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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA MARCELA LIMA TENÓRIO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO MEMORIAL, ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS E MONOGRAFIA: EIXOS ESTRUTURANTES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA Benjamin Constant 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE NATUREZA E CULTURA

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

MARCELA LIMA TENÓRIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEMORIAL, ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS E MONOGRAFIA: EIXOS

ESTRUTURANTES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA

Benjamin Constant

2011

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MARCELA LIMA TENÓRIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEMORIAL, ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS E MONOGRAFIA: EIXOS

ESTRUTURANTES NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PEDAGOGIA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Instituto de Natureza e

Cultura (INC) da Universidade Federal

do Amazonas (UFAM) como requisito

final para obtenção do título de

Licenciada em Pedagogia.

Orientação: MSc. Oderlene Bráulio da Silva

Benjamin Constant

2011

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MARCELA LIMA TENÓRIO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEMORIAL, ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS E MONOGRAFIA: EIXOS

ESTRUTURANTES NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Instituto de Natureza e

Cultura (INC) da Universidade Federal

do Amazonas (UFAM) como requisito

final para obtenção do título de

Licenciada em Pedagogia.

Aprovado em 06 de janeiro 2011

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Profº. MSc. Oderlene Bráulio da Silva -INC⁄UFAM⁄BC (Presidente)

_______________________________________________________

Professora Especialista Cristiane Alves da Silva – UEA (Membro)

_____________________________________________________

Professor Especialista Josenildo Santos de Souza- INC⁄UFAM⁄BC (Membro)

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DEDICATÓRIA

A efetivação deste trabalho é uma vitória para quem realmente lutou, se desesperou,

pensando que não ia conseguir. Glória ao nosso senhor Jesus Cristo concluo mais uma etapa

de minha formação. Dedico este trabalho principalmente a minha mãe, que graças a ela me

possibilitou a vida, e mesmo na pressa ao nascer, não me abandonou, sendo guerreira e

destemida em criar uma filha com sete meses de nascida. As minhas irmãs Aglisiane, Agline,

Agliane, Ana Paula e aos meus sobrinhos João Miguel e Evellyn Cristinny que com pequenos

gestos, seja lá de forma positiva ou negativa contribuíram para que eu mantesse o equilíbrio

emocional e psicológico em meio as minhas dificuldades. Não poderia esquecer do senhor

Jesus Miller, minha avó Aglair, tia Aglineia que sempre me ajudaram no momento que mais

precisei. Mesmo com muitas dificuldades, necessidades, aderi companheiras fieis e amigas

que nunca me abandonaram e seria injusto a não dedicação deste trabalho. Com muita honra

dedico este a Terezinha Fidelis; Arlete Gomes; Walklene Canuto; Kelly Pinto. Dedico

principalmente a família Fidelis da Silva em especifico a Gracy Fidelis Lira. Esta nunca

mediu esforços para me ajudar. Portanto essa dedicatória é insuficiente em frente à gratidão,

amor e carinho que sinto por todos que me ajudaram direta e indiretamente na minha

formação.

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AGRADECIMENTOS

O ato de agradecer é minúsculo na frente das coisas maravilhosas, extraordinárias que

algumas pessoas do município de Benjamin Constant fizeram por mim. Os mais sinceros e

eternos agradecimentos as escolas que abriram suas portas para a efetivação dos estágios

exigidos no Projeto Político do Curso de Pedagogia. Agradeço a alguns professores do curso

que tiveram paciência e tolerância no momento de nossa formação. Obrigada a minha

orientadora Oderlene Bráulio da Silva que não mediu esforços para nos guiar no processo de

Conclusão do TCC. Aos meus colegas e amigas (os) que no período de quatro anos e meio

foram indispensáveis no meu desenvolvimento intelectual, social, psicológico, contribuindo

por sua vez no meu amadurecimento enquanto mulher e futura profissional do ramo da

educação, pois através deles aprendi a respeitar as pessoas que estão ao meu redor. Agradeço

as famílias que me receberam muito bem no momento de minhas necessidades. A paciência,

calma de muitas pessoas tanto em Benjamin Constant quanto de Tabatinga. Aos motoristas e

companheiros da embarcação UFAM II que sempre acreditaram no meu potencial mesmo nos

transtornos constantes que passamos juntos no rio Solimões. É impossível não agradecer ao

nosso senhor Jesus Cristo que possibilitou em meu trajeto, a vida, para que pudesse aderir

conhecimentos e experiências para toda minha vida. Obrigada mãe, pai, minhas irmãs (os),

aos meus amigos da Policia RAIO, especificamente ao Kleber que mesmo com a distância

acreditou e acredita no meu potencial. Ao meu irmão Juciney que depois de doze anos o

reencontro e vejo o quanto é orgulhoso em acreditar numa irmã que sabe que poderá mudar o

destino de muitas crianças. Ao Marcelo Rocha de Lima que nunca mediu esforços para me

ajudar. Em especial ao sub-tenente Marques Junior, que faz parte da minha historia e é uma

pessoa que atualmente fez de tudo para me ajudar na efetivação do meu curso, me fazendo

feliz nos momentos triste. As minhas vitorias e para você meu amor, obrigada! Portanto os

meus sutis agradecimentos a todos. Deus os abençoe!

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Eu sou aquela mulher

Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito

ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir

da luta, recomeçar na derrota, renunciar as

palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos

valores humanos e ser otimista.

Creio na força imanente que vai gerando a família

humana, numa corrente luminosa de

fraternidade universal.

Creio na solidariedade humana, na superação

dos erros e angustias do presente. Aprendi que

mais vale lutar do que receber tudo fácil.

Antes acreditar

do que duvidar.

Cora Coralina

Texto extraído do livro

Mensagem para o ano todo - Paulina

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RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso visou apresentar os resultados obtidos

acerca do memorial, estágios supervisionados e a monografia que consiste nos eixos

estruturantes na formação profissional do Pedagogo no Instituto de Natureza e Cultura

⁄UFAM, justificando-se pela necessidade de desvendarmos e conhecermos a situação

educacional do município de Benjamin Constant, sendo, por conseguinte, um fator

contribuinte na formação do pedagogo (a). Estes tiveram como objetivo apresentar as

contribuições dos conhecimentos adquiridos a cerca dos eixos supracitados. O memorial da

vida acadêmica, os estágios supervisionados e a monografia foram voltados à abordagem

qualitativa que proporcionaram leituras minuciosas e apuradas visando apresentar reflexões e

os principais desafios encontrados no contexto escolar. As coletas de dados giraram em torno

das observações, pesquisas bibliográficas e análise documental em escolas públicas do

referido município, possibilitando saberes e práticas necessárias ao fazer docente e

reconhecendo os fatores positivos e negativos que vieram determinando as formas de

educação das escolas locais.

Palavras Chaves: Memorial. Práxis Pedagógica. Educação Infantil. Teatro.

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RESUMEN

Este trabajo fin de curso es presentar los resultados sobre la memoria, prácticas

supervisadas y monografía que consiste en la estructuración principal del pedagogo en la

formación profesional en el Instituto de Naturaleza y Cultura/UFAM, justificada por la

necesidad de desplegar y conocer la situación la educación en la ciudad de Benjamin

Constant, y por lo tanto un factor que contribuye en la formación del pedagogo(a). Estos

tenían por objeto presentarlos aportes de los conocimientos adquiridos sobre los ejes

mencionados. El memorial de la vida académica, prácticas supervisadas y la tesis se centra en

el enfoque cualitativo que proporcionan lecturas detallada y precisa a fin de presentar ideas y

los principales desafíos se encuentran en la escuela. La recolección de datos en torno alas

observaciones, la investigación bibliográfica y análisis de documentos en las escuelas

públicas dela ciudad, proporcionando los conocimientos y habilidades necesarias para hacer

de la enseñanza y el reconocimiento de los factores positivos y negativos que han llevado alas

formas de educación en las escuelas locales.

Palabras clave: Memorial. Práxis Pedagogica. Educación Infantil. Teatro.

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LISTA DE TABELA

Tabela1:Especificação, quantidade e estado de conservacão dos materiais 57

da escola

Gráfico1:Quadro com a porcentagem dos funcionários da escola CESBI 58

Gráfico 2: Quantidade de alunos nas modalidades oferecidas na escola CESBI 59

Tabela 2: Aspecto físico do Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas

de Almeida 93

Tabela 3:Tabela 3Metodologias utilizadas pelas professoras da pesquisa 98

Tabela 4: Implicações positivas e negativas que influenciam na não utilização 105

do teatro

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LISTA DE ABREVIATURA

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

APMC- Associação de Pais e Mestre e Comunitários

BC -Benjamin Constant

CE – Conselho Escolar

CESBI – Centro Social Batista Independente

CME – Conselho Municipal de Educação

CNE -Conselho Nacional de Educação.

CONSEP – Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão

CONIC- Congresso Nacional de Iniciação Cientifica

FNDE – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INC – Instituto de Natureza e Cultura

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC – Ministério da Educação e Cultura

MSc. – Mestra

PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola

PNE- Plano Nacional de Educação

PNFCES – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares

PPC – Projeto Político do Curso

SEMED- Secretária Municipal de Educação

SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso do Amazonas

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

UFAM – Universidade Federal do Amazonas

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: A acadêmica 14

Figura 2: Estagiaria com os alunos de Educação Infantil na escola 29

Figura 3: Imagem de uma escola 31

Figura 4: Ilustração da diversidade cultural 49

Figura 5: Montagem dos elementos importantes na gestão democrática 51

Figura 6: Imagem do slide da intervenção no Centro de Educação Infantil Francisco

Chagas de Almeida 52

Figura 7: Imagem dos sujeitos da intervenção I 53

Figura 8: Imagem dos sujeitos da intervenção II 53

Figura 9: Imagem da estagiaria na regência de Educação Infantil 54

Figura 10: Imagem da estrutura da Escola CESBI 56

Figura 11: Imagem da estagiaria na regência de Educação Infantil I 64

Figura 12: Imagem da intervenção na Educação Infantil II 66

Figura 13: Imagem de uma banheira 71

Figura 14: Imagem de peca teatral I 77

Figura 15: Imagem de teatro na escola I 80

Figura 16: Imagem de teatro para as crianças II 83

Figura 17: Imagem dos tipos de teatro: vara, dramatização e fantoches 86

Figura 18: Teatro de sombras 89

Figura 19: Imagem aérea do município de Benjamin Constant (BCT) 90

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................................12

1 GRADUAÇÃO: UM SONHO A SER REALIZADO NA MINHA FORMAÇÃO

PROFISSIONAL....................................................................................................................14

1.1Minha trajetória de vida antes de entrar na universidade....................................................15

1.2Disciplinas do eixo comum de formação.............................................................................19

1.3Disciplinas do eixo especifico de formação do pedagogo ..................................................20

1.4Práticas da pesquisa pedagógica..........................................................................................21

1.5Atividades Complementares................................................................................................24

1.6Prática profissional..............................................................................................................26

2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADOE A PRÁXIS EDUCATIVA NA FORMAÇÃO DO

PROFISSIONAL...................................................................................................................29

2.1 Estagio na gestão educacional: um fator contribuinte na formação dos discentes de

pedagogia ................................................................................................................................31

2.1.1 Observações....................................................................................................................35

2.1.2 Intervenção............................................................................................................... .......52

2.2 Estágio na Educação Infantil: uma ferramenta crucial na formação

do Pedagogo.............................................................................................................................54

2.2.1 Observações – Participação ativa....................................................................................55

2.2.2 A regência supervisionada...............................................................................................64

2.3Estágio nos anos iniciais: o último requisito a ser cumprido no processo do estágio

supervisionado pelos discentes em pedagogia.........................................................................67

2.3.1Observações – Participação ativa.....................................................................................69

2.3.2Regência Supervisionada.................................................................................................71

2.4E da experiência, o que ficou?............................................................................................73

3 O TEATRO: UM INSTRUMENTO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL...............................................................................................................................75

3.1 O teatro na educação infantil: concepções teóricas acerca de sua importância..................77

3.1.1O teatro: conceito e origem histórica...............................................................................77

3.1.2 O teatro e a escola: uma combinação possível................................................................80

3.1.3 A educação infantil e o teatro..........................................................................................83

3.1.4 Prática pedagógica e teatro infantil..................................................................................86

3.2 Caracterizando o cenário e os sujeitos da pesquisa............................................................90

3.3 Apresentação e discussões dos resultados..........................................................................94

3.3.1 As metodologias de ensino aplicadas na Educação Infantil.............................................94

3.3.2 O teatro no contexto escolar: implicações e influências na Educação Infantil................99

CONCLUSÔES E RECOMENDAÇÔES...........................................................................107

REFERÊNCIAS....................................................................................................................110

APÊNDICES................................................................................................................. .........114

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INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso visa demonstrar os resultados obtidos

acerca do memorial, estágios supervisionados e monografia: eixos estruturantes na formação

do profissional de pedagogia.

Os eixos estruturantes que formam o TCC consistem, por conseguinte no memorial,

estágios supervisionados: na Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos Iniciais do ensino

fundamental e na monografia que volta-se ao estudo da temática ao longo das disciplinas de

prática pedagógica, sendo estes requisitos obrigatórios a serem cumpridos no Projeto Político

Pedagógico do Curso de Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura - UFAM.

A produção e efetivação do Trabalho de Conclusão do Curso implicou num estudo

rigoroso e detalhado da realidade educacional envolvendo os campos de atuação.

A realização dos estudos em torno da educação deu-se através da abordagem

qualitativa onde tornou-se necessário a coleta de dados através de observações participantes,

entrevistas e aplicação de questionário. Com o intuito de consolidar a mesma, fez necessária a

realização de leituras, revisão bibliográfica, para assim confrontarmos a teoria com a prática,

a fim de desvendar a realidade educacional local e contribuir no fortalecimento da formação

em Pedagogia.

Destarte, a estrutura e organização do TCC consistirão em três capítulos. O primeiro

voltar-se-á ao memorial objetivando apresentar a retrospectiva do meu trajeto de formação

educacional desde a infância até adentrar na universidade, retratando a minha vida acadêmica

de forma histórica, analítica e reflexiva.

O segundo capítulo consistirá na exposição dos resultados obtidos no período de

estágios de Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos Iniciais do ensino fundamental

consubstanciados, analisados á luz da teoria, apresentando os campos, sujeitos e as cabíveis

regências⁄intervenções efetivadas ao longo dos estágios supervisionados.

Por fim o terceiro capítulo, visará expor os estudos feitos a cerca da temática que

consiste: O teatro: um instrumento metodológico na Educação Infantil, realizado no Centro

Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida, que objetivou analisar o seu

uso como instrumento no processo ensino-aprendizagem das crianças pequenas,

reconhecendo a diversidade metodológica aplicada na educação infantil com ênfase o teatro e

investigar as influências do mesmo no desenvolvimento da criança nos seus aspectos

cognitivo, físico, afetivo e social.

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Portanto, este trabalho é uma demonstração dos resultados dos estudos obtidos ao

longo do período de formação do futuro profissional em Pedagogia, vindo corroborar por sua

vez no crescimento ético, profissional, pessoal do pedagogo (a).

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1 GRADUAÇÃO: UM SONHO A SER REALIZADO NA MINHA

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Foto1: A acadêmica Fonte: arquivo pessoal( 2010)

Jamais desanime! Embora sua dor pareça insuportável e sem remédio, ela há de terminar, e a alegria voltará a brilhar em

seu coração. Não há noite eterna à qual não suceda a luz de

um dia radiante. Dos sofrimentos passados, conservamos

apenas uma lembrança quase apagada. Assim acontecerá

amanhã com os sofrimentos de hoje. Entregue tudo ao Tempo,

que, com sua mão compassiva. balsamizará todas as suas

dores.

Carlos Torres Pastorino (1993)

A construção e efetivação deste capitulo objetiva demonstrar de forma sucinta o meu

trajeto antes e durante ao entrar no Instituto de Natureza e Cultura⁄UFAM. O memorial sendo

um dos eixos estruturantes na formação do Pedagogo é um requisito que deve ser cumprido,

pois consiste em uma das exigências do Projeto Político do Curso. O memorial pode ser

definido como uma autobiografia e para consolidar esta informação, Severino (2000) (apud

Apostila TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO) frisa que:

O memorial constitui-se, pois, uma autobiografia, configurando-se como uma

narrativa simultaneamente histórica e reflexível. Deve então ser composta sob a

forma de um relato histórico, analítico e critico que dê conta dos fatos e

acontecimentos que constituíram a trajetória acadêmico-profissional de seu autor, de

tal modo que o leitor possa ter uma informação completa e precisa do itinerário

percorrido. (p.175)

Com esta finalidade, o memorial estará organizado por etapas que descreverão de

forma parcial os caminhos que trilhei ao longo de minha vida pessoal e acadêmica que foram

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de fundamental importância no meu processo ensino-aprendizagem, amadurecimento e

emancipação enquanto sujeito em formação.

Portanto, os leitores que apreciarem este trabalho verão que para efetivá-lo muitos

obstáculos e dificuldades foram encontrados e no que tange os mistérios do ser humano,

conseguimos superar e ultrapassar as pedras que achávamos no meio de nossos caminhos.

Neste propósito será discorrido ao longo do texto cada etapa essencial na efetivação de minha

formação.

1.1 Minha trajetória de vida antes de entrar na universidade

Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua

história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os

inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes

de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades. (Augusto Cury1)

Cada ser humano possui sua história de vida, nela há momentos de tristezas, alegrias,

e acima de tudo derrotas que nos fazem crescer, amadurecer e criar grandes experiências para

enfrentar a vida de cabeça erguida sem medo de errar, pois, nós somos capazes de aprender

com o mesmo e adquirir coragem, determinação, perseverança para alcançar o êxito que tanto

almejamos. Sou diferente? Não! Eu possuo minha história, mas com uma realidade totalmente

distinta dos demais seres humanos.

Sou uma jovem de vinte e três (23) anos, nascida em uma família humilde,

batalhadora. Minha mãe, uma mulher lutadora, guerreira, destemida e sem medo de ser feliz,

criou 05 filhas sozinha. Nasci no dia dezesseis (16) de fevereiro de 1987, com apenas sete

meses de vida, no município de Tabatinga, sendo registrada apenas com o nome de minha

mãe e meus avôs maternos. Esta mulher nasceu no supracitado município, criada pelos avôs,

seus pais morreram quando era muito criança. Iniciou seus estudos com aproximadamente 15

anos de idade, não chegou a finalizar a 3º serie do ensino fundamental, como frisa “filha no

meu tempo era tudo difícil para mim manter e criar vocês tive que trabalhar desde cedo”.

A minha mãe tem dez filhos, do primeiro casamento são cinco (05), do segundo um

(01), e o terceiro quatro (04). Sou filha do segundo casamento, não conheço meu pai

biológico, mas fui criada por um senhor chamado Jesus Muller, sou grata por tudo que fez por

1 Augusto Cury, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor, conhecido e reconhecido em muitos países. É considerado

um dos autores mais lidos da atualidade no Brasil, com mais de três milhões de livros vendidos. Este trabalha

idéias de diversos pensadores, como Freud, Jung, Piaget, Vygostsky, Platão, Santo Agostinho, Paulo Freire e

outros que influenciam na construção de suas obras.

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mim, pois graças a ele foi possível aprender a importância que a educação tem em nossas

vidas.

Comecei os meus estudos com 07 anos de idade na escola municipal Jociêdes

Andrades. Minha mãe diz que iniciei meus estudos com essa idade, devido que morávamos

muito distante do centro de Tabatinga, é visível que quando uma família não possui

conhecimentos abrangentes sobre as leis que a amparam, acabamos nos prejudicando, e esse

foi o nosso caso. Não foi possível fazer a educação infantil devido à idade, mas comecei o

ensino fundamental nesta instituição.

Começar a estudar é algo novo para qualquer ser humano. Ao iniciar meus estudos me

senti amedrontada, insegura, de imediato não conhecia ninguém, e seria uma realidade

totalmente diferente da qual vivia em casa. Muitas dúvidas ficaram no ar, com a idade que me

encontrava e, por conseguinte, muitas perguntas ficaram sem respostas. Estudar, sinceramente

sempre foi o que eu quis, pois, através do mesmo poderia realizar todos os meus sonhos e dar

um futuro melhor para minha família. Comecei a entender isso devido à situação que minha

família vivia. A história da minha família sempre me motivou em ir atrás do que almejo.

Na vida de cada aluno, sempre há um professor que marca, e para mim não foi

diferente. Tive muitos professores bons, mas uma sempre me dizia que para alcançar nossos

sonhos, tínhamos que estudar bastante com o propósito de arranjarmos com mais facilidade

um bom trabalho e tudo que quiséssemos para nós mesmos e para nossa família. Esta pessoa

me ensinou a ler, escrever, e sempre me chamava atenção no momento certo, pois não queria

que eu fosse uma aluna relapsa e sim o exemplo da sala. Com os elogios, os momentos certos

de diálogo me fizeram crê que nada é impossível quando acreditamos em nós mesmos e

quando há pessoas maravilhosas que confiam em nosso potencial.

O meu maior sonho sempre foi seguir carreira militar, mas no dia que tive a

oportunidade, o homem que me criava me privou de realizá-lo, e foi aí que aprendi com

minha mãe que é melhor valorizar a realidade em que nós nos encontramos, e ir atrás com

nosso próprio esforço das coisas que queremos, do que ser ajudada por pessoas que fazem de

má vontade. Então continuei estudando e sempre me esforcei para ser uma boa aluna,

independente das dificuldades e da realidade em que me encontrava.

O ato de estudar sempre foi o meu refúgio e a principal preocupação que minha mãe

tinha, pois esta sempre salientou que a educação é um dos instrumentos que favorecem o

desenvolvimento da vida de qualquer pessoa. Sempre vi o mesmo como um suporte para a

realização de meus sonhos e fortalecimento da vida de qualquer ser humano.

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Ser criança é maravilhoso, pois não temos preocupação com nada a não ser brincar,

este ato faz parte de nossas vidas e contribui para o desenvolvimento de qualquer criança.

Sempre gostei de brincar com minhas coleguinhas e irmãs. Gostava de brincar de andar de

bicicleta, adorava aventuras emocionantes, como subir nas árvores com o propósito de me

esconder das minhas companheiras. Sinceramente eu vivia de castigo, porque eu aprontava

demais.

Brincar e estudar sempre foram meu robi. Iniciei em 1995 a primeira série do ensino

fundamental na escola municipal Jociêdes Andrades, estudando na mesma até a quarta série

do ano de 1998. Em 1999 comecei a estudar na escola estadual Conceição Xavier de Alencar,

conhecida vulgarmente como GM3, fazendo nesta a quinta série e terminando em 2002 a

oitava série do ensino fundamental. Ao adentrar nesta instituição me deparei com uma

estrutura física e humana totalmente diferente da onde estudava.

Muitas coisas foram possíveis aprender quando cursava o ensino fundamental nestas

distintas instituições, e uma das que mais preconizou, foi a de respeitar e ajudar as pessoas

que estão ao nosso redor. Nas salas por onde passei, sempre foi visível observar a diversidade

cultural que se encontravam dentro da mesma.

Em 2003 na escola estadual Conceição Xavier de Alencar iniciei o meu ensino médio,

finalizando em 2005 o referido. Ao cursar esta modalidade de ensino, foi possível verificar

que em cada passagem por níveis de ensino diferentes aprendemos e ficamos com déficits que

só serão possíveis retificá-los quando damos continuidade no nosso processo de formação.

Tive um professor que dizia “agora é o momento de vocês darem um salto do gm3

para a universidade do estado do amazonas (UEA)”, ou seja, aqueles verdadeiros alunos que

pensavam em crescer e se desenvolver intelectualmente, tinham por obrigação em cursar um

ensino superior. Não negarei que o novo me assustava, mas sabia que para realizar os meus

sonhos, tinha que ter um nível de formação mais elevado. Então ao finalizar o ensino médio,

eu e outros grandes amigos resolvemos nos inscrever para fazermos vestibular na

Universidade Federal do Amazonas em específico no Instituto de Natureza e Cultura

localizado na cidade de Benjamin Constant.

O meu grupo de amigos sempre tiveram uma preocupação que sinceramente eu não

dava importância até o ato de me inscrever, que era o fato da escolha da área que iríamos

fazer. Ao ler e avaliar as áreas que seriam fornecidas, resolvi fazer Pedagogia, pelo fato de

achar o curso mais fácil e não ter o índice de competitividade que os outros cursos teriam,

pois a minha preocupação até então, era de fazer um ensino superior que me garantisse

futuramente o ato de realizar os meus planos e futuros sonhos da qual almejava.

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Realizei a prova e foi quando apareceu à grande surpresa que tinha sido aprovada,

levei um mega susto, e não pensava em momento algum em abandonar minha família para ir

morar em outro município. Neste processo de aprovação para cursar um ensino superior, tive

que pedir minha exoneração do meu trabalho e me preparar para viver uma realidade

totalmente diferente da qual eu vivia. No dia 05 de novembro do ano de 2006 me mudei para

o município de Benjamin Constant. As aulas deram inicio no dia 06 do mencionado mês e

ano.

Ser aprovada numa faculdade é um ato formidável para quem quer crescer na vida.

Sempre gostei de me aventurar, apesar do medo que nos ocasiona logo no início, mas

sinceramente o fato de me mudar para o município aludido acima, foi algo surpreendente,

pois tive que deixar de lado minha família, amigos, namorado, e o que mais gostava de fazer

que era participar do grupo de teatro, gestado pela professora Nice de Moraes. Um dos meus

maiores medo foi em começar a participar de um curso da qual não tinha afinidade, pois uma

das áreas que sempre quis fazer foi Arte Cênica, mas como precisava entrar em uma

faculdade imediatamente resolvi cursar Pedagogia.

Fazer Teatro sempre foi um dos instrumentos que me possibilitou a realização

enquanto ser humano. Estar diante do público, e fazê-lo se sensibilizar através da temática

apresentada sempre foi o que desejei. Não há coisa melhor do que lhe dar com o povo e

através dele proporcionar a mudança que tanto almejamos.

Diante da realidade que me encontrava, vi que não era momento de pensar em desistir.

Então comigo mesmo, prometi em inserir o que mais gostava de fazer como um ato de

pesquisa que poderia ajudar no desenvolvimento de outras pessoas, e foi o que aconteceu.

Morar em Benjamin Constant foi uma experiência formidável em minha vida, pois me

possibilitou aprender que nada é impossível quando cremos no nosso criador que consiste em

Jesus Cristo. Muitas foram às dificuldades que passei, mas o fato de ter verdadeiros amigos

me ajudaram a superar. Em minha memória resta-me recordar que varias famílias ficaram

marcadas no meu processo de amadurecimento, devido a humildade, afeto que destinavam a

mim. Povo Benjaminense, isso eu posso garantir, há pessoas muito boas. Residi neste

município um ano e não sei precisar quantos meses.

Antes de completar 02 anos de faculdade comecei a fazer o translado de Tabatinga a

Benjamin Constant e vice – versa. Resolvi passar por esta aventura, com intuito de esta mais

próxima da minha família. Muitas peripécias ocorreram ao longo da minha trajetória neste rio

Solimões, mas aprendi que ao manter a união com os meus companheiros de embarcação, foi

possível vencer muitas dificuldades e superar os meus limites.

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Portanto, considero que ser aprovado em qualquer curso de uma faculdade é fácil, o

difícil é conseguir finalizar, principalmente quando não somos do município a qual a

universidade esta inserida. A fim de expor o trajeto ocorrido dentro da mesma, será descrita a

importância das disciplinas do eixo comum de formação do curso de Pedagogia.

1.2 Disciplinas do eixo comum de formação

A educação é um fator primordial no desenvolvimento de qualquer individuo, pois

como sabemos, não existe uma única educação e nem uma única forma de educar, como

salienta (Brandão). E embasado nisso, estar dentro de uma instituição superior é está apto a

aprender e respeitar as diversas áreas que estão ao nosso redor. Vale ressaltar que não consiste

somente nisto, mas devemos preconizar o respeito à diversidade cultural.

Como futuros fornecedores da educação, devemos ter uma formação de qualidade que

nos permita o respeito à diversidade e o desenvolvimento integral de nossas crianças

pequenas. O curso de Pedagogia visou formar o pedagogo que seja capaz de desempenhar

com ética, compromisso e competência a práxis pedagógica que envolve a atuação do docente

no campo da Educação Infantil, séries iniciais do ensino fundamental, para que possam

desenvolver a formação cidadã dos alunos que integrarão o corpo discente da educação

básica, bem como atuar no campo da gestão democrática educacional escolar e não-escolar

nos parâmetros da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9394/96, seguindo os

princípios norteadores conforme define os aspectos legais propostos no Projeto Político do

curso de Pedagogia.

O Pedagogo que queira ter uma formação de qualidade deverá cursar as

disciplinas do eixo obrigatório comuns a todos os campos de atuação, como por exemplo:

introdução a antropologia, introdução à filosofia, introdução a pedagogia, língua portuguesa,

metodologia do estudo e da pesquisa, psicologia geral, sociologia geral, gestão organizacional

e informática básica, estudos necessários no âmbito de formação acadêmica.

Dentre as disciplinas mencionadas, a disciplina de Introdução a Filosofia foi a que

me possibilitou um maior conhecimento em torno de sua importância no que concerne o

desenvolvimento autônomo, critico, desprendido do ser humano, possibilitando por sua vez

um maior crescimento intelectual e pessoal. Todas as disciplinas foram de suma importância,

mas a mencionada teve grande relevância no meu período de observação.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE …files.pedagogiabc.webnode.com.br/200000056-444a245446/TCC Marcela... · Figura 6: Imagem do slide da intervenção no Centro de Educação

1.3 Disciplinas do eixo específico de formação do pedagogo

Falar das disciplinas do curso, nos remota a averiguarmos as principais que marcaram

nossa formação. Todas foram importantes e se encontraram interligadas ao longo dos anos.

Claro, que temos que identificar estas, pois as suas realizações possibilitaram ao acadêmico

um interesse maior para o fortalecimento do conhecimento.

As disciplinas específicas do curso formam um eixo muito significante para os futuros

pedagogos, porque através delas se formam profissionais com mais responsabilidade e

criticidade pela educação. Conforme Paulo Freire (1993), ―não somos apenas objetos da

cultura da política, constatamos não para nos adaptar mas para mudarmos‖. Assim devemos

está preparados e convictos que as disciplinas oferecidas pelo curso, nos levaram a fazer

mudanças no meio em que nos inserimos e em nós mesmos.

Falar das disciplinas voltadas para a formação do profissional na área de gestão, é

corroborar que estas foram disciplinas que fizeram com que os futuros gestores façam a

diferença quando estiverem atuando, sendo sujeitos ativos e estratégicos no momento de

tomada de decisões.

A disciplina de grande importância nesse aspecto foi Gestão organizacional, pois nos

levou a muitas indagações e realização de trabalhos de campo gratificantes como futuros

gestores, conhecemos escolas e o trabalho de gestores, onde em cima da pesquisa fizemos um

trabalho em uma determinada escola que foi de muita valia para a formação dos acadêmicos.

Até então não sabíamos nada como se fazia e em que consistia a gestão, através do trabalho

proporcionado na disciplina, conhecemos o trabalho de uma gestão organizacional de uma

escola X. A própria trabalha quase que atendendo os níveis de ensino proposto na lei.

As disciplinas de educação infantil giraram em torno de suas especificidades.

Ensinando como se deve atuar como professor no nível aludido, todas foram de suma

importância, pois sendo difícil enumerar as que mais marcaram.

As da área dos anos iniciais também foram muito importantes, pois ficou perceptível

que o compromisso é chave principal para atuarmos como diferenciadores neste nível.As

atividades desenvolvidas foram muito importantes por ser ministradas por pessoas que tinham

compromisso, em ensinar o assunto, possibilitando que eu valorizasse as disciplinas

ministradas ao longo do curso.

Em todo o curso a disciplina que mais gostei foi Introdução a Filosofia, pois me

possibilitou desvendar o desconhecido e aprender a aprender a valorizar o meu intimo e as

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pessoas que estão ao meu redor. Possibilitando, por conseguinte me tornar uma pessoa mais

autônoma, critica e encorajada de ir em busca de novos conhecimentos.

1.4 Práticas da pesquisa pedagógica

Falar de pesquisa requer antes de tudo um conceito para melhor compreender a

amplitude que a mesma possui, e vendo esta necessidade confirmou-se que são vários os

significados que os teóricos atribuem. E embasado nisto pode-se observar que a pesquisa tem

o mesmo sentido, consistindo na construção de conhecimento a partir da realidade pesquisada,

sendo efetivada através de finalidades e técnicas diferentes. Como salienta Pádua (2000):

[...] toda pesquisa tem uma intencionalidade, que é a de elaborar conhecimentos que

possibilitem compreender e transformar a realidade; como atividade, está inserida

em determinado contexto histórico – sociológico, estando, portanto, ligada a todo

um conjunto de valores, ideologia, concepções de homem e de mundo que

constituem este contexto e que fazem parte também daquele que exerce esta

atividade, ou seja, o pesquisador. (p. 32)

Como pedagogos e pesquisadores em formação, temos que seguir e nos embasar

teoricamente em um autor que seja acessível, prático para melhor contribuir neste processo e

segundo Ander – Egg (1978:28):

[...] a pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que

permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do

conhecimento. A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de

pensamento reflexivo, que requer um tratamento cientifico e se constitui no caminho

para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.

Visto que a pesquisa é um dos instrumentos fundamentais para a ampliação do

conhecimento dos discentes dentro de qualquer instituição superior, faz-se necessário

conhecermos que a Universidade Federal do Amazonas no seu estatuto e regimento geral, em

especifico no seu artigo 2º, diz que esta instituição goza de autonomia didática – cientifica,

administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerá ao principio de

indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

A pesquisa sendo um dos instrumentos do regime didático – cientifico, terá por

objetivo fundamental em seu artigo 49º, produzir e difundir conhecimentos científicos,

tecnológicos, artísticos e culturais e desenvolver uma critica, associando-se ao ensino e à

extensão, em conformidade com os princípios e finalidades estabelecidos no referido estatuto.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE …files.pedagogiabc.webnode.com.br/200000056-444a245446/TCC Marcela... · Figura 6: Imagem do slide da intervenção no Centro de Educação

Sendo a pesquisa um dos requisitos obrigatório da universidade, faz-se necessário que

os futuros pedagogos além de conhecer a sua importância no seu processo de formação,

devem esta ciente em usá-la quando estiver atuando, pois a utilização de técnicas2 variadas

permitirá a efetivação de uma boa pesquisa, possibilitando averiguarmos as problemáticas que

assolam a realidade educacional, encontrando assim devidas soluções dentro dessas

instâncias.

O ato de pesquisar é de extrema necessidade na formação do professor, devido que

através deste, será mais fácil nos tornar pessoas preocupadas com a realidade a qual estamos

inseridos, consistindo por sua vez, no encontro de soluções cabíveis para supostas

problemáticas. Ser um professor pesquisador nos remete a ser dinâmicos, estratégicos,

conscientes na busca de soluções não só dentro de nossa sala de aula, mas com todo o

contexto escolar.

Para sermos pedagogos de qualidade fez necessário cursar as disciplinas de prática

pedagógica: I, II, III, IV. Na prática pedagógica I, visou compreender a pesquisa educacional

em diversos contextos, realizando análises teóricas em diversas abordagens e linhas de

pesquisa, fazendo uma relação desta com o estágio supervisionado e as contribuições para a

formação acadêmica na área de educação, possibilitando o conhecimento dos meios e etapas

da realização da pesquisa educacional, as técnicas e instrumentos inerentes e as formas de

aplicação.

A prática pedagógica II visou conhecer os componentes de um projeto de pesquisa em

educação fazendo uma relação teórico-prática para a construção de um projeto a ser aplicado

no decorrer do curso de pedagogia. Na prática pedagógica III nos possibilitou o

desenvolvimento de um projeto de pesquisa educacional nas etapas de sistematização e coleta

de dados.

Por conseguinte na prática pedagógica IV foi possível a realização e a análise dos

dados coletados numa pesquisa educacional destacando-a no relatório de pesquisa. A

realização destas práticas foram de suma importância em nossa formação, pois, cada uma

delas, nos possibilitou conhecer as variadas formas e técnicas de se realizar um boa pesquisa,

possibilitando desta maneira preparar profissionais qualificados no ramo da pesquisa

educacional.

2 Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar

esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos.

(LAKATOS & MARCONI. p. 48)

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O que ficou marcante e necessário nestas práticas, é que cada aluno deve ter o

interesse em buscar aprender e inovar em cada pesquisa, pois, vários são os teóricos que

discutem sobre a importância da mesma. Vale ressaltar que o ato de pesquisar nos

proporciona escolher técnicas cabíveis com a pesquisa a qual faremos. Frisando também o

conhecimento das normas da ABNT, para a produção de trabalhos científicos, detalhando a

forma de como se produzir fichamentos, resumos, citações, elaboração de projetos,

questionários, entrevistas, etc.

Através das práticas foi possível ir até as escolas observar as principais dificuldades

que as mesmas possuem, e embasado nisso, foi possível escolher minha temática, que de

imediato consistia na superlotação em sala de aula, mas com o auxilio da primeira docente de

prática, mudei, devido que gostaria de estudar um problema que me estimulasse a não desistir

no meio do caminho, e continuando minhas observações, foi possível, escolher o teatro, onde

era um assunto que já tinha afinidade, até porque o estudava e praticava-o em Tabatinga. A

escolha desta temática deu-se devido a não utilização do teatro em sala de aula. Em todas as

observações sempre ficou visível, que o ato de dramatizar, contar historia, fazer apresentações

de fantoches, pantomima, só ocorria como mera diversão ou até mesmo nas festas que a

escola realizava. Com o intuito de mudar esta realidade decidi que o teatro tem condições de

ser utilizado como instrumento metodológico dentro do contexto de sala de aula.

A escolha da temática foi muito bem vista pela minha professora, meus colegas de

estágio, e principalmente pela professora a qual eu estava fazendo as observações. Com as

explicações sobre a utilização do teatro dentro da sala de aula, causou certas surpresas por

parte dos alunos, pois dramatizar, contar historias, apresentar fantoches, é um ato lúdico, pois

como sabemos, há condições de se aprender brincando, é um fato! Estudar sobre o teatro, foi e

esta sendo fantástico na minha formação, pois não há nada melhor do que estudarmos sobre o

que verdadeiramente queremos, apesar das dificuldades, que são como grão de areias que vem

para nos fortificar.

Durante a pesquisa muitos foram os problemas, de inicio, as minhas observações

ocorreram no município de Tabatinga, mas como não tinha transporte e por falta de recursos e

acompanhamento da orientadora até o mesmo, resolveram transferir para Benjamin Constant,

levando-me para a escola Chagas de Almeida, onde fui muito bem recebida. Ao iniciar a

pesquisa em uma realidade totalmente diferente, nos sentimos como um pássaro fora do

ninho, teoricamente é muito fácil auxiliarmos a realidade educacional, mas na prática é

totalmente diferente.

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Ao finalizar as observações, partiu-se para a escrita do relatório, onde ocasiona medo,

ansiedade, pois é ai que verificamos se estamos apto a produzir um trabalho cientifico, e vale

ressaltar que é ai que observamos se tudo que aprendemos na universidade valeu a pena. Após

a produção do relatório, vem à defesa na frente dos nossos colegas de sala de aula, e da

professora que nos orientou, defender o mesmo é de grande valia na nossa formação, pois o

levantamento bibliográfico, os fichamentos, resumos feitos servem para nos dar base teórica e

nos fortalecer como pesquisadores.

Como pesquisadora em formação, tudo que é novo nos assusta, e comigo não foi

diferente, o segredo para ser um bom pesquisador é seguir minuciosamente as orientações que

as professoras nos fornecem, ler, pesquisar é uma fonte incondicional para efetivarmos com

sucesso o fechamento da pesquisa. O pesquisador deve ter compromisso, responsabilidade,

interesse em fazer uma bom trabalho, é obvio que muitas coisas ficaram a desejar, mas

aprendi que quando queremos fazer algo positivo nada é impossível. O ato de pesquisar

contribuiu não só como pedagogo, mas com certeza no meu processo profissional, pois com

este ato será possível fazer a diferença dentro de qualquer área que vier atuar.

As pesquisas realizadas no decorrer do período serão enfatizadas no capitulo 3 de

forma mais minuciosa, apresentando as principais dificuldades, habilidades, problemas e

acima de tudo os êxitos encontrados no final de cada uma.

1.5 Atividades complementares

Todo aluno ao ingressar em uma universidade pública, deve cumprir o que se pede

dentro dos projetos políticos pedagógicos de cada curso, e como pedagoga em formação não

fico a mercê desta realidade, pois, as atividades complementares são um dos requisitos que

devem ser cumpridos pelos acadêmicos (as).

Conforme o projeto político do curso de pedagogia, as atividades complementares

seguem a normatização da Portaria 051/2007, da Pró-reitoria de Ensino de Graduação da

Universidade Federal do Amazonas, com a carga horária total de 100 horas, conforme

promulga a Resolução 018/2007-CEG/CONSEPE, de 01 de agosto de 2007.

As Atividades Complementares compreendidas neste projeto estão relacionadas com o

ensino, pesquisa e extensão. Como aluna, me fiz inserida neste processo, diante que a

participação, me possibilitou conhecer o verdadeiro significado de cada um deste tripé dentro

da instituição, é obvio que não participei de todos, mas fui conhecedora, do significado dos

mesmos.

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A participação nas atividades complementares me possibilitou o desenvolvimento

intelectual e o conhecimento das variadas opiniões tanto dentro da instituição como fora,

desta maneira aprendi a ouvir e cada vez mais a respeitar o posicionamento de outras pessoas.

No ano de 2007 participei do projeto “O mundo mágico da leitura”, coordenado pela

professora Gilvânia Plácido Braule, que teve como objetivo desenvolver a prática da leitura

com crianças pequenas da escola pública Olavo Bilac em Benjamin Constant. A minha

participação neste projeto foi de grande valia, me possibilitando conhecer uma das

problemáticas que afetam o processo ensino- aprendizagem destas crianças.

No período de 01 de dezembro de 2006 a 08 de março de 2007, participei do curso de

capacitação “A prática da leitura e o desafio de escrever”, como parte do Projeto “Ler e

escrever bem: um exercício de cidadania”, este por sua vez coordenado pela professora

Gilvania Plácido Braule. A participação neste me proporcionou conhecer os tipos de leituras,

a sua importância, e seu significado no ato de escrever.

Participei da palestra “A redação: nascer do pensamento ao exercício da

cidadania”, como parte do projeto “Ler e escrever bem: um exercício de cidadania‖,

realizado no município de Benjamin Constant no período de 01 de dezembro de 2006 a 08 de

março de 2007, tendo como coordenadora a professora Gilvânia Plácido Braule.

Tendo como coordenadora Jarliane da Silva Ferreira, participei do comitê de trabalho

no curso “A pedagogia de projetos na qualificação profissional docente”, realizado no

município de Benjamin Constant, no período de 01 de dezembro de 2006 a 09 de março de

2007.

No período de 15 a 16 de julho de 2008, participei do XVII CONIC – Congresso de

Iniciação Cientifica da UFAM, Sessão do Campus Alto Solimões – Instituto Natureza e

Cultura, tendo como coordenadora a professora Maria Marly de Oliveira Coelho e a ex –

gestora Valdete da Luz Carneiro.

Tive a honra de participar da “Mostra acadêmica do Instituto Natureza e Cultura

2008 – Ano Internacional da Terra”, realizado no período de 19 a 21 de maio de 2008,

coordenado pela ex-diretora Valdete da Luz Carneiro.

Em março de 2009, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), participei no

período de 17 a 20 do supracitado mês da Reunião do SBPC em Tabatinga. No período de 18

a 20 de março frequentei o minicurso “Arte e Educação: Desafios na Amazônia”, realizado

durante a Reunião Regional do SBPC.

Em toda minha trajetória acadêmica, não foi possível fazer nenhuma publicação

devido esta inserida em outras atividades da instituição. Trabalhei como bolsista na Biblioteca

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do INC-BC; fui representante discente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão

(CONSEP); atuei como representante discente do curso de Pedagogia.

Participar destes projetos, eventos, conselho, colegiado, foi de suma importância, pelo

fato de lhe dar com pessoas diferentes, principalmente aprender a respeitar a diversidade

cultural que esta ao nosso redor.

Portanto, como futura pedagoga, vejo que respeitar, se colocar no lugar do outro, é

essencial não só como atuante na área da educação, mas sim no nosso dia-a-dia. Aprender a

lhe dar com o próximo é crucial para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Devemos acima

de tudo ser questionadores, críticos, autônomos, e acima de tudo saber ouvir quem esta ao seu

lado.

1.6 A prática profissional

O estágio é um período de estudos, exigidos dos candidatos ao exercício de certas

profissões liberais: estágio de engenharia; estágio pedagógico⁄ período probatório, durante o

qual uma pessoa exerce uma atividade temporária numa empresa, então pode se considerar

que o estágio é um período de estudos práticos para aderir aprendizagem e experiência no

campo de estágio, possibilitando aos acadêmicos (as) estagiários (as) o confrontamento entre

teoria e prática.

Considera-se o estágio uma atividade obrigatória para nossa formação, devido à

necessidade de oportunizar ao futuro profissional o desenvolvimento das competências

necessárias à atuação profissional na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino

Fundamental e na Gestão escolar como práticas de aprofundamento e diversificação de

estudos integradores por meio de procedimentos de observação, reflexão, docência

supervisionada, desenvolvimento de investigação da realidade, de atividades práticas e de

projetos. (Projeto Político Pedagógico do curso de Pedagogia. p. 26).

Conforme a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de

estudantes a nível nacional, o estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido

no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que

estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação

profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos iniciais do ensino

fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.

Embasado nas Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o Curso de

Pedagogia elaboradas, nos termos da Resolução CNE⁄CP nº 1 de 15⁄05⁄2006 e da Resolução nº

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004⁄00 CONSEP de 29 de fevereiro de 2000, o Estágio Curricular Supervisionado será

desenvolvido a partir do segundo ano do Curso de Pedagogia, que integra as dimensões

teóricas e práticas do currículo e articula de forma interdisciplinar os conteúdos do eixo

estruturante do desdobramento curricular – núcleo específico obrigatório que compõe a

prática de aprofundamento e diversificação de estudos integradores por meio de

procedimentos de observação, reflexão, docência supervisionada, desenvolvimento de

investigação da realidade, de atividades práticas e de projetos.

Para ampla formação do pedagogo, faz-se necessário estagiar na gestão educacional,

nas series dos anos iniciais, na educação infantil. A realização destes estágios nos oportunizou

conhecer a realidade a qual se encontra cada um destes níveis. Ao adentrarmos nestas

realidades ficaram visíveis que ao iniciarmos as observações, estas têm sérios problemas que

são passíveis de soluções, mas depende das pessoas que estão ao redor para melhorá-la.

Durante as observações me senti constrangida, pois, há pessoas dentro das instituições

que não se sentem bem com os estagiários, ocasionando desta forma, um certo receio em se

aproximar e se sentir a vontade, parece-me que algo os impede de se envolver. Mas no

decorrer do mesmo, os estagiários tiveram que criar estratégias para se envolver nas

atividades, fazendo desta forma a interação estagiários – segmentos da escola, é difícil, devido

que nem todos acataram, mas por outro lado, há pessoas que se envolvem facilmente. Mesmo

com algumas dificuldades, fica visível, interagirmos no campo educacional sem incomodar

ninguém, desde que façamos nossa parte, ou seja, ajamos com ética, responsabilidade e

compromisso no ato de observar.

Ao finalizarmos as observações, partimos para a produção dos relatórios, onde

considero um momento importante, sendo que é ai, que comprovamos se somos ou não

capazes de redigir um relatório consubstanciado teoricamente. Fica claro, que não foi possível

realizar o relatório de gestão devido alguns problemas com as minhas companheiras de

estagio, mas o de educação infantil escrevi, mas não fui bem como imaginava, devido que

fiquei doente, mas fiz o possível.

Os estágios são de fundamental importância para os pedagogos em formação

independente das mudanças de escola, é obvio que vem a contribuir, pois com realidade

diferentes, observamos problemáticas distintas ou até mesmo iguais, como por exemplo a

superlotação em sala de aula, que é um fato dentro das escolas brasileiras. Uma das principais

dificuldades que enfrentei na troca de escolas, foi a interação com o corpo docente da escola,

e em fazer novamente o levantamento de dados que iriam me auxiliar na produção do

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relatório. O ponto positivo em isso tudo, é saber, que quando fazemos as coisas com prazer,

compromisso, tudo se torna mais fácil, e gostoso.

Portanto, o trajeto dos estágios realizados, serão detalhados no capítulo 2, frisando

teoricamente sua importância, minhas dificuldades. Como sabemos tudo na vida deve ser feito

de forma planejada, e estagiar dentro do curso de pedagogia, não foi diferente, e graças às

orientadoras com uma nova organização dos estágios, ficou mais acessível sua efetivação.

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2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A PRÁXIS EDUCATIVA NA FORMAÇÃO DO

PROFISSIONAL

Figura 02 Imagem da estagiaria com os alunos da Educação Infantil na escola CESBI

Fonte: Arquivo Pessoal–Maio de 2010

.

O estágio é o lócus onde a identidade profissional é gerada, construída e referida;

volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e critica e, por

isso, deve ser planejado gradativa e sistematicamente com essa finalidade.

(BURIOLLA, 1999, p.10).

O estágio conforme citação acima é uma atividade a qual vem contribuir no encontro

dos profissionais com a referida área de formação. Consiste no período de estudos, exigidos

dos candidatos ao exercício de certas profissões liberais: estágio de engenharia; estágio

pedagógico⁄período probatório, durante o qual uma pessoa exerce uma atividade temporária

numa empresa, então pode se considerar que o estágio é um período de estudos práticos para

aderir aprendizagem e experiência no campo de estágio, possibilitando aos acadêmicos (as)

estagiários (as) o confrontamento entre teoria e prática.

Conforme a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que dispõe sobre o estágio de

estudantes a nível nacional, retrata que o estágio é o ato educativo escolar supervisionado,

desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de

educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior,

de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos iniciais do ensino

fundamental, na modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos.

Embasado nas Diretrizes do Estágio Curricular Supervisionado para o Curso de

Pedagogia, nos termos da Resolução CNE⁄CP nº 1 de 15⁄05⁄2006 e a Resolução nº 004⁄00

CONSEP de 29 de fevereiro de 2000, o Estágio Curricular Supervisionado foi desenvolvido

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integrando as dimensões teóricas e práticas do currículo e articulando de forma

interdisciplinar os conteúdos do eixo estruturante do desdobramento curricular – núcleo

específico obrigatório que compõe a prática de aprofundamento e diversificação de estudos

integradores por meio de procedimentos de observação3, reflexão, docência supervisionada

4,

desenvolvimento de investigação da realidade, de atividades práticas e de projetos.

Os Estágios Supervisionados foram resultantes de disciplinas obrigatórias que

compuseram a prática profissional do futuro egresso do curso de Pedagogia do Instituto de

Natureza e Cultura – INC, atendendo aos objetivos específicos do Projeto Pedagógico do

Curso⁄PPC para cada campo de atuação profissional do pedagogo, visando formar educadores

capazes de realizar ações pedagógicas e gestionárias a partir dos princípios e finalidades

gerais da educação nacional e científicas, fundamentadas na Constituição Federativa do

Brasil⁄1988 e na Lei Nacional de Educação de N° 9394/96.

O curso de Pedagogia tem como objetivo geral formar o pedagogo capaz de atuar

como docente no campo da Educação Infantil, séries iniciais do ensino fundamental, para que

possa desenvolver a formação cidadã dos alunos que integrarão o corpo discente da educação

básica, bem como atuar no campo da gestão democrática educacional escolar e não-escolar

nos parâmetros da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9394/96, seguindo os

princípios norteadores conforme define os aspectos legais propostos no projeto.

Compreende-se ainda, que o pedagogo deve ter a competência teórica, prática, ética e

humana nos níveis de graduação básica, especialmente na docência da educação infantil e

anos iniciais, bem como na gestão educacional em ambientes escolares e não escolares com

ênfase no planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação das atividades

inerentes à prática educativa norteados pelos princípios da educação nacional promulgado na

Constituição Federal e a Lei Nacional de Educação de N° 9394/96, conforme define os

aspectos legais do referido projeto. (Projeto Político do Curso de Pedagogia do INC⁄BC, 2008,

p.17).

3Segundo LAKATOS & MARCONI a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações

e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver ou ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar. (p. 196). A observação constitui um dos

procedimentos mais importantes na experiência de estágio na escola. Trata-se de uma das mais antigas formas de

conhecer, sua utilização visa adquirir um conhecimento determinado sobre um ou mais aspecto da realidade. 4A regência – docência supervisionada tem 10h para sua organização e desenvolvimento, é onde o acadêmico (a)

– estagiário (a), após as observações – investigativas, planeja a sua proposta de prática pedagógica pautada na

problematização, elege uma temática e ações sistemáticas e si insere no campo em um dos campos de atuação

(Gestão, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental) com objetivos propostos a fim de superar as

dificuldades detectadas. Este procedimento ocorrerá com o intuito de haver um confrontamento entre teoria e

prática. (Projeto Político Pedagógico do Curso de Pedagogia. p. 27)

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O lócus onde foram realizados os estágios vem como um instrumento contribuinte

para preparar o futuro profissional viabilizando o conhecimento parcial da realidade

educacional a qual estávamos inseridos. Desta forma, os estágios foram realizados em escolas

públicas do município de Benjamin Constant sendo que o Estágio em Gestão Educacional

ocorreu no Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida e os estágios

na Educação Infantil e Anos Iniciais na Escola Centro Social Batista Independente(CESBI).

A prática do estágio supervisionado veio fundamentar a formação profissional do

acadêmico (a) em todo seu percurso de estudo e ensino, visando assim à busca pelo prazer de

ensinar. A sua realização nos oportunizou conhecer a realidade educacional a qual estávamos

inseridos, oportunizando um olhar holístico sobre as problemáticas e diferenças encontradas

em sala de aula, permitindo através deste uma busca de estratégias para superá-las e integrá-

las no processo educacional.

Portanto com o propósito de manter bem organizado o Trabalho de Conclusão de

Curso (TCC)5 apresentaremos neste capitulo os resultados obtidos nos estágios em gestão

educacional, educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, estes necessários à

atuação profissional do futuro pedagogo.

2.1 Estágio na Gestão Educacional: um fator contribuinte na formação dos discentes de

Pedagogia.

Figura 03 Imagem de uma escola

Fonte PNFCEs - MEC

O ato de estagiar no campo da Gestão Educacional nos remeteu a revisar literaturas

que embasam teoricamente a origem etimológica do vocábulo gestão, conceito, importância,

5Conforme Santos (2005) o TCC é um Trabalho Acadêmico Final em nível de graduação, constituindo-se numa

atividade curricular de caráter individual, mas também coletiva e de natureza cientifica. Torna-se um documento

público comprobatório da jornada da vida acadêmica do⁄a que leva à preparação para o exercício competente da

docência, apresentado o pensamento, a escrita, os argumentos e as defesas acerca dos princípios das práticas

cientificas na área da educação, envolvendo a Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino Fundamental e a

Gestão Educacional.

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finalidade, objetivos, estando intrínsecos os aspectos legais que amparam a gestão

democrática especificamente nas escolas públicas do Brasil. Ao rever estes conteúdos os

acadêmicos (as) – estagiários (as) compreenderam com mais exatidão a importância da gestão

na formação do profissional de educação.

A realização do estágio supervisionado em gestão educacional é um dos requisitos

obrigatórios que foi cumprido na formação do pedagogo inserido no curso de Licenciatura

Plena em Pedagogia. Com o propósito de confrontarmos a teoria com a prática,se fez

necessário adentrarmos na realidade educacional para conhecermos mais detalhadamente as

problemáticas que assolam o processo educacional no município de Benjamin Constant sendo

o lócus do estágio.

A dimensão do Estágio Supervisionado em Gestão Educacional equivaleu a 90 horas,

dividindo-se conforme o PPC do curso de Pedagogia (p.27) em: 40 horas – aula de

observação do ambiente escolar e não escolar quanto a Gestão à Educacional; 15 horas – aula

para planejamento e elaboração do Projeto de Estágio (análise, seleção e elaboração de

material didático); 15 horas/aula para relatório; 10 horas/aula de orientação e elaboração do

memorial; 10 horas de trabalho de Intervenção.

O estágio em Gestão Educacional é uma das etapas que foi efetivada pelos discentes

de Pedagogia com o propósito de cumprimento das exigências estabelecidas no Projeto

Político do Curso e como um dos requisitos contribuinte na produção do Trabalho de

Conclusão de Curso. Nesse sentido, como discentes em formação, devemos entender que a

Gestão Educacional consiste na:

[...] perspectiva democrática, que integra as diversas atuações e funções do trabalho

pedagógico e de processos educativos escolares, especialmente no que se refere ao

planejamento, á administração, á coordenação, ao acompanhamento, á avaliação de

planos e de projetos pedagógicos, bem como análise, formulação, implementação,

acompanhamento e avaliação de políticas públicas e institucionais na área de

educação. (PPC de Pedagogia. 2008, p.17)

A gestão democrática tem como escopo envolver de forma participativa os segmentos

da escola na tomada de decisões, pois os gestores agindo dessa maneira estarão dividindo

responsabilidades e contribuindo para a construção de uma escola democrática e participativa

que prepare os alunos para a cidadania plena. Em se tratando, de participação na escola temos

a contribuição de (LIBÂNEO6, 2008, p. 102) afirmando que:

6José Carlos Libâneo é Doutor em Filosofia e História da Educação. Nasceu em Angatuba, estado de São Paulo,

em 1945. Formou-se em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde também obteve os

títulos de mestre e doutor.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE …files.pedagogiabc.webnode.com.br/200000056-444a245446/TCC Marcela... · Figura 6: Imagem do slide da intervenção no Centro de Educação

A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola,

possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de

decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um

melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura organizacional e de sua

dinâmica, das relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação

maior entre professores, alunos, pais. Nas empresas, a participação nas decisões é

quase sempre uma estratégia que visa o aumento de produtividade. Nas escolas, esse

objetivo não precisa ser descartado, pois elas também buscam bons resultados.

Entretanto, há aí um sentido mais forte de prática de democracia, de experimentar

formas não-autoritárias de exercício do poder, de intervir nas decisões da

organização e definir coletivamente o rumo dos trabalhos.

É de suma importância frisar que, em se tratando, de gestão participativa na escola nos

remete a uma necessidade de introduzir nesse processo o trabalho de equipe, que segundo

(LIBÂNEO, 2008, p. 102-03),

[...] é um grupo de pessoas que trabalha junto, de forma colaborativa e solidária,

visando à formação e a aprendizagem dos alunos. Do ponto de vista organizacional,

é uma modalidade de gestão que, por meio da distribuição de responsabilidades, da

cooperação, do diálogo, do compartilhamento de atitudes e modos de agir, favorece

a convivência, possibilita encarar as mudanças necessárias, rompe com as práticas

individualistas e leva a produzir melhores resultados de aprendizagem dos alunos.

O trabalho em equipe é imprescindível dentro do contexto escolar, pois assim é

possível fazer interações e quebrar barreiras do egoísmo e individualismo, proporcionando o

trabalho coletivo e organização da escola, possibilitando por sua vez um maior

desenvolvimento nas relações humanas dentro das instituições. Segundo Etzioni (1967) diz

que:

As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos

entre pessoas e grupos, sendo que cada pessoa tem personalidade própria e

diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém

contatos e é igualmente influenciada por outras. (p.54)

O estágio em Gestão Educacional teve como objetivo compreender o processo de

gestão escolar em sua dinâmica cotidiana analisando as atuações dos membros da comunidade

escolar no ambiente educativo.

A realização do estágio ocorreu no Centro Municipal de Educação Infantil Francisco

Chagas de Almeida7, fundada no ano de 1977, sendo que na época foi construída de madeira

compreendendo (03) três salas de aula para oferecer um ensino de 1ª, 2ª e 3ª série nos turnos

matutino e vespertino contando com um quadro de (06) seis professores.

7Passou a ser Centro de Educação Infantil em 2008, pois funcionava como escola de Ensino Fundamental desde

1977

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No ano de 1985, esta foi reconstruída em alvenaria, porém com a mesma estrutura da

anterior. Neste mesmo ano foi oficializada como uma instituição de ensino em (31) trinta e

um de outubro na administração do prefeito Alcino de Almeida Castelo Branco através do

decreto de nº. 088/85. Em 1988, na gestão do prefeito João Corrêa de Oliveira esta foi

reformada e ampliada compreendendo (06) seis salas de aula, (01) uma cozinha, (01) uma

secretaria/diretoria e (01) uma sala de leitura, nesta época ofereciam alfabetização e o Ensino

Fundamental de 1ª a 4ª série. O nome deu-se em homenagem ao professor estadual e ex-

prefeito Francisco Chagas de Almeida.

Com o aumento da demanda de alunos por conta do crescimento e desenvolvimento do

bairro, na administração do prefeito José Amauri da Silva Maia, no ano de 2003 ampliou-se

mais (04) quatro salas de aula, sendo que uma delas foi destinada para o laboratório de

informática, pois foram instalados (05) cinco computadores bem como ares-condicionados em

todas as salas da escola, mas até hoje não funcionam porque a subestação não suporta a

sobrecarga quando todos estão ligados, muito embora se apresente em bom estado de

conservação. As salas de aula são bastante pequenas tornando-se um espaço antipedagógico.

Até o ano de 2007 a escola oferecia Ensino Fundamental de 1ª a 6ª série e a modalidade de

Educação de Jovens e Adultos – EJA – perfazendo um total de 760 discentes distribuídos nos

turnos matutino, vespertino e noturno. Atualmente a escola oferece Educação Infantil para

crianças de 04 (quatro) a 05 (cinco) anos de idade e Educação Especial para alunos com

necessidades educacionais especiais.

O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma

instituição de ensino regular situada na Rua Sérgio Ferreira, no bairro Umarizal, na área

urbana do Município de Benjamin Constant – Amazonas.

A maioria dos alunos são filhos de agricultores e pescadores, uma grande minoria

sobrevive de um salário e dos programas sociais. Os mesmos são do próprio bairro, alguns

vêm de fora e outros de bairros diferentes.

A escola é bastante solicitada pelos moradores, até porque no ano de 2009, muitas

crianças do bairro ficaram sem estudar, mas talvez isso aconteça por falta de opção e vale

ressaltar que a escola é vista pela comunidade e especialmente pelos pais como um espaço

imprescindível para o desenvolvimento integral de seus filhos.

Na cultura, os alunos seguem as tradições de vários eventos como: dança folclórica,

festas juninas, comemorações de datas importantes, arraiais, existem bastantes alunos com

necessidades especiais, que recebe atenção especial, os alunos vêm de famílias de baixa renda

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residente no próprio bairro e muitos de outros municípios tanto da zona rural como da zona

urbana.

As crianças ingressam no Centro a partir dos 04 (quatro) anos e estudam até a série que

a mesma oferece. No caso da Educação Especial os alunos têm que se deslocarem para o

ensino regular, com o intuito de poder finalizar o ensino fundamental e médio. Vale ressaltar

que a mesma atende alunos de outros estados e países, devido o Município ficar em área de

Fronteira.

A referida instituição com o propósito de trabalhar as dificuldades enfrentadas pelos

alunos tanto da educação infantil como da educação especial trabalha atualmente o projeto: A

formação do profissional da Educação Especial.

Para melhor compreender os caminhos trilhados dentro desta instituição, será descrito

de forma minuciosa as observações realizadas dentro da mesma, colocando à luz da teoria os

tópicos descritos abaixo.

2.1.1 Observações

O período das observações ocorreu de setembro a dezembro de 2009, com carga

horária de 40 horas – aula para a efetivação do Estágio Supervisionado na Gestão

Educacional. Estas ocorreram com o intuito de nos levar a conhecer o cotidiano da

organização do trabalho pedagógico na escola Centro Municipal de Educação Infantil

Francisco Chagas de Almeida. Descreveremos criticamente os elementos observados por

precisarmos conhecer os resultados do estágio mais também conhecer profundamente a

realidade da escola a qual foi lócus da pesquisa apresentada no terceiro capítulo deste TCC.

A) O ambiente físico e educativo da escola

A escola é um espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Nela os

indivíduos se socializam, brincam e experimentam a convivência com a diversidade

humana. (Indicadores de Qualidade na Educação: dimensão 06. p. 06)

A escola deve ser um ambiente agradável, conflituoso para que se possa chegar a um

bem comum que é manter a harmonia entre todos os segmentos que a constituem, propiciando

um bem - estar e a participação destas na organização da mesma. No que tange a Lei de

Diretrizes e Base da Educação (1996, p. 31), em seu artigo 3º, inciso I, a escola deve

proporcionar igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; possibilitando

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conforme o inciso II, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber. Mediante ao supracitado, a escola tem como papel envolver os

sujeitos de forma participativa no processo de formação, principalmente no que concerne a

parte do discente, e deve garantir sua permanência dentro da instituição independente das

diferenças culturais e o segmento a qual se situam.

O espaço físico da escola não está dentro dos Parâmetros Básicos de Infra - estrutura

para Instituições de Educação Infantil devido que não possui espaço adequado que possibilite

o desenvolvimento integral das crianças pequenas. As salas são pequenas e superlotadas, não

são climatizadas, possuem um sistema de subestação que não suporta a alta carga de energia,

dificultando o funcionamento de refrigeração e a iluminação das salas de aula. Nesse intuito o

espaço físico não apenas contribui para a realização da educação, mas é em si uma forma

silenciosa de educar. Como afirma Antônio Viñao Frago, referindo-se ao espaço escolar, esta

não é apenas um ―cenário‖ onde se desenvolve a educação, mas sim uma ―forma silenciosa de

ensino‖ (1995, p. 69)

O ambiente físico deve ser amplo e variado, pois, acredita-se que ambientes variados

podem favorecer diferentes tipos de interações e que o professor tem papel importante como

organizador dos espaços onde ocorre o processo educacional. Tal trabalho baseia-se na escuta,

dialogo, e observação das necessidades e interesses expressos pelas crianças, transformando-

as em objetivos pedagógicos. O espaço lúdico infantil deve ser dinâmico, vivo, ―brincável‖,

explorável, transformável, e acessível para todos. (PARÂMETROS BÁSICOS DE INFRA-

ESTRUTURA PARA INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL, 2006, p. 10).

Mediante ao aludido, verificou através das observações que a escola é composta de:

(07) sete salas de aula;

(01) um laboratório de informática com (05) cinco computadores mais no

momento não funcionam;

(01) uma cozinha;

(01) uma secretaria/diretoria;

(01) uma sala para depósito de livros, que será transformada em uma sala de

recursos para educação especial;

(03) três banheiros (01 masculino, feminino e para os funcionários), contanto

com serviços de água encanada, energia elétrica e sistema de esgoto.

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A escola possui repartições básicas para disponibilizar o processo ensino -

aprendizagem as crianças. Desde o nascimento a criança necessita de espaços que ofereçam

liberdade de movimentos, segurança e que acima de tudo possibilitem sua socialização com o

mundo e com as pessoas que rodeiam. Espaços estes de direito de todas as crianças sejam eles

(as): públicos, privados, institucionais ou naturais. Segundo Lima (2001, p.16): ‖o espaço é

muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em

seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e acessíveis a ela‖.

Os espaços devem ser organizados de forma a desafiar as crianças nos campos:

cognitivo, social e motor. Para Bassedas (1999).

A escola deve estar oportunizando a criança de andar, subir, descer e pular, através

de várias tentativas, assim a criança estará aprendendo a controlar o próprio corpo,

um ambiente que estimule os sentidos das crianças, que permitam a elas receber

estimulação do ambiente externo, como cheiro de flores, de alimentos sendo

preparados. Sentindo a brisa do vento, o calor do sol, o ruído da chuva.(p. 106)

O espaço criado para a criança deve estar organizado de acordo com a faixa etária das

mesmas, isto é, propondo cognitivos e motores que a farão avançar no desenvolvimento de

suas potencialidades. O espaço deve estar povoado de objetos que retratem a cultura e o meio

social em que a criança está inserida. Gandini (1990, p.150)diz que: ―o espaço reflete a

cultura das pessoas que nela vivem até mesmo as camadas distintas dessa influência cultural‖.

Os espaços físicos da escola mesmo não sendo proporcional para satisfazer as

necessidades das crianças, alguns professores usam de estratégias como organizar e decorar a

sala para assim possibilitar o desenvolvimento das crianças no processo ensino –

aprendizagem. Sabemos que não é culpa dos professores e dos alunos as medidas, os espaços

que as escolas são construídas, mas a fim de proporcionar um ambiente agradável, os

professores adaptam os espaços às necessidades educativas da escola.

O espaço condiciona o tipo de intervenção educativa e a relação que se estabelece na

escola, ainda que não seja uma condição determinante, o espaço e sua organização têm grande

influência no bem-estar dos profissionais e, ainda mais, das crianças pequenas. Conforme

Bassedas (1999, p.112): ‖é muito interessante que se decore e organize o espaço de maneira

que fique acolhedor, seguro, amplo e funcional para os deslocamentos. Um espaço acolhedor,

harmonioso e funcional, mesmo que não garanta um comportamento adequado, é uma

condição básica para consegui-lo‖.

Por fim o espaço não é um condicionante de mega importância no processo de

aprendizagem da criança, mas é uma ferramenta contribuinte de grande influência no

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desenvolvimento integral da mesma, envolvendo o que posso caracterizar como eixo

estruturante o desenvolvimento: cognitivo, social e motor, como embasa Bassedas (1999).

A escola dentro do seu espaço disponibiliza de 51 funcionários distribuídos da

seguinte forma: (29) vinte e nove professores, (01) uma diretora, (01) uma orientadora, (01)

secretário, (03) três auxiliares de secretaria, (01) um auxiliar de serviços gerais, (02) dois

vigias, (03) três merendeiras e (10) dez serventes.

Para atender as exigências da LDBEN/1996, a Secretaria Municipal de Educação

oportuniza aos docentes cursos de graduação. Assim sendo, (09) nove professores possui

Curso Superior em Pedagogia, Normal Superior, Geografia e Ciências; (14) quatorze

professores cursando Nível Superior e somente (06) seis professores têm Ensino Médio.

Para auxiliar os professores a escola conta com alguns recursos tecnológicos como:

Televisão e vídeo, retroprojetor, aparelho de som e alguns jogos didáticos. Esses materiais

contribuem de forma parcial na realização de aulas, reuniões e eventos realizados dentro da

mesma, pois se observa que não é suficiente, devido que se precisa de outros materiais como:

data-show, materiais didáticos diversificados para facilitar nas aulas, e dentre outros materiais

conforme a necessidade da escola.

Com este propósito é de suma importância discutir sobre os perfis dos lideres

pedagógico desta instituição, demonstrando o papel do gestor e da coordenadora pedagógica

no processo da gestão democrática.

B) O Perfil dos líderes pedagógicos: o gestor e a coordenadora pedagógica:

Para o desenvolvimento de uma gestão democrática na escola, faz-se necessária a

utilização de mecanismos que possibilitem participação, compromisso e

partilhamento de decisões, sendo, pois, o gestor (a) e o Coordenador (a)

Pedagógico(a) os elementos ativos em todas as proposições da Escola.(Indicadores

de Qualidade na Educação: dimensão 06. p. 07)

O gestor (a) e a coordenadora pedagógica (o) são os elementos primordiais para se

aprofundar nos estudos e elaborar estratégias que venham possibilitar o desenvolvimento da

gestão democrática dentro de qualquer instituição, proporcionando, por conseguinte o

envolvimento dos segmentos que formam a supracitada.

Os aspectos legais que amparam a gestão democrática configuram-se na Constituição

Federal de 1988; Lei de Diretrizes e Base da Educação (1996), que estabelece normas e

princípios da gestão democrática; Plano Nacional de Educação que retrata da democratização

da gestão do ensino público e o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) que consiste no

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processo de planejamento estratégico que a escola desenvolve para construção de sua

identidade, definindo o que é a escola, o que pretende fazer, aonde querem chegar, como e

com quais recursos atingir os objetivos educacionais, tendo como material base: manual:

como elaborar o plano de desenvolvimento da escola, do FUNDESCOLA/ FNDE/MEC/2006.

A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva

promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais,

humanas e tecnológicas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio - educacionais

dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos

educandos.

O gestor (a) é servidor (a) público (a): é prestador de serviços ao povo. Está sob

orientação constitucional e estatutária (Lei Nº. 001/GP-PMBC/2005 e Lei n° 002/GP-

PMBC/2005), possuindo direitos e deveres. Líder8 nato e agregador. O Gestor deve ser um

facilitador de interação, um mediador de conflitos e consensos, enfim, um articulador

educacional com funções operacionais generalizadas no âmbito da escola. E, como líder,

deve, inclusive, delegar competências e designar comissões nas várias tarefas que envolvem o

contexto escolar. Com isso, os afazeres e o controle das diversas ações escolares estariam

distribuídos pelo coletivo escolar.

Nas observações realizadas ficou perceptível que a gestora não passava muito tempo

na escola, pois no período da realização do estágio estava ocorrendo o Arraial de São

Francisco, e a escola tinha ficado responsável por uma noite no evento. Mesmo com esta

realidade a gestora só vai à mesma para resolver assuntos de grande urgência, pois o motivo

desta ficar mais tempo fora consiste na resolução de problemas extra institucional, que

consistem em ir à Prefeitura; Secretaria Municipal de Educação e dentre outros lugares

conforme a problemática a ser resolvida. Conforme frase da gestora: qualquer assunto a ser

resolvido dentro da escola deve ser tratado com a coordenadora pedagógica. Como se

observa a gestora designou esta função à coordenadora pedagógica devido seus trabalhos

externos e também com o propósito de ajudá-la neste processo.

A gestora nesta situação não está deixando a escola a mercê da sorte pelo contrário ela

está parcialmente dentro do perfil de gestores das escolas públicas do Brasil. Como líder deve

trabalhar em média dez horas por dia; em seu cotidiano, as prioridades da agenda são cuidar

da infra-estrutura, conferir a merenda, vigiar o comportamento dos alunos, atenderem

os pais, participar de reuniões com a Secretaria de Educação e providenciar material.

8AUTORIDADE/LIDER: não se pode confundir autoridade com autoritarismo.

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Sobra pouco tempo para cuidar do pedagógico (conversar com os professores,

prestar atenção nas aulas e buscar a melhoria do ensino), meta essencial da escola. Ficou

visível que a gestora cumpre parcialmente com seus deveres e trabalha até mais da carga

horária proposta acima.

Libâneo (2008) em seu livro: Organização e gestão da escola: teoria e prática cita

que o gestor (a) deve ter como perfil: capacidade de trabalhar em equipe; capacidade de

gerenciar um ambiente cada vez mais complexo; manejo de tecnologias emergentes; visão de

longo prazo; disposição para assumir responsabilidade pelos resultados; capacidade de

comunicação (saber expressar-se e saber escutar); Improvisação (criatividade); disposição

para fundamentar teoricamente suas decisões; comprometimento com a

emancipação/autonomia intelectual dos funcionários; atuação em função de objetivos; visão

pluralista das situações; disposição para cristalizar suas intenções (honestidade e

credibilidade);conscientização das oportunidades e limitações.

A gestora possui parcialmente algumas destas características, pois foi possível

entrevista-la para aderir informações acerca de suas atitudes, seus trabalhos. Vale ressaltar

que vem passando por muitas dificuldades e uma das que mais se destaca é a falta de apoio

dos professores, pais, da gestão do município. Mesmo diante destas dificuldades arranja força

para não desistir, pois pensa muito nas crianças. Diante desta situação pode-se afirmar que a

gestora esta parcialmente dentro do perfil de gestores citado por Libâneo.

É interessante ressaltar que trabalhar como gestor (a) não é nada fácil, pois o trabalho

é complexo mesmo na distribuição de tarefas entre os segmentos. O gestor mesmo realizando

suas atividades de forma correta nunca consegue agradar a todos, até porque lhe dar com ser

humano é algo muito difícil. Segundo o professor Antônio Joaquim Severino (PUC-SP):

O gestor é: ―alvo tanto de amor quanto de ódio‖... ―cujo papel acredita ser o mais

relevante do ponto de vista da estratégia e da política educacional de um sistema de

ensino ―pela própria natureza integradora da sua função, o diretor ocupa lugar

especialmente importante e imprescindível‖.

Na ausência da gestora quem fica responsável pela instituição é a coordenadora

pedagógica, tendo como papel averiguar a organização da mesma; se os professores estão

todos dentro da sala com seus respectivos alunos e dentre outros. Caso ocorra um problema

mais sério esta junta-se com a gestora e os demais funcionários para solucionar a cabível

problemática. Citou como exemplo o esquecimento de alunos por parte dos pais, frisa que isto

é constante, e um dos problemas mais sério foi quando um aluno foi esquecido e teve que

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dormir na casa de uma servente. E antes de mandar o caso para o Conselho Tutelar, esta

decisão foi tomada através de reunião com os supracitados.

A coordenadora pedagógica para adquirir conhecimentos gasta do seu próprio bolso

em torno de 50.00 reais ou mais para comprar livros. Tem experiência em todos os níveis de

ensino, mas prefere a educação infantil. Quer realizar sua especialização na educação

especial. Tem 20 anos de experiência, começou dando aula de reforço e aos 18 anos estava

ministrando aula em uma escola pública. Comenta que para se fazer gestão democrática: faz-

se necessário se por no lugar das pessoas, mas não se deve confundir amizade com trabalho.

Ressalta que sua relação com os funcionários dá-se de forma respeitosa, amigável. Retrata que

a merenda é planejada e que para realizar o planejamento o professor tem que esta presente, e

isto é uma regra, mas há casos que professores faltam e isto é uma realidade constante.

Comenta que fora o problema do esquecimento dos alunos pelos pais, há outro que

consiste em professores não usarem metodologias diversificadas no processo ensino-

aprendizagem das crianças pequenas. Auxilia nesta problemática ensinando o que sabe e indo

em busca de ajuda com os professores do Instituto Natureza e Cultura⁄ BC⁄ Universidade

Federal para fornecer formação continuada em cima das principais dificuldades enfrentadas

dentro do processo educacional voltado a educação infantil.

Em vista desta realidade observa-se que a (o) coordenadora pedagógica (o) tem peça

fundamental para manter a organização dentro do contexto escolar, possibilitando uma boa

relação entre todos os segmentos e proporcionando com exatidão um bom processo

educacional nas instituições que estiverem inseridos. Conforme palestra da professora

Marinete Mota9 voltado para a importância do coordenador pedagógico dentro das escolas

públicas (2010) frisa que:

O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois busca

integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as relações

interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua,

desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar

efetivamente na construção de uma educação de qualidade.

O coordenador (a) pedagógico (a) deve atuar nos segmentos dos: docentes,

administrativos, discentes e familiares. Devendo colaborar de forma humilde, estratégica e

sábia na resolução dos possíveis problemas.

9Professora de Pedagogia do Instituto de Natureza e Cultura. – INC. Benjamin Constant.

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A função de coordenador (a) pedagógico (a) esta fundamentada em bases legais que

consiste em: CF/88; LDBEN 9394/96; Resolução 3/97 da CEB / CNE; LEI

COMPLEMENTAR N° 002/GP-PMBC/2005 – Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do

Magistério Público.

A coordenadora pedagógica demonstrou ser muito preocupada com a organização e o

envolvimento dos demais segmentos na tomada de decisões dentro da instituição. Vem

fazendo um trabalho muito bom, mas ficou visível que ao proferir que mantém uma relação

amigável e respeitosa com os funcionários ocorreu que na entrevista realizada com os mesmos

há uma contrariedade onde uns se agradam e outros não com suas atitudes e posicionamentos.

Mas como afirma o professor Antônio (PUC-SP) ser líder de uma instituição é ser alvo tanto

de amor como de ódio.

Ser líder não é simples, principalmente no que concerne trabalhar com seres humanos.

A escola observada tenta trabalhar de forma democrática, mas falta elaborar estratégias para

que os segmentos que a compõem participem. Trabalhar democraticamente na escola significa

a participação de todos os segmentos e da comunidade local nas decisões que afetam o

processo escolar. Devem obedecer aos principais elementos constitutivos da gestão

democrática que consiste em: participação; autonomia; transparência e pluralismo.

Para se alcançar o êxito da gestão democrática dentro das instituições faz-se necessário

trabalhar na mudança das mentes dos sujeitos que compõem os segmentos que a formam.

Conforme nos lembra Morin: ―não se pode fazer uma reforma nas instituições sem uma prévia

reforma nas mentes e não se pode fazer uma reforma nas mentes sem uma prévia reforma nas

instituições‖ (2008, p.99).

Por fim para consolidar as observações realizadas será discorrido sobre o papel dos

sujeitos da escola que consiste nos alunos, professores, funcionários e pais que fazem parte

dos segmentos que formam a instituição observada.

C) Os DEMAIS sujeitos da escola: alunos, professores, e funcionários

A realização da gestão democrática envolve os sujeitos da escola que consiste nos

professores, alunos, funcionários que formam o segmento que constituem a escola. A gestão

de pessoas é um fator contribuinte que implica na participação destas nas tomadas de

decisões, facilitando por sua vez o processo educacional com qualidade que tanto almejamos.

Segundo Gracindo (2009):

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Participar significa ―partilhar juntos‖. ―Significa que todos podem contribuir, com

igualdade de oportunidades, nos processos de formação discursiva da vontade, ou

seja, consiste em construir comunicativamente o consenso quanto a um plano

coletivo‖

Destarte é possível com mais exatidão aderir resultados positivos, além de distribuir

tarefas para os segmentos. O gestor agindo desta maneira não ficará sobrecarregado e nem

acumulará atividades no decorrer do ano letivo, é obvio que se faz necessário a sua presença

para mediar às atividades.

Com a realização das observações ficou visível que não há o envolvimento de forma

enfática por parte dos segmentos. Um dos fatores é pelo fato de alguns professores, com

funcionários e a coordenação da escola não se darem bem. É neste momento que se faz

necessária a contribuição dos lideres ativos - gestor (a) e coordenador pedagógico (a), para

elaborem encontros como palestras, oficinas, e dentre outras atividades para disponibilizar o

entrosamento entre os mesmos.

Ao realizar entrevista com a professora de apoio ―X‖ ficou visível que não há

coletividade por parte de alguns professores no momento da elaboração dos planos; no

compartilhamento de materiais didáticos e principalmente na troca de experiências entre os

profissionais do ramo da educação infantil. É de suma importância que se acha união entre os

professores, pois dessa maneira é possível facilitar o processo ensino-aprendizagem das

crianças pequenas.

Segundo Libâneo (2008), o professor é um profissional cuja atividade principal é o

ensino. Sua formação inicial visa propiciar os conhecimentos, as habilidades e as atitudes

requeridas para levar adiante o processo de ensino e aprendizagem nas escolas. (p.75). Como

podemos observar, o professor deve ter habilidade para ensinar e disponibilizar experiências

para os demais docentes com intuito de colaborar no processo de aprendizagem.

A professora entrevistada atua a dois (02) anos na educação infantil. Retrata que esta

como professora de apoio devido que sua filha tem problema de coração e para não se

ausentar e prejudicar os alunos resolveu ficar como o aludido. Salientou que o planejamento é

diário, mas as atividades pedagógicas dão de forma individual, em especifico o plano de aula.

Uma das perguntas foi sobre se teve acesso ao Projeto Político Pedagógico da escola,

esta respondeu que não. Foi questionado se todos os professores possuem projeto didático,

respondeu que os professores elaboram conforme a dificuldade dos alunos citou como

exemplo, a professora “Y” que elaborou o seu mediante a dificuldade do aluno que não

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sabia ler e nem escrever. Sua formação atualmente é no magistério e esta se preparando para

fazer vestibular para o curso de Pedagogia.

Comprovou-se que os docentes realizam formação continuada. O assunto da última

consistiu na Educação Inclusiva oferecida pelas professoras do curso de Pedagogia do

INC⁄BC⁄UFAM.

A formação continuada é um método de possibilitar aos professores o

desenvolvimento intelectual critico, visando preparar um profissional reflexivo e pesquisador

e elaborar conhecimentos, como participante qualificado na organização e gestão da escola.

Segundo Libâneo (2008) (apud Christov 1998):

A Educação Continuada se faz necessária pela própria natureza do saber e do fazer

humano como prática que se transforma constantemente. A realidade muda e o saber

que construímos sobre ela precisa ser revisto e ampliado sempre. Dessa forma, um

programa de educação continuada se faz necessário para atualizarmos nossos conhecimentos, principalmente para analisarmos as mudanças que ocorrem em

nossa prática, bem como para atribuirmos direções esperadas a essas mudanças.

(p.09)

Isso não quer dizer que o professor não necessita da teoria, do conhecimento

cientifico. Significa que o professor analisa sua prática à luz da teoria, revê sua prática,

experimenta novas formas de trabalho, cria novas estratégias, inventa novos procedimentos.

Tematizando sua prática, isto é, fazendo com que sua prática se transforme em conteúdo de

reflexão, ele vai ampliando a consciência sobre sua própria prática. Conforme Libâneo (2008)

(APUD Pimenta 1998):

O alargamento da consciência se dá pela reflexão que o professor realiza na ação. Em suas atividades cotidiana, o professor toma decisões diante das situações

concretas com as quais depara, com base nas quais constrói saberes na ação. [...]

Mas a sua reflexão na ação precisa ultrapassar a situação imediata. Para isso, é

necessário mobilizar a reflexão sobre a reflexão na ação. Ou seja, uma reflexão que

se eleve da situação imediata, possibilitando uma elaboração teórica de seus saberes.

(p.158)

Os professores participando da formação continuada possibilitam aprender novos

saberes; novas metodologias de trabalho e acima de tudo trocar experiências principalmente

com as (os) palestrantes e os demais envolvidos.

A escola disponibiliza de um (01) auxiliar de serviços gerais, que, no entanto foi

entrevistado(a). Inicia a entrevista dizendo que: Sinto muita satisfação em trabalhar como

auxiliar de serviços gerais. Gosto muito do que faço e não me arrependo de varrer, passar

pano na escola e principalmente quando a gestora pede minha ajuda. Retrata que sempre esta

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disposta em ajudar, mesmo no momento em que não há expediente, citou como exemplo, a

sua participação no arraial que a escola estava envolvida, onde ajudou na venda de fichas

dentro da barraca da mesma.

Comentou que há estimulo funcional por parte da gestora e da coordenadora

pedagógica, onde elogiam seu trabalho e a tratam com muito carinho e sempre estão dispostas

a ajudá-la. Gosta muito de varrer as salas após a saída das crianças. Salientou que trabalha a

três (03) anos e neste período sempre teve cuidado com as crianças para que estas não

sofressem nem um acidente.

Sua jornada de trabalho equivale a cinco (05) horas e meia. Sai da escola as 18h30min.

Ao chegar em casa efetiva seus afazeres, após cuida dos netinhos para os filhos irem à escola.

Comentou que é ―pai‖ e ―mãe‖ dentro de casa. Trabalha por necessidades. Seu nível de

escolaridade é até a 5ª serie do ensino fundamental, não tem vontade de fazer faculdade

devido que tem um problema sério na visão. Mas o seu sonho é ver os seus filhos formados.

A estagiária pergunta da entrevistada o que entende por educação. Esta diz: que

educação consiste na família, em sabermos educar nossos filhos, ensinando a respeitar;

ensinando o que é certo e errado para que futuramente nossas crianças aprendam a se

relacionarem de forma harmoniosa. Devemos ensiná-las sobre os meios corretos de se fazer

higiene.

Ao fazer a avaliação da escola, esta deu como nota cinco (5), pois a situação da mesma

é delicada. Frisa que a estrutura precisa ser aumentada para possibilitar o processo do bem -

estar das crianças. Como sugestão de melhora citou, que a escola precisa de mais

funcionários; piso mais propicio para as crianças brincarem e banheiros para os professores.

No decorrer da entrevista foi possível analisar que a funcionária tem um bom

relacionamento com a coordenação da escola; os professores; alunos. Um pequeno detalhe

que chamou atenção foi em relação que esta não quis responder se a gestora e coordenadora

pedagógica as convida para participar de reuniões. Esta se omitiu.

A realização da entrevista com os alunos nos possibilitou averiguar se as mesmas

gostam dos professores, coleguinhas, gestora, coordenadora pedagógica, e os demais

funcionários da escola. Foram entrevistados quinze (15) crianças, e dentre elas: 05gostam da

diretora; 05 dizem que a coordenadora briga muito com eles; 05 gostam dos professores.

Todos disseram que gostam dos demais funcionários e dos coleguinhas.

Embasado nesta informação pode-se dizer que a criança é um ser puro e verdadeiro.

Quando são maltratas não se esquivam em dizer para alguém que conquistam sua confiança o

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que esta sendo perguntado. Fica visível que enquanto uns gostam da diretora outros não

gostam da coordenadora, ou seja, desde pequeno que aprendemos a fazer esta diferenciação.

Enfim os pais salientam que quando vão buscar os filhos, recebem o convite para ir à

escola no momento de reuniões e são solicitados para ajudar nos eventos que a escola

promove. No mais a escola não envolve a comunidade no processo educacional. Sabemos que

é de grande importância à presença constante dos pais neste âmbito. Vindo contribuir com

suas realidades para desenvolver os filhos de forma integral.

Mediante a esta realidade fica visível que para ocorrerá gestão democrática faz-se

necessário que seu principal objetivo seja alcançado que volta-se em promover a participação

e o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e na

organização da mesma.

Ao verificar a importância dos demais sujeitos na realização da gestão democrática se

faz necessário observar a contribuição da relação entre a escola e a comunidade dentro deste

processo. E com esta finalidade será discorrido no sub tópico abaixo.

D) Relação entre escola e comunidade

A participação da comunidade no contexto escolar é de fundamental importância para

que ocorra o processo de gestão democrática. A presença de pessoas com realidades

diferentes contribuem no aludido, pois dessa forma repassam suas experiências, os pontos

positivos e negativos da instituição facilitando na busca de melhoras.

Percebe-se, que a forma como a escola está estruturada não ensina o que é necessário e

significativo, não respeita e não integra o saber e a cultura do estudante e da comunidade e,

portanto, é incapaz de educar porque reforça a desigualdade social e nega a educação para a

emancipação. Segundo a Lei de Diretrizes e Base da Educação (1996) em seu artigo 14 diz

que:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto

pedagógico da escola;

II – participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares e

equivalentes.

Embora esse princípio esteja posto em lei na prática dentro e no entorno da escola

ainda não está acontecendo porque, o relacionamento que a escola estabelece com a

comunidade é muito fragmentado e talvez desarticulador. Pois na maioria das vezes as

reuniões realizadas são restritas aos responsáveis dos alunos tratando-se apenas de assuntos

relativos ao comportamento dos mesmos, dando ênfase ao lado negativo e em alguns

momentos reduzindo-se meramente a assinatura de boletins.

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Em outra situação são convidados para participação de atividades que a escola realiza,

mas simplesmente como colaboradores ou participantes da festa, porém em nenhum momento

são chamados para discutir a organização ou se pelo menos estão de acordo com o que a

escola faz.

O relacionamento que a escola tem com a comunidade acontece de modo horizontal,

visto que quando esta é convidada pela supracitada é apenas para obter informes ou acatar

algumas determinações que hora vem da SEMED, hora vem especificamente da direção e

hora para realizar questões rotineiras e enfadonhas.

A escola de modo geral questiona também essa ausência dos pais, pois só comparecem

quando são convocados e percebe-se que não há muito interesse. As reuniões não são

significativas porque os mesmos já sabem o que irá acontecer e comparecem apenas por

obrigação.

O Centro precisa rever seu papel e refletir acerca de suas ações e não apenas culpar

somente os pais. Isso significa que precisa criar mecanismos que os motive a comparecer de

maneira envolvente. Por isso se a escola realmente tem compromisso com a qualidade e com

a ―formação plena do educando‖, deve obedecer ao que se configura na Lei de Diretrizes e

Base da Educação em seu artigo 2º que se deve manter uma relação mais aberta e transparente

com a comunidade sabendo ouvir e oportunizando um momento de tomadas de decisões

coletivas.

Para isso é preciso que haja um planejamento coletivo, pois todos juntos poderão dar

um posicionamento realmente eficaz visando com certeza à qualidade da educação, visto que

só assim, não haverá ações impostas, mas discutidas e avaliadas.

Quando o planejamento em todas as instâncias acontecer de maneira participativa com

o envolvimento de todos os interessados com certeza essas reuniões será atrativa, porque

haverá um significado, um sentido para que todos participem, deixando de ser enfadonha e

mecânica.

No entanto, o Centro precisa estar aberto, sensibilizando a princípio a comunidade

escolar e local de que todos são atores fundamentais no ato educativo, portanto precisa desse

envolvimento, e só assim ela será valorizada.

Com este propósito é visível a importância da comunidade como elemento contribuinte

na tomada de decisões para que a escola se torne um instrumento democrático. Para que isso

ocorra de forma mais enfática, faz-se necessário que a escola disponibilize de mecanismos de

democratização para os segmentos participarem, isto, por conseguinte será descrito logo

abaixo.

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E) Mecanismos de democratização da escola

Os mecanismos de democratização são ferramentas imprescindíveis para corroborar

no processo de gestão democrática. A sua implementação possibilita o envolvimento dos

segmentos nas tomadas de decisões que são objetivos a serem cumpridos para assim se

efetivar a democracia dentro das escolas públicas. Estes se destinam a prestar assessoramento

técnico-pedagógico e administrativo das atividades da escola, podendo ser subdivididos em:

Congregação dos Professores e Pedagogos, Conselho de Classe e Conselho Escolar,

Associações de Pais e Mestres e Comunitários – APMC, dentre outros.

Segundo as observações realizadas, a escola possui a Associação de Pais e Mestres e

Comunitários – APMC. No ano de 2009 a diretoria se refez, falta ser legalizada em Cartório,

mas esta ainda exerce apenas o papel de administração dos recursos recebidos pelo FNDE. Na

percepção dos funcionários, bem como da comunidade escolar essa associação ainda não tem

uma credibilidade por não ser muito transparente na administração de recursos. E mediante

esta realidade a associação deve ser consolidada, pois, tem a função de mostrar as

particularidades das capacidades de liderança do grupo gestionários da escola, que participam

das reuniões da APMC. O papel desse grupo é também administrar a parte dos recursos

financeiros destinados à escola, fazendo parte pais, professores e funcionários da mesma.

A escola não possui Conselho Escolar. A coordenação pedagógica frisa que esta é uma

pendência, mas como salienta a Secretaria de Educação “a questão não é implantar

conselhos, a questão é fazer funcionar bem”.

Nesta perspectiva o Conselho Escolar é um órgão consecutivo vinculado a direção da

escola, cuja finalidade é promover a atração integrada dos diferentes segmentos que compõe a

comunidade escolar, tendo em vista assegurar o cumprimento da filosofia e diretrizes das

políticas educacionais.

No ano de 2009 no auditório da Escola Imaculada Conceição ocorreu a I Conferência

Municipal de Conselhos Escolares do Alto Solimões, e apenas 03 integrantes do Centro foram

convidados. A gestão da escola comentou que até no momento nenhuma dessas pessoas

falaram da importância de se criar um Conselho Escolar, deixando a transparecer a falta de

interesse por parte dos mesmos na construção do supracitado.

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Figura 04: Ilustração da diversidade de culturas

Fonte: PNFCEs - Caderno dos Conselhos Escolares

O Regimento Geral que a escola possui é padronizado pela Prefeitura, mas conforme

coordenadora pedagógica, a escola ira elaborar o seu. Este deve ser construído dentro dos

embasamentos legais que se consiste na LDBEN, PNE, PEE, PME. Estatuto da Criança e do

Adolescente, Resoluções do CME, Diretrizes Curriculares Nacionais, Regimento Geral das

Escolas Públicas Municipais, Lei Orgânica do Município. Segundo MSc. Oderlene Bráulio

(2010) na palestra sobre os mecanismos de democratização frisa que o Regimento Geral

consiste no:

[...] instrumento legal que traça as diretrizes técnicas, administrativas, pedagógicas e

disciplinares da Unidade Escolar. Sob a coordenação do Gestor escolar é elaborado

com a participação do Conselho escolar, devendo ser analisado e aprovado pelo

Conselho Municipal de educação.

Os embasamentos aludidos para a construção do Regimento Geral são usados também

na construção do Projeto Político Pedagógico. Este esta sendo construído, segundo

informação da gestora. Os estagiários (as) não tiveram acesso para corroborar o informe. A

sua construção é de grande relevância para se efetivar a gestão democrática, participativa e

autônoma, tendo credibilidade e maior comprometimento por parte da comunidade escolar e

local.

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Há a necessidade de se elaborar e desenvolver um projeto político pedagógico orgânico,

em que parta da realidade do aluno, da escola e da sociedade no qual estão inseridos, sendo

que a princípio deve se problematizar essa realidade com todos os atores envolvidos no

processo educativo e com representantes da comunidade local. Por serem conhecedores das

situações que a escola enfrenta. São necessários que se desenvolvam ações pedagógicas

flexíveis que proporcionem mudanças comportamentais e de pensamentos, que venham

favorecer a melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem dentro de uma gestão

democrática, participativa e de sua autonomia didático-pedagógica e financeira.

A elaboração e implementação do projeto político pedagógico deve ser criado para

conceder um novo direcionamento no âmbito escolar, bem como nas tomadas de decisões

coletivamente e a prática efetiva de sua função social.

Com o referido, pretende-se propor o compromisso e a parceria com a família, a

comunidade local, o colegiado escolar, a associação de pais, mestres e comunitários e o

conselho tutelar municipal, para atender as necessidades específicas da escola e do aluno.

Visando também, a elaboração de projetos pedagógicos como suporte da proposta pedagógica

escolar para dar um novo caminho à aprendizagem do educando. Vindo, certamente

proporcionar o diálogo e a discussão entre comunidade escolar e local, juntamente com as

instâncias superiores para minimizar a problemática que a escola enfrenta, como por exemplo,

o espaço físico escolar limitado, o que compromete a eficácia do trabalho educativo e em

especial, o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.

O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida, pretende

desenvolver o projeto político pedagógico que se constituirá como um referencial teórico e

prático pela sua amplitude e sentido à nossa prática pedagógica, porque serão através dele que

se concentrarão todos os parâmetros sociais, políticos, econômicos, culturais e éticos, em que

as perspectivas serão tratadas e possibilitarão uma nova organização coletiva e a real entidade

da escola.

Conforme Libâneo (2004), o projeto político pedagógico:

É o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser

desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do

sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar. É uma

síntese dos diversos interesses e tem como propósito dar um sentido coletivo às

autonomias individuais.

A construção e efetivação do Projeto Político Pedagógico consistem no envolvimento

de todos os segmentos na tomada de decisões no processo de construção do mesmo. È visível

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no quadro abaixo que com a participação, mobilização e negociação entre as pessoas é

possível contribuir na definição dos cidadãos que queremos formar, basta os agentes ativos de

cada instituição aderir o compromisso, responsabilidade de se trabalhar em conjunto.

Figura 05: Montagem dos elementos importantes na gestão democrática

Fonte: Arquivo Pessoal

As vantagens da implantação dos mecanismos de democratização visam proporcionar

decisões que refletem a pluralidade de interesses e visões que existem entre os segmentos

envolvidos; ações de um patamar de legitimidade mais elevado; maior capacidade de

fiscalização e controle da sociedade sobre a execução da política educacional; maior

transparência das decisões tomadas; garantia de decisões efetivamente coletivas.

Portanto, a escola não disponibiliza de mecanismos de democratização o suficiente para

proporcionar o processo de gestão democrática. Essas organizações têm como função básica

mobilizar e organizar os atores envolvidos como representantes das organizações associativas

da escola para discutirem interesses coletivos a respeito do ensino e de melhoria da

aprendizagem dos alunos, contando nessa discussão com a participação de diretor,

coordenador pedagógico, professores, alunos e pais, de acordo com as diretrizes da escola.

DEFINIÇÃO DO CIDADÃO QUE SE QUER

FORMAR

PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO

PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO

PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO

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2.1.2 Intervenção

Figura 06: Imagem do slide de Relações Humana

Fonte: Grupo de estágio – Outubro de 2009

O projeto de intervenção pautou-se no caráter investigativo e interventivo voltado para a

área de educação. Foi elaborado a partir da pesquisa realizada no Estágio Supervisionado em

Gestão Educacional.

A gestão é entendida com um processo social que consiste na participação efetiva de

todos os segmentos que compõe o âmbito escolar. A escola pesquisada possui apenas dois

anos de funcionamento. Contudo, com bastante esforço e dedicação vem dando passos

significativos no processo educacional.

Nesse sentido realizou-se o Projeto de Intervenção intitulado como ―As relações humanas na

Gestão Escolar. Teve como intuito fazer uma oficina abordando questões relacionadas à

importância da participação efetiva de todos discentes e como deve ser desenvolvida no

ambiente escolar, para que a escola venha ser mais dinâmica, participativa e democrática, uma

vez que acreditamos que são pré-requisitos e se bem desenvolvidos servem de caminhos para

conseguirmos uma escola e uma educação de qualidade que a sociedade tanto almeja

alcançar.

Como Líbâneo (2008) ressalta, a participação é o principal meio de assegurar a gestão

democrática da escola (p.102). Com este propósito o projeto de intervenção visou

proporcionar o envolvimento dos professores, coordenadora pedagógica, funcionários e pais

para informá-los que uma boa relação humana facilita no processo democrático dentro da

instituição.

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Figura 07: Imagem dos sujeitos da intervenção I.

Fonte: Grupo de estágio – Outubro de 2009

A intervenção foi um momento único. Os funcionários, gestora, apoio pedagógico,

pais e todos que participaram da oficina, se doaram por completo. A interação foi muito boa

principalmente nas dinâmicas que as professoras do Instituto de Natureza e Cultura ⁄UFAM⁄

BCT desenvolveram. Esta teve como objetivo fazer toda comunidade escolar se interagir ao

meio, ou seja, que estivessem comprometidos uns com os outros.

Figura 08: Imagem dos sujeitos da intervenção II

Fonte: Grupo de estágio – Outubro de 2009

Como sabemos tudo que é novo e diferente nos assusta, e não foi diferente no inicio da

intervenção. No começo todos iniciaram com receio, mais no decorrer da oficina houve o

envolvimento de todos que ali se faziam presente. Foram desenvolvidas dinâmicas em grupos,

atividades de interação e dentre outras brincadeiras com o intuito de envolver todos os

sujeitos participantes.

Portanto a atividade de intervenção, ou seja, da oficina foi possível fazer com que

todos os representantes discentes participassem e percebessem a importância da participação

na gestão escolar. Observou-se que os mesmos estão preocupados com tudo o que diz respeito

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à escola, porém não sabem se devem e tampouco se podem contribuir ou se posicionar quanto

às problemáticas que surgem na instituição. Embasado nisso, que os agentes precisam ser

mais orientados quanto a sua função na questão da gestão participativa, uma equipe formada

se sente mais motivada para realizar seus trabalhos. A escola tem que ter o compromisso de

esta repassando para todos os membros que fazem parte do meio escolar tudo o que for de seu

interesse para juntos poderem buscar alternativas de melhoria para o processo de ensino

aprendizagem, com objetivo de juntos alcançarem a desejada educação de qualidade.

2.2 Estágio na Educação Infantil: uma ferramenta crucial na formação do Pedagogo.

Figura 09: Imagem da estagiaria na regência - Maio 2010

O Estágio Supervisionado em Educação Infantil do Curso de Pedagogia mais do que

uma atividade obrigatória é a possibilidade de integração entre teoria e pratica onde

oportuniza o acadêmico (a) estagiário (a) desenvolver competências necessárias à atuação

profissional. É uma atividade pratico-cientifica e pedagógica imprescindível e enriquecedora

para a formação do futuro egresso. Deve ser sistemática seguida com base em exigências

teóricas e legais, dentre elas a execução planejada e consciente de ações pedagógicas no

campo do estágio.

A educação infantil conforme a Lei 9394⁄96 em sua seção II, no seu artigo 29, é

caracterizada como primeira etapa da educação básica, tendo como finalidades o

desenvolvimento integral da criança ate seis anos de idade, em seus aspectos físico,

psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família, e da comunidade. Esta

deve ser oferecida conforme o artigo 30, em creches, ou entidades para as crianças de até 03

(três) anos de idade e em pré-escolas, para as crianças de (04) quatro a (06) seis anos de idade.

A Resolução nº 06⁄2008, aprovada em 18 de junho de 2008, estabelece normas de

organização da estrutura e funcionamento da educação infantil, para o Sistema Municipal de

ensino de Benjamin Constant. Conforme o capitulo I em seu artigo 1º, determina que a

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educação infantil, primeira etapa da Educação Básica, é ofertada em Instituições Públicas e

Privadas responsáveis pela Educação e Cuidado da criança, na faixa etária de 0 (zero) a 05

(cinco) anos de idade e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, em seus

aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade. Sendo que no Sistema Municipal de Ensino a Pré – Escola atende crianças de 04

(quatro) 05 (cinco) anos de idade atendendo as peculiaridades e condições físicas e financeiras

do município.

Nesta perspectiva, a disciplina de estágio supervisionado na Educação Infantil

objetivou analisar a realidade das instituições, fazendo observações no campo de estágio,

participando das atividades de classe de educação infantil no campo, identificando os

desafios, as singularidades dos sujeitos da educação e do processo pedagógico que se

efetivaram na instituição de educação infantil, considerando as crianças como sujeitos de

direitos, registrando todas as observações realizadas e produzindo o relatório de estagio,

servindo então como prática para a formação do educador infantil. Foi desenvolvida no

período de marco a maio com uma carga horária de 60 horas através da realização das

atividades de observação, participação ativa, regência supervisionada, elaboração do relatório

e memorial na Escola Municipal CESBI que atende 1.170 alunos, conforme dados da

secretaria da escola.

2.2.1 Observações – Participação – ativa

A observação constituiu-se como um dos procedimentos mais importantes na

experiência de estágio na escola. Trata-se de uma das mais antigas formas de conhecer. A

observação consiste no uso atento dos sentidos num objeto ou situação, na sua manifestação

espontânea, para adquirir um conhecimento determinado sobre um ou mais aspecto da

realidade. E com este intuito será exposto às observações realizadas na: estrutura física e

financeira; recursos humanos: a formação da equipe escolar; os mecanismos de

democratização da escola;

A) A estrutura física e financeira

A escola pela sua ampla extensão conta com 21 salas de aula( estas atendendo series

iniciais do ensino fundamental, educação infantil e o projeto avançar) bem como 01 diretoria,

01secretaria, 01 sala de apoio pedagógico, 01 sala para professores com banheiro, 02

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banheiros masculinos e 02 femininos, 01 refeitório, 01 cozinha, e 01 pátio com área de

estacionamento. As salas de aulas são amplas10

, comportam em média 35 alunos. A escola

possui uma biblioteca ou um espaço de leitura para os alunos, o pátio serve para atividades

lúdicas e pedagógicas, com uma ampla área de lazer.

Figura 10: Imagem da estrutura da escola CESBI

Fonte: Escola CESBI - 2010

No que tange a estrutura financeira, a escola depende de recursos repassados pela

Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto, de trabalhos realizados pela

Associação de Pais e Mestre através do Programa Dinheiro Direto na Escola, o PDDE, através

do Plano de Desenvolvimento da Escola e de outros Projetos que visam o benefício da escola,

como merenda escolar, água para o consumo, manutenção das instalações sanitárias e salas de

aula, direcionamento do lixo produzido no local entre outros.

Através dos recursos obtidos a escola adquiriu os equipamentos que auxiliam no

trabalho pedagógico. Estes estão relacionados no quadro abaixo:

Quantidade Especificaçao Estado de conservaçao

2 Rádio gravador Bom

2 TV Bom

1 Notebook Ótimo

13 Computadores Ótimo

1 Data-Show Ótimo

3 Aparelho de DVD Bom

1 Parabólica Bom

1 Retroprojetor Bom

10

Com exceção de 01 sala que funcionava como apartamento e que foi adaptada para atender a educação infantil,

esta com tamanho reduzido, atendendo uma quantidade de 30 alunos, numero de crianças maior que das demais

turmas de educação infantil

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2 Mimeografo Bom

3 Mesas p/ computador Ótimo

3 Bebedouro simples Bom

1 Bebedouro industrial Regular

1 Caixa amplificada-200w Bom

2 Microfones Bom

5 Impressoras Ótimo

3 Poltronas Ótimo

300 Livros Ótimo

48 DVDs Educativos Ótimo

13 Coleções Literárias Ótimo

1 Frizer Ótimo

1 Fogão Industrial Ótimo

2 Liquidificadores Ótimo

1 Forno Bom

Tabela 1 Especificação, quantidade e estado de conservação dos materiais da escola CESBI

Fonte: Grupo de Estágio – 2010

Frente ao exposto, percebe-se que na escola há uma infra- estrutura básica para o

atendimento educacional das crianças, mas não corresponde as exigências dos Parâmetros

Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil.

Mesmo tendo a escola capacidade de abrigar todas as crianças da educação infantil, e

estrutura ainda em boas condições, ela deve crescer um pouco porque criança precisa de

espaço para brincar e se sentir à vontade dentro do ambiente educativo. Como frisa Os

Parâmetros Básicos de Infra-Estrutura para Instituições de Educação Infantil:

(…) deve-se organizar um ambiente adequado à proposta pedagógica da instituição,

que possibilite à criança a realização de explorações e brincadeiras, garantindo-lhe

identidade, segurança, confiança, interações sócio - educativas e privacidade,

promovendo oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento. (p.16, 2006)

Segundo o art.10 da resolução No. 05 de 2008 que estabelece as normas para a oferta

da educação infantil no sistema municipal de ensino de Benjamin Constant os espaços físicos

devem dispor conforme o PNE( 2001/2010)de:

O ambiente físico onde a criança vive, exerce grande influência sobre seu desenvolvimento, isso observa-se principalmente nas realidades mais precárias.

Geralmente, nas regiões periféricas, os espaços físicos são precários e pouco

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favoráveis ao bom crescimento das crianças. Casas pequenas, sem infra-estrutura,

famílias grandes, muitas vezes desarmoniosas, formam o ambiente físico de muitas

crianças brasileiras.

Por isso que o ambiente educativo deve esta adequada para atender a educação

infantil, pois estará favorecendo seu desenvolvimento integral, preparando os para a

sociedade.

B) Recursos humanos: a formação da equipe escolar

A Escola conta com 42 professores, distribuídos nos turnos da manhã e tarde, desde

a alfabetização até as séries inciais do ensino fundamental e o projeto avançar. Além disso,

possui 03 professores de apoio, 01 bibliotecário, que são professores(as) do quadro, 02

coordenadoras pedagógicas, 01 gestor, bem como14 auxiliares de serviços gerais, 04 vigias,

05 merendeiras, 04 administrativos, sendo que deste total, apenas 04 são contratados e os

demais são efetivos.

Gráfico 01 Quadro com a porcentagem dos funcionarios da escola CESBI

Fonte:Grupo de Estágio, 2010.

É importante estes funcionários, porque falamos tanto em trabalho coletivo então a

escola deve fazer a inclusão desses funcionários, em seus trabalhos, porque assim como um

bolo precisa dos seus ingredientes, a escola precisa de seus membros. Conforme os

Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil:

(…) faz-se necessário obter consensos a serem sempre revistos e renovados, de

forma democrática, contemplando as necessidades sociais em constante mudanças e

incorporando os novos conhecimentos que estão sendo produzidos sobre as crianças

pequena.‘

PROFESSORES 62%

AUX. DE SERVIÇOS GERAIS

18%

ADMINISTRATIVOS 4%

COORDENADORIA PEDAGOGICA

3%

VIGIA 5%

MERENDEIRA 7%

GESTOR 1%

FUNCIONÁRIOS

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A escola que possui 1262 alunos possuem turmas de séries iniciais, que são a maioria

e apresentam-se superlotadas, devido a repartição das mesmas por causa do projeto

AVANÇAR11

, um enfatizando que o mesmo é recente na escola acolhendo alunos por turma

com a faixa etária ate de 7 a 17 anos, já a educação infantil esta acolhendo as crianças com

suas idades certas.

Gráfico 02 Quantidade de alunos no projeto avançar, educação infantil e series iniciais do ensino

fundamental

Fonte: Grupo de Estágio, 2010.

Mesmo frente ao total do numero de alunos o quadro de funcionários da escola,

principalmente de professores, é mais do que o suficiente, pois tem funcionários com desvio

de função que ficam sem fazer nada na escola, sendo a maioria efetivos, poucos são

contratados, durante as observações feitas tinha trabalho que era para os apoios pedagógicos

da escola fazerem, acabando a própria professora da sala de aula fazendo esse trabalho.

C) Os mecanismos de democratização da escola

A escola possui como mecanismos de democratização a Associação de Pais e

Mestres e Comunitários (APMC) foram implementadas através de votação e atuavam

através dos recursos que vem todos os anos pelo PDDE. OCONSELHO ESCOLAR- sendo a

primeira escola a implementarem 2008. Segundo frase da coordenadora pedagógica: “o

11 O AVANÇAR é um programa de correção do fluxo escolar nos anos iniciais do ensino fundamental.

0 200 400 600 800 1000

Total de alunos

Total de alunos

projeto Avançar 106

Educaçao Infantil 294

series iniciais do EnsinoFundamental

822

ALUNOS POR ETAPA DE ENSINO DA ESCOLA

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Conselho Escolar existe, mas caminha lentamente. PROJETO POLITICO PEDAGOGICO

- (PPP) a escola possui, mas esta sendo reformulado, através de reuniões com funcionários. A

atuação ocorre nas reuniões pedagógicas realizadas no contra turno. PLANO DE

DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA- o PDE foi elaborado em 2009 com a participação

da comunidade escolar e local, atualmente funciona como um mecanismo de financiamento e

democratização da escola.

A escola não tem um regimento próprio, pois funciona de acordo com o regimento

geral das escolas públicas do município. Isso não impossibilita a escola de desenvolver um

regimento próprio. No entanto esta faltando iniciativa pelos próprios membros da escola e

assim como para a criação de um caixa escolar e um grêmio estudantil.

Destarte, falarmos de democracia na escola estamos falando de direitos e deveres que

todos os membros da mesma possuem como frisa José Eustaquio Romão e Paulo Roberto

Padilha (p.96)12

.

A gestão democrática não é processo simples de curtíssimo prazo, mas também não

é processo tão complexo ou irrealizável, de prazo interminável. Significa dizer que

ela se constituirá numa ação, numa pratica a ser construída na escola. Ela acontecerá

se associada à elaboração do projeto político-pedagógico da escola, a implantação de conselhos de Escola que efetivamente influenciem a gestão escolar com um todo e

às medidas que garantam a autonomia administrativa, pedagógica e financeira da

escola, sem eximir o. Estado de suas obrigações com o ensino público.

d) Observações do campo de estágio

A observação realizou-se na Escola Municipal CESBI tendo inicio no dia 23 do mês

de março e termino em 20 de abril do ano de dois mil e dez (2010) se prolongando até meados

do mês de maio devido a estagiaria não ter terminado em tempo hábil, estas ocorreram no

nível de Educação Infantil, onde correspondeu a 60 horas, tendo como base os indicadores da

qualidade na Educação Infantil que visou buscar e registrar o número de crianças que estão

presentes em sala de aula; tempo escolar; aspecto físico da sala de aula; organização da sala;

materiais didáticos utilizados e disponíveis na sala de aula; ambientação da sala; dimensão,

iluminação, ventilação; organização e arrumação da sala de aula conforme desenvolvimento

de diferentes atividades; hora da merenda; descanso; relacionamento entre crianças; as

crianças se envolvem nas brincadeiras propostas; materiais, figuras, ilustrações nas paredes.

12

Citação tirada da apostila Escola e Democracia: um tema revisitado, capitulo 7 sobre Diretores Escolares e

Gestão Democrática da Escola.

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As observações também consistiram na dimensão pedagógica que estão imbricados:

utilização dos espaços pedagógicos; metodologias utilizadas em sala de aula; o que trabalha e

clareza na apresentação dos conteúdos; se trabalha o desenvolvimento integral da criança e

noções de higiene e cuidado a criança; a rotina diária em sala de aula, bem como o

desenvolvimento das diferentes atividades; as formas de segurar atenção das crianças nas

atividades desenvolvidas; as brincadeiras desenvolvidas, as inclui no planejamento e brinca

com as crianças; participa ativa e entusiasmadamente das diferentes atividades da instituição;

formação, tempo de atuação na Educação Infantil e de magistério, e forma que busca se

atualizar sobre o que faz; planejamento: quando, como, com que faz, quem orienta e em que

se baseia, e se é flexível.

Para se obter dados fidedignos e minuciosos para a produção do relatório, foram

necessários observar a relação professor-aluno que corresponde: se responde aos alunos;

apresenta critica aos mesmos; desaprova atitudes; valoriza as respostas; valoriza o

conhecimento trazido por eles; valoriza a iniciativa dos alunos; reforça os acertos; como lida

com aqueles que apresentam dificuldades; trabalha e como trabalha com o erro; permite

perguntas; estimula os alunos a participarem das atividades.

Para melhor organização deste trabalho será apresentado os resultados da observação

nos aspectos: ambiente educativo, sala de aula, a relação professor- aluno e a pratica docente,

o teatro como instrumento metodológico na educação infantil, as crianças e suas necessidades

de aprendizagem.

a) Ambiente Educativo

A observação na Escola Municipal CESBI iniciou no dia 06.04.10 devido que o grupo

de estagiários tiveram que sair da escola onde fomos colocados, pelo fato de não ser

reconhecida e regularizada pelo MEC e por não corresponder ao Convenio nº 028⁄2009. Ao

adentrarmos na instituição ficou visível a estranheza por parte de alguns funcionários, mas de

imediato a nossa orientadora mediou toda a situação, apresentando – nos para os professores

do campo de estágio.

O ambiente educativo sendo uma das dimensões dos Indicadores de Qualidade na

Educação, não poderia deixar de ser observado no decorrer do Estágio, pois a escola é um

espaço e ensino, aprendizagem e vivencia de valores. Nela, os indivíduos se socializam,

brincam e experimentam a convivência com a diversidade humana. (p.21)

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A escola por ser ampla, possui um extensivo quadro de funcionários e pela demanda

de crianças, observou-se que fica a desejar a maneira individualista como alguns integrantes

desta instituição age no decorrer do dia, onde acabam menosprezado as pessoas que estão ao

seu redor. É lamentável em verificar que ainda há uma divisão de classe dentro do contexto

escolar, ocorrendo através deste aspecto, conflitos que acabam prejudicando no

relacionamento entre as pessoas.

No ambiente escolar mesmo que haja conflitos, deve propiciar um clima agradável e

harmonioso para as pessoas que ali se encontram. Sabe-se que para encontrar a harmonia que

tanto se almeja faz-se necessário conflitar, e isto é um processo natural, pois desta forma,

fazemos valer o verdadeiro sentido da democracia dentro das instituições públicas. Sabemos

que dentro do âmbito escolar há uma diversidade cultural imensa, e embasada nisso, é que

professores, gestores, serviços gerais, merendeiras, e os demais segmentos devem ter a

capacidade de lhe dar com o diferente, pois cada ser humano tem suas especificidades.

Conforme os Indicadores da Qualidade na Educação (2004), no ambiente educativo o

respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, o combate à discriminação e o

exercício dos direitos e deveres são práticas que garantem a socialização e a convivência,

desenvolvem e fortalecem a noção da cidadania e de qualidade para todos. (p.21)

b) A sala de aula

Esta por sua vez é ampla, possuem 30 cadeiras de madeira, algumas com tamanhos

adequados para as crianças pequenas. Esta repartição disponibiliza de 01 quadro, 02

ventiladores embutidos na parede, 04 lâmpadas fluorescentes, onde duas estavam com

defeitos até o último dia de observação. Tendo em vista que a pintura está bastante danificada.

Nesta possuem alguns cartazes como, os números incompletos de 01 a 05, a casa do tempo, as

vogais com suas respectivas imagens, um cartaz com a oração do dia.

Observou-se que a professora ―X‖ ao aplicar as atividades para as crianças, após o seu

termino, guarda-o de forma ordenada no mural que é confeccionado de barbante que se

encontra anexado na parede. Quando os alunos terminam de produzir a professora retifica e

anexa em seus devidos nomes organizados na parede.

Dentro da sala de aula possuem 31 crianças, sendo 15 masculinos e 11 femininas, onde

é visível verificar a diversidade cultural em nu. Vale ressaltar que diante da observação

percebeu-se que cada criança possuem uma peculiaridade muito grande, e que o professor

deve ter jogo de cintura no processo ensino-aprendizagem.

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A quantidade de crianças no decorrer das observações dentro da sala de aula variava

muito, pois aconteceu que tinha dias que o numero destas diminuía, onde facilitava em a

professora dominar a sala com mais veemência. Independente da quantidade destas fica claro

que as regras estabelecidas entre a professora e as crianças são respeitadas, pois quando não

cumpridas, estas perdem o privilegio, que consistia na perda do intervalo.

c) A relação professor-aluno e a prática docente

Ao longo da observação ficou visível que a professora tem uma relação harmoniosa

com seus discentes. Esta por sua vez ao iniciar o ano letivo estabeleceu regras com as crianças

pequenas, facilitando o respeito entre ambas as partes.

A professora é muito calma, paciente. Comenta que o educador de educação infantil,

deve ter muito jogo de cintura, pois não é fácil lhe dar com 30 a 35 crianças no espaço

escolar.

Esta educadora atua neste nível há 10 anos, tem formação em magistério, tem

experiência neste ramo há 11 anos. Busca se atualizar no mesmo através de livros, revistas

educativas, etc. O seu planejamento é elaborada diariamente, sozinha, com contribuição de

livros didáticos.

Às vezes participa ativa e entusiasmadamente das diferentes atividades da instituição,

devido que frisa em haver uma dicotomização imensa neste espaço. Retrata que gosta de

trabalhar no nível de Educação Infantil, por que se sente a vontade com as crianças, devido

que são verdadeiras.

d) O teatro como instrumento metodológico na educação infantil

No período da observação, ficou visível a não utilização aludida acima, pois esta não

se encontrava no plano de aula da professora, que desta forma acabava por deixar de lado esta

metodologia que também tem sua função no processo ensino-aprendizagem.

O teatro é um instrumento fundamental que visa o desenvolvimento cognitivo, físico,

psíquico, imaginário da criança. Com sua utilização é possível contribuir no desenvolvimento

integral da mesma, possibilitando o raciocínio lógico, imaginativo da mesma.

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e) As crianças e suas necessidades de aprendizagem

Dentro do contexto escolar possui uma diversidade cultural imensa, e não é diferente

dentro do contexto da sala de aula. Nesta sala possui 31 crianças, onde 15 são meninos e 11

meninas. Temos dois desistentes e 03 nunca vieram para a escola.

Todas as crianças que compõem a sala de aula possuem uma característica própria,

onde ficou visível que existem umas quietas, outras hiperativas, mas que com o

estabelecimento das regras pela professora, estas obedecem e brincam no momento certo.

Portanto as crianças são verdadeiros instrumentos de estudos, cabe a nós nos

responsabilizarmos pelo seu desenvolvimento integral. Sabemos que é dificultoso mas não

impossível quando se quer fazer a diferença.

2.2.2 A regência supervisionada

Figura 11: Imagem estagiaria na regência de Educação Infantil

Fonte: Marcela Lima Tenório – 2010

Esta etapa do estágio correspondeu à carga horária de 04 horas como docente na

educação infantil, e mais 06 horas de orientação e planejamento da prática docente a ser

desenvolvida. É a culminância das atividades que compõem o estagio. É onde o⁄a acadêmico⁄a

estagiário⁄a, após as observações⁄investigação, planeja a sua proposta de prática pedagógica

pautada na problematização, elege uma temática e ações sistemáticas e se insere no campo de

ensino infantil com objetivos propostos a fim de superar as dificuldades detectadas.

O Estágio de Educação Infantil realizado na Escola Municipal CESBI possibilitou ao

estagiário (a) observar no Pré I, turma B, turno matutino, várias problemáticas que são

visíveis para a formação das crianças pequenas e uma das que mais se destacou foi o consumo

excessivo de alimentos industrializados pelos alunos na hora do intervalo.

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Em virtude disto a temática central abordada na regência supervisionada foi

Alimentação e Saúde, pois é um assunto que deve ser trabalhado dentro da escola para se

explicar aos alunos a sua importância, finalidade e o processo de higienização dos alimentos

que serão consumidos dentro e fora da escola. A descrição do planejamento e do meu fazer

pedagógico será descrito mais detalhadamente nos tópicos seguintes.

a) O processo de elaboração do planejamento de aula

O planejamento vem ser um método de organização para os docentes, pois ele tem o

compromisso maior de orientar o trabalho do professor no sentido de direcionar o caminho a

ser percorrido para atingir a aprendizagem dos educandos. O planejamento tem como

principal característica a flexibilidade, esta é essencial no fazer docente, pois direciona

sistematicamente à atividade pedagógica do professor.

Como ressaltamos anteriormente a alimentação exerce grande influência sobre o

indivíduo, principalmente sobre sua saúde, sua capacidade de trabalhar, estudar e de se

divertir. Observa-se que esta temática é um dos fatores importantes que contribuem no

processo de desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social da criança, pois se esta não se

alimenta de forma correta, ou se faz constantemente ingestão de alimentos industrializados, de

imediato corre o risco de ficar com sérios problemas de saúde, influenciando por sua vez no

processo ensino-aprendizagem.

A alimentação e saúde devem ser ensinadas de forma coesa, pois é através desta

temática que se ensinará as crianças a importância de se fazer o consumo de alimentos

saudáveis, que envolvem a ingestão de frutas, legumes, verduras, cereais, carnes e outros

complexos protéicos que são de suma relevância para o desenvolvimento integral da criança.

A alimentação saudável é um direito de todos, e se faz muito importante todos os

esforços para o estabelecimento de regras e hábitos alimentares saudáveis durante o

desenvolvimento da criança. Para isso, a escola como espaço de formação social, tem um

papel fundamental na reeducação alimentar das pessoas, ensinando não somente do ponto de

vista teórico, mas a partir da vivência, da prática, por toda a família e pessoas próximas,

buscando assim efetivar o dever de cuidar e educar as crianças pequenas.

Ao escolher a temática que foi trabalhada em sala de aula, esta foi planejada e

executada através de um plano de aula, para assim ser efetivada com êxito. Para a construção

do plano de regência se teve muitas dificuldades e uma das foram pelo fato de não ter

conhecimento suficiente para construir um plano.

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Portanto, o plano visou trabalhar as ciências naturais; sociais; conhecimento

matemático; conhecimento linguístico, tendo como propósito compreender à importância dos

alimentos saudáveis e seus benefícios para o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e

social da criança pequena. A prática pedagógica será discorrida logo abaixo, descrevendo a

forma como a aula ocorreu.

b) A minha prática pedagógica na educação infantil

Figura 12: Imagem da regência na educação infantil

Fonte: Marcela Lima Tenório - 2010

Observado à temática e sua importância, a regência ocorreu no dia 26.05 na sala

aludida acima, como professora do dia, cheguei antes dos alunos e da professoras que iriam

me avaliar, arrumei as cadeiras em círculos e os materiais que iam ser usados já estavam nos

seus devidos lugares. As crianças começaram a chegar e as professoras também, com isso

ocorrendo, as crianças não se espantaram com minha presença, pois no período de observação

fiz o máximo para me interagir e adquirir o respeito e a confiança dos mesmos. Vale ressaltar

que as crianças ficaram com muita curiosidade em ter visto as frutas, a caixa do alimentoche,

os cartazes que foram produzidos de forma bem carinhosa e bem lúdica.

Tivemos como base o roteiro que se organizou da seguinte forma: oração do dia;

músicas Infantis; para introduzir a temática cantamos a musica (Comer, comer) cantada pela

Eliana, mas adaptada pela estagiaria; após foram feitas perguntas pela professora aos alunos:

que tipo de alimentos a música frisa; quem gosta de comer frutas, verduras, carnes e peixe;

exposição dos variados tipos de alimentos dentro de uma bacia, para as crianças explorarem

os cinco sentidos; explicação e exposição ilustrativa dos alimentos saudáveis e não saudáveis.

No decorrer da aula os alunos fizeram pinturas dos alimentos não saudáveis; cantaram

a música do lanche; levamos as crianças para higienizar as mãos; após retornamos para a sala

para servir a merenda escolar (explicitando a importância do alimento que seria ingerido;

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levamos as crianças novamente para lavar as mãos, beber água e ao banheiro. Na hora do

Intervalo, fizemos o momento da novidade que consistiu em fazer com que as crianças

identificassem os tipos de alimentos através de adivinhações; jogo da atenção (alimentos

saudáveis e artificiais);desenho dos alimentos que as crianças mais gostam de comer;

apresentação dos alimentos com variados tipos e tamanhos; atividades demarcar com um ―X‖

os alimentos maiores; exposição de cartaz com figuras ilustrativas expondo o nome e os

lugares que compramos os alimentos.

Com o intuito de deixar a aula mais dinâmica fez-se o jogo da memória através do

alimentoche e como a aula já estava se finalizando houve a narração de uma historinha infantil

intitulada como roda de alimentos. A Avaliação diagnóstica visou fazer uma roda, para

identificar os interesses, as curiosidades, que atividades foram boas e ruins para as crianças.

Neste momento foi surpreendente, pois conforme os alunos a aula foi maravilhosa, após a

avaliação houve o momento da saída.

Ao realizar esta aula foi de suma importância para confrontar a teoria com a prática,

pois tivemos a certeza que quando damos tudo de si, a aula se torna gostosa e aproveitável, é

obvio que ficamos ansiosas, nervosas, mas a supervisora fez de tudo para me deixar a

vontade. O uso de metodologias diversificadas facilitou no processo ensino – aprendizagem.

No da avaliação ficou visível que faltou mais estratégias para manter a atenção das crianças,

por conseguinte, aprendemos que nada é impossível quando planejamos e damos aula com

amor e carinho. O rosto de felicidade de cada criança será inesquecível.

2.3 Estágio nos anos iniciais: o último requisito a ser cumprido no processo do estágio

supervisionado pelos discentes em pedagogia

O estágio supervisionado nos Anos Iniciais foi de suma importância na vida

profissional do acadêmico, pois através do estágio foi possível abrir novos caminhos, novos

conhecimentos e foi imprescindível para obtermos novas experiências no campo de formação

profissional mediante ao desenvolvimento das atividades no campo de estágio. O estágio veio

assim possibilitar aos acadêmicos (as) estagiários (as) o conhecimento da realidade de sua

área de formação, para que futuramente possamos atuar de forma profissional e ética dentro

do campo educacional.

Destarte, o Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Curso de Pedagogia mais do

que uma atividade obrigatória é a possibilidade de integração entre teoria e prática onde

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oportunizou ao acadêmico⁄a estagiário⁄a desenvolver competências necessárias à atuação

profissional.

É uma atividade prático – cientifica e pedagógica imprescindível e enriquecedora para

a formação do futuro egresso. Deve ser sistemática seguida com base em exigências teóricas e

legais, dentre elas a execução planejada e consciente de ações pedagógicas no campo do

estágio.

Em se tratando dos aspectos legais quanto à organização, estrutura e funcionamento

dos anos iniciais do Ensino Fundamental, estes estão contemplados pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional – LDB nº 9394/96 em seu art.32; A Constituição Federal

(CF/1988) que trata da gratuidade da educação em seu art. 208; Plano Nacional de Educação

– PNE; Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE; e as Resoluções do Conselho

Municipal de Educação de Benjamin Constant que dispõem sobre o ensino fundamental no

sistema municipal de ensino.

Desta forma em atendimento as exigências legais do estágio e com base no convênio

028/2009 realizado entre a Secretária de Educação Cultura e Desporto do Município de

Benjamin Constant e PROEG/UFAM, o estágio supervisionado nos Anos Iniciais foi

realizado na escola municipal CESBI (Centro Social Batista Independente), sendo a mesma

escola que foi realizada o estágio na Educação Infantil.

As atividades de estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental que segundo

Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia do INC/BC tiveram uma carga horária de 120

horas.

Portanto, o Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais serviu como uma etapa que

possibilitou condições para uma formação profissional pautada na responsabilidade, no

compromisso, na ética e na pesquisa atendendo as dimensões da formação do Pedagogo que

são expressas no Projeto Pedagógico do Curso do INC/BC quando este apresenta que ―O

futuro egresso Licenciado em Pedagogia deverá ter desenvolvido a competência de pedagogo

nas suas diferentes dimensões: científica, técnica e política, medidas pela ética profissional‖.

(p.17)

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2.3.1 Observações – Participação Ativa.

O estágio nos anos iniciais se realizou na escola CESBI. As observações ocorreram no

período de 14 de setembro a 11 de novembro de 2010. Teve como objetivo analisar a

realidade das instituições de educação dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, fazendo

observações no campo do estágio, participando das atividades de salas de aula, identificando

os desafios, refletindo sobre a prática docente para provocar o reconhecimento e a

incorporação de um referencial teórico - metodológico que contribuísse para a elevação de

uma práxis pedagógica consequente que transformasse o ato educativo em possibilidade real

de intervenção e construção da realidade.

O estágio foi realizado em uma sala do 1º ano, turma F, turno vespertino composta

por33 alunos, tendo entre 06 e 08 anos de idade. Conforme informação da professora e análise

documental, 02 crianças foram transferidas e 01 desistente. Durante as observações ficou

visível que o número de crianças conforme os gêneros oscilavam durante a semana. É uma

turma diversificada, pois é composta por crianças peruanas e brasileiras, onde predomina a

segunda.

A sala disponibiliza de 29 cadeiras com tamanhos específicos para as crianças; 02

ventiladores de parede, mas pelo fato do pavilhão ficar em um lugar alto e não haver

vegetação suficiente acaba sendo muito quente, isso conforme o tempo proporcionado; 01

quadro; 02 mesas e 01 cadeira para a professora. O espaço físico da sala é menor do que a de

educação infantil. Não é climatizada. As paredes estão com as pinturas desgastadas e riscadas

pelas crianças. Possui 04 fluorescentes. Estas iluminam bem a sala. Contem duas janelas, por

onde entram iluminação solar e a brisas frescas quando o tempo esta ameno.

A professora quando precisa dos materiais didáticos vai até a sala do gestor buscar.

Esta utiliza conforme as atividades realizadas. Os materiais didáticos consistem em: EVA,

cola, cartolina. A escola disponibiliza de recursos didáticos como TV, gravador, DVD, Data-

Show, e dentre outros. A sua utilização consiste em reservar alguns dias antes, pois não há o

suficiente para suprir a necessidade de todos.

A organização da sala de aula dá-se através das cadeiras enfileiradas de frente para o

quadro. As paredes não possuem ilustrações, pois conforme explicação da professora, as

figuras que tinham foram retiradas após o temporal que deu na cidade e que destelhou a

escola, levando, por conseguinte, a grandes prejuízos.

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As crianças se relacionam de forma agradável, é obvio que sempre há atritos entre os

mesmos, mas é incrível a capacidade de reconciliação entre eles. Estas são seres sem

remorsos, ódio, é completamente diferente dos adultos.

Conforme observações não foi possível verificar se as crianças se envolvem em

alguma brincadeira, pois a professora no período em que me encontrava na sala, não elaborou

nem uma atividade lúdica com fins educativos. Apenas cumpre o que esta no plano que

consiste em atividades no quadro voltado as disciplinas de Língua Portuguesa, matemática,

geografia, história e dentre outras conforme os horários.

A metodologia de ensino segue sempre a mesma sequência: escreve-se o assunto no

quadro branco, pede para as crianças escreverem em seus cadernos, os que não conseguem a

professora pede os cadernos e passa atividade para que estes desenvolvam na sala ou em casa

com a ajuda dos pais.

Tivemos grande participação nas atividades desenvolvidas pela professora, estas

consistiram em tarefas nos cadernos, e sempre escrevia palavras carinhosas para incentivar as

crianças, quando eles viam um coração ou uma estrela ao lado da atividade corrigida

mostravam imediatamente aos colegas com muita alegria e pediam para que eu lhes passasse

mais atividades para o outro dia.

A sala de aula era superlotada e algumas vezes os conteúdos trabalhados pela

professora não favorecia o aprendizado das crianças. A turma era composta por 33 alunos,

sendo que uns cinco não conseguem acompanhar as aulas.

Sempre tivemos livre acesso em colaborar com a professora. Estamos pedia para

escrever no quadro a atividade do dia, escrevíamos o conteúdo e desenhávamos algumas

figuras relacionadas com o mesmo no objetivo de promover a melhor compreensão por parte

dos alunos. O interesse das crianças aumentava e ficavam mais atentos para o que a atividade

lhes pedia, e juntos corrigíamos a atividade no quadro, com a participação da professora da

turma.

As participações ativas nós proporcionaram contribuir com a professora foram em

passar tarefas no caderno para as crianças responderem e trazerem no outro dia; acompanhar

as mesmas no momento da merenda e no intervalo. A turma não se diferencia das demais

salas de aulas, tem crianças agitadas e as quietinhas. No caso em que as crianças se excedem

nas travessuras a professora pedia para que os pais viessem até a escola.

Portanto ficou perceptível que muito são os erros dentro do contexto de sala de aula, e

uma das que mais se destacaram foi à falta de compromisso, comodismo por parte da

professora em realizar atividades diferenciadas para possibilitar o processo de ensino-

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aprendizagem com mais veemência das crianças pequenas. Com a realização da regência foi

possível superar qualquer barreira de dificuldade, possibilitando através de uma aula lúdica o

envolvimento e o engajamento das crianças na aula desenvolvida. Conforme o sub tópico a

seguir será discorrido à forma como a aula foi realizada.

2.3.2 Regência Supervisionada

Figura 13 Imagem de um banheira

Fonte: Marcela Lima Tenório– 2010

A realização da regência é um dos requisitos obrigatórios na formação do pedagogo.

Mediante a esta exigência a regência supervisionada realizou - se no dia 09/11/2010,

iniciandoàs13h. Teve como objetivo compreender a importância e os benefícios que a higiene

corporal proporciona ao desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social das crianças

pequenas enquanto sujeitos em formação.

A temática trabalhada foi de cunho higiênico, abordando especificamente Higiene

Corporal, pois é um assunto que deve ser trabalhado dentro da escola para se explicar aos

alunos a sua importância, finalidade e o processo de higienização corporal dentro e fora da

escola.

Sabe-se que são vários os tipos de higiene, e todas são de suma importância no

desenvolvimento da saúde humana. A higiene corporal exerce grande influência sobre o

indivíduo, principalmente sobre sua saúde, sua capacidade de trabalhar, estudar e de se

divertir. Esta temática justificou-se pelo fato de ser um dos fatores importantes que

contribuem no processo de desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social da criança, pois

se esta não se higieniza de forma correta, corre o risco de ficar com sérios problemas de

saúde, influenciando por sua vez no processo ensino-aprendizagem.

A regência visou trabalhar as sete disciplinas ministradas no ensino fundamental. A

aula realizada ocorreu da seguinte forma: estagiária em sala de aula antes das professoras;

apresentação da estagiária e das regras; oração; músicas infantis; para introduzir a temática

houve apresentação de um monólogo simulado sobre a higiene, visando trabalhar a disciplina

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de Ciências; após ocorreu apresentação de alguns objetos que usamos para fazer a higiene

corporal; ocorreram perguntas acerca dos expostos: a) Quem gosta de tomar banho, escovar

os dentes; b) Quem gosta de lavar as mãos antes de comer;

Na realização de atividades envolvendo as disciplinas, ocorreu a escrita dos tipos de

higiene corporal no quadro; leitura dos mesmos; trabalho rodado consistindo em marca com

um X, o objeto que usamos para escovar os dentes, estes voltados a Língua Portuguesa.

Após houve a preparação para o lanche e o cântico da Música meu lanchinho; levamos as

crianças para lavar as mãos, antes da merenda; Encaminhei as mesmas ao refeitório;

Ocorrendo o intervalo aproveitamos para fazer alongamentos e brincadeiras com as

crianças desenvolvendo assim a disciplina de Educação Física, estando intrínseca, a

caminhada de olhos abertos e fechados sem esbarrar nos colegas; caminhada sobre uma linha

reta dentro da sala de aula; Nas Atividades de Matemática houve a contagem da quantidade

de objetos que utilizamos para fazer a higiene corporal; solução de problemas com o

respectivo anunciado: o aluno depois de merendar, foi imediatamente escovar os dentes, mas

ao entrar no banheiro, viu que não tinha creme dental, o que fez: ( ) Deixou de escovar os

dentes; ( ) Pediu outro creme dental de sua mãe para escovar os dentes; (Solução de

problemas no quadro);

Na disciplina de Geografia ocorreram perguntas sobre os horários que fazem a

higiene corporal (Que horas tomam banho; escovam os dentes; lavam os cabelos; quem corta

as unhas.) após houve a realização de trabalho rodado que consistiu em marcar os tipos de

higiene corporal no caça palavras. Na matéria de História pediu-se para as crianças através de

conversa oral identificarem diferenças de como os alunos fazem a higiene corporal; com que

idade os mesmos começaram a fazer a mesma;

Por fim na disciplina de Artes pediu-se para que as crianças desenhassem livremente

sobre a higiene corporal. Para enfatizar a importância desta foi discutida oralmente

preconizando a saúde como um dos Temas Transversais. Para avaliar o desenvolvimento

das crianças ao longo da aula foram elaborados questionamentos como: a) O que entenderam

da aula; b) Se irão continuar fazendo a higiene corporal em casa, na escola?

Diante ao exposto, a realização da regência, nos possibilitou a efetivação das

atividades propostas no plano. Com o seu cumprimento foi possível proporcionar as crianças

pequenas a superação de algumas dificuldades enfrentadas, consistindo: no cumprimento de

regras; interação nas atividades; envolvimento saudável e obediente com a professora

estagiaria.

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Ao longo da aula foi possível desenvolver atividades lúdicas como por exemplo:

apresentações de monólogos, músicas, dramatizações, usados como instrumentos para chamar

a atenção e facilitar no processo ensino-aprendizagem da temática abordada. Segundo

Queiroz:

É através do lúdico que ela abandona o seu mundo de necessidades e

constrangimentos e se desenvolve, criando e adaptando uma nova realidade a sua

personalidade. A infância é, portanto, um período de aprendizagem necessária a

idade adulta. É nesse momento que a brincadeira se torna uma oportunidade de

afirmação de seu eu.

As atividades lúdicas foram de grande relevância para proporcionar uma aula

diferente. As canções infantis serviram para integrar professor-aluno-aluno. Sua utilização

possibilitou movimentar o corpo, disponibilizando ter noção de equilíbrio, espaço, tempo,

contribuindo por sua vez, no desenvolvimento integral da criança.

Vale ressaltar que se faz necessário passar confiança e ter respeito com os alunos, pois

dessa forma é possível trabalhar qualquer atividade dentro de sala de aula. No decorrer da

mesma se alcançou a efetivação de todas as atividades, mas como sabemos nem tudo sai da

forma que queremos e comigo não foi diferente, pois os materiais didáticos que produzimos e

levamos conforme avaliações de minha orientadora foram parciais, e poderiam ter sido

melhores, mas consequentemente contribuíram no processo de aprendizagem das crianças. A

tendência é melhorar, pois nunca estive em uma sala de aula, como no período das minhas

observações e regências.

Portanto a efetivação desta regência veio contribuir na minha formação como futura

pedagoga, é obvio que o conhecimento não esta pronto e acabado, sendo que darei

continuidade para aderir mais experiências e conhecimentos para assim ser uma educadora

que faça a diferença no âmbito educacional.

2.4 E da experiência, o que ficou?

Os estágios e regências foram de suma importância no desenvolvimento teórico e

prático dos formandos em Pedagogia. A efetivação dos estágios nos possibilitou conhecer

parcialmente a realidade educacional que futuramente iremos esta inserida.

Como experiência é indispensável citar, que mediante as dificuldades enfrentadas no

cotidiano escolar, é possível sim trabalhar de forma diversificada e estratégica, basta que o

professor tenha compromisso, não seja acomodado em ir em busca de um novo fazer na

educação.

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O processo educacional possui várias problemáticas, e o professor (a) mediante a esta

realidade não deve possibilitar que estes problemas assolem o processo ensino-aprendizagem

de nossas crianças. Devemos parar de reclamar e ir em busca de melhoras o mais rápido

possível para assim preconizar o desenvolvimento da educação de qualidade que tanto

almejamos.

Devemos ficar cientes que a escola se constrói através das contradições do seu

cotidiano, em que as situações, os problemas e as possíveis soluções devem abranger ações

deliberadas em conjunto. Contudo, devemos entender que os mecanismos de democratização

são fios condutores que possibilitarão uma relevância social, político e pedagógica porque

norteará o grande desafio que o atual sistema educacional exige para garantir ao alunado o

acesso, a permanência e o sucesso na escola.

Portanto construir é tornar-se um indivíduo mais informado com conhecimentos não

só nos conteúdos passados em sala de aula, mas, está a par do ―novo‖, do que acontece e se

evolui no mundo. Partindo daí, teremos alunos capazes de fazer projetos para seu próprio

futuro e quem sabe para a transformação da sociedade buscando novos meios de vida.

Aprendendo ser um indivíduo social e ser capaz de entender sua própria origem, entender o

meio em que vive compreendendo o avanço e o desenvolvimento da população, no qual a

Escola deve ser entendida como meio fundamental para si ter uma boa Educação.

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3 O TEATRO: UM INSTRUMENTO METODOLÓGICO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

O referido capitulo objetiva apresentar os resultados da pesquisa realizada durante as

disciplinas de Prática da Pesquisa Pedagógica intitulada como: O teatro: um instrumento

metodológico na educação infantil, a qual objetivou analisar o seu uso como instrumento no

processo ensino-aprendizagem das crianças de 04 a 05 anos do 1º ciclo, reconhecendo a

diversidade metodológica aplicada na educação infantil com ênfase o teatro e investigar as

influências do mesmo no desenvolvimento da criança nos seus aspectos cognitivo, físico,

afetivo e social.

O estudo deste tema tornou-se relevante por despertar no aluno interesse pela arte,

especificamente o teatro. A arte é um saber importante à formação do sujeito consciente,

reflexivo, autônomo e sensível à realidade devendo ser analisada em sua relação com o

processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil.

A escolha da temática deu-se pelo fato do teatro ser um dos instrumentos lúdicos que

visa desenvolver os variados aspectos das crianças pequenas inseridas na pré-escola. Fica

corroborado que as mesmas aprendem brincando, e com este intuito visou trabalhar a temática

ora citada, com o fim de proporcionar um ensino-aprendizagem de qualidade.

Para alcançar os objetivos da pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Educação

Infantil Francisco Chagas de Almeida uma pesquisa do tipo exploratória. Segundo Gonsalves

(2003) é aquela que se caracteriza pelo desenvolvimento e esclarecimento de idéias, com

objetivo de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira aproximação a um determinado

fenômeno que é pouco explorado. Este reforço tem como meta tornar um problema complexo

mais explícito ou mesmo construir hipótese mais adequada.

Destarte, a pesquisa se configurou como uma pesquisa de campo de natureza

qualitativa, onde buscou compreender e interpretar o universo de significados, motivos,

aspirações, crenças, valores e atitudes, ou seja, os elementos configurativos das práticas e do

imaginário social. Para Minayo (1994):

A pesquisa qualitativa responde as questões muito particulares. Ela se preocupa, nas

ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja,

ela trabalha com o universo de significados, motivos aspirações, crenças, valores e

atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e

dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operalização de variáveis. (p.22)

Para atingir o objetivo do estudo em questão tornou-se necessário utilizar

procedimentos que favorecessem a obtenção de dados e informações que contribuíssem com o

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desvendamento da realidade. Dessa forma foram desenvolvidos os seguintes procedimentos

metodológicos:

a) observação – participante: que visou observar a diversidade metodológica aplicada na

educação infantil com ênfase o teatro e as influências do mesmo no desenvolvimento das

crianças nos seus aspectos cognitivo, físico, afetivo e social. A observação girou em torno da

gestora (01), coordenadora pedagógica (01), professoras (04) e alunos (15).Conforme Neto

(apud MINAYO, 1993):

A importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de

situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez,

observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais

imponderável e evasivo na vida real.(p.60)

b) entrevista estruturada –realizada como quatro (04) professoras, quinze (15) alunos, um (01)

gestor e uma (01) coordenadora pedagógica. Segundo Lakatos e Marconi (2001,p.197)

enfatiza que neste tipo de entrevista o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada

situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais

amplamente a questão.

c) análise documental – que visou identificar cruciais informações nos documentos que

consiste no diário escolar das professoras e no caderno das crianças. Diz Ludke (1986, p.39)

que os documentos constituem também uma fonte poderosa de onde podem ser retiradas

evidências que fundamentem afirmações e declarações do pesquisador.

Para dar suporte teórico à pesquisa, esta teve como autores principalmente Japiassu

(2007), Abramovich (1997), Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997), Referencial

Curricular Nacional para a Educação Infantil (1988) e dentre outros.

Sendo assim, o capítulo está organizado em três momentos muito significativos para a

compreensão da trajetória e do resultado da investigação. Desta forma, primeiramente será

apresentado estudos e reflexões sobre o teatro e sua importância na Educação Infantil,

em seguida será realizada a caracterização do cenário e dos sujeitos da pesquisa para

conhecermos o contexto social, político, econômico e cultural, e por último serão expostos os

resultados e os discursos oriundos das coletas de dados da investigação científica, estes

proporcionadores da compreensão do objeto de estudo.

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3.1 O teatro na Educação Infantil: concepções teóricas acerca de sua importância

No processo educacional o teatro é uma ferramenta de extrema precisão na verificação

do desenvolvimento motor e cognitivo de nossos alunos. O trabalho teatral é um dos

elementos primordiais, pois proporciona a interação, a relação criativa, criadora e

transformadora, também presente de outra maneira na educação.

Mediante a esta realidade pode-se corroborar que o teatro sendo uma brincadeira e

trabalhada pelos professores (as) com fins educativos, estase torna indispensável na formação

das crianças pequenas, vindo a possibilitar o desenvolvimento integral das mesmas. Através

deste mecanismo é possível favorecer o aprendizado de forma lúdica, interativa e consolidada.

A aprendizagem ocorre de forma mais sistemática e coesa.

Portanto, com fim de proporcionar mais informações em torno da importância do

teatro no processo ensino – aprendizagem das crianças, será discorrido nos sub tópicos a

seguir os seus conceitos até a importância da utilização do mesmo na prática pedagógica

dentro do contexto escolar e em especifico em sala de aula.

3.1.1 O teatro: conceito e origem histórica

Figura 14 Imagem de peça teatral.

Fonte Google13

O teatro é uma das formas que o indivíduo pode utilizar para demonstrar o que sente

e pensa. Ao longo da história este era usado como técnicas de espetáculos. O seu surgimento

deu-se na Grécia Antiga no século IV a.C., referindo-se às primeiras sociedades primitivas

13

Todas as imagens apresentadas no tópico 3.1 foram retiradas do site WWW.imagensteatrais.com.br, com

propósito de demonstrar as formas teatrais existentes. Acessado em novembro de 2010.

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que acreditavam nas danças imitativas como favoráveis aos poderes sobrenaturais para o

controle dos fatos indispensáveis para a sobrevivência.

A palavra teatro define tanto o prédio onde podem se apresentar várias formas de

artes quanto uma determinada forma de arte. O vocábulo grego Théatron estabeleceu o lugar

físico do espectador, ―lugar onde se vê‖. Entretanto este também é o lugar onde acontece o

drama frente aos espectadores, complemento real e imaginário que acontece no local de

representação.

Em seu desenvolvimento, o teatro passa a representar lendas referentes aos deuses e

heróis. Este é uma arte em que um ator, ou conjunto de atores, interpreta uma história ou

atividades, com auxilio de dramaturgos, diretores e técnicos, que tem como objetivo

apresentar uma situação e despertar sentimentos no público.

O teatro, expressão das mais antigas do espírito lúdico da humanidade, é uma arte

cênica peculiar, pois embora tome quase sempre como ponto de partida um texto literário

(comédia, drama e outros gêneros), exige uma segunda operação artística: a transformação da

literatura em espetáculo cênico e sua confrontação direta com uma platéia.

Pode-se ocorrer várias formas de apresentações teatrais, existem representações

mudas (a pantomima, o teatro de bonecos), ou improvisadas (a commedia dell arte), que

eventualmente prescindem de um texto literariamente construído.

Em Antenas, o teatro era instituição pública organizada e custeada pelo estado. As

representações inseriam-se no calendário, ligadas às grandes festas nacionais. Havia estreita

interdependência entre dramaturgia e cenografia assim como um profundo acordo entre poeta

e público. A arte, expressão de toda uma civilização, tinha função cívica.

No Império Romano, os registros das manifestações teatrais surgiram em torno da

igreja oriental bizantina, sediada em Constantinopla (posterior Istambul), perderam quase

completamente, após a invasão dos turcos.

No teatro medieval, a cultura popular, dava-se com seus artistas ambulantes,

acrobatas, malabaristas e menestréis espalhados por toda a Europa, preservou habilidades

remanescentes do mimo romano e somou-as às festas pagãs agrícolas e outras tradições

folclóricas. Inaugurou-se a divisão entre teatro popular e literário.

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Esta arte surgiu como um suporte também para a pedagogia grega, juntamente com a

noção histórica de sua democracia. O teatro (palavra que significava para os gregos um lugar

aonde iria se ver, vislumbrar algo) é tratado como uma grande arte, um grande evento, lugar

onde os gregos antigos iriam aprender um pouco mais de suas tradições ancestrais, unindo-os

por meio das fantásticas narrativas de seus mitos. O teatro também surgiu para a humanidade

como:

Uma síntese de elementos artísticos e não de artes. O cenário, por exemplo, se utiliza

da arquitetura e também da pintura, mas não se contem nesta ou naquela arte, o

teatro forja a sua própria especificidade, e dentro dela se movimenta livremente,

chegando a soluções inéditas. (MAGALDI, 1991)

Devemos entender que o teatro é uma força milenar que pode contribuir com o

processo de aprendizagem, prescrever algo positivo que levará, naturalmente, nossos alunos a

uma reflexão, além de aperfeiçoar o trabalho cognitivo (do conhecer, apreender), contribuindo

para consolidar novas práticas no processo de aprendizagem.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997) frisa que o individuo

ao participar de atividades teatrais, tem a oportunidade de se desenvolver dentro de um

determinado grupo social de maneira responsável, legitimando os seus direitos dentro desse

contexto, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo, aprendendo a ouvir, a acolher

e a ordenar opiniões, respeitando as diferentes manifestações, com a finalidade de organizar a

expressão de um grupo.

Com este propósito é perceptível que o teatro pode ser trabalhado dentro das escolas

públicas, esta realidade é uma combinação possível. Basta que os professores e os demais

segmentos que formam a escola contribuam neste processo. Assim, será possível comprovar

logo abaixo que é possível trabalhar o teatro dentro de qualquer instituição.

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3.1.2 O teatro e a escola: uma combinação possível

Figura 15: Imagem de teatro na escola

Fonte- Google

Os docentes das escolas públicas têm como um dos papeis primordiais na formação

dos educandos, propiciar condições para que os alunos aprendam com mais eficácia e se

desenvolvam de forma integral, orientando-os e descobrindo as suas múltiplas capacidades,

pois:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e

aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o

desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com

os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança e o acesso pelas

crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (Referencial

Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998, p.23)

A partir do momento que os professores usarem o teatro como uma metodologia estes

perceberão que as crianças desenvolverão capacidades de apropriação e conhecimentos, sendo

que:

Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de

apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais,

estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e

saudáveis. (Referencial curricular nacional para a educação infantil, 1998, p.28)

O teatro tem possibilidades de ser trabalhado dentro de qualquer instituição de ensino

público em Benjamin Constant, independente de ter recursos ou não. Há condições de se

elaborar trabalhos teatrais solicitando que as crianças tragam de casa materiais que não usam

mais, como por exemplo: meias, canudos, palito de fósforo, livros, papelão, roupas velhas e

dentre outros com o intuito de produzir bonecos para fantoches, roupas para se apresentar

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conforme as dramatizações, construção de cenários e etc. Envolvendo as crianças neste

processo facilita o desenvolvimento social, emocional, cognitivo e motor, pois conforme o

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):

A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e

cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender

com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando

suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se

cada vez mais seguras para se expressar, podendo aprender, nas trocas sociais, com

diferentes crianças e adultos cujas percepções e compreensões da realidade também

são diversas.

Para se desenvolver, portanto, as crianças precisam aprender com os outros, por meio

dos vínculos que estabelecem. Se as aprendizagens acontecem na interação com as outras

pessoas, sejam elas adultas ou crianças, elas também dependem dos recursos de cada criança.

Dentre os recursos que as crianças utilizam, destacam-se a imitação, o faz-de-conta, a

oposição, a linguagem e a apropriação da imagem corporal. Como salienta Vygotsky (apud

JAPIASSU,2007.p.17):

As crianças ao participar da atividade criadora no faz-de-conta mantém uma ―[...]

realização [..] criadora do novo‖. Ele explica que existem duas modalidades básicas

de impulso na conduta tipicamente humana: o impulso reprodutor ou reprodutivo e o

impulso criador ou combinador. O primeiro está vinculado à memória e o segundo

relacionado à criatividade.

Como é possível verificar o professor usando o faz-de-conta em sala de aula,

possibilita o desenvolvimento do imaginário e a criação de algo novo por parte da criança.

Fica visível que é só pela atividade criadora que as mulheres e os homens podem projetar-se

no futuro e transformar o presente. A essa função psicológica superior, baseada na

combinação voluntária de dados da memória – e que manifesta nos estados de vigília –

denomina-se imaginação ou fantasia.

O teatro no processo de formação da criança cumpre não só função integradora, mas

dá oportunidade para que ela se aproprie critica e construtivamente dos conteúdos sociais e

culturais de sua comunidade mediante trocas com seus grupos. No dinamismo da

experimentação, da fluência criativa propiciada pela liberdade e segurança, a criança pode

transitar livremente por todas as emergências internas integrando imaginação, percepção,

emoção, intuição, memória e raciocínio, no entanto:

A criança ao iniciar o ciclo básico, está na idade de vivenciar o companheirismo como um processo de socialização, de estabelecimento de amizades. Compartilhar

uma atividade lúdica e criativa baseada na experimentação e na compreensão é um

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estimulo para a aprendizagem. (Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte⁄ Secretaria

da Educação Fundamental, 1997, p.85)

Sendo a imaginação um dos instrumentos que possibilita a função integradora e

critica das crianças, fica confirmado que os processos criadores infantis ocorrem

essencialmente por meio da brincadeira do faz-de-conta, porque, ao fazer-de-conta, os sujeitos

reelaboram as experiências vividas, edificando realidades imaginárias de acordo com seus

desejos, necessidades e motivações.

O teatro tem como fundamento a experiência de vida: idéias, conhecimentos e

sentimentos. A sua ação é a ordenação destes conteúdos individuais e grupais. A partir do

momento que o professor usa o teatro como método para aguçar o interesse da criança pela

aprendizagem, ela usará a sua imaginação e fantasia para dramatizar o que está pensando e

sentindo. A criança na pré-escola tem facilidades de representar personagens, pois usa da sua

criatividade para criar e recriar.

A criança pré-escolar brinca de ‗representar personagens‘ vestindo roupas reais. A

adolescente pensa sobre opções e possibilidades, imaginando-se em diferentes

papéis, indo ou não para a faculdade, casando ou não casando, tendo filhos ou não.

(BEE, Helen. A criança em desenvolvimento, 1996.p.22)\

É fantástico o poder de criação das crianças, pois agindo dessa maneira, desenvolverão

várias habilidades que serão imprescindíveis no seu processo educacional e pessoal. Segundo

os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (1997), o ato de dramatizar está potencialmente

contido em cada um, como uma necessidade de compreender e representar uma realidade.

A dramatização é uma das atividades que proporciona ao professor, analisar as

manifestações espontâneas do aluno. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: de Arte

(1997):

A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação

espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de

interação e de promoção de equilíbrio entre ela e meio ambiente. Esta atividade

evolui do jogo de regras, do individual para o coletivo. (p.83)

O jogo do faz-de-conta, em suas formas iniciais, é totalmente improvisado ao sabor

da imaginação dramática da criança, o espetáculo teatral, embora também necessite da

espontaneidade, da improvisação e da intenção, resulta de um processo de criação e

construção intencional, exigindo domínio da linguagem especifica que só se completa com a

presença do público.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE …files.pedagogiabc.webnode.com.br/200000056-444a245446/TCC Marcela... · Figura 6: Imagem do slide da intervenção no Centro de Educação

Em cima desta realidade é imprescindível citar que uma das técnicas de aprendizagem

das mais significativas dos últimos anos chama-se dramintegraçâo, uma técnica

sensibilizante, em que vários exercícios são propostos para potencializar nosso aluno na

―descoberta‖ de seu corpo como elemento criativo (BIANCHI, 1984). Uma de suas bases é o

movimento livre, em que cada um desenvolve sua maneira de gesticular, andar, levantar-se,

olhar, agachar-se. Enfim, há uma infinidade de gestos e atitudes que podem levar tanto o

professor quanto o aluno a descobrir-se dentro de si mesmos, valorizando sua gestualidade e a

partir dela criar novos mecanismos de atuação pedagógica.

Portanto o aluno que promover a criatividade, a criação e a apreciação artísticas na

escolarização significa estimular o desenvolvimento de uma atuação tipicamente humana, que

vai auxiliar a criança a entender melhor sua condição de ser criador, simbólico, cultural,

histórico, em processo permanente de (co) laboração social. Vindo possibilitar através da

imaginação, a resolução e solução de qualquer problema. Conforme os Parâmetros

Curriculares Nacionais de Arte (1997), um aluno que exercita continuamente sua imaginação

estará mais habilitado a construir um texto, a desenvolver estratégias pessoais para resolver

um problema matemático.

O teatro é um mecanismo que pode contribuir de forma exuberante no

desenvolvimento integral da criança. A educação infantil sendo o primeiro nível de educação

básica deve por obrigação trabalhar o mesmo no contexto escolar. Principalmente no que

consiste no cumprimento dos amparos legais que norteiam o mesmo. Enfim, no sub tópico

seguinte será abordado com mais exatidão a ligação da educação infantil com o teatro.

3.1.3 A educação infantil e o teatro

Figura 16: Imagem de teatro para crianças

Fonte–Google

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São vários os conceitos para a educação, mas segundo Luzuriaga (1990), é a influência

intencional e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo.

Significa também, a ação genérica, ampla, de uma sociedade sobre as gerações jovens, com o

fim de conservar e transmitir a existência coletiva.

A educação é um dos elementos fundamentais para a formação do individuo, pois

segundo Brandão (2001) não há uma forma única nem um único modelo de educação; a

escola não é o único lugar onde ela acontece. Observa-se de imediato que a educação pode ser

tanto formal quanto informal. A escola juntamente com os demais segmentos que a formam é

um aparelho onde viabiliza a iniciação e solidificação do conhecimento dos indivíduos,

preparando-os para seu futuro processo de formação.

Todos os seres humanos têm direito à educação, independente de cor, raça, sexo, etnia

e situações financeiras, pois como estabelece a Constituição Federativa do Brasil (1988),a

educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com

a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Para propiciar o pleno desenvolvimento dos alunos, à escola juntamente com o seu

corpo docente e os demais segmentos devem ser pesquisadores e dinâmicos para juntos

proporcionarem a educação de qualidade e vale ressaltar a importância de estarem aptos aos

processos de mudanças que vem ocorrendo paulatinamente no ramo da educação.

Para que ocorra a educação de qualidade, os professores de qualquer instituição devem

utilizar metodologias diversificadas para despertar no aluno o interesse e o estimulo na arte de

aprender, principalmente na educação infantil que consiste na base da educação de qualquer

individuo. O uso do teatro é imprescindível na arte de aprender, pois contribui através de seus

trabalhos teatrais o desenvolvimento integral das crianças pequenas.

A Educação Infantil, no Brasil, é reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional como a primeira etapa da Educação Básica. A legislação expressa à

necessidade de as crianças terem tempo e espaço físico que propiciem condições educativas,

estimuladoras de suas capacidades e potencialidades. Os pilares da Educação Infantil buscam

acompanhar as crianças e propiciar estratégias para seu desenvolvimento integral,

organizando-se em três aspectos fundamentais: cuidar, educar e brincar.

As propostas pedagógicas para as instituições de educação infantil devem promover,

em suas práticas de educação e cuidados, a integração entre os aspectos físicos, emocionais,

afetivos, cognitivo – linguísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser total,

completo e indivisível. Dessa forma, ser, sentir, brincar, expressar-se, relacionar-se, mover-se,

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organizar-se, cuidar-se, agir e responsabilizar-se são partes do todo de cada indivíduo, menino

ou menina, que desde bebê vão, gradual e articuladamente, aperfeiçoando esses processos nos

contatos consigo mesmos, com as pessoas, as coisas e o ambiente em geral.

As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil propõe que todos os

conhecimentos, como o espaço, tempo, comunicação, expressão, a natureza, e as pessoas

devem estar articuladas com os cuidados e a educação para a saúde, a sexualidade, a vida

familiar e social, o meio ambiente, a cultura, as linguagens, o trabalho, o lazer, a ciência e a

tecnologia.

Os diversos trabalhos sobre educação, especialmente os do filósofo suíço Jean Piaget,

são unânimes em considerar que os primeiros anos de vida de uma criança são muito

importantes para seu desenvolvimento físico, emocional, social e mental. É dentro desse

momento que se insere o período de escolaridade correspondente á pré-escola,

respectivamente dos 04 aos 06 anos, quando ela tem, então, oportunidade de desenvolver suas

potencialidades, preparando-se e despertando para a vida.

Sônia Kramer (2006) retrata que a pré – escola serve para propiciar o desenvolvimento

infantil, considerando os conhecimentos e valores culturais que as crianças já têm e,

progressivamente, garantindo a ampliação dos conhecimentos, de forma a possibilitar a

construção de autonomia, cooperação, criticidade, criatividade, responsabilidade, e a

formação do auto – conceito positivo, contribuindo, portanto, para a formação da cidadania.

Ao ingressar na escola, a criança transpõe o limiar da família e passa a conviver com

pessoas de sua idade, descobrindo, à sua maneira, novos valores, novas experiências, que vêm

enriquecer a sua própria e com as quais a compactuar. Essa socialização dá-lhe confiança em

si, adaptabilidade e rendimento intelectual. Para muitas o convívio social proporcionado pela

escola oferece possibilidades que a família raras vezes tem condições de propiciar.

Portanto a educação infantil é uma etapa onde deve ser aproveitada para se trabalhar o

teatro no processo ensino-aprendizagem das crianças, vindo sem sombra de dúvidas contribuir

no desenvolvimento e amadurecimento dos variados aspectos das crianças ora citada. O

acesso a arte nos possibilita abrir novos horizontes, conhecer caminhos obscuros e desvendar

mistérios que assolam nossas vidas. O ato de ser, fazer e não apenas ter é uma contribuição

preponderante que o teatro possibilita a emancipação humana. Sua utilização nos prepara para

sermos sujeitos autônomos, críticos, criativos e acima de tudo esta aptos na resolução de

qualquer problema.

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3.1.4 Prática pedagógica e teatro infantil

Figura 17: Imagem dos tipos de teatro: vara, dramatização e fantoches.

Fonte– Google

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1988), salienta que o

professor ao trabalhar o teatro no contexto de sala de aula possibilitará a realização do faz-de-

conta por parte das crianças, vindo a aprenderem a agir em função da imagem de uma pessoa,

de uma personagem, de um objeto e de situações que não esta imediatamente presente e

perceptível para elas no momento, e que evocam emoções, sentimentos e significados

vivenciados em outras circunstâncias.

Quando a criança brinca de faz-de-conta ela tem a capacidade de fazer

representações, de imitar e comunicar.

Ao brincar do faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e

comunicar de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que

um lugar ‗faz-de-conta‘ que é outro. (Referencial Curricular Nacional para Educação

Infantil, 1998.p.23)

Através do faz-de-conta, as crianças desenvolvem a linguagem.

Quando utilizam à linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua

identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando

suas concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou

personagens. (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 1998.p.23)

Os jogos teatrais podem ser usados pelos professores como instrumento

metodológico para despertar na criança o gosto pela representação.

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Através dos jogos teatrais, os alunos podem ser alfabetizados na linguagem da

representação dramática, ao mesmo tempo em que aprendem a fazer a leitura das

cenas de teatro, que nascem na ação improvisada, através da contínua interação entre

palco e platéia [...] (KOUDELA, Ingrid Dormien. A nova proposta de ensino do

teatro).

O professor tem o papel fundamental na realização das atividades teatrais, pois ele é

mediador para despertar na criança o prazer pela arte.

O papel do professor é fundamental, pois ele funciona como mediador, trazendo

para a sala de aula questões sobre a Arte, fazendo com que as crianças interajam

com ela, seja apreciando estética e criticamente, seja conhecendo sua história e

também produzindo arte. (CAVALCANTI, Zélia. Arte na de aula, 1995.p.63).

Conforme Cavalcanti (1995) a presença do professor é importante para informar as

crianças sobre soluções técnicas adequadas ao que se propõe fazer. O ser humano que não

conhece arte é limitado, sem criatividade.

O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem limitada,

escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da

sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos

gestos e luzes que buscam o sentido da vida. (Parâmetros Curriculares Nacionais:

Arte/ Secretaria da Educação Fundamental. 1997.p.21).

A arte propicia a criança conhecimentos, descobertas e perspectivas sobre o mundo

através da dimensão poética a qual esta presente.

O conhecimento da arte abre perspectiva para que o aluno tenha uma compreensão

do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível

transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referencias a cada

momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a

flexibilidade é condição fundamental para aprender. (Parâmetros Curriculares

Nacionais: Arte/ Secretaria da Educação Fundamental. 1997.p.21).

O teatro pode ser caracterizado como instrumento de motivação, sendo que os

professores devem usar métodos para que os alunos interajam de maneira entusiasmatica do

que esta sendo exposto.

Com base no que foram salientadas, as atividades programadas na pré – escola não

deve, pois, perder de vista as necessidades e os interesses das crianças, sempre ávidas para

explorar, experimentar, colecionar, perguntar e aprender. Todas as crianças trazem de casa

seus conhecimentos, e dentro da escola serão sistematizados.

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Tratando-se do teatro no nível da Educação Infantil pode-se trabalhar o teatro de

fantoches, teatro de vara, apresentações de peças teatrais, contagem de histórias infantis e

dramatizações das mesmas e o teatro de sombras, e dentre outros.

Conforme Pitanga (1990), defini o teatro de fantoches como elemento rico de

possibilidades artísticas e criadoras. Por sua extrema rigidez, está impossibilitado de te

contrações faciais, falar e caminhar naturalmente. Está morto. A impossibilidade para a vida é

que o torna, entretanto, hábil para se transformar no propulsor da fértil imaginação infantil. A

criança obriga-se com isso a dizer o que não foi dito, a imaginar o que foi apenas sugerido.

No fantoche tudo é sumário, reduzido, sintético. Dá-se um ponto de apoio para que a criança

teça a seu bel prazer, uma rede ofuscante de fantasia, em torno desse ponto.

O fantoche é um elemento rico de possibilidades nas mãos de um manipulador. Mais

do que qualquer outro boneco, ele é ágil, rápido, expressivo. A sua utilização pelas crianças

proporcionará aguçar a sua imaginação e contribuirá no processo de construção.

Não é difícil fazer um fantoche, basta ter imaginação. Os bonecos podem ser feitos

em espuma, massa, cabaça, bola de isopor, cortiça, etc. Com esse material se faz à cabeça e as

mãos, pois o resto é de pano (roupa do boneco) que servirá para enfiar a mão manipulador

(luva).

O teatro de vara é bem mais simples que os fantoches, pois estes também conseguem

prender a atenção e mantém o interesse das crianças. Estes podem ser feitos de vara plana,

onde a gravura recortada em cartolina é presa á vara, ou de vara com volume, quase idênticos

ao fantoche só que neste caso é preso a uma vara, é mais simples de manipular e não tem

mobilidade na cabeça e braços.

O teatro de bonecos é fácil e não exigem técnicas complicadas, nem despesas de

materiais, os textos devem ser pequenos, lineares, fáceis de assimilar e de ensaiar. Não exige

muitas pessoas atuando. Até mesmo uma pessoa sozinha, com certo treino e habilidade,

consegue realizá-lo.

O teatro de sombra consiste na encenação de histórias por meio de sombras onde a

ação se desenvolve por trás de um pano, e a platéia assiste ao movimento das sombras.

Observa-se que o teatro tem suas utilidades para auxiliar no processo de formação dos

educandos.

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Figura 18: Teatro de sombra

Fonte -Google

Por conseguinte, se observa que a arte é um saber importante à formação de sujeitos

conscientes, críticos, reflexivos, autônomos e sensíveis à realidade devendo ser analisada em

sua relação com o processo de aprendizagem e desenvolvimento infantil.

Na arte identificamos elementos significativos de mediação entre a criança e o

mundo, através da percepção dos sentidos e da memorização dos significados.

O teatro como foi definido no decorrer da fundamentação teórica, é o ato de

dramatizar, imaginar, fantasiar, que envolve a vivência emocional, física, pessoal e social da

criança. Este é um jogo de atuação onde o individual e coletivo são constantemente analisados

visando uma interpretação e consequentemente uma significação das experiências de vida.

A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que

caracteriza o modo particular de dar sentido as experiências das pessoas: por meio dele, o

aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação.

O teatro traduz-se em proporcionar condições metodológicas para que o aluno possa

exprimir-se subjetiva e individualmente. Conhecer significa conhecer-se a si mesmo; o

processo é fundamental o produto não interessa. Visto como ser criativo, o aluno recebe todas

as estimulações possíveis para expressar-se artisticamente. Esse aprender fazendo o

capacitaria a atuar cooperativamente na sociedade.

Portanto o teatro é de suma importância no processo de novas descobertas por parte

das crianças pequenas. A sua utilização possibilita o desenvolvimento cognitivo, afetivo,

motor e social. O professor é o principal mediador no desenvolvimento desta atividade, pois

bem trabalhado a criança se torna mais autônoma, critica, participativa e interativa no

processo ensino-aprendizagem.

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3.2 Caracterizando o Cenário e os Sujeitos da Pesquisa

Foto 19: Imagem aérea do município de Benjamin Constant (BCT) – Fonte - Arquivo: Plano Diretor do

município-2007

a) O cenário da pesquisa

Benjamin Constant é um município criado em 29 de janeiro de 1898, ao ser

desmembrado do município de São Paulo de Olivença. Faz parte da Microrregião do Alto

Solimões14

, no sudoeste amazonense, a margem direita da zona fisiográfica Solimões -

Javari, distanciando-se da capital do Estado por 1.118km em linha reta e por 1.628km em

via fluvial.

Com uma área de 8.793 km² que corresponde a 0,5598% do Estado, 0,2282% da

região e 0, 1035% de todo o território brasileiro, o município tem 72,58% de suas terras

comprometidas com terras indígenas e unidades de conservação e 74,3km2com Assentamento

Federal (Crajari), além de possuir porção significativa dentro da faixa de fronteira. Limita-se

ao norte com a República do Peru e Tabatinga; ao sul com Ipixuna e Eirunepé; a leste com

São Paulo de Olivença e Jutaí; e a oeste como o município de Atalaia do Norte.

14

A Mesorregião do Alto Solimões compreende os municípios de Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin

Constant, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tonantins, Jutaí e Fonte Boa, os quais

totalizam 213,28 mil quilômetros quadrados. A maior extensão territorial é do Município de Atalaia do Norte,

com 76.687km2 e a menor é do Município de Tabatinga, com 3.239km2.

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O município é constituído por comunidades rurais – ribeirinhas e pela sede⁄cidade. A

cidade que corresponde à zona urbana tem cinco (05) bairros: Centro, Coimbra, Colônia, Bom

Jardim e Umarizal. Estese localiza na zona oeste de Benjamin Constant. Seus primeiros

habitantes foram os índios Bitota (Peruano) Eduardo Sumaeta e Cristóvão Montes que vieram

do sul do Peru, Cordilheira dos Andes no ano de 1878. Foram eles que construíram as

primeiras moradias e fizeram uma grande plantação de Umari.

Os índios Bitota anos mais tarde abandonaram este local e foram para o lugarejo

Oriente. Com isso passaram a morar os habitantes como o casal Maria Serafina Ruiz Comapa

e Simão Ijuma Paredes, os mesmos tiveram vários filhos, mas apenas um filho de Simão

Ijuma reside até hoje no bairro Umarizal e sobrevive da agricultura.

No bairro morava outra habitante chamada Delícia Abensur onde construiu um

barracão comercial, ficando como proprietária do lugar. Como na época havia uma grande

quantidade de árvores de umari, os moradores ficaram impressionados e passaram a chamar a

localidade de Umarizal dando origem ao Bairro.

Os tipos de moradias existentes na época eram de pachiúba coberta de palha. Os

moradores mais antigos do bairro foram João Bento, Apolinário Ipuchima, Augusto Jean

Simão Ijuma, Emilio Tapudima e Manoel Ordones.

Atualmente os eventos promovidos no bairro consistem em: Carnaval de rua; Arraial

do PROJAC; Novenário e Arraial de São Francisco; Ensaios do Boi-Mangangá, e dentre

outros.

No bairro existem: Conjunto Habitacional do Amazonas - Cohabam, Conjunto

habitacional Sagrado Coração de Jesus, Igreja Católica de São Francisco, Igreja da Santa Cruz

Ordem Cruzada, Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Igreja Evangélica Fontes de Vida,

Centro Social Irmão Sol, Casa da Mãe Gestante, Casa de atendimento Prótese Dentária, Casas

que produzem vinho de açaí, Casa para a produção de farinha de mandioca, Rádio

Comunitária Nova Onda FM, Comércios, Bares, Danceteria, Hospedarias, Movelarias,

Serraria, Bancas de gasolina, Salão de Beleza, Lanchonete, Bazar, Padarias, Oficinas

mecânicas, Associação dos Produtores Rurais, Escola Particular, PROJAC — Projeto

Jacarezinho, Escola Municipal Cosme Jean e o referido Centro Municipal de Educação

Infantil Francisco Chagas de Almeida.

O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma

instituição de ensino regular situada na Rua Sérgio Ferreira, no bairro Umarizal, na área

urbana do Município de Benjamin Constant – Amazonas. Fundada no ano de 1977, sendo que

na época foi construída de madeira compreendendo (03) três salas de aula para oferecer um

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ensino de 1ª, 2ª e 3ª série nos turnos matutino e vespertino contando com um quadro de (06)

seis professores.

No ano de 1985, esta foi reconstruída em alvenaria, porém com a mesma estrutura da

anterior. Neste mesmo ano foi oficializada como uma instituição de ensino em (31) trinta e

um de outubro na administração do prefeito Alcino de Almeida Castelo Branco através do

decreto de nº. 088/85. Em 1988, na gestão do prefeito João Corrêa de Oliveira esta foi

reformada e ampliada compreendendo (06) seis salas de aula, (01) uma cozinha, (01) uma

secretaria/diretoria e (01) uma sala de leitura, nesta época ofereciam alfabetização e o Ensino

Fundamental de 1ª a 4ª série. O nome deu-se em homenagem ao professor estadual e ex-

prefeito Francisco Chagas de Almeida.

Com o aumento da demanda de alunos por conta do crescimento e desenvolvimento do

bairro, na administração do prefeito José Amauri da Silva Maia, no ano de 2003 ampliou-se

mais (04) quatro salas de aula, sendo que uma delas foi destinada para o laboratório de

informática, pois foram instalados (05) cinco computadores bem como ares-condicionados em

todas as salas da escola, mas até hoje não funcionam porque a subestação não suporta a

sobrecarga quando todos estão ligados, muito embora se apresente em bom estado de

conservação. As salas de aula são bastante pequenas tornando-se um espaço antipedagógico.

Até o ano de 2007 a escola oferecia Ensino Fundamental de 1ª a 6ª série e a modalidade de

Educação de Jovens e Adultos – EJA – perfazendo um total de 760discentes distribuídos nos

turnos matutino, vespertino e noturno. Atualmente a escola foi transformada em um Centro de

Educação Infantil e atende crianças de 04 (quatro) a 05 (cinco) anos de idade que estão na 2º

etapa da Educação Infantil, a pré-escola e também atende pessoas com necessidades

educacionais especiais.

O Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de Almeida é uma

instituição que oferece Educação infantil e especial. Em 2009teve trezentos e dez (310)

alunos, sendo cento e trinta e oito (138)no turno matutino e cento e cinquenta e um (151) no

vespertino. Destes vinte e nove (29) frequentaram a educação especial.

Os alunos em sua maioria são de famílias pobres, e trabalhadoras. No decorrer das

observações ficou perceptível que os mesmos gostam de estudar, pois conforme entrevista

com 15 alunos foi possível observar que estes estudam pelo fato de quererem proporcionar

um futuro diferente as suas famílias, possibilitando arranjar um trabalho para sustentar e

manter as mesmas.

A escola dispõe da seguinte estrutura:

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TABELA 2 Aspecto físico do Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Chagas de

Almeida

Dependências Quantidade

Salas de aulas 07

Biblioteca -

Sala dos professores 01

Diretoria 01

Secretaria 01

Banheiros 03

Almoxarifado 01

Banheiro 05

Cozinha 01

Laboratório de informática 01

Pátio 01

Fonte: Centro Municipal Francisco Chagas de Almeida

A escola possuía vinte e nove (29) professores. Assim sendo, (09) nove professoras

possui Curso Superior em Pedagogia, Normal Superior, Geografia e Ciências; (14) quatorze

professores estão cursando Nível Superior e somente (06) seis professores têm Ensino Médio.

A gestora é graduada em Letras, especializada em Literatura, Gestão da educação e Língua

Portuguesa e em Educação Inclusiva. A coordenadora pedagógica é graduada em Pedagogia e

especializada em Gestão.

Os sujeitos que formam o corpo docente, administrativo desta instituição apesar de

terem formações superiores nem todos tem compromisso com a qualidade de ensino do

Centro, pois há alguns professores que estão dentro do mesmo só pelo fato de receber um

salário, é lastimável, mas isto é uma realidade constante nas escolas publicas do nosso

município. Ficando perceptível a falta de professores responsáveis e compromissados no

processo de cuidar e educar as crianças pequenas.

No propósito de apresentar os dados coletados acerca da temática, será apresentado no

tópico abaixo as descrições dos mesmos consubstanciados à luz da teoria, a fim de

proporcionar uma boa leitura aos apreciadores.

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3.3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Ao vivenciar a realidade educacional, observou-se que são vários os motivos para a

não utilização do teatro como instrumento metodológico na Educação Infantil.

As informações coletadas serão expostas e por meio desta será possível verificar o

que está acontecendo no processo ensino – aprendizagem na Educação Infantil ressaltando a

não utilização do teatro como um instrumento metodológico desta etapa de ensino.

3.3.1 As metodologias de ensino aplicadas na Educação Infantil

Ao longo das observações ficou visível que todas as professoras utilizavam

metodologias diversificadas e dinâmicas, porém constatou-se que o teatro não era utilizado

como instrumento metodológico na formação do educando.

No decorrer da pesquisa, ficaram perceptíveis que as professoras utilizavam vários

recursos didáticos, como exemplo o livro de historias infantis, este uma das fontes de riqueza

para se trabalhar a realização do teatro como instrumento metodológico na formação do

educando.

As historias infantis, podem ser trabalhada através de dramatização, apresentação de

fantoches, teatro de vara, teatro de sombra, e dentre outros, com o propósito de auxiliar no

desenvolvimento dos variados aspectos das crianças. Desta maneira, a partir do momento que

as professoras trabalharem os variados tipos de teatro, os alunos ficarão mais interessados e se

envolverão com mais exatidão no processo ensino-aprendizagem. Conforme Abramovich

(1997):

[...] é importante a contagem de historias na formação de qualquer criança, pois ao

ouvir, é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, e ser um leitor é ter um

caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. (p.16)

Destarte, o teatro é um dos instrumentos importantes para que os discentes venham

desenvolver o processo da leitura e da escrita, pois o ato de aprender brincando contribui com

mais acessibilidade no processo de aprendizado de qualquer pessoa. Como salienta Vygotsky

(apud JAPIASSU,2007, p.06):

A ludicidade e aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As

regras e a imaginação favorecem â criança comportamento além dos habituais. Nos

jogos ou brincadeiras a criança age como se fosse maior do que a realidade, e isto,

inegavelmente, contribui de forma intensa e especial para seu desenvolvimento.

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Mediante ao exposto a professora “A” é bem dinâmica, espontânea e criativa, as

metodologias utilizadas dentro da sala de aula são, pinturas, colagem de restos de materiais

como EVA, papel crepom, e dentre outros, sendo usados pelos os alunos para a realização de

trabalhos. Para envolvê-los com mais intensidade no processo ensino-aprendizagem, esta

conta histórias e os contagia cantando músicas infantis.

O interessante nesta professora, era a maneira como dominava a sala ao contar

historias infantis, pois esta colocava os alunos em circulo, e ao começar a contar a mesma,

iniciava com suspense e de forma cômica, no discorrer mudava a voz conforme os

personagens, fazia encenações, levando, por conseguinte os alunos a ficarem atentos, quietos,

curiosos e ao mesmo tempo ansiosos para saberem o desfecho.

A contagem de historias infantis é uma ferramenta que proporciona o

desenvolvimento do imaginário da criança, e esta não deve ser feita de qualquer forma. Ao

contá-la o professor (a) não deve pegar qualquer volume da estante para destrinchá-la e sim

contar uma historia que conheça e que tenha segurança, pois senão estes podem possibilitar

que as crianças não entendam o conteúdo da historia, as relações entre os personagens, e

correm o risco de proferir mentiras, preconceitos que afetaram na formação das crianças

pequenas. Segundo Alga Mariña Elizagaray (apud ABRAMOVICH, 1997,p.20):

O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração.

Tem que conduzir a situação como se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o

tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o tema.

Embasado nisso pode-se dizer que a professora ao contar a historia proporcionava o

envolvimento, encantamento, lia pausadamente, criava os intervalos, respeitava o tempo para

o imaginário de cada criança construir seu cenário, visualizando seus monstros, criando seus

dragões, adentrando pela casa, vestindo a princesa, pensando na cara do padre, sentindo o

galope do cavalo, imaginando o tamanho do bandido e outras coisas mais. Estando a docente

conforme Abramovich (1997) apta para proporcionar através da historia infantil o processo

ensino-aprendizagem, em especifico ensinando as crianças a escutar, a pensar e a ver com os

olhos da imaginação (p.23).

Para corroborar o uso de metodologias diversificadas, a professora constantemente

realizava imitações com a finalidade de as crianças descobrirem o que estava sendo feito,

possibilitando, por conseguinte o uso da imaginação, que segundo Vygotsky (apud

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JAPIASSU,2007), ―[...] a imaginação – base de qualquer atividade criadora – se manifesta em

todos os aspectos da vida cultural abrindo oportunidades para a criação artística, cientifica e

técnica.‖ (p. 20)

A utilização de brincadeiras como: manuseio de vários objetos, jogo da estatua, jogo

da pata cega, e dentre outros, também era uma das metodologias da professora que tinha como

finalidade desenvolver o aspecto psicomotor, noção de equilíbrio e possibilitar a distinção de

variados objetos através do tato. As crianças em seus primeiros anos de vida devem

imprescindivelmente aprender brincando, pois segundo Jean Piaget (apud FERREIRA e

CALDAS, 2002) ―[...] são unânimes em considerar que os primeiros anos de vida de uma

criança são muito importantes para seu desenvolvimento físico, emocional, social e

mental‖(p. 11).

Ao fazer a análise documental no diário da professora, verificou-se que a mesma,

deixa desenhos no caderno e outras atividades como cobrir, por exemplo, para os alunos

realizarem em casa.

A professora comenta que um dos problemas enfrentados na sala, era que os pais das

crianças não ajudavam no exercício deixado para casa, sendo que às vezes os trabalhos de

alguns voltavam em branco.

Ao adentrar na sala da professora “B” observou-se, que a sala é bem decorada, e as

cadeiras e mesas são adaptadas para as crianças. Mesmo que a sala não esteja dentro dos

Parâmetros para Estrutura de Educação Infantil, o corpo docente com a gestão adapta os

materiais utilizados para as crianças com o fim de facilitar o processo ensino – aprendizagem.

Conforme a Revista Científica Eletrônica de Pedagogia (2007):

É importante frisar que, uma boa organização espacial e uma rotina significativa,

planejada e pensada de acordo com as necessidades das crianças favorecem, ainda, o

processo de socialização e autonomia. Quando o

ambiente é favorável, as relações entre adulto-criança e criança-criança tornam-se

mais frequentes, o que contribui para o processo de crescimento e desenvolvimento.

Mediante a esta realidade a professora antes de iniciar sua aula, verificava o plano,

após pedia para que os alunos fizessem um circulo, onde estes contariam o que fizeram no

final de semana, assim fizeram, foi muito interessante, pois, observa-se a interação entre

professor e aluno, este de suma importância no processo ensino-aprendizagem das crianças.

Logo em seguida foi feito um trabalho de colagem com restos de materiais como: EVA, papel

crepom e dentre outros com a finalidade de realizar o mesmo.

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No decorrer da aula, a professora contou a historia do Chapeuzinho Vermelho, as

crianças ficaram quietinhas para ouvi-la, lástima, é saber que a docente não aproveitou o

momento para utilizar o teatro como instrumento metodológico para aguçar ainda mais o

interesse da criança pelos estudos.

Não obstante, observou-se a professora “C‖. Esta utilizou músicas e contou historias

como de Alice no país das maravilhas, os alunos ficaram inquietos e curiosos, querendo saber

o final da história.

Mas o triste é observar que a professora deveria ter aproveitado esse momento para

envolver os alunos na criação de uma dramatização para verificar a capacidade de assimilação

e o uso da imaginação das mesmas no ato de dramatizar. Segundo o Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil (1998):

Ao brincar de faz-de-conta as crianças buscam imitar, imaginar, representar e

comunicar de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa

pode ser uma personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal que

um lugar ―faz-de-conta‖. (p.22)

É visível que o faz-de-conta proporciona o desenvolvimento do imaginário da

criança. A professora também utilizava trabalhos ou desenhos mimeografados sobre os

personagens da historia como a de Alice. Nestes desenhos as crianças faziam colagem com

restos de papel emborrachado, EVA, papel crepom, etc.

Observou-se que suas metodologias são bem diferenciadas, para comprovar, foi feito

a análise documental do seu diário escolar, contudo, verificou-se que os métodos aplicados

são pinturas, recortes, colagens, contagens de histórias infantis e outras atividades lúdicas.

Ao observar o caderno de um dos alunos, percebeu-se que a professora deixa vários

exercícios para casa, inclusive desenhos para pintarem. Não foi visto, historinhas escritas no

caderno e nem outra atividade que identificasse o uso do teatro em sala de aula.

A professora “D”, conforme o observado é uma pessoa alegre, carismática,

prestativa, dinâmica e diversificada. Pois ao entrar em sala de aula, esta utilizava várias

metodologias como: canto, desenhos mimeografados para despertar e manter o interesse da

criança pelos estudos.

A professora comentou que o uso de metodologias diversificadas, possibilita

desenvolver nas crianças os seus aspectos físico, cognitivo, afetivo e social. Conforme fala da

mesma ―se sabe que cada uma das crianças é diferente uma da outra, é por isso que devemos

trabalhar metodologias diferentes, mesmo que não se aborde todas”.

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Para confirmar o uso de metodologias diversificadas pela professora, foi necessário

realizar novamente a análise documental, constatando-se em seu diário escolar, o uso da

pintura, colagem, recorte, música, contagem de histórias infantis e outras atividades lúdicas

para facilitar no processo de aprendizagem dos seus alunos.

O quadro abaixo visa demonstrar que as professoras trabalham as mesmas

metodologias, possibilitando o trabalho diferenciado, a fim de proporcionar o processo

ensino-aprendizagem das crianças pequenas.

Professoras Metodologias aplicadas

Professora A Pinturas, colagem de restos de materiais

como EVA, papel crepom, cantos e contagem

de historias infantis.

Professora B Colagem de restos de materiais como EVA,

papel crepom, cantos contagem de historias

infantis, pinturas.

Professora C Contagem de historias infantis, pinturas,

colagem de restos de materiais como EVA,

papel crepom, cantos.

Professora D Cantos, contagem de historias infantil,

pinturas, colagem de restos de materiais

como EVA, papel crepom.

Tabela 3 Metodologias utilizadas pelas professoras da pesquisa

Logo, observa-se que as professoras utilizavam as mesmas metodologias, estas são,

pinturas, recortes, colagens, cantos, contagens de historias infantis e outras atividades lúdicas.

Diante do uso destas metodologias não foi perceptível verificar o uso do teatro como

instrumento metodológico, não ocorrendo devido à falta de compromisso, comodismo e

interesse em pesquisar mais a fundo a importância de se trabalhar o teatro no contexto escolar

e em especifico em sala de aula. Fica corroborado que estas professoras em seu período de

formação superior tiveram a disciplina de arte, e em especifico a importância de se trabalhar o

teatro em sala de aula. Então, fica confirmado que o teatro dá-se apenas quando a escola

promove algum evento como dias dos pais, mães, crianças, etc.

3.3.2 O teatro no contexto escolar: implicações e influências na educação infantil

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Ao longo das observações pode-se comprovar através das analises documentais,

consistindo no diário escolar e no caderno das crianças que as professoras não passavam

nenhuma atividade que corroborasse o uso do teatro como instrumento metodológico dentro

da sala de aula. Ficou visível que no caderno das crianças, as professoras deixavam vários

exercícios conforme as metodologias utilizadas, mas a escrita de qualquer historia infantil ou

solicitação dos pais como: materiais para a confecção de bonecos, roupas, voltadas para

apresentação ou dramatização de peças teatrais não eram pedido dos mesmos para

desenvolver a metodologia supracitada.

No decorrer da pesquisa, foi possível fazer entrevistas com a gestora (01),

coordenadora pedagógica (01), as professoras (04) e os alunos (15) com o propósito de

questioná-los sobre suas visões a cerca do teatro. Possibilitando a pesquisadora tabelar as

principais implicações e influências do uso do mesmo como instrumento metodológico no

nível de Educação Infantil.

Através da gestão ficou visível que esta acompanha o trabalho docente da escola, frisa

que é de fundamental importância haver a coesão dos demais segmentos para que ocorra a

educação de qualidade. Sendo esta uma implicação positiva no desenvolvimento do cuidar e

educar as crianças pequenas.

A gestora retrata que a utilização do teatro como instrumento metodológico em sala

de aula seria de fundamental importância, mas por falta de recursos os professores não dão

continuidade. Conforme frase da mesma, ―eu sinto muito, pois se as professoras fizessem um

esforço em usar o teatro como instrumento metodológico em sala de aula seria possível

contribuir com mais exatidão no desenvolvimento global das crianças, principalmente se as

professoras pedissem dos pais dos alunos materiais usados para a realização do teatro em

sala de aula. O que falta sinceramente é o interesse dos mesmos.

Como se pode verificar na fala da gestora, é possível fazer teatro sem recursos

financeiros, basta que as professoras sejam estratégicas, compromissadas e não acomodadas

para irem em busca de proporcionar um ensino de qualidade. É claro que estas precisam de

auxilio da escola enquanto recursos, mas sabemos que as escolas das redes publicas de ensino

não tem essa autonomia para disponibilizar de recursos financeiros na hora que quiserem.

Em cima do que foi proferido a coordenadora pedagógica confirma dizendo: “o uso

do teatro em sala de aula, proporcionaria alcançar os objetivos da educação infantil com

mais vigor, pois esta técnica, despertaria o interesse dos alunos pelos estudos, além de

aguçar a imaginação e o poder de fantasia, serviria principalmente para desenvolver os

variados aspectos das crianças. Sabemos que a falta de recursos é um problema, mas se as

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professoras tivessem compromisso e um pouco mais de criatividade, com certeza seria

possível colocar em prática o uso do teatro no contexto escolar e em especial na sala de aula.

Percebe-se que tanto a gestora quanto a coordenadora pedagógica sabem da

importância de se trabalhar o teatro no contexto escolar, pois salientam que esta é uma das

técnicas contribuintes para formar alunos críticos, desalienadores, autônomos e serem capazes

de discernir entre o certo e o errado. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: arte

(1997):

A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que

caracteriza um modo particular de dar sentido as experiências das pessoas: por meio

dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e imaginação. Aprender

arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles.

Envolve também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as

produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas.

Por conseguinte, a educação em arte despertaria o desejo dos alunos em elaborarem

suas próprias criações em torno do teatro, a fim de contribuir com mais êxito no processo

ensino-aprendizagem das crianças pequenas.

Com a finalidade de comprovar o que a gestora e a coordenadora pedagógica

proferiram se realizou entrevista com as professoras, foi possível verificar que estas, têm

conhecimento limitado sobre o teatro, mas isso ocorre devido o comodismo, a falta de

interesse e empenho de ir em busca de se fazer estudos mais minuciosos para proporcionar o

uso desta metodologia no contexto de sala de aula. Estas frisam que este resulta em apenas

representar e dramatizar. Sabe-se que mediante o exposto no referencial teórico, o teatro não

retrata apenas isso, é fundamental, mas pode ser utilizado como teatro de bonecos, teatro de

vara, teatro de sombra, e dentre outros.

Conforme entrevista com as professoras ―B,C, D‖, o teatro é legal de se trabalhar,

mas a falta de recursos impossibilita a sua efetivação. A professora ―A‖ diz o contrário, eu

não trabalho o teatro, mas através da historia infantil consigo de forma lúdica proporcionar

um ensino aprendizagem diferenciado, sei que devo buscar as formas como se trabalhar o

teatro, pois a historia infantil, não é teatro, mas uma coisa é fato, quando queremos

trabalhar alguma coisa diferente, devemos ir em busca e não apenas esperar pela gestão ou

que alguém faça o meu trabalho. Em cima destes pronunciamentos pode-se verificar que as

professoras devem ser mais estratégicas, autônomas, compromissadas, desacomodadas e

devem ir em busca de se trabalhar metodologias diferenciadas em sala de aula, consistindo em

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especial no uso do teatro. Não devem apenas esperar pela gestão e nem pela formação

continuada para se efetivar qualquer trabalho.

Por conseguinte, verifica-se que os docentes devem deixar de reclamar pela falta de

recursos e devem utilizar um pouco mais de suas criatividades para desenvolver o teatro em

sala de aula. Fica comprovado que as professoras não precisam de recursos para construir

materiais destinados ao teatro, pois se estes pedirem materiais usados como: meias velhas,

canudos, luvas de plástico, roupas velhas, papelão, e dentre outros, será possível criar artes

maravilhosas que irão possibilitar o uso do teatro na sala de aula. Para se realizar este trabalho

as professoras devem trocar experiências com os que sabem fazer, não devem apenas esperar

as informações chegarem através da formação continuada, se faz necessário, mas quando

queremos proporcionar um ensino diferenciado, devemos ultrapassar nossos limites.

Cada professora possui sua criatividade no momento da aplicação das metodologias de

recorte, colagem, pintura, contagens e canto de músicas infantis na realização dos seus

trabalhos. Fica corroborado que as professoras devem se unir, pois assim será possível

proporcionar uma educação de qualidade, basta os mesmos compartilharem experiências,

consistindo por sua vez, no deixar de lado o egoísmo, individualismo que algumas possuem.

Assim será possível proporcionara elaboração do teatro em sala, vindo, por conseguinte,

influenciar e despertar o corpo docente em se trabalhar o instrumento ora citado

Os alunos são pontos culminantes no desenvolvimento do teatro em sala de aula. Neste

propósito foram entrevistados quinze (15) crianças acerca de descobrir se uma das professoras

utilizava o teatro no processo ensino-aprendizagem.

Durante as observações em específico no momento do intervalo, observou-se em uma

única sala de aula, que cinco alunos sempre gostavam de brincar fazendo mímicas e gestos

para que os outros coleguinhas descobrissem, isto ocorrendo quando estavam em grupo. É

importante frisar que estes não sabiam o que era teatro, mas conforme explicação da

pesquisadora sobre o que estavam fazendo e proferindo que essa brincadeira fazia parte do

teatro, estas despertaram a curiosidade de aprender novas brincadeiras que envolvessem o

mesmo.

Ao perguntá-los se a professora usava o teatro na sala de aula os alunos responderam

que não. O interessante foi que um dos alunos, dize: a minha professora não brinca de teatro,

por que será. Neste intuito é viável que os professores aprendam o mais rápido possível a

maneira de como se deve trabalhar esta ferramenta no processo educacional, pois assim

possibilitará que as crianças aprendam brincando, sendo um dos instrumentos imprescindíveis

no processo ensino aprendizagem. Os outros dez alunos preferem brincar de se esconder,

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correr e até mesmo de pular, agindo dessa forma pelo fato que até então não sabiam a

brincadeira magnífica que consistia o teatro.

As crianças brincando em fazer mímicas e gestos, estão desenvolvendo a imaginação e

o poder de criação. Brincando continuamente desta forma estas exercitam sua imaginação e

são capazes de desenvolver habilidades que proporcionará a resolução de qualquer problema

que aparecerem no seu cotidiano. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997): ―um

aluno que exercita continuamente a imaginação estará mais habilitado a construir um texto, a

desenvolver estratégias pessoais para resolver um problema matemático‖. (p.19)

Logo, percebe-se que o teatro, pelo fato de não ser conhecido no contexto de sala de

aula, perdeu o seu valor. Então, verifica-se que o uso desta metodologia em sala de aula, seria

de fundamental importância para despertar e desenvolver os variados aspectos das crianças,

pois conforme os PCNs (1998), ―o teatro deve ser usado para proporcionar o exercício da

cidadania e o crescimento da competência dos alunos‖. (p.02)

É fato que aprender brincando é uma das atividades fundamentais para o

desenvolvimento da identidade e da autonomia das crianças pequenas. Nas brincadeiras as

crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a

imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de

socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis

sociais.

Como se observa vários são os fatores que contribuem na não utilização do teatro em

sala de aula, e conforme observações dentro das mesmas, foram perceptíveis analisar que a

escola não disponibiliza de espaço suficiente para a realização de dinâmicas e o uso de

metodologias mais avançada como, por exemplo, a dramatização de alguma historia infantil,

apresentação de fantoches, teatro de mascara, teatro de sombra, e dentre outros.

O espaço físico da sala de aula não obedece aos Parâmetros de Estrutura da Educação

Infantil, mas a organização do espaço na sala é um ambiente que merece maior atenção, onde

deve respeitar as diferentes necessidades das crianças e estar de acordo com a realização das

diversas atividades que lhes são propostas, levando em consideração as necessidades

educativas das crianças pequenas. Foi possível analisar que as salas são bem decoradas, mas

não disponibilizam de lugares que venham favorecer o desenvolvimento global das crianças.

Segundo Bassedas (2005, p.96) ―as salas de aula devem apresentar diversos lugares

como: Lugares de encontro, Lugares de ação individual ou em pequenos grupos, Lugares

amplos para moverem-se, Locais de ação em grupo, Lugares para dormir ou para descansar,

Lugares para se trocar ou se limpar, Lugares de ação individual‖. (p.08)

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Em cima desta realidade é possível analisar que pela falta de conhecimento os

professores acabam descartando o que Bassedas frisa, e utilizam apenas o espaço da sala, sem

elaborar qualquer lugar para proporcionar um ambiente educativo diferente e facilitador de

uma aprendizagem mais eficaz.

Dentro das salas possuem mesas e cadeiras adaptadas para o nível de educação

infantil, armários para guardar os materiais tanto do professor quanto dos alunos também

possuem mesas e cadeiras para os docentes.

Percebe-se que não há espaço, e muitas vezes as professoras deixam de executar

algum trabalho por falta do mesmo. O espaço que a escola possui, é o pátio em frente, na hora

do intervalo as crianças usam para brincar e os professores para estacionarem suas

motocicletas. Bassedas (2005, p.89) diz que ―esse lugar é muito importante na escola, no qual

se pode aumentar e favorecer as capacidades e determinados conteúdos‖. É um ambiente em

que meninos e meninas têm contato com a natureza e com os elementos do meio físico e

natural de cada dia. Na organização, na ambientação e na utilização desse espaço, são

oferecidos varias experiências tanto positivas quanto negativas. Todos sabem como as

crianças têm e demonstravam necessidades de contato com o ar livre e com os espaços

exteriores, mas ao mesmo tempo crianças pequenas podem se dispersar e se sentir perdidos

nos primeiros dias em que frequentam o pátio.

Este ambiente permite que as crianças possam relacionar-se com outras crianças e

educadores de outras turmas e até mesmo com crianças maiores, onde serão obrigadas a

defender-se. No pátio elas podem ter várias experiências, como: observar o céu, as nuvens e o

sol, brincar, jogar, experimentar e sentir o vento, a chuva, o frio, o calor.

Diante desta realidade fica visível que o pátio precisa ser organizado para assim

proporcionar um ambiente agradável e de aprendizagens, visando com que os professores e os

demais segmentos contribuam para que este processo aconteça de forma qualitativa.

Embasado nos variados entraves para a não utilização do teatro no contexto de sala

vistos no decorrer deste sub tópico, não podemos descartar a formação continuada sendo um

deles, pois esta se torna imprescindível para suprir e amenizar qualquer dificuldade enfrentada

ao longo do papel dos professores (as) dentro da escola.

A formação continuada é uma das ferramentas que podem contribuir no aprendizado

de qualquer professor (a), mediante suas necessidades. Como Christov (1998) (apud

LIBÂNEO 2008, p. 79): ―A Educação Continuada se faz necessária pela própria natureza do

saber e do fazer humano como prática que se transforma constantemente‖. Em cima do

aludido, pode-se dizer que com a realização desta, o corpo docente aprenderá de forma mais

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dinâmica o que necessita, possibilitando o enriquecimento de novas aprendizagens no fazer

pedagógico.

É evidente que se faz necessário que as professoras se reúnam e vão atrás da gestão

para organizar estudos sobre suas necessidades e que convidem como exemplo as professoras

do curso de Pedagogia do INC⁄BC⁄UFAM, para auxiliar no aprofundamento e enriquecimento

de novos conhecimentos que venham sanar as dificuldades de suas práticas pedagógicas.

Vale ressaltar que as professoras também, podem ir em busca de aderir informações

acerta da importância do teatro: na internet, livros, fazerem pesquisas mais apuradas dentro do

INC⁄BC, ou até mesmo ir a Tabatinga na UEA, ou na Universidade de Letícia para abranger

seus conhecimentos em torno do teatro ou até mesmo na utilização de metodologias

diversificadas que possam vir a contribuir na sua prática pedagógica.

Diante desta realidade percebeu-se que as professoras necessitam imediatamente de

cursos de capacitação, monitoramento e acompanhamento de profissionais com formação

mais elevada, a fim de ampliar e melhorar o uso de suas metodologias. É importante frisar que

as docentes precisam deixar de ser acomodadas e descompromissadas e devem ir à busca do

aprimoramento dos seus conhecimentos.

Diante do texto discorrido, foi possível verificar os principais entraves que

influenciam na não utilização do teatro na Educação Infantil dentro da sala de aula. Com o

propósito de elencá-los e manter mais organizado será exposto logo abaixo através de uma

tabela.

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IMPLICAÇÕES

POSITIVAS NEGATIVAS

Incentivo da gestão e coordenação

pedagógica para se trabalhar o teatro na sala

de aula;

Falta de recursos para produzir materiais

teatrais;

Os alunos gostam de estudar e brincar.

Fatores importantes no desenvolvimento do

teatro em sala de aula.

Falta de compromisso. Conhecimento

limitado. Comodismo impossibilita as

professoras de trabalharem o uso do teatro em

sala de aula.

Utilização de materiais reciclados para a

produção dos variados tipos teatrais.

Pouca criatividade das professoras no

desenvolvimento do teatro;

As professoras possuem formação para

utilizar variadas metodologias na Educação

Infantil.

Falta de espaço físico para desenvolver as

variadas atividades teatrais.

Falta de formação continuada,

monitoramento e acompanhamento de outros

profissionais no processo ensino-

aprendizagem do corpo docente.

Tabela 4 Implicações positivas e negativas que influenciam na não utilização do teatro

No decorrer deste capitulo foram expostos as principais contribuições e entraves que

influenciam a não utilização do teatro no nível da Educação Infantil. Ao realizar esta pesquisa

educacional, observou-se que o teatro é usado apenas nos eventos da escola, mas não no

contexto de sala de aula, alias há professores que utilizam livros de historias infantis, mas não

aproveitam este momento para usarem o teatro como um instrumento metodológico na

formação dos educandos.

Sabe-se que legalmente todas as instituições públicas que oferecem o nível da

Educação Infantil, devem desenvolver a criança no seu sentido global, envolvendo seus

aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, diante que os professores devem usar todas

as disciplinas e inclusive a arte para facilitar no processo de formação dos mesmos.

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A atual legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na formação

e desenvolvimento de crianças e jovens, incluindo – a como componente curricular

obrigatório da educação básica.

O teatro é abordado no PCN – Arte a partir de sua gênese em rituais de diferentes

culturas e tempos e o jogo é conceituado a partir das fases da evolução genética do ser

humano e entendido como instrumento de aprendizagem, promovendo o desenvolvimento da

criatividade, em direção à educação estética e práxis artísticas.

Nesse sentido, o jogo teatral é um jogo de construção em que a consciência do ―como

ser‖ é gradativamente trabalhada, em direção à articulação da linguagem artística do teatro.

No processo de construção dessa linguagem, a criança estabelece com seus pares uma relação

de trabalho, combinando a imaginação dramática com a prática e a consciência na observação

das regras do jogo teatral.

Um fator ressaltado no documento sobre a linguagem do teatro é a tematização de

textos poéticos que podem ser objeto de imitação critica por crianças e jovens. O texto poético

pode constituir-se em princípio unificador do processo pedagógico com o jogo teatral,

permitindo liberdade e diversidade de construções.

No entanto, percebe-se a importância do teatro como instrumento metodológico no

nível da Educação Infantil, mas vale ressaltar que a escola observada não utiliza este método

no processo ensino-aprendizagem por não terem conhecimentos necessários, por falta de

compromisso e comodismo por parte de algumas professoras.

Todavia é lastimável esta situação, pois a partir do momento que as professoras

trabalharem o teatro como instrumento metodológico, os alunos passarão a participar das

aulas e acima de tudo despertarão a sua imaginação e o ato de fantasiar, aguçando desta

maneira o instinto de representar, imitar e comunicar das crianças.

Portanto foi possível comprovar que o teatro pode sim ser utilizado como instrumento

na formação do educando, pois como embasa o quadro teórico, a sua utilização possibilitaria

o desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicomotor e social das crianças pequenas. No entanto

pode-se finalizar ressaltando que o professor da educação infantil pode ser um mediador nas

atividades teatrais com o fim de desenvolver as múltiplas capacidades que as crianças

possuem. Segundo o Referencial Curricular Nacional: Artes (1997):

A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as

crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de condições para que elas possam gradativamente desenvolver capacidades

ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade,

ao dialogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos

de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros. (p.43)

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CONCLUSÔES E RECOMENDAÇÔES

A efetivação do Trabalho de Conclusão do Curso visou expor os resultados acerca dos

eixos estruturantes que regem o supracitado, possibilitando confrontar a teoria com a prática e

consubstanciar à luz da teoria os respectivos, a fim de contribuir na formação de futuros

pedagogos e amenizar as cabíveis problemáticas encontradas ao longo das observações dentro

do campo de estágio.

O corpo do texto encontra-se interligado, pois pude verificar que sua organização e

seus embasamentos teóricos tiveram fundamental importância em mim proporcionar o

conhecimento parcial de alguns pontos obscuros que o ramo da educação possui, desvendando

o desconhecido, colaborando na minha formação como pedagoga e contribuindo no meu

amadurecimento pessoal e como futura profissional. O memorial como foi discorrido, visou

fazer uma retrospectiva da minha vida acadêmica e pessoal no propósito dos futuros leitores

ao apreciarem, terem a oportunidade de conhecerem a árdua, cansativa e exuberante história

de uma universitária que mesmo fazendo o translado de TBT-BC-TBT não mediu esforços

para ir à busca de sua vitória, proporcionando, por conseguinte, ser um exemplo para que

meus futuros colegas não desistam em meio das constantes dificuldades encontradas no

caminho.

Os estágios supervisionados foram efetivados com o propósito de cumprir o que estava

estabelecido no Projeto Político do Curso, visando concluir as observações, consistindo no

campo do estágio e os sujeitos inseridos, estando intrínsecas as regências ⁄intervenções que

foram realizadas com o propósito de amenizar a problemática encontrada no período dos

estudos dentro das instituições. Vale ressaltar que tivemos uma parcela de contribuição, mas

faz-se necessário que para haver a tão sonhada educação de qualidade se tome algumas

providências⁄ações para que haja mudanças na Gestão Educacional, Educação Infantil e Anos

Iniciais do Ensino Fundamental. Mediante ao aludido, considero que ocorra:

No campo da Gestão Educacional:

a) mais comprometimento por parte dos lideres pedagógicos na construção da gestão

participativa e democrática;

b) um maior envolvimento dos sujeitos (alunos, funcionários, pais e professores) na tomada

de decisões;

c) a elaboração de estratégias para o envolvimento da comunidade junto à escola.

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No campo da Educação Infantil:

a) a construção de escolas com espaços físicos adequados para possibilitar o desenvolvimento

integral das crianças pequenas, amparado nos Parâmetros Nacionais de Infra Estrutura para

instituições de Educação Infantil;

b) constantes formações continuadas a fim de suprir as principais necessidades e dificuldades

dos professores;

c) uma ampliação do relacionamento entre os segmentos que formam a escola, no propósito

de desenvolver a junção do educar e cuidar das crianças pequenas, com o intuito de facilitar

no processo ensino-aprendizagem.

No campo dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental:

a) maior comprometimento e mais ética por parte dos professores no momento de lecionar;

b) práticas pedagógicas diversificadas, principalmente no uso do teatro como ferramenta

contribuinte na formação das crianças;

c) a efetivação do acompanhamento pedagógico para que o trabalho dos docentes sejam

voltados ao atendimento das necessidades dos alunos, valorizando sua realidade.

Em virtude do que foi mencionado, é de suma importância que os governantes do

município de Benjamin Constant tomem as providências supracitadas, pois dessa maneira se

contribuirá na efetivação da educação de qualidade que tanto almejamos. Sabemos que não é

fácil, mas se o corpo docente juntamente com os segmentos que a formam se unirem e irem

em busca do que foi aludido, será possível com mais rapidez alcançar o objetivo exposto.

Com o estudo da temática abordada na monografia, foi possível conhecer a

importância da mesma no processo educacional. Ficou perceptível que o teatro não é usado

como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem das crianças pequenas, mas o fato de

professores usarem a historia infantil já é um grande passo para sua utilização, basta que os

professores não se acomodem e vão à busca de como se trabalhar e elaborar as formas teatrais

no contexto escolar e em especial na sala de aula.

Com o propósito de contribuir no desenvolvimento dos variados aspectos das crianças

pequenas e com o intuito de facilitar no processo ensino-aprendizagem, sugiro que:

O teatro seja implantado como instrumento metodológico no contexto de sala de aula;

A gestão juntamente com a coordenação pedagógica da escola, oportunize formação

continuada, estando intrínsecas a importância e a maneira de como se trabalhar e

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confeccionar materiais em torno dos tipos teatrais a ser desenvolvido no contexto

escolar e em especifico em sala de aula;

Os professores deixem de ser acomodados, descompromissados no ato de educar e

cuidar as crianças pequenas.

Mediante as sugestões supracitadas, vale ressaltar que a utilização do teatro como

instrumento metodológico contribuirá de forma sistemática na consolidação do conhecimento

das crianças, possibilitando as mesmas conhecerem de forma dinâmica e lúdica novos

horizontes e conhecimentos que os farão se emancipar enquanto sujeitos em formação.

A produção deste trabalho não foi fácil, e muitas coisas ficaram a desejar, mas

sabemos que nem tudo é perfeito, principalmente no que concerne o conhecimento, este por

sua vez, nunca está pronto e acabado. Muitas foram às dificuldades e os obstáculos para se

efetivar o curso e concluir este trabalho. Mesmo com as pedras encontradas no meu caminho,

fica a certeza de três coisas: sempre devemos ter Deus em primeiro lugar; a certeza que

sempre passaremos por dificuldades e nunca devemos desistir de nossos sonhos, mesmo que

pareçam impossíveis de realizá-lo.

Portanto, a efetivação deste trabalho é de grande valia na minha formação profissional

e emancipação humana, muitas foram às aprendizagens, mas hoje tenho certeza que o futuro

da nossa educação depende de nós mesmos, e principalmente se eu quero fazer a diferença

devo começar por mim e pela minha sala de aula

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APÊNDICES

Entrevista voltada ao professor do nível da Educação Infantil

1-Você gosta de trabalhar com a Educação Infantil?

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2- É difícil trabalhar com criança?

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3- Quais as vantagens de trabalhar com a Educação Infantil?

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4- Para você, é importante desenvolver todos os aspectos na criança? Por quê?

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5- Precisa-se diversificar a metodologia de ensino com as crianças?

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6- Quais as metodologias aplicadas no nível da Educação Infantil?

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___________________________________________________________________________

7- O teatro é utilizado como instrumento metodológico no processo ensino – aprendizagem

em sala de aula?

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8-Quais as dificuldades para se trabalhar com o teatro na Educação Infantil?

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9- Em sua opinião, como o teatro poderia ser desenvolvido em sala de aula?

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10- Em sua concepção, qual a importância de se trabalhar o teatro em sala de aula?

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11- Como você define teatro?

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___________________________________________________________________________

12- Se você já trabalhou com o teatro, qual foi o resultado?

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13- Em sua opinião, o teatro é capaz de desenvolver o aspecto físico, cognitivo e afetivo da

criança. Por quê?

( ) Sim ( ) Não

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___________________________________________________________________________

14- A escola lhe possibilita recursos para desenvolver o teatro em sala de aula.

( ) Sim ( ) Não

15- No decorrer de sua carreira como educador, quais as contribuições que o teatro traz no

contexto escolar e exclusivamente em sala de aula.

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