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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Biologia Curso de Pós-Graduaça o em Medicina Veterinária Parasitologia Veterinária CARACTERÍSTICAS HUMORAIS DA HEMOLINFA DO CARRAPATO Boophilus microplus (Canestrini, 1887), PROVENIENTES DE BOVINOS INFESTADOS NATURALMENTE LEUCIO CAMARA ALVES 1991

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Instituto de Biologia

Curso de Pós-Graduaça o em Medicina Veterinária

Parasitologia Veterinária

CARACTERÍSTICAS HUMORAIS DA HEMOLINFA DO CARRAPATO

Boophilus microplus (Canestrini, 1887), PROVENIENTES

DE BOVINOS INFESTADOS NATURALMENTE

LEUCIO CAMARA ALVES

1991

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

- PARASITOLOGIA VETERINÁRIA

CARACTERÍSTICAS HUMORAIS DA HEMOLINFA DO CARRAPATO

Boophilus microplus (CANESTRINI, 1887), PROVENIENTES

DE BOVINOS INFESTADOS NATURALMENTE

Leucio Camara Alves

SOB A ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR DR. Carlos Luiz Massard

Tese submetida como requisito

parcial para obtenção do grau

Philosophiae Doctor em Medicina

Veterinária - Parasitologia Ve-

terinária.

Itaguaí, Rio de Janeiro

1991

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CARACTERÍSTICAS HUMORAIS DA HEMOLINFA DO CARRAPATO

Boophilus microplus (Canestrini, 1887), PROVENIENTES

DE BOVINOS INFESTADOS NATURALMENTE

AUTOR

Leucio Camara Alves

Aprovada em: 07/08/1991

CARLOS LUIZ MASSARD

NICOLAU MAUÉS DA SERRA FREIRE

JOÃO LUIZ HORÁCIO FACCINI

GILBERTO GARCIA BOTELHO

ADIVALDO HENRIQUE DA FONSECA

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iv

A ANA e RENATO pelo que vocês

significam e são para mim.

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Aos meus pais LUIS e LUCIA

por todas as lições da vida.

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vi

A minha sogra ,

IN MEMORIAN

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vii

A G R A D E C I M E N T O S

Ao Professor CARLOS LUIZ MASSARD, pela orientação, apoio,

amizade e acima de tudo a confiança em mim depositada, meu

sincero agradecimento.

Ao Professor CARLOS WILSON GOMES LOPES, pelo apoio e in-

centivo constante.

Ao Professor GILBERTO GARCIA BOTELHO, pela cordialidade e

confiança que nos recebeu.

A minha esposa ANA, pelo companheirismo e colaboração em

todas as fases deste trabalho e ao meu filho RENATO, pela pa-

ciência de esperar-me para brincar, divido o mérito deste tra-

balho.

Ao Sr. ALEXADROS MOISAKIS, Sra. LUCIA ALVES MOISAKIS E

LUCIANA ALVES MOISAKIS, pelo estímulo, incentivo, apoio e

expressão de amizade, sem a qual seria muito difícil chegar a

conclusão deste trabalho, a minha admiração e gratidão.

Ao Sr. EVANDRO DE AZEVEDO E SILVA, CLAUDIO ROBERTO LEAL E

SILVA e GUSTAVO JOSE LEAL E SILVA, pelo apoio, que apesar da

distância ser grande sempre nos pareceu não existir.

Ao colega GUIDO FONTGALLAND COELHO LINHARES, pela inesti-

mável colaboração prestada na execução deste trabalho.

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viii

Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em Medicina Veteri-

nária -Parasitologia Veterinária e de Patologia Veterinária em

especial a SILVIA AHID, LUIS CARLOS LIZEU, KATIA FAMADAS,

MARGARETH QUEIROZ, RONALD FREIRE, MARY JANE MATTOS, JOSE AUGUSTO

DA SILVA, JOSE DIOMEDES BARBOSA, MARIA VERONICA BATISTA e MARCOS

GOMES pela expressão de amizade e união.

A todos os professores do Curso de pós-Graduação em Medicina

Veterinária - Parasitologia Veterinária em especial a

Profª. DAYSY WILWERTH DA CUNHA, PROFº. NICOLAU MAUES DA SERRA

FREIRE, Profº. ULISSES EUGÊNIO CAVALCANTI CONFALONIERI, Profº. HUGO

DE SOUZA LOPES (IN MEMORIAN) e Profº. JOÃO LUIZ HORACIO FACCINI,

com quem compartilhamos o ensino aprendizado.

Ao Profº. OMAR MIGUEL, pela orientação estatística, e ao

Profº.GABRIEL RIVAS, pela colaboração na análise dos resultados.

Ao Profº. PEDRO MANUEL LEAL GERMANO, pela cordialidade e

orientação informática.

Ao Profº. MAURO RODRIGUES DE OLIVEIRA, pelo apoio e expressão

de amizade.

Aos colegas do Laboratório da Parasitologia e Imunologia do

Hospital Evandro chagas da Fundação Oswaldo Cruz, em especial a

TÂNIA SCHUBACH, KATIA ASSIS, MARILÉIA ARAUJO, MARCOS ANTONIO DE

MELO, JANETE CUBA, SUELY CARVALHO, e INGBURG GEORG, pela ajuda

na confecção deste trabalho.

A Profª. ROSANGELA ZACARIAS MACHADO e ao Profº. JOAQUIN

PATARROYO-SALCEDO, pela cordialidade de cessão da cepa de Babesia

bigemina utilizada neste trabalho.

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ix

Ao Departamento de Medicina Veterinária da Universidade

Federal Rural de Pernambuco, em particular ao Laboratório de

Doenças Parasitárias, na pessoa de Dra. IVONE HOLANDA DE OLIVEIRA

PEREIRA, Dra. LUCIA VIRGINIA BARBOSA RAMOS e Dr. JOSE GOMES

FILHO, pelo apoio constante durante nosso afastamento.

A grande amiga TOMOE NODA SAUKAS, pela amizade, incentivo e

apoio, o nosso respeito.

Ao amigo ANDRE CARVALHO, pela constante presteza e

colaboração.

A IRENE SILVA, pela dedicação e lealdade, nosso muito

obrigado.

Aos Professores que fazem parte do corpo docente da Clínica

Cirúrgica do Instituto de Veterinária da Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro, em particular ao Profº. RAFAEL BARBOSA

e ao Profº. LUIS FIGUEIRA PINTO, pelas intervenções cirúrgicas

necessários neste trabalho.

Aos funcionários da Estação para Pesquisas Parasitológicas

W.O. NEITZ em especial a ARCANJO GONÇALVES DA SILVA, SEVERINO

GONÇALVES DA SILVA, OSWALDO DA SILVA, WILSON ALMEIDA, VALERINO

ZEQUINI e WANDERLEY DE LIMA, pela colaboração em todas as horas.

Ao Programa Institucional de Capacitação de Docentes, pela

cessão da bolsa.

A todos aqueles, que direta ou indiretamente contribuíram

para realização deste trabalho.

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X

BIOGRAFIA

LEUCIO CAMARA ALVES, filho de Luis Guimarães Alves e Lúcia

Câmara Alves, nasceu a 08 de setembro de 1960, na cidade do

Recife, Estado de Pernambuco.

Realizou o curse primário e ginásio no Colégio Marista,

Recife, Pernambuco.

O curso Colegial foi realizado no União Colégio e Curso,

naquela mesma cidade.

Em 1979, segundo semestre, ingressou no Curso de Medicina

Veterinária na Universidade Federal Rural de Pernambuco, tendo

obtido o título de Médico Veterinário em julho de 1983.

Durante a vida acadêmica, foi selecionado para monitoria de

Zoologia Geral e exerceu aquele mesmo cargo nas disciplinas de

Parasitologia I e Parasitologia II.

Em dezembro de 1983, foi aprovado no Concurso para Professor

Axiliar na disciplina de Doenças Parasitárias dos Animais

Domésticos no Departamento de Medicina Veterinária da

Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Em março de 1985, ingressou no Curso de Pós-Graduação de

Epidemiologia Experimental e Aplicado às Zoonosas, a nível de

Mestrado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da

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xi

Universidade de São Paulo, obtendo o grau de Mestre em março de

1987.

Em julho de 1988, foi selecionado para fazer parte do VII

Curso de Sorologia em Doenças Parasitárias, realizado no

Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo.

Em março de 1989, ingressou no Curso de Pós-Graduação a

nível de Doutorado em Medicina Veterinária-Parasitologia

Veterinária no Instituto de Biologia da Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro.

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xii

S U M Á R I O

INTRODUÇÃO

REVISÃO DA LITERATURA

Potencial Hidrogeniônico

Cor da hemolinfa

Perfil Protéico

Presença de Imunoglobulina

MATERIAL E MÉTODOS

Colheita do material

Testes Imunológicos

Eletroforese

Imunoeletroforese

Soro Imune utilizado

Teste de Imunofluorescência Indireta (IFI)

Conjugado utilizado

Soros Controle Positivo e Negativo

Realização dos testes de IFI

Análise estatística

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Colheita do material

Pág.

01

03

03

04

04

07

10

10

13

13

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15

15

17

17

19

19

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20

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Carrapatos

Hemolinfa

Testes Imunológicos

Eletroforese

Imunoeletroforese

IFI

CONCLUSÕES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APÊNDICE

xiii

20

21

25

25

28

31

36

38

44

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xiv

ÍNDICE DE FIGURAS

Pág.

Figura 1 -

Figura 2 -

Figura 3 -

Figura 4a -

Figura 4b -

Figura 5 -

Babesia bigemina em estiraço padrão

para o teste de IFI. Giemsa, 1000 x

Eletroforese em Papel (acetato celulose)

Coloração pelo Ponceau - S

Número médio de frações proteicas em

hemolinfa de B. microplus. Itaguaí, RJ, 1991

Hemolinfa de B. microplus positiva ao

teste de Imunoeletroforese. Coloração

pelo Preto de Amido

Reação Padrão do teste de Imunoeletroforese

soro bovino e seu respectivo antisoro produ-

zido em caprino. Coloração pelo Preto de

Amido

Hemolinfa de B. microplus em reação

positiva ao teste de IFI. 500 x

32

84

18

26

29

82

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XV

Tabela I -

Tabela II -

Tabela III -

Tabela IV -

Tabela V -

ÍNDICE DE TABELAS

Freqüências absoluta e relativa para o poten-

cial hidrogeniônico em hemolinfa de teleó-

ginas de B. microplus provenientes de bovinos

infestados naturalmente. Itaguaí, RJ, 1991

Tabela de Contingência para cor e pH em hemo-

linfa de B. microplus provenientes do municí-

pio de Itaguaí. RJ, 1991

Distribuição, freqüência absoluta e relativa

das frações protéicas em hemolinfa de B.

microplus, obtidas pelo método de Eletrofore-

se em acetato celulose. ltaguaí, RJ, 1991

Tabela de Contingência para número de frações

protéicas e pH da hemolinfa de B. microplus.

Itaguaí, RJ, 1991

Hemolinfa de B. microplus, segundo as freqüên-

cias absoluta e relativa de reagentes ao tes-

te de IFI para B. bigemina. Itaguaí, RJ, 1991

22

24

27

30

35

Pág.

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RESUMO

Amostras de hemolinfa provenientes de 291 teleóginas de

Boophilus microplus, foram analisadas para determinação da cor,

potencial hidrogeniônico (pH), perfil protéico e presença de

componentes séricos.

A mensuração do pH foi realizada por meio de fitas

indicadoras para determinação de pH e o resultado obtido variou

de 6.4 a 7.2, sendo que 95,19% das amostras mostraram um pH

variando entre 6,7 e 7,0. A hemolinfa mostrou ser um líquido

claro e incolor; contudo em rodas as amostras cujo o pH foi de

7,2 a cor observada foi rósea.

O fracionamento protéico foi efetuado por meio da

eletroforese em acetato celulose, revelando existir 6 a 15

frações proteicas, sendo que 79% das amostras analisadas

continham 11 a 13 frações. O método de Imunoeletroforese foi

utilizado para detectar a presença de componentes séricos,

usando-se para tanto antisoro bovino produzido em caprino. Para

testar a atividade das imunoglobulinas de origem bovina na

hemolinfa, foi realizado o teste de Imunofluorescência Indireta

(IFI), utilizando como antígeno Babesia bigemina.

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xvii

SUMMARY

Analyses of pH, colour, proteins patterns and presente of

host's serum components in haemolymph of 291 engorged females of

the cattle tick Boophilus microplus were performed.

The haemolymph was a colourless clear fluid, excepted at pH

7.2. At this level it was pinkish. The pH of haemolymph was

meansured by strips indicator and ranged from ph 6.4 to 7.2,

with 95,19% of samples ranging from 6.7 to 7.0.

Six to fifteen proteins bands were found by acetate celulose

electrophoresis, being 79% of all samples had 11 to 13 bands.

immunoelectrophoretic analysis was performed to detect host's

serum components using Goat Anti-serum against Bovine serum. To

test immunoglobulin activity in the haemolymph, functional

antibodies to Babesia bigemina was determined by Indirect

Fluorescent Antibody (IFA).

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I. INTRODUÇÃO

Os carrapatos da família Ixodidae Murray, 1877, na qual

incluem-se o gênero Boophilus (Curtice, 1891), são ectopara-

sitos obrigatórios dos animais, especialmente os bovinos, vivendo

as custas dos hospedeiros para seu completo desenvolvimento

durante a vida parasitária. Nestas condições, a sua fisiologia é

dependente do hospedeiro vertebrado, sobretudo da ingestão de

alimentos para o crescimento e posterior maturação dos ovos

durante sua vida reprodutiva.

Todos os nutrientes ingeridos no repasto sanguíneo, são

absorvidos através da parede intestinal e passam diretamente para

a hemolinfa, de onde serão distribuídos para todo o corpo do

carrapato.

A composição deste fluído que banha todos os órgãos é

variada, porém assim como o sangue nos animais superiores, a

hemolinfa é dividida em duas porções: celular, que contém os

hemócitos, e porção fluída ou plasma. Aliado a estas porções,

podemos encontrar ainda muitos elementos não hemocíticos como

fragmentos de músculos, glóbulos de gorduras, cristais livres,

protozoários, bactérias, nematóides e células tumorais entre

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outros (Romoser, 1973). A hemolinfa é responsável pelo transporte

de substâncias químicas solúveis, como hormônios e neurohormônios,

assim como mediadores químicos do metabolismo, por todo o corpo

do carrapato.

Apesar da existência de literatura internacional sobre o

potencial hidrogeniônico, pressão osmótica, concentração

protéica, e presença de globulinas naquele fluído, nada existe

relatado no nosso país, sobre o estudo da hemolinfa deste

carrapato tão importante dentro da nossa pecuária.

O objetivo do presente trabalho foi estudar o potencial

hidrogeniônico, cor, perfil protéico e presença de

imunoglobulinas de origem bovina em hemolinfa de Boophilus

microplus (Canestrini, 1887). Com relação a este último ítem será

verificada a especificidade daquela classe de globulina.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 POTENCIAL HIDROGÊNIONICO

A determinação do potencial hidrogeniônico (pH), em

hemolinfa de diferentes classes de artrópodes tem sido descrita

na literatura. Na classe insecta, apesar de alguns fatores como

idade, sexo, ordem e espécie de inseto, contribuírem para

alterar o pH da hemolinfa (Ross, 1965; Chapman, 1980), o mesmo pode

ser ligeiramente ácido (Ross, 1965; Wigglesworth, 1974; Richards &

Davies, 1977) ou ligeiramente alcalino assumindo valores entre 5,9

a 7,2 (Chauvin, 1949), 6,0 a 7,0 (Romoser, 1973); 6,0 a 7,5

(Borror et al, 1976) e 6,0 a 7,7 (Chapman, 1980). Segundo Borror et

al (1976), a hemolinfa dos insetos possui um sistema tampão que

serve para manter um pH constante e relativo.

Em se tratando da classe Arachnida, poucos são os relatos no

qual mencionam o pH deste fluído. No que concerne a determinação

de pH da hemolinfa de carrapatos, a literatura é muito escassa.

Kaufman et al (1982), quantificaram o pH da hemolinfa do

carrapato Ornithodoros moubata (Murray, 1877), em torno de 6,82 ±

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4

0,05 através da inoculação de inulina marcada diretamente na

cavidade celomática carrapato. A obtenção da hemolinfa foi feita

por meio da secção de uma ou mais patas e para mensuração de pH

foi utilizado o radiômetro capilar.

2.2 COR DA HEMOLINFA

A hemolinfa dos artrópodes geralmente é um líquido claro,

incolor e que banha todos os órgãos. Entre os insetos, este

fluído além de ser transparente, pode assumir colorações

suavemente amarelada ou esverdeada (Wigglesworth, 1974) e esta

mudança de cor pode estar associada a presença de pigmentos

(Romoser, 1973; Lara, 1979; Chapman, 1980).

Borror et al (1976), descreveram que via de regra o plasma

dos insetos é transparente e incolor, porém face a ocorrência de

pigmentos, pode ter tonalidades como amarelo, castanho, verde,

laranja e ainda vermelho.

Baker & Wharton (1952), assinalaram que muitos sistemas

circulatórios de Acarina, consistem somente de hemolinfa que é um

líquido incolor e que banha todos os órgãos. Entretanto a

coloração da hemolinfa de carrapatos pode ser suavemente túrbida

(Douglas apud Tyler, 1988, e Arthur, 1962) ou ainda possuir segundo

Obenchain & Oliver (1976), uma coloração esverdeada em certas

espécies de Amblyomma Koch, 1844.

2.3 PERFIL PROTÉICO

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As proteínas da hemolinfa dos insetos ocorrem em

concentrações similares aquelas do sangue dos vertebrados e em

concentrações maiores do que aquelas encontradas em fluídos

internos de outros invertebrados (Florkin & Jeuniaux, 1974).

Diferentes frações protéicas tem sido demonstradas por meio de

métodos imunológicos entre os quais podemos citar, eletroforese

em acetato celulose, eletroforese em gel de agar ou agarose e

eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE).

A técnica de eletroforese em papel é a mais simples de todas

as ourtas e vários são os suportes utilizados, sendo a sua

interpretação feita através da densitometria. Ross (1968),

utilizando como suporte fitas de acetato celulose, demonstrou

existir diferenças entre as proteínas do ovo nas espécies A e B

de Anopheles gambiae (Giles, 1902).

Engelmann & Penney (1966), utilizando o suporte idêntico

para estudar as proteínas da hemolinfa durante a maturação dos

ovos em espécies da ordem Dictyoptera, observaram nove frações

protéicas naquele plasma, sendo que apenas duas delas estavam

presentes em todas as fases do ciclo sexual.

Devido ao processo de eletroendosmose presente no gel de

agar ou agarose, o fracionamento protéico por este método torna-

se mais lento e em consequência aumenta o número de frações

reveladas. Sande & Karcher (1960), demonstraram haver uma

estreita analogia entre as proteínas da hemolinfa de Triatoma

infestans (Klug, 1834), T. vitticeps (Stal, 1859), T. brasiliensis

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6

(Neiva, 1911), Panstrongylus megistus (Burmeister, 1835),

Eutriatoma sordida (Stál, 1859), Rhodnius prolixus (Stál, 1859),

e R. palescens (Barber, 1932), quando utilizaram o método de

microeletroforese em gel de agar. Segundo Almeida (1982), o

perfil eletroforético em Triatoma spp, evidenciado em gel de

agar, varia de acordo com seu hábito alimentar.

A determinação do número de frações proteícas em hemolinfa

de diferentes espécies da família Ixodidae e Argasidae (Classe

Arachnida), utilizando o gel de agar como suporte, foi

demonstrado por Sande & Karcher (1960), os quais demonstraram 11

frações proteícas em hemolinfa de Hyalomma excavatum (Koch,

1844), e de H. impeltatum (Schulze & Scholottke, 1930), três

frações em hemolinfa de Argas reflexus (Fabricius, 1794), O.

moubata e O savignyi (Audouin, 1827) e cinco frações em A.

persicus (Oken, 1818), sendo que em neste último, uma das

proteínas mostrou-se com a mesma taxa de migração da albumina

humana.

Krasnobaeva et al (1973), demonstraram por meio da técnica

de eletroforese em gel de agarose, diferenças no perfil protéico

em adultos e 3º estádio ninfal de O. lahorensis Newmann, 1908.

O alto poder de resolução da eletroforese em gel de

poliacrilamida, e a possibilidade de se trabalhar somente com o

peso molecular das proteínas, sem a interferência da força

iônica tem atraido a atenção de vários pesquisadores.

Vários são os fatores que interferem na determinação do

número da frações proteícas em hemolinfa de artrópodes, em PAGE.

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Segundo Bodnaryk & Morrison (1966), a quantidade de proteínas

reveladas em hemolinfa de Musca domestica (Linnaeus, 1758) foi

dependentes do fator alimentar.

Dolpy & Hamdy (1971), constataram que as frações proteícas

obtidas em hemolinfa de carrapatos das espécies A. persicus, A.

(Persicargas) arboreus Kaiser. Hoogstraal, Kohls, 1964, diminuíram

após o ingurgitamento e nas espécies H. excavatum e H. dromedarii

Koch, aumentaram após o mesmo período. Contudo o número real de

frações protéicas varia em dependência da espécie, sendo 15 para

a espécies B. microplus (Tatchell, 1971) e 16 para H. dromedarii

segundo Stepanchenock-Rudnik et al, (1976). Em se tratando de

Rhipicephalus sanguineus Laitrelle, 1806, a concentração da

proteína total solúvel aumentou durante a fase de crescimento,

diminuíndo durante a fase de ingurgitamento, sendo que o número

de proteínas observados na hemolinfa variou de 16 antes do

início da alimentação para 24 no início da vitelogênese

(Araman, 1980).

A detecção de proteínas específicas para espécies da

subordem Heteroptera, foi determinada por Yadav & Kumar, (1988)

por meio da técnica de PAGE com o uso concomitante do Duodecil

Sulfato de Sódio (SDS).

2.4 PRESENÇA DE IMUNOGLOBULINAS

A passagem de proteínas através da parede do intestino de

artrópodes (Classe Insecta), foi pela primeira vez demonstrada

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por Wigglesworth (1943), quando detectou hemoglobina na hemocele

de R. prolixus. Entretanto, outros componentes plasmáticos, como

as imunoglobulinas, somente foram descritos mais tarde.

Schlein et al (1976), detectaram imunoglobulina tipo G

(IgG) de origem leporina, a qual retinha sua atividade

anticórpica, em hemolinfa, cérebro e músculos de Sarcophaga

falculata (Pandels, 1896), alimentadas em coelhos que foram

previamente imunizados contra aquele fluído ou tecidos daquele

díptero.

Ackerman et al (1981), observaram a passagem de componentes

séricos, como albumina, transferrina e IgG através do epitélio

intestinal de Dermacentor variabilis (Say) e detectaram as

mesmas proteínas na hemolinfa deste carrapato. Para demonstrar

que a classe de imunoglobulina permanecia com sua reatividade,

foram feitos testes imunológicos como imunodifusão e

imunofluorescência direta. IgG específica para Theileria sergenti

(Wenyon, 1926) foi detectada em hemolinfa de O. moubata e

Haemaphysalis longicornis (Packard) que foram alimentados em

bovinos que tinham sido infectados com aquele protozoário (Kozo

Fujisaki et al, 1984).

Ben-Yakir et al (1987), quantificaran a IgG de origem

leporina, ovina e bovina em hemolinfa de Amblyomma americanum

(Linnaeus, 1758), através de método imunoenzimático (ELISA). A

concentração desta globulina foi 1,000 a 3,000 vezes mais baixo

que no soro dos animais e em hemolinfa de D. variabilis a

concentração da IgG foi consistentemente maior do que no mesmo

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9

fluído de A. americanum.

Com relação a classe e subclasses de globulinas, Tracey-

Patte et al (1987), demonstraram em hemolinfa de B. microplus,

provenientes de infestações de bovinos vacinados com antígenos

desta mesma espécie de carrapato, albumina, IgG1, IgG2, e

imunoglobulina tipo M (IgM) em altas concentrações, através da

técnica de radioimunoensaio. A atividade anticórpica das classes

de imunoglobulinas na hemolinfa foi avaliada por meio da técnica

de imunofluorescência indireta (IFI), sendo constatado que sua

habilidade para ligar-se a Babesia bovis (Babes, 1888) era

mantida.

Ben-Yakir (1989), trabalhando com H. excavatum,

O. tholozani (Laboulbene & Megnin), O. moubata, A. persicus, e R.

sanguineus, demonstraram que a IgG detectada em hemolinfa de

carrapatos nem sempre escava íntegra. Para tanto utilizou-se de

testes radioativos e também de anti-IgG específico e Proteína A,

a qual é específica para porção cristalizadora (Fc) daquela

classe de imunoglobulina. Desta forma observou que em hemolinfa

de H. excavatum e R. sanguineus 30 e 44% da IgG detectada

respectivamente, estavam intactas, entretanto em O. moubata,

rodas as moléculas de IgG permaneciam sem alteração.

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10

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 COLHEITA DO MATERIAL

Foram utilizados carrapatos da espécie Boophilus microplus

provenientes da Fazenda do Instituto de Zootecnia da Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), localizada no município

de Itaguaí, Rio de Janeiro (RJ), após seu desprendimento natural

dos bovinos. Para tanto, antes dos animais que serviram como

doadores entrarem na área, a qual seria o local de recolhimento

dos carrapatos em questão, esta era limpa para que não houvesse a

possibilidade de se encontrar carrapatos já existentes no solo

oriundos de outros bovinos que por ali passaram no mesmo dia ou

em dias anteriores. O recolhimento foi feito em duas ocasiões com

intervalo inferior a 30 dias, estando na dependência da chegada

dos animais do campo.

Os animais doadores dos ixodídeos, perfizeram um total de 31

bovinos de ambos os sexos e das raças Mestiças de Holandesa Preta

e Branca (MHPB), e Pardo Suíça, identificadas assim pelos seus

caractéres fenotípicos apresentados. Todos os animais que foram

utilizados neste experimento estavam sob regime de criação

extensiva e não haviam recebido banhos com produtos

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11

carrapaticidas por um período mínimo de 30 dias.

Após a chegada dos animais ao final da tarde, estes foram

examinados com relação a carga parasitária e deixados em um

curral limpo, até o dia seguinte, ocasião na qual era recolhido

os ixodídeos.

A captura dos carrapatos foi feita no período de 5:00 às

9:00 horas, por meio do recolhimento de todos os exemplares que

se encontravam no chão, os quais eram transportados em sacos

plásticos1, até o Laboratório de Protozoologia da Estação para

Pesquisas Parasitológicas Wilhelm Otto Neitz da UFRRJ.

Imediatamente após chegar no laboratório, os carrapatos

foram colocados em tamis de aço inoxidável de 7 cm de diâmetro e

lavados em água corrente com a finalidade de retirar detritos e

sujidades, por um período de 30 minutos. Decorrido este tempo, os

ixodídeos eram colocados em placas de petri com diâmetro de 14 cm

contendo papel de filtro2 de 18,5 cm de diâmetro, até a secagem

total dos carrapatos.

Todas as formas de larvas, ninfas e os exemplares machos

foram descartados. As teleóginas assim, eram selecionadas de

acordo com sua mobilidade e peso, sendo este verificado em

balança analítica3. Em seguida foram colocadas em frascos do

tipo penicilina respectivamente enumerados e deixados a

centímetros (cm).

1Embalagem plástica para alimentos Zippy com 22 x 18

2Papel de Fitro qualitativo, marca Reagen. 3Balança Analítica, marca Sartorius.

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temperatura ambiente por 24 horas (Ben-Yakir et al, 1987),

ocasião na qual seria retirada a hemolinfa.

12

O número de indivíduos que constituiu a nossa amostragem foi

calculada com base na distribuição de Poisson (Miguel, 1982),

sendo o número requerido para o nosso trabalho de 97 carrapatos.

Contudo, considerando a grandeza da referida população, achamos

por bem triplicar, este número, e como resultado obtivemos o

tamanho da nossa amostra em 291 teleóginas.

A obtenção da hemolinfa foi feita por meio da secção do

primeiro par de patas na altura da coxa ou do fêmur com tesoura e

pinça tipo BD4. A pequena gota que fluía era imediatamente

colocada sobre papel indicador de pH5 o qual mensurava-se pela

comparação com a escala de cores contida no referido papel. Em

seguida, a gota subsequente formada era removida por capilaridade

com pipetas Pasteur adaptadas de tubos capilar para determinação

de microhematócrito6, com diâmetro interno de 1,0 milímetro (mm)

e diâmetro externo de 1,5mm e comprimento de 75 mm. A hemolinfa

então colhida, era transferida para tubos de eppendorf7, com

capacidade de 1,5 mililitros (ml), contendo no seu interior 50

microlitros (µl) de Solução Salina Tamponada8, mensurada assim

4Tesoura e Pinça BD, marca Aesculap

5Tiras de Papel indicador Especial (pH 6,4 a 8,0 ) com

escalas de cores.

6tubos capilar para Determinação de Microhematócrito, marca

Perfecta.

7Eppendorf Reaktionsgerafaβe, marca Geratebau.

8Vide Apêndice.

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por meio de pipeta automática9 homogeinizada e armazenadas em

freezer a -20c Centígrado (C), para posterior. realização nos

testes imunológicos.

13

3.2 TESTES IMUNOLÓGICOS

Antes da realização dos testes, as amostras de hemolinfa

eram retiradas do freezer e deixadas a temperatura ambiente para

estabilização e posterior utilização nas referidas provas.

3.2.1 ELETROFORESE

Foi realizado o método de semi-microeletroforese,

utiilzando-se para tal fim o aplicador de amostras10, e como

suporte fitas de acetato celulose11. A corrida foi conduzida em

cuba para eletroforese12 contendo tampão Veronal13 com pH de

8,6 e com sua fonte14 ajustada para 110 Volts por um período de

30 minutos. Transcorrido este tempo, as fitas foram retiradas e

coradas com corante protéico15 por 5 minutos, passados os quais

9Pipeta automática Lancer (25µl), marca Sherwood.

11Polygel suporte para Eletroforese, marca Inlab.

10Aplicador de Amostras para Eletroforese, marca Chemetron.

13Vide Apêndice.

12Cuba para Eletroforese Universal UNIFO OE210, marca LMIM.

14Fonte para eletroforese UNIFO, marca LMIM.

15Corante Ponceau - S, marca Millipore.

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14

eram descoradas em solução descorante16

, transparentizados em

solução diafanizadora17, e secas em estufas a 60ºC. A leitura

das frações obtidas foi realizada em densitómetro18.

3.2.2 IMUNOELETROFORESE

Esta técnica foi feita segundo Johstone & Thorpe (1982). As

amostras de hemolinfa foram analisadas em lâminas para

microscopia19, cobertas com gel de agar20, diluídas em tampão

Tris (Hidroximetil) aminometano e ácido clorídrico21, utilizando-

se da mesma cuba e fonte descritas anteriormente e usando como

ponte papel de filtro22. A voltagem aplicada foi de 6

miliampere (mA) por lâmina, durante 90 minutos. Decorridos este

tempo, as lâminas foram retiradas da tuba, o antisoro anti-

bovino, (vide adiante), adicicnado e colocados em câmara úmida

por 48 horas, passados os quais, aquelas eram vistas contra um

foco de luz, e somente aquelas com linhas de precipitação eram

então emergidas em solução Salina23 por mais 48 horas com duas

16Vide Apêndice.

17Vide Apêndice.

18Densitometro, marca Zenite.

19Lâminas para microscopia, marca Perfecta.

20Agar Noble, marca Difco

21Vide Apêndice.

22Papel de Filtro nº1, marca Wattmman.

23Vide Apêndice.

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a três trocas diárias. Após este procedimento, as lâminas eram

lavadas em água corrente por alguns segundos, e cobertas com o

15

mesmo tipo de papel de filtro usado como ponte, sendo que estes

eram previamente umedecidos com água destilada e colocadas em

estufa a 60ºC para secagem. Seguindo este passo, as lâminas eram

coradas com corante protéico24 durante 10 minutos e descoradas

precipitação.

em solução descorantes25 até evidenciação de todos os arcos de

3.2.2.a SORO IMUNE UTILIZADO

presentes no soro bovino colhido de animal que desenvolveu um

quadro de piroplasmose aguda, tendo como agente causal a Babesia

bigemina (Smith & Kilborne, 1893).

O antisoro foi produzido em caprino Sem Raça Definida, macho

com idade aproximada de três meses contra as Gamaglobulinas

3.2.3 TESTE DE IMUNOFLUORESCENCIA INDIRETA

Foram utilizados dois bovinos de raça MHPB, com idade

variando entre quatro e cinco meses, machos, procedentes de Santa

Cruz, município de Itaguaí, RJ. Os animais foram adquiridos com

idade de 30 dias e após sua chegada foi feita avaliação clínica e

exames complementares. Em seguida, os animais foram banhados com

24Corante Protéico Preto de Amido, marca Reagen.

25Vide Apêndice.

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16

produto carrapaticida a base de Decametrina26, e colocados em

piquetes individuais, sendo alimentados com leite em pó27,

ração para bezerros28, e água "ad libtum". Periódicamente, até o

momento da esplenectomia, os animais eram banhados novamente,

para evitar que houvesse infestação por carrapatos. Após a

intervenção cirúrgica, os animais foram tratados com

antibióticos29, para evitar-se a infecção por outros agentes

infecciosos.

No 5º dia pós-esplenectomia os animais receberam, por via

endovenosa 3,0 ml de sangue infectado com B. bigemina com título

de 36 x 10 ml, sendo esta cepa proveniente do Departamento de

Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa (UFV)-

Minas Gerais. No dia seguinte à inoculação, os animais foram

monitorizados através da tomada de temperatura retal duas vezes

ao dia. Só um dos animais utilizados, serviu-nos como fonte de

antígeno. O animal tornou-se positivo no 6° dia pós-inoculação,

apresentando febre, apatia e uma parasitemia com tendência a

elevação. Quando esta atingiu 30 a 40 parasitas por campo

microscópio, foi retirado o sangue para confecção dos estiraços a

serem usados como antígenos nos testes de IFI. O sangue foi

colhido em erlemeyer com capacidade para 500 ml contendo solução

26Butox, marca Quuimio.

27Purileite, marca Purina.

28Ração Terneirina, marca Purina

29Pentabiótico, marca Schering.

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17

de Alsever30. O processamento do sangue e a confecção do

antígeno, foi feita segundo Alves (1987), com apenas uma

modificação com relação ao estoque do referido antígeno.

Portanto, uma vez feito e secos, os estiraços foram cobertos com

fita gomada31 um a um e empacotados em blocos de 10 com papel

alumínio. O armazenamento foi feito em freezer a - 20ºC até o

momento do uso.

Antes da realização do teste de IFI, algumas lâminas foram

coradas para se saber a real morfologia e disposição dos

hematozoários naquele antígeno (Figura 1). Por ocasião do teste,

as lâminas a serem utilizadas, eram retiradas do freezer e

deixadas a temperatura ambiente para estabilização por 10 a 20

minutos.

3.2.3.a CONJUGADO UTILIZADO

O conjugado utilizado foi preparado no Departamento de

Imonologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de

São Paulo, segundo William & Chase (1976); Goldman (1968) e

camargo (1973). O antisoro marcado foi diluído em solução

salina tamponada, segundo Markson & Upcott (1971), e armazenado a

temperatura de -20ºC.

3.2.3.b SOROS CONTROLE POSITIVO E NEGATIVO

30Vide Apêndice.

31Fita Gomada Scoth, marca 3M.

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18

Figura 1 - Babesia bigemina em estiraço

padrão para o teste de IFI.

Giemsa, 1000 x.

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19

O soro controle positivo utilizado no teste de IFI, foi

obtido de animais recuperados de infecção aguda por B. bigemina.

O soro controle negativo foi procedente da UFV.

3.2.3.c REALIZAÇÃO DO TESTE DE IFI

A metodologia empregada foi aquela descrita por Alves

(1987), com algumas modificações no que concerne ao cartão usado,

diluições feitas. A leitura das lâminas foi realizada em

as lavagens das lâminas com o material incubado e o número de

microscópio de fluorescência32, com objetiva de imersão.

3.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foram feitas determinações da média aritmética e desvio

padrão para os valores do peso e pH e o número de frações

protéicas obtidas. Utilizou-se o coeficiente de correlação linear

de Pearson ao nível de significância de 5% para verificar

diferenças entre peso e pH. Foi ainda utilizado o coeficiente de

contigência com igual nível de significância para verificar

diferenças nas demais associações (Siegel, 1956; Hoel, 1976).

32Microscópio de Fluorescência, marca Leitz

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20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 COLHEITA DO MATERIAL

4.1.1 CARRAPATOS

Os carrapatos colhidos foram indentificados como sendo da

espécie B. microplus, seguindo-se as chaves de classificação

propostas por Cooley (1946), Aragão & Fonseca (1961) e Feldman-

Muhsam & Shechter (1970). O horário de colheita proposto neste

trabalho foi tido como satisfatório, já que o número de

teleóginas colhidas foi superior ao necessário nas duas colheitas

realizadas.

Algumas teleóginas foram descartadas devido ao baixo peso,

como também a alterações encontradas na sua cor externa e

ausência de alguma pata.

O peso das teleóginas, variou de 200,0 a 358,9 miligramas

(mg), tendo como média 255,60 ± 28,30 mg. Estes resultados estão

superiores aqueles encontrados por Davey & Ahrens (1984), quando

citaram o peso médio para este mesmo carrapato de 236 mg.

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21

Contudo, os resultados aqui obtidos, foram discordantes aos

achados por Oliveira (1979), no qual observou pesos médios

variando entre 237,2 e 310,6 mg, com extremos de 105,6 e 440 mg

respectivamente. Fatores como condições climáticas, nutrição e

cepa dos carrapatos, podem ser responsáveis pelos resultados aqui

encontrados.

4.1.2 HEMOLINFA

A técnica para obtenção de hemolinfa por meio da secção do

primeiro par de patas ao nível da coxa ou do fêmur, mostrou ser

de fácil execução atendendo perfeitamente aos nossos objetivos. A

adaptação dos tubos para determinação de hematócrito foi de

grande valor na retirada daquele fluído. Entretanto, em virtude

de que em alguns casos ter não sido possível a obtenção da

hemolinfa por esta técnica, foi feito um pequeno ferimento no

tegumento do carrapato na região dorsal do propodosoma.

A mensuração de pH da hemolinfa em papel indicador foi

simples e rápida mostrando existir variação de 6,4 a 7,2 para

esta medida (Tabela I).

resultados são semelhantes daqueles descritos para Classe Insecta

Em se tratando do carrapato ser um artrópode, nossos

no qual o pH variou de 6,0 a 7,0 (Romoser, 1973; Borror et al,

1976) e 6,0 a 7,7 (Chapman, 1980). A média dos valores aqui

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22

Tabela I - Freqüência absoluta e relativa para o potencial

Hidrogeniônico em hemolinfa de teleóginas de

B. microplus provenientes de bovinos infestados

naturalmente. Itaguaí, RJ. 1991.

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23

encontrados, para o pH foi de 6,84 ± 0,17 estando bem próximos

daqueles descritos por Kaufman et al (1982), quando quantificaram

o pH da hemolinfa de O. moubata em torno de 6,82 ± 0,05.

O teste de correlação de Pearson demonstrou não existir

significância quando aplicado na associação peso x pH.

A avaliação da cor da hemolinfa revelou duas cores

distintas, ou seja incolor e roséo, sendo 97,25% e 2.75% os

valores encontrados respectivamente. Estes resultados estão

concordantes parcialmente com estudos realizados em insetos por

observados por Barker & Wharton (1952), que trabalhando com

Wiggleswoth (1974) e Borror et al (1976), que com aqueles

sistema circulatório de acarina, demonstrou ser incolor a

hemolinfa daquela classe de artrópode. Entretanto nossos achados

foram discordantes dos observados por Douglas Apud Tyler, (1988) e

Artur (1962), no qual observaram uma coloração túrbida para

hemolinfa de carrapatos e aqueles apresentados por Obenchain &

Oliver (1976), quando descreveram uma coloração esverdeada da

hemolinfa de certas espécies de Amblyomma. Em se tratando da cor

róseo, aqui encontrada, existe uma concordância parcial com os

estudos realizados em insetos por Romoser (1973); Lara (1979); e

Chapman (1980), quando colocam que a cor da hemolinfa pode estar

associada a presença de pigmentos. A tabela de contigência quando

aplicada a cor e pH (tabela II), revelou existir diferenças

significante entre os dois parâmetros estudados. Estes resultados

presentes na hemolinfa, tenham tendência a alcalinizar mais

levam-nos a pensar que as moléculas de pigmento que ora estão

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24

Tabela II - Tabela de contingêneia para cor e pH em hemolinfa

de B. microplus provenientes do município de

Itaguaí, RJ, 1991.

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aquele plasma.

25

4.2 TESTES IMUNOLOGICOS

Momentos antes da realização dos testes, a hemolinfa era

retirada do freezer a - 20ºC e deixadas estabilizar a temperatura

ambiente. Vale salientar que algumas amostras de hemolinfa apesar

do correto acondicionamento e armazenamento não estavam

congeladas. É provável que agentes anti-freeze existam na

hemolinfa de carrapatos em semelhança ao que é encontrado em

insetos e aranhas, segundo Husby & Zachariassen, (1980).

4.2.1 ELETROFORESE

O método de eletroforese em acetato celulose foi de fácil

execução e interpretação revelando diferentes frações proteicas

em hemolinfa de carrapato (fig. - 2)

Em concordância com Sande & Karcher (1960), uma das

proteínas aqui observada, em hemolinfa de B. microplus, mostrou-

se com a taxa de migração similar aquela observada para albumina

humana em hemolinfa de A. reflexus. A razão para frequência deste

fato talvez esteja na similaridade do peso molecular entre as

Na Tabela III podemos observar a distribuição e freqüência

melhor esta qüestão.

duas proteínas. Outros trabalhos serão precisos para elucidar

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26

Figura 2 - Eletroforese em Papel acetato

celulose). Coloração pelo

Ponceau-S.

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27

Tabela III - Distribuição, freqüência absoluta e relativa das

frações protéicas em hemolinfa de B. microplus

obtidas pele método de eletroforese em acetato

celulose, Itaguaí, RJ, 1991.

Legenda:

Nº de proteínas - Número de proteínas

F. absoluta - Frequência absoluta

F. relativa - Frequência relativa

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28

das proteínas fracionadas por meio do método de eletroforese em

acetato celulose. Os resultados aqui encontrados estão em

concordância parcial com aqueles encontrados por Sande & Karcher

(1960), no qual demonstraram existir por meio da técnica de

microeletroforese em gel de agar três a 11 proteínas em hemolinfa

de H. excavatum, H. impeltatum, A. reflexus, A. persicus, e

O. moubata, Tatchell (1971), que detectou 15 frações em hemolinfa

de B. microplus, e próximos daqueles encontrados por

Stepanchenock-Rudnik et al (1975) que detectaram 16 frações em H.

dromedarii A razão desta parcialidade deve-se as diferentes

espécies estudadas e ao meio de fracionamento mais sensível

utilizado por aqueles autores.

Com relação ao número médio de frações proteicas obtidas no

presente trabalho (Fig.- 3), 79% das amostras avaliadas continham

11 a 13 frações.

A tabela de contigência quando aplicada aos valores para o

número de frações proteicas e pH (Tabela IV), revelou existir

dependência entre as variáveis estudadas, sendo seu resultado

significativo.

A ocorrência deste fato pode estar associada a atividade

das proteínas ser máxima, quando o pH está numa faixa de

neutralidade, não havendo portanto perdas ou desnaturação das

mesmas.

4.2.2 IMUNOELETROFORESE

A técnica de imunoeletroforese em gel de agar, foi de fácil

execução porém de difícil interpretação. Isto nos causou maior

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Figura 3 - Número médio de frações proteicas em hemolinfa de Boophilus microplus. Itaguaí, RJ, 1991.

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30

Tabela IV - Tabela de contingência para o número de frações

proteicas e pH de hemolinfa de Boophilus microplus,

Itaguaí, RJ, 1991.

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31

rigor na avaliação dos resultados obtidos.

Apenas uma amostra revelou reação positiva (Fig.- 4). Este

resultado pode ser explicado pela pequena quantidade de anticorpo

presente, aliado ainda a diluição imposta por ocasião da obtenção

da hemolinfa. Contudo o arco de precipitação formado na reação da

hemolinfa com o antisoro bovino, mostrou uma semelhança muito

grande com a IgG1, quando comparada com aquela mesma subclasse de

imunoglobulina conforme demonstrada por Buttler (1983).

Este fato vem comprovar a presença de imunoglobulina de

origem bovina em hemolinfa de B. microplus. Resultados

semelhantes foram obtidos por Kozo Fujisaki et al (1984); Ben-

Yakir et al (1987); e Tracey-Patte et al (1987), que detectaram

IgG bovina em hemolinfa de várias espécies de carrapatos.

A razão para pequena freqüência de reagentes, pode também

estar associada a baixa sensibilidade do teste empregado. Com

relação a este último aspecto, Hyde & Patnode apud Carter &

Moojen, (1981) demonstraram a baixa sensibilidade do teste de

imunoeletroforese, assinalando que a quantidade mínima para

positividade de uma reação ser da ordem de 20 microgramas de

proteína/ml.

O teste de coeficiente de contigência utilizado para

analisar as variáreis imunoletroforese e eletroforese, revelou

existir dependência entre os dois parâmetros estudados. Trabalhos

nesta área devem ser realizados para responder esta questão.

4.2.3 IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA

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32

Figura 4 - a - Hemolinfa de B. microplus positiva ao

teste de Imunoeletroforese. Coloração

pelo Preto de Amido.

b - Reação Padrão do teste de Imunoeletro-

forese com soro bovino e seu respecti-

vo antisoro produzido em caprino.

Coloração pelo Preto de Amido.

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33

Nenhuma dificuldade foi vista na realização do teste de IFI.

A fita gomada utilizada não interferiu na qualidade do antígeno

utilizado (Fig.- 5).

A freqüência de positividade pode ser observada na Tabela V.

Essa alta taxa de reagentes pode ser explicada com base na maior

sensibilidade do teste empregado.

A ocorrência destes reagentes, nos leva a inferir a passagem

de imunoglobulina através do trato intestinal do carrapato e a

manutenção de sua atividade anticórpica em hemolinfa de

(1981); Kozo fujisaki et al (1984) e Tracey-Patte et al (1987).

B. microplus. Esta inferência está de acordo com Ackerman et al

Os anticorpos presentes na hemolinfa de teleóginas de

B. microplus, demonstraram ser específicos contra B. bigemina.

Resultados semelhantes foram observados por Kozo Fujisaki et al

(1984), no qual demonstraram anticorpos específicos contra

T. sergenti em hemolinfa de O. moubata e H. longicornis e Tracey-

Patte et al (1987), que detectaram anticorpos específicos para

B. bovis em hemolinfa de B. microplus.

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34

Figura 5 - Hemolinfa de B. microplus em reação positiva ao teste de IFI. 500 x.

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35

Tabela V - Hemolinfa de B. microplus, segundo a freqüência

absoluta e relativa de reagentes ao teste de IFI

para B. bigemina. Itaguaí, RJ, 1991.

Legenda:

IFI - Teste de Imunofluorescência Indireta

F. absoluta - Freqüência Absoluta

F. relativa - Freqüência Relativa

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36

5. CONCLUSÕES

1. O potencial Hidrogeniônico da hemolinfa de B. microplus,

varia de 6,4 a 7,2, sendo modificado pela presença de pigmentos.

2. método de eletroforese em acetato celulose para

hemolinfa de B. microplus, é de fácil realização e interpretação.

3. O número de proteínas que compõe a hemolinfa de

teleóginas de B. microplus caídas naturalmente, varia de 6 a 15.

4. O método de imunoeletroforese pode ser usado para

identificar, componentes séricos na hemolinfa de B. microplus.

5. O método de IFI, é sensível para detectar anticorpos

específico anti-Babesia na hemolinfa de B. microplus.

6. A provável passagem de anticorpos de origem bovina

através do epitélio intestinal B. microplus deve ocorrer de

forma descontínua, o que explica a freqüência de reagentes ao

teste de imunoeletroforese.

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37

7. Com relação a concentração proteica em hemolinfa de B.

microplus, 79% das amostras avaliadas continham 11 a 13 frações e

encontravam-se na faixa de pH entre 6,7 a 7,0.

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38

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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44

APÊNDICE

4,53g

4,73g

0,85g

500,0 ml

8,24 g

1000,0 ml

50,0 ml

1000,0 ml

14,0 ml

1000,0 ml

Solução Salina Tamponada

Fosfato monopotássico PA

Fosfato dissódico PA

Cloreto de Sódio PA

Água destilada q.s.p

Tampão Veronal

Ácido 5,5 Dietil Barbiturato de Sódio

Água destilada q.s.p

Ajustar o pH para 8,6

Solução Descorante para Eletroforese

Ácido Acético Glacial PA

Água destilada q.s.p

Solução Diafanizadora

Álcool Metílico PA 85,0 ml

Ácido Acético Glacial PA

Água destilada q.s.p

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45

6,057 g

6,804 g

14,0 ml

1000,0 ml

8,5 g

1000,0 ml

50,0 ml

1000,0 ml

0,6 g

8,0 g

4,2 g

20,6 g

1000,0 ml

Tampão Tris-Hcl

Tris (hidoximetil) - aminometano

Acetato de Sodio. 3H2O

Ácido Clorídrico PA

Água destilada q.s.p

Solução Salina

Cloreto de Sódio PA

Água destilada q.s.p

Solução Descorante para Imunoeletroforese

Ácido Acético Glacial PA

Água destilada q.s.p

Solução de Alsever

Ácido cítrico monohidratado PA

Ácido Trissódico dihidratado PA

Cloreto de Sódio PA

Dextrose Anidra PA

Água destilada q.s.p

Ajustar o pH para 7,2