvimento integral da mesma, envolvendo o que posso caracterizar como eixo
estruturante o desenvolvimento: cognitivo, social e motor, como embasa Bassedas (1999).
A escola dentro do seu espaço disponibiliza de 51 funcionários distribuídos da
seguinte forma: (29) vinte e nove professores, (01) uma diretora, (01) uma orientadora, (01)
secretário, (03) três auxiliares de secretaria, (01) um auxiliar de serviços gerais, (02) dois
vigias, (03) três merendeiras e (10) dez serventes.
Para atender as exigências da LDBEN/1996, a Secretaria Municipal de Educação
oportuniza aos docentes cursos de graduação. Assim sendo, (09) nove professores possui
Curso Superior em Pedagogia, Normal Superior, Geografia e Ciências; (14) quatorze
professores cursando Nível Superior e somente (06) seis professores têm Ensino Médio.
Para auxiliar os professores a escola conta com alguns recursos tecnológicos como:
Televisão e vídeo, retroprojetor, aparelho de som e alguns jogos didáticos. Esses materiais
contribuem de forma parcial na realização de aulas, reuniões e eventos realizados dentro da
mesma, pois se observa que não é suficiente, devido que se precisa de outros materiais como:
data-show, materiais didáticos diversificados para facilitar nas aulas, e dentre outros materiais
conforme a necessidade da escola.
Com este propósito é de suma importância discutir sobre os perfis dos lideres
pedagógico desta instituição, demonstrando o papel do gestor e da coordenadora pedagógica
no processo da gestão democrática.
B) O Perfil dos líderes pedagógicos: o gestor e a coordenadora pedagógica:
Para o desenvolvimento de uma gestão democrática na escola, faz-se necessária a
utilização de mecanismos que possibilitem participação, compromisso e
partilhamento de decisões, sendo, pois, o gestor (a) e o Coordenador (a)
Pedagógico(a) os elementos ativos em todas as proposições da Escola.(Indicadores
de Qualidade na Educação: dimensão 06. p. 07)
O gestor (a) e a coordenadora pedagógica (o) são os elementos primordiais para se
aprofundar nos estudos e elaborar estratégias que venham possibilitar o desenvolvimento da
gestão democrática dentro de qualquer instituição, proporcionando, por conseguinte o
envolvimento dos segmentos que formam a supracitada.
Os aspectos legais que amparam a gestão democrática configuram-se na Constituição
Federal de 1988; Lei de Diretrizes e Base da Educação (1996), que estabelece normas e
princípios da gestão democrática; Plano Nacional de Educação que retrata da democratização
da gestão do ensino público e o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) que consiste no
processo de planejamento estratégico que a escola desenvolve para construção de sua
identidade, definindo o que é a escola, o que pretende fazer, aonde querem chegar, como e
com quais recursos atingir os objetivos educacionais, tendo como material base: manual:
como elaborar o plano de desenvolvimento da escola, do FUNDESCOLA/ FNDE/MEC/2006.
A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva
promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais,
humanas e tecnológicas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio - educacionais
dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos
educandos.
O gestor (a) é servidor (a) público (a): é prestador de serviços ao povo. Está sob
orientação constitucional e estatutária (Lei Nº. 001/GP-PMBC/2005 e Lei n° 002/GP-
PMBC/2005), possuindo direitos e deveres. Líder8 nato e agregador. O Gestor deve ser um
facilitador de interação, um mediador de conflitos e consensos, enfim, um articulador
educacional com funções operacionais generalizadas no âmbito da escola. E, como líder,
deve, inclusive, delegar competências e designar comissões nas várias tarefas que envolvem o
contexto escolar. Com isso, os afazeres e o controle das diversas ações escolares estariam
distribuídos pelo coletivo escolar.
Nas observações realizadas ficou perceptível que a gestora não passava muito tempo
na escola, pois no período da realização do estágio estava ocorrendo o Arraial de São
Francisco, e a escola tinha ficado responsável por uma noite no evento. Mesmo com esta
realidade a gestora só vai à mesma para resolver assuntos de grande urgência, pois o motivo
desta ficar mais tempo fora consiste na resolução de problemas extra institucional, que
consistem em ir à Prefeitura; Secretaria Municipal de Educação e dentre outros lugares
conforme a problemática a ser resolvida. Conforme frase da gestora: qualquer assunto a ser
resolvido dentro da escola deve ser tratado com a coordenadora pedagógica. Como se
observa a gestora designou esta função à coordenadora pedagógica devido seus trabalhos
externos e também com o propósito de ajudá-la neste processo.
A gestora nesta situação não está deixando a escola a mercê da sorte pelo contrário ela
está parcialmente dentro do perfil de gestores das escolas públicas do Brasil. Como líder deve
trabalhar em média dez horas por dia; em seu cotidiano, as prioridades da agenda são cuidar
da infra-estrutura, conferir a merenda, vigiar o comportamento dos alunos, atenderem
os pais, participar de reuniões com a Secretaria de Educação e providenciar material.
8AUTORIDADE/LIDER: não se pode confundir autoridade com autoritarismo.
Sobra pouco tempo para cuidar do pedagógico (conversar com os professores,
prestar atenção nas aulas e buscar a melhoria do ensino), meta essencial da escola. Ficou
visível que a gestora cumpre parcialmente com seus deveres e trabalha até mais da carga
horária proposta acima.
Libâneo (2008) em seu livro: Organização e gestão da escola: teoria e prática cita
que o gestor (a) deve ter como perfil: capacidade de trabalhar em equipe; capacidade de
gerenciar um ambiente cada vez mais complexo; manejo de tecnologias emergentes; visão de
longo prazo; disposição para assumir responsabilidade pelos resultados; capacidade de
comunicação (saber expressar-se e saber escutar); Improvisação (criatividade); disposição
para fundamentar teoricamente suas decisões; comprometimento com a
emancipação/autonomia intelectual dos funcionários; atuação em função de objetivos; visão
pluralista das situações; disposição para cristalizar suas intenções (honestidade e
credibilidade);conscientização das oportunidades e limitações.
A gestora possui parcialmente algumas destas características, pois foi possível
entrevista-la para aderir informações acerca de suas atitudes, seus trabalhos. Vale ressaltar
que vem passando por muitas dificuldades e uma das que mais se destaca é a falta de apoio
dos professores, pais, da gestão do município. Mesmo diante destas dificuldades arranja força
para não desistir, pois pensa muito nas crianças. Diante desta situação pode-se afirmar que a
gestora esta parcialmente dentro do perfil de gestores citado por Libâneo.
É interessante ressaltar que trabalhar como gestor (a) não é nada fácil, pois o trabalho
é complexo mesmo na distribuição de tarefas entre os segmentos. O gestor mesmo realizando
suas atividades de forma correta nunca consegue agradar a todos, até porque lhe dar com ser
humano é algo muito difícil. Segundo o professor Antônio Joaquim Severino (PUC-SP):
O gestor é: ―alvo tanto de amor quanto de ódio‖... ―cujo papel acredita ser o mais
relevante do ponto de vista da estratégia e da política educacional de um sistema de
ensino ―pela própria natureza integradora da sua função, o diretor ocupa lugar
especialmente importante e imprescindível‖.
Na ausência da gestora quem fica responsável pela instituição é a coordenadora
pedagógica, tendo como papel averiguar a organização da mesma; se os professores estão
todos dentro da sala com seus respectivos alunos e dentre outros. Caso ocorra um problema
mais sério esta junta-se com a gestora e os demais funcionários para solucionar a cabível
problemática. Citou como exemplo o esquecimento de alunos por parte dos pais, frisa que isto
é constante, e um dos problemas mais sério foi quando um aluno foi esquecido e teve que
dormir na casa de uma servente. E antes de mandar o caso para o Conselho Tutelar, esta
decisão foi tomada através de reunião com os supracitados.
A coordenadora pedagógica para adquirir conhecimentos gasta do seu próprio bolso
em torno de 50.00 reais ou mais para comprar livros. Tem experiência em todos os níveis de
ensino, mas prefere a educação infantil. Quer realizar sua especialização na educação
especial. Tem 20 anos de experiência, começou dando aula de reforço e aos 18 anos estava
ministrando aula em uma escola pública. Comenta que para se fazer gestão democrática: faz-
se necessário se por no lugar das pessoas, mas não se deve confundir amizade com trabalho.
Ressalta que sua relação com os funcionários dá-se de forma respeitosa, amigável. Retrata que
a merenda é planejada e que para realizar o planejamento o professor tem que esta presente, e
isto é uma regra, mas há casos que professores faltam e isto é uma realidade constante.
Comenta que fora o problema do esquecimento dos alunos pelos pais, há outro que
consiste em professores não usarem metodologias diversificadas no processo ensino-
aprendizagem das crianças pequenas. Auxilia nesta problemática ensinando o que sabe e indo
em busca de ajuda com os professores do Instituto Natureza e Cultura⁄ BC⁄ Universidade
Federal para fornecer formação continuada em cima das principais dificuldades enfrentadas
dentro do processo educacional voltado a educação infantil.
Em vista desta realidade observa-se que a (o) coordenadora pedagógica (o) tem peça
fundamental para manter a organização dentro do contexto escolar, possibilitando uma boa
relação entre todos os segmentos e proporcionando com exatidão um bom processo
educacional nas instituições que estiverem inseridos. Conforme palestra da professora
Marinete Mota9 voltado para a importância do coordenador pedagógico dentro das escolas
públicas (2010) frisa que:
O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois busca
integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as relações
interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua,
desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar
efetivamente na construção de uma educação de qualidade.
O coordenador (a) pedagógico (a) deve atuar nos segmentos dos: docentes,
administrativos, discentes e familiares. Devendo colaborar de forma humilde, estratégica e
sábia na resolução dos possíveis problemas.
9Professora de Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura. – INC. Benjamin Constant.
A função de coordenador (a) pedagógico (a) esta fundamentada em bases legais que
consiste em: CF/88; LDBEN 9394/96; Resolução 3/97 da CEB / CNE; LEI
COMPLEMENTAR N° 002/GP-PMBC/2005 – Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do
Magistério Público.
A coordenadora pedagógica demonstrou ser muito preocupada com a organização e o
envolvimento dos demais segmentos na tomada de decisões dentro da instituição. Vem
fazendo um trabalho muito bom, mas ficou visível que ao proferir que mantém uma relação
amigável e respeitosa com os funcionários ocorreu que na entrevista realizada com os mesmos
há uma contrariedade onde uns se agradam e outros não com suas atitudes e posicionamentos.
Mas como afirma o professor Antônio (PUC-SP) ser líder de uma instituição é ser alvo tanto
de amor como de ódio.
Ser líder não é simples, principalmente no que concerne trabalhar com seres humanos.
A escola observada tenta trabalhar de forma democrática, mas falta elaborar estratégias para
que os segmentos que a compõem participem. Trabalhar democraticamente na escola significa
a participação de todos os segmentos e da comunidade local nas decisões que afetam o
processo escolar. Devem obedecer aos principais elementos constitutivos da gestão
democrática que consiste em: participação; autonomia; transparência e pluralismo.
Para se alcançar o êxito da gestão democrática dentro das instituições faz-se necessário
trabalhar na mudança das mentes dos sujeitos que compõem os segmentos que a formam.
Conforme nos lembra Morin: ―não se pode fazer uma reforma nas instituições sem uma prévia
reforma nas mentes e não se pode fazer uma reforma nas mentes sem uma prévia reforma nas
instituições‖ (2008, p.99).
Por fim para consolidar as observações realizadas será discorrido sobre o papel dos
sujeitos da escola que consiste nos alunos, professores, funcionários e pais que fazem parte
dos segmentos que formam a instituição observada.
C) Os DEMAIS sujeitos da escola: alunos, professores, e funcionários
A realização da gestão democrática envolve os sujeitos da escola que consiste nos
professores, alunos, funcionários que formam o segmento que constituem a escola. A gestão
de pessoas é um fator contribuinte que implica na participação destas nas tomadas de
decisões, facilitando por sua vez o processo educacional com qualidade que tanto almejamos.
Segundo Gracindo (2009):
Participar significa ―partilhar juntos‖. ―Significa que todos podem contribuir, com
igualdade de oportunidades, nos processos de formação discursiva da vontade, ou
seja, consiste em construir comunicativamente o consenso quanto a um plano
coletivo‖
Destarte é possível com mais exatidão aderir resultados positivos, além de distribuir
tarefas para os segmentos. O gestor agindo desta maneira não ficará sobrecarregado e nem
acumulará atividades no decorrer do ano letivo, é obvio que se faz necessário a sua presença
para mediar às atividades.
Com a realização das observações ficou visível que não há o envolvimento de forma
enfática por parte dos segmentos. Um dos fatores é pelo fato de alguns professores, com
funcionários e a coordenação da escola não se darem bem. É neste momento que se faz
necessária a contribuição dos lideres ativos - gestor (a) e coordenador pedagógico (a), para
elaborem encontros como palestras, oficinas, e dentre outras atividades para disponibilizar o
entrosamento entre os mesmos.
Ao realizar entrevista com a professora de apoio ―X‖ ficou visível que não há
coletividade por parte de alguns professores no momento da elaboração dos planos; no
compartilhamento de materiais didáticos e principalmente na troca de experiências entre os
profissionais do ramo da educação infantil. É de suma importância que se acha união entre os
professores, pois dessa maneira é possível facilitar o processo ensino-aprendizagem das
crianças pequenas.
Segundo Libâneo (2008), o professor é um profissional cuja atividade principal é o
ensino. Sua formação inicial visa propiciar os conhecimentos, as habilidades e as atitudes
requeridas para levar adiante o processo de ensino e aprendizagem nas escolas. (p.75). Como
podemos observar, o professor deve ter habilidade para ensinar e disponibilizar experiências
para os demais docentes com intuito de colaborar no processo de aprendizagem.
A professora entrevistada atua a dois (02) anos na educação infantil. Retrata que esta
como professora de apoio devido que sua filha tem problema de coração e para não se
ausentar e prejudicar os alunos resolveu ficar como o aludido. Salientou que o planejamento é
diário, mas as atividades pedagógicas dão de forma individual, em especifico o plano de aula.
Uma das perguntas foi sobre se teve acesso ao Projeto Político Pedagógico da escola,
esta respondeu que não. Foi questionado se todos os professores possuem projeto didático,
respondeu que os professores elaboram conforme a dificuldade dos alunos citou como
exemplo, a professora “Y” que elaborou o seu mediante a dificuldade do aluno que não
sabia ler e nem escrever. Sua formação atualmente é no magistério e esta se preparando para
fazer vestibular para o curso de Pedagogia.
Comprovou-se que os docentes realizam formação continuada. O assunto da última
consistiu na Educação Inclusiva oferecida pelas professoras do curso de Pedagogia do
INC⁄BC⁄UFAM.
A formação continuada é um método de possibilitar aos professores o
desenvolvimento intelectual critico, visando preparar um profissional reflexivo e pesquisador
e elaborar conhecimentos, como participante qualificado na organização e gestão da escola.
Segundo Libâneo (2008) (apud Christov 1998):
A Educação Continuada se faz necessária pela própria natureza do saber e do fazer
humano como prática que se transforma constantemente. A realidade muda e o saber
que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma, um
programa de educação continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para analisarmos as mudanças que ocorrem em
nossa prática, bem como para atribuirmos direções esperadas a essas mudanças.
(p.09)
Isso não quer dizer que o professor não necessita da teoria, do conhecimento
cientifico. Significa que o professor analisa sua prática à luz da teoria, revê sua prática,
experimenta novas formas de trabalho, cria novas estratégias, inventa novos procedimentos.
Tematizando sua prática, isto é, fazendo com que sua prática se transforme em conteúdo de
reflexão, ele vai ampliando a consciência sobre sua própria prática. Conforme Libâneo (2008)
(APUD Pimenta 1998):
O alargamento da consciência se dá pela reflexão que o professor realiza na ação. Em suas atividades cotidiana, o professor toma decisões diante das situações
concretas com as quais depara, com base nas quais constrói saberes na ação. [...]
Mas a sua reflexão na ação precisa ultrapassar a situação imediata. Para isso, é
necessário mobilizar a reflexão sobre a reflexão na ação. Ou seja, uma reflexão que
se eleve da situação imediata, possibilitando uma elaboração teórica de seus saberes.
(p.158)
Os professores participando da formação continuada possibilitam aprender novos
saberes; novas metodologias de trabalho e acima de tudo trocar experiências principalmente
com as (os) palestrantes e os demais envolvidos.
A escola disponibiliza de um (01) auxiliar de serviços gerais, que, no entanto foi
entrevistado(a). Inicia a entrevista dizendo que: Sinto muita satisfação em trabalhar como
auxiliar de serviços gerais. Gosto muito do que faço e não me arrependo de varrer, passar
pano na escola e principalmente quando a gestora pede minha ajuda. Retrata que sempre esta
disposta em ajudar, mesmo no momento em que não há expediente, citou como exemplo, a
sua participação no arraial que a escola estava envolvida, onde ajudou na venda de fichas
dentro da barraca da mesma.
Comentou que há estimulo funcional por parte da gestora e da coordenadora
pedagógica, onde elogiam seu trabalho e a tratam com muito carinho e sempre estão dispostas
a ajudá-la. Gosta muito de varrer as salas após a saída das crianças. Salientou que trabalha a
três (03) anos e neste período sempre teve cuidado com as crianças para que estas não
sofressem nem um acidente.
Sua jornada de trabalho equivale a cinco (05) horas e meia. Sai da escola as 18h30min.
Ao chegar em casa efetiva seus afazeres, após cuida dos netinhos para os filhos irem à escola.
Comentou que é ―pai‖ e ―mãe‖ dentro de casa. Trabalha por necessidades. Seu nível de
escolaridade é até a 5ª serie do ensino fundamental, não tem vontade de fazer faculdade
devido que tem um problema sério na visão. Mas o seu sonho é ver os seus filhos formados.
A estagiária pergunta da entrevistada o que entende por educação. Esta diz: que
educação consiste na família, em sabermos educar nossos filhos, ensinando a respeitar;
ensinando o que é certo e errado para que futuramente nossas crianças aprendam a se
relacionarem de forma harmoniosa. Devemos ensiná-las sobre os meios corretos de se fazer
higiene.
Ao fazer a avaliação da escola, esta deu como nota cinco (5), pois a situação da mesma
é delicada. Frisa que a estrutura precisa ser aumentada para possibilitar o processo do bem -
estar das crianças. Como sugestão de melhora citou, que a escola precisa de mais
funcionários; piso mais propicio para as crianças brincarem e banheiros para os professores.
No decorrer da entrevista foi possível analisar que a funcionária tem um bom
relacionamento com a coordenação da escola; os professores; alunos. Um pequeno detalhe
que chamou atenção foi em relação que esta não quis responder se a gestora e coordenadora
pedagógica as convida para participar de reuniões. Esta se omitiu.
A realização da entrevista com os alunos nos possibilitou averiguar se as mesmas
gostam dos professores, coleguinhas, gestora, coordenadora pedagógica, e os demais
funcionários da escola. Foram entrevistados quinze (15) crianças, e dentre elas: 05gostam da
diretora; 05 dizem que a coordenadora briga muito com eles; 05 gostam dos professores.
Todos disseram que gostam dos demais funcionários e dos coleguinhas.
Embasado nesta informação pode-se dizer que a criança é um ser puro e verdadeiro.
Quando são maltratas não se esquivam em dizer para alguém que conquistam sua confiança o
que esta sendo perguntado. Fica visível que enquanto uns gostam da diretora outros não
gostam da coordenadora, ou seja, desde pequeno que aprendemos a fazer esta diferenciação.
Enfim os pais salientam que quando vão buscar os filhos, recebem o convite para ir à
escola no momento de reuniões e são solicitados para ajudar nos eventos que a escola
promove. No mais a escola não envolve a comunidade no processo educacional. Sabemos que
é de grande importância à presença constante dos pais neste âmbito. Vindo contribuir com
suas realidades para desenvolver os filhos de forma integral.
Mediante a esta realidade fica visível que para ocorrerá gestão democrática faz-se
necessário que seu principal objetivo seja alcançado que volta-se em promover a participação
e o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e na
organização da mesma.
Ao verificar a importância dos demais sujeitos na realização da gestão democrática se
faz necessário observar a contribuição da relação entre a escola e a comunidade dentro deste
processo. E com esta finalidade será discorrido no sub tópico abaixo.
D) Relação entre escola e comunidade
A participação da comunidade no contexto escolar é de fundamental importância para
que ocorra o processo de gestão democrática. A presença de pessoas com realidades
diferentes contribuem no aludido, pois dessa forma repassam suas experiências, os pontos
positivos e negativos da instituição facilitando na busca de melhoras.
Percebe-se, que a forma como a escola está estruturada não ensina o que é necessário e
significativo, não respeita e não integra o saber e a cultura do estudante e da comunidade e,
portanto, é incapaz de educar porque reforça a desigualdade social e nega a educação para a
emancipação. Segundo a Lei de Diretrizes e Base da Educação (1996) em seu artigo 14 diz
que:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II – participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares e
equivalentes.
Embora esse princípio esteja posto em lei na prática dentro e no entorno da escola
ainda não está acontecendo porque, o relacionamento que a escola estabelece com a
comunidade é muito fragmentado e talvez desarticulador. Pois na maioria das vezes as
reuniões realizadas são restritas aos responsáveis dos alunos tratando-se apenas de assuntos
relativos ao comportamento dos mesmos, dando ênfase ao lado negativo e em alguns
momentos reduzindo-se meramente a assinatura de boletins.
Em outra situação são convidados para participação de atividades que a escola realiza,
mas simplesmente como colaboradores ou participantes da festa, porém em nenhum momento
são chamados para discutir a organização ou se pelo menos estão de acordo com o que a
escola faz.
O relacionamento que a escola tem com a comunidade acontece de modo horizontal,
visto que quando esta é convidada pela supracitada é apenas para obter informes ou acatar
algumas determinações que hora vem da SEMED, hora vem especificamente da direção e
hora para realizar questões rotineiras e enfadonhas.
A escola de modo geral questiona também essa ausência dos pais, pois só comparecem
quando são convocados e percebe-se que não há muito interesse. As reuniões não são
significativas porque os mesmos já sabem o que irá acontecer e comparecem apenas por
obrigação.
O Centro precisa rever seu papel e refletir acerca de suas ações e não apenas culpar
somente os pais. Isso significa que precisa criar mecanismos que os motive a comparecer de
maneira envolvente. Por isso se a escola realmente tem compromisso com a qualidade e com
a ―formação plena do educando‖, deve obedecer ao que se configura na Lei de Diretrizes e
Base da Educação em seu artigo 2º que se deve manter uma relação mais aberta e transparente
com a comunidade sabendo ouvir e oportunizando um momento de tomadas de decisões
coletivas.
Para isso é preciso que haja um planejamento coletivo, pois todos juntos poderão dar
um posicionamento realmente eficaz visando com certeza à qualidade da educação, visto que
só assim, não haverá ações impostas, mas discutidas e avaliadas.
Quando o planejamento em todas as instâncias acontecer de maneira participativa com
o envolvimento de todos os interessados com certeza essas reuniões será atrativa, porque
haverá um significado, um sentido para que todos participem, deixando de ser enfadonha e
mecânica.
No entanto, o Centro precisa estar aberto, sensibilizando a princípio a comunidade
escolar e local de que todos são atores fundamentais no ato educativo, portanto precisa desse
envolvimento, e só assim ela será valorizada.
Com este propósito é visível a importância da comunidade como elemento contribuinte
na tomada de decisões para que a escola se torne um instrumento democrático. Para que isso
ocorra de forma mais enfática, faz-se necessário que a escola disponibilize de mecanismos de
democratização para os segmentos participarem, isto, por conseguinte será descrito logo
abaixo.
E) Mecanismos de democratização da escola
Os mecanismos de democratização são ferramentas imprescindíveis para corroborar
no processo de gestão democrática. A sua implementação possibilita o envolvimento dos
segmentos nas tomadas de decisões que são objetivos a serem cumpridos para assim se
efetivar a democracia dentro das escolas públicas. Estes se destinam a prestar assessoramento
técnico-pedagógico e administrativo das atividades da escola, podendo ser subdivididos em:
Congregação dos Professores e Pedagogos, Conselho de Classe e Conselho Escolar,
Associações de Pais e Mestres e Comunitários – APMC, dentre outros.
Segundo as observações realizadas, a escola possui a Associação de Pais e Mestres e
Comunitários – APMC. No ano de 2009 a diretoria se refez, falta ser legalizada em Cartório,
mas esta ainda exerce apenas o papel de administração dos recursos recebidos pelo FNDE. Na
percepção dos funcionários, bem como da comunidade escolar essa associação ainda não tem
uma credibilidade por não ser muito transparente na administração de recursos. E mediante
esta realidade a associação deve ser consolidada, pois, tem a função de mostrar as
particularidades das capacidades de liderança do grupo gestionários da escola, que participam
das reuniões da APMC. O papel desse grupo é também administrar a parte dos recursos
financeiros destinados à escola, fazendo parte pais, professores e funcionários da mesma.
A escola não possui Conselho Escolar. A coordenação pedagógica frisa que esta é uma
pendência, mas como salienta a Secretaria de Educação “a questão não é implantar
conselhos, a questão é fazer funcionar bem”.
Nesta perspectiva o Conselho Escolar é um órgão consecutivo vinculado a direção da
escola, cuja finalidade é promover a atração integrada dos diferentes segmentos que compõe a
comunidade escolar, tendo em vista assegurar o cumprimento da filosofia e diretrizes das
políticas educacionais.
No ano de 2009 no auditório da Escola Imaculada Conceição ocorreu a I Conferência
Municipal de Conselhos Escolares do Alto Solimões, e apenas 03 integrantes do Centro foram
convidados. A gestão da escola comentou que até no momento nenhuma dessas pessoas
falaram da importância de se criar um Conselho Escolar, deixando a transparecer a falta de
interesse por parte dos mesmos na construção do supracitado.
Figura 04: Ilustração da diversidade de culturas
Fonte: PNFCEs - Caderno dos Conselhos Escolares
O Regimento Geral que a escola possui é padronizado pela Prefeitura, mas conforme
coordenadora pedagógica, a escola ira elaborar o seu. Este deve ser construído dentro dos
embasamentos legais que se consiste na LDBEN, PNE, PEE, PME. Estatuto da Criança e do
Adolescente, Resoluções do CME, Diretrizes Curriculares Nacionais, Regimento Geral das
Escolas Públicas Municipais, Lei Orgânica do Município. Segundo MSc. Oderlene Bráulio
(2010) na palestra sobre os mecanismos de democratização frisa que o Regimento Geral
consiste no:
[...] instrumento legal que traça as diretrizes técnicas, administrativas, pedagógicas e
disciplinares da Unidade Escolar. Sob a coordenação do Gestor escolar é elaborado
com a participação do Conselho escolar, devendo ser analisado e aprovado pelo
Conselho Municipal de educação.
Os embasamentos aludidos para a construção do Regimento Geral são usados também
na construção do Projeto Político Pedagógico. Este esta sendo construído, segundo
informação da gestora. Os estagiários (as) não tiveram acesso para corroborar o informe. A
sua construção é de grande relevância para se efetivar a gestão democrática, participativa e
autônoma, tendo credibilidade e maior comprometimento por parte da comunidade escolar e
local.
Há a necessidade de se elaborar e desenvolver um projeto político pedagógico orgânico,
em que parta da realidade do aluno, da escola e da sociedade no qual estão inseridos, sendo
que a princípio deve se problematizar essa realidade com todos os atores envolvidos no
processo educativo e com representantes da comunidade local. Por serem conhecedores das
situações que a escola enfrenta. São necessários que se desenvolvam ações pedagógicas
flexíveis que proporcionem mudanças comportamentais e de pensamentos, que venham
favorecer a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem dentro de uma gestão
democrática, participativa e de sua autonomia didático-pedagógica e financeira.
A elaboração e implementação do projeto político pedagógico deve ser criado para
conceder um novo direcionamento no âmbito escolar, bem como nas tomadas de decisões
coletivamente e a prática efetiva de sua função social.
Com o referido, pretende-se propor o compromisso e a parceria com a família, a
comunidade local, o colegiado escolar, a associação de pais, mestres e comunitários e o
conselho tutelar municipal, para atender as necessidades específicas da escola e do aluno.
Visando também, a elaboração de projetos pedagógicos como suporte da proposta pedagógica
escolar para dar um novo caminho à aprendizagem do educando. Vindo, certamente
proporcionar o diálogo e a discussão entre comunidade escolar e local, juntamente com as
instâncias superiores para minimizar a problemática que a escola enfrenta, como por exemplo,
o espaço físico escolar limitado, o que compromete a eficácia do trabalho educativo e em
especial, o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida, pretende
desenvolver o projeto político pedagógico que se constituirá como um referencial teórico e
prático pela sua amplitude e sentido à nossa prática pedagógica, porque serão através dele que
se concentrarão todos os parâmetros sociais, políticos, econômicos, culturais e éticos, em que
as perspectivas serão tratadas e possibilitarão uma nova organização coletiva e a real entidade
da escola.
Conforme Libâneo (2004), o projeto político pedagógico:
É o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser
desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do
sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar. É uma
síntese dos diversos interesses e tem como propósito dar um sentido coletivo às
autonomias individuais.
A construção e efetivação do Projeto Político Pedagógico consistem no envolvimento
de todos os segmentos na tomada de decisões no processo de construção do mesmo. È visível
no quadro abaixo que com a participação, mobilização e negociação entre as pessoas é
possível contribuir na definição dos cidadãos que queremos formar, basta os agentes ativos de
cada instituição aderir o compromisso, responsabilidade de se trabalhar em conjunto.
Figura 05: Montagem dos elementos importantes na gestão democrática
Fonte: Arquivo Pessoal
As vantagens da implantação dos mecanismos de democratização visam proporcionar
decisões que refletem a pluralidade de interesses e visões que existem entre os segmentos
envolvidos; ações de um patamar de legitimidade mais elevado; maior capacidade de
fiscalização e controle da sociedade sobre a execução da política educacional; maior
transparência das decisões tomadas; garantia de decisões efetivamente coletivas.
Portanto, a escola não disponibiliza de mecanismos de democratização o suficiente para
proporcionar o processo de gestão democrática. Essas organizações têm como função básica
mobilizar e organizar os atores envolvidos como representantes das organizações associativas
da escola para discutirem interesses coletivos a respeito do ensino e de melhoria da
aprendizagem dos alunos, contando nessa discussão com a participação de diretor,
coordenador pedagógico, professores, alunos e pais, de acordo com as diretrizes da escola.
DEFINIÇÃO DO CIDADÃO QUE SE QUER
FORMAR
PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO
PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO
PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
2.1.2 Intervenção
Figura 06: Imagem do slide de Relações Humana
Fonte: Grupo de estágio – Outubro de 2009
O projeto de intervenção pautou-se no caráter investigativo e interventivo voltado para a
área de educação. Foi elaborado a partir da pesquisa realizada no Estágio Supervisionado em
Gestão Educacional.
A gestão é entendida com um processo social que consiste na participação efetiva de
todos os segmentos que compõe o âmbito escolar. A escola pesquisada possui apenas dois
anos de funcionamento. Contudo, com bastante esforço e dedicação vem dando passos
significativos no processo educacional.
Nesse sentido realizou-se o Projeto de Intervenção intitulado como ―As relações humanas na
Gestão Escolar. Teve como intuito fazer uma oficina abordando questões relacionadas à
importância da participação efetiva de todos discentes e como deve ser desenvolvida no
ambiente escolar, para que a escola venha ser mais dinâmica, participativa e democrática, uma
vez que acreditamos que são pré-requisitos e se bem desenvolvidos servem de caminhos para
conseguirmos uma escola e uma educação de qualidade que a sociedade tanto almeja
alcançar.
Como Líbâneo (2008) ressalta, a participação é o principal meio de assegurar a gestão
democrática da escola (p.102). Com este propósito o projeto de intervenção visou
proporcionar o envolvimento dos professores, coordenadora pedagógica, funcionários e pais
para informá-los que uma boa relação humana facilita no processo democrático dentro da
instituição.
Figura 07: Imagem dos sujeitos da intervenção I.
Fonte: Grupo de estágio – Outubro de 2009
A intervenção foi um momento único. Os funcionários, gestora, apoio pedagógico,
pais e todos que participaram da oficina, se doaram por completo. A interação foi muito boa
principalmente nas dinâmicas que as professoras do Instituto de Natureza e Cultura ⁄UFAM⁄
BCT desenvolveram. Esta teve como objetivo fazer toda comunidade escolar se interagir ao
meio, ou seja, que estivessem comprometidos uns com os outros.
Figura 08: Imagem dos sujeitos da intervenção II
Fonte: Grupo de estágio – Outubro de 2009
Como sabemos tudo que é novo e diferente nos assusta, e não foi diferente no inicio da
intervenção. No começo todos iniciaram com receio, mais no decorrer da oficina houve o
envolvimento de todos que ali se faziam presente. Foram desenvolvidas dinâmicas em grupos,
atividades de interação e dentre outras brincadeiras com o intuito de envolver todos os
sujeitos participantes.
Portanto a atividade de intervenção, ou seja, da oficina foi possível fazer com que
todos os representantes discentes participassem e percebessem a importância da participação
na gestão escolar. Observou-se que os mesmos estão preocupados com tudo o que diz respeito
à escola, porém não sabem se devem e tampouco se podem contribuir ou se posicionar quanto
às problemáticas que surgem na instituição. Embasado nisso, que os agentes precisam ser
mais orientados quanto a sua função na questão da gestão participativa, uma equipe formada
se sente mais motivada para realizar seus trabalhos. A escola tem que ter o compromisso de
esta repassando para todos os membros que fazem parte do meio escolar tudo o que for de seu
interesse para juntos poderem buscar alternativas de melhoria para o processo de ensino
aprendizagem, com objetivo de juntos alcançarem a desejada educação de qualidade.
2.2 Estágio na Educação Infantil: uma ferramenta crucial na formação do Pedagogo.
Figura 09: Imagem da estagiaria na regência - Maio 2010
O Estágio Supervisionado em Educação Infantil do Curso de Pedagogia mais do que
uma atividade obrigatória é a possibilidade de integração entre teoria e pratica onde
oportuniza o acadêmico (a) estagiário (a) desenvolver competências necessárias à atuação
profissional. É uma atividade pratico-cientifica e pedagógica imprescindível e enriquecedora
para a formação do futuro egresso. Deve ser sistemática seguida com base em exigências
teóricas e legais, dentre elas a execução planejada e consciente de ações pedagógicas no
campo do estágio.
A educação infantil conforme a Lei 9394⁄96 em sua seção II, no seu artigo 29, é
caracterizada como primeira etapa da educação básica, tendo como finalidades o
desenvolvimento integral da criança ate seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família, e da comunidade. Esta
deve ser oferecida conforme o artigo 30, em creches, ou entidades para as crianças de até 03
(três) anos de idade e em pré-escolas, para as crianças de (04) quatro a (06) seis anos de idade.
A Resolução nº 06⁄2008, aprovada em 18 de junho de 2008, estabelece normas de
organização da estrutura e funcionamento da educação infantil, para o Sistema Municipal de
ensino de Benjamin Constant. Conforme o capitulo I em seu artigo 1º, determina que a
educação infantil, primeira etapa da Educação Básica, é ofertada em Instituições Públicas e
Privadas responsáveis pela Educação e Cuidado da criança, na faixa etária de 0 (zero) a 05
(cinco) anos de idade e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade. Sendo que no Sistema Municipal de Ensino a Pré – Escola atende crianças de 04
(quatro) 05 (cinco) anos de idade atendendo as peculiaridades e condições físicas e financeiras
do município.
Nesta perspectiva, a disciplina de estágio supervisionado na Educação Infantil
objetivou analisar a realidade das instituições, fazendo observações no campo de estágio,
participando das atividades de classe de educação infantil no campo, identificando os
desafios, as singularidades dos sujeitos da educação e do processo pedagógico que se
efetivaram na instituição de educação infantil, considerando as crianças como sujeitos de
direitos, registrando todas as observações realizadas e produzindo o relatório de estagio,
servindo então como prática para a formação do educador infantil. Foi desenvolvida no
período de marco a maio com uma carga horária de 60 horas através da realização das
atividades de observação, participação ativa, regência supervisionada, elaboração do relatório
e memorial na Escola Municipal CESBI que atende 1.170 alunos, conforme dados da
secretaria da escola.
2.2.1 Observações – Participação – ativa
A observação constituiu-se como um dos procedimentos mais importantes na
experiência de estágio na escola. Trata-se de uma das mais antigas formas de conhecer. A
observação consiste no uso atento dos sentidos num objeto ou situação, na sua manifestação
espontânea, para adquirir um conhecimento determinado sobre um ou mais aspecto da
realidade. E com este intuito será exposto às observações realizadas na: estrutura física e
financeira; recursos humanos: a formação da equipe escolar; os mecanismos de
democratização da escola;
A) A estrutura física e financeira
A escola pela sua ampla extensão conta com 21 salas de aula( estas atendendo series
iniciais do ensino fundamental, educação infantil e o projeto avançar) bem como 01 diretoria,
01secretaria, 01 sala de apoio pedagógico, 01 sala para professores com banheiro, 02
banheiros masculinos e 02 femininos, 01 refeitório, 01 cozinha, e 01 pátio com área de
estacionamento. As salas de aulas são amplas10
, comportam em média 35 alunos. A escola
possui uma biblioteca ou um espaço de leitura para os alunos, o pátio serve para atividades
lúdicas e pedagógicas, com uma ampla área de lazer.
Figura 10: Imagem da estrutura da escola CESBI
Fonte: Escola CESBI - 2010
No que tange a estrutura financeira, a escola depende de recursos repassados pela
Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto, de trabalhos realizados pela
Associação de Pais e Mestre através do Programa Dinheiro Direto na Escola, o PDDE, através
do Plano de Desenvolvimento da Escola e de outros Projetos que visam o benefício da escola,
como merenda escolar, água para o consumo, manutenção das instalações sanitárias e salas de
aula, direcionamento do lixo produzido no local entre outros.
Através dos recursos obtidos a escola adquiriu os equipamentos que auxiliam no
trabalho pedagógico. Estes estão relacionados no quadro abaixo:
Quantidade Especificaçao Estado de conservaçao
2 Rádio gravador Bom
2 TV Bom
1 Notebook Ótimo
13 Computadores Ótimo
1 Data-Show Ótimo
3 Aparelho de DVD Bom
1 Parabólica Bom
1 Retroprojetor Bom
10
Com exceção de 01 sala que funcionava como apartamento e que foi adaptada para atender a educação infantil,
esta com tamanho reduzido, atendendo uma quantidade de 30 alunos, numero de crianças maior que das demais
turmas de educação infantil
2 Mimeografo Bom
3 Mesas p/ computador Ótimo
3 Bebedouro simples Bom
1 Bebedouro industrial Regular
1 Caixa amplificada-200w Bom
2 Microfones Bom
5 Impressoras Ótimo
3 Poltronas Ótimo
300 Livros Ótimo
48 DVDs Educativos Ótimo
13 Coleções Literárias Ótimo
1 Frizer Ótimo
1 Fogão Industrial Ótimo
2 Liquidificadores Ótimo
1 Forno Bom
Tabela 1 Especificação, quantidade e estado de conservação dos materiais da escola CESBI
Fonte: Grupo de Estágio – 2010
Frente ao exposto, percebe-se que na escola há uma infra- estrutura básica para o
atendimento educacional das crianças, mas não corresponde as exigências dos Parâmetros
Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil.
Mesmo tendo a escola capacidade de abrigar todas as crianças da educação infantil, e
estrutura ainda em boas condições, ela deve crescer um pouco porque criança precisa de
espaço para brincar e se sentir à vontade dentro do ambiente educativo. Como frisa Os
Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil:
(…) deve-se organizar um ambiente adequado à proposta pedagógica da instituição,
que possibilite à criança a realização de explorações e brincadeiras, garantindo-lhe
identidade, segurança, confiança, interações sócio - educativas e privacidade,
promovendo oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento. (p.16, 2006)
Segundo o art.10 da resolução No. 05 de 2008 que estabelece as normas para a oferta
da educação infantil no sistema municipal de ensino de Benjamin Constant os espaços físicos
devem dispor conforme o PNE( 2001/2010)de:
O ambiente físico onde a criança vive, exerce grande influência sobre seu desenvolvimento, isso observa-se principalmente nas realidades mais precárias.
Geralmente, nas regiões periféricas, os espaços físicos são precários e pouco
favoráveis ao bom crescimento das crianças. Casas pequenas, sem infra-estrutura,
famílias grandes, muitas vezes desarmoniosas, formam o ambiente físico de muitas
crianças brasileiras.
Por isso que o ambiente educativo deve esta adequada para atender a educação
infantil, pois estará favorecendo seu desenvolvimento integral, preparando os para a
sociedade.
B) Recursos humanos: a formação da equipe escolar
A Escola conta com 42 professores, distribuídos nos turnos da manhã e tarde, desde
a alfabetização até as séries inciais do ensino fundamental e o projeto avançar. Além disso,
possui 03 professores de apoio, 01 bibliotecário, que são professores(as) do quadro, 02
coordenadoras pedagógicas, 01 gestor, bem como14 auxiliares de serviços gerais, 04 vigias,
05 merendeiras, 04 administrativos, sendo que deste total, apenas 04 são contratados e os
demais são efetivos.
Gráfico 01 Quadro com a porcentagem dos funcionarios da escola CESBI
Fonte:Grupo de Estágio, 2010.
É importante estes funcionários, porque falamos tanto em trabalho coletivo então a
escola deve fazer a inclusão desses funcionários, em seus trabalhos, porque assim como um
bolo precisa dos seus ingredientes, a escola precisa de seus membros. Conforme os
Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil:
(…) faz-se necessário obter consensos a serem sempre revistos e renovados, de
forma democrática, contemplando as necessidades sociais em constante mudanças e
incorporando os novos conhecimentos que estão sendo produzidos sobre as crianças
pequena.‘
PROFESSORES 62%
AUX. DE SERVIÇOS GERAIS
18%
ADMINISTRATIVOS 4%
COORDENADORIA PEDAGOGICA
3%
VIGIA 5%
MERENDEIRA 7%
GESTOR 1%
FUNCIONÁRIOS
A escola que possui 1262 alunos possuem turmas de séries iniciais, que são a maioria
e apresentam-se superlotadas, devido a repartição das mesmas por causa do projeto
AVANÇAR11
, um enfatizando que o mesmo é recente na escola acolhendo alunos por turma
com a faixa etária ate de 7 a 17 anos, já a educação infantil esta acolhendo as crianças com
suas idades certas.
Gráfico 02 Quantidade de alunos no projeto avançar, educação infantil e series iniciais do ensino
fundamental
Fonte: Grupo de Estágio, 2010.
Mesmo frente ao total do numero de alunos o quadro de funcionários da escola,
principalmente de professores, é mais do que o suficiente, pois tem funcionários com desvio
de função que ficam sem fazer nada na escola, sendo a maioria efetivos, poucos são
contratados, durante as observações feitas tinha trabalho que era para os apoios pedagógicos
da escola fazerem, acabando a própria professora da sala de aula fazendo esse trabalho.
C) Os mecanismos de democratização da escola
A escola possui como mecanismos de democratização a Associação de Pais e
Mestres e Comunitários (APMC) foram implementadas através de votação e atuavam
através dos recursos que vem todos os anos pelo PDDE. OCONSELHO ESCOLAR- sendo a
primeira escola a implementarem 2008. Segundo frase da coordenadora pedagógica: “o
11 O AVANÇAR é um programa de correção do fluxo escolar nos anos iniciais do ensino fundamental.
0 200 400 600 800 1000
Total de alunos
Total de alunos
projeto Avançar 106
Educaçao Infantil 294
series iniciais do EnsinoFundamental
822
ALUNOS POR ETAPA DE ENSINO DA ESCOLA
Conselho Escolar existe, mas caminha lentamente. PROJETO POLITICO PEDAGOGICO
- (PPP) a escola possui, mas esta sendo reformulado, através de reuniões com funcionários. A
atuação ocorre nas reuniões pedagógicas realizadas no contra turno. PLANO DE
DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA- o PDE foi elaborado em 2009 com a participação
da comunidade escolar e local, atualmente funciona como um mecanismo de financiamento e
democratização da escola.
A escola não tem um regimento próprio, pois funciona de acordo com o regimento
geral das escolas públicas do município. Isso não impossibilita a escola de desenvolver um
regimento próprio. No entanto esta faltando iniciativa pelos próprios membros da escola e
assim como para a criação de um caixa escolar e um grêmio estudantil.
Destarte, falarmos de democracia na escola estamos falando de direitos e deveres que
todos os membros da mesma possuem como frisa José Eustaquio Romão e Paulo Roberto
Padilha (p.96)12
.
A gestão democrática não é processo simples de curtíssimo prazo, mas também não
é processo tão complexo ou irrealizável, de prazo interminável. Significa dizer que
ela se constituirá numa ação, numa pratica a ser construída na escola. Ela acontecerá
se associada à elaboração do projeto político-pedagógico da escola, a implantação de conselhos de Escola que efetivamente influenciem a gestão escolar com um todo e
às medidas que garantam a autonomia administrativa, pedagógica e financeira da
escola, sem eximir o. Estado de suas obrigações com o ensino público.
d) Observações do campo de estágio
A observação realizou-se na Escola Municipal CESBI tendo inicio no dia 23 do mês
de março e termino em 20 de abril do ano de dois mil e dez (2010) se prolongando até meados
do mês de maio devido a estagiaria não ter terminado em tempo hábil, estas ocorreram no
nível de Educação Infantil, onde correspondeu a 60 horas, tendo como base os indicadores da
qualidade na Educação Infantil que visou buscar e registrar o número de crianças que estão
presentes em sala de aula; tempo escolar; aspecto físico da sala de aula; organização da sala;
materiais didáticos utilizados e disponíveis na sala de aula; ambientação da sala; dimensão,
iluminação, ventilação; organização e arrumação da sala de aula conforme desenvolvimento
de diferentes atividades; hora da merenda; descanso; relacionamento entre crianças; as
crianças se envolvem nas brincadeiras propostas; materiais, figuras, ilustrações nas paredes.
12
Citação tirada da apostila Escola e Democracia: um tema revisitado, capitulo 7 sobre Diretores Escolares e
Gestão Democrática da Escola.
As observações também consistiram na dimensão pedagógica que estão imbricados:
utilização dos espaços pedagógicos; metodologias utilizadas em sala de aula; o que trabalha e
clareza na apresentação dos conteúdos; se trabalha o desenvolvimento integral da criança e
noções de higiene e cuidado a criança; a rotina diária em sala de aula, bem como o
desenvolvimento das diferentes atividades; as formas de segurar atenção das crianças nas
atividades desenvolvidas; as brincadeiras desenvolvidas, as inclui no planejamento e brinca
com as crianças; participa ativa e entusiasmadamente das diferentes atividades da instituição;
formação, tempo de atuação na Educação Infantil e de magistério, e forma que busca se
atualizar sobre o que faz; planejamento: quando, como, com que faz, quem orienta e em que
se baseia, e se é flexível.
Para se obter dados fidedignos e minuciosos para a produção do relatório, foram
necessários observar a relação professor-aluno que corresponde: se responde aos alunos;
apresenta critica aos mesmos; desaprova atitudes; valoriza as respostas; valoriza o
conhecimento trazido por eles; valoriza a iniciativa dos alunos; reforça os acertos; como lida
com aqueles que apresentam dificuldades; trabalha e como trabalha com o erro; permite
perguntas; estimula os alunos a participarem das atividades.
Para melhor organização deste trabalho será apresentado os resultados da observação
nos aspectos: ambiente educativo, sala de aula, a relação professor- aluno e a pratica docente,
o teatro como instrumento metodológico na educação infantil, as crianças e suas necessidades
de aprendizagem.
a) Ambiente Educativo
A observação na Escola Municipal CESBI iniciou no dia 06.04.10 devido que o grupo
de estagiários tiveram que sair da escola onde fomos colocados, pelo fato de não ser
reconhecida e regularizada pelo MEC e por não corresponder ao Convenio nº 028⁄2009. Ao
adentrarmos na instituição ficou visível a estranheza por parte de alguns funcionários, mas de
imediato a nossa orientadora mediou toda a situação, apresentando – nos para os professores
do campo de estágio.
O ambiente educativo sendo uma das dimensões dos Indicadores de Qualidade na
Educação, não poderia deixar de ser observado no decorrer do Estágio, pois a escola é um
espaço e ensino, aprendizagem e vivencia de valores. Nela, os indivíduos se socializam,
brincam e experimentam a convivência com a diversidade humana. (p.21)
A escola por ser ampla, possui um extensivo quadro de funcionários e pela demanda
de crianças, observou-se que fica a desejar a maneira individualista como alguns integrantes
desta instituição age no decorrer do dia, onde acabam menosprezado as pessoas que estão ao
seu redor. É lamentável em verificar que ainda há uma divisão de classe dentro do contexto
escolar, ocorrendo através deste aspecto, conflitos que acabam prejudicando no
relacionamento entre as pessoas.
No ambiente escolar mesmo que haja conflitos, deve propiciar um clima agradável e
harmonioso para as pessoas que ali se encontram. Sabe-se que para encontrar a harmonia que
tanto se almeja faz-se necessário conflitar, e isto é um processo natural, pois desta forma,
fazemos valer o verdadeiro sentido da democracia dentro das instituições públicas. Sabemos
que dentro do âmbito escolar há uma diversidade cultural imensa, e embasada nisso, é que
professores, gestores, serviços gerais, merendeiras, e os demais segmentos devem ter a
capacidade de lhe dar com o diferente, pois cada ser humano tem suas especificidades.
Conforme os Indicadores da Qualidade na Educação (2004), no ambiente educativo o
respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, o combate à discriminação e o
exercício dos direitos e deveres são práticas que garantem a socialização e a convivência,
desenvolvem e fortalecem a noção da cidadania e de qualidade para todos. (p.21)
b) A sala de aula
Esta por sua vez é ampla, possuem 30 cadeiras de madeira, algumas com tamanhos
adequados para as crianças pequenas. Esta repartição disponibiliza de 01 quadro, 02
ventiladores embutidos na parede, 04 lâmpadas fluorescentes, onde duas estavam com
defeitos até o último dia de observação. Tendo em vista que a pintura está bastante danificada.
Nesta possuem alguns cartazes como, os números incompletos de 01 a 05, a casa do tempo, as
vogais com suas respectivas imagens, um cartaz com a oração do dia.
Observou-se que a professora ―X‖ ao aplicar as atividades para as crianças, após o seu
termino, guarda-o de forma ordenada no mural que é confeccionado de barbante que se
encontra anexado na parede. Quando os alunos terminam de produzir a professora retifica e
anexa em seus devidos nomes organizados na parede.
Dentro da sala de aula possuem 31 crianças, sendo 15 masculinos e 11 femininas, onde
é visível verificar a diversidade cultural em nu. Vale ressaltar que diante da observação
percebeu-se que cada criança possuem uma peculiaridade muito grande, e que o professor
deve ter jogo de cintura no processo ensino-aprendizagem.
A quantidade de crianças no decorrer das observações dentro da sala de aula variava
muito, pois aconteceu que tinha dias que o numero destas diminuía, onde facilitava em a
professora dominar a sala com mais veemência. Independente da quantidade destas fica claro
que as regras estabelecidas entre a professora e as crianças são respeitadas, pois quando não
cumpridas, estas perdem o privilegio, que consistia na perda do intervalo.
c) A relação professor-aluno e a prática docente
Ao longo da observação ficou visível que a professora tem uma relação harmoniosa
com seus discentes. Esta por sua vez ao iniciar o ano letivo estabeleceu regras com as crianças
pequenas, facilitando o respeito entre ambas as partes.
A professora é muito calma, paciente. Comenta que o educador de educação infantil,
deve ter muito jogo de cintura, pois não é fácil lhe dar com 30 a 35 crianças no espaço
escolar.
Esta educadora atua neste nível há 10 anos, tem formação em magistério, tem
experiência neste ramo há 11 anos. Busca se atualizar no mesmo através de livros, revistas
educativas, etc. O seu planejamento é elaborada diariamente, sozinha, com contribuição de
livros didáticos.
Às vezes participa ativa e entusiasmadamente das diferentes atividades da instituição,
devido que frisa em haver uma dicotomização imensa neste espaço. Retrata que gosta de
trabalhar no nível de Educação Infantil, por que se sente a vontade com as crianças, devido
que são verdadeiras.
d) O teatro como instrumento metodológico na educação infantil
No período da observação, ficou visível a não utilização aludida acima, pois esta não
se encontrava no plano de aula da professora, que desta forma acabava por deixar de lado esta
metodologia que também tem sua função no processo ensino-aprendizagem.
O teatro é um instrumento fundamental que visa o desenvolvimento cognitivo, físico,
psíquico, imaginário da criança. Com sua utilização é possível contribuir no desenvolvimento
integral da mesma, possibilitando o raciocínio lógico, imaginativo da mesma.
e) As crianças e suas necessidades de aprendizagem
Dentro do contexto escolar possui uma diversidade cultural imensa, e não é diferente
dentro do contexto da sala de aula. Nesta sala possui 31 crianças, onde 15 são meninos e 11
meninas. Temos dois desistentes e 03 nunca vieram para a escola.
Todas as crianças que compõem a sala de aula possuem uma característica própria,
onde ficou visível que existem umas quietas, outras hiperativas, mas que com o
estabelecimento das regras pela professora, estas obedecem e brincam no momento certo.
Portanto as crianças são verdadeiros instrumentos de estudos, cabe a nós nos
responsabilizarmos pelo seu desenvolvimento integral. Sabemos que é dificultoso mas não
impossível quando se quer fazer a diferença.
2.2.2 A regência supervisionada
Figura 11: Imagem estagiaria na regência de Educação Infantil
Fonte: Marcela Lima Tenório – 2010
Esta etapa do estágio correspondeu à carga horária de 04 horas como docente na
educação infantil, e mais 06 horas de orientação e planejamento da prática docente a ser
desenvolvida. É a culminância das atividades que compõem o estagio. É onde o⁄a acadêmico⁄a
estagiário⁄a, após as observações⁄investigação, planeja a sua proposta de prática pedagógica
pautada na problematização, elege uma temática e ações sistemáticas e se insere no campo de
ensino infantil com objetivos propostos a fim de superar as dificuldades detectadas.
O Estágio de Educação Infantil realizado na Escola Municipal CESBI possibilitou ao
estagiário (a) observar no Pré I, turma B, turno matutino, várias problemáticas que são
visíveis para a formação das crianças pequenas e uma das que mais se destacou foi o consumo
excessivo de alimentos industrializados pelos alunos na hora do intervalo.
Em virtude disto a temática central abordada na regência supervisionada foi
Alimentação e Saúde, pois é um assunto que deve ser trabalhado dentro da escola para se
explicar aos alunos a sua importância, finalidade e o processo de higienização dos alimentos
que serão consumidos dentro e fora da escola. A descrição do planejamento e do meu fazer
pedagógico será descrito mais detalhadamente nos tópicos seguintes.
a) O processo de elaboração do planejamento de aula
O planejamento vem ser um método de organização para os docentes, pois ele tem o
compromisso maior de orientar o trabalho do professor no sentido de direcionar o caminho a
ser percorrido para atingir a aprendizagem dos educandos. O planejamento tem como
principal característica a flexibilidade, esta é essencial no fazer docente, pois direciona
sistematicamente à atividade pedagógica do professor.
Como ressaltamos anteriormente a alimentação exerce grande influência sobre o
indivíduo, principalmente sobre sua saúde, sua capacidade de trabalhar, estudar e de se
divertir. Observa-se que esta temática é um dos fatores importantes que contribuem no
processo de desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social da criança, pois se esta não se
alimenta de forma correta, ou se faz constantemente ingestão de alimentos industrializados, de
imediato corre o risco de ficar com sérios problemas de saúde, influenciando por sua vez no
processo ensino-aprendizagem.
A alimentação e saúde devem ser ensinadas de forma coesa, pois é através desta
temática que se ensinará as crianças a importância de se fazer o consumo de alimentos
saudáveis, que envolvem a ingestão de frutas, legumes, verduras, cereais, carnes e outros
complexos protéicos que são de suma relevância para o desenvolvimento integral da criança.
A alimentação saudável é um direito de todos, e se faz muito importante todos os
esforços para o estabelecimento de regras e hábitos alimentares saudáveis durante o
desenvolvimento da criança. Para isso, a escola como espaço de formação social, tem um
papel fundamental na reeducação alimentar das pessoas, ensinando não somente do ponto de
vista teórico, mas a partir da vivência, da prática, por toda a família e pessoas próximas,
buscando assim efetivar o dever de cuidar e educar as crianças pequenas.
Ao escolher a temática que foi trabalhada em sala de aula, esta foi planejada e
executada através de um plano de aula, para assim ser efetivada com êxito. Para a construção
do plano de regência se teve muitas dificuldades e uma das foram pelo fato de não ter
conhecimento suficiente para construir um plano.
Portanto, o plano visou trabalhar as ciências naturais; sociais; conhecimento
matemático; conhecimento linguístico, tendo como propósito compreender à importância dos
alimentos saudáveis e seus benefícios para o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e
social da criança pequena. A prática pedagógica será discorrida logo abaixo, descrevendo a
forma como a aula ocorreu.
b) A minha prática pedagógica na educação infantil
Figura 12: Imagem da regência na educação infantil
Fonte: Marcela Lima Tenório - 2010
Observado à temática e sua importância, a regência ocorreu no dia 26.05 na sala
aludida acima, como professora do dia, cheguei antes dos alunos e da professoras que iriam
me avaliar, arrumei as cadeiras em círculos e os materiais que iam ser usados já estavam nos
seus devidos lugares. As crianças começaram a chegar e as professoras também, com isso
ocorrendo, as crianças não se espantaram com minha presença, pois no período de observação
fiz o máximo para me interagir e adquirir o respeito e a confiança dos mesmos. Vale ressaltar
que as crianças ficaram com muita curiosidade em ter visto as frutas, a caixa do alimentoche,
os cartazes que foram produzidos de forma bem carinhosa e bem lúdica.
Tivemos como base o roteiro que se organizou da seguinte forma: oração do dia;
músicas Infantis; para introduzir a temática cantamos a musica (Comer, comer) cantada pela
Eliana, mas adaptada pela estagiaria; após foram feitas perguntas pela professora aos alunos:
que tipo de alimentos a música frisa; quem gosta de comer frutas, verduras, carnes e peixe;
exposição dos variados tipos de alimentos dentro de uma bacia, para as crianças explorarem
os cinco sentidos; explicação e exposição ilustrativa dos alimentos saudáveis e não saudáveis.
No decorrer da aula os alunos fizeram pinturas dos alimentos não saudáveis; cantaram
a música do lanche; levamos as crianças para higienizar as mãos; após retornamos para a sala
para servir a merenda escolar (explicitando a importância do alimento que seria ingerido;
levamos as crianças novamente para lavar as mãos, beber água e ao banheiro. Na hora do
Intervalo, fizemos o momento da novidade que consistiu em fazer com que as crianças
identificassem os tipos de alimentos através de adivinhações; jogo da atenção (alimentos
saudáveis e artificiais);desenho dos alimentos que as crianças mais gostam de comer;
apresentação dos alimentos com variados tipos e tamanhos; atividades demarcar com um ―X‖
os alimentos maiores; exposição de cartaz com figuras ilustrativas expondo o nome e os
lugares que compramos os alimentos.
Com o intuito de deixar a aula mais dinâmica fez-se o jogo da memória através do
alimentoche e como a aula já estava se finalizando houve a narração de uma historinha infantil
intitulada como roda de alimentos. A Avaliação diagnóstica visou fazer uma roda, para
identificar os interesses, as curiosidades, que atividades foram boas e ruins para as crianças.
Neste momento foi surpreendente, pois conforme os alunos a aula foi maravilhosa, após a
avaliação houve o momento da saída.
Ao realizar esta aula foi de suma importância para confrontar a teoria com a prática,
pois tivemos a certeza que quando damos tudo de si, a aula se torna gostosa e aproveitável, é
obvio que ficamos ansiosas, nervosas, mas a supervisora fez de tudo para me deixar a
vontade. O uso de metodologias diversificadas facilitou no processo ensino – aprendizagem.
No da avaliação ficou visível que faltou mais estratégias para manter a atenção das crianças,
por conseguinte, aprendemos que nada é impossível quando planejamos e damos aula com
amor e carinho. O rosto de felicidade de cada criança será inesquecível.
2.3 Estágio nos anos iniciais: o último requisito a ser cumprido no processo do estágio
supervisionado pelos discentes em pedagogia
O estágio supervisionado nos Anos Iniciais foi de suma importância na vida
profissional do acadêmico, pois através do estágio foi possível abrir novos caminhos, novos
conhecimentos e foi imprescindível para obtermos novas experiências no campo de formação
profissional mediante ao desenvolvimento das atividades no campo de estágio. O estágio veio
assim possibilitar aos acadêmicos (as) estagiários (as) o conhecimento da realidade de sua
área de formação, para que futuramente possamos atuar de forma profissional e ética dentro
do campo educacional.
Destarte, o Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Curso de Pedagogia mais do
que uma atividade obrigatória é a possibilidade de integração entre teoria e prática onde
oportunizou ao acadêmico⁄a estagiário⁄a desenvolver competências necessárias à atuação
profissional.
É uma atividade prático – cientifica e pedagógica imprescindível e enriquecedora para
a formação do futuro egresso. Deve ser sistemática seguida com base em exigências teóricas e
legais, dentre elas a execução planejada e consciente de ações pedagógicas no campo do
estágio.
Em se tratando dos aspectos legais quanto à organização, estrutura e funcionamento
dos anos iniciais do Ensino Fundamental, estes estão contemplados pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – LDB nº 9394/96 em seu art.32; A Constituição Federal
(CF/1988) que trata da gratuidade da educação em seu art. 208; Plano Nacional de Educação
– PNE; Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE; e as Resoluções do Conselho
Municipal de Educação de Benjamin Constant que dispõem sobre o ensino fundamental no
sistema municipal de ensino.
Desta forma em atendimento as exigências legais do estágio e com base no convênio
028/2009 realizado entre a Secretária de Educação Cultura e Desporto do Município de
Benjamin Constant e PROEG/UFAM, o estágio supervisionado nos Anos Iniciais foi
realizado na escola municipal CESBI (Centro Social Batista Independente), sendo a mesma
escola que foi realizada o estágio na Educação Infantil.
As atividades de estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental que segundo
Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia do INC/BC tiveram uma carga horária de 120
horas.
Portanto, o Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais serviu como uma etapa que
possibilitou condições para uma formação profissional pautada na responsabilidade, no
compromisso, na ética e na pesquisa atendendo as dimensões da formação do Pedagogo que
são expressas no Projeto Pedagógico do Curso do INC/BC quando este apresenta que ―O
futuro egresso Licenciado em Pedagogia deverá ter desenvolvido a competência de pedagogo
nas suas diferentes dimensões: científica, técnica e política, medidas pela ética profissional‖.
(p.17)
2.3.1 Observações – Participação Ativa.
O estágio nos anos iniciais se realizou na escola CESBI. As observações ocorreram no
período de 14 de setembro a 11 de novembro de 2010. Teve como objetivo analisar a
realidade das instituições de educação dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, fazendo
observações no campo do estágio, participando das atividades de salas de aula, identificando
os desafios, refletindo sobre a prática docente para provocar o reconhecimento e a
incorporação de um referencial teórico - metodológico que contribuísse para a elevação de
uma práxis pedagógica consequente que transformasse o ato educativo em possibilidade real
de intervenção e construção da realidade.
O estágio foi realizado em uma sala do 1º ano, turma F, turno vespertino composta
por33 alunos, tendo entre 06 e 08 anos de idade. Conforme informação da professora e análise
documental, 02 crianças foram transferidas e 01 desistente. Durante as observações ficou
visível que o número de crianças conforme os gêneros oscilavam durante a semana. É uma
turma diversificada, pois é composta por crianças peruanas e brasileiras, onde predomina a
segunda.
A sala disponibiliza de 29 cadeiras com tamanhos específicos para as crianças; 02
ventiladores de parede, mas pelo fato do pavilhão ficar em um lugar alto e não haver
vegetação suficiente acaba sendo muito quente, isso conforme o tempo proporcionado; 01
quadro; 02 mesas e 01 cadeira para a professora. O espaço físico da sala é menor do que a de
educação infantil. Não é climatizada. As paredes estão com as pinturas desgastadas e riscadas
pelas crianças. Possui 04 fluorescentes. Estas iluminam bem a sala. Contem duas janelas, por
onde entram iluminação solar e a brisas frescas quando o tempo esta ameno.
A professora quando precisa dos materiais didáticos vai até a sala do gestor buscar.
Esta utiliza conforme as atividades realizadas. Os materiais didáticos consistem em: EVA,
cola, cartolina. A escola disponibiliza de recursos didáticos como TV, gravador, DVD, Data-
Show, e dentre outros. A sua utilização consiste em reservar alguns dias antes, pois não há o
suficiente para suprir a necessidade de todos.
A organização da sala de aula dá-se através das cadeiras enfileiradas de frente para o
quadro. As paredes não possuem ilustrações, pois conforme explicação da professora, as
figuras que tinham foram retiradas após o temporal que deu na cidade e que destelhou a
escola, levando, por conseguinte, a grandes prejuízos.
As crianças se relacionam de forma agradável, é obvio que sempre há atritos entre os
mesmos, mas é incrível a capacidade de reconciliação entre eles. Estas são seres sem
remorsos, ódio, é completamente diferente dos adultos.
Conforme observações não foi possível verificar se as crianças se envolvem em
alguma brincadeira, pois a professora no período em que me encontrava na sala, não elaborou
nem uma atividade lúdica com fins educativos. Apenas cumpre o que esta no plano que
consiste em atividades no quadro voltado as disciplinas de Língua Portuguesa, matemática,
geografia, história e dentre outras conforme os horários.
A metodologia de ensino segue sempre a mesma sequência: escreve-se o assunto no
quadro branco, pede para as crianças escreverem em seus cadernos, os que não conseguem a
professora pede os cadernos e passa atividade para que estes desenvolvam na sala ou em casa
com a ajuda dos pais.
Tivemos grande participação nas atividades desenvolvidas pela professora, estas
consistiram em tarefas nos cadernos, e sempre escrevia palavras carinhosas para incentivar as
crianças, quando eles viam um coração ou uma estrela ao lado da atividade corrigida
mostravam imediatamente aos colegas com muita alegria e pediam para que eu lhes passasse
mais atividades para o outro dia.
A sala de aula era superlotada e algumas vezes os conteúdos trabalhados pela
professora não favorecia o aprendizado das crianças. A turma era composta por 33 alunos,
sendo que uns cinco não conseguem acompanhar as aulas.
Sempre tivemos livre acesso em colaborar com a professora. Estamos pedia para
escrever no quadro a atividade do dia, escrevíamos o conteúdo e desenhávamos algumas
figuras relacionadas com o mesmo no objetivo de promover a melhor compreensão por parte
dos alunos. O interesse das crianças aumentava e ficavam mais atentos para o que a atividade
lhes pedia, e juntos corrigíamos a atividade no quadro, com a participação da professora da
turma.
As participações ativas nós proporcionaram contribuir com a professora foram em
passar tarefas no caderno para as crianças responderem e trazerem no outro dia; acompanhar
as mesmas no momento da merenda e no intervalo. A turma não se diferencia das demais
salas de aulas, tem crianças agitadas e as quietinhas. No caso em que as crianças se excedem
nas travessuras a professora pedia para que os pais viessem até a escola.
Portanto ficou perceptível que muito são os erros dentro do contexto de sala de aula, e
uma das que mais se destacaram foi à falta de compromisso, comodismo por parte da
professora em realizar atividades diferenciadas para possibilitar o processo de ensino-
aprendizagem com mais veemência das crianças pequenas. Com a realização da regência foi
possível superar qualquer barreira de dificuldade, possibilitando através de uma aula lúdica o
envolvimento e o engajamento das crianças na aula desenvolvida. Conforme o sub tópico a
seguir será discorrido à forma como a aula foi realizada.
2.3.2 Regência Supervisionada
Figura 13 Imagem de um banheira
Fonte: Marcela Lima Tenório– 2010
A realização da regência é um dos requisitos obrigatórios na formação do pedagogo.
Mediante a esta exigência a regência supervisionada realizou - se no dia 09/11/2010,
iniciandoàs13h. Teve como objetivo compreender a importância e os benefícios que a higiene
corporal proporciona ao desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social das crianças
pequenas enquanto sujeitos em formação.
A temática trabalhada foi de cunho higiênico, abordando especificamente Higiene
Corporal, pois é um assunto que deve ser trabalhado dentro da escola para se explicar aos
alunos a sua importância, finalidade e o processo de higienização corporal dentro e fora da
escola.
Sabe-se que são vários os tipos de higiene, e todas são de suma importância no
desenvolvimento da saúde humana. A higiene corporal exerce grande influência sobre o
indivíduo, principalmente sobre sua saúde, sua capacidade de trabalhar, estudar e de se
divertir. Esta temática justificou-se pelo fato de ser um dos fatores importantes que
contribuem no processo de desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social da criança, pois
se esta não se higieniza de forma correta, corre o risco de ficar com sérios problemas de
saúde, influenciando por sua vez no processo ensino-aprendizagem.
A regência visou trabalhar as sete disciplinas ministradas no ensino fundamental. A
aula realizada ocorreu da seguinte forma: estagiária em sala de aula antes das professoras;
apresentação da estagiária e das regras; oração; músicas infantis; para introduzir a temática
houve apresentação de um monólogo simulado sobre a higiene, visando trabalhar a disciplina
de Ciências; após ocorreu apresentação de alguns objetos que usamos para fazer a higiene
corporal; ocorreram perguntas acerca dos expostos: a) Quem gosta de tomar banho, escovar
os dentes; b) Quem gosta de lavar as mãos antes de comer;
Na realização de atividades envolvendo as disciplinas, ocorreu a escrita dos tipos de
higiene corporal no quadro; leitura dos mesmos; trabalho rodado consistindo em marca com
um X, o objeto que usamos para escovar os dentes, estes voltados a Língua Portuguesa.
Após houve a preparação para o lanche e o cântico da Música meu lanchinho; levamos as
crianças para lavar as mãos, antes da merenda; Encaminhei as mesmas ao refeitório;
Ocorrendo o intervalo aproveitamos para fazer alongamentos e brincadeiras com as
crianças desenvolvendo assim a disciplina de Educação Física, estando intrínseca, a
caminhada de olhos abertos e fechados sem esbarrar nos colegas; caminhada sobre uma linha
reta dentro da sala de aula; Nas Atividades de Matemática houve a contagem da quantidade
de objetos que utilizamos para fazer a higiene corporal; solução de problemas com o
respectivo anunciado: o aluno depois de merendar, foi imediatamente escovar os dentes, mas
ao entrar no banheiro, viu que não tinha creme dental, o que fez: ( ) Deixou de escovar os
dentes; ( ) Pediu outro creme dental de sua mãe para escovar os dentes; (Solução de
problemas no quadro);
Na disciplina de Geografia ocorreram perguntas sobre os horários que fazem a
higiene corporal (Que horas tomam banho; escovam os dentes; lavam os cabelos; quem corta
as unhas.) após houve a realização de trabalho rodado que consistiu em marcar os tipos de
higiene corporal no caça palavras. Na matéria de História pediu-se para as crianças através de
conversa oral identificarem diferenças de como os alunos fazem a higiene corporal; com que
idade os mesmos começaram a fazer a mesma;
Por fim na disciplina de Artes pediu-se para que as crianças desenhassem livremente
sobre a higiene corporal. Para enfatizar a importância desta foi discutida oralmente
preconizando a saúde como um dos Temas Transversais. Para avaliar o desenvolvimento
das crianças ao longo da aula foram elaborados questionamentos como: a) O que entenderam
da aula; b) Se irão continuar fazendo a higiene corporal em casa, na escola?
Diante ao exposto, a realização da regência, nos possibilitou a efetivação das
atividades propostas no plano. Com o seu cumprimento foi possível proporcionar as crianças
pequenas a superação de algumas dificuldades enfrentadas, consistindo: no cumprimento de
regras; interação nas atividades; envolvimento saudável e obediente com a professora
estagiaria.
Ao longo da aula foi possível desenvolver atividades lúdicas como por exemplo:
apresentações de monólogos, músicas, dramatizações, usados como instrumentos para chamar
a atenção e facilitar no processo ensino-aprendizagem da temática abordada. Segundo
Queiroz:
É através do lúdico que ela abandona o seu mundo de necessidades e
constrangimentos e se desenvolve, criando e adaptando uma nova realidade a sua
personalidade. A infância é, portanto, um período de aprendizagem necessária a
idade adulta. É nesse momento que a brincadeira se torna uma oportunidade de
afirmação de seu eu.
As atividades lúdicas foram de grande relevância para proporcionar uma aula
diferente. As canções infantis serviram para integrar professor-aluno-aluno. Sua utilização
possibilitou movimentar o corpo, disponibilizando ter noção de equilíbrio, espaço, tempo,
contribuindo por sua vez, no desenvolvimento integral da criança.
Vale ressaltar que se faz necessário passar confiança e ter respeito com os alunos, pois
dessa forma é possível trabalhar qualquer atividade dentro de sala de aula. No decorrer da
mesma se alcançou a efetivação de todas as atividades, mas como sabemos nem tudo sai da
forma que queremos e comigo não foi diferente, pois os materiais didáticos que produzimos e
levamos conforme avaliações de minha orientadora foram parciais, e poderiam ter sido
melhores, mas consequentemente contribuíram no processo de aprendizagem das crianças. A
tendência é melhorar, pois nunca estive em uma sala de aula, como no período das minhas
observações e regências.
Portanto a efetivação desta regência veio contribuir na minha formação como futura
pedagoga, é obvio que o conhecimento não esta pronto e acabado, sendo que darei
continuidade para aderir mais experiências e conhecimentos para assim ser uma educadora
que faça a diferença no âmbito educacional.
2.4 E da experiência, o que ficou?
Os estágios e regências foram de suma importância no desenvolvimento teórico e
prático dos formandos em Pedagogia. A efetivação dos estágios nos possibilitou conhecer
parcialmente a realidade educacional que futuramente iremos esta inserida.
Como experiência é indispensável citar, que mediante as dificuldades enfrentadas no
cotidiano escolar, é possível sim trabalhar de forma diversificada e estratégica, basta que o
professor tenha compromisso, não seja acomodado em ir em busca de um novo fazer na
educação.
O processo educacional possui várias problemáticas, e o professor (a) mediante a esta
realidade não deve possibilitar que estes problemas assolem o processo ensino-aprendizagem
de nossas crianças. Devemos parar de reclamar e ir em busca de melhoras o mais rápido
possível para assim preconizar o desenvolvimento da educação de qualidade que tanto
almejamos.
Devemos ficar cientes que a escola se constrói através das contradições do seu
cotidiano, em que as situações, os problemas e as possíveis soluções devem abranger ações
deliberadas em conjunto. Contudo, devemos entender que os mecanismos de democratização
são fios condutores que possibilitarão uma relevância social, político e pedagógica porque
norteará o grande desafio que o atual sistema educacional exige para garantir ao alunado o
acesso, a permanência e o sucesso na escola.
Portanto construir é tornar-se um indivíduo mais informado com conhecimentos não
só nos conteúdos passados em sala de aula, mas, está a par do ―novo‖, do que acontece e se
evolui no mundo. Partindo daí, teremos alunos capazes de fazer projetos para seu próprio
futuro e quem sabe para a transformação da sociedade buscando novos meios de vida.
Aprendendo ser um indivíduo social e ser capaz de entender sua própria origem, entender o
meio em que vive compreendendo o avanço e o desenvolvimento da população, no qual a
Escola deve ser entendida como meio fundamental para si ter uma boa Educação.
3 O TEATRO: UM INSTRUMENTO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
O referido capitulo objetiva apresentar os resultados da pesquisa realizada durante as
disciplinas de Prática da Pesquisa Pedagógica intitulada como: O teatro: um instrumento
metodológico na educação infantil, a qual objetivou analisar o seu uso como instrumento no
processo ensino-aprendizagem das crianças de 04 a 05 anos do 1º ciclo, reconhecendo a
diversidade metodológica aplicada na educação infantil com ênfase o teatro e investigar as
influências do mesmo no desenvolvimento da criança nos seus aspectos cognitivo, físico,
afetivo e social.
O estudo deste tema tornou-se relevante por despertar no aluno interesse pela arte,
especificamente o teatro. A arte é um saber importante à formação do sujeito consciente,
reflexivo, autônomo e sensível à realidade devendo ser analisada em sua relação com o
processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil.
A escolha da temática deu-se pelo fato do teatro ser um dos instrumentos lúdicos que
visa desenvolver os variados aspectos das crianças pequenas inseridas na pré-escola. Fica
corroborado que as mesmas aprendem brincando, e com este intuito visou trabalhar a temática
ora citada, com o fim de proporcionar um ensino-aprendizagem de qualidade.
Para alcançar os objetivos da pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Educação
Infantil Francisco Chagas de Almeida uma pesquisa do tipo exploratória. Segundo Gonsalves
(2003) é aquela que se caracteriza pelo desenvolvimento e esclarecimento de idéias, com
objetivo de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira aproximação a um determinado
fenômeno que é pouco explorado. Este reforço tem como meta tornar um problema complexo
mais explícito ou mesmo construir hipótese mais adequada.
Destarte, a pesquisa se configurou como uma pesquisa de campo de natureza
qualitativa, onde buscou compreender e interpretar o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, ou seja, os elementos configurativos das práticas e do
imaginário social. Para Minayo (1994):
A pesquisa qualitativa responde as questões muito particulares. Ela se preocupa, nas
ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja,
ela trabalha com o universo de significados, motivos aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operalização de variáveis. (p.22)
Para atingir o objetivo do estudo em questão tornou-se necessário utilizar
procedimentos que favorecessem a obtenção de dados e informações que contribuíssem com o
desvendamento da realidade. Dessa forma foram desenvolvidos os seguintes procedimentos
metodológicos:
a) observação – participante: que visou observar a diversidade metodológica aplicada na
educação infantil com ênfase o teatro e as influências do mesmo no desenvolvimento das
crianças nos seus aspectos cognitivo, físico, afetivo e social. A observação girou em torno da
gestora (01), coordenadora pedagógica (01), professoras (04) e alunos (15).Conforme Neto
(apud MINAYO, 1993):
A importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de
situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez,
observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais
imponderável e evasivo na vida real.(p.60)
b) entrevista estruturada –realizada como quatro (04) professoras, quinze (15) alunos, um (01)
gestor e uma (01) coordenadora pedagógica. Segundo Lakatos e Marconi (2001,p.197)
enfatiza que neste tipo de entrevista o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada
situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais
amplamente a questão.
c) análise documental – que visou identificar cruciais informações nos documentos que
consiste no diário escolar das professoras e no caderno das crianças. Diz Ludke (1986, p.39)
que os documentos constituem também uma fonte poderosa de onde podem ser retiradas
evidências que fundamentem afirmações e declarações do pesquisador.
Para dar suporte teórico à pesquisa, esta teve como autores principalmente Japiassu
(2007), Abramovich (1997), Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997), Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (1988) e dentre outros.
Sendo assim, o capítulo está organizado em três momentos muito significativos para a
compreensão da trajetória e do resultado da investigação. Desta forma, primeiramente será
apresentado estudos e reflexões sobre o teatro e sua importância na Educação Infantil,
em seguida será realizada a caracterização do cenário e dos sujeitos da pesquisa para
conhecermos o contexto social, político, econômico e cultural, e por último serão expostos os
resultados e os discursos oriundos das coletas de dados da investigação científica, estes
proporcionadores da compreensão do objeto de estudo.
3.1 O teatro na Educação Infantil: concepções teóricas acerca de sua importância
No processo educacional o teatro é uma ferramenta de extrema precisão na verificação
do desenvolvimento motor e cognitivo de nossos alunos. O trabalho teatral é um dos
elementos primordiais, pois proporciona a interação, a relação criativa, criadora e
transformadora, também presente de outra maneira na educação.
Mediante a esta realidade pode-se corroborar que o teatro sendo uma brincadeira e
trabalhada pelos professores (as) com fins educativos, estase torna indispensável na formação
das crianças pequenas, vindo a possibilitar o desenvolvimento integral das mesmas. Através
deste mecanismo é possível favorecer o aprendizado de forma lúdica, interativa e consolidada.
A aprendizagem ocorre de forma mais sistemática e coesa.
Portanto, com fim de proporcionar mais informações em torno da importância do
teatro no processo ensino – aprendizagem das crianças, será discorrido nos sub tópicos a
seguir os seus conceitos até a importância da utilização do mesmo na prática pedagógica
dentro do contexto escolar e em especifico em sala de aula.
3.1.1 O teatro: conceito e origem histórica
Figura 14 Imagem de peça teatral.
Fonte Google13
O teatro é uma das formas que o indivíduo pode utilizar para demonstrar o que sente
e pensa. Ao longo da história este era usado como técnicas de espetáculos. O seu surgimento
deu-se na Grécia Antiga no século IV a.C., referindo-se às primeiras sociedades primitivas
13
Todas as imagens apresentadas no tópico 3.1 foram retiradas do site WWW.imagensteatrais.com.br, com
propósito de demonstrar as formas teatrais existentes. Acessado em novembro de 2010.
que acreditavam nas danças imitativas como favoráveis aos poderes sobrenaturais para o
controle dos fatos indispensáveis para a sobrevivência.
A palavra teatro define tanto o prédio onde podem se apresentar várias formas de
artes quanto uma determinada forma de arte. O vocábulo grego Théatron estabeleceu o lugar
físico do espectador, ―lugar onde se vê‖. Entretanto este também é o lugar onde acontece o
drama frente aos espectadores, complemento real e imaginário que acontece no local de
representação.
Em seu desenvolvimento, o teatro passa a representar lendas referentes aos deuses e
heróis. Este é uma arte em que um ator, ou conjunto de atores, interpreta uma história ou
atividades, com auxilio de dramaturgos, diretores e técnicos, que tem como objetivo
apresentar uma situação e despertar sentimentos no público.
O teatro, expressão das mais antigas do espírito lúdico da humanidade, é uma arte
cênica peculiar, pois embora tome quase sempre como ponto de partida um texto literário
(comédia, drama e outros gêneros), exige uma segunda operação artística: a transformação da
literatura em espetáculo cênico e sua confrontação direta com uma platéia.
Pode-se ocorrer várias formas de apresentações teatrais, existem representações
mudas (a pantomima, o teatro de bonecos), ou improvisadas (a commedia dell arte), que
eventualmente prescindem de um texto literariamente construído.
Em Antenas, o teatro era instituição pública organizada e custeada pelo estado. As
representações inseriam-se no calendário, ligadas às grandes festas nacionais. Havia estreita
interdependência entre dramaturgia e cenografia assim como um profundo acordo entre poeta
e público. A arte, expressão de toda uma civilização, tinha função cívica.
No Império Romano, os registros das manifestações teatrais surgiram em torno da
igreja oriental bizantina, sediada em Constantinopla (posterior Istambul), perderam quase
completamente, após a invasão dos turcos.
No teatro medieval, a cultura popular, dava-se com seus artistas ambulantes,
acrobatas, malabaristas e menestréis espalhados por toda a Europa, preservou habilidades
remanescentes do mimo romano e somou-as às festas pagãs agrícolas e outras tradições
folclóricas. Inaugurou-se a divisão entre teatro popular e literário.
Esta arte surgiu como um suporte também para a pedagogia grega, juntamente com a
noção histórica de sua democracia. O teatro (palavra que significava para os gregos um lugar
aonde iria se ver, vislumbrar algo) é tratado como uma grande arte, um grande evento, lugar
onde os gregos antigos iriam aprender um pouco mais de suas tradições ancestrais, unindo-os
por meio das fantásticas narrativas de seus mitos. O teatro também surgiu para a humanidade
como:
Uma síntese de elementos artísticos e não de artes. O cenário, por exemplo, se utiliza
da arquitetura e também da pintura, mas não se contem nesta ou naquela arte, o
teatro forja a sua própria especificidade, e dentro dela se movimenta livremente,
chegando a soluções inéditas. (MAGALDI, 1991)
Devemos entender que o teatro é uma força milenar que pode contribuir com o
processo de aprendizagem, prescrever algo positivo que levará, naturalmente, nossos alunos a
uma reflexão, além de aperfeiçoar o trabalho cognitivo (do conhecer, apreender), contribuindo
para consolidar novas práticas no processo de aprendizagem.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997) frisa que o individuo
ao participar de atividades teatrais, tem a oportunidade de se desenvolver dentro de um
determinado grupo social de maneira responsável, legitimando os seus direitos dentro desse
contexto, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo, aprendendo a ouvir, a acolher
e a ordenar opiniões, respeitando as diferentes manifestações, com a finalidade de organizar a
expressão de um grupo.
Com este propósito é perceptível que o teatro pode ser trabalhado dentro das escolas
públicas, esta realidade é uma combinação possível. Basta que os professores e os demais
segmentos que formam a escola contribuam neste processo. Assim, será possível comprovar
logo abaixo que é possível trabalhar o teatro dentro de qualquer instituição.
3.1.2 O teatro e a escola: uma combinação possível
Figura 15: Imagem de teatro na escola
Fonte- Google
Os docentes das escolas públicas têm como um dos papeis primordiais na formação
dos educandos, propiciar condições para que os alunos aprendam com mais eficácia e se
desenvolvam de forma integral, orientando-os e descobrindo as suas múltiplas capacidades,
pois:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com
os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança e o acesso pelas
crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998, p.23)
A partir do momento que os professores usarem o teatro como uma metodologia estes
perceberão que as crianças desenvolverão capacidades de apropriação e conhecimentos, sendo
que:
Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de
apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais,
estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e
saudáveis. (Referencial curricular nacional para a educação infantil, 1998, p.28)
O teatro tem possibilidades de ser trabalhado dentro de qualquer instituição de ensino
público em Benjamin Constant, independente de ter recursos ou não. Há condições de se
elaborar trabalhos teatrais solicitando que as crianças tragam de casa materiais que não usam
mais, como por exemplo: meias, canudos, palito de fósforo, livros, papelão, roupas velhas e
dentre outros com o intuito de produzir bonecos para fantoches, roupas para se apresentar
conforme as dramatizações, construção de cenários e etc. Envolvendo as crianças neste
processo facilita o desenvolvimento social, emocional, cognitivo e motor, pois conforme o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):
A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e
cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender
com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando
suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se
cada vez mais seguras para se expressar, podendo aprender, nas trocas sociais, com
diferentes crianças e adultos cujas percepções e compreensões da realidade também
são diversas.
Para se desenvolver, portanto, as crianças precisam aprender com os outros, por meio
dos vínculos que estabelecem. Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras
pessoas, sejam elas adultas ou crianças, elas também dependem dos recursos de cada criança.
Dentre os recursos que as crianças utilizam, destacam-se a imitação, o faz-de-conta, a
oposição, a linguagem e a apropriação da imagem corporal. Como salienta Vygotsky (apud
JAPIASSU,2007.p.17):
As crianças ao participar da atividade criadora no faz-de-conta mantém uma ―[...]
realização [..] criadora do novo‖. Ele explica que existem duas modalidades básicas
de impulso na conduta tipicamente humana: o impulso reprodutor ou reprodutivo e o
impulso criador ou combinador. O primeiro está vinculado à memória e o segundo
relacionado à criatividade.
Como é possível verificar o professor usando o faz-de-conta em sala de aula,
possibilita o desenvolvimento do imaginário e a criação de algo novo por parte da criança.
Fica visível que é só pela atividade criadora que as mulheres e os homens podem projetar-se
no futuro e transformar o presente. A essa função psicológica superior, baseada na
combinação voluntária de dados da memória – e que manifesta nos estados de vigília –
denomina-se imaginação ou fantasia.
O teatro no processo de formação da criança cumpre não só função integradora, mas
dá oportunidade para que ela se aproprie critica e construtivamente dos conteúdos sociais e
culturais de sua comunidade mediante trocas com seus grupos. No dinamismo da
experimentação, da fluência criativa propiciada pela liberdade e segurança, a criança pode
transitar livremente por todas as emergências internas integrando imaginação, percepção,
emoção, intuição, memória e raciocínio, no entanto:
A criança ao iniciar o ciclo básico, está na idade de vivenciar o companheirismo como um processo de socialização, de estabelecimento de amizades. Compartilhar
uma atividade lúdica e criativa baseada na experimentação e na compreensão é um
estimulo para a aprendizagem. (Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte⁄ Secretaria
da Educação Fundamental, 1997, p.85)
Sendo a imaginação um dos instrumentos que possibilita a função integradora e
critica das crianças, fica confirmado que os processos criadores infantis ocorrem
essencialmente por meio da brincadeira do faz-de-conta, porque, ao fazer-de-conta, os sujeitos
reelaboram as experiências vividas, edificando realidades imaginárias de acordo com seus
desejos, necessidades e motivações.
O teatro tem como fundamento a experiência de vida: idéias, conhecimentos e
sentimentos. A sua ação é a ordenação destes conteúdos individuais e grupais. A partir do
momento que o professor usa o teatro como método para aguçar o interesse da criança pela
aprendizagem, ela usará a sua imaginação e fantasia para dramatizar o que está pensando e
sentindo. A criança na pré-escola tem facilidades de representar personagens, pois usa da sua
criatividade para criar e recriar.
A criança pré-escolar brinca de ‗representar personagens‘ vestindo roupas reais. A
adolescente pensa sobre opções e possibilidades, imaginando-se em diferentes
papéis, indo ou não para a faculdade, casando ou não casando, tendo filhos ou não.
(BEE, Helen. A criança em desenvolvimento, 1996.p.22)\
É fantástico o poder de criação das crianças, pois agindo dessa maneira, desenvolverão
várias habilidades que serão imprescindíveis no seu processo educacional e pessoal. Segundo
os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997), o ato de dramatizar está potencialmente
contido em cada um, como uma necessidade de compreender e representar uma realidade.
A dramatização é uma das atividades que proporciona ao professor, analisar as
manifestações espontâneas do aluno. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: de Arte
(1997):
A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação
espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de
interação e de promoção de equilíbrio entre ela e meio ambiente. Esta atividade
evolui do jogo de regras, do individual para o coletivo. (p.83)
O jogo do faz-de-conta, em suas formas iniciais, é totalmente improvisado ao sabor
da imaginação dramática da criança, o espetáculo teatral, embora também necessite da
espontaneidade, da improvisação e da intenção, resulta de um processo de criação e
construção intencional, exigindo domínio da linguagem especifica que só se completa com a
presença do público.
Em cima desta realidade é imprescindível citar que uma das técnicas de aprendizagem
das mais significativas dos últimos anos chama-se dramintegraçâo, uma técnica
sensibilizante, em que vários exercícios são propostos para potencializar nosso aluno na
―descoberta‖ de seu corpo como elemento criativo (BIANCHI, 1984). Uma de suas bases é o
movimento livre, em que cada um desenvolve sua maneira de gesticular, andar, levantar-se,
olhar, agachar-se. Enfim, há uma infinidade de gestos e atitudes que podem levar tanto o
professor quanto o aluno a descobrir-se dentro de si mesmos, valorizando sua gestualidade e a
partir dela criar novos mecanismos de atuação pedagógica.
Portanto o aluno que promover a criatividade, a criação e a apreciação artísticas na
escolarização significa estimular o desenvolvimento de uma atuação tipicamente humana, que
vai auxiliar a criança a entender melhor sua condição de ser criador, simbólico, cultural,
histórico, em processo permanente de (co) laboração social. Vindo possibilitar através da
imaginação, a resolução e solução de qualquer problema. Conforme os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Arte (1997), um aluno que exercita continuamente sua imaginação
estará mais habilitado a construir um texto, a desenvolver estratégias pessoais para resolver
um problema matemático.
O teatro é um mecanismo que pode contribuir de forma exuberante no
desenvolvimento integral da criança. A educação infantil sendo o primeiro nível de educação
básica deve por obrigação trabalhar o mesmo no contexto escolar. Principalmente no que
consiste no cumprimento dos amparos legais que norteiam o mesmo. Enfim, no sub tópico
seguinte será abordado com mais exatidão a ligação da educação infantil com o teatro.
3.1.3 A educação infantil e o teatro
Figura 16: Imagem de teatro para crianças
Fonte–Google
São vários os conceitos para a educação, mas segundo Luzuriaga (1990), é a influência
intencional e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo.
Significa também, a ação genérica, ampla, de uma sociedade sobre as gerações jovens, com o
fim de conservar e transmitir a existência coletiva.
A educação é um dos elementos fundamentais para a formação do individuo, pois
segundo Brandão (2001) não há uma forma única nem um único modelo de educação; a
escola não é o único lugar onde ela acontece. Observa-se de imediato que a educação pode ser
tanto formal quanto informal. A escola juntamente com os demais segmentos que a formam é
um aparelho onde viabiliza a iniciação e solidificação do conhecimento dos indivíduos,
preparando-os para seu futuro processo de formação.
Todos os seres humanos têm direito à educação, independente de cor, raça, sexo, etnia
e situações financeiras, pois como estabelece a Constituição Federativa do Brasil (1988),a
educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com
a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Para propiciar o pleno desenvolvimento dos alunos, à escola juntamente com o seu
corpo docente e os demais segmentos devem ser pesquisadores e dinâmicos para juntos
proporcionarem a educação de qualidade e vale ressaltar a importância de estarem aptos aos
processos de mudanças que vem ocorrendo paulatinamente no ramo da educação.
Para que ocorra a educação de qualidade, os professores de qualquer instituição devem
utilizar metodologias diversificadas para despertar no aluno o interesse e o estimulo na arte de
aprender, principalmente na educação infantil que consiste na base da educação de qualquer
individuo. O uso do teatro é imprescindível na arte de aprender, pois contribui através de seus
trabalhos teatrais o desenvolvimento integral das crianças pequenas.
A Educação Infantil, no Brasil, é reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional como a primeira etapa da Educação Básica. A legislação expressa à
necessidade de as crianças terem tempo e espaço físico que propiciem condições educativas,
estimuladoras de suas capacidades e potencialidades. Os pilares da Educação Infantil buscam
acompanhar as crianças e propiciar estratégias para seu desenvolvimento integral,
organizando-se em três aspectos fundamentais: cuidar, educar e brincar.
As propostas pedagógicas para as instituições de educação infantil devem promover,
em suas práticas de educação e cuidados, a integração entre os aspectos físicos, emocionais,
afetivos, cognitivo – linguísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser total,
completo e indivisível. Dessa forma, ser, sentir, brincar, expressar-se, relacionar-se, mover-se,
organizar-se, cuidar-se, agir e responsabilizar-se são partes do todo de cada indivíduo, menino
ou menina, que desde bebê vão, gradual e articuladamente, aperfeiçoando esses processos nos
contatos consigo mesmos, com as pessoas, as coisas e o ambiente em geral.
As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil propõe que todos os
conhecimentos, como o espaço, tempo, comunicação, expressão, a natureza, e as pessoas
devem estar articuladas com os cuidados e a educação para a saúde, a sexualidade, a vida
familiar e social, o meio ambiente, a cultura, as linguagens, o trabalho, o lazer, a ciência e a
tecnologia.
Os diversos trabalhos sobre educação, especialmente os do filósofo suíço Jean Piaget,
são unânimes em considerar que os primeiros anos de vida de uma criança são muito
importantes para seu desenvolvimento físico, emocional, social e mental. É dentro desse
momento que se insere o período de escolaridade correspondente á pré-escola,
respectivamente dos 04 aos 06 anos, quando ela tem, então, oportunidade de desenvolver suas
potencialidades, preparando-se e despertando para a vida.
Sônia Kramer (2006) retrata que a pré – escola serve para propiciar o desenvolvimento
infantil, considerando os conhecimentos e valores culturais que as crianças já têm e,
progressivamente, garantindo a ampliação dos conhecimentos, de forma a possibilitar a
construção de autonomia, cooperação, criticidade, criatividade, responsabilidade, e a
formação do auto – conceito positivo, contribuindo, portanto, para a formação da cidadania.
Ao ingressar na escola, a criança transpõe o limiar da família e passa a conviver com
pessoas de sua idade, descobrindo, à sua maneira, novos valores, novas experiências, que vêm
enriquecer a sua própria e com as quais a compactuar. Essa socialização dá-lhe confiança em
si, adaptabilidade e rendimento intelectual. Para muitas o convívio social proporcionado pela
escola oferece possibilidades que a família raras vezes tem condições de propiciar.
Portanto a educação infantil é uma etapa onde deve ser aproveitada para se trabalhar o
teatro no processo ensino-aprendizagem das crianças, vindo sem sombra de dúvidas contribuir
no desenvolvimento e amadurecimento dos variados aspectos das crianças ora citada. O
acesso a arte nos possibilita abrir novos horizontes, conhecer caminhos obscuros e desvendar
mistérios que assolam nossas vidas. O ato de ser, fazer e não apenas ter é uma contribuição
preponderante que o teatro possibilita a emancipação humana. Sua utilização nos prepara para
sermos sujeitos autônomos, críticos, criativos e acima de tudo esta aptos na resolução de
qualquer problema.
3.1.4 Prática pedagógica e teatro infantil
Figura 17: Imagem dos tipos de teatro: vara, dramatização e fantoches.
Fonte– Google
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1988), salienta que o
professor ao trabalhar o teatro no contexto de sala de aula possibilitará a realização do faz-de-
conta por parte das crianças, vindo a aprenderem a agir em função da imagem de uma pessoa,
de uma personagem, de um objeto e de situações que não esta imediatamente presente e
perceptível para elas no momento, e que evocam emoções, sentimentos e significados
vivenciados em outras circunstâncias.
Quando a criança brinca de faz-de-conta ela tem a capacidade de fazer
representações, de imitar e comunicar.
Ao brincar do faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e
comunicar de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que
um lugar ‗faz-de-conta‘ que é outro. (Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil, 1998.p.23)
Através do faz-de-conta, as crianças desenvolvem a linguagem.
Quando utilizam à linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua
identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando
suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou
personagens. (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 1998.p.23)
Os jogos teatrais podem ser usados pelos professores como instrumento
metodológico para despertar na criança o gosto pela representação.
Através dos jogos teatrais, os alunos podem ser alfabetizados na linguagem da
representação dramática, ao mesmo tempo em que aprendem a fazer a leitura das
cenas de teatro, que nascem na ação improvisada, através da contínua interação entre
palco e platéia [...] (KOUDELA, Ingrid Dormien. A nova proposta de ensino do
teatro).
O professor tem o papel fundamental na realização das atividades teatrais, pois ele é
mediador para despertar na criança o prazer pela arte.
O papel do professor é fundamental, pois ele funciona como mediador, trazendo
para a sala de aula questões sobre a Arte, fazendo com que as crianças interajam
com ela, seja apreciando estética e criticamente, seja conhecendo sua história e
também produzindo arte. (CAVALCANTI, Zélia. Arte na de aula, 1995.p.63).
Conforme Cavalcanti (1995) a presença do professor é importante para informar as
crianças sobre soluções técnicas adequadas ao que se propõe fazer. O ser humano que não
conhece arte é limitado, sem criatividade.
O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem limitada,
escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da
sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos
gestos e luzes que buscam o sentido da vida. (Parâmetros Curriculares Nacionais:
Arte/ Secretaria da Educação Fundamental. 1997.p.21).
A arte propicia a criança conhecimentos, descobertas e perspectivas sobre o mundo
através da dimensão poética a qual esta presente.
O conhecimento da arte abre perspectiva para que o aluno tenha uma compreensão
do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível
transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referencias a cada
momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a
flexibilidade é condição fundamental para aprender. (Parâmetros Curriculares
Nacionais: Arte/ Secretaria da Educação Fundamental. 1997.p.21).
O teatro pode ser caracterizado como instrumento de motivação, sendo que os
professores devem usar métodos para que os alunos interajam de maneira entusiasmatica do
que esta sendo exposto.
Com base no que foram salientadas, as atividades programadas na pré – escola não
deve, pois, perder de vista as necessidades e os interesses das crianças, sempre ávidas para
explorar, experimentar, colecionar, perguntar e aprender. Todas as crianças trazem de casa
seus conhecimentos, e dentro da escola serão sistematizados.
Tratando-se do teatro no nível da Educação Infantil pode-se trabalhar o teatro de
fantoches, teatro de vara, apresentações de peças teatrais, contagem de histórias infantis e
dramatizações das mesmas e o teatro de sombras, e dentre outros.
Conforme Pitanga (1990), defini o teatro de fantoches como elemento rico de
possibilidades artísticas e criadoras. Por sua extrema rigidez, está impossibilitado de te
contrações faciais, falar e caminhar naturalmente. Está morto. A impossibilidade para a vida é
que o torna, entretanto, hábil para se transformar no propulsor da fértil imaginação infantil. A
criança obriga-se com isso a dizer o que não foi dito, a imaginar o que foi apenas sugerido.
No fantoche tudo é sumário, reduzido, sintético. Dá-se um ponto de apoio para que a criança
teça a seu bel prazer, uma rede ofuscante de fantasia, em torno desse ponto.
O fantoche é um elemento rico de possibilidades nas mãos de um manipulador. Mais
do que qualquer outro boneco, ele é ágil, rápido, expressivo. A sua utilização pelas crianças
proporcionará aguçar a sua imaginação e contribuirá no processo de construção.
Não é difícil fazer um fantoche, basta ter imaginação. Os bonecos podem ser feitos
em espuma, massa, cabaça, bola de isopor, cortiça, etc. Com esse material se faz à cabeça e as
mãos, pois o resto é de pano (roupa do boneco) que servirá para enfiar a mão manipulador
(luva).
O teatro de vara é bem mais simples que os fantoches, pois estes também conseguem
prender a atenção e mantém o interesse das crianças. Estes podem ser feitos de vara plana,
onde a gravura recortada em cartolina é presa á vara, ou de vara com volume, quase idênticos
ao fantoche só que neste caso é preso a uma vara, é mais simples de manipular e não tem
mobilidade na cabeça e braços.
O teatro de bonecos é fácil e não exigem técnicas complicadas, nem despesas de
materiais, os textos devem ser pequenos, lineares, fáceis de assimilar e de ensaiar. Não exige
muitas pessoas atuando. Até mesmo uma pessoa sozinha, com certo treino e habilidade,
consegue realizá-lo.
O teatro de sombra consiste na encenação de histórias por meio de sombras onde a
ação se desenvolve por trás de um pano, e a platéia assiste ao movimento das sombras.
Observa-se que o teatro tem suas utilidades para auxiliar no processo de formação dos
educandos.
Figura 18: Teatro de sombra
Fonte -Google
Por conseguinte, se observa que a arte é um saber importante à formação de sujeitos
conscientes, críticos, reflexivos, autônomos e sensíveis à realidade devendo ser analisada em
sua relação com o processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil.
Na arte identificamos elementos significativos de mediação entre a criança e o
mundo, através da percepção dos sentidos e da memorização dos significados.
O teatro como foi definido no decorrer da fundamentação teórica, é o ato de
dramatizar, imaginar, fantasiar, que envolve a vivência emocional, física, pessoal e social da
criança. Este é um jogo de atuação onde o individual e coletivo são constantemente analisados
visando uma interpretação e consequentemente uma significação das experiências de vida.
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que
caracteriza o modo particular de dar sentido as experiências das pessoas: por meio dele, o
aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação.
O teatro traduz-se em proporcionar condições metodológicas para que o aluno possa
exprimir-se subjetiva e individualmente. Conhecer significa conhecer-se a si mesmo; o
processo é fundamental o produto não interessa. Visto como ser criativo, o aluno recebe todas
as estimulações possíveis para expressar-se artisticamente. Esse aprender fazendo o
capacitaria a atuar cooperativamente na sociedade.
Portanto o teatro é de suma importância no processo de novas descobertas por parte
das crianças pequenas. A sua utilização possibilita o desenvolvimento cognitivo, afetivo,
motor e social. O professor é o principal mediador no desenvolvimento desta atividade, pois
bem trabalhado a criança se torna mais autônoma, critica, participativa e interativa no
processo ensino-aprendizagem.
3.2 Caracterizando o Cenário e os Sujeitos da Pesquisa
Foto 19: Imagem aérea do município de Benjamin Constant (BCT) – Fonte - Arquivo: Plano Diretor do
município-2007
a) O cenário da pesquisa
Benjamin Constant é um município criado em 29 de janeiro de 1898, ao ser
desmembrado do município de São Paulo de Olivença. Faz parte da Microrregião do Alto
Solimões14
, no sudoeste amazonense, a margem direita da zona fisiográfica Solimões -
Javari, distanciando-se da capital do Estado por 1.118km em linha reta e por 1.628km em
via fluvial.
Com uma área de 8.793 km² que corresponde a 0,5598% do Estado, 0,2282% da
região e 0, 1035% de todo o território brasileiro, o município tem 72,58% de suas terras
comprometidas com terras indígenas e unidades de conservação e 74,3km2com Assentamento
Federal (Crajari), além de possuir porção significativa dentro da faixa de fronteira. Limita-se
ao norte com a República do Peru e Tabatinga; ao sul com Ipixuna e Eirunepé; a leste com
São Paulo de Olivença e Jutaí; e a oeste como o município de Atalaia do Norte.
14
A Mesorregião do Alto Solimões compreende os municípios de Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin
Constant, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tonantins, Jutaí e Fonte Boa, os quais
totalizam 213,28 mil quilômetros quadrados. A maior extensão territorial é do Município de Atalaia do Norte,
com 76.687km2 e a menor é do Município de Tabatinga, com 3.239km2.
O município é constituído por comunidades rurais – ribeirinhas e pela sede⁄cidade. A
cidade que corresponde à zona urbana tem cinco (05) bairros: Centro, Coimbra, Colônia, Bom
Jardim e Umarizal. Estese localiza na zona oeste de Benjamin Constant. Seus primeiros
habitantes foram os índios Bitota (Peruano) Eduardo Sumaeta e Cristóvão Montes que vieram
do sul do Peru, Cordilheira dos Andes no ano de 1878. Foram eles que construíram as
primeiras moradias e fizeram uma grande plantação de Umari.
Os índios Bitota anos mais tarde abandonaram este local e foram para o lugarejo
Oriente. Com isso passaram a morar os habitantes como o casal Maria Serafina Ruiz Comapa
e Simão Ijuma Paredes, os mesmos tiveram vários filhos, mas apenas um filho de Simão
Ijuma reside até hoje no bairro Umarizal e sobrevive da agricultura.
No bairro morava outra habitante chamada Delícia Abensur onde construiu um
barracão comercial, ficando como proprietária do lugar. Como na época havia uma grande
quantidade de árvores de umari, os moradores ficaram impressionados e passaram a chamar a
localidade de Umarizal dando origem ao Bairro.
Os tipos de moradias existentes na época eram de pachiúba coberta de palha. Os
moradores mais antigos do bairro foram João Bento, Apolinário Ipuchima, Augusto Jean
Simão Ijuma, Emilio Tapudima e Manoel Ordones.
Atualmente os eventos promovidos no bairro consistem em: Carnaval de rua; Arraial
do PROJAC; Novenário e Arraial de São Francisco; Ensaios do Boi-Mangangá, e dentre
outros.
No bairro existem: Conjunto Habitacional do Amazonas - Cohabam, Conjunto
habitacional Sagrado Coração de Jesus, Igreja Católica de São Francisco, Igreja da Santa Cruz
Ordem Cruzada, Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Igreja Evangélica Fontes de Vida,
Centro Social Irmão Sol, Casa da Mãe Gestante, Casa de atendimento Prótese Dentária, Casas
que produzem vinho de açaí, Casa para a produção de farinha de mandioca, Rádio
Comunitária Nova Onda FM, Comércios, Bares, Danceteria, Hospedarias, Movelarias,
Serraria, Bancas de gasolina, Salão de Beleza, Lanchonete, Bazar, Padarias, Oficinas
mecânicas, Associação dos Produtores Rurais, Escola Particular, PROJAC — Projeto
Jacarezinho, Escola Municipal Cosme Jean e o referido Centro Municipal de Educação
Infantil Francisco Chagas de Almeida.
O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma
instituição de ensino regular situada na Rua Sérgio Ferreira, no bairro Umarizal, na área
urbana do Município de Benjamin Constant – Amazonas. Fundada no ano de 1977, sendo que
na época foi construída de madeira compreendendo (03) três salas de aula para oferecer um
ensino de 1ª, 2ª e 3ª série nos turnos matutino e vespertino contando com um quadro de (06)
seis professores.
No ano de 1985, esta foi reconstruída em alvenaria, porém com a mesma estrutura da
anterior. Neste mesmo ano foi oficializada como uma instituição de ensino em (31) trinta e
um de outubro na administração do prefeito Alcino de Almeida Castelo Branco através do
decreto de nº. 088/85. Em 1988, na gestão do prefeito João Corrêa de Oliveira esta foi
reformada e ampliada compreendendo (06) seis salas de aula, (01) uma cozinha, (01) uma
secretaria/diretoria e (01) uma sala de leitura, nesta época ofereciam alfabetização e o Ensino
Fundamental de 1ª a 4ª série. O nome deu-se em homenagem ao professor estadual e ex-
prefeito Francisco Chagas de Almeida.
Com o aumento da demanda de alunos por conta do crescimento e desenvolvimento do
bairro, na administração do prefeito José Amauri da Silva Maia, no ano de 2003 ampliou-se
mais (04) quatro salas de aula, sendo que uma delas foi destinada para o laboratório de
informática, pois foram instalados (05) cinco computadores bem como ares-condicionados em
todas as salas da escola, mas até hoje não funcionam porque a subestação não suporta a
sobrecarga quando todos estão ligados, muito embora se apresente em bom estado de
conservação. As salas de aula são bastante pequenas tornando-se um espaço antipedagógico.
Até o ano de 2007 a escola oferecia Ensino Fundamental de 1ª a 6ª série e a modalidade de
Educação de Jovens e Adultos – EJA – perfazendo um total de 760discentes distribuídos nos
turnos matutino, vespertino e noturno. Atualmente a escola foi transformada em um Centro de
Educação Infantil e atende crianças de 04 (quatro) a 05 (cinco) anos de idade que estão na 2º
etapa da Educação Infantil, a pré-escola e também atende pessoas com necessidades
educacionais especiais.
O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma
instituição que oferece Educação infantil e especial. Em 2009teve trezentos e dez (310)
alunos, sendo cento e trinta e oito (138)no turno matutino e cento e cinquenta e um (151) no
vespertino. Destes vinte e nove (29) frequentaram a educação especial.
Os alunos em sua maioria são de famílias pobres, e trabalhadoras. No decorrer das
observações ficou perceptível que os mesmos gostam de estudar, pois conforme entrevista
com 15 alunos foi possível observar que estes estudam pelo fato de quererem proporcionar
um futuro diferente as suas famílias, possibilitando arranjar um trabalho para sustentar e
manter as mesmas.
A escola dispõe da seguinte estrutura:
TABELA 2 Aspecto físico do Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de
Almeida
Dependências Quantidade
Salas de aulas 07
Biblioteca -
Sala dos professores 01
Diretoria 01
Secretaria 01
Banheiros 03
Almoxarifado 01
Banheiro 05
Cozinha 01
Laboratório de informática 01
Pátio 01
Fonte: Centro Municipal Francisco Chagas de Almeida
A escola possuía vinte e nove (29) professores. Assim sendo, (09) nove professoras
possui Curso Superior em Pedagogia, Normal Superior, Geografia e Ciências; (14) quatorze
professores estão cursando Nível Superior e somente (06) seis professores têm Ensino Médio.
A gestora é graduada em Letras, especializada em Literatura, Gestão da educação e Língua
Portuguesa e em Educação Inclusiva. A coordenadora pedagógica é graduada em Pedagogia e
especializada em Gestão.
Os sujeitos que formam o corpo docente, administrativo desta instituição apesar de
terem formações superiores nem todos tem compromisso com a qualidade de ensino do
Centro, pois há alguns professores que estão dentro do mesmo só pelo fato de receber um
salário, é lastimável, mas isto é uma realidade constante nas escolas publicas do nosso
município. Ficando perceptível a falta de professores responsáveis e compromissados no
processo de cuidar e educar as crianças pequenas.
No propósito de apresentar os dados coletados acerca da temática, será apresentado no
tópico abaixo as descrições dos mesmos consubstanciados à luz da teoria, a fim de
proporcionar uma boa leitura aos apreciadores.
3.3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Ao vivenciar a realidade educacional, observou-se que são vários os motivos para a
não utilização do teatro como instrumento metodológico na Educação Infantil.
As informações coletadas serão expostas e por meio desta será possível verificar o
que está acontecendo no processo ensino – aprendizagem na Educação Infantil ressaltando a
não utilização do teatro como um instrumento metodológico desta etapa de ensino.
3.3.1 As metodologias de ensino aplicadas na Educação Infantil
Ao longo das observações ficou visível que todas as professoras utilizavam
metodologias diversificadas e dinâmicas, porém constatou-se que o teatro não era utilizado
como instrumento metodológico na formação do educando.
No decorrer da pesquisa, ficaram perceptíveis que as professoras utilizavam vários
recursos didáticos, como exemplo o livro de historias infantis, este uma das fontes de riqueza
para se trabalhar a realização do teatro como instrumento metodológico na formação do
educando.
As historias infantis, podem ser trabalhada através de dramatização, apresentação de
fantoches, teatro de vara, teatro de sombra, e dentre outros, com o propósito de auxiliar no
desenvolvimento dos variados aspectos das crianças. Desta maneira, a partir do momento que
as professoras trabalharem os variados tipos de teatro, os alunos ficarão mais interessados e se
envolverão com mais exatidão no processo ensino-aprendizagem. Conforme Abramovich
(1997):
[...] é importante a contagem de historias na formação de qualquer criança, pois ao
ouvir, é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, e ser um leitor é ter um
caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. (p.16)
Destarte, o teatro é um dos instrumentos importantes para que os discentes venham
desenvolver o processo da leitura e da escrita, pois o ato de aprender brincando contribui com
mais acessibilidade no processo de aprendizado de qualquer pessoa. Como salienta Vygotsky
(apud JAPIASSU,2007, p.06):
A ludicidade e aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As
regras e a imaginação favorecem â criança comportamento além dos habituais. Nos
jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior do que a realidade, e isto,
inegavelmente, contribui de forma intensa e especial para seu desenvolvimento.
Mediante ao exposto a professora “A” é bem dinâmica, espontânea e criativa, as
metodologias utilizadas dentro da sala de aula são, pinturas, colagem de restos de materiais
como EVA, papel crepom, e dentre outros, sendo usados pelos os alunos para a realização de
trabalhos. Para envolvê-los com mais intensidade no processo ensino-aprendizagem, esta
conta histórias e os contagia cantando músicas infantis.
O interessante nesta professora, era a maneira como dominava a sala ao contar
historias infantis, pois esta colocava os alunos em circulo, e ao começar a contar a mesma,
iniciava com suspense e de forma cômica, no discorrer mudava a voz conforme os
personagens, fazia encenações, levando, por conseguinte os alunos a ficarem atentos, quietos,
curiosos e ao mesmo tempo ansiosos para saberem o desfecho.
A contagem de historias infantis é uma ferramenta que proporciona o
desenvolvimento do imaginário da criança, e esta não deve ser feita de qualquer forma. Ao
contá-la o professor (a) não deve pegar qualquer volume da estante para destrinchá-la e sim
contar uma historia que conheça e que tenha segurança, pois senão estes podem possibilitar
que as crianças não entendam o conteúdo da historia, as relações entre os personagens, e
correm o risco de proferir mentiras, preconceitos que afetaram na formação das crianças
pequenas. Segundo Alga Mariña Elizagaray (apud ABRAMOVICH, 1997,p.20):
O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração.
Tem que conduzir a situação como se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o
tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o tema.
Embasado nisso pode-se dizer que a professora ao contar a historia proporcionava o
envolvimento, encantamento, lia pausadamente, criava os intervalos, respeitava o tempo para
o imaginário de cada criança construir seu cenário, visualizando seus monstros, criando seus
dragões, adentrando pela casa, vestindo a princesa, pensando na cara do padre, sentindo o
galope do cavalo, imaginando o tamanho do bandido e outras coisas mais. Estando a docente
conforme Abramovich (1997) apta para proporcionar através da historia infantil o processo
ensino-aprendizagem, em especifico ensinando as crianças a escutar, a pensar e a ver com os
olhos da imaginação (p.23).
Para corroborar o uso de metodologias diversificadas, a professora constantemente
realizava imitações com a finalidade de as crianças descobrirem o que estava sendo feito,
possibilitando, por conseguinte o uso da imaginação, que segundo Vygotsky (apud
JAPIASSU,2007), ―[...] a imaginação – base de qualquer atividade criadora – se manifesta em
todos os aspectos da vida cultural abrindo oportunidades para a criação artística, cientifica e
técnica.‖ (p. 20)
A utilização de brincadeiras como: manuseio de vários objetos, jogo da estatua, jogo
da pata cega, e dentre outros, também era uma das metodologias da professora que tinha como
finalidade desenvolver o aspecto psicomotor, noção de equilíbrio e possibilitar a distinção de
variados objetos através do tato. As crianças em seus primeiros anos de vida devem
imprescindivelmente aprender brincando, pois segundo Jean Piaget (apud FERREIRA e
CALDAS, 2002) ―[...] são unânimes em considerar que os primeiros anos de vida de uma
criança são muito importantes para seu desenvolvimento físico, emocional, social e
mental‖(p. 11).
Ao fazer a análise documental no diário da professora, verificou-se que a mesma,
deixa desenhos no caderno e outras atividades como cobrir, por exemplo, para os alunos
realizarem em casa.
A professora comenta que um dos problemas enfrentados na sala, era que os pais das
crianças não ajudavam no exercício deixado para casa, sendo que às vezes os trabalhos de
alguns voltavam em branco.
Ao adentrar na sala da professora “B” observou-se, que a sala é bem decorada, e as
cadeiras e mesas são adaptadas para as crianças. Mesmo que a sala não esteja dentro dos
Parâmetros para Estrutura de Educação Infantil, o corpo docente com a gestão adapta os
materiais utilizados para as crianças com o fim de facilitar o processo ensino – aprendizagem.
Conforme a Revista Científica Eletrônica de Pedagogia (2007):
É importante frisar que, uma boa organização espacial e uma rotina significativa,
planejada e pensada de acordo com as necessidades das crianças favorecem, ainda, o
processo de socialização e autonomia. Quando o
ambiente é favorável, as relações entre adulto-criança e criança-criança tornam-se
mais frequentes, o que contribui para o processo de crescimento e desenvolvimento.
Mediante a esta realidade a professora antes de iniciar sua aula, verificava o plano,
após pedia para que os alunos fizessem um circulo, onde estes contariam o que fizeram no
final de semana, assim fizeram, foi muito interessante, pois, observa-se a interação entre
professor e aluno, este de suma importância no processo ensino-aprendizagem das crianças.
Logo em seguida foi feito um trabalho de colagem com restos de materiais como: EVA, papel
crepom e dentre outros com a finalidade de realizar o mesmo.
No decorrer da aula, a professora contou a historia do Chapeuzinho Vermelho, as
crianças ficaram quietinhas para ouvi-la, lástima, é saber que a docente não aproveitou o
momento para utilizar o teatro como instrumento metodológico para aguçar ainda mais o
interesse da criança pelos estudos.
Não obstante, observou-se a professora “C‖. Esta utilizou músicas e contou historias
como de Alice no país das maravilhas, os alunos ficaram inquietos e curiosos, querendo saber
o final da história.
Mas o triste é observar que a professora deveria ter aproveitado esse momento para
envolver os alunos na criação de uma dramatização para verificar a capacidade de assimilação
e o uso da imaginação das mesmas no ato de dramatizar. Segundo o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (1998):
Ao brincar de faz-de-conta as crianças buscam imitar, imaginar, representar e
comunicar de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa
pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal que
um lugar ―faz-de-conta‖. (p.22)
É visível que o faz-de-conta proporciona o desenvolvimento do imaginário da
criança. A professora também utilizava trabalhos ou desenhos mimeografados sobre os
personagens da historia como a de Alice. Nestes desenhos as crianças faziam colagem com
restos de papel emborrachado, EVA, papel crepom, etc.
Observou-se que suas metodologias são bem diferenciadas, para comprovar, foi feito
a análise documental do seu diário escolar, contudo, verificou-se que os métodos aplicados
são pinturas, recortes, colagens, contagens de histórias infantis e outras atividades lúdicas.
Ao observar o caderno de um dos alunos, percebeu-se que a professora deixa vários
exercícios para casa, inclusive desenhos para pintarem. Não foi visto, historinhas escritas no
caderno e nem outra atividade que identificasse o uso do teatro em sala de aula.
A professora “D”, conforme o observado é uma pessoa alegre, carismática,
prestativa, dinâmica e diversificada. Pois ao entrar em sala de aula, esta utilizava várias
metodologias como: canto, desenhos mimeografados para despertar e manter o interesse da
criança pelos estudos.
A professora comentou que o uso de metodologias diversificadas, possibilita
desenvolver nas crianças os seus aspectos físico, cognitivo, afetivo e social. Conforme fala da
mesma ―se sabe que cada uma das crianças é diferente uma da outra, é por isso que devemos
trabalhar metodologias diferentes, mesmo que não se aborde todas”.
Para confirmar o uso de metodologias diversificadas pela professora, foi necessário
realizar novamente a análise documental, constatando-se em seu diário escolar, o uso da
pintura, colagem, recorte, música, contagem de histórias infantis e outras atividades lúdicas
para facilitar no processo de aprendizagem dos seus alunos.
O quadro abaixo visa demonstrar que as professoras trabalham as mesmas
metodologias, possibilitando o trabalho diferenciado, a fim de proporcionar o processo
ensino-aprendizagem das crianças pequenas.
Professoras Metodologias aplicadas
Professora A Pinturas, colagem de restos de materiais
como EVA, papel crepom, cantos e contagem
de historias infantis.
Professora B Colagem de restos de materiais como EVA,
papel crepom, cantos contagem de historias
infantis, pinturas.
Professora C Contagem de historias infantis, pinturas,
colagem de restos de materiais como EVA,
papel crepom, cantos.
Professora D Cantos, contagem de historias infantil,
pinturas, colagem de restos de materiais
como EVA, papel crepom.
Tabela 3 Metodologias utilizadas pelas professoras da pesquisa
Logo, observa-se que as professoras utilizavam as mesmas metodologias, estas são,
pinturas, recortes, colagens, cantos, contagens de historias infantis e outras atividades lúdicas.
Diante do uso destas metodologias não foi perceptível verificar o uso do teatro como
instrumento metodológico, não ocorrendo devido à falta de compromisso, comodismo e
interesse em pesquisar mais a fundo a importância de se trabalhar o teatro no contexto escolar
e em especifico em sala de aula. Fica corroborado que estas professoras em seu período de
formação superior tiveram a disciplina de arte, e em especifico a importância de se trabalhar o
teatro em sala de aula. Então, fica confirmado que o teatro dá-se apenas quando a escola
promove algum evento como dias dos pais, mães, crianças, etc.
3.3.2 O teatro no contexto escolar: implicações e influências na educação infantil
Ao longo das observações pode-se comprovar através das analises documentais,
consistindo no diário escolar e no caderno das crianças que as professoras não passavam
nenhuma atividade que corroborasse o uso do teatro como instrumento metodológico dentro
da sala de aula. Ficou visível que no caderno das crianças, as professoras deixavam vários
exercícios conforme as metodologias utilizadas, mas a escrita de qualquer historia infantil ou
solicitação dos pais como: materiais para a confecção de bonecos, roupas, voltadas para
apresentação ou dramatização de peças teatrais não eram pedido dos mesmos para
desenvolver a metodologia supracitada.
No decorrer da pesquisa, foi possível fazer entrevistas com a gestora (01),
coordenadora pedagógica (01), as professoras (04) e os alunos (15) com o propósito de
questioná-los sobre suas visões a cerca do teatro. Possibilitando a pesquisadora tabelar as
principais implicações e influências do uso do mesmo como instrumento metodológico no
nível de Educação Infantil.
Através da gestão ficou visível que esta acompanha o trabalho docente da escola, frisa
que é de fundamental importância haver a coesão dos demais segmentos para que ocorra a
educação de qualidade. Sendo esta uma implicação positiva no desenvolvimento do cuidar e
educar as crianças pequenas.
A gestora retrata que a utilização do teatro como instrumento metodológico em sala
de aula seria de fundamental importância, mas por falta de recursos os professores não dão
continuidade. Conforme frase da mesma, ―eu sinto muito, pois se as professoras fizessem um
esforço em usar o teatro como instrumento metodológico em sala de aula seria possível
contribuir com mais exatidão no desenvolvimento global das crianças, principalmente se as
professoras pedissem dos pais dos alunos materiais usados para a realização do teatro em
sala de aula. O que falta sinceramente é o interesse dos mesmos.
Como se pode verificar na fala da gestora, é possível fazer teatro sem recursos
financeiros, basta que as professoras sejam estratégicas, compromissadas e não acomodadas
para irem em busca de proporcionar um ensino de qualidade. É claro que estas precisam de
auxilio da escola enquanto recursos, mas sabemos que as escolas das redes publicas de ensino
não tem essa autonomia para disponibilizar de recursos financeiros na hora que quiserem.
Em cima do que foi proferido a coordenadora pedagógica confirma dizendo: “o uso
do teatro em sala de aula, proporcionaria alcançar os objetivos da educação infantil com
mais vigor, pois esta técnica, despertaria o interesse dos alunos pelos estudos, além de
aguçar a imaginação e o poder de fantasia, serviria principalmente para desenvolver os
variados aspectos das crianças. Sabemos que a falta de recursos é um problema, mas se as
professoras tivessem compromisso e um pouco mais de criatividade, com certeza seria
possível colocar em prática o uso do teatro no contexto escolar e em especial na sala de aula.
Percebe-se que tanto a gestora quanto a coordenadora pedagógica sabem da
importância de se trabalhar o teatro no contexto escolar, pois salientam que esta é uma das
técnicas contribuintes para formar alunos críticos, desalienadores, autônomos e serem capazes
de discernir entre o certo e o errado. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: arte
(1997):
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que
caracteriza um modo particular de dar sentido as experiências das pessoas: por meio
dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e imaginação. Aprender
arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles.
Envolve também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as
produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas.
Por conseguinte, a educação em arte despertaria o desejo dos alunos em elaborarem
suas próprias criações em torno do teatro, a fim de contribuir com mais êxito no processo
ensino-aprendizagem das crianças pequenas.
Com a finalidade de comprovar o que a gestora e a coordenadora pedagógica
proferiram se realizou entrevista com as professoras, foi possível verificar que estas, têm
conhecimento limitado sobre o teatro, mas isso ocorre devido o comodismo, a falta de
interesse e empenho de ir em busca de se fazer estudos mais minuciosos para proporcionar o
uso desta metodologia no contexto de sala de aula. Estas frisam que este resulta em apenas
representar e dramatizar. Sabe-se que mediante o exposto no referencial teórico, o teatro não
retrata apenas isso, é fundamental, mas pode ser utilizado como teatro de bonecos, teatro de
vara, teatro de sombra, e dentre outros.
Conforme entrevista com as professoras ―B,C, D‖, o teatro é legal de se trabalhar,
mas a falta de recursos impossibilita a sua efetivação. A professora ―A‖ diz o contrário, eu
não trabalho o teatro, mas através da historia infantil consigo de forma lúdica proporcionar
um ensino aprendizagem diferenciado, sei que devo buscar as formas como se trabalhar o
teatro, pois a historia infantil, não é teatro, mas uma coisa é fato, quando queremos
trabalhar alguma coisa diferente, devemos ir em busca e não apenas esperar pela gestão ou
que alguém faça o meu trabalho. Em cima destes pronunciamentos pode-se verificar que as
professoras devem ser mais estratégicas, autônomas, compromissadas, desacomodadas e
devem ir em busca de se trabalhar metodologias diferenciadas em sala de aula, consistindo em
especial no uso do teatro. Não devem apenas esperar pela gestão e nem pela formação
continuada para se efetivar qualquer trabalho.
Por conseguinte, verifica-se que os docentes devem deixar de reclamar pela falta de
recursos e devem utilizar um pouco mais de suas criatividades para desenvolver o teatro em
sala de aula. Fica comprovado que as professoras não precisam de recursos para construir
materiais destinados ao teatro, pois se estes pedirem materiais usados como: meias velhas,
canudos, luvas de plástico, roupas velhas, papelão, e dentre outros, será possível criar artes
maravilhosas que irão possibilitar o uso do teatro na sala de aula. Para se realizar este trabalho
as professoras devem trocar experiências com os que sabem fazer, não devem apenas esperar
as informações chegarem através da formação continuada, se faz necessário, mas quando
queremos proporcionar um ensino diferenciado, devemos ultrapassar nossos limites.
Cada professora possui sua criatividade no momento da aplicação das metodologias de
recorte, colagem, pintura, contagens e canto de músicas infantis na realização dos seus
trabalhos. Fica corroborado que as professoras devem se unir, pois assim será possível
proporcionar uma educação de qualidade, basta os mesmos compartilharem experiências,
consistindo por sua vez, no deixar de lado o egoísmo, individualismo que algumas possuem.
Assim será possível proporcionara elaboração do teatro em sala, vindo, por conseguinte,
influenciar e despertar o corpo docente em se trabalhar o instrumento ora citado
Os alunos são pontos culminantes no desenvolvimento do teatro em sala de aula. Neste
propósito foram entrevistados quinze (15) crianças acerca de descobrir se uma das professoras
utilizava o teatro no processo ensino-aprendizagem.
Durante as observações em específico no momento do intervalo, observou-se em uma
única sala de aula, que cinco alunos sempre gostavam de brincar fazendo mímicas e gestos
para que os outros coleguinhas descobrissem, isto ocorrendo quando estavam em grupo. É
importante frisar que estes não sabiam o que era teatro, mas conforme explicação da
pesquisadora sobre o que estavam fazendo e proferindo que essa brincadeira fazia parte do
teatro, estas despertaram a curiosidade de aprender novas brincadeiras que envolvessem o
mesmo.
Ao perguntá-los se a professora usava o teatro na sala de aula os alunos responderam
que não. O interessante foi que um dos alunos, dize: a minha professora não brinca de teatro,
por que será. Neste intuito é viável que os professores aprendam o mais rápido possível a
maneira de como se deve trabalhar esta ferramenta no processo educacional, pois assim
possibilitará que as crianças aprendam brincando, sendo um dos instrumentos imprescindíveis
no processo ensino aprendizagem. Os outros dez alunos preferem brincar de se esconder,
correr e até mesmo de pular, agindo dessa forma pelo fato que até então não sabiam a
brincadeira magnífica que consistia o teatro.
As crianças brincando em fazer mímicas e gestos, estão desenvolvendo a imaginação e
o poder de criação. Brincando continuamente desta forma estas exercitam sua imaginação e
são capazes de desenvolver habilidades que proporcionará a resolução de qualquer problema
que aparecerem no seu cotidiano. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997): ―um
aluno que exercita continuamente a imaginação estará mais habilitado a construir um texto, a
desenvolver estratégias pessoais para resolver um problema matemático‖. (p.19)
Logo, percebe-se que o teatro, pelo fato de não ser conhecido no contexto de sala de
aula, perdeu o seu valor. Então, verifica-se que o uso desta metodologia em sala de aula, seria
de fundamental importância para despertar e desenvolver os variados aspectos das crianças,
pois conforme os PCNs (1998), ―o teatro deve ser usado para proporcionar o exercício da
cidadania e o crescimento da competência dos alunos‖. (p.02)
É fato que aprender brincando é uma das atividades fundamentais para o
desenvolvimento da identidade e da autonomia das crianças pequenas. Nas brincadeiras as
crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a
imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de
socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis
sociais.
Como se observa vários são os fatores que contribuem na não utilização do teatro em
sala de aula, e conforme observações dentro das mesmas, foram perceptíveis analisar que a
escola não disponibiliza de espaço suficiente para a realização de dinâmicas e o uso de
metodologias mais avançada como, por exemplo, a dramatização de alguma historia infantil,
apresentação de fantoches, teatro de mascara, teatro de sombra, e dentre outros.
O espaço físico da sala de aula não obedece aos Parâmetros de Estrutura da Educação
Infantil, mas a organização do espaço na sala é um ambiente que merece maior atenção, onde
deve respeitar as diferentes necessidades das crianças e estar de acordo com a realização das
diversas atividades que lhes são propostas, levando em consideração as necessidades
educativas das crianças pequenas. Foi possível analisar que as salas são bem decoradas, mas
não disponibilizam de lugares que venham favorecer o desenvolvimento global das crianças.
Segundo Bassedas (2005, p.96) ―as salas de aula devem apresentar diversos lugares
como: Lugares de encontro, Lugares de ação individual ou em pequenos grupos, Lugares
amplos para moverem-se, Locais de ação em grupo, Lugares para dormir ou para descansar,
Lugares para se trocar ou se limpar, Lugares de ação individual‖. (p.08)
Em cima desta realidade é possível analisar que pela falta de conhecimento os
professores acabam descartando o que Bassedas frisa, e utilizam apenas o espaço da sala, sem
elaborar qualquer lugar para proporcionar um ambiente educativo diferente e facilitador de
uma aprendizagem mais eficaz.
Dentro das salas possuem mesas e cadeiras adaptadas para o nível de educação
infantil, armários para guardar os materiais tanto do professor quanto dos alunos também
possuem mesas e cadeiras para os docentes.
Percebe-se que não há espaço, e muitas vezes as professoras deixam de executar
algum trabalho por falta do mesmo. O espaço que a escola possui, é o pátio em frente, na hora
do intervalo as crianças usam para brincar e os professores para estacionarem suas
motocicletas. Bassedas (2005, p.89) diz que ―esse lugar é muito importante na escola, no qual
se pode aumentar e favorecer as capacidades e determinados conteúdos‖. É um ambiente em
que meninos e meninas têm contato com a natureza e com os elementos do meio físico e
natural de cada dia. Na organização, na ambientação e na utilização desse espaço, são
oferecidos varias experiências tanto positivas quanto negativas. Todos sabem como as
crianças têm e demonstravam necessidades de contato com o ar livre e com os espaços
exteriores, mas ao mesmo tempo crianças pequenas podem se dispersar e se sentir perdidos
nos primeiros dias em que frequentam o pátio.
Este ambiente permite que as crianças possam relacionar-se com outras crianças e
educadores de outras turmas e até mesmo com crianças maiores, onde serão obrigadas a
defender-se. No pátio elas podem ter várias experiências, como: observar o céu, as nuvens e o
sol, brincar, jogar, experimentar e sentir o vento, a chuva, o frio, o calor.
Diante desta realidade fica visível que o pátio precisa ser organizado para assim
proporcionar um ambiente agradável e de aprendizagens, visando com que os professores e os
demais segmentos contribuam para que este processo aconteça de forma qualitativa.
Embasado nos variados entraves para a não utilização do teatro no contexto de sala
vistos no decorrer deste sub tópico, não podemos descartar a formação continuada sendo um
deles, pois esta se torna imprescindível para suprir e amenizar qualquer dificuldade enfrentada
ao longo do papel dos professores (as) dentro da escola.
A formação continuada é uma das ferramentas que podem contribuir no aprendizado
de qualquer professor (a), mediante suas necessidades. Como Christov (1998) (apud
LIBÂNEO 2008, p. 79): ―A Educação Continuada se faz necessária pela própria natureza do
saber e do fazer humano como prática que se transforma constantemente‖. Em cima do
aludido, pode-se dizer que com a realização desta, o corpo docente aprenderá de forma mais
dinâmica o que necessita, possibilitando o enriquecimento de novas aprendizagens no fazer
pedagógico.
É evidente que se faz necessário que as professoras se reúnam e vão atrás da gestão
para organizar estudos sobre suas necessidades e que convidem como exemplo as professoras
do curso de Pedagogia do INC⁄BC⁄UFAM, para auxiliar no aprofundamento e enriquecimento
de novos conhecimentos que venham sanar as dificuldades de suas práticas pedagógicas.
Vale ressaltar que as professoras também, podem ir em busca de aderir informações
acerta da importância do teatro: na internet, livros, fazerem pesquisas mais apuradas dentro do
INC⁄BC, ou até mesmo ir a Tabatinga na UEA, ou na Universidade de Letícia para abranger
seus conhecimentos em torno do teatro ou até mesmo na utilização de metodologias
diversificadas que possam vir a contribuir na sua prática pedagógica.
Diante desta realidade percebeu-se que as professoras necessitam imediatamente de
cursos de capacitação, monitoramento e acompanhamento de profissionais com formação
mais elevada, a fim de ampliar e melhorar o uso de suas metodologias. É importante frisar que
as docentes precisam deixar de ser acomodadas e descompromissadas e devem ir à busca do
aprimoramento dos seus conhecimentos.
Diante do texto discorrido, foi possível verificar os principais entraves que
influenciam na não utilização do teatro na Educação Infantil dentro da sala de aula. Com o
propósito de elencá-los e manter mais organizado será exposto logo abaixo através de uma
tabela.
IMPLICAÇÕES
POSITIVAS NEGATIVAS
Incentivo da gestão e coordenação
pedagógica para se trabalhar o teatro na sala
de aula;
Falta de recursos para produzir materiais
teatrais;
Os alunos gostam de estudar e brincar.
Fatores importantes no desenvolvimento do
teatro em sala de aula.
Falta de compromisso. Conhecimento
limitado. Comodismo impossibilita as
professoras de trabalharem o uso do teatro em
sala de aula.
Utilização de materiais reciclados para a
produção dos variados tipos teatrais.
Pouca criatividade das professoras no
desenvolvimento do teatro;
As professoras possuem formação para
utilizar variadas metodologias na Educação
Infantil.
Falta de espaço físico para desenvolver as
variadas atividades teatrais.
Falta de formação continuada,
monitoramento e acompanhamento de outros
profissionais no processo ensino-
aprendizagem do corpo docente.
Tabela 4 Implicações positivas e negativas que influenciam na não utilização do teatro
No decorrer deste capitulo foram expostos as principais contribuições e entraves que
influenciam a não utilização do teatro no nível da Educação Infantil. Ao realizar esta pesquisa
educacional, observou-se que o teatro é usado apenas nos eventos da escola, mas não no
contexto de sala de aula, alias há professores que utilizam livros de historias infantis, mas não
aproveitam este momento para usarem o teatro como um instrumento metodológico na
formação dos educandos.
Sabe-se que legalmente todas as instituições públicas que oferecem o nível da
Educação Infantil, devem desenvolver a criança no seu sentido global, envolvendo seus
aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, diante que os professores devem usar todas
as disciplinas e inclusive a arte para facilitar no processo de formação dos mesmos.
A atual legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na formação
e desenvolvimento de crianças e jovens, incluindo – a como componente curricular
obrigatório da educação básica.
O teatro é abordado no PCN – Arte a partir de sua gênese em rituais de diferentes
culturas e tempos e o jogo é conceituado a partir das fases da evolução genética do ser
humano e entendido como instrumento de aprendizagem, promovendo o desenvolvimento da
criatividade, em direção à educação estética e práxis artísticas.
Nesse sentido, o jogo teatral é um jogo de construção em que a consciência do ―como
ser‖ é gradativamente trabalhada, em direção à articulação da linguagem artística do teatro.
No processo de construção dessa linguagem, a criança estabelece com seus pares uma relação
de trabalho, combinando a imaginação dramática com a prática e a consciência na observação
das regras do jogo teatral.
Um fator ressaltado no documento sobre a linguagem do teatro é a tematização de
textos poéticos que podem ser objeto de imitação critica por crianças e jovens. O texto poético
pode constituir-se em princípio unificador do processo pedagógico com o jogo teatral,
permitindo liberdade e diversidade de construções.
No entanto, percebe-se a importância do teatro como instrumento metodológico no
nível da Educação Infantil, mas vale ressaltar que a escola observada não utiliza este método
no processo ensino-aprendizagem por não terem conhecimentos necessários, por falta de
compromisso e comodismo por parte de algumas professoras.
Todavia é lastimável esta situação, pois a partir do momento que as professoras
trabalharem o teatro como instrumento metodológico, os alunos passarão a participar das
aulas e acima de tudo despertarão a sua imaginação e o ato de fantasiar, aguçando desta
maneira o instinto de representar, imitar e comunicar das crianças.
Portanto foi possível comprovar que o teatro pode sim ser utilizado como instrumento
na formação do educando, pois como embasa o quadro teórico, a sua utilização possibilitaria
o desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicomotor e social das crianças pequenas. No entanto
pode-se finalizar ressaltando que o professor da educação infantil pode ser um mediador nas
atividades teatrais com o fim de desenvolver as múltiplas capacidades que as crianças
possuem. Segundo o Referencial Curricular Nacional: Artes (1997):
A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as
crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de condições para que elas possam gradativamente desenvolver capacidades
ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade,
ao dialogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos
de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros. (p.43)
CONCLUSÔES E RECOMENDAÇÔES
A efetivação do Trabalho de Conclusão do Curso visou expor os resultados acerca dos
eixos estruturantes que regem o supracitado, possibilitando confrontar a teoria com a prática e
consubstanciar à luz da teoria os respectivos, a fim de contribuir na formação de futuros
pedagogos e amenizar as cabíveis problemáticas encontradas ao longo das observações dentro
do campo de estágio.
O corpo do texto encontra-se interligado, pois pude verificar que sua organização e
seus embasamentos teóricos tiveram fundamental importância em mim proporcionar o
conhecimento parcial de alguns pontos obscuros que o ramo da educação possui, desvendando
o desconhecido, colaborando na minha formação como pedagoga e contribuindo no meu
amadurecimento pessoal e como futura profissional. O memorial como foi discorrido, visou
fazer uma retrospectiva da minha vida acadêmica e pessoal no propósito dos futuros leitores
ao apreciarem, terem a oportunidade de conhecerem a árdua, cansativa e exuberante história
de uma universitária que mesmo fazendo o translado de TBT-BC-TBT não mediu esforços
para ir à busca de sua vitória, proporcionando, por conseguinte, ser um exemplo para que
meus futuros colegas não desistam em meio das constantes dificuldades encontradas no
caminho.
Os estágios supervisionados foram efetivados com o propósito de cumprir o que estava
estabelecido no Projeto Político do Curso, visando concluir as observações, consistindo no
campo do estágio e os sujeitos inseridos, estando intrínsecas as regências ⁄intervenções que
foram realizadas com o propósito de amenizar a problemática encontrada no período dos
estudos dentro das instituições. Vale ressaltar que tivemos uma parcela de contribuição, mas
faz-se necessário que para haver a tão sonhada educação de qualidade se tome algumas
providências⁄ações para que haja mudanças na Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental. Mediante ao aludido, considero que ocorra:
No campo da Gestão Educacional:
a) mais comprometimento por parte dos lideres pedagógicos na construção da gestão
participativa e democrática;
b) um maior envolvimento dos sujeitos (alunos, funcionários, pais e professores) na tomada
de decisões;
c) a elaboração de estratégias para o envolvimento da comunidade junto à escola.
No campo da Educação Infantil:
a) a construção de escolas com espaços físicos adequados para possibilitar o desenvolvimento
integral das crianças pequenas, amparado nos Parâmetros Nacionais de Infra Estrutura para
instituições de Educação Infantil;
b) constantes formações continuadas a fim de suprir as principais necessidades e dificuldades
dos professores;
c) uma ampliação do relacionamento entre os segmentos que formam a escola, no propósito
de desenvolver a junção do educar e cuidar das crianças pequenas, com o intuito de facilitar
no processo ensino-aprendizagem.
No campo dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental:
a) maior comprometimento e mais ética por parte dos professores no momento de lecionar;
b) práticas pedagógicas diversificadas, principalmente no uso do teatro como ferramenta
contribuinte na formação das crianças;
c) a efetivação do acompanhamento pedagógico para que o trabalho dos docentes sejam
voltados ao atendimento das necessidades dos alunos, valorizando sua realidade.
Em virtude do que foi mencionado, é de suma importância que os governantes do
município de Benjamin Constant tomem as providências supracitadas, pois dessa maneira se
contribuirá na efetivação da educação de qualidade que tanto almejamos. Sabemos que não é
fácil, mas se o corpo docente juntamente com os segmentos que a formam se unirem e irem
em busca do que foi aludido, será possível com mais rapidez alcançar o objetivo exposto.
Com o estudo da temática abordada na monografia, foi possível conhecer a
importância da mesma no processo educacional. Ficou perceptível que o teatro não é usado
como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem das crianças pequenas, mas o fato de
professores usarem a historia infantil já é um grande passo para sua utilização, basta que os
professores não se acomodem e vão à busca de como se trabalhar e elaborar as formas teatrais
no contexto escolar e em especial na sala de aula.
Com o propósito de contribuir no desenvolvimento dos variados aspectos das crianças
pequenas e com o intuito de facilitar no processo ensino-aprendizagem, sugiro que:
O teatro seja implantado como instrumento metodológico no contexto de sala de aula;
A gestão juntamente com a coordenação pedagógica da escola, oportunize formação
continuada, estando intrínsecas a importância e a maneira de como se trabalhar e
confeccionar materiais em torno dos tipos teatrais a ser desenvolvido no contexto
escolar e em especifico em sala de aula;
Os professores deixem de ser acomodados, descompromissados no ato de educar e
cuidar as crianças pequenas.
Mediante as sugestões supracitadas, vale ressaltar que a utilização do teatro como
instrumento metodológico contribuirá de forma sistemática na consolidação do conhecimento
das crianças, possibilitando as mesmas conhecerem de forma dinâmica e lúdica novos
horizontes e conhecimentos que os farão se emancipar enquanto sujeitos em formação.
A produção deste trabalho não foi fácil, e muitas coisas ficaram a desejar, mas
sabemos que nem tudo é perfeito, principalmente no que concerne o conhecimento, este por
sua vez, nunca está pronto e acabado. Muitas foram às dificuldades e os obstáculos para se
efetivar o curso e concluir este trabalho. Mesmo com as pedras encontradas no meu caminho,
fica a certeza de três coisas: sempre devemos ter Deus em primeiro lugar; a certeza que
sempre passaremos por dificuldades e nunca devemos desistir de nossos sonhos, mesmo que
pareçam impossíveis de realizá-lo.
Portanto, a efetivação deste trabalho é de grande valia na minha formação profissional
e emancipação humana, muitas foram às aprendizagens, mas hoje tenho certeza que o futuro
da nossa educação depende de nós mesmos, e principalmente se eu quero fazer a diferença
devo começar por mim e pela minha sala de aula
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_______. Resolução nº 004/00 CONSEP de 29 de fevereiro de 2000.
_______. Resolução CNE/CP nº 1 de 15/05/2006.
APÊNDICES
Entrevista voltada ao professor do nível da Educação Infantil
1-Você gosta de trabalhar com a Educação Infantil?
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2- É difícil trabalhar com criança?
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3- Quais as vantagens de trabalhar com a Educação Infantil?
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4- Para você, é importante desenvolver todos os aspectos na criança? Por quê?
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5- Precisa-se diversificar a metodologia de ensino com as crianças?
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6- Quais as metodologias aplicadas no nível da Educação Infantil?
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7- O teatro é utilizado como instrumento metodológico no processo ensino – aprendizagem
em sala de aula?
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8-Quais as dificuldades para se trabalhar com o teatro na Educação Infantil?
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9- Em sua opinião, como o teatro poderia ser desenvolvido em sala de aula?
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10- Em sua concepção, qual a importância de se trabalhar o teatro em sala de aula?
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11- Como você define teatro?
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12- Se você já trabalhou com o teatro, qual foi o resultado?
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13- Em sua opinião, o teatro é capaz de desenvolver o aspecto físico, cognitivo e afetivo da
criança. Por quê?
( ) Sim ( ) Não
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14- A escola lhe possibilita recursos para desenvolver o teatro em sala de aula.
( ) Sim ( ) Não
15- No decorrer de sua carreira como educador, quais as contribuições que o teatro traz no
contexto escolar e exclusivamente em sala de aula.
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