alternativas de des envolvimnto para grupos de...

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EMPTAPA - CER - ESALO IEA - - UFC - UFV - PURfl1)E ALTERNATIVAS DE DES ENVOLVIMNTO PARA GRUPOS DE BAIXA RENDA NA AGRICULTURA BRASILEIRA TEORIA E METODOLOGIA VOLUME 1 1974

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EMPTAPA - CER - ESALO IEA - - UFC - UFV - PURfl1)E

ALTERNATIVAS DE DES ENVOLVIMNTO PARA GRUPOS

DE BAIXA RENDA NA AGRICULTURA BRASILEIRA

TEORIA E METODOLOGIA

VOLUME 1

1974

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ÍICE

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AIJT:1.TTIVk OOLC1C P'rA TJX)

CULTURA 1)E rJ ITf1 1c'I -, E 7O'ZA YuL O W]tL

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1.

Os traI - c: rnçy n3t c r-.tni.ii Cn.tiuzm D r;7-

Jzntr) tetrico C meto jicC va rii-i .1nc r ' Pr.3qui -s )--

Srz 1tr r.c Q==civi=tn'r''s t-i

r.l ricu1tur -t Brai).ír, troc.ínal EL3 ??JErnoro flrTl

s=íra C Peigui= O iu.i; q1 moswuisz r1irvar ur'i eiriQ Cv análiw Tuc nssi.'- 11jtn c1,r copr)re2r. o -o dos ciru - s bi: zr1". nt

çricultura brcsilcira c fnr -iu1x- : rnitr- 1h

' 7escuis v wrt f cn1.1zi1 (71 (

rcnàz em três regi33s Cm grasil:crtr' de Cr- p Z'

cnmngs dos vertintCS ii T71 Çi tjj_

pQlem s2r t:i; cm um c - ntiuur Ao robrczn nnd2 n Scrtão

cc' c'rn u'.r gi5o cf. extrema ': ficu1d:', wntr2ntend,:'

ci.Os nrcblencs 1tn1r. '1a gav2r14,22 ' cliyg z in

1e o pela inexistência 22 tccnojogic nduqumda SquejIs 02fld1-

C5S. A rcic. M Yinas frcr:1it st - "-s-visa 22stacc-12 co

ro ur. zo c' trniç'TH, crn

r'ncc 1nc'Erv.i.: nrc- ria. 1 vrli t-3. !?i - ira, n u

tr:' cxtrrrr, c corr.; 'bin - n'

ro Kz rirucW, cvnci -'.ne') t-'i evQr.3 rcstiç cc:.16-

0c1 c tcn1'gt'.

T VVul= estã d.1ina'. '- inCe a crhr i, qrunRs 'c bj

xa rnc' - Cu=ntv Ccis in^ nr'cn' tctnr T)ro c-r) r

1rflr.-. cti1 ms - r>!i"rtrnt) rcrrnic o

c.i1. rr -.ct±vgcral rio 3tu&3 resums na b u i cx tcr

fli!rtQS kstt cr nrtPl2flt- - «i ti n'- cr ii 'p -

; s!tci; d r:--1ur:-, rrirnt Cc'nr'icros r'- rorc

o 'e a1ncar ".e t•ro o a '-sjj

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ir.

lidados do corncrcia1izaço. Constitui um dos pontes centrais do e5tudo a dotermi neçÃo da aduquaçao das tecnologias disponíveis

s eondiçcs occnmicas, Lcol5gicas o sociais dos grupos noncio

nados. rssirn, ur invent.rio tccnol5qico vem sendo elaborado, ao

niasmo tempo em que sao oxaminedas as condiçocs do aaaptaçao do

estoque dispor.ível.

1 co3.ctnoa aqui aprontada estIA dividida Un duas partes. No

primeiro volume encon Lrm-so trabalhos ospeci almas be preparados

para servir cio oriontaclares te6rjcos e metodo15gicos do pesqui-sa, No segundo volume so apresentados trabalhos in5ditos, cio

caHter mais geral, e que forneceram subsidios mais amplos para

a formuleço dos esquemas da analise. Neste ponto, ainda so

poucos os dados do campo. O material coletado em entrõvistas

sucessivas cern os agricultores, tcnicos dc estaç6es cxperimon

tais e agentes cio oxtcnso est5 sendo processado e ViTá a pb1i

co dentro em breve. Entretanto, os trabalhos de John H.Sanders

e colaborador 25, José Ricardo Juncjueira, o R.G. Saylor e colabo

radorca j5 exploram preliminarmente alguns dados coletados na

primeira entrevista de campo, realizada em julho de 1973. Os dois primeiros estudos focalizam questeos tocnologicas, e o ül-timo trata da penotraço o ütiltzaço de crdito pelos agricul

tores pesquisados.

216rn dos resultados ernpricos já alcançados (a sercrn apresenta-

dos cm documento separado), esta pesquisa vem servindo como elo

do intcraço ainda maior das instituiç6os envolvidas. Dc um

lcdo, destaca-se o apoio dci-ivo dd Ik3RAP, que vem desernpe -

nhando o duplo papel d 6rg.o financiador o cio estimulador de

probleinari o idias a ecrempersoguidos. Dacutro, ressalta- se

o espírito cooperativo dos organismos do pesquisa envolvidos no

estudo, quais soja= a Escola Superior do Agricultura Luis do

Queiroz, da Universidade cio So Iaulo; o Centro do

dos Rurais da Secretaria da Agricultura de ?1inas Gerais; o

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III.

Instj.-fli- dc Econo ATcoi d. do

5X0 P lulo; o r c PCuj,-. Tr:Qflrjs C TJri -

rpdcrml do cr; v(Jrsij ] Vj31

UfliVridd.. Jni

t

EsnA d: trhih0 conjun-0 tr Cc hor(30 d roc. exprjcj

todj asi: r

t±tujr-3- ívc1 dc cnvo1vjc-5 no projoo.

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DECISÕES Fi COÍIÇ5ES PE IcEPTrA!A >GRICULTU PA (*)

Josô Pastore

Instituto de PeSqUISaS Econômicas - IPE

1. ITPOr)Uc7O

A agricultura constitui, provavelmente, urna das atifid3a5 e

conornicas mais complexas .lado o carater alcatorio 5= variou

fenômenos c1imtticos e biológicos e o grande nUmero do vari

veis que afetam as oportunidades de comercializaço dc' prodi

to o do lucro do agricultor. Por casa razo, o ngricultor

forçado a tomar decisos cujo domíniocornploto sobre as in-

fcrmaç6es & simplesmente impossível

O processo decisório na agricultura, portanto, ô sempre cer-

cade de insegurança. Essa inscgür.nça tem diversas crigcns,

dentro as quais podemos destacar: (1) os fenômenos climti-

cos; (2) as novas tecnologias; (3) os preços; e (4) as rola-

ções entro os indivíduos, grupos e instituiçóes.

A insegurança do agricultor ora assume a ccndiço dc risco,

ora a de incertezas O risco & caracterizado por 1 situaçôcs

que ocorram com probabilidade conhecida. Por cxermlo, depois

dc alguns anos de proc3uço, o avicultor pode determinar su

porcentagem do perda dc produç5o por ruptura dc ovos; esse

o risco de seu negócio. A incerteza ó caracterizada por si-

tuações onde a prohahil.idade de ocorrência do fenômeno no

(*) Uma versão preliminar desta artigo foi apresentada no Semi-nrio da Pcsouisa sobro Altern:tives dc Dcsenvolvieento do Grupos de Baixa Renda realizado em Piracic.eba, 18-22 Fcvc-relro de 1974. Esta pesquise conta com o apoio financeiro da Empresa Brasileira dc Pesquisas Agropccuirias (E1i3APA).

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2.

pode ser antecinada. Por exemplo, o acyricultor no podo ante

cipar quantos dias dc trabalho vai pordor dovi.do a doença.

Nas condiç&zs de inccrteza, o probloma de deciSo podo sor

tratado com auxflio da teoria Jos jogos, cuja formu.1.aç3o ori

ginai foi prcposta ocr Neumann eflrqenstcrn (1941) e utili-

zada para a exp1icçc do conportimcnto '10 agricultor por v

rios outros autores .(Wal).er e cois., 19G0; - Hazoil, 1970;

grawa1 ± Heady, 1960).

Tm uma situaç do jogo dispe-so dos seguintes eiemntos:

(1) os jogadores; (2) as tratgias; (3) os tados da natu

reza; (4) os ganhos o es perd= M caso da agricultur2, po

ln-sc considerar que o agricultor tona dec!sos cm situçes

dc jogo, tendo como contondor ora um incividuo ou gruDo, ora

a prôpria natureza. O agricultor selecionn suas estratégias

em funco dos custos e bcnios c?sperados e com bsc na a-

va1iaço que faz ds estados da natureza, inc1uindosn aqui

condiç5es clim5ticas, resposta e insumos, condiçcs do na=

do, oc. Evidcntcmnte, ganhos e perdas antc'riores const:i-

tuem parto do estoque de infornaço quo o agricultor utiliza

para fazer as suai avaliaçoes.

Em toda situaço dc jogo, portanto, exista ui elemento dc in

certeza. No setor agrícola, o agricultor de subsistncia

ó provavelmente o mmis CfctEv3.o por concliç6os do incerteza cm

(1) Agricultor dQ suhsisttncia é aqui definido como o in1tvduo que: (1) cor1somc a maior parte do que produz o/ou vende uma pequen prtc do suu nrcduto no mc'rcado; (2) coripra poucos bt.ns para uso ner ativirlados da aqricultura; (3) usa c'que -nas proporçcs dc trabalho no familiar; (1) emPrega tocno-logias rudmontarcs, apresentando pequenas mudanças no tem-po; (5) vivo prôximo ao nív1 do mera sobrevivncia; e (6) vivo em um tipo de situaço onde as dccises sobro a sobre-vivência da família predominam o, portanto, o seu objotivo central é o coiisumo do lar, e n5o o mercado Nharton, 1968).

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3.

sou jogo contra a natureza. Para cada ano, o agricultor cicv

fazer una seleço dentrc una srio dc rtç&s (ou estratagis)

inventariando os possíveis estados da natureza e antecipando

as conscquncias dc ceda cornbinaçío de £3ç10-oStaCio.

2. D12IF SOP INcrPEz:..

Vrios modelos de deciso foran riropostos na teoria dos jo-

gos (Luco e Raiffor, 1957) O modelo cio Mld, por cxcrnlo,

pressup6o que o jogador considere seu oponente como alguin

que lhe descja prejudicar ao mtximo e, por isso, adota uma

posição bastante conscrvaora dc pcssirnismo total. Este tipo

de raciocínio parece muito comum entre os agricultores

subsistncin: o seu contenor é a natureza e ele parte do

pressuposto dc que a natureza lhe sert scmrre desfavorvol.

Morlat (1960) descreve os jogos do agricultor contra a nat-

reza da seguinte maneira:

(1) o agricultor deve selecionar urna estrat&iia dc nço, s1

dentro as varias aç6es que lhe so oferecidas;

(2) antes 10 selecionar a estratgia S 1 , o agricultor tende

a avaliar mtaimcnte os cstdos de natureza;

o agricultor tende a estimar as conscqucncias para cada

par "nço-estado";

o agricultor, sendo incapaz cio afirmar qual dos estados

tom maior possibilidade do ocorrer, opera sem probabili-

dados objetivas.

No caso do xgrícultor de subsistência, o conhecimento dessas

vari.veis ë ainda mais prccrio, dado o seu baixo nível edu-

cacional e as condiçcs hostis da prpria natureza. 7ssim,

le tende a adotar urna estratgia que minirniza os efeitos de

um estado negativo. Voltando ao modelo de Wald, portanto, p0

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4 .

demos dizer que o actricultor de subsistancia tndc a asco-

lher a iielhor a1trnative entro OS piores, tic modo a ossequ-

ror o mxime cio mnino p'ssívol ou, cm outras palavras, se-

frer a menor ncrd possivol. Is so pode ser exemplificado a-

travs da matriz de jogo abaixo pr sentada.

Estratgias Quant.idade do

Adubo

O

P s 20

s 3 Ao

Estados da Natureza 1inimo da t t Estrttgin 2 3

(1) — 1.30 1.5'7 1.(9O 1.30

1.317 1. 4 37 1.773 1.317

1.40 1.593 l.S931 1.480

Dentro da matriz de jogo (P), '' aqricultor tende a selecio-

nar inicialmntn o menor resultado de cada linho, ou seja, o

pior resultado para cada cstratgio (S) nos estados (t); em

seguida, tende a escolher a estretgin que pr000rcione O 1fl0

lhor resultado dentre os riinimos selecionados. No exemplo a-

cima, "a estratgia tima' é a S 3 , com um v1or de 1.480.

O agricultor que decide segundo o modelo dc ?ald exibe um ti

po peculiar de racionalidade de ação, ou soja, pratica um

corr.portamento"iiiaxirnlfliiflizaflte" .Tal compc.rtemento, evidente-

mente, apresento alta racionalidade, dadas as rcstriç6es im-

postas no modelo.

2.1. Docis&s Tec no l&2icas n lar 4 cultura cia Subsistncia

A literatuza mais recente no campo da economia o da so-

ciologia rural vem doscaracterizando o agricultor do

suhsi5tncia como preguiçoso o irdolcntc?(Schultz, 1964).

(1) Os valeras da matri. i. ndicam os resultados ohtidos pala com binoço das cstratgias-aço com os estados da naturoza,por OXOIflPlO r Kg. por i3octarc

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S.

Ao contririn, iadas as suas rcstriçcs ecológicas, eco-

n6.iicas e sc.cia1, o agricultor dc suhsistricia exibe

um gru re13tivamonte elevado de empenha no trnhlho e

uma capacic':r1c rvrl na a1ocaço de seus escassos rc

cursos. A relativa resistência & adoço dc certas tocne

logias, pertaro, parece decorrer muito mais rins condi-

çcs de inccrt= que o cercam que dos ftcres de porso

na1i3ade.

Dentro dc urna abar&Alom um pouco mais ameia, podmas di

zer que a incerteza do agricultor dc subsistncia tom o

rigum em .trs tipos de fatores: (a) fatores liqados ao

agricu1tor (b) fntnrcs ligados A tecnologia; (e) fato-

res ligados ao rnia.

(a) Fatores Liqa.os ao Vricultar

Uma das fontes incertc.za ligadas ao agricultor

diz respeito ao bajxo estoque de infcrmaçes que e-

lo possui a respeite das inovaç6es que se pretende

introduzir. kinda mais srio que isto é sua baixa

capacidade administrativa para incorporar a tecnolo

gia recomendada. A comum encontrar-se o agricultor

que conhece razeavolmonte as vantagens de inevaç3es

mas no possui as outras cnndiçes necessórins unra

operar eficientemente aquelas tecnologias. Em ter-

ceiro lugar, podcnos destacar o sistema de normas e

valores que, em certos casos, torna as novas tecno-

logias inccmpatívcis com usos e costumes da comuni-

dade ou de roqio. Fi.nalrncnto, destacam-se as ou-

tras caractcrsticas individuais que podem afetar a

adnço do inovoçes, particularmente, idade, tama-

nho e estrutura da famflia.

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6.

(b) F.rcs Licnc's s Inovc.s

A inr.ço te nle e ser rc1eitadi quando é b ~ixz a sua ':ficirtci t.crtica ./ou cc'nnica. Froqucntcnic•n

te as tecnologias recomen - acias para o agricu1toy dc

subs1stncia ío 4o das flTLS condiçc;s 4C P0

hra rlJr1. =A tccflo1oCii3 tnderri a exibir bai-

xo rrndjric-'rt '. cerrdco, ei1ra, rnuitrs vazes r

prosonten hr'rs ro11tedos t-.cnic"s, cezmprovados r1os

campo. {e c<porimc.ntaçn. O gricul1:r subsistn

Cii estê rcJ.ativaivnte alerta nara cssc ftn que,

em si. o1cv ' u nível (lo incrteza. Muitas vo-

zes, tais tecnolojies rquerom urna mudanca completa

do nixing de produt, urn. insustentval rcaloca-

ço dos ftres (lo pro(luco, cu exigem inurnos adi-

cioaais inacesJvcis ao agricult - r 2c suhsistncia.

A mcntali'açc da rcIaço custo/bonefXcio esperada,

suficiento para uma resistcncia 5 adnço.

(c) Fatores Liqados ao Meio

A tendncia das tecnologias modernas 6 operar den-

tro do pacotes, as quais demandam, entretanto, um

conjunto de insumos dc difícil acesso para o ngri-

cultor dc subsistncia. V muito comum cncontrarso,

por oxemplo, certa ac1oço de variodades rie alta pra

dutividade quando adequadmento adubadas e irriqa-

das; esses msrnes variedades fracassam nas condi-

ç6cs dc subsistência exatamente porque o fertilizan

te 8 inaccssívl.

Os três :ipos de f'.tcrcs inc.icacios tendem a colocar o a

c'ricultor dc subsitCncia cm condiç6cs le grande insogu

ranço. No jogo contra a natureza, toda inovaco C asso-

ciada polo ayricultor a umi corti probabilidade subjeti

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7 .

va cc sucosso/fracs' qu", nr VUa vz, & Íormra com

base (.-i) nos suas informaço, () na ava1iaço que faz

das condiç6es cio n'cio, e (c) na r'ercopço que tom 's

riabiliclarles de prr1iuço, de custe e e nreço decorren-

tes da inr.vaço. i Ludo isto, c gricu1tor acrescente as suas eXpertativ.S Reg estWos ria flturez, osealmente

os çjue se referem is vriaes clim5.ticas. Todo agricul-

tor, port.nt, forma a sue prinria "taxa de rCSCOfltOH em reiaçFio i eficincie da tecno1ogi recomendada. Mesmo pa

ra os casos tcstdes cm estaç&s experimentais, o gri-

cult:or scboque a variaço dos efeitos das novas prti-

cas sob suas condiç&s tendo a ser maior que nas situa-

çes de experimentxçHo. Sou problrni, ocr conseguinte,

comparar a variancia dos efoitos das ovas rtices com

a varincia dos ANitos daS prticas trn9icioncis.

Thartcrc. sumarza este processo da seguinte forma: para o

aqricultor de subsistência, o resultado anual dc uma pr

tica tradicional é o com um desvic padro sendo que

o desvio negativo & esquer?a da m&1i) é ainda superior

e wínino dc sohrevivncia. Olgamos que no período t 1 e-

le tenha a ossibjiida'1e do adotar ua nnva variedade.Ts

sociada com esto neva varioade, hi uma sric do 2qNct

t. - vas uh1f-iv. N que qoram um rcsu1tdn, O , superio ao ,. ---.-

d:t varicWo tradicional, mas ceni uma varincia T N

substancja1mcnte rnjor lo que a obtida com a variedade

trctcliciorgal. S' o c1ervio padrSo que fic;a A equorda da mdia estiver abaix o mínimo ce sohreviv'ncia menciona

(1) Esta variinci.a, T, o - ;or maior Ao que a cncçntr&C& na estaçao exporimorctai, esnecialmente quando se trata dos pri meiros estagias dc. a1o»'-.

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cio aciria, o agricultor rosiste A adcço ('hrton, 196

7s novas variJa-es • arrnz produ zidas pcln Intrnatio

ai Rico Rcscarch lnstituto ( pcialncnc a IR 9 e Ir)

ilustran bem osso f.itD. Vos pririir0s cot 5 giNs, as vri'

dacics quz fc'rnm utiliza 1 as nas Filipinas anresontarm va

rincins sensivelm~~ tc ;iaiorcs cio que as variedades tr -

±icionais, cmher, . viren.tc, a mdia fosso P3is aiti.

Nossos casas, a ai -CãO la nova varieNade é altar'cnte di.-

pndento da disoosiço o, da capaciado do aqriultcr no

SentidO do ague:r ^ risco do uma inovaco cujos efo-

tos tm grande vrincin. i'dm desse aspect/, convn 1•

brar que tais vrie(ua1c.5 so muito exigcntPs em tcrmo

de fortilizantcs e outr.s cuidados quo, sequndo dados riQ

pprio IRRI, drtrqr o custo por hectare.

O agricultor de ubsistonc:ia e um • - os que iis r-'siste a

entrada desse tipo de teeo1ogia. I sua capocic1ade para

tolerar riscas e incertezas ( muito limita:a. Na verda-

de, a inccrtca ara o agricultor do subsistncia sen-

sivelmento mais alta 10 que nara o produtor cornorcial.Re'

petin'io, tal inccrtrii decorre muitn mais das condições

cio nieio e cia tecnn1o;ia em si do cue da nronalada 'avor-

so ao ri scolt do agricultor. Tm outras palavras, a posi-

ço deste artigo é a de dscnfatizar a importncia c1's

carctres de personalidade, cano inibidores de adeçe o

em contrapartida, eifatizor os condicionantes èa ircert

za, privilagian:1 0 espccialmePW os fatores arnbiontas,as

informaçoos e as percepcocs los agricultores o as carac-

torsticas da tccnologia.

Os ncr ógrafos que s e secuom visar a formnliz.ir um pouco

melhor os pressunostcs tericos deste artigo. Suas prin-

cipais premissas b a seiam-se na litcrtura sobre teoria

da c1eciso, teoria dos jogos, e psicologia social.

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Q

2.2 Pisco e Incertozino Comport.rento Humano

i\s variivc.is risco e incertça tm sio 1orgarnntc uti-

liziirlaz ]entro cia tuoria econmic -i, assim como em socio

logia c psicoloqia social. Do nontr, dc viste econ&mica,

rIsco e inccrto2a têm sido ineornore-os na anJiso de

produçeo (Johnson, 1963) com ciiforencieco cjreu do suces

so. Quandr es distribuiçe do probabili1edo SO coMO-

cides, po'iondo-sc, portanto, trab31hr com a veriFvc1

risco, os econo1i.stes tm ca1culc10 as varincias utili

7Mr4do programaço lincar (flae11, 1971), quaritica

(flow e zc11, 1969 cant1ise cio sensitividade (Hcyer,

1972).

Dontro do sociologia o psicnlogii social, risco e incer

teza tm sido analisados no contexto da tcori dos jo-

gos, cujas proposiçcs hsicas s3o aqui aproscntadas,fo c1izanr3o espccialmcntc a incerteza.

(a) Utilidozla dos Objetos

Os cxorimentos individuais e grupais indicm que,

sob condiços do incorteza, a utilidade porcobida

um dos fatores-chaves na escolha que o indivdu

faz entre duas alternativas (3atono, 1972). Da uti-

lidado percebida fazem parto elementos objetivos

(por exemplo, a oficiôncie tcnica de um objeto) o

subjetivos (por exemplo, os qostos Individuais). rm

suma, cada alternativa ou objeto tem um vo1nr obje-

tivo e um v1or subjetivo o e ostrat.&jie adotada na

situeçío dc jogo largamente dependente da uti1id

de norcebjda.

Urna das hIp6tSs bsicas aqui avcntades é (a), se-

gundo a qual, as tecnologias disprrniveis de um modo

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lo.

qcral so de pcc!ucna uti1irlz10 Aos olhor r1r -iqricu)

tor W sub vist óneie. 99 Orías evi1ncias '.-' qc ns

varic.cdos n-'i, fertilizntcs, inscticid p ou-

tros insunos, rstc iii'i s condiços o

aos r.;2curos •.lo agricultor cornrc.ial do rtuc. ns do

agricultor de subsist5 nci i . Ma Scrt ir 1 c Ce - ri, por

rcOitinCi:. . uiliaço dc al~ se ex-

plic:i pola riusncic1 de - vtri ci quc pos.- m r;pon

dcr t écnion o cconcmicniontc, dadis as rostriç5

de água d ~qucli rvrji.o ( niers e cois., 197") 't

viriedic c]Q chi 1\C-259, tr.cnjc,'ntonto Su ncri= r

exist:r.•ntcs neo ch -iznis mntiqos co V..le da Ribejr

(So Paulo) , E do difícil adoço pclo pequeno agri-

cultor pois elo no tem condices 90 abin.onir o

seu chazi1 pouco produtivo para investir cm outra

que comoçra a procuzir clopois dn • anos (Juncuei-

ra, 1974). Sao inunieros os oxonpic)s de agricuJtoi- cs

que renunciam a nitornativas que lhes prometen vRio

res lucros, simplosnente perqu. nKo lhc3 issegur a m

OS hanefcicis inispenstviz i sohrevivncia dc dur

to prazo.

Í' falta dc W iquaçko dis tccnoloqiT1s disponíveis As

condiçocs 'lo SõIA, Clitfli, topogrifia e Conorciali-

zço dos agrioui.torcs 'lo subsistncia coloca-os'em

wn circulo vicioso: o bt1xn nívci tecnológico da a-

gricultura praticadi provoca baixes retornos que po

deriam scr mobiiiaclos nO sentile d rcduec dc ris

005 C ir1ccrtoT1s; dentro dosse quadro, persisto a

nio adoço.

O ponto central nesta discusso reside n' fato de

que a pesquisn igropecu iria no Brasil no t.OTfl produ

zicio os tipos 'lo tecnologia que poLlcrn reso1vr, si-

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11.

rnu1tanmntc os problems técnicos o eer,n3nicos 'lo

agricultor cio suhsistnci -l. i quebra (1r crrulo vi-

cioso C1OVO scr ntar, portnto, nc lado rl pasqui

sa e, secun rimnt, no indo do assjst•ncjo t&cni

ca a xtonso rural.

(b) Prcbzbilidiào •í Sucesso

ftleri r• uti 1:', o inCivilun luva ';m cont3 o pra-

hahiii'1aL" 1c 3ucossr, cm atingir si.os 7ktaS co OSCO

lher um doterminodo ohjoto. /\ssim, os possibilio-

05 de alcance' "c mets vinculon-a o prohohilicla-

des objetivas o subjetivas ':10 inçivT"uo, (10 que CS

primoiros &io lcrivadas a partir 1 2 sua c>peri&neia

pasSada o os ultimas constituem 'is oxpoctotivaz o

so baseadas cm operaç6r's do •antccinor o futuro. Os

ostudos dc Kotono o colaboradores deixam claro o p:

pai importante das axpactativos nas &ocisõcs do pro

riutores o consumidores (Katona, 1972).

Novamente, a. quc±sto da adoquaçío da tecnologia pa-

roce constituir um fator chave na formaço da probn

bii.idada dc succsso percebida pelo agricultor cm go

ral o polo agricultor da subsistôncin cm particu-

lar. '1as Arces de estudo desta pesquiso, especial-

monto no Vala da Ribeira e no Sorteo do Coara, as

observações que o agricultor realizo ten'iem a lhe

proporcionar um qua'ro roletivamonte negativo no

que tango às possibilidades do uso do insumos modor

nos para a melhoria dc suas condições "lo vida. Esse

quadro negativo t.un basicamente duos origens. [lo um

lado, vorifica-so que as variodods o outros insu-

mos recomonrin,9os iinde no demonstraram, da fato,

sua cficincia tôcnica e econômica para aquela agri

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1 £ •

cuitura. Dc outro, o agricultrr dc b3lxa rn.1a

tonck a fixar na mom érii os fracasns CI.: ('uiros a-

gric1torc3 quc», ic usrcm a teCnrlr1gia dispnvcl,

rrcvararn sua incficinci. -t. A pcsqui= le cairo vm

co1ctndo in úmerac exemplos nos qu - is fica clir a

aus3ncia dc cstudos quL. oicm -' utiliz ~ÇÃO CIS 1nc

VaÇOc rccomcndrlas pe12.r rr›rios scrviç)..

tenzo rural c aSsistriCiD tcnica. Muitos aricui-

torcs cio Vale da Ribcir, por excriplo, dccJcrarai

no usar sernrntcs selccíonadzs d.a Casa ç,a >Ortrul vu ra (Sccrctaria a Agricuftura) dovido à ir:ist.n-

cia cc 'pr'vas convinccntrs" dc uma intcraço ado-

quada entra as scmonts, solo, fortílizant os o -

clima cia rcgiao. Com hasa nessas obrvaçoc, suas

c2xjDoctativa5 so pouco favorvuis ao USO dCSS(S in-

sumos mcdcrnos corno nojo c1• nc1horer sua situaço

CC)flLDr1i CC1.

(c) No-Lincaridadc dc Tscolha

J cco1ha entra a1tc:rntivas com rcsultadns incer-

tos ncn sompre é lincar cern relaçn ar va).or objti

vo o bom (Siogel, 1964). Suponharnos quc um proriu-

tor defina COrnC meta anual a criaço de 2 perQos.

SupOnhamos ainda que dc onfrentc duas ltornativas

de ação. Em urna primeira altornativa teria 70% dc

probabilidade dc criar 7 pnrcns - digamos, usando

um novo tipn dc riço - e 30% Ao morrorc:m todas. Na

cguncla alternativa, cio tc-r, 100% de probabilidade

(1) Ao contrrio, is cstaç experirncnl:ais continuam rcalizan- do testes lo eficjija L'cnici cm oscal a ! -lcmasiadern.nte nc qucni c conc1iç5es rclativamcntc distantes ias rnis.

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13.

dc criar n porcos. Tendo em vista o fato dc ter as

t1eci - o 3 como wti, e individuo tenCerÁ a cptr

pela setunda ltrnativa, mesmo que isso siqniuiquc

a renúncia .quela que pode objetivamente propiciar

melhoras rasultaos. Weste caso, a diferença em uti

lidade entre 7 e 3 percos torna-se menor, para o in

dividuo, do que a diferença entre 3 e 2aro.

Em outras p-11avr -L, ricssas coniçcs c iflccrtez

o agricultor de suhsist6ncia parcce seguir o ir1c:l'

de Nald o tendo a oscol)er com froqunci. -i a altcrni

tiva que roprosenta o mrnor prjuo - ciSO fruccs-

se. 2 nesse santio que ele é cniçierado um Tmxi-

minimizedor". Como viios, r ximinimiz - dor é o in-

clividuo que parto de um total pcszimisnin o que asp

citica uma astrategia que asseguro o nvol rnaxiro.o

dc sugurança. O hOrizonte de tampo desse tipo hua-

no E, im qoral, bastante curto. No caso do agricul-

tor de subsistncia, mesmo quando ele conhece as

vantagens dc novas variedades, nio pode violar os

limites ria subsistôncli. Portanto, nessa condição

de jogo contra a natureza, segurança passa a tcr

primazia sobre produtividade. Suas escolhas podem

seguir um padro no linear, nois elo tenta maxirni-

zar segurança antes do lucro.

(d) Combineao doEstrtqias

Dicntu de tr's ou mais situaç6es de escolha que en-

volvam incerteza, o iridivuo sempre tendc a deson-

volver um esforço de combinar estratgias visando a

diminuição cia incerteza (Siegel e Goldstoin, 1959).

combinaçn de estratégias, por sua vez, dponde

do. poder de controlar situaç6es A indivc]uo.

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14.

O uso dc strvtógi= mist3s é comum entro os igrí-

ciltorc3 Ai 3u1: itnci€i; o sou objtivo o atcnur

inccrtczs OU, como diz flyrcn, dosenvolvcr farmis

dc scquro (Myrrn, 196). Frequentemente, os igricui

tor subsistâacin tndom a diversificar sua pro

duç.o agricola e nrocurarn manter urna roçn com produ

ts 1)as1C.)s pF1r'1 a aiinc?ntaço de sua família. Ttlm

disso, tondcrn a adotar sistemas dc. prcduço que por

mitcn Iii:lTIr'r AlcecçÃo dc seus parcos recursos dc

mao-do-obra cm geral restritos à sui ri força

dc trabalho o cio sua fimílit), recorrendo ao con-'-

sorciimento. EsVv mesmo processo pc•rmit-1hcs con-

tornar problemas 'lo escassez do terra e rn qualida-

de do solo. No Sorto do Ccar, por cm1o, a pra-

tica existente rio deixar crescer vcgctaço natural

dentro da cuÏtura -lo algodo dpois do primeiro a-

no, visaria a i'r'teço do solo (Sandars e cois.,

197). Dentro outras formas do "seguro" adotadas pe

los agricultores 'ie suhsistncia, destacn'-se o tra

halho ox.tOrrv r as migrações, o contato com a fam il-

lia extensa, o envio dc filhos para oniproqos urba-

nos, a cesso rio direito de øroprieclado sobre a ter

ra, etc. Dc uma maneira geral, todas essas estrat-

cjias mantem a produçao aqrícola cm um nível bastn-

te insatisfatrio e limitam suas possibilidades de

ccmetir no mercado. Por outro lado, tais mecanis-

mos asseguram um mínimo para a sobrevivência física

do agricultor, poiS se baseiam no sistcrna de baixa

rndia e pequena varincia.

Estas tnncias Jevarari os teóricos da difusão a

considerar rs pcquonos agricultores dos países po-

bres como indivíluos n.e orientados para o rico,

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15.

resistentes à mudança, predcminanter.cnte passivos,

dogmáticos, fatalistas e rotiniro (Roqcrs, 170;

Leagn:s, 1971). A seu turno, os agricultores comer-

ciais, que desfrutam de rnniores recursos, consisten

temente e>d.beni resultados mais elevados nas escalas

de propcnsao ao risco constrtLdas pelos diusionis-

tas (Pogers, 192). csses estudos, a varive1 ris-

co figura como um traço,de personalidade do indiv-

duo urna caractertica s8cio-psicol5gica que o le-

va a adotar inovnc5s. Reetindo, neste projeto, o

risco e a incerteza so encarados corno cornr)onentes

da situação enfrentada pio produtor rural 7 tendo,

portantõ, um carter sistmico. esta postura fjlja-

se Vs premissas enunciadas por Myrcn (1964) e

Cancian (1967), para quem as teorias dE- risco so

mais importantes do que as teorias de difusão de i-

novaçaos para o estudo dos primeiros estgios do

processo de adoço de novas praticas agrco1as. Es-

tudando a associaço entre riqueza e propensão ao

risco, Cancian aponta as diferenças er -aciais que

prevalecem nas condç6es vividas pcloz' agricultores

de alto e baixo status, em que os ultimos so monos

seguros, t&ni menor disponibilidade de informaç5es

gue lhes possibilitem o controle destes riscos ( e

estc permanenternente ameaçados de extinço oconrni

ca. Com as praticas tradicionais, entretanto,scntcm

mais segurança nas suas atividades pois « conhcem

seus prGprios lirnítcs. Quando consideram novas pr

ticas, porém, a incerteza se eleva, especialmente

do ponto de vista perceptivo.

Neste sentido, este projeto prop6e-se a estabelocer

urna certa invorso no tipo de ordcnaço causal sugo

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16.

rída polos tcricos 1a difu3o. Aín4a que se admit.a

que os grandes agricultores tenham nvois de aspira

ço mai.s elevados e maior proponso. ao risco, estas

caractcr.sticas no scr3o vistas como tondõncias i-

natas, porm antes corno fruto de melhores condiç3cs

ocon6rnicas : culturais e sociais para arcar cem os

riscos. Seus custos so relativamente mais baixos,

na medida em que desfrutam de mJ.hor acessi à infor

mação e a =u inferiaçao adequada As suas nocessi-

dados Csj)ocfiCas. Por outro Lido os riscos reais

coflStitiiChi uma rnenbr proporço de seus riscos t tais, na mdida cm que os grandes agricultores con-

tam com maíors facilidades do crédito e dc comer-

cia1izaço, al&r de frequentemente, com outras fon-

ts de renda (externas a agricultura) que lhes per-

mitem compensar eventuais rovesos na atividade agrí

cola.

(o) 9 Uso GrURO

As decises sob condiç6os dc incerteza so facilita

das na medida em que o individuo podo dividir a res

ponsabilidade com outros, ou pode contar com seus

pares em aituacs do emernci.a. Em geral, as dccl

soes tendCT1 a ser mair arrojadas quando o joqe

praticado em gruno (Com e Nallach, 1965). A atenua-

ço do incerteza cm situacos de gruno é determina-

da pela c1lucao da rcsponsabildadc o odes fenomo

nos de persuasão (r)jori. Bror e riiler, 1970) Os

estudos sobre os pequenos aqricultores dos países pobres COstUTflam rctratâ -- los como indivíduos bastan-

te limitados em suas relaç6es sociais e pouco pro-

pensos a participar dc àssociaçcs. Do fato, as as-

ociaç6cs rurais oxistontos no Bras1, atualmente

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17.

em nGmcro hastantc reduzido, cstio mais voltadas pa

ra interesses e neccscididos dos grandes a'iriculto -

res do que para os dos agricultores dc subsistn-

cia. Dc qua1qcr forma, este estudo fará um esforço

para detectar diferenças entre decisões individuais

e grupais, ainda que em nüznero limitado.

3, MEDIDAS DA INCnrTEzA NO POCESSO DECISÔYUO

As medidas de risco o incerteza podem ser classificadas cm

dois grupos: medidas diretas e medidas indiretas. As primci

ras utilizam indicadoras cxistCntcs na própria realidade em

que o individuo cst5 jogando. No caso da agricultura de sub

sistncia, para medir o papal do risco o da incerteza no pro

cesso decisório, o pasquisador procura estimar a distribui-

ço de probabilidacie das co].hcias parc cada urna, das tócni-

cas de produçao consichradas (nor, 1971; Rouinassct, 1973).

As medidas indiretas so mais frequentemente usa1as na psico

logia social e se baseiam em indicadores das reações do mdi

víduo quando submetido a condições experimmtais em que as

varivois risco e incerteza são artificialmente manipuladas.

Os dois tipos do medida so compiemanteres. Podemos dizer

que as medidas indiretas so mais indicativas do propanso

ao risco, enquanto que as d.retas aso mais indicativas do

comportamento efetivo em re1aço a risco o incerteza. Os a-

rgrafos que seguem apresentam breve sumrio dos dois tipos.

3.1. Medidas Diretas

Para se construir uma medida do comportamento efetivo

søb condições do risco o incerteza, so nocess.ri.os os

seguintes tipos de informações:

(a) informaço sobre o ambiente onde se processa o jo-

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18.

go, tais como diponibi1idado de rocrsos, dc insu-

mos, inform.ç65 etc.;

(h) informaçacs sobre os esta3os da natureza, ou seja,

sobre as vari5eis Lncontroláveis, tais como regis-

tro das condições meteoro1cïicas, etc.;

c) informnçcs sob:e as estratgias do jogador, ou se-

ja, sobre as =íSvei3 conrolveis p1c agricul-

tor, tais cor.io conhcincntos d prtica5 agrícolas

e de seus resultados sob dferctes condiçes, ti-

pos de cultivo, densidade de plantio, consorciamen-

to, atc .

Em qeral, os estudos rn-o uLilizam medidas diretas se

seiain em experirnento.s agronomicos onde sao anotados os

diferentes re i.t;dos rias diversas condiçes. Frequente

mente, tais estudes Jirnitar o tipo de cstratgia segui-

do pelo agricultor. Por exemplo, Foumaset (193) anali

sa o uo de variedade nova e fertilizante como funco

dS Condiç3es de risco o incerteza entro os plantadores

de arroz das Filipinas; Flor (1971) examina o nível de

adubação e densidade de plantas como função de risco e

incerteza entre os produtores de milho no fl&ico. Mais

ainda, tais pesquisas limitam-se a estudar um aspecto

narticuiar da aço de iduhar, corno por exemplo, a quan-

tidade 1e nitrognioe f5sforo usada por hectare.

Para cada aço do jogador, anotam-se os resultados cor-

respondontes, obtendo-se assim uma matriz de estrat&-

qias e ganhos. Na verdade, para cada estrotgia estima-

se uma funçao de produçeo, obtendo-se assrm os valores

esperados para cada 2atado da natureza. Pste proccdimen

to apresenta dois ineonvan.icntos bsicos. Em primeiro

lugar, tende a um artificialismo, na medida em que as

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19.

estratEgias so rcduzi»as a ac5os muito simplificadas,

longo da realidade do agricultor, o qual torna sempre um

conjunto óc docis6es. Em segundo lugar, tais estudos se

baseiam em experimentas altirnene controlados e dc pou-

ca qcneralic3adc para as conc1iç6es reais.

Rournasset procura diminuir tais inconvenier.tcs, reosti-

mando as funçcs c?c produção das estaç6cs experimentais

na ausnc:ia o na presença .de fnmenos hostis da nature

za (estados da natu:oa), tais corno secas, enchentes,

postes, etc. A sua metodologia se p.uostra batanta inte-

ressanto, pois permito introduzir nas equaçes do re-

grcss6es evontos ocorridos na realidade. isso tOm duas

importantes irnlica.çoes pratces (a) permite inc1cer

ao agente dc extcnsno os Limites dentro dos quais a no-

va variedade aproonta, por exemplo, eficiancia t5cnica

e econ&rriica; (b) permito encaminhar ao pesquisador da

estação experimental sugest3es relativas à necossidad

dc se aumentar a rcsist3ncia da semente, modificar sua

estrutura hio16ic&, etc.

3.2. fledidas Indiretas

Istas medidas visam a analisar o comportamento do agri-

cultor quando submetido a condiç3es de maior ou menor

risco a incerteza. Servem especia1mnte para tostar hi-

ptasos destinadas a scrarar efcitos estruturais de e-

feitos de personalidade. Corno vimos, este artigo postu-

la que a ação de não-adoção do agricultor de subistn-

cia representa muito mais uma Uccorrancia da incerteza

perchida do que de traços de personalidade. Medidas pa

ra detectar essa diferença são hasadas cm situaçcs ex

perimentais, ou seja- experirnantos para medir reaç6es a

risco e incerteza.

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20.

O refrrido exprinionto é uma situnço de jogo Pm que a

varivel risco ou incertçza cê manipu1ad, anotando-se

as rcaç5es do jogador. No caso desta pesquisa, os agri-

cultores foram submetidos a trs situaçacs de jogo, su-

mariaricnte dcicritas a seguir

(a) Situa'o de Faio Jdsco:

Neste jogo, o agricultor é ConVidado a empilhar 9

poças rIu rnad'ira V, modo a construir urna torre, a

mais a).ta possve1. Cada peça empilhada implica cm

urna compensaço rnonotria para o jogador: as três

primeiras valem Cr$ 0,10 cada urna, as duas seguin-

tes Cr$ 0,20, as outras vaiem Cr$ 0,30 e finalmente

a última vale Cr 0,tO; caso o jogador pretenda con

tinuar, ele podcz3 ucr mais 3 peças, valendo as

duas primcias Cr$ 0,50 o a ultima Cri 1,00. Portnri

to, o jogador bem sucedido e 'tatrovido" podor ga-

ihar Cr$ 4,00. Esse valor é o equivalente i ronda

dc dois dias dc trabalho ro Ccari, cie moio dia de

trabalho em Minas Corais o aproximadamente de 1/3

de dia em So Paulo.

Nesta situaço o jogador podo desistir em qualquer

ponto. Se, du um lado olc tem o incentivo para pros

seguir, dc outro, é anunciado que em caso de queda

rcccborã apenas urna parto do que jE ganhou. A iitua

ço, portanto, é si.multaneamcnte gratificante e pe

nalizante, embora o risco seja relativamente biixo,

pois elo nada tom a perder do seu pr6prio dinheiro.

(1) AJ.r-i das trs sit"% :qui descritas, os informantes fo- ram submctidos a um outro jogo, tipo quebra-cabeça, com o mesmo objetivo e em forma de participaço arupal.

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21.

(b) SitunÇÃO de Risco fldio:

Nesta jogo cada neça tm um valor maior, mas em ca-

so dc queda, o joqidor perde tudo o que ganhou. As

primeiras peças valem Cr$ 0,20 € as Gitjmas Cr$

1,50, do modo que, um joqaor bem sucedido que erripi

lhe 12 peÇas gaflha Cr ,50. Aqui também podo parar

cm qualquer ponto, em consequ&ncia da avaiiaço cu

to/bcnef3cio das novas jogadas.

(o) Situaço dc Risco Alto

Neste caso, as peças valem bem mais (de Cr$ 0,30 a

Cr$ 3,00 cada um). Em cada etapa, o jogador é inter

rompido e o aplicador anuncia quanto ganhou, quanto

poderá ganhar na etapa seguinte o quanto poderá por

der. No caso de queda, as perdas sio aubstancialmon

te superiores, pois implicam na rcstituiço do di-

nhoiro ganho na situoço 3 e de mais parte do qu

foi ganho nas situaç6os anteriores. Assim, o joga-

dor enfrenta uma situnço de altas gratificao6es e

altos riscos.

Para cada situaço o aplicador anota as aç6es do joga-

dor em urna folha-protocolo. Em especial, o aplicador fi

ca atento aos seguintes eventos: interrupção, queda, ni

moro dc peças empilhadas, quantia recebida, prontiçio,

segurança, desconfianca, viabilidade, otimismo, solici-

taç5o dc ajuda, sugst5es u informaçaes. Nas três situe

çes, "arriscar-s&' é funço ri: (a) utilidade da nova

otWa; (h) probabilidade subjetiva do sucesso na nova e

tapa; (c) sucesso/fracasso anterior; e (d) penalidade

antecipada em caso dc fracasso. Exemplificando, a ma-

triz de jogos da situaç5o 3, cm que existem apenas dois

ostados da natureza (a peça é empilhada com sucesso ou

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22.

cai a torro) com consoqu&ncias proqrossivmiiont gratifi

Cantos o ponalizaritos. Por outro lado, o jogaor tem 12

cstratgi.is do aco, podcndo-so utilizar du todas OU dc

apanas uma parta Relas. O jogo riSO permitc entratêgian

mistas; cntretanto, o jogidor podo comhinr estr5t&gics

nas 3 situaç&s dc jogo, isto 2, rriscnndo-sc mais nas

condiç6cs do maior certeza, e monos nas condiç&s de in

segurançrl aCLfltU1(ia.

N9 dc t i t 2 peças

J.

2

3

4

5

6

7

9

10

11

12

Em tcrmos analíticos, o inpoi.tante é comparar as deci

s6es nos trs tipos de situiias. Sc a hipôtoso dc ra-

cionalidado o flexibilidade comportamnta1 o valida, a

comparaçao deve mostrar umi roleçao dccrosccnto nas a-

ç6os do arriscar-se. Isso scria uma evidncia dc que o

jogador & sc±nsivci 5s variaç&cs do risco o incerteza o

reage a elas na direço esporada. A1rn disso, cada ação

implica na obtenço de gratificaçes/pena1idades e num

s i s 2 s 3 s 4 s 5 s 6 s 7

.-, 9 s i0

s i' s i2

0,30 0,30

o,o o,co 1,00 1,00

1,50 1,50

2,30 2,50

3,30 A ,30

4,0 6,30

6,60 7,30

8,60 8,60

11,00 10,00

13,50 12,00

16,50 14,00

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23.

incremento das informaç6es sobre os ovontos futuros

(Simon, 1959).

4. UIPÓTESES DE TRAP7IT0

As id5.ias acima cnurtciidas scro utilizadas como oriontaç5es

para o estudo emnrico dc Lr6s regi6es onde vigora a agricul

tura de subsistcncia no brasil: Vale da Ribeira em So Pau-

lo, Zona da iatn am Hinas Gerais e Serto do Coara. As hipó-

teses apresentadas a seguir sero testadas em cada uma des-

tas árcas e configuram um sistema de proposiçcs teóricas:

11= O comportamento de n90 adoço de novas t5cnicas ragrco-

las 5 funçQ da pequena uti).irinde subjetiva destas t.c-

nicas para o agricultor do subsistnci.

1- 1 2 A pequena utili da subjetivn das novas t5cnicas decor-

re basicamcta de sua inadcqunço is condiç6es do agri-

cultor e, consequentemente, da incerteza por ele perce-

bida .rn Nce dc f:ai5 tcnicas.

H 3 A percepço cio incerteza, por sua vez, ó funço de cus-

tos de adoço militO elevados quando o agricultor os com

para com os rOtornos esperados;

E1 4 = A porccpço de riscos e incertezas tende a estar inver-

sarnento relacionada com o status sócio-econômico do a-

gricultor.

H5 = Quanto maior a incerteza percebida, maior a teiidncia

para combinar ostratôgias (sistemas dc produçEo), com

baixa produtividade em cada urna delas.

116 = O comportamento orientado para o risco e incerteza

meis funçEo dc conciiç6os situacionais que de traços do

personalidade. Portanto, moderademente treinado, o agri

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24.

culto: responda pos.ttivar:erte a urna entidade, na medida

em que as probai1iddes objetivas e subjetivas de su-

cesso aurn2ntern e, paralelamonte, diminua a incerteza.

11 7 = A correlaç3o entre as probabilidades de sucesso objoti-

vás aumenta em fuyo de um maior estoque de informa-

çaes sobre urna determinada cnica.

11 - A infcrmaço opera corno mecanismo aterivador de risco e

incerteza na medida em que-as técnicas so percebidas

como melhoradoras das coridiçaes sôcio-econômicas do a-

gricultor. -

H9 = O risco e a Inc rl:eza podem ser tornados corno variveis

intervenientes nos modelos de difusão, ou seja, c-etori

ribus, o poder cxdicativo de idade ; inLeligncia, ta

manho da família, nivel de aspiração.- empatia ; valores,

cxposiço a veicules de comunicaço de massa e contato

com agentes de extensão, tendera a se reduzir na expli-

caço da varincin de adoção, quando a varivel incerte

za é controlada.

H 10= Em urna situação do grupo, ocorre uma c1iminuiço da in-

certeza na ac3oc o do inovaç6es, em virtude de um proce

so de difusão de responsabilidade.

5. POPiL1Ç1O E A-?OSTRA.

As hiptescs sero tostadas com grupos de peciucnos roprict

rios, arrenda trjos, narceiros e trabalhadores assalariados,

em ragi6es caracterizadas pela presença dc •.ima agricultura

de subsistnci.a, onde os responsvcis pela terra enfrentam

dificuldades extremas para competir em igualdade de condi-

çcs no mercado de produtos agrícolas. Tradicionalmonto mar -

cada pela existência do complexo J.atifcindio-rninifündio, a a-

gricultura brasileira vum sofrendo nos últimos anos uni pro-

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25.

cesso persistente de fragmotaço da propriedade agr3cola,

cm virtude da fenmonos dc invas3o, parc:ciarnonto cm funço

do herança, desagregaç5o dc grandas famflias e, com menor .i

pacto, algumas tentativas dercforrna agr5ria. Embora o lati-

fndio ainda responda pala maior parte das Arcas cultivadas

o de pastagns, a maior participaço na populaço residente

na zona rural cabo aos grupos acima mencionados. Estes peque

nos produtores cncontram dificuldades para se dedicar a uma

agricultura comercial, destinada A cxportece ou ao consumo

interno o, nossa medida, Sua produço passa a ter predorninan

tcmonte um valor de uso.

A amostra deste estudo foi selecionada eia estados que se co-

locam em etapas distintasdo ponto do vista de crescimento a

conmico, quais sejam, Ccart, rinas Gerais o So Paulo Mais

especificamerito, foram pesquisadas as seguintes rcas

5.1. Scrtcio do Ccar

Grande parte da popuiaço rural desta regio apresenta

uma renda extremamente baixa, sondo que os trabalhado-

res costumam receber Cr$ 2,00 por dia do trahaJ.ho. As

condiçacs climticas e ecológicas parecem criar uma si-

tuaço de extremo risco a incerteza. Mais ainda, a tec-

nologia adequada deve enfrentar socas prolongadas, m3

qualidade do solo o carência dc recursos humanos, alrn

de escassez de canais institucionaliados para ser leva

da aos produtores. O mercado de trabalho nas Áreas mais

pr6ximas & bastante limitado cm terrLos de oportunidades

de emprego, o os processos &c migraço se fazem, via de

regra, para locais mais distantes, por etapas.

5.2. zona da ilatn de Minas Gerais

Constitui urna zona tipicarnente de transiço. As peque-

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26.

nas propriedades ainda pedominam o o ÍS terra de parce-

ria e arrendamento 6 cornumente utilizado. O nível de

renda 6 subtancialment• inferior ao que urevalece em

outrar; regiões o eztdo, onde predominam mdias e qrar

dos proDriedades, com um grau mais elevado dc moderniza

ço. Localiza-se na arc.a urna das melhores ecõlns agrí-

las do Pais, a de Viçosa, com um cstcque de conhecimen-

to tôcnico rn:o6va1. A16m disso, a melhor cstaço o<pc-

rineatal est situada neste local o o cr6dito 6 relati-

vnmntc disponível. N36 obstante estas condiç5cs favor6

vois, trata-se da regio mais pobre do estado. O que im

pede os agricultoes dc tirar proveito das oportunida-

dos?

5.3. Vale da iboira em o Paulo

Frqucntemcnte caracterizada corno urna "manc]m dc mis6-

ria" no mais rico estado da Federeço, a grande maioria

dos pequenos ajricultores desta 6roa vivo uma situação

de insufic13ncia econômica, scndo tarnb6m reduzida a d1

ria paga aos trabalhadores (Cr$ 10,00). A disparidade

em termos de produço agicola e produtividade entre a

região e o resto do estc10 de 3o Paulo ô atualmente o-

norma, embora o Vale j5 tenha passado por períodos de

florescimento econômico nt5 o fim do sôculo XIX. É inte

ressante constatarque, a despeito da presença de mui-

tas oportunidades nas rogi3cs vizinhas, os pcquerios a-

gricultores do Vale vivem cm condições de senii-iso1mcn

to. O sistema do transporte e comunicação 6 mais avança

do que o das duas outras reas, sobretudo a partir da

construço da BP-1l, que liga a cidade dc So Paulo a

Curitiba. O conhccimonto teenolôgico parece estar dispo

nível na estnço experimental local, no melhor institu-

to de pesquisa agrícola do Brasil (O Instituto igron5ei

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27.

co de Campinas) e nã maior faculdade do Agronornia (Esco

la Superior de Agronomia da Univcrsidad•. - do So Paulo,

em Piracicab). N6a obstante ; os peqocnos agricultores

no vm asimilarido a contento as inovaços tecno16gi-

cas sugoridas por estas instituiç6es1 Por que?

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ALTE1NATIVAS_N7TODOLóGIcA_P?\RA O TSTUDO DA AGRICULTWA DE

Stfl3SISTNC1J\ J I'OBREZ1Ï RUrAL NO BRTSIL*

(corcje F. Patrick

Departamento dc Economia Agrco1a

Universidade do Purdue

1. INTPODUÇ7O

O tema proposto para o presente artigo & a discussão da inato

dologia dc estudo da agricultura dc subsist&ncia. Entretan-

to, ao inv&s de começar sugerindo procedimentos dc pesquisa

a serem empregados, preferimos trilhar um caminho um pouco

mais sinuoso. Na primeira seção, apresentamos as razões qu

justificam a preocupação com os grupos de baixa renda na a -

gricultura, .c suas implicaç6es em termos da temática do arti

go. Em segundo lugar, faz - se uma revisão de alguns estudos

anteriores, no quediz respeito a seus objetivos gerais e li

mitaç6es. A terceira seção procura especificar linhas mes-

tras e a estrutura de um modelo conceitual que possibilita-

ria a este estudo contribuir mais significativainente para a comprecnso da pobreza rural, e das provid&ncias que podam

ser tornadas para niinorã-la. A seção final busca operacionali

zar o modelo conceitual, sugerindo tr&s etapas de analise:

(1) urna Crã1ise descritiva da situação vigente, (2) o teste

dc hip6tases opccíficas e a contrução de um modelo e (3)

(*) lo:t.igo elaborado p;ira o seminrio da pesquisa sobre "Alter-nativas de J)esenvolviment- o dos Grupos dc Daixa Renda na A-qricultura 13r ilcra, FSALQ-USP, Piracicnha São Paulo, 18 a 22 de fevereiro de 1974. O projeto de pesquisa e o se-minirio em questo forem parcialmento financiados pela ENDRAPA - Empresa L3rasilcira de Pesquisa Aqro-Pecuria.

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34-

a avaliação dos efeitos de programas alternativas destinados

a melhorar as condições de vida dos grupos do baixa renda na

agricultura. Esta seção focaliza Sreas que so consideradas

importantes dentro do contexto mais amplo do estudo propos-

to, e que nao devem ser espocificarnente abordadas nos outros

artigos apresentados neste Seminrio..

2. J PREOCUPACÃO CRESCENTE COM A POBREZA RUML

Embora dcsanvolvidos em um ambiente onde predomina unia agri-

cultura do subsistncia o a pobreza rural, os estudos eii cur

so cm muitos paisos em desnvo1vimnto no costumam focali-

zar a agricultura do subsistncia o a pobreza rural por se

Xrnplicita ou explicitamante, tais estudos -abordam de profe-

r&ncia temas relacionados ao aumento da produço arco1a.

Por outro lado, os ôrgos de desenvolvimento e planejamento

vm atualmente exibindo uma prcocupaço crescente com os gu

pos de baixa renda situadosno meio rural.

Este tipo do prcocupaço no decorre, em primeira instância,

de considerações humanitárias, mas prende-se primordielmente

necessidade de incentivar o processo de desenvolvimento

global. Gradualmente, as politicas dc desenvolvimento com

ônfase em uma industrialização de suhstituiço dc importa-

ções e negligência em relaço ao setor agrcola csto tenden

(1) Agricultura de subsisténcia e pobrca rural so termos embi guos o nzte neccosariamente sinônimos Qua1.juc-r padro que se tente cstabo].ecer sorã arbitrr.io o relctr.ivo, desde que reflita va1ors sociais o econômicos. WJiarton (1969) sine-tizou virios critôios econômicos, sócio-culturais a do de-senvolvimento parn definir a agricultura de subsistncia, mas acabou concluindo qua, independentemente de tais crit-rios, existe a t.cndnci& acentuada dc se enquadrar o mesmo grupo de agricultores sob este rótulo. Os critrios ospeci-ficos enfatizados por um determinado posquisador traduzem, antes do mais nada, seus v±csos ana1ticos.

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35.

do para modelos de crescimento mais equilibrado; =se s:nti

do, as atuais políticas vmsa voltando para os setores po-

brcs. Reconhece-se hejc 'que os grupos rurais dc baixa renda

constituem a maior parcela dentro do setor agrícola e, al.m

disso, um segmento importante da populaao global. Em virtu-

de da expresso numérica - quando no econômica de tais

grupos, é POUCO provvul que o desenvolvi.rncnto econômico po

sa prosseguir cm rítmo acelerado por um período cio tempo

mais prolongado ( sem que eles sejam espccificamcnte considc-

rados. Nos países onde as possibilidades de suhtituiço dc

importações começam a se cxaurir, um descnvolvinicnto índus-

trial persistente só podo ocorrer mediante a ampliaç.o do

mercado dom&stico, ou através do desenvolvimento dc um setor

industrial orientado para a exportaço 1 . O aumento da im-

portncia económica dos grupos de baixa renda no meio rural

pode expandir o mercado domestico, estimulando a continuida-

de do desenvolvimento econômico. A dospoito de um crescirnen-

to em geral rpido da produçõo industrial, o volume do Gmprc

gos no aumentou na proporção esperada. Associada a um pro-

cesso de migraçõo rural-urbana acelerada, isto gerou condi-

ções de desemprego e sub-emprego nas áreas urbanas, que po-

dem criar tensões sociais e políticas, alóm de desviar recur

sos de programas de desenvolvimento para programas dc bem-es

tar.

A nova tecnologia agrícola, tal como a desenvolvida pela Ro-

voluço Verde, vem tendendo a ter um impacto bastante dif e-

renciado sobre os vários grupos que compõem o seLor agríco-

(1) Í s ituação dualista da distrihuiçao dc renda no Brasil vem sendo retratada corno um caso dc 13õlgica úcint.ro da ndia' , ou soja, uma sítuack' ando 20 milhões dc pQcsons usufruem de urna renda per capita de mais da 800 dólares, ao passo que os restantes 80 milhões tôm rendas inferiores a 300 d6-lares.

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V .

la. Em algumas rcqi5cs onde esta t'-cno1og1n foi adot;dci pe-

los grandes agricultores, eia foi responsive1 por incremen-

tos dc produção e dc renda, mas no bcnoficiou da mesma for-

mc os pequenos agricultores, parceiras, arrenditarios e tia-

balhadoros rurais (Falcon, 1970). Isto ocasionou uma piora

nas condi.ç5es do emprego e um aumento dc desigualdade na diz

tribuiço da renda. Finalmente, a opiniio püblica esta cada

voz mais alerta para o f -ito dc que os henefcios do dcsenvo

vimento atingem uma pequena parcela da pcpulaçao o, assim, e

xisto uma presso politica crescente rio sentido de aumentar

a amplitude do alcanco do tais benefícios.

Embora a pcocupaço com a pobreza no se rcstrinja aos paí-

ses em desenvolvimento, hi diferenças bsicas na importância

e nas causas desta pobreza nos países desenvolvidos, de um

lado, e nos países em dcsenvolimonto, do outro. Nos primei-

res, a pohrza ost5 apenas começando a constituir um 6bic

para o sistema total do estado e da economia" ,enquanto mio,

nos países monos desenvolvidos, "a pobreza cm massa comprornc

te todo o sistema" (Parsons, 1969).. Nos países em desenvolvi

mente, "a pobreza envolvo um duplo problema: (1) coloca-se u

ma quosto central de extensão e disponibilidade de oportunl

dades econômicas mas, mais do que isso (2) existe tainhôm um

problema crucial do qualificacão, ou seja, do tornar as opor

tunidados econômicas, uma vez criadas, passíveis de sern u-

sufruídas pela populaço". Em contrasto, em pEdses como os

Estados Unidos, "a pobreza crônica deve ser compreendida apc

nas em termos de hibilidades limitadas, famílias mal consti-

tuídas, condiçães do saúde precirias, carôncin na infncia,

educaço inadequada, discriminaço, e assim por diante"

(Parsons, 1969). Estima-se que monos do 1% dos individuos

que são beneficiados polos programas dc bem-cstar social nos

Estados Unidos seriam realmente capazes da receber treinamon

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37.

to e quaiif.icaçaas profissionais que pudessem tornã-los auto

suficientes (Tho New Yerk Timc.s, 1967) Paralciamente, em

países como o Brasil - .sem considerar a frequncia com que

surgem anúncios solicitando auxilio em jornais como Orstado

do São Paulo e o Jornal do Brasil - o problema crucial a

extensão e a disponibilidade dc oportunidades econômicas.

Esta Fnfasc em op2rtunídadescconômics, e não cm omrcqos,

& particularmonte relevante no que diz respeito aos grupos

de baixa rendo do moio rural. Embora esta seja unia simpi ifi-

cação grosseira, a sol ucin para o problemi de pobreza no

meio urbino ô função de emteqos e treinantonto. Em contras-

te, muitos individuos pobres do setor rural são pequenos pra

dutores (propriotrios ou posseiros) o o solução pira sua po

breza reside, primordiairnonte, na criação do oportunidades

para o emprego meis produtivo dos recursos com que contam,

basicamente sua força de trabalho. A renda dos trabalhadores

rurais depende essencialmente de sia produtividade e, portari

te, é tairib&i parciainiente funço das oportunidades econami-

cas disponíveis para os grandes agricultores.

Por uma s&rie de razões, a pobreza rural não pode ser total-

mente isolada dos problemas da pobreza como um todo o do de-

senvolvimento econômico global. O mercado de mão-de-obra,bom

como os mercados do insunios e produtos, vinculam os setorcs

rural e urbano. A curto prazo, a manutenção do indivíchios

com nívois de renda bastante reduzidos no setor rural pode

envolver custos sociais menores do que uma migração rural-ur

bana em mússã< Entretanto, os custos sociais e privados des-

te mecanismo podcm ser muito mais elevados, a longo prazo, e

a persistônc±,a dc um contingente mais amplo dc indivíduos de

baixa renda no moio rural pode constituir uma barreira mais

sôria para o desenvolvimento futuro. Â medida em que o pro-

cesso de desenvolvimento segue seu curso, a importãncia rela

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38.

tiva (e eventualmento abso1ut) do emprego no setor agrícola

diminui. A mao-de-obra precisa ser transferida para o setor

nogrícola e, com a adoçõo dc novas tecnologias agrícolas,

a magnitude da transferncia necessz.ria tende a aumentar.

Ainda que, do ponto de vsti conceitual, algumas analises

possam exigir a considcraço da pobreza rural isoladmento,

os vínculos oxistentes entre os storcs e o procasso dc de-

senvolvirnento global n3o podem ser i norados W,

Em sínLose, trEs pontos parecem perticu3armente relevantcs

no ustudo dos çrupos de baixa rende na agricu1tura

1. A prcocupaço dos planujodorcs cem a pobreza rural baseia

se um um desejo do estimular o desnvlvimnto econômico

o atenuar a tcnsío social o política, mais do que em con-

siderações hunitrias.

2. Uma boa parte das pesquisas sobre pobreza elaboradas nos

países desenvolvidos tôm pequena rc1evncia no caso dos

piísos em desenvolvimento, em virtude de difcrcnças na na

tureza e na magnitude dos problemas enfrentados.

3. Os estudos sobro pobreza rural no podem negligenciar os

vínculos existentes entre os grupos de baixa renda e 03

demais grupos presentes no setor agrícola, bem como os

vínculos existentes entre este setor o os demais setores

da economia.

(1) Para certos prop6si:os analíticos, um determinado estudieo podo tcr como mota a ccneidoração mais dctnlh. drs vcu-los econômicos que prevalecem dentro de uma dada iroa, ceo por exarplo, a produo extrativa e o artesanato, que so cemumcntc excluídos dc setor agrícola e que podem tcr bas-tante sigrficacia, em termos oconomicos. Da mesma forma, curtas atividades na--aqrcolas desenvolvidas dentro do lar, e que geram renda, podem assumir uma rolevincia especial.

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39.

3. RFVISIO DE ESTUDOS TWTJf.PIORES

Vrios aspctos da agricultura dc bnixa renda foram estuda-

dos por pesquisadorcs dc virias espocialidadcs, dentre os

quais economistas, socilcgos antrop5logos, historiadores a

cientistas políticos. Tais estudos limitaram-se, cm geral,

aos produtores agricolas - mais comumenLe proprictrios - em

bora alguns deles tcnhani incluido certos tipos do arrendatF-

rios o parcoiros Os estudos realizados por ceonomi zas rara

monta focalizam os l:raba1hdores sem terra, que so consido-

rados ccm maior frcquI]cia nas pesquisas efetuadas por espo-

cialistas do outras arcas.

Sem considrár as diferenças disciplinaros, hé quatro tipos

bsicos dc estudos - classificados sogundn seu nível de agre

gaço geogrflca - que utilizam dados coictados através dc

levantamentos e dizem alquiiia coisa a respeito dos grupos de

baixa renda na agricultura 1 . Deve-se notar, de passagerr,

quo tais estudos dificilinento tm como preocupaço central

os grupos de baixa renda. Em um artigo como este, é impossí-

vel rever todos os textos que abordam os diferentes aspectos

dos grupos de baixa renda na agricultura, ou mesmo todos a-

quelos que dizc-m respeito especificamento i s condições brasi

leiras.

Em primeiro lugar, existem estudos de grande amplitude •que

procuram fornecer uma visão geral da agricultura a partir dc

um nmaro limitado dc obscrvaç6es. Exemplos deste tipo so

dados pelos estudos do Buck sobre a China (Buck, 1930) e pe-

(1) Oa estudos que no ui1iam dados empiricos sio aqui exc1.u.dos, no vias metodolôgico, e sim a partir forrnaçio disponível atrav&s rie fo ciente para pormïtir a ei.nboraçao vos, tendo em vista as pretensoes

cbtidos em levantamentos em virtude de qualquer da hipatese dc que a in-

rtes sacundFrias é insufi-de estudos significati-deste projeto.

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40.

lo estudo dc Nicholis-Paiva sobro a agricultura brasileira (Nicholis o Piva.. Tais trabalhos constituem levan

tamentos descritivos baseados em entrevistas com agriculto-

res em regiões consideradas rcroscntativas dentro do pais,

sem que tenha havido qualquer esforço para selecionar amos-

tras em bases cst - tístiças. Em termos do testo dc hipôtesos

especificas, as nnliscs em qucsto so limitadas. Buck asso.

cia vrios conceitos dc renda dom o tamanho da unidade agri-

cole (rcC) a oferta de rno-de-obra e outros fatores. Elo

aborda igualmente o sistcmâ'dn cultivo, a rnanutenço da fer-

tilidocio do solo e os acordos do posso de terra. A an.lise

dc Ncholls-Pai.va tem muitos aspectos cm comum com o estudo

de Buck. Entretanto, cm virtude do menor nmcro cio observa-

çõcs com que os autores contaram, dos tenderam a realizar

comparaçoes entre unidades agrícolas, espccilrnonte atravcs

de analises dttalhedas de cada rcqiao estudada, ao passo que

o estudo dc Buck bsoi-se na comp;raço entre as môdias en-

contradas para cada rogio. Essencialmento, ambos os cstudos

apresentam medidas descritivas estruturais e medidas de pro-

dutividade caracterizando unidades agrícolas isoladas

icholis-Paiva) ou regi3es (Buck), som que se noto uma preo

cupaço mais acentuada com a cxp1icaç0 das diferenças encon

tradas entre tais unidades ou regidos.

Os estudos em qucsto, diferem igualmente cm seu enfoque e cxtenso. O dc NicWlIs-Paivj confere urna bnfzse especial a

processos histôricos de desenvolvimento econômico, no senti-

do da obter uma m1hor ec.mpreonso da regi?io estudada, mas

(1) Para uma síntOso dos principais resultados encontrados nes-tes estudos v. Nicholis e Paiva (195) o Paiva o Nicholis (1965).

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41.

ignora a evoluço histôrica da unidade agrícola cm si rnesa.

Embora isto tarnb&n no soja levado em co icra':o por Buck,

este autor fornece informoç6os a respeito da composiço da

populaçxo e dos famílias que vivem no meio rural, seu nível

de nutriço e padr.o C' L.' vida.

Ambos os estudos so ütis para compor ume visão geral da si

tuaço agrícola, embora a informaço rcfcrc-nte a pequenas

propriec3ados seja bastiflite perifricn. NícholIs e Paiva scl

cionoram 15 fazendas em =da regiio em rndia, com base cm a-

tiviç3cic ogrcoln princiTtl.- nívcl de tccnoloqa o tamanho.

Embora os pequenos agricultoras pobres sejam incluides em

seu estudo, eles cor.stituc-m uma reduzido parcela da -amostra,

o que limita significotivamente as possibilidades de infern

cia. No estudo dc nuck, alguns arrondatirios e parcairos che

garam o ser entrevistados, porôm Nicholis e Paiva confiaram

no conhecimento dos proprietrios para obter inforrnaçcs so-

bre os demais grupos. Nenhum dos estudos em questo analisa

o processo de tornada de decisão dentrg das unidades agríco-

las que foram objeto de p esq uisa W.

Um outro estudo que procura apresentar urna viso geral da si

tUcaÇO nacional, o partir rio informaço coletada em um núme-

ro limitado de regiôos, ô o rcaliodo pelo CIfl1\ (196). O re

latôrio CIDA represento urna das mais extensas fontes dc in-

formaço sobre os grupos de baixa renda na agricultura hrai

leira e 1 sob esta ponto de vista, seu valor ô indiscutível.

Entretanto, o estudo em quosto vem sendo criticado nor uma

(1) Dov-sc notar que os objetivOs bistcos de tiais estudos no eram a coinpreansao ds grupos ria baixa renda ra agricultu-ra. Nesse sentido o, a daRpeito dos comcnt.rios críticos feitos sobre suas 1oficincias do ponto de vista do cntendi monto cio pobreio rural, eles cfctivamontc e icançoroITt suas motos centrais.

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42.

srie dc razóes. Nichlls e Paiva indicam que qunc' todas as

arcas pesquisadas polo CIDi, situem-se ao longo C o litoral

brzisiloiro havendo uni vias no sentido de incluir uniriaies a

gricolas produtoras dc cana-de çcar, onde a estrutura aqr

ria mais tradicional. Os autores tnmb5rn arqurnentari que 's

rias considaraç5cs econõnicas sn ncqligonciad.as cm funço

de um muro de larnantaccs" bastante alto e nrio muito cons- -

trutivo" (1jho1ls o Paiva, INC, cap. II) O relatório CIDTk

parece unilateral, cm parte em docorrncia do viós '5c locali

zaço gtogrfi.ca das Ãreãs pesquisadas, nas sobretudo, por

atribuir todos os prabicxn..as re1:ratn3os ao latifundismo

Entrtanto, o rclat•rio CID?, documenta muitos dos problemas

cfetivamcnte existentes nas ír= rurais. Tal come os estu

dos anteriormente mencionados, ele ó do caráter basicamente

descritivo e pouco faz no scntido de testar hipóteses especí

ficas.

Estudos incluídos dentro da segunda categoria abrangem urna

arca gaogrfica limitada, em geral equivalente ao rnunic3210.

Tipicarnante, cics recorrem a urna amostra estntisticamnte a-

dequada da populaco local, a fim de possibilitar inferôn-

(1) \ pasiçio do CIDA (comité Interamericano nara o Desenvolvi-niento gricola) po9c srr sintetizada etravas da citaçao cx-traída da ptgina 560 Je seu ralatório

"Sc o material apresentado nos capítulos anteriores fornece unia irnagcii fiai das condições vigentes no Pr-asil parece i-nevitvcl concluir que a estruturi de posso do torra que prevalece no p31z ó um fator crucial que afeta o desenvolvi monto e o projrs a aqriculura brasilcira. 'iecmo que no exista urna rolaein otri talcntc causal, a estrutura do posse da terra esta tao i.ntiriuimc'ntc associada aos baxos n veis de proc1uço, rchreza a A forno, que pouca c1ívida pode pairar em relaçio a procedncia do argumento apresentado".

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43.

cias válidas. Ulua boa parte 'la pesquisa reen6pica o sociolá-

gica baseada em levantamentos enquadra-se nesti categoria.

Embora muitos trabalhos seam parciairnento descritivos, eles

costumam formular hi;ôtcsos ospccrficas e colet:ar dados que

permitem testar tais hip6toses. ? despeitõ do serem rolativn

mente comuns, poucos sio os estudos deste tipo que abordam

spccificcmonto a ecenomio dos grupos do baixa renda na aqri

cultura brasi1cira *

Estudos de caso intensivos incluem-se na terceira categoria,

sendo que os desenvolvidos por Edwrs (1961) o P111. (1970)

constituem iniportanb2s exemplos (2) o contrrio do muitos

estudos, eles onfatizam o raciocinio indutivo e tentam mos-

trar "a ordem oculta sob o caos aparento' (utherburg, 1962).

limbos os trabalhos rncncicnados enfatizam mais os produtores

do que o nroccsso do iro -Tuco em si, focalizando especialmen

te suas caractcristicas comportamentais e processo do dcci-

são. Os centros de interesse de Edwarels e hill qiram em tr

no do ternas tais corno os problemas enfrentados pelos produto

res e a maneira dc solucioná-los, as atitudes destes jndiví-

duos face A riqueza, as diretrizes que norteiam suas deci

sEs de investimento, a maneira pela qual administram niáo-dc

obra e suas práticas produtivas. Hill, cm particular, preocu

pa-sa com a maneira pela qual o individuo obtrn seu capital

inicial, como ele compra terra, seu sistema '-lo contrataço

(1) Para urna sáric de ost'udon sobra agricultura &o subsistáncia cm outras rogiocs dc) muno, v. os "estudos de caso" em Wharton (1969) e os ertioos apre3entv1os no on tmpirical Sturlies c'f Fmall-Ferm Aqricultu= in flevelopinq Nat.ion.

(2) O texto d Hill sintetiza muitos dos estudos rc•aiizac!os an-teriormente por este autor, que são relatados em detalhes cm outras publicaçes.

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44.

do mio-do-ohra, potencial dc (mprestirno e os efeitos do nor ,

mas sobre heranças em termos da conecntrac3o ou disper.so de

capitaL Entretanto, o autor d<i pouca atcnço nn1ise eco-

n&niica tradicional sobre custos, retornos o produtividade.

Ao contrario de CL-TUnS ds estudos discutidos na catoqoria a

nalísada a seguir, os de Uill no envolvem uma convivncia

muito prolongada com os entrevistados - a infcrmação baseia--

se na obzervaço dos inivdus O am entrevistas no estrutu

radas. Entretanto, os ostudos em quosto envolvem amostrs

dc trnan1io recuzido e caLcqnrias i.Tnperfaitarncnte definidas

JÁ o cstudo de Edwards revela urna oricntaço ecortõn.ica riais

tradicional, eni grand arte das an1ises emPreendidas. Como

este texto constituiu um modelo parcial para a claboraço do

nosso prprio estudo, ole será discutido em maiores detalhes

na próxima seço.

A quarta categoria inclui estudos realizados em nível de Pe-

quenos poveados rurais, ou mesmo áreas gooqrficas mais redu

zidas Os cham-:idos "viliago studis" so mais comuns na ín-

din, sendo que muitos foram desenvolvidos de acordo com pa-

drões uniformes. Em geral, eles apresentam dados sobre a po-

pulaç5o do urna aldeia rural em seu conjunto, bem corno dcsa-

gregada em vrios grupos de rcOrdO com ocupaçto, renda,tc.,

alõrr dc informações sobre a aldeia corno um todo. Entretanto,

tais estudos no chegam a analisar a informação apresentada

em maior profundidade. Revendo as pesquisas doste tipo, Lip-

tori e toore (1972) côncluiram que. -las J)odem desempenhar um

papel exttemamonte importante cm paises corno a índia, onde a

populaçio rural esta estruturada em pequenas aldeias ou comu

nidads, e qu1quor programa dc mudança deve ser empreendido

dentro de ta]. estrutura. Por outro lado, os autores opõem

restrições a muitos dos estudos realizados, argumentando que

elos deixaram de lado questões relevantes o que, al&n disso,

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45.

a falta do confiebilidade nos dados frequentemente imede

que se faca uso dos mesmos no sentido de tcstar hip5teses

que extrapolam o contexto da aldeia estudada.

TambTn os antropôlogos focalizaram os grupos do baixa renda

na agricultura. Embora sou nccieo central do interesse giro

em torno de hbitos, costumes e outros fatores 'nc) econ&i-

COS', alguns dos trabalhos empreendidos por tais cspecin1is-

tas chagam a ter uma oricntaço cconmica. C estudo do John-

son sobre as rlaçcs econmicas intorpassr)riis cntro indivi-

duos que trabalhavam o moravam em urna .fazonrla do sorto bom

como seus vínculos com o ambiente fisico um exemplo tpi-

co dcsta última modalidade do trabalho (Johnson, 1971). Duas

preocupaçoos bsicas destacam-se no texto - a primeira dc-

1s, a mensuraç3o d2 insumo o produto o, e segunda, 1 COU

preens5o da busca dc segurança por parta de trabalhador. A

analise dc Johnsn sobre o uso d& tçrra, padro rio cultivo e

emprego cio rno-de-obra indica que os parcciros so altamente

racionais em suas decis5es o que, o que 5 primoira vista io-

daria ser rotulado d "consorvadorismo do campons", na rea-

lidada significa averso ao risco. Tiesmo em suas relações so

cinis, os parceiros buscam segurança quando aceitam relações

que no lhes permitem obter os benefícios plenos de seu tra-

balho, mas que, por outro lado, conferem-lhes possibilidades

de assistência em situações de adversidade. Este tipo de re-

laço õ bsico entro trabalhadores e outros individuos da

mesma classe s6cio-cconômica, bem como entre aqueles que se

situam em um nível um pouco "melhor", tais como comercirios

e proprict5rios.

No sentido de obter os dados necossrios a seu estudo, John-

son morou na fazenda duranto quase um ano.. A1rn de observar

os comportamentos e pr5ticas adotados pelos camponeses, ele

questionou-os sobre suas atitudas e sobro sua percepço de

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46.

c6es individuais. Embora o estudo no considere cxplicitamen

te o ambiente social o econômico mais amplo dentro do qual

os residentes da fazenda operam, aliums destas interaçes

com o contexto mais amplo se refletem nas reiacões de troca

interpessoais analisadas. Pede-se levantar uma sria restri-

ço quanto i validade das conclusões do Johnson, na medida

cm que se baseiam cm um ambiente. econômico bas tanto específi

co, mas os fatores consi<ierados oelo autor enquadram-se cm u

ma catogoia que parece irntoranto em toda a reqio.

A reiso dos estudos anteriores aqui empreendida no é de

forma alguma exaustiva, mesmo em termos de disciDlinas, pois

os trabalhos sociolõqicos foram totalmente ncqli'jenciados.Eri

tretanto, ela sugere linhas mestras para nosso estudo, Cm

termos de metodologia dc coleta de dados e anlise. Os traba

lhos anteriores, de uma maneira geral, considrararn um único

aspecto da agricultura de baixa rcnda ou desenvolveram ana-

lisas mais ?mplas onde a agricultura de subsistncia foí tra

tada anonas perifericarnente. Os estudos realizados no passa-

do tenderam a uma abordagem erninentemente descritiva, com

pouco teste de hipôteses especificas e raras tentativas dc a

nalisar os dados através de modelos formais. Esta defici&n-

eia no sentido de testar hip6teses podo ser atrbuda a: (1)

falta de conhecimento prvio sobre a reqio por parte do pes

quisador, ou (2) o estado ainda incipiente da teoria relati-

va a grupos de baixa renda na agricultura. A principal limi-

taço do muitos dos estudos & que elos no chegaram a iridi-

car tipos de programas que 1?odcriam melhorar a situação dos

grupos estudados, ou mesmo o impacto (lo tais programas.

o UI1 IDDELO C()NCITUAL P1RAO1ST1JD. DA PORREZA RTJPJL

Tendo em vista que a preocupaçio dos planejadores com os qru

pos de baixa renda decorre do desejo de estimular o desenvol

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47.

vimento, segue-se que existo pequeno interesso cm projetos

de pesquisa "bsicn; ao contrario, as atenços se voltam pa

ra pesquisas ap1icaras', que levam dirctamcnte elaboraço

de programas com rcpercuss6es imadiatas sobre o problema. n

tratante, o atual cstgio do conhecimento tal que torna im

praticval desenvolver una pesquisa 'aplicada isoladarnente

de urna pesquisa 'hsic. Portanto, um projeto do pesquisa

sobre a pobreza rural deva tr dois objetivos globais:

1. Comprcndor os grupos c1 baixa renda na agricultura e o am

bionte sôcio-econmico em que vivem.

2. Sugerir políticas que possam ser implamer.tadas para ate-

nuar as limitaçes que tais grupos enfrentam. Tal objeti-

vo implica em fornecer uma base, como por exemplo o cicu

lo de custos e retornos, atravs da qual políticas alter-

nativas possam ser avaliadas.

Diante da xteriso e diversidade do um pais corno o Brasil,

impraticvel tentar estudar todo o seu tarril:rio em deta-

lhe. O enfoque da pesquisa funda;ienta-se na convicço de que

estudos do micro-daserïvolvirncnto" constituem pr-rcquisitos

para a co preenso dos grupos de baixa renda e seu nrnbianto

Sôcio-econômico, possibilitando a elaboração cio políticas e-

ficazes. Embora a ônfaso se concentro neste tipo de estudo,

isto no implica que se davam ou possam ignorar os vincules

entre os setores agrícola e no agrícola, bom como fatores

que so externos família.

A par de sua preocupação central com a analiso do dados cole

tados em áreas yeogrficns sclecion•adas, o projeto teré1 como

meta corolria fornecer urna visão geral da pobreza rural no

Brasil. Para tanto, soro utilizados dados sccundrios o es-

tudos anteriores, a -fim de dar aos planejadoros urna idéia da

magnitude e da distribuição geogrãfica do problema, bem como

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48.

de sua evoluçío ao longo elo tpo 1 . Este tipo do informa-

ço pernitirã fornecer aos pianejadores indicaç5es sobro o

escopo dos programas nssistentivís e dc desenvolvimento no-

ccssrios.

Associada aos rosultados obtidos a partir da ãnÁlisa cis -

reas selecionadas, esta preocupaao 2dicional do projeto aju

darã Lambam a indicar como os fatores determinantes da pobrc

za e as características deste fcnmcno variam entre as re-

gies, o que significa que o eficia ele polticns e progra-

mas dependo dc sua adequnço a diferenças rcgionais 2 .

O modelo conccitUcii proposto para o setor de maior interesse

do projeto é o da economia (la unidade familiar ou do "lar"

da qual a produção agrícola constitui apenas uma parte. Os

modelos tc5ricoo so revistos por Schuh (1974), mas é preci-

so mencionar aqui que a abordaqem em termos da fomilio con-

contra nossa atcnço sobre a unidade que a política governe-

mntcl procura atingir, cm primeira instncia Alm disso,

os mercados de fatores o produtos, os vínculos entre a agri-

cultura e os demais setores, as li.rni.taçFes institucionais,as

atividades de consumo e de investimento, bcrn como outros as-

pectos poderão ser explicitamente considerados. Uma vez que

o projo aborda a maximização de utilidade - o não a renda

agrícola ou qualquer outro conceito parcial -, segue-se que,

pelo menos em tese, todos os grupos que so objeto da pesqui

se compartilhem o mesmo objetivo, diferindo apenas em suas

limitaçcs e disponibilidado do recursos.

(1) Para um cxcmDlo do uma anlise muito superficial deste tipo, v. Pntrick (1972, 4.6).

(2) Para urna breve dsscriça das ãrc-as selecionadas para estudo e as justificativas dc sua escolha, v. a proposta de posqui se encaminhada à EMBPAP1\ (Projeto, 1973).

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49.

Dentre os componentes da economia da unidade familiar rural

incluem-se

1.. Produç4o agrícola.

2. Produçio domsticn (heneficiamcnto dc produtos mqrlcolas,

artesanato e outras ativiriac-ios gerridoras dê r"nr)a dosn-

volvidas no lar)

3. Investiriento ou forrreço de capital (sob a forma agríco-

la, familiar o humana).

4. Atividados cio consumo, inclusive lazer o bens de consumo

durvei s.

S. Ztividadcs externas que envolvem trabalho (atividadcs as-

salariadas na agricultura, empregos no setor não-agrícola

o outras atividades que produzem renda) *

6. itividades financeiras (dcnativos OposentcCorias e pen-

sões, rnda proveniente do juros).

Dopandendo Co categoria em que cada família se inclui, a im-

portncia relativa destes vrios componentes devera variar.

Por exoinplo o componente c3e produço agrícola ser-a nulo ou

quase nulo (talvez uma pequena horta e algumas galinhas) pa-

ra a família do um trabalhador rural, enquanto que ativida-

des externas envolvendo trabalho rcvC:ro revestir-se de uma

importencín central. n preciso nntr que oxiste um . interre-

laço entra tais componentes - por exemplo, a dociso de cri-

vier as crianças escola reduzir& os recursos disponíveis

para a produço.. i\s mudanças tamhm afeLer.o os componentes

clifcrencialinente - por exemplo, uni aumento rios preços agríco

las pQderã lovar o indivíduo a intensificar sua produço e

dedicar monos tempo a atividades externas.. Finalmente, fato-

res tais como a posse da terra podem afetar o desempenho eco

nõmico da unidade familiar e influenciar dec1scs de consumo

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50.

e investimento.

Eribora se admita que e importncin 105 vrias fatores o as

l.imitçEos da economia fernilir tcncicm e variar dc 5rem para

rea, bem como os pares nrimos de vicia culturalmente dcfi

nidos, nor outro 1a:o os fatores o limitaç6cs cssenciai g PC

rocem ser scrnc:lhantes. Por cxompl, espera-se que e ovorso

ao risco desempenho um papc.I mais inportar1tc no Droceaso de

t3a dc ducisRn vo E;rtn, c1r que ui locais com menores os

cilaç6os clim.L- icas anuais, rias os avursio ao risco parece

ser uma constante cm todas es Ercas estudadas.

Se cxistisc um modelo de econouja familiar on - o tolos os fa

teres e sues interre13ç5cs fossom conhecidos, seria relativa

mente fcii avaliar os efeitos cio poltics alternativas dos

tinades e ajudar os irdivduos pobres do meio rurClW. En-

trotanto, este tipo de r!iodalo ainda no foi espacificado o

a maioria das relaç&s permanece desconhecida. Por exemplo 1

as funçFcs dc produç3o agrícola pare pequenos agricultores

nas 5reas em estudo no foram ainda estimadas, nem sequer ai

CcflÇCZflOS O Qstgio do conccitualizer algumas das demais rola

ÇOC!S.

A teoria econômica t:raclicional sobro a empresa e o consumi-

dor no lcv, emn cnnsi1ereço imnnortrintos rcl -tçous intrefami

lires, que iodcrn responder pelas diferenças exisLentcs cli-

tre as unidades familinrcs. Os recentes desenvolvimentos da

teoria econômica epanliram e .rce em que a mosna pode ser

aplicada, notando-se um interesse crescente meles teorias

conportementais. "C -.mortamento um termo emDregado polos

bi1ogos parra dscrover e rc-aço de um organismo frente e um

osL!irnulo, ou sua con.fntza em releçio ao mi-ambicntc. Adoten

(1) Pera um modelo do aqricultura familiar quo ccnsiiara uma multiplicidade de metas, v. Ptrick o Lisgrubur (196)

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52.

de o termo, diriarios que urna teoria comnartamentni da eronc-

mia familiar poderia mostrar corno as murnçs nas caractor.s

ticas internas dtStTi uni depo1oriarn lov.1a a ruspendor di

furer.cia1iantc ts mom -is con.içcs em riferentes roos, e

COPIO OS ustirnu1s externos poderiam afetar o dcscrnrenho e as

características da família.. A Figura 1 representa um esforço

n) ntio do rr'ostrar a- reiaçFc.s o continuas interaccs que

sTto cnn%ídcrodns como elcrlcntor5 centrais de um niodelo do cern

pnrtrnta da eeonninia f-.:nili»ir.

Co:cio mostra a Figura 1, existe unta srie de mOVijiIntOS de

fecrback. As motas familircs influenciam as ativididos de

consumo e investimento; estas aftnm a sitzu.nçao d2 reeurso.

físicos o humanos e, a seu turno, esta situaca repercuto se

bro as metas familiares. P3raiol4arnente, as cxpcctTitivas oco»

nmi.cas influenciam a. a.n1isc e ava.li.eo 'lo altcrnativas

cnqunto que os resultados da imlemcntaçao das aitrnativas

sc1ociona.ds afetam as 2xpectativas. Estas dois processos

Co parte dc um movimento de fc2cdhack mais amplo, no qual as

3]tcrnativas consi radas so influenciadas neles metas fanii

liceais e pela situaçc dc recursos; as metas a expectativas

afetam a an1iso o a'a1iaço das alternativas consideradas;

o resultado da imp1emontaço dc alternativas a motas reporcu

te sobre as atividades de investimento e consumo o estas,

por sua v,az, afetam a posição dc recursos da unida.de fami-

liar.

Apenas trEs itcris s.o "externos" ao sistema. Os valores, que

rafct,arn as motas, so conceitos normativos de uma ordem mais

elevada do que as prôprias metas e, a1m iisso, SÃn mais por

sistcntes (Fluckholrn, 192), dc tal forma que tendem a se

manter constantes dentro do períodrn considerado. As forças

externas so aquelas que fogem ao controle da unidade farni-

liar, mas que poderiam ser modificadas pela sociedade, tais

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53.

come os mercados dc grodutos a fatores e certas condiç'cs do

-ambiente, como nor exemplo estradas, fcitcrcs institucionais

o política governamental. rnbora isto no dstcia cxplicito

no modelo 1 é a percepc.e que 6 famili - tem dos fatores oxter

nos que influencia a cspecificaçao das alternativas disnr'nI-

veis. Entretanto f quaisucr falhas nc.sta perccpçtn ter!am

repercuss3os rpidas sobra o sistema a da mesma forma, es cl

tornetivas consideradas alt ar-s.-i.ari cm fun'r dc um aumcn

to de conhecimerto. Fatores aleatIrios, tais come cond

climitices, varieças de preço, sai1c e outros,fogcm em gran

do parte ao contrlc quer lá famlie, quer de soeiedadc.Tais

fatorcs afetam a rend•a qualquer que soja e. oltcrnÀtiva im-

plementada, bem .COflC as CXp4.?CtetiV3S cIfl rCiaÇaO ao futuro.

Este modelo no inclui explicitamonte todos os componentes

da economia familiar proviamente discutidos, nem as intorro-

leç6es entro os mosrios. Seria provavelmente pouco realista

esperar que pudssomos concoitualizar e estimar todas as ro-

laçoes nccesstries para um modele úe comportamento completo

da economia familiar. Entretanto, dc 6 um constructo útil,

e 5o invalida a estimeço de modelos parciais.

Parece conveniente, do ponto do viste analítico, dividir as

vari$veis consideradas dentro ria estrutura da economia temi-

lir em fatores internas e externos ao lar. Embora tarnb6m pu

desse ser útil criar um terceiro conjunto de fatores que se-

rica influenciado pela política governamental, tal conjunto

inc]uirie, csscncialmente, todos os Xtons constantcs dos gru

pos previamente definidos, pelo monos a lonqo orazo. Os fato

res externos, decorrentes do ambiento físico o scio-cconômi

co geral., influanciam a aquisiço e a venda de recursos pela

faniiiia, atrav6s do seus efeitos sobre os mercados dc produ-

tos o fatores, mas podem ser modificados atrav6s (lo política

governamental. Na anlisc 1 tais fatores podem provavelmente

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54.

ser considerados constantes nara cada categoria dentro de

uma mesma área r mas podem variar entro categorias e certanen

te variarão de área para 5rea, Entretanto, ainda que tais fa

tOTcS sejam constaut.es nara cada catoqoria, as uniCa8os fai

haras percebem-nos diferenciaJenta. lem'ntos do ambiente

físico. tais cmo fertilidade do solo, tendem & variar den-

tro (10 un. ml r!la etcaoria e cio mais tJSSiVeiS ao cOntrola

de caa fam.iia (iJ

Os fatores interuos, que vaziam entre as farnílias,incluiriem

seu estoque de recursos físicos e bumanos seus valores, ati

tudos e mCtas s metas do uma determinada famíiia beni CO!1O

sua vontade e potencial de adquirir e utilizar eficienterien-

te recursos adicionais, podem ser afetados por variações em

sua estrutura etária.- tamanho da família, distribuiçao pc

sexo e idade, Vesempenho eucacionai habilidade administrarn

tiva, experiência do trabalho pr&via, saúde e outros fato

res. Evidentemente, a situaçc' econômica atual e futura de

uma família é parcialmente função destes fatores internos.

Seu estudo & essencial à compreensao dr situação vigente e

aniise de mudanças que noderiani resultar de xlíticts gc'ver

narnentais específicas. Embora muitos de tais fatoros inter--

nos possam ser modificados pela política cio governo, a longo

prazo, eles so menos suscetíveis a açc do covcrno do que

os fatores decorrentes do ambiente sôcio-econômico.

O estudo dc diards sobre pecuenos agricultores em Jamaica

(Edwards, 1961) no utilizou explicitamente o modelo de eco-

noniia familiar, nem tampouco considerou os mercados dc fato-

ros e produtos; n3o obst.ante, sua abrrdaqcn bsica chega bem

(1) ïm algumas circunstãneias, como por cxertpo atravs da im-plantaçio do pequc:cs sistemas :le irrigaç., uma família oo dc modificar õ ient:: físico e fatores que sanam normal-mente considerados externos à unidade familiar.

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56.

Tais fatores internos tnbrn se mostraram significativos em

termos da cïccitaço ou rcjeiço dOS mcIanc1s proDos t as ( U.flrn

bora estas murianoas fossem de um tipo que tenderia a €er afe

tado exclusivarierite ; cm qeral, por fatores internos, oo aqri

cultores frequentemente mencionaram a inf1uncia de fatores

axtzrnos sobre siis deciu3es. A cxc1usio çe frtorcs externos

da anlise tende a i.mprjir a. avaliacío de rnucaças que se-

riaril rn-is corui'nte introduzidir atravs 'la poltica gover-

narnontal. Ertrtanto, os resultados de FWWs tarnbrn inc3i-

carn claramente que uma atitude de r)ogiigncia em rc1aço aos

fatores internos poderia lovar a políticas que teriam um im-

pacto bastante tnuc sobre os grupos estudados.

Embora nenhum dos estudos anteriores sobre a eqricultura d

baixa renda tenha empregado expiicit- raento o modelo dc ocono

mia faniilia : muitos delas usaram-no implicitamente, em sua

totalidade ou era alguns de seus - pactos. Como já foi indica

do, a maioria dos estudos revistes tinham objetivos bastante

limitados e no procuraram incluir tcdos os aspectos da agri

cultura dc subsistncia. Tais estudos, dc uma maneira geral,

considoraram apenas urna dentre as categorias de agricultores

dc baixa renda na agricultura. Al'm das vantagens y apresen

tadas, um outro aspecto nositivo do modelo dc economia farni-

liar 6 que um único modelo pode ser empregado para todos os

grupos estudados.

(1) 1.or oernplo, embora os aqricultores estivessem frequcntcmcn te dispostos a realizar modificaçes no u;o do solo meclian-te substituiqêcc de alternativas de produco conhecidas, e-les se mostraram menos propensos a intro:1uir novas prti-cas, particularmente quando tais praticas envolviam a aqui-siço dc insurnos.

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57.

S. A OURACIWALUIÇãO nO POJrTr'

As seç6cs antrriorcs apresentaram uma justificativa o uma o-

rientaç?ío geral para o projeto cia nesquisa em cucisto. Pnbo-

ra teoria comportarnental dri economia familiar (represrnta-

da na Figura 1) n?.c. tenh si-lo amniamentc lottlha'ia, ela i-

lustra muitas alas intarrclaç6s que se esth cai entra os

vrios elementos. E3te alto grau de interrclaço dificulta a

divis3o do responsabilidades cio pesquisa. Corno a nturea do

ai.gurnas destas interrelaçoos ainda nao o conheeia, a teori-

zaço concitual e a pesquisa cmprica devem ser levadas a

cabo cm paralelo.

Duas áreas de inforrnaço, que no so consideradas no modelo

de econcmia familiar, so assnciais dentro do projeto glo-

bal. A primeira delas consista na descriço quantitativa da

magnitude do oroblerna da pobreza rural no !rasil, e sua evo--

luço OtravH do tempo. À concretizaço deste tipo dc estudo

dcpondcrt da disponibilidade cio dados do Canso flc'rnogrf ice e

Agrcol.a cio 1970. riais espocificarnenter tal sub-projeto in-

cluiria: a cornposiço dos grupos de baixa ronda na agricultu

ra segundo tipo dc emprego, 1ocalizaço idade e nve1 edu-

cacional; a quantidade de recursos controlados pelos mesmos,

tais corno torra, rno-do-obra e capital; sua importincia, em

termos dc produçío total e comercializada dc culturas e ani-

mais; tipos de sistemas do produço; e disponibilidade e em-

prego de serviços pb1icos o sociais. Po ser tarnbm po-ss-

vel complementar a informaço obtida rttravs dos censos e

dos dados do PN1W ci do INCRA, atravs de outros estudos de-

senvolvidos em bases locais e que abordem ternas tais como

condiç&s dc saúde, nutriço salrios, sistrnas de posse de

terra, uso de crdito a outros fatores s5cio-ç:con6micos.

Em segundo lugar, o projeto inclui ainda uma dcscriço do am

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5R.

bicntu f ico-con6mico das regi5os catudadas, ))Seada pri-

mordialmonte cm fontes s. -'cunrias. t'.sta descriço seri útil

no sentido da (1) ajudar a compreender as situaçaes analisa-

das, (2) facilitar as comnvrPções inter-regionei.s e a inter-

pretaço das difererças encontradas e (3) contribuir para o

entendimento dos problemas que Co objeto o estudo e dos fe

nômenos diagnosticados pelo levantarcnto. flentra os itens a

serem includos nesta descriço i nclun-s recursos rxco-

las (c1im.a solos, veqetaçio e topografia) , recursos humanos

(densicad., crescimento, er1ucaço e distrihui.ço ocupacional

da populaço, bem ccmo fatores esnaciais, tais como naciona-

lidade a rc1igi), infra-estrutura (transportes, comunica-

ço, serviços comerciais e bancrios) e atividade ecarimice

(agrícola e no-agrcola). romo o estudo considera pcns do

terminados grupos dentro do setor agricola, a informaço go-

ral assumo ainda maior importncia cm termos de situar tais

grupos dentro de urna perspaetiva adeqUada.

A 5roa, central foca1iada no presente projeto de Desquisa p0

de ser subdividida em três etapas: (1) anãlisc descritiva da

situaç50 vigente, (2) teste de hipNes= ospecficas e cons-

trüço de modelo o (3) a-;a1iaço fios efeitos dos programas

propostos para melhorar as condiçcs de vida dos grupos de

baixa renda na agricultura. I'luitos dos estudc,s anteriores fo

calizando tais grupos incluiam apertas a etapa de anlisc: ds

critiva, ao passo que outros concentraram sua atenço sobro

os efeitos do um programe detcrminado. Em geral, tais en1i-

sos de programas individuais foram realizados ex post e no

ex anto, contribuindo para a cornpreenso do passado mas no

conseguindo fornecer orientaçaos para o futuro. Sob muitos

aspectos, nosso projeto dc tasquisa poro vir a ser o primei-

ro estudo "completo" da pobrca rural.

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59.

6. Uma boa parte da análise descritiva foi detalhada no esquema

do "Diagn5stico". Além de cornparaç3es entre grupos que com-

p5em a força de trabalho déntre de uma determinada área, ha-

verá comparaç6es entre as áreas pesquisadas nos estados de

São Paulo e Minas Gerais e, finalmente, comparaçoes inter-re

gionais. Esta fase do projeto terá corho meta:

a. Caracterizar os recursós humanos disponíveis, em termos

de nível educacional, idade, tamanho da família, hist6-

rico de migração, experiência de trabalho anterior, pa-

dr6es nutricionais, nível de vida e outros fatores, a par-

tir do primeiro questionário. Os dados do segundo questio-

nário deverão complementar esta descrição no que tange a

valores, atitudes, metas e percepção do ambiente social

econ5mjco e físico.

b. Quantificar os recursos de capital, físico disponíveis pa -

ra a produção agrícola e domêstica, analisando seu empre

go e sua produtividade.

c. Quantificar o investimento em bens de consumo duráveis

recursos físicos e humanos, bem como principais tipos de

despesas de consumo.

d. Medir níveis de renda e analisá-los segundo sua procedên -

cia, relacionando renda com controle de recursos físicos ,

disponibilidade de recursos humanos e outros fatores.

e. Descrever e analisar a situação do uso e posse do solo, a

fim de verificar como a terra que o agricultor explora -

foi obtida, condiç6es de posse, utilização do solo e rela-

ção entre posse e uso.

f. Descrever e analisar a tecnologia utilizada e disponível'

para a produção agrícola e animal. A informação obtida

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60.

dos produtores aq. colas sobre a tccnoloqia por eles uti-

lizada davcr5 ser rompiernentada atravs de inforrnaç6?s oh

tidao junto a csaçs rxpc•rirncitais, .qentc?s do exten-

so, vendedores dc insumos o outros inivíduos que posan

fornecer dados sobrc novas tecnologias.

g. Analisar o camrego ' crdito e sua disponihilidade,a fim

do constatar attudos cm reiaçãc a crE.dito, fontes de fi-

flCfl1flQ O óostinQ dos recursos. flevero ainda ser con

siIradas as condiçcs ccon6rnicas e institucionais que a-

fetam a disponibilidade efetiva de cr&iito para cada gru-

po astuciado.

h. Determinar a natureza dos mercados dos produtos e insurnos

agrícolas. Isto envolverá o estudo da variaço sazonal

dos preços dos proautos, o modo pelo qual vm desompenhan

do suas funços econ6micas e, al,n disso, os arranjos ins

titucionais de venda de produtos (vinculacao a acordos do

parceria ou venda antcs da colheita). A analise do msrca-

do de insumos dover.i considerar a disponibilidade de í-

tons determinados e de inorniaco a rosoeio de seu ernpre

go adequado, hcm corno sobre seu preço.

i. Analisar o mercado dc trabalho, nos setores agrícolas e

no-agrXcoia sirnultanearnente. Corno muitas das famílias

que cornpom a =Ostrm so constituídas por trabalhadores

sem terra, o mo.rcado dc trabalho re=ste-s2 de urna impor-

t.ncia contrai oara estas fam3ilias. Se o acosso a empre-

gos no-agrcola -; for rastringido pelas atitudes do mdi-

viduo ou por inporfoiç5cs do mercado, a aquisiço da re-

cursos adicionais por parte dos produtores agrícolas pode

ser limitada. Como iS foi indicado, o iercado de trabalho

constitui um elo cxrcssivo entre os setores agrícola e

n0-agríco1a. Imperfciç6cs neste mercado cm si mesmo, dis

t- orço de preços relativos em virtude de políticas gover-

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61.

nanefltais r e au•ncia de investimertos em rç:cursos hurna-

nos podem ocasicnr uma absorçao de rio-3c-cbra rcduzid

e um excc;so" de inivciuo na agricultura, concentrados

nos grupos c1 c baixe renc3a.

Nesta fec, a Aãi= prtc C& ar1ise é re1ativemont mie-

diata, unvolven:w primariamente a tabuliçii sin1cs ou

cruade dos ctde; c' .atadou, e tostes estatst:icos dc di-

ferenças ctre Wi= cis catcTorias ou sub-grupos. A1m

dos dados obtidos a partir da amostra, scro inc1udas iri

forrnaçes extraídas dc es:udos pra1c4os junto a agentes

de oxtcnso, estacacs experimentais,, bancos, coopc:rati-

vas, fornecedores cia insurnos, comerciantes de produtos a-

gricoles e outros indivíduos o instituiças vinculados ao

setor agrícola. Mrn dc fornecer umz -t informeço riescriti-

va bastante citii, a an1ise possibilitarã um contato mais

íntimo com os dados, em termos de variaçes em fatores i

portantes, intorrelaç3es entre variveis e possibilidades cIo aniliscs futuras.

7. TESTE DE HIPÓTESES E CONSTUÇ2•O P0 flODELO

Na segunda fase do projeto 02 pesquisa, hip6tesos espocífi-

cas snro testadas e modelos soro dsenvo1v1dos. Em alguns

casos, poderS haver interesso na aceitação ou rcjeiço de

urna hipôtese determinada, enquant.o que, em outros, o obj ti

vo do cstudo poder5 ser o dc.scnvoivimcnto do um inodclo que

explique o coniportrinnto da um componte específico da eco-

nomia familiar. P consrueo de modelos envolve implicitanien

te uma sric ao hip6tcscs que j5 podam tcr sido prcviarncnta testadas, ou que seriam tostadas atrav.s de suas implica-

ç&es - por cxcrnplo, o potnci.ai do modelo no snt1do da repo

tição de um determinado fenômeno.

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62.

A proposta de posqua submetida à ErIBRAP]\. apresenta uma

re de hipiteses, so a forma de quest6as (Projeto, 1973).

Tais quost&:s constiue•rn o n3cleo cc'ntrai c3as hip6tescs a se

rem tcstads o no soro rcnrod.uzidas nestc texto. Ao co;tr

rio, a énfnse dcs:r artio incide sobrc .reas que no foram

1 neluir';io na proposUq r.rigina1, e sobre a reiriterpretaço de

algumas destas SreAs deitro cio contexto do um modelo de eco-

fleDnja familiar.

Uia caa chaves parr o comnreonso da situ:'co vi.cuentc e dos

c'feitc.s dc pDlil ticas 'icvornamcntai.s altornativa ' o conheci

rionto cas mOtas da ccono;'ia fomiii= rlitc-s'-2, por hip6tc-

sc, que a fomilia tom uma multiplicidade i -3' metas. Por exem-

plo, urna família podo visar a um aumento de renda, maior trm

po de lazer ou aquisiço de terra e, siriiultanearnente, evitar

situaÇes que envolveri maior nível dc risco o/ou contraçto

dc dívidas. Tais metas pareccun ser conflitantes o no curo-

tamente essociadns 3 moto do moximizaço de lucro comurnerito

admitido. Parte-se da hip5tose do que as metas específicos

dc uma família so dterrninadas pelos valores vigentes e pe-

lo estoque de recursos físicos e humanos disponív0is, sem fa

lar na inf 1uncio ind reta ds condiçes s6cio-e:con8rnicas ccr

rentes. A import.ncia rclativa dc tais metas seria funço do

sou estoque de r-cursos, tamanho (la unidade familiar, est.-

gio no ciclo de vida, nível olucacional, aspirae3c's s6cio-

conômicas e outros fanros. Sup6c-so que as motas de urna fa-

mílio n.ftam os empregos alt2rnotivos le recursos por elo

considerados, ao mesmo tempo om que a AportAncia relativa

de cada mota tendo a influenciar os critrios mediante OS

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63.

quais estas n1torativass ava1i ad as U Isco significa

que econortias funi iars enfrcntando a parente

mente sornelhantos podoro realizar alocaç6es dc recursos bta

tante diferenciadas.

A idcntificaço e quant.ificeço dc tas cr im modolo formal

onvolvoria uma peq'iisa hatante cxtcnsa, mas as metas pri

cipais e a indicaço d. sua irnp tnci rei.i.v' nodo sr oh

tida atrav& da nniise 'ia rlOC(: e dc reciirss físicos e hu

manos, para determinar as dccis6es tomadas cntro das unida-

dos estudadas. A esse rcsp2ito, a diponibilirLido de dados

sobre dois ou mai-s anos agrícolas sor } tant citii. Tal a-

niise pode tarnbCm ser subsidiada atravs do informcos oh-

tidas no questionrio husociol6gicos : O n T)esquísa proposta

por Pastore (1974). A anlise fatorial pode ajudar a idonti-

ficaço e quantificaço de motas. O ponto essencial E que

procuramos ampliar nosso cnfociue e c onsiderar mais do que a

mota tradicional de maxiriizoço de lucro, em nossa anlis,

bem como a avaliaçe do programas altornativos.

umEi SOcjUflda 5rea de interesse diz respeito maneira pela

qual as famílias especificam alternativas, ou como elas enca

ram tais alternativas. Em parte, isto est5 intinamente vincu

lado ao mercado dc trabalho e sua percepç.n deste mercado.

Os produtores consideram empregos sazontis no setor agrícola

(1) O cicu10 oconmioo efetuado pelas famílias de baixa renda provavclrnni: mais :fisticado do que nodo narecer pri-

iucira vista, coma indica Schultz cm sua hip:cse 'pobre, porem Cficicnt&r (SchuJt, l96'). ;Isno que apenas as alter nativas consideradas fossem afetadas nor variac5cs na impor tncia relativa das mctas, isto seria suficiente para oca sionar diferoPçs na alocaço de recursos.

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64.

como uma roccita suplcmentar, como una t1terntiva Para sua

pr6pria produco. ou elev orocuram contro1- r mais torra atra

vs de compra ou & acordos dc arrE darnento? Como as

lias dc cada cntcgoria percebam as oportunidadc5 de emorejo

agrco1s o no-açrcol? É a migraco c:•ncarrida como uma C1

ternativa? A informaço obtida atrev•s da seçci do histrico

d-ri f'rn11ia, no qustionrio, tornacoyl5, inforrnaçez relat:ivos

a participaço p ssacla no moado & trabalho, quo poder

ser corrclacicnada com aventos importantes do perito do vistn

da famlio, tais como casamento, nascirentos, aauisiço do

terras e bons, li scco do mi sco l ncoc Í1 tr3r3 informaçes so bre a martoira peli qual os individuos percebem o mercado de

trabalho e, juntamente com informaç6es sobra alocaço de tem

p0, perrnitir polo menos unia n4lise parcial do valor do la-zer nas famílias estudadas.

A dotorminaço das alternativas de cultivo, produço e cria-

ço dc animais consideradas é um outro asnocto da específica

ço de ãrcas de importncia alternativas para nossa comproen

so dos grupos de baixa renrJa. Em urna rogio on& prevale

com prticas do produço tradicionais o ausôncia de orienta-

ço para o mercado, um agricultor pode considerar apenas as

atividades nocossrias ao consumo dom;tico, variando a quar

tidade do pror3uço osperada do acordo com oscilaFos no tc'1m

nho da familia e estoques cio ano rinterior. Em urna roo mais

orientada para urna economia de mercada, o rmero do altorna-

tivas consideradas será provavelmente maior e tncicrt -ri cros

cor ainda mais se houver dispordhilirladc dc um conjunto do

tEcnicas de produço. flesmo em tais circunstncias, o consu

(1) Embora isto no naa liscitidn no texto, a cspccificaço do alternativas tarnbc..m inclui a produçao domestica e, como in-t3ica a Figura 1, é influenciada polo estoque dQ recursos fi nicos e humanos cem que a farnflin conta. -

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65.

mo friili.ir podo ser un fator importante cio ponto d vista

das alternativas consideradas. Mudanças cm forças externas,

tais como o mercado dc produtos, os arranjos institucicnais

OU 3 poltica governnenta1, pcem criar novas alternativas

e modificar as antiga'. )\ Jntroduço dc ima nova tecnologia

3 outro imoortante ftor que tcndc a afetar o conjunto do al

tcrntiv's conicradas. Entretanto, se o Indivrduo no esti

ver ciente ria exist&ncta dc uma alternativa, ela certamente

Co poderá ser incluída no cdnjunto das alternativas por elo

consideradas. Uma vez que as políticas do governo destinadas

a dar assist3neia a grupos do baixa rcnda tendem a modificar

as alternativas potenciais, primordial cntndcr como a fa-

mlia defino suas alternativas, de tal forma a tornar os pro

gramas elaborados mais eficazes. O conhecimento do processo

mcdinte o qual as alternativas so determinadas é igualmen-

te importante para um melhor entendimento do emprego de re-

cursos adotado.

A anlise o avaliaço de alternativas so influencia:las por

expectativas e metas. 1 análise dc alternativas poc 1 e ser en-

carada, do ponto dc vista conceitual, como um mecanismo orca

montrio onde as expectativas constituem alguns dos parme--

tres. Por exemplo, um individuo pode esperar encontrar empro

go para um corto nrnoro de dias durante uma determinada esta

ço do ano, ou esperar certos preços para seus produtos.

pesquisa anterior (L.anqloy, 1963; Parthc•rihoirner, 1959;

Tompkin o Sharples, 1963) indica que os agricultores tendem

a projetar c. passado recorto no futuro, com pequcoas modifi-

cnçacs, mas que suas expectativas dc curta e longo prazo po-

dom diferir. Estas expectativas podem igualmente mudar no dc

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66,

correr rio ano ngrcela, acarretando modíficçes na a1ocaço

do rccursosW, /s expectntivas c3e curto e longo prazo so

importartes na a1ccaço dc recursos e nas decisaes de inves-

timento, e deva ser relativamente fcil trstar a hipStese de

que tais expectivas cnstituom, basicamente, a projeço do

passado recentc. Os programas do governo destinados a dar as

sistncia aos grupos pobres do mei.o rural podem afetar o arn-

biente ecca&nico e intróduzir rnucanças com as quais tais gru

pos n3o estejam familiarizados. Quando um individuo conside-

ra uma alternativa cm relaço 5 qual no possui experi5ncia,

qual a base de suas expectativas? Uma boa parte da pesquisa

sobre adoção - nova tecnologia sugere que muitos agriculto-

rcs devom cxpor-se A novas tScricas durante um período de

tempo suficicnt, e formular expectativas cdrquridis i sua es

trutura montal, antes de adotar.estas tScnicas. ixpoctativas

cm rolaço a emprego urbano ou condiçes da agricultura em

outras roaF, que influenciam as decis6es de migraço, ba-

seiam-se essencialmento em informações obtidas atravs de a-

migos ou parentes que regressaram destas Fireas ou ouviram ro

latos sobre as mesmas. Um maior conhecimento sobre o proces-

so de formulaço de expectativas por parto da familia 5 im-

portante para a melhor comprocnse da economia da unidade fa

miliar, e para o delineamento dos programas governamentais.

Tis alternativas so avaliadas em rclaço A metas da farn-

lia. Tal como foi indicado previamente, 5 trov5vl que esta

familia tenha metas mültiplas, e que a importïncia relativa

de cada meta sca funço de diversas varivcis. O processo

(1)

Fátorem alcatSrios r especialmente rciacinados a condiçes ciim5tices podem afetar preços e safras. Embora a habilirJa-dc de responder a mi.rJenças de expectativas no decorrer do período produtivo psa afetar o sucesso da urna determinada familia, 5 provvcl que este estudo tenha que se limitar 5s expectativas de curto e longo prazo.

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67.

dc avai.ieço pode ser concebido corno urna funço rlccisFria

multivariada, dentro da qual todas as rncas se incluem, pon-

deradas c!e acordo com sua iriportncia rclativa, e ris alterna

tivris consiicradas so classf1cridris ie acorr10 cern o va1r

obtido na funço docisria. Entretanto, a munes que vrir)s

pressupostos sejam (?gt3bcic'Cidos corno no estuo do Patrici.

e Eisgruber (1968), osti fnrrnulaço se tr.rnri externamente di

fci1 de operacienriuiar. Urna outra formu1aço do processo

dc ava1iaçc poderia comparar uma alternativa Cem certos Pi

dres mínimos de consumo, lacr e averso ao risco, por e-

xc.rnplo. Se alguna altornativ:t deixasse de atender ao nível

mínimo, do ponto de vista cio qunic8icr um dcstes p.adres, ele

seria rejeitada. As alternativas que gerassem a noirar renda

em reiaço a todos os padrcs seriam aceitas prri implernenti (1)

Existe reltivarncnte pouca ir.forrnaço sobre os padrões míni-

mos dc consumo, laier, avcrso ao risco e outras metas nossi

veis da família, ou sobro corno estes padrFcs se modificam

medida em que os fatores internos 5 família mudam. Seria pos

sível supor que urna família no ostriria inclinada a aceitar

urna alternativa que gerasse um nível mais baixo d

ou lazer do que o que ela já dsfrutava 2 . O padro do aver

sio cio risco é mais difícil do definir. Embora todas as al-

ternativas envolvam um certo grau Ac risco, certos tipos dc

risco podem no afetar o processo de tomada de dcciso indi-

vidual. Por exemplo, o risco de variaç3es de safra pode ser

(1) Esta abordagem foi utili.:ada cxplicitamcntn em algumas an-uses sobre e edrninistraçrio de fazendas. Seria tninborn possi vel introduzir uma frma dcsto tipo de evaliaçeo de alternei tives cri moMos de pcigrarnaço linear.

(2) Se fosso possível obter informaças sobro o valor do lazer, seria possível modificar este pressuposto.

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68.

importante na deterrniflaÇao de quaflti.ciade do uma determinada

cultura que deve ser proditzitla, nas, se esta cultura fosse

destinada apenas ao consumo familiar, o risco cc nrcço seria

irrelevante.. Alni dos fatores aleatrios que acarretam ris-

co, as forças externas, tais como acor'os de arrendamento o

outras forças institucionais podem igualmente criar riscos

para grupos defjnido. Seria preciso acumular um conhecimen-

to maior sobre o pape} o risco e da incertca, o a aborda-

gem da teoria dos jogos sugoritri por Pastore (197) parece o

forocer possibilidades interessantes.

Finalmnt, precisamos mais informaços sobre az ntivi:adcs

de consumo o investimento dornstjcas. Como é inrUcac3o na Fi-

gura 1, tais EtiVidOdCS SO infiunciadas pelas metas da fa-

milia, bem como pelo res1tado das alternativas implernenta-

das. T prioridade hsica 6 fornrcor um nvol mínimo de sub-

sistncia A fnmUia, mas o "o>cosso" podo ser empregado do

diversas maneiras. Em oarte ele podo ser destinado a um con-

sumo adicional ou ao investimento cm capital físico ou huma-

no. Tambm a forma e a quanti-lade de consumo e investimento

so importantes para a compreenso da economia familiar. O

desempenho ocon6mico de uma família que decidiu investir na

educação de seus filhos seria diferente do desempenho de uma

farn1ia que optasse por investir em mais recursos físicos,

ou ainda dc uma que escolhesse ura acr6scimo do lazer.

Embora elas catejam mais iiretamente relacionadas A cspecifi

caço de alternativas (ao menos em termos do modclo apresen-

tado na Figura 1) do que as atiVidadeS da consumo e investi-

mento, as possibilidades de investimento tmnbm deveriam ser

objeto de estudo. Uni investimento adiciana 1 em capital físi-

co pode ser pequeno 0111 virtude dc um reduzido produto margi-

nal do capital ou da mno-dc-obra. Isto pode decorrer. da au-

s6ncia do uma tecnologia adequada - ou soja, da exist6ncia

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dc ui' birreirn tccr.o15qic;, ti r.o

Scu1tz (194) . Por rut -o 1d', u;" bCixo Aw1 • fv.-i:ri

to polo sr tri.buic irper5fciç''snog r'ro

o trrh1hr, quc irnpd:r t fmX1ir Jqvirir o

rio recurscs fi. o

xCcutsos fsier, br i.ctn -itc' t:rr, poic -r i..'. rLÏ

to as impeciciç&S dc t rooi; =ti ns

mcrcdo constitucm kr= que devem ver =fo v L =ê= r.r

ta q1o1Q1.

PoucFl atmço fo.i aqu.i d dicc1' n roc

cspcc3ficos. Em bCn parte, isto SO àe u:

técnicas a serem empr gdas riso sere a

dos. Esta parcula do projuto g1h3. rire ur' o

mo oferecer, a possihi1id.dc do urv tco.ri

do que a uti1izaço dc tcnics analitiedu SUN= Wa r.

ra descobrir em que scntio os grupos d iir::

bres e os principais fatores que ir:e Cri'

8. lV1LTAÇROJOC PJOGR\MPS

A etapa finil Jcstc projeto de p..sqtist v1çi 3 p.o

gromss destinijnn ; melhor.ir n

rund .nz agri.cultura. tro gar=iiz St C. tais ro-

grarn -ts lcvm atuar sohrc os probic.= enirentcdcp pci-c c;i - u•

pos am qucsto, e ser 3.niineados du tal ior= a ruii=te no

dificar o ambiento da econcrnia f o c. rçi

conçados através ci.- s altcrntiv'.; intp inr -d

te, programas que no at.riqucm 1irctrwint. ' prnb1c:s v. 'cu

dados polos jrupos de biixa rcn pni-rÃv MLcr ao rá sultados doscj aios, e pronramas 1 n , cc quc ra ntc CCHOCW=

tendcro a ser inoficazes Por outro ldo, pror ra •i

damente aTnplc's ou gerais podcrn rqucrcr um tal

dos recursos totais do dcsonvo1vinento, que a soci.e -iic1e nc

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70.

estará disposta a apoi-ios.

Se OS an1ises a scrtm dcscnvo1vicis nas etapas anteriores

obtiverem sucesso, os principais ohstculos ao proqresso dos

grupos de baixa rcn1a scr.o icntific'ados o scu processo dc

tomada de deciso podera ser caractcriac1o. Isto fornecera

ao projeto a oprtunidac dc rca1ior uma cnnLribuiço signi

ficativa ao proccsn do clahoraço dc políticas, bem corno su

gerir prorjrarnas cfica.os. f: possível que os principais obst

culos ao progrcsso localizem-se dentro dos or6prios grupos

de baixa renda, e sejam de uma natureza tal que imoeça qual-

quer progresso mais expressivo, a curto prazo. Embora um re-

sultado como estc fosse bastante desencorajador, ele seria

Gtil do ponto de vista da formu1aç5r dr. política governamen-

tal. Entretanto, coloca-se corno hiptose cpe pelo menos

guns dos obstculos ao progresso so passíveis intervenção

direta ou indireto da políti.c0 governamcntal.

Neste estgio do projeto de pesquisa, é impossível especifi-

cor os programas governamentais que deverão ser avaliados.En

tretonto, pode-se discutir o tipo do nva1iaço previsto e os

ntodos de an1ise que podem ser empregados.

A ava1iaço do programas é essencilamentc normativa em sua

bordagem, analis - ndo o que deveria ser feito. F.ntretanto, co

no as fases anteriores do projeto dovoro contribuir para a

cornprnsodo processo de tomada de dccisn dns grupos dc

(1) O termo t 1 pol!tic2 govrnnrnentr11" 6 usa.o cm um sentido la-to, para dcsi.qu.r atividadcs que aftarn diretamente os gru-pos de baixa ronda, tais corno prograrns assistenciais e, p ra1elenentc, ntiviMes que tm apenas efeitos indiretos , tais como a construço de estradas. Ele tambn abrange to-dos os níveis CiO governo e outros 6rgos piblicos.

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71.

baixa renda ostu-'adrs, scrk possve1 iritroduir clntos r'o

sitivos na cnili. TaiS elementos tornaro n )rograrfla dc -

va1iaç0 muito meis ritil, do ponto dc viste cia frrnu1eço d

polticaa, do que uini avaliação mcrernntc normiLiva. A anãli

se para a ava1iriço terli tambm, essencialmente, uma micro"

orientação. Ela examinerã as consequEncias da melhoria do a-

cesso ao mercado dc trabalho, do aumento da disponibilidaae

do cr&lito, dc nod.- 1idades :specfi.cz do tecn'iogiri dc pro-

duço modernas o dc outros fatores sobre as unidades famili

ros 1 ndividualmentc consideradas. Embora esta abordacTcm pos-

sa permitir a elabor.içao de modelos mais ictahados, ela não

inclui explicitãmcnto 0r macro-vnculOs antro çjrupos flO 52

ter aqrcola, ou entre os setores aqrcola e não-agricole.Al

gumes dosts ccrLsdoraçocs macro-ocnnices pocni constar do

modelo na qualidade de lirniteçães ou rostriçes sobre o tipo

e a magnitudo das mudanças, enquanto que outras deverão ser

consideradas no decorrer da analise dos resultados OJ)ti(IOs

no modelo.

As duas tacnicas Ao construção de rnodolo que parecem mais a-

dequadas a este tipo do anlisc são a programaçãr e a simuLa

ção. Sob alguns aspectos, tais tcnicas representam posiçes

polares, onde os modelos de programação são caracterizados

travas dc uma optimização matmtice, enquanto que a simule-

'uma abordaqem desprcocupada e raramente elegante

(Orcutt, 1960) um pouco prematura definir as tcnicas

a serem empregarias, mas parece que urna combinação das duas

tcnicas mencionadas pede oferecer maiores vantagens ana1ti

ces e operacionais para o prsntc estudo. Parece intcressan

(1) Foge ao escopo deste artigo apresentar o 'iata.lhes dos v-rios modelos 1e simulação e programação existentes, sobretu do tendo em vista que eles são bastante numer-sos. A riescri ção pormenorizada destes modelos pode ser encontrada cm in meros textos.

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72.

te ainrLi incor - rar urna fiimi.ro rlc tempo na

plítici jov:rcntais, urna vez que muitos dc seus impnc

tos tcnàes a ;i-nirestar-se qradualmonto. Embori itn soja

pcsvel no c= riO aigur.s es uemas Cr programaç, frc"uen-

tetntc. =c procc.im'rito cx:rnp1a nhito cio mndnlo p

ncncialie ternn1:D rIlficil a caractoriaço ndequaca c.aS

vrias citcrnctiva 1e nr.uc o ciiprtí\'ois. Por nutro lado,

o custo '- pr•imacn to10 •i ser muito leva'o com rnodlos

de s1rnUi-cao cp1(to';.

Ura corninao3o d.s iuns Lcnicas mencionadas pode permitir o

dscnvolv1r.to CIO um rv cio rnais completo o flexível da eC2

nc)mia frmiiiar e, MA c1 1s'o, monor ro que o rue seria obti-

cio atravcs Io omprcrjo cio apenas urna destas tccnxcas Um mode

Jo rio p.»-- c - o poderia soz utilizado para analisar o ava-

liar a; aiLornativ.s cnn%ijoradas pel, ecoriumia familiar, en

quanto que uzi modelo dc sinulço poicria explicar rnudança

ni Oispirlhiliiedo do recursos, ativiInres 4e conurno e ir-

vestimitr e rnota.s Wiliarcs ao longo dD tempo. Tais muclan-

ças poderiam ter reflexos no ladc direito do mrdelo de prc-

gramaço. 3oria tambm viv1 introduzir fatores a1eatrios

no modelo Je simuiação, e permitir que as expectativas mmdi-

fiquam os vaioos, na func:o nhjt1vo de modelo de programa-

çao As MecifiCA7NS nas poltieas governamentais poderi.arn

ter vrio r - ?3ov2s sobre o r10 introduço ou c1iminaço

do alternativas rio produco cRnsidoraCas polo mondo de pro-

granaçío, rnud::nças e cx eotaivas e outros.

As ccn.oc'noins dc vrios p=gr=As po'oriam sr estudadas

e os prcçr=is combinadas dc tal forma a criar estratgias

altorntivai para a melhoria (ia situ.ço dos grups do brixa

renda na oqr. cu].tura. Sirnultnneamontc, seriam dosenvolvidas

estimativas lis custos de .unplcmontaçao de varios programas.

Uma co-inir,-iç 7 3 entrO cu9tos o retornos po3.eria constituir a

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73.

b.se parc que os p1.ejcros av.i1iassrn ns víricn progr-

o pern c formu1co de politicas que poderiam atingir

SeUS ObjetiVos ie siiiioflar Os prohlc'mas dos grupos 1' bai-

xe rcnia na agricultura.

Embora est.3 artigo rtc forneça ) "mapa cia mina" Cm relaçn

metcdo1ogia 1e pQsquisd a sa sccjuiia no prrjeto, espera-se

que ele tenha indic.-do algumas linhas mestres, suhsd1s pa-

rc a rcf1exo e bases para a iscusso. Ccrtamcnte, o pr5-

prio projeto ocrecn a oport n.l.CCiC dc rceizar um trabalho

desafiante, o cio fornecer contrihuiÇ6s importantes para a

so1uço dc um problema igualmente importante.

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A TÇOA3ÂLD. J TÇIi VCONõMIÇSNA EkPLTc;.ÇO flA

AGRICULTURA D1 SW3S±ST2JCIT

G. Edward Schuh

Purdue University

1. ITRODUÇ.?O

O trtiO do artigo sugere que faremos um levantamento da li-

teratura atual sobre o assunto, para uma melhor compreenso

do mesmo. É preciso alertar o leitor que no nos prepomos a

isto, e sirna focalizar aspectos relevantes da teoria, que

podem nos ajudar a desenvolver um trabalho mais concreto, ou

seja, a anise e compreenso da massa de micro-dados que es

tarnos coletando em nossas pesquisas.

Procuraremos explicar, desde o início, v5rias restric5es que

definem o objetivo deste artigo. Inicialmento, dirigiremos

nosso esforço de anlise e coleta de dados ao contexto fami-

liar; portanto, nos interessaremos por economias familiares

e n3o pela economia da empresa agrícola, ainda que, certamen

te, esta no dever5 ser esquecida. Em segundo lugar, preen-

demos focalizar a economia dos recursos hu=nos7 para tarto,

estudaremos a teoria dc capital humano, com todas suas impJl

caçes em termos de educaço, fertilirirde, nuLriço, saCide,

e participaco no mercado de trahalho Jm terceiro luqar,

trataremos dos produtores rurais menos beneficiados, oue tam acesso a terra, e para os quais a aquiziço de novas tcni-

cas de produço adequadas é muito importante. Trataremos da

adequaç3o das atuais pesquisas, ze estas esto focalizando

os problemas corretamente, e se há disponihilidde de urna no

va tecnologia de produço. Em quarto lugar, estudaremos a

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80.

forma pela qual os ix-idivduos controlam seus ativos fixos,

que um elemento importante para determinar o seu potencial

de "crescimento". Nesta parte, o regime de posse da terra e

o seu impacto sobre a uti1izaço dos recursos ó relevante.

Finalmente, as imperfiç6cs de mercado, especialmente dos

mercados de fatores, limitam o acesso desses individuos a

faixas mais altas de renda e, portanto, tambm devem ser es-

tudadas, iã que constituem elementos importantes na distri-

buiço de capital e cr&ito.

Tanto no Brasil, como na maioria dos paises, há escassez de estudos empricos sobre os agricultores menos favorecidos. A

classe dirigente brasileira e as organizaçães internacio-

nais, do tipo do Banco Mundial, t&m interesse crescente em

favorecer este grupo de individuos, pois eles representam o

principal problema de pobreza e de recursos humanos, tanto

em paises subdesenvolvidos, corno em muitos paises desenvolvi

dos.

O desenvolvimento recente da teoria econômica, aparentcrncm-

te, superou os conhecimentos empíricos de que dispúnhamos so

bre os grupos de baixa renda na agricultura. Porém, o proble

me no estã somente na falta de estudos empiricos, mas no fa

to de que muitas contx-ibuiçôes importantes na Srea da teoria

econômica ainda no foram incorporadas ao pensamento comum

sobre os problemas econômicos, mesmo em contextos mais am-

plos que o da pohroa rural. Ueste artigo, pretendo concen-

trar-me nessas novas contribuições 5 teoria.

A primeira das seis partes deste trabalho, rev& as recentes

contribuições de Lancaster e Bocker à teoria do consumidor,

onde a família ô considerada como urna empresa, produzindo serviços consumidos por seus prõprios membros, e onde se dá grande atenço ao problema da alocaço do tempo. A segunda

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81.

parte trata da teoria do capital huriano desenvolvida por

Schultz e Bocker. Um modelo de mudança t6cnica induzida, ana

usado na terceira parte, fornecera bases para compreender

as potencialidades da mudança tcnica nas unidades que t&rn

acesso à terra. A quarta parte resumirá algumas teorias re-

centes sobre a posse da terra, que podem esclarecer se as

restriç6cs de poe da terra realmente levam a uma má aloca-

Ç1O CIO recursos. A tcori.a do mercado de trabalho, com ênfase

em migraç3o e papel do canital humano, será discutida na

quinta parte deste artigo. Finalmente, reveremos a teoria do

racionamento do crdito, iS que se acredita que este raciona

monta, pode restringir o crescimento da empresa e da unidade

farni liar.

Devo observar que o problema da incerteza e risco é uma omis

so importante no presente artigo, que talvez venha a ser

corri.gida posteriormente.

2. A NOVA TORIA DA 1SCOLIIA DOS CONSrJ1IDOflE5

Recentes inovações da teoria econômica realçam e facilitam

nosso tratamento de problemas de capital humano, alocaço de

tempo e comportamento da unidade familiar fora do mercado.

Estas contribuiçcs nos permitem usar sistematicamente varia

veis econômicas convencionais como renda, consumo, poupança,

comportamento da força de trabalho dentro do uma estrutura

de escolha teôrica unificada, e tainbm aspectos no conven-

cionais (polo monos para os economistas) do comportamento,

tais como fertilidade, casamento, divôrcio, controle de nata

lidado, socializaço de crianças, escolarizaç.o e saude. Ta

to as variveis convencionais, como as no convencionais,

so importantes para ajudar a elucidar o problema da pobre-

za. Ambas so cruciais para estudar problemas de desenvolvi-

mento a longo prazo, a trajetria o os limites deste desen-

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82.

vo lvimen to 'W.

1s novas contribuições da teoria nos fornecem basicamente u-

rna teoria econômica cia farn1ia, ou como te ,i sido chamada, a

teoria da ecoiomia familiar. Esta õ constituída por tres in-

gredientes essenciais, que a distinguem da forma pcla qual

os economistas focalizavam a atividade econômica anteriormen

te.

Inicialmente, a unidade familiar ô tratada como urna empresa

e, assim, recorro-se 5 teoria das empresas para compreender

o que ocorro dentro dela. (Isto se contrapõe teoria dos

consumidores, usada anteriormente e que tentava explicar as

atividades dos individuos, deixando dc lado as atividades e-

conõrnicas realizadas na unidade familiar). Em segundo ltgar,

a varive1 "tempo" passa a ser objetivo da anlise econômica

quando reconhecemos que os indivrduos raramente consornem ape

nas bens ou serviços, mas sim combinações destes com uma par

cela de ternro disponivel e rigidarnente limitada. (O tempo

"rigidamente" limitado no sentido de que ternos 24 horas por

dia). Finalmente, a teoria tenta compreender atividades ex-

ternas ao mercado e que se relacionam com escolarizaço, in-.

vestimento em saude, casamcnt, controle de natalidade, se-

cializaço das crianças, etc.

Nesta teoria, a unidade familiar ô tratada como uma ihstitui

ço social complexa, cujo comportamento interdependent€ e

justaposto durante o ciclo de vida de cada membro e da fam-

lia como um todo ô determinado pois interaço dc prferôn-

cias e capacidades de seus membros com o meio social e cconô

mico a que pertencem, e ao qual esperam pertencer no futuro.

(1) Exemplificando, Schultz mostrou recentemente que a restri-ço básica que determina os limites superiore da moderniza çao (crescimento econômico) é, a escassez de terpo para con-sumir. V. Schultz, s/data.

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83.

No momento, esta teoria ainda no esta totalmente elaborada

pare propiciar a cxplicaço completa do comportamento fami-

liar durante o ciclo de vida. 1ntretnnto, a forma pela qul

ela vem sendo desenvolvida é rica em hip6tscs, havendo um

crescente volume de trabalhos cmpricos destinados a testar

e ampliar esta teoria, com base nos resultados obtidos nes-

ses trabalhos.

Nem o tempo, nem o espaço,ne.ste artigo nos permitem um levan

tamcnto completo desta teoria. Assim, eu gostaria de indicar

dois artigos apontados como responsveis por esta nova abor-

degem e, também, algumas hipéteses o problemas que tcntarc-

mos explicar.

A contrihuiço de Lancoster (1966) foi libertar-se da aborda

gom tradicional, onde os bens so os objetos diretos dc uti-

lidade, e supor que a utilidade se deriva das propriedades

ou características dos bcms. O consumo é encarado corno urna

tividade na qual o bem, por si sé ou combinado, é um insimo,

e o produto é formado por um conjunto de características.

nesse sentido que a unidade familiar é transformada em uma

empresa, onde vrios bens e insumos so convertidos em produ

tos, enquanto conjuntos de caracteristicasW.

Lancaster resume, na pégina 134 de seu trabalho, a essência

desta nova abordagem, onde cada suposiço representa uma que

(1) Por exemplo, uma refeição (tratada como um único bem) pos-sui características nutricionais, mas também característi-Cas estéticas. Portanto, diferentes rofeiçéos possuiro es-tas características em proporções diferentes. Em geral, nos mo um bem Gnico, possui mais de urna característica, com o que a mais simples atividade de consumo cornprecncier vérios insumnos.

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81.

bra com a tracl.tçio:

1. Um bem, por si s5, no oferece utilidade ao consumidor;

possui caractorsticas e so estas que proporcionam utili

dada.

2. Em geral, um bem possuiri mais rio urna característica, e

muitas características sco compartilhadas por mais de

um bem.

3. !3ens combinados podem possuir caractorsticas diferentes

das pertencentos 'aos bons individuais.

Para obter um modelo operacional a partir destas ideias, Lan

caster admite as seguintcs proposições;

1. Um bem individual ou um conjunto de bens considerado co

me urna atividade de consumo, associada a uma cscil ( ní

v(-1 desta atividade). A relaço entro o nível dc ativida-

de k, y k e os bons consumidos na mesma atividade 6 consi-

derada linear e objetiva, de tal forma que, para o bem

x i t temos:

x. = E

e o vetor do total de bens necossrios para um determina-

do vetor de atividade :

x = lty

Como as rolaç6os so consideradas objetivas, admitimos

que as cquaç6cs se mantem para todos os indivíduos, e os

coeficientes ak sao determinados por propriedades intrín

socas aos bens em si mesmos e, possivelmente, pelo conho

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85.

cimento tecnol6qico da sociedade.

2. Admite-se que cada atividade de consumo produ7 um vetor

fixo de caract risticas e que a relctçao seja tamb6m ii-

near de tal forma que: se a quanti1nde da carcte-

rstica de ordem i,

z i = bi),yk ou

2 = By

Novamente aqui, admitimos aie os coeficientes b so de-

terminados objetivamente em princípio, peio menos - pa-

ra alguma escolha arbitrria das unidades de z...

3. É suposto que os indivíduos possuem uma função de litilida

de ordinal, de características U(z) e supe-se que eles

cscolhero urna situação que maxirnize estas caracterti-

cas. Admite-se, por ora, que U(z) possui as propriedades

de convexidade ordinal de uma função padro de utilidade.

Na teoria da demanda convencional, admite-se uma relaço di-

reta de um-para-um entre o conjunto de caracteristicas dispo

niveis para o consumidor - bs vetores z -' que so os obje-

tos imediatos-de sua preferncia e bem-estar, e o conjunto

dc bons que ele disp3e - os vetores x -, que ropresent-am sua

relação com o resto da economia. Contudo, este no 6 o caso

aqui, pois temos urna relaço indireta, através do vetor de a

tividade y.

Geralmente, supornos que o consumidor enfrenta a escolha en-

tre varias trajot6rias que unem conjuntos de hcns com conjun

tos de características. E, se tomsscmos a situaço do esco-

(1) O pressuposto da linearidade & estabelecido somente para simplificar o problema.

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86.

lha padro que o consumidor enfrenta em um mercado livre, com

urna r4str1ç5o orçamentria linear, sanemos levados a adoi:ar

um programa neo linear, que dificilruonte pocleriainos i1wni.pu-

lar.

Lancastor simplifica o mo:iclo, supondo que existe uma corres-

pondncia um-para-uru entre bens e atividades, para que o pro-

blema do escolha do consumidor possa ser escrito do uma forma

mais simples:

Iaximizar U(z)

sujeito a px < k

com z = Bx

z.x> O.

Este é ainda um programa no linear, mas há agora urna peqie-

na distancia entre bens e caracenisticas.

O modelo consta do quatro partes. 15 um maximizador U(z) o-

penando sobre as caracteristicas; isto 5, U defin-so em um

espaço de caractenisticas (espaço-C). A restniço do orçamen-

to px k ó definida em um esraço do bens (espaço-B). O siste

rua dc cquaç6os z = BY represenrta urna transforrnaço onere o e;

paço-13 e o cspaço-C. Finalmente, há restriçaes no .negativa

z,x O que so mantidas, inicialmente, embora em algumas a-

plicaç6es e com aigufl1L3 COnVOflÇOCS simnh51ics possam nao fa-

zer parte do modelo.

Em uma an1ise tradicional do consumidor a rcstriçaos de orça-

mento e a função de utilidade so definidas no espaço-B e am-

bas podem ser imediatamente relacionadas em um diagrama co-

mum da curva de indiferença. Aqui, porem, a funço de utilida

de s6 podo ser relacionada com as restniç6es do orçamento de-

pois que ambas forem definidas cri um mesmo espaço. Há duas 02

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87.

ç6es: .(l) transpor a função de utilidade para o espaço B e re-

lacioná-la diretamente com as restriç6es orçamentárias, ou (2 ) transpor as restriçaes orçainentárias para o espaço C e rela -

cioná-las diretamente com a função de utilidade U (z). Cada u-

Ina destas técnicas pode ser útil, em determinadas circunstán -

cias.

A equação de transformação zxe a estrutura das propriedades

qualitativas da matriz B desempenham o papel principal,

neste modelo. Em seu artigo, Lancaster anlisa ainda a relação

entre as propriedades de B, que ela designa tecnologia

do consumo da economia, e o comportamento dos consumidores

Particularmente importante para nossos objetivos é sua dis-

cussão sobre trabalho, lazer e escolha ocupacional.

Em suma, Lancaster estendeu a análise de atividade, que tem

sido tão útil em suas aplicaç5es ã teoria da produção ao cam

p0 da teoria do consumo. A suposição básica para realizar es-

ta transposição de que os bens possuem ou dão margem a caracte

rísticas múltiplas em proporções fixas, e que são estas carac-

terísticas, e não os bens em si mesmos, que atraem as prefe-

réncias dos consumidores. Esta formulação de problema trans -

forma a unidade familiar em uma empresa, levando-nos à teoria'

das empresas para tentar compreender as atividades econômicas-

externas ao mercado desenvolvidas no lar. A aplicação da aná -

use de atividade nos permite o cálculo dos preços - sombra ,

que são especialmente útil em virtude da natureza externa ao

mercado ( portanto, associada à falta de preços observáveis)

de muitas das atividades do tipo em questão.

A contribuição de Becker (1965), que em um certo sentido , é

um caso particular da teoria geral de Lancaster, foi introdu -

zir na sua formação revista da análise da unidade familiar

o elemento tempo. Sua preocupação foi estudar como o desenvol-

virnento econ&nico levou a um declínio progressivo na semana

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63.

de trabalho, dc tal forma que hoje ela equivale a 1/3 do ten

po total disponvel.ConsequcntontO, a a1ocaço c' cficiõn-•

cia do tempo usado fora do trabalhoomais portantespara o

bem estar econômico que a do tcmpo usado no trabalho.

Os economistas, segunc]o Becker, foram os primeiros a rcconh

cer a importância do tómpo, quando consideraram este fator

como um dos irisumosmais irsnortantes doprocesso educacio-

nal, e que um dos custos da educaço corresponde aos ganhos

que os estudantes deixam de receber. Ele aponta ainda que o

custo do um serviço (como o teatro) ou de um bem (como a car

no) envolvrn.mais 4uo seu preço dc mercado, pois su consumo

toma uma parcela dc tempo que poderia ser usada produtivamen

t. Desta forma, o custo total destas atividades é igual

sorna do 3GU preço do mercado com o valor dc tempo utiïizado.

Em outras palavras, os custos indiretos dcvcria ser conidc

rados ia discuso de todos os usos do tempo no usado para

trabalho, tal como j5 vem ocorrendo na discusso do processo

educacional.

Becker tenta desenvolver uma abordagem geral da alocaço de

tempo em atividades externas ao trabalho. Sua analise teôri-

ca bsica sobre a cscolha inclui o custo do tempo no mesmo

plano que o custo dos bens dc mercado. Na teoria tradicio-

nal, a unidade familiar maxímiza furLções dc utilidade da s-

quinte forn'ia: -

ti = U(yy7 rk ...y ) '( 1)

sujeitas a restriç6es do recursos do tipo

(2)

onde y so bens comprados no mercado, P so seus e prços, 1

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89.

a ronda monctria, W so os ganhos e V representa outras

rcnc1 s.

J3cckcr incorpora o tempo externo ao trabalho, o assume quc a

unidade familiar combina tempo com bens de mercado para pro

duzir bcns mais h5sicos que entram diretamente em sias fun-

çes de utilidade (Observe-se a semelhança com Lancaster).Es

tes bens são chamados Z e so expressos da seguinte forma:

zi = . f 1 (x.T1 )

(3)

OndO x. 5 um vetor de bens de mercado e T. & um vetor dos in 1 1 -

sumos dc tempo usados r.a produção do bem i.

Duas observaçoes podem ser feitas. Em primeiro lugar, querido

se usam bens de capital, tais como refrigeradores ou autom-

veis, x se refere nos serviços fornecidos por estas bens. Em

segundo lugar, T. è um ve'or, porque, por exmp1o, as horas

usadas durante o dia ou nos dias úteis, podem ser diferentes

daquelas usadas à noite ou nos fins de semana.

Cada dimensão do tempo refere-se a aspectos diferntos e, em

geral, as derivadas parciais do Z que dizc'rn respeito a x e

Ti sirnultaneamonte so n33-negativas.

Neste tipo de formulação, as farnlias são unidades dc Droclu-

ção e meximindoras de utilidades. Elas combinam tempo com

bons de mercado, através dc "funç6os de produção" f, para

produzir bens bãsicos do tipo Z, e escolhem a melhor combi-

nação destes hcns da maneira convencional, maximizando a fun

çã.o cio utilidade

U = U (Z.,... Zm) = U (f... ti (x... xm ; Tr*••Tm)

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900

sujeita a una restriço orçamentaria do tipo:

9 =

onde g é função dos gastos com Z e Z 6 o limite dos recur-

sos disponíveis. Isto transforma a família em una "CiOfl&

fhrjca, conforme fl'- cker a concebe, a qual combina bens de

capital, matérias primas e trabalho para limpar, âlimentr,

procriar e produzir outros bQns úteis.

O objetivo bsico da anlise do I3ecker Vencon=ar r•lidas

de q e 2 para facilitar o deenvolvicnto de irplicaç6es em-

pricas. Segundo ele, a aproximação ris direta é supor que

a funço de utilidade maximizada sujeita a rc?striçcs sep

radas de gastos com bens de mercado e tempo o Ás funces dc

produção. As restriç6cs de bens podem ser expressas :a se-

guinte forma

Px.=I=V+T w w (6)

onde P c o vetor dos preços unitrios de x, T e o vetor

das horas gastas no trabalho e w um vetor dos ganhos por u

nidade de T 7 . As resriç3es de tempo assumem a forma &aixo:

m E T.

1 C T

W T - T (7)

onde T i é o vetor do tempo total gasto rio consumo e T é o vo

tor do tempo total disponível. As funçcs do produço podem

ser expressas dc duas formas equivalentes:

T tZ 1

(9)

b.Z

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91.

onde t i é o vetor do insumo do tempo por unidade de Z e b 1

o mesmo vetor para os bens de mercado.

Segundo Decker, o problema no 5 como poda parecer, maxirni-zar a função de utilidade (4) sujeita às restriç6es mlt.i.-pias (6) e (7) e às re1açes de produço (3). Na verdadc, h

urna única resLriço bsica, pois as equaç3es (() e (7) no so independentes; o tempo pode ser convertido em bens, reclu

zindo-se o tempo dispendido .no consumo e aumentando o tempo

no trabalho. Portanto, substituindo Tw na equação (6) por

seu equivalente na equaço (7) encontramos urna única restri-

çao

+ ET 1 3 = V + (9)

Usando (8), (9) pode ser escrita da forma abaixo

t(P. 1 h. 1 2. + t. 1 ) Z V + T

com

TT =P i h i +t 1 1

V + T

O preço total de ur-ia unidade de Z., (n 1 ), equivale à soma

dos preços dos bens e do tempo usado. Isto &, o preço total

de consumo 5 a sor:'.a dos proços dirotos e indiretos, da mesma forma que o custo total do invo.stimento em capital humano 5 a soma dos custos diretos e indiretos. Beckcr argurronta que

estes preços diretos e indiretos so fatores determinantes

sirntricos do preço total, e que no há razo analítica para

se vaJ.orizar um fator mais do que o outro.

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92.

A rcstriço de recursos no lado direito da equação (10), S,

sujeita a interpretações a1tcrnatvas, com diferentes im-

plicaçes para as condiç6os de equilíbrio. A interpretaçO

mais fci1 e direta ocorre quando w constante, indeponden--

te dc Z.• Neste caso, S' nos clã as varias rendas obtidas se

todo o tempo disponivel fosse dedicado ao trabalho. sta ren

da obtidi seria 'gasta" com bons quer diretamente, atravfls

de aquisiços de bens, F P1 h.Z quer indiretamente, ceixan-

do-se de ganhar renda, Tt i

W7 i , isto ó usando-se parte do

tcmpo no consumo o no no trabalho. flesde que w seja constan

te e, se houver retornos constantes na produção rIC, 7,

tal forma auc b. e tsejam fixos para cada P. e , a condi - 1

ço de cguilbrio, que resulta da maximizaço dc ('), sujei-

ta a (10), assume uma forma muito simples

U. 1 1

onde X ó a utilidade marginal da renda monetária.

Dcckcr nota que se w no 02s0 constante, a restrição de rc-

cursos na equaço (10) nc teria nenhuma interpretação parti

cularment útil. 5' = V + T iria stiper-estimr a renda mo

netãria recebida se as taxas marginais 'lo sa1irio se manti-

vessem abaixo da rndia. Além disso, as condiçes dc equilí-

brio se tornariam mais complicadas do que na euaço (12),

porque preços marginais teriam que substituir preços m&lio.

An rcstriçSes totais de recursos só podem ser interpretadas

como renda monetária nixima disponível quando. se admite a in

prvve1 hipótese de que os ganhos módios so constantes. As

sim, Becker sugere rejeitar a abordagem que considera explí-

cita e isoiaamente as restriç3es de bons e de tcrmo e subs-

citui-la por outra, na qual as restriç5es totais r1 recursos

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93.

seriam necessariamente iguais 5. renda monetr:ia r'ixira dispo rdvel, que ele denomina d•"renda total". Es seria alcanca

da se dcc1icsserio5 todo o tempo e os recursos da unidade fa.-.

miliar para sua obtenço sem nos prcocunar com o consumoW.

Cste tipo de abordagem baseado ria renda total nos leva a uma

rcstriço de recursos bastante significativa solidamentc h

seada no fato de que os bens, e o tempo podem ser combinados

em uma Gnica rcstriço global 1 j5 que o tempo podc transfor-

mar-se cm bens, atravs cia renda monet5ria. A1m disso, quan

do esta renda monet5ria abandonada para se obter utilidado

adicional (por exemplo, aumentando o lazer), podemos medir o

custo desta utilidade adicional pela quantidade de renda no-

net5ria que se deixou dc obter.

flcker mostra que a abordagem da renda total inclui ainda um

tratamento Gnicõ para todas as suhstitulçaos de renda monet

ria por renda no-monctria, indendentemente de sua nat.ure

za, ou do fato de. que elas ocorrem no trabalho externo ou no

lar. As vantagens desta colocação sero discutidas a seguir.

Designenios a renda total por S, e os ganhos totais sacrifica

dos ou "perdidos" pelo interesse em utilidade por L. A iden-

tidade ligando L a S torna-se simniesmerite:

L (Z .Z m ) S - 1 (Z 1 ,...Z ) (13)

1 e L so funçBcs dc Z, porque tudo que & ganho ou nerdido

depende do tipo de consumo escolhido. Por exemplo, ata certo

ponto, quanto menos lazer houver, maior será a renda nonet-

(1) r claro que ist:o no implica que todo o tempo seja gasto no trabalho externo. O sono, algum lazer e a alimentação so e lomentos nocessrios para a eficiancia cio trabalho. Portan

a quantidade de tempo gasta nestas atividades seria de-terminada unicamonto por seu efeito sobre a renda, e no por qualquer efeito sobre a utilidade.

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4.

ria obtida e menor a rnantidado perdida. Usando as cquaes

(6) e (a), a eguaço (12i pode ser escrita da seguinte for-

fia:

EP.b.Z. + L(Z 1 ....Z ) S (14)

Fta restriço bisica 'le recursos admito que a renda total íi

gasta diretamente em bens de mercado ou, indiretamonte, atr

vs da perda de renda monctria. Infelizmente, no podemos

contar com uma cxprosso simples para o nreço m&io de

como na equaço (10). Apesar disso 1 so os preços marqinais

e n3o os preços mdios que afetam o comnortamento

preços marginais só sero identificados pelas restric6es em

(10) quando os ganhos mdios, 3, forem constantes. Se isto o

correr, a exprcsso relativa kfunção de. perda ficara mais

simplificada:

LT t.Z c ii (15)

e (14) se rcduzir. para (10).

flecRer mostra, mesmo no caso geral, que os preços marginais

totais resultantes da ocjuaço (14) podem ser sempre dividi-

dos em componentes diretos e indiretos. As condiç6es de equi

.1brio resultantes da maxirnizaço da funço de utilidade su-

jeita a (14) so:

= T(nb + L1 ) i = 1, .... m% (16)

(1) A família maximize sua utilidade sujeita apenas à rostriço dc recursos totaiS, dada por (14). Introd' indo-se o concei te de ronda total, o problema dc maximizar-se utilidade coi restriças de tempo e A bons é so1ucionalo em dois estr- gios. Primeiro, a renda total é determinada pelas restri- çoos do tempo e do bens e, deuois, a utilidade é maximizada sujeita apenas a restriçoes im}?OSt.aS pela renda total.

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95.

onde pé, é o comnonente direto e Lj, o componente indireto

do preço marginal total p 1 b +

Atrs desta dist1nco de custos diretos e indiretos está a a.

locaço de tempo e do bens entre atividades orientadas para

o trabalho e atividades orientadas para o consumo. Isto suge

re uma djvjso alternativa dos custos entrc os que resultam

da a1ocaço de bens e os que resultam da a1ocaço de tempo.

L. = 3L/Z. como L. --- '-- + L i (17)

- x. Z. j- 1 1 1

= i 1 1 t.

1 + a,!,.

1 (13)

onde 1. = - e a. - sao as percas marginais clecorren- T.

1 x.

tes do uso de mais temno e bens, respectivamento, em Z.. i'\

equação (16) pode ser escrita da seguinte forma:

T b (p. + c.) ~ t 1. 1 1 :i. 1. ii (19)

Os custos marginais totai.s de Z equivalem à soma dc

h. (p. + c.) o custo marginal do uso de bens para produ2ir

o, t i l i , o custo marginal do uso do tempo. Esta divisão serã equivalente Aquela de custos diretos o indiretos somon-

te quando c 1 = O, ou seja, se no houver custos indiretos do

uso de bens.

O restante do artigo dc Becker é devotado à ap1icaço desta

teoria em virios problemas - alguns dos quais bastante impor

tantes para o desenvolvimento ccon&nico ; como é o caso do

tempo dispe.ndido na trabalho ; ou da oferta de mo-de-obra a

curto prezo. Um outro problcma focalizado por Recker é a pro

(1) Zs condios de equilíbrio na oquaç3o (16) são de fato, ba sicamente as mesmas crue se seguem da equaço (10).

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96.

dutivldade do tempo, que 5 fonte do aumento nom ganhos que

caracteriza as cccmomiELs dos países desenvolvidos, o que se

deve à acumulaço de capital físico e humano, ao progresso

tecnoigico o a outros fatores. Uma das conciusac.s desta ant

use a a i7flportincia do tempo da consumo, ou o nve1 da tec -

nologia produtiva usada na unidade familiar com suas implica

ç6es sobre a oferta de trabai.ho, etc. Um terceiro problema

a noccssidadc do se rcostimarcmasclasticidadcs da demanda de

forma a considerar intensidades de tempo diferenciadas.

A importânCia deste ponto se evidencia pelo fato do que al-

guns estudiosos acreditam que o rccnte aumento na demanda

do carne em países adiantados se deve a sua baixa intensida-

de de tempo quando comparada a outras fontes de proteína ani

mal. Isto levaria a um aumento na demanda do carne, à medida

que os custos de oportunidade do tempo aumentam e que as mu-

lheres passam a participar mais "fetivamonte no mercado

trabalho. Dentro deste quadro, podemob compreender taMém a

divisão do trabalho entre os membros da unidade familiar.

Beckex- explica tamb& a rao porque os americanos aparente-

mente desperdiçam bens materiais e se preocupam e procuram

tanto poupar tempo, enquanto os indivíduos que vivem em paí-

ses dc baixa renda parecem desperdiçar tempo e no ter cons -

ciancia exata de seu valor, embora sejam bastante ceonrnicos

cm relaço aos bens materiais. A teoria sugere que isto no

se deve a uma diferença h5sica do temperamento ou prefer8n-

cias, mas sim a urna resposta a diferenças em custos relati-

vos.

A combinaço do modelo de Lancaster e de Becker com a teoria

do capital humano tem sido aplicada, nos Citimos anos, a urna variedade de problemas na unidade familiar. Entre estes esta

a explicação do frtilidadc (nQl_oflitica1_Econoy,

1973), do crescimento populacional Ncrlove,• sem data, do c

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9 .7.

sarnento (l3ocker, l97), da djvio do trabalho dentro da uni

dado familiar e dos ganhos (Hincer, sem data e L1howitz,scr

data). T.W. Schultz (sem data) desenvolveu sou trabalho no

extremo dc supor um modelo de crescimento 1ini 4 ado que se ba

seia no crescente valor dô tempo, em contraste com a escas-

sez dos recursos materiais.

Os trabalhos .mpricos, muitas vozes se baseiam na determina

ço d preços-sombra ou custos dc oportunidade do fator tem-

po dontro da unidado familiar, e como boa parte destes traba

lhos utiliza dados macro-econ&iicos socunclrios, comum o

emprego dc varias pxies para esta vari3vc1. Urna das impor-

tantcs descobertas destes cstudos o valer da educaço da

esposa, o qual determina seus custos dc oportunidade para a

unidade familiar. Como as crianças so bens que utilizam in

tonsanionte o fator tampo, os custos de oportunidade do tempo

da esposa so um fator importante para determinar se as fa

inilins aumentam o fluxo dc scrviços das crianças at.rav&s de

um aurnonto e qualidade em um grupo menor de crianças, ou, ao

contrario, aumentam o sou número. As implicaç6cs desta ep-

ço, em termos dc vari5v€.is dcmogrEicns e de fertilidade,

so 6bvias, assim como as da participaço dos, membros da fa-

mlia na forma cio trabalho.

Em nosso questionrio formulamos urna sric dc questães para

medir os custos de oportunidade e o uso do tempo. Esper.va-

mos,dcsta forma, no ter de trabalhar com proxios e poder c

timar diretamente, ou atrav5s de preços-sombra, os custos do

tempo. Uma das eortribuiçocs altamente siqnificativas que o

nosso projeto pode oferccer a nplic.aço desta nova tzoria,

- que & certamente poderosa e penetrante - a problemas do

países em desenvolvimento, mais especificamente no sentido

de compreender o problema cia baixa ronda nesses paisus,o que

podcr ser urna contribuição pioneira.

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99.

3. A TEORIA DO CAPIT)\I, HU11AO

)s tentativas de explicar os aumentos contínuos na renda par

capit e na produtivid;dc do trabalho constataram a peiuena

associaçao entre estes aurentos e o estoque ria capital fisi-

co. Ao contrrio, as tenr1mcias dests variSveis rio longo do

tempo tendem a. associar-se investiriontos em cducaço, em

pesquisa e desenvolvimento fatores que agora colocamos sob

o rubrica dc capital humano. Alm disso, verificou-se guo a

educaço é importante na dctarminaço je perfis dc ronda x-

plicados atrrivs dc an]ises d "crozs-scction".

Por cutro lado, este trabiho levou-nos a uma Sreã do estudo

rn:iis ampla, dedicada à cxpli.coço do crescimento, que nfnti

za o papel dos investimentos em oducoço dc tecnologia como

fontes dc desenvolvimento. Pesquisas parolelas mostraram -

alta taxa de retorno social destes investimentos, que ios

pdsas que tentam elevar suas taxas de crescimento davam re

caber uma ntenço especial, e mesmo prioridadc.

No nosso caso, poderrios adotar duas abordagens bisicos. A pri

meira, determinaria as taxas do retorno privado e sociril ou

rclaço custo/bcnofcio rara investimentos em oducaço, oa-

de, nuttiço. A hegunda abordagem identificaria e tentaria

compreender o que impede a rc'auizaço destes investimentos

cm um nvol micro-ocon3mico. MiAha ciporircia no assunto le.

va-m, a idotnr esta segunda abrdagcm, particulormonte no caso

da educaço. Ela mc parece mais produtiva pelo fato dc que,

nesta amostra, flo espero encontrar muita variaçío nos

veis educacionais dos informantes, com o que riso havert mui-

tas condiçcs de oxpii.c;ir perfis de ganho. Com um pouco cio i

rnaginaço, poderemos conseguir melhores resultados com Pro-

blemas da nutriço o sadc.

A elabor3ç3o formal da teoria de capital humano, deve muito

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a Schultz (1963) e Becker (1962 e 1964). Um aspecto irnportai

te do problema de capital húmano é o investirncnt' c..m educ -

ço e/ou treinarnonto, incluindo treinamcnto em serviço. co e

lementos essenciais para esta teoria s5o dc duas naturcza.

Primeiro, os investimentos cm cducnço o/ou treinamento cic-

vem gerar ganhos superiores aos que seriam obtidos sem cstcr

invcstimcntos. A magnitude dcsts fluxos dc ganhos,

mente estimada a partir de perfis do ganhos ior rdvol d

caço ou montante o tipo do treinarnento, Com grupcs popula-

cionais padronizados por varivois dernogrtficas tais corno i-

dado, sexo, raça. Estas, cama se sabe, afetam os qanhos atra

vs dc efeitos diretos ou indiretos, como discriminaço no

mercado. Estes diferenciais do ganhos nos do estimativas do

fluxo do bcnofcios.

Devemos considerar, tambom, o cutn de gerar estes fluxos de

ganho. Eles envolvem os custos d:LrCtos das escolas e dos p'o

gramas educacionais, encarados essencialmonte como firmas

que produzem serviços educacionais e, tarnb5rn, dos custOs iii-

corridos pelos alunos na compra de 1ivros pap1, uniforme

etc. A estes se somam corno um importante componente - e isto

foi urna contribuiço importante da teoria - os custos de o-

portunidado ou os ganhos perdidos pelos niuno pe]" fato do

frequentarem a escola que, na verdade, tendem a limitir a

magnitude dos custos diretos.

lima comparaço de custos e bonofcios pode ser feita quer a-

travas do taxas de retorno, quer ctimando-se as relaç6es

custo/bonef1cio. Contudo, no caso de capital humano, h

duas raz6es que nos levam a esperar divcrgncins entre os re

tornos e es custos privados e sociais. Em pirnciro lugar,

leis anti-escravocratas que impedem a "hipoteca" dos ganhos

(1) Urna aplicaço importante desta teoria com c3ads nicro-eccn micos brasileiros estFt cm Patrick e (ehrbcrg (1973). -

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100.

do individuo significam que, para este tipo de Investimento,

o mercado é imperfeito, resultando dai que, na falta de ai-

gum subcdio, a sociedade tender5 a sub-Investir em educa-

çío. Alrn disso, oz cfcItos indiretos (OU externalidacies) da

educaço s5c considcrvois o, como resultnd2, o individuo

no capta todos os boneficios dos invcstirnntos que ele pode

fazer. Por isso, a maioria dos. paises prefere subsidiar a e-

ducaço de alguma forma.

Talvez o custo dc oportunidade da esc1arizaco deva ser nos

sa maior preocupaço aquir pois se relaciona com o valor al-

ternativo do tempo e, especialmente, com a contribuiço que

se espera que a criança fcçã , 3 unidade agricola ou dornti-

ca. Este raciocini3 nos vincula novamnto a econnmia fami-

liar que desenvolvemos anteriormente, propercionando urna es-

trutura de an1ise unificada. Minha hip5tese seria que r cm

nossa irea de estudo, o principal Impedimento 3 . escolariza-

ço das crianças seria o alto custo de oportuxidado de seu

tempo.

Urna outra área de estudo, relacionada a esta, investiga as

decis6cs de planejamento familiar. As crianças podem ser vis

tas corno bens de consumo durveis ou bens dc investimento,

que, com o passar do tempo, rendem um fluxo de serviços. Par

te dos serviços que as crianças realizam so de consumo - dire

to, outra parte 6 um fluxo de renda, que transforma a crian-

ça em um bem de invstirnento. O fluxo do renda representa um

suplemento muito importante para o orçamento da familia em

pocas cio crise cconrnica e tambm para o sustento dos pais,

depois que estes se aposent -un. O fluxo de serviços podo ser

aumentado atravs do um maior nrimero do filhos ou na melho-

ria qualitativa dos mesmos. A qualidade do serviço que urna

criança podo prestar Cê afetada por investimentos realizados

no setor de educaço, em escolas formais, ou em treinamento

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101.

vocacional aplicado (incluindo treinamento em serviço).

Corno sabemos, existem diferentes intensidades de tempo para

Cada uma destas alternativas e, em consequancia, a teoria do

planejamento familiar pode ser novamente aplicada. Al&n dis-

so, os custos relativos de produzir "bens" alternativos tor-

nam-se to relevantes quanto a habilidado de captar os reter

nos de cada criança e o custo ãe ter acesso tecnologia e

ao conhecimento neccss.rio para um planejamento familiar. Es

te, por sua vez, depende de arranjos institucionais e medi-

das governamentais.

Embrn este seja s um esboço da t€oria sobro capital huma-

no, ele rico cm hiptesos. O investimento cm capital huma-

no 6 um elemento chave para olcv -ir a renda dos menos favore-

cidos, e precisaremos conhecer as rostriçes que se colocam

para tal investimento se quisermos desenvolver uma poiltica

que vise a auxiliar esta importante camada da populaçao.

4. A ADEQUAÇO DA TECNOLOGIA PRODUTIVA DISPONÍVEL

O papel das novas tecnologias dc produço vem sendo reconhe-

cido como urna fonte dc desenvolvimento e do empliaço dos

fluxos do renda. Schultz prenunciou-se a respeito no seu li-

vro Tran rming Trditiona1Aqriculture, e tarnbm mstrnu

como a preduço de novas tecnologias pode levar a taxas mais

altas de poupança o de investimento, devido CO SOU efeito so

bro o retorno do capital investido (Schultz, 1964). Na verc1

de, a prnduço e distribuiço dc fl(WCS tecnologias nos ofore

co os meios para romper a situação do baixo rLlvci dc equi1-

brio que caracteriza a agricultura tradicional.

Os modelosde mudança tecnolFgica induzida, recentemente de-

senvolvidos, proporcionam os meios para determinar as traje-

t6rias mais cozivenientos parà a mudança tcnica, e para de-

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102.

terminar o tipo de tecnoloqia necessrio para o crescimento

econômico e o auiento da renda 1 . O modelo de mudança tcni

ca induzida de ayami-Ruttan (1971) nos dá urna boa visão do

problema, apesar do existirem outros modelos que tratam do

mesmo assunto 2 .

Hayami e Ruttan iniciam sou trabalho distinguindo dois tipos

essenciais de tecnologia de prbduço. De uni lado, estio as

inovaçaes biológicas e químicas, tais como fertilizantes,

pesticidas, variedades melhoradas, etc., que tendem a aumen-

tar o rendimento da terra, imp-licando quase sempre em um au-

mento dc produçio. As inovaçãas mecânicas so o segundo tipo

de tecnologia de produço, e tendem a auientar o rendimento

da mo-de-obra (ou a poupar este fator), aumentando ligeira-

mente o nível da produço.

Talvez uma das características ímpares do modelo de Hayami-

Ruttan seja o papel instrumental e catalítico que eles atri-

buem a estas inovaç6es. Por exemplo, eles consideram que a

contribuiço de variedades melhoradas ó, na maioria das ve-

zes, facilitar a substituiço de terra por fertilizante. E-

los mostram que as variedades tradicionais costumam propor-

cionar um rendimento igual ou maior do que o das variedades

melhoradas em níveis baixos ou nulos de aplicaço de fertili

z&ntes. O que distinguo as variedades melhoradas, do fat,

a sua melhor resposta ao fertilizante, cm urna escala de apli

caç5o mais variada. As variedades tradicionais, por outro la do, trn unia resposta muito limitada ao fertilizante, e seu

(1) Para uma aplicaço desta modelo na deterrninaç3o das pesqui-sas prioritórias do setor agrícola, v. Castro (1974).

(2) Para urna viso mais coninleta de um modelo mais antigo e sua ap1icaço na exp1icaco da estagnação da agricultura na Ar-gentina, V. D• Janvry (1973).

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103.

rendimento é decrescento em nível relativamente baixo de a-

plicaço.

Facilitando a substituiço da terra por fertilizante, as va-

rieclades melhoradas ajudam a superar os limites sobre a ex-

panso da produço que podam ser impostos em 5reas de oferta

de torra Iiuitada, permitindo e facilitando a substituíçao

de um insumo fornecido pelo setor industrial (fertilizante)

por uru insumo inerente ao setor agrícola.

Um raciocínio semelhante seaplica s inovações mecnicas.

No entender dos autores, estas inovaç6es facilitam a substi-

tuiço da mão-de-obra pelo capital e pela terra. So as me-

vaçes mecnicas ou a mecaniznço que peritcm ao homem arar

mais terra, portanto mudando a properço dos fatores entre

esta o a mo-de-obra. Tais inovaç6cs aliviam as restrições

sobre a expanso da produço que so impostas em casos de es

cassez de mio-de-obra, ou oferta de trabalho inaltstica, prc

piciando os meios cara que um insumo poduzido polo setor in

dustrial seja introduzido no setor agrícola.

Hayami o Ruttaa totan sou modelo com dados sobre os Estados

Unidos e sobro o Japo, dos países que modernizaram o setor

agrícola com sucesso, sequindo porm, caminhos muito diforen

tcs dc mudança tccnolôgica. O rap3o, tradicionalmente dodic

do ao dsonvolvimcnto de inovaçes biológicas, produziu va-

riedades melhoradas e aplicou grandes quantidades do fertili

zantcs na lavoura, muito tempo antes do que os Estados Uni-

dos. Os autros argumentam quo isto ocorreu em resposta ao

grande problema que este país enfrentara, que era a carência

dc torra. Com estas invaç6cs, os japoneses diminulram as

restrições impostas por uma oferta de terra inelstica.

Os Estados Unidos, ao contrrio, dedicaram-se trodicionlmcn

te i produç?ío do inovaç3es mecnicas e i mecanização da agri

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104.

cultura, pois tinham abundncia do terra e lutavam contra a

carancia do fator rno-do-obra. Neste caso, foi a mccanizaço

que ajudou a superar esta restriço que se impunha oxpan-

so da produço.

Evidancias adicionais a favor do modelo podam ser conseui,-

das analisandc' os caminhes escolhidos, mais recc;tcmnte,

por estes dois paises. Â medida que o Jepo se industrializ

va, a mo-do--obra no setor agricola escsseava e os salrios

subiam. Isto dou inicio a um processo de mecanizaçio, visan-

do a superar este obstculo para o aumento da produço. Nos

Estados Unidos, por out.ro lado, a terra foi tornando-se me-

nos abundante, com a dofiniço das fronteiras, partindo-se

para um processo dc inovaç6os bio16gicas com apiicaçaes cres

contes de fertilizantes.

Este modelo implica em uma trajetria eficaz para a mudança

t6cnica determinada sobretudo pela escassez relativa de fato

ros ou pelos preços relativos. Desta forma s a capacidade cio

crescimento do um pais será em grande parte determinada pela

absorço de inovaç6es t6cnicas capazes de atenuar as restri-

çoes que se colocam pera a expanseo da produçeo, e neo para

a distribuição e produç3o de tecnologias abstratas, sem obj

tivos pr6-estabolccidos.

Hayami e Ruttan aplicam seu modelo sobretudo em nivel agrego

do. Embora nosso intcrcëe se concentro cm grupos particula-

res, dentro de regics relativament-e limitadas, o mesmo cor-

po te6rico parece aplicar-se. Reconhecer se hoje a tecnolo-

gia de produção disponivol no 6 adequada para pequenos agri

cultores ou parceiros, ou pelo mcnos no 6 adotada por C

les. Estas categorias do agricultores n3o se beneficiam dos

grandes inveatimontos públicos que so idealizados para pro-

duzir e gerar novas tecnologias do produço.

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105.

A partir do momento em que aplicaiiios o modelo d2 Haycrni e

Ruttan, nossa misro ser& idcntificar as rcsLriços para a

expanso da produço e aumento dos níveis dc ronda em ncssa

amostra, e verificar se a tecnologia de produção disponível

apropriada par: eliminar estas restriç6es. Neste contexto,

importante reconhecer que as rostriç6es ao crscimonto, p0

dom tanto ser tcnica o/ou ccon6micas. Por exemplo, pode hi

ver falta do pesquisas tic'lôgicas ou avanços técnicos relati

vos aos produtos cu].tivados pelos agricultores de nossa amos

tra. Ou, ainda, pode nio haver varicdnds com boa resposta a

fertilizantes produzidos para os tipos de SOlO específicos i

regio em estudo, au nodo ser que estes solos apresentem pra

hiernas que impeçam aadoço da tecnologia disponve1.

Os problemas do adoç5o de tecnologia podem ser, tambm. rie

ordem meramente cconmica. Suponhamos que haja disponbilida

de do var edades melhoradas e com boa resposta a fertilizan-

tes adequados aos solos da rcgío em estudo. Se os agriculto

res estiverem sujeitos a racionamento de cr&lito e capital

(a ser tratado mais dotalhadamente em outra seço), eles no

tero condiçcs do comprar o fertilizante e, portanto, serão

imp.didos de adotar as varicddos mclhorrdas.

1 chave para desenvolver uma política tecnclEgica apropriada

aos agricultores cio baixa renda é uma anlise cuidadosa das

restriç6es que se colocam para a expansão da produç e para

lelamente, uma avaliaç.o da tecnologia de prociuço disiioní

vel.

No nível do cada estabelecimento., utiliaramos tcni.ces de

programaço linear para.tentar descobrir quais são as restri

ç3es mais importantcc & cpanso da produço. Por exemplo,

se uma das restriçes for o fator terra, verificaremos se h

disponibilidade dc variedades com boa resposta a fertilizan-

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106.

tes e quais so os problemas técnicos específicos associados

ao uso de fertilizantes. Isto implicara cm uiia avaliaço das

variedades disponíveis o, portanto, na co1aboraço dc cien-

tistas o tcnicos.

Alôm disso, a pesquisa devora averiguar se cxistc racionamen

to do credito e/ou capital na Arca. Pode ser que existam va-

riedades com boa zespo= a fert11iantes o que os problemas

do solo tenham sido solucionados, mas que os agricultores

no se aproveitem dessas facilidades por falta de condições

pnra comprar fertilizantes, ou ainda por no serem capazes

ou no quererem assumir emprstimcs. Neste caso, a reStriÇo

que se coloca é . o rncrcdo dp crôdito, tornando una mudança

na politica crediticia a varive1 mais apropriada para sanar

o problema. -

Deve-se notar, de passagem, que a política brasileira parece

partir do pressuposto de que as restrições ao crescinientodaa gricultura so de cariter puramente econômico, e que a tccno

logia do produço disponivel õ adequada. Esta preocupaçio se

reflete nas grandes quantidades dc crdito que so introduzi

das ao sistema e no ajuste dos preços de produtos c fatores.

Ilinha opinio pessoal õ que a maior parto dos problemas da i

gricultura brasileira so de carter tõcnico, e que no exis

te uma tecnologia de produço apropriada. Portanto, deveria

haver urna realocaço dos recursos públicos, no sentido de

deslocô-los dos sistemas de cróclito e enfatizar a produço e

dïstribuiç5o dc novas tecnologias. Neste ponto o objetivo do

nossa pesquisa será exatamente o dc determinar se o problema

que afeta o desenvolvimento da agricultura brasileira õ de

ordem mais técnica ou mais econômica.

Uma an1ise semelhante pode ajustar-se é11 mo-de-ohra. Talvez

a principal restrição CX cxpanso da proc1uço seja a escassez

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107.

de rnia-'de-obra particularmente em periodos de crise econômi-

ca. Tambm neste caso, a an5lise devera averiguar a disponi-

bilidade de urna tecnologia de produço adequada e/ou se as

restriçaes de mão-de-obra so impostas por racionamento de

crôdito. Por exemplo, pode no haver urna inovaço mec.nica

apropriada para compensar a falta de mio-de-obra, especial-

mente no caso dos pequenos agricultores e cio culturas espec

ficas. Por outro lado, a inovação pode existir, mas o agri,-

cultor pode no ser capa2 do obter c5 recursos r.ecess.rios

para adott-1a por falta de crdito inter -io ou externo. Medi-

das governamentais adequadas para solucionar o problema se-

ro logicamentedcterminadas par este tipo dc an1ise.

Concluindo, devemos notar que a politicci tecnolôgica itantm

urna interação e um intercmbio importante com politicas ai-

ternativas, tais como reforma agrária e redistribuiço da

terra. Por exemplo, suponhzimos que a anElise mostre que a

rostriço à expanso da produço ou da renda no setor agrco

la seja a terra. 2 óbvio que este problema poderia ser solu-cionado do vria50 formas.

Ursa das abordagens que poderiamos escolher acria reagrupar

os pequenos agricultores em unidades mais amplas, conduzindo

o "excesso" de mo-de-obra para outras rogies agrícolas ou

para setores não-agrícolas. Outra alternativa para o proble-

ma da escassez dc terra seri.a desenvolver e adotar subshtu-

tos para este fator tais coma variedades melhoradas e feri-

lizantes. Neste caso, o deslocamento de rno-de-obra no se-

ria to grande, e a produço e distribuição do novas tocnølo

gias passaria a ser um fator importante para mitigar os pro-

blemas da desigualdades de renda.

Quando a restriça se coloca sobro o fator rno-do-obra, sua

solução podo partir da mecanizaço. Entretanto, pode ocorrer

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100.

que no existam inovaçaes mecãnicas adequadas às pequenas u-

nidadcz dc nossa amostra. A primeira alternativa, neste ca-

so, seria a elaboraço de um programa de pesquisa para dosen

volver unidades eficientes para o tamanho especifico das pro

priedades agricolas da amostra. A segunda seria reagrupar es

tas propriedades em unidales de tamanho apropriado, para que

pudessem usufruir das inovaç6os mecânicas existentes. A cla-

ro que as conscquncias do ponto do vista de emprego e dis-

tribuiço seriam bastante derntcs, nestas duas alternat.i-

vas, bem como sua facilidade de imp1emontaço a as perturba-

çaes 5Ociôis que criariam.

Os modelos de mudança técnica induzida e a estrutura de efi-

ciôncia a que nos levam s5o formas particularmonte ricas de

analisar o problema tecnolôgico. Nais do que isso eles per-

mitem analisar a compiomentaridade entre politicas econômi-

cas e tecnolõgcas, bem como os problemas relacionados ao

funcionamento imperfeito do mercado de fatores e mudança

tecnol6gica.

S. POSSE DA TERRA, ALOCACO DE RECURSOS E lNVES1'IMENTO

O sistema dc posse da terra tamh&ri tem sido alvo de ctudos

recentes, nos quais a teoria, em muitos aspectos, sohrcpjou

o trabalho empírico. Economistas e estudiosos dos problemas

de posse da terra, scmpre procuraram ordenar a Meiéncia r

lativa do uso de recursos sob condiç6es diferentes dc arren-

damento da terra. Cm aspecto comum a estes estudos tem sido

a conseataço da jneficincia do regime de parceria, bem co-

mo dos contratas de arrendamento cuja duraço ô relativamen-

te curta. Na verdade, a parceria tem sido considerada menos

eficiente do que o cultivo da terra pelo proprictrio, pois

implicaria em um cultivo pouco intensivo do solo, na no ado

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109.

ç5o de insumos modernos, em investimentos inferiores ao volu

me õtímo, e em rendas mais ba-ixas para o individuo que expio

ra a terra.

Chcurig (1969) recentemente reformulou a teoria sobro parco-

ria, niostando teórica e empiricamente, que o argumento dé i.

neficincia é i1usiria. Ele demonstra que a a1ocaço de re-

cursos impiJcita nos direitos de propriedade privada, perma-

nece mesma se o proprietrio cultiva a terra, contrata

mio-de--obra para ar5-la, arenda seus ativos a taxas fixas,

ou reparto a produção com um parceiro. Em outras palavras,

diferentes arranjos contratuais no alteram a e£iciência do

uso dos recursos, pois estes arranjos s3o em si mesmos, dos

dobramentos do direito de propriedade privada. O autor nota,

porrn, que a niocaço de recursos será diferente no caso em

que os direitos de propriedade privada deixaram de existir,

ou se modificaram, ou ainda se o g verno vier a dominar o

processo de alocaço do mercado.

Cheunq argumenta que o erro de interpretaço surgiu da analo

gia que muitas vezes se faz entre o regime de parceria e o

pagamento de um imposto. Como sob o regime de parceria, uma

porço do cada unidade produzida ó tomada como aluguel, te-

mos a imprcsso de que se trata de um imposto "ad vaiarem",

quo incide sobro cada unidade produzida. Neste caso, a dis-

tribuiçto do produto suna diferente dos casos de arrendamon

to da terra em troca de uma quantidade fixa, ou quando o pra

prietrio cultiva a torra onde o agricu].tor reserva: para

si, toda a produço aúic.ional. Nesse sentido, o sistema de

parceria resultaria em uma agricultura menos intensiva (e e-

ficiente), porque haveria menos estímulos para se explorar a

terra ou investir nela.

A an1ise convencior,nl se reflete no que Choung chama de vi-

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110.

so ne lscica, Cun reproduzimos aqui a partir do texto dc

te autor (vcj gti.c..o 1). Simplificando, suponhamos que o

nico inunto do Parcciro seja seu trabalho. No cufico i, o

trabalho do parcefro, t, é medido ao longo do eixo horion-

tal, e aq/al: represerta o produto marginal 2, seu trabalho,.

com urna determinada parcela dc terra. Seu custo marginal

horizontal em um mercado competitivo e, i rcprc-

senta a taxa salarial vigente.. Se o dono cia terra contratar

trabalhadores para cultivla, o equilíbrio cc fixara cm B e

a qUantidade de i o-d--obva contratada serã t 7 . iesta situa-

ço de equi.IÍbrio, taios a igualdade marginal a/at

O rneso resultado t obtido rara o proprietrio que cultiva

pessoa]mentc a terra, qur ele trabalhe até t 2 e tenha um c

prego externo, quer ele trabalhe menos que t 2 e conrate tra

balhadores à taxa W. O to'al correspondente ao arrendamento

GR?IOC) 1

AflOIDAGE1SEUNDOAC)UAL. A 1\RC!RIA EQUIVALE AUM ITOSTO

Produtø D

Trabalho

LP

.

)

o t1 t7 Trabalho do

Parc'iro (t)

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111.

da torra, enquanto roForno recebido pelo prcprictrio rc-

proscntado pela arca APA, que é iqual A crrespondento a uni

contrato do (LrrendarlrntO com pagamento pra-fido

Quando se utiliza a cbnrdagem segundo a qual o regime do par

corja equivale a um imposto 1- e receita marginal cio PaX '

descontando-se o aluguei da terra (q/t) . (1 -- r) sera dc-

crocente em todO3 os poutas. lsto , sQ o pronriotrio fica

Com 40% do rendimento anual (r = 0,4) e o parceiro fica com

G0%, (q/t) (1 - r) ecuivalor a 60% dc q/t em todos os

pontos. Com a decisodo parceiro tomada na margem ; diz-se

que o ponto do rquíllbrio passara a ser A, onde o custo rar-

ginal do parceiro é igual â sua receita marginal; isto 2,

(w)/t. = ( q/t) . (1 - Ú. A quantidadc de trabalho do

parceiro será t 1 .

Nestas condições a produço total ~e representada pela Srea ODJt 1 , sendo que o proprietário recebe en troca da terra um

aluguel igual à área EDJA e a parte do parceiro igual a

OEAt 1 .. Como foi demonstrado a área MEA representa a quanti-

dacle recebida pelo parceiro c acima e alm de seus ganhos a1-

tcrrativos (rea OAt 1 ). Com o equilibrio em A, o produto

marginal do trabalho do rrce1ro é maior dc que o seu custo

marginaL Portanto, o sistema de parceria torna-se ineficien

te, sendo que a área JAT3 ropresenta a perc1a.ceonmica incor-

rida

Fouvc algumas pequenas modificaç5os nesta teoria, a partir

do momento em que alg:ins autores passaram a especular sobre

a maneira de se obter um a1ocaço 6tima Contudo, a con-

clusio básica fo mantidae

(1) Cheurig apresenta um levantamento excelente da literatura so bre o assunto no capitulo 3 do seu livro.

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112.

Cheung mostra que esta analise no está correta em vrios LIS

pectos. Primeiro, os autores que adotam a abordagem sequndo

a qual a parceria é encarada como um inpoto frequentemente

no percebem que a porcentagem da poduço e a arca arrenda-

da sob parceria no so mistcriosnonte fixadas, o sir' deter

minadas compcL- itivamcntc no mercado. Zegundo, ig'crcn-se as

possibilidades do alocar a propriedade total d' dono da ter-

ra para vrios parcciros. Isto implica cm negliqenciar o cus

to cia terra o sua distribuiço. Terceiro, a porcentngem da

produÇao destinada ao parceiro tem sino encarada como dada,

embora ela seja uma varive1 Continua em um regime de parce-

ria. Finalmente, a abordagem em qucsto falha por no ofere-

cer nenhum tratamento explicito sobre os termos do contrato

do parceria cm re1aço aos quais as partos interessadas en-

treim em acordo mútuo, na e1aboraço do contrato. Devemos no-

tar aqui que, em condiç6es de propriedade privada da terra '

o incenti do dono da terra para maximizar sua renda no se

reduz. Corno resultado ; no faz diferença se o proprietrio

estipula que o parceiro deve investir mais na terra e cobra

uma porcentagem mais baixa pelo arrondarnentor OU SC O ±flVCS

timento é feito pelo proprietário e a taxa de arrendajiento

mais alta; o invetirnento será feito se propiciar uni pagamen

to mais elevado pala terra arrendada.

A an1ise revista dc Choung baseia-se na premissa de ma:imi-

zaço de riqueza, sujeita a restric3cs do diríto de propri

dado privada r em um merctdo 1ivre isto 3, quando no hr res

triçcs para a fixação da porcentagem paga pelo Errenciamen-

to. Em condiç6cs cio recursos exclusivos e transfcrveir ca-

da parto contratante é livro para aceitar ou rejeitar os ter

meu negociador; no contrato de parceria. A monas que haja in-

dicaço em contrario, admitf-se um custo nulo de contrata-

çio o que equivale a admitir unia situaço de compctiçio pu-

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W.

ra (1)

No grf1co ', a intcrsccço cia curva dc oferta, S, con o ei-

xo horionta1, indica a irca total de terra nortencente ao

pronrietrio. S?jn h, a 5rea do narceiro e 1 , o 'roduto. O

rro'uto marginal da terra, aj/h, cliinui 5 medida em nuo h

aunenta, fazendo que . os insurios aqric'olis lo um parceiro (ou

de sua faniiia) se mntenhamconstantes. Suponhamos que oc-

luguci cobra-lo pelo proprietrio seja de % da produço a-

nual (r=O,r;O). A curva marginal do contrato do arrendamento

(aq/h)r, estã a O% de AqPh. i distancia verf:ir;ai entre

e (3q/h)r é a' renla marginal do narccirc, sendo OUO

(q/h) (l-r) é definida como a mudança na renda do parceiro

GJÂFICO 2

ARE\1r,ÀMENr'O DA ,TEP.RA, SOn RF.OIME T)E P?RCRI\ PARA 11 ÍTNICO

INOIVIDUO

Produto

Terra

erra

(1) Problemas (TIO CUStO' de trnSa(() SO diScutidos no cartulo 1 do livro ri': Chc'.u^ lc. mostra quo e5tes no alteram ha6i camente SUrt cõncluso.

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114.

em rclaço mudança na Arca que ele explora. A parte com-

breada entre q/h e (q/h)r representa o total da renda oh

tida da agricultura pelo parceiro, e a reabxo rcproscnta

o aluguel recebido pelo proprietri.o. Se a renda do parceiro

for to alta, ou mEdis alta que os seus ganhos alternativos,

ele permanecera na agricultura o usará toda a terra dispon-

vel, dosde que a produtividade seja maior que zero, com to -

dos os outros insumos, A cxceço da terra, mantidos constan-

tes. Para maximizar sua renda, o proprictFrio aumentara a

porcentagem de aluguel - portanto, a curva (Dq/h)r - at

que a renda do pnrceio na agricultura se equipara a seus ya

nhos alternativos.

A porcentagem cobra1a pela terra no é a inica varive1 que

o proprietrio pode manipular para maximzar sua renda. Ele

no permitirt que sua terra seja cultivada somente por um in

divouo se o parcelamento desta LorrA resultar em maiores ro

celtas. Isto pode ser observado no grf ice 3, onda as linhas verticais Ti, T 2 , T 31 ... dividam as Arcas arrendadas ao pri-

meiro, segundo o terceiro parceiro, respectivamente. 7 medi-

da em que o nntero de parceiros que cultivam a rea total

dispanve1 aumenta, o produto marginal da terra tambm se o-

leva em re1aço 7t situaço anterior, onde somente um indiv-

duo arrendava a terra.

Suponharnos, por ora, que a porcentagem sobrada pela terra se

ja a mesma para todos os parceiros. As curvas

(3q/h) 71 ... representam a produtividade marginal para cada

um deÏes, e (q/h) r, ( q/ h) r... so as respectivas cur-

vas dos contratos de arrendamento . A renda do cada parcei

LO õ representada pela área entre as curvas q/h e (q/h)r

(1) Estes pares dc curvas podem no ser idnticos dependendo da funçao de produção.

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115.

ARRENDAMENTO DA TERRA, SOB REGIE DE PARCERIA, PARA vMros iunrvnuos

Produto 1 -

T1 T. 4 T 3 T

Terra 1 ' 2

1 n r 1 ( lr 1 ah ' 1 2 ah "

EM

Terra

correspondente ao mesmo. Para auiientar sua renda, o proDrie-

trio maximizarã a difererça entre a integral da produtivid

de marginal da terra e a integral da renda do parceiro, que

representada pela Arei sombreada do grfico 3. Isto , o

proprietário otimizará a integral do contrato de arrendamen-

to, o que significa que a renda de cada parceiro no poder exceder a SEuS ganhos alternativos.

medida em que a ãrca destinada a cada um dos parceiros di-

i'ninui, porm a porcentagem cobrada pelo proprietrio deve

ser menor de tal forma que o parceiro possa obter teu ganho

alternativo, o que provoca um decrscimo no contrato de ar-

rendamento marginal (aq/ah)r, para que o parceiro no desi-

ta do explorar a torra. Este decrscimo cm (aq/ah)r 1evar

a uma diminuição do aluguel recebido do cada parceiro e, se

a 5rea por parceiro continua a diminuir, esta porcentagem po

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116.

der tornar-se to baixa que provocari a diminuiçeo do alu-

guci total recebido. i soluço para este impasse que a ma-

ximfzaço da renda do proprictrio, em fut -iço dc suas posses

e do custo dos irsumos do parceiro, requer a dc1imítaço si-

multnea da arca arrendada a cada parceiro e da porcentagem

cobrada. Em outras palevras È na vijncia da propriedade pri-

veda da terra e dos insumos do parceiro, os termos dc um ccn

trato de parceria, fixados de comum acordo entre os interes-

sados, incluirão a porcentagem a ser paga pelo arrendamento

e a relaçío entre terra o outros insumos que leva a um ponto

dc cqui1brio..

Cheung testa esta teoria com dados da Asia, especialmente na

primeira fase da reforma agrria d Tailndia. Ele constata

que os dados confirmam sua teoria, exceto quanto o governo

fixa as taxas do arrendamento, tclhndo a atuação das forças

ci mercado.

É provvel cjue um individuo ctico,quc tenha certa familiari

dado com a agricultura na Amrica Latina, no fique convenci

do cia veracidade de urna teoria nem/ou de resultados empíri-

cos obtidos na Asia. A premissa da existncia de um mercado

computitivo para terra e mo-de-obra passível de ser seria

mente questionada, cspecialmente cm regi6cs onde prevalece o

complexo rninifíindio-latifncUø. É importante conseguir- dados

especf ices sobre a Amrica Latina, pera determinar se os

sistemas d posse da terra predominantes na regio levam

realmente a urna m a1oceç3o de recursos. Talvez, estes dados

prmitarn implicitamente testar corno os mercados do trabalho

e do torra csto funcionando, pelo menos no setor agrícola

(1) Perclham analisa oR dedos sobre a Índia, e mostra que as im-perfiç6es do sistema de posso da torra e do mercado do tr balho estao interliga1as. V. Bardhan (1973).

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117.

Estes testes so duplamente 1portantes, pois os arranjos de

parceria so um instrumento importante para os grupos de ren

da mais baixa, no sentido de facilitar seu acesso a um maior

volume de recursos e reduzir seus riscos.

6. flERCADO DE TRA.ALO E MIGP7ÇO

A combinação de uma renda per capita, no sotor agricola,tr3s

vezes menor que a do setor no-agríco1a (1970) com urna elo-

vaço na renda por capita rndia neste último setor, substan-

cialmente maior do que a que se verificou no setor agrícola,

durante o período 1960/70, sugere uma grande imperfeiço no

mercado dc trabalho. Duas conclus3es lõgicas se seguem des-

tas constataçcs (Lanqoni, 1973). Primeiro, poderíamos obter

uma taxa de crescimento maior, para a economia brasilcir

se a taxa de migraço pudesse ser acelerada de forma a dimi-

nuir os diferenciais de renda en re as regi3es. Com isso,

conseguiríamos um emprego mais racion1 dos rccursos e por-

tanto uma taxa mais alta de crescimento, contribuindo para

diminuir a desigualdade básica entre os setores da economia

brasileira (Langoni, 1973; Fishlow, 1972; Schuh, 1974). Este

problema é to evidente, que posso dizer que os difcrcnciais

de renda no Brasil no podoro ser solucionados com mdic1as

dirigidas somente ao setor agrícola, mas tamh&, sorã necos-

srio concretizar satisfatoriamente a transferência de um

grando contingente dc mo-de-obra excedente deste setor.

A força dc trabalho no Brasil tem siclo relativamente m6vcl,

e esta mobilidade parece ter se inteniflcado durante grande

parte do período posterior A Segunda Guerra Mundial. Contu-

do, como ocorre na maioria dos países, a migraço espontnea

rio é suficiente para suprir as necessidades de mo-de-obra,

especialmente em uma economia cm fase do expanso e que so-

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'1., .L. .

fre de instahili]ade politica, corno e o caso do 2rrsil. Rola

ç6os de preços doo fators tn provDcaclo um srio viés na mo

lXt!ca da rjoscrivolvimcnto no sentido de nO favoracar a ex-

anso do emrrego Nhitaker, e Schuh, 193). Mrn dis;o, o

Indice de escolarizaco obtido nas treas rurais fica ir.uito

trs do vigente nos ientros urbanos. Por isso, migrantes ru-

rais/urbanos têm dificuldade de consoquir emrego na cidade,

mesmo que eles consigam efetivar a rnudar.ça geogrtfica.

A soluço no esta apenas em incentivar o deslocamento cm

iassa de agricultores para os centros urbanos. Nem tampouco

serS possvol solucionar o nroblema da T o-de-obra com Lima

nica medida política. Na verdade, um conjunto de modida go-

vernarnentais se faz. ncessrio, para lavar a rolaço de pre-

ço dos fatores trabalho a capital para mais perto de seu cus

Lo de o'ortunidado social, urna escolarizaço mais intensiva

e a criaço de programas , e treinarnento profissional em

reas rurais e, talvez, alguma forma de subsidio direto mi-

graço.

As imnlicaç&s deste arc7urnento pera o nosso estudo. so sig-

nificativas. Em primeiro lugar, precisamos descobrir corno o

mercado de trabalho está atuando na nossa amostra. Isto re-

quer a aplicaço dc testes de eficiência convencionais, corno o primeiro passo dn an.lisa, ao lado do uma visio unificada

do complexo familiar, esboçada na priniaira parto deo arti-

go. Este bItimo . tipo cio anlise nos ajudará a cornprecner co

mo o mercado de trabalho atua, e portanto, poderA ajudar-nos

a estruturar urna politica riais racional. Outro aspecto que

morece destauc nesta pesquisa é a idcntificaço doo fatoros

que imedcm a rnigraço e a mobilidado. Doixando de ldo as

consideraç6es de carter macro-econômico, sugerimos que hip

teses como carência de educaço o treinainento, racionamento

dc cr&1ito, falta da recursos para migrar, e pequeno acasso

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119.

aos meioc de corunicaço do massa sjarn exoiorados

A educaço tzm sido mostrali como um meio ir ortante para fa

cilitar o Bodo rural ' aumentar a renda no setor agrícola (C',isser, 1965). Embora isto decorra do fa€o de que a educa-

ç3o & vista como fator de nio3arnizaço da agricultura, sua

contribuiço principal para um país nas condiças do Brasil

& ainda a de facilitar o ajustamento da mo-da-obra o, por-

tanto, diminuir os diferenciais de renda entra setores.

Poderíamos imaginar vrios subsídios diretos pnra facilitar

o ajustamento da mo-de-obra, mas dc-vcmos reconhecer qua a

educaço inclui-se entre istes suhsíd±os. Alé_r disso elas

presentam-se bastante incomuns e provam de for:tcs tanibm in-

comuna. Argumentei recentemente, por exemplo, que no

dos Estados Unidos, os mercados da trra e da trabalho e;to

intimamente interligados na agricultura o, como resultado, o

marcado de torra ajuda a subsidiar a migraço (Schuh, 1974).

 medida em que as press&es ponulacionais aumantarn, no setor

agrícola - qualquer que seja o motivo - elas se rcfltem na

e1evaço do valor da terra. Isto traz im ganho do capital p

ra os prcpritrios, mas a UMica forma de concretiz-10

vendendo sua terra a, conseuuentomente, abandonando « agri-

cultura. O valor do ganho ce capital obtido fornece os meios

para que o oroprietrio sobreviva ati encontrar um nova em-

prego. claro que os trabalhadores rurais, que no possuem

terra, no se beneficiam deste processo, surgindo ento a n

cessidado do se adotarem medidas políticas alternativas.

O mercado do trabalho pa;se a ser umi importante 5rea de es-

tudo, neste ponto, o conhecimentos específicos sobre seu fun

cionarnento e as políticas adequadas so elementos chaves pa-

ra melhorar a posiço dos grupos dc baixa renda..

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120.

7. RACiONAEflTO tL CjDITO

Os agricultores e suas farnilias tendem a o9ar5r cern sus pro

prios ativos, a pdi-los omorestados ou adquri-1os a crdi-

te. A vontade eu hahiii1ade do conseguir 2Ir1rDrstirnos un

moio importante para -melhorar t produç3o 2 elevar a renda, e

poda influir sobre a taxa dc adoço d novas tcnologias de

oroduco, a taxa dc aumento do estoquo de recursos pr6prios,

a mobilidade da unidade familIar e, portanto, sua habilidade

de aproveitar oportunidad-s dQ rendas alternativas.

Em uma estrutura esttica Urna pronrieIcide rgricolo ou unId

de familiar tomar& enorostados rccursos até o oonto Onde o

VPMa (v1or do produto marginal) da ültirnn unidade se torne

igual ao sou custo marginal do auisiço. Contudo, sabemos

que, na :.rescnça do risco e incerteza, as unidades famnilia-

rc-s agrícolas geralmente no kdotem este comportarnanto. Elas

se inio5ern um racionamento de credIto, como urna arma contra o

risco o a incerteza, o como um mio de permanecer flexi.vel

para tirar proveito de novas alternativas de rendas que pos-

sam surgir. A1rn disso, os bancos o outras fontes de finan-

ciamento irnpc.rn um racionamento externo de crdito sobre as

unidades familiares agrco1s, corno um meio da orotegr-se

contra o rnasmo risco e incerteza associados às unidades em

questo.

Um dos tratamentos mais formais do racionamento de cr-d.ito

externo e interno foi feito por Tradford e John.son 153).

Corno a propriedade agrco1a é tratada como urna combinaço de

unidade de produção e unidade domstica e, como a reao ao

risco e à incerteza & urna questão de gosto e de prefer&ncias

pessoais, a an5lise se rDronde A estrutura da utilidade. Ape-

sar disso, existem cortas irnplicaç6es empiricas que podem

ser interpretadas da acordo com 0 VPMa dos recursos e a sua

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121.

proporco arn relaco aos custos rnrginis dc aquisição de

crdito

Considerando a familia agricola corno urna uni:.ade a nalisan-

do-a em uma perspectiva estóticar sus ativos s - riarn usados

scmenta para fins de consumo e ProduçTo, a r,n1iurna o'.rcala

destes ativos soria empregada corno fonto da sagurana a fle-

xibilidade. O uso equilibrado da um determinado conjunto de

ativos ou recursos serS ilustrado no grfico 4. A frnlia u-

saria urna quantidade ?C para fins de produço dc renda e BC

para fins de consumo. A linha UM representa a sat±sfao

que o agricultor e/ou sua íarnlia otim do acrciito ae ren-

da proporcionado por unidades adicionais de recursos destina

dos à produção de renda. A linha 121 consumo representa a sa-

tisfação ou utilidade aue o agricultor e/ou sua farnilia ob-

tm do uso de unidades de recursos adicionais para fins de

consumo. O equilibrio se verifica no ponto em cue as utilida

des marginais dos usos alternativos se igualam.

PÂFICo 4

EOUILt}3R10 DA EMPRESA FAMILIAR CM COtDIÇES

O til idade

A C 8 Renda

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12.

Esta formu1aço esttica do problema bastantn irr2a1. Pou-

cos agricultores utilizam todos seus ativos Dara fins de con

sumo ou diretamente para a pro4-1uço cio renda. Ao contrario,

elos costumam reservar parta destes 3tivos como fonte e se-

guranca e flexibilidade. Esta ohservaço iiust.rada no gr-

fico 5. A curva um foi deslocada prira baixo rara dar o J a desconto nec•ssrio para garantir uma margem de segurança e,

urna curva adicional u;i , foi acrescentada para f lcx.hi. lidade medir a utilidade que o agricultor ou sua família obtm ao

reterem parte de seus ativos para garantir urna posição dc

flexibilidade. O grifiào mostra claramente a cornetiço en-

tre a uniJadG familiar como consumidora e corno unidade agr

cola, assim como as conscquncias do desconto da urna parcela

CRFICO 5

EQUILrBRIO DA EMPr•E;A FAMILIAR COM YISCO E INCERTEZA

Utilidade

Renda

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123,,

dos retornos esperaios corno urna proteço contra o risco, e a

retenço de recursos para manter a flexibilidade.

Este esqu:ma anal3tico ajuda a cornprcendr o problema de ra-

Cion'n:nto interno de crdito (Grfico 6) AI empresas irn-

p3em a si próprias rcstriç6s creditcias, o o,ue significa

que elas nunca tomem empr.stado recursos at5 o r)ontO em que

o custo rnargir.al de fator (CF) é iqual ao valor do produto

marjinal do crdito. Elas se imp6c-m estas rcstriç6cs pelas

mesmas razões que explicam porque a unidade familiar procura

obter segurança e flexibilidade. O grifice 6, mostra o custo

marginal crescente para o crdito, pois as empresas ztn ge-

ral, obtarn quantidarles adicionais de cr5dito so=nte a taxas

de juros mais altas. TMIVPMa tarnbm sofreu um desconto e in-

troduziu-se urna curva de flexibilidade. Em principio, seria

possível rara urna empresa de carter familiar tornar empresta

cio a quantidade AD. Desta quantidade, AD seria usado para

produzir renda o Dfl para fins de consumo. DE seria mantidL'

corno reserva no tomada de emprstirno. Em geral, apenas a

civantidada AE seria financiada. Todas estas linhas represen-

tam valores subjetivos, oortanto, no tem contraponto empiri

co. Entretanto, elas sugerem o que podemos esperar encontrar

nos dados observados. D.sde que o risco e a incerteza exis-

tem, a empresa no op=rã at& o ronto onda VPa = CMF, e

quanto maior o risco o a incerteza, maior podorá ser csta

discrpincia.

Esta efl.1ise focaliza o problcma do oonto de vista indivi-

dual. Na pratica, as institui.c6es financeiras adotam

se!z21hantes de racionamento de cr5dita, que rotulamos de ra-

cionomento de. crdit.o externo. As consequncias deste racio-

namnto so as mesmas, em tcrrnos dc alocaço de recursos.

O controlo de uma grande quantidade do recursos 5, ohviancn- te importante para o crescimento e para a renda de urna fam-

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124.

EOUILI'BRTO DT E19PRE5T 1A!ILIAR CY R\CIO!1'JNTO INTRO

DE CRÉDITO

U t iii ci ad e

ade

A O E 3 Cr&dito

lia rural. se a Unidade tem poucos recursos Dr6prios, o cr-

dito A uma altGrnativa irnportnte e, do ponto dc vista do e-

ficincia deveria ser ostdjdo o utilizado até o ponto em

que VPMa se torna igu1 ao C4r. Quando isto no ocorrer, tan

Eo a unidado familiar como a economia, sacrificarão seu cros

cimento potencial.

As evidncias deste rcionarnonto de cr&dito so fornecidas

pela relaço entre VPra e o CMF observada. Se esta relaço

for maior do que um existe racionarnonto interno ou externo

de cr6dito. Para dtcrninar qual a fonte dstc racionamento

será prcciso coletzr inforrnaçcs adicionais junto s unida-

ds familiares, aos bancos o demais instituiços financei-

ras.

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125

8. COITMIOS ri:•wIs

Este artigo foi elaborado do wta forma delibaradarn.nte sinta

tica. Seu objetivo foi o de combinar as principais corrontos

da teoria para começar a cornDrocnçkr o oroblema dos grupos

de baixa rende na agricultura brasileira. Por isso, preferi-

mos no analisar proJun.amentc cada teoria, mas somente cha-

mar a atenço sobre elas e extrair o-suficiontc para perca-

bar o que cada uma dlan nos podo oferecer. Analises mais

completas para o dcsnvoIvimonto de traba hos individuais,

podem ser conseguidas nas fonte.s originais.

O tema mais importantç deste artigo é a constatação do que a teoria suplantou o trabalho emrico. Com o conlunto de da-dos, ata certo ponto pioneiro, que estamos coletando, tere-mos a oportunidade do realizar os Primeiros testes desta teo

ria com dados sobre a Amrjca Latina o obter novas norspacti

vas dos problemas de pohrza rural, e a partir dcstas de1.-

near medidas politicas apropriadas para melhorar a situaço

cstes grupos, bern como estender, revisar e modificar a teo-

ria a partir de nosso trabalho ernprico. A oportunidade e o

desafio estio em nossas mos.

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130

MUD1.NÇA TECNoL(GrC1E DEENVOLVI1EflTO WRTCOLA

NO ESTM)O DO CE??Ã

John H. Sanders

José )\lusio Pereira

?auro Barros Condim

Universidade Federal do Cear

1. INTRODUCO

No Brasil poucos estudos foram realizados tentando identifi-

car como tem crescido a produco agrcoia Sabe-se, p0rm,

que nas regiões que possuem disoonibi1idae de terra, a in-

corporação de novas áreas cultivadas constitui o elemento

responsvel pelos aumentos de produço. Por outro lado, nas

regi6es Drximas aos centros urbancs, onde os fatores terra

e mão-de-obra aoresentam custos mais elevados, a utilizaço

de tcnicas modernas trazem como otiseguncia aumentos nas

produtividades desses fatores.

O objetivo geral deste trabalho é identificar "tecnologia no

va" potencialmentc mais rentável na agricultura cearense. De

incio,util1zarani-se dados de urna srie temporal relacionada

com o desempenho do setor primãrio a fim de identificar. as

fontes (10 crescimento agrícola no Estado. Em seguida,analisa

ram-se dados de corte transversal ohtidos na regio do Ser-

to Central para testar a hip8tese de que a "tecnologia no-

va" mais rent5vel seria a mecanizaço. Na segunda seço, ex-

plica-se a razo da no introduço do uso de fertilizantes.

Pode-se distinguir trs maneirasW de aumentar a produço a

(1) Tamb€m existem melhoramentos na eficiência cio uso dos recur sos e economias externas, elementos no considerados no pre sente trabalho.

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131.

gricola:

— — Y Sendo por definiçao Y L --. -----, onde:

Y = produção agrícola

L = mao-de-obra na agricultura

rendimento ou produção por

hectare e

_4- = rea nor homem.

Primeiro, pode-se aumentar a produção utilizando tecnoloqia

tradicional, expandindo a área com o uso de maior quantidade

de mio-de-obra (L). Segundo, pode-se aumentar a produtivida-

de da terra (rendimento) em geral, com tecnologia bio-qumi- (1) — ( e' ) ca • A tecnologia mecanica vise principalmente aumentar

a área cultivada por homem,podendo também aumentar um pouco

os rendimentos, o que pode ser exemplificado através de um

melhoramento na preparaço do solo (Hayami e Ruttan, 1971;

Sanrlers, 1973 e Sanders 13cm, 1973).

Com base no exposto, tentar-se-a identificar qual das trés

maneiras de aumentar a produço é a responsvel pelo cresci-

rnento agrícola do Ceará nas últimas íluas décadas. Acrescen-

te-se que, através da anélise de dados priri5rios, procurou-

se avaliar estes dois tipos de "tecnologia nova'1 no Serto

(1) Por "tecnologia bioqumica",entendem-se novas variedades de plantas, adaptadas as concliç6es locais e receptivas a a-dubaço. Inclui defensivos mas exclui herbicidas.

(2) Inclui qualquer implemento mecnico, como o cultivador

traço animal, o trator, a colhedeira, etc. O herbicida também aumenta a área cultivada por homem.

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132.

Central do Ceará.

2. O DE.SEMPEHO DA AGRICULTR1\ CEA!JSE DE 1950/1970

Durante a s últimas duas dcadas, axsar das secas nos anos

de 1951, 1953, 1959 e 1970, que atingiram sevcramnte o se-

tor agricola do Cear, a taxa de crescir.ento da produço a-

grcola atingiu 6,2% entre 1350 e 1970 (Quadro 2). O desempe

nho da agricultura cearenso obteve destaque quando coviparado

com o Nordeste e todo o Brasil. Durante a dcada de 190, a

taxa de crescimento anual da produço agrco1a do Ceará foi

a mais alta do país (Quadro 1)

interessante tambm observar nue a taxa de crescimento a-

gricola do Coara foi quase três vezes maior na dcada de 60

do que na de 50 (Quadros 1 e 2).

QUM)RO

TAXAS DE CRESCIMET4TO DA PRODUCO AGFCOLADO

CEARIi, VORnESTE E BR)SIL - 191/50 e 197/69

1943/50 1959/61

1959/1 1967/69

1948150 1967/69

Ceari 3,0% 8,8% 5,4%

Nordeste 3 0 8% 5,1% 4,ii%

Brasil a. Com café 2,5% 3,8%

b. Sem café 4,1% 4,5% 4,3%

FONTE: Patrick, 1973.

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133.

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134.

A an1isc do Quadro 2 indica que nas duas últimas dcadas o

fator ck maior irnportncia no crescimento da produço foi o

aumento na área cultivada, porquanto o crescimento do rendi-

rnento foi rcsponsve1 por 42% do auionto da produço na d.ca

da do 1950/1960, docaindo para 3,35% na d1cada de 1960/ 1970( 1 ).

Conformo índicou-se anteriormente, ossve1 aimcntar a

rca cultivada aumentando o numero dc trabalhadores, uti1i:an

do 'tccnologia tradicional" ou cern a introduço dc tcnolo-

ia mecn1ca, aumentar a Srea cultivada por homem. Por def 1-

niço a área cultivada 121 o produto da troa por homem vezes o

nGinero de homei-is.

L

Logaritmizando e diferenciando esta equaço com ro1aço ao

tempo, tem-se:

Isto diz que a taxa de crescimento da Eirea õ igual A sorna

das taxas dc crescimento cia área por homem e do nrnero de ho

mens trabalhando na agricultura. O Quadro 3 mostra estas

três taxas.

(1) Observando-se o Quadro A-2 no Anndice, verificam-se as mu-danças nos rendimentos para os produtos mais importantea no Estado. Durante as duas Gitimas dcadas, constatou-se que os rendimentos das culturas do a1qodo, café o banana aumon taran consicirrave1rncntc. Para os demais produtos principais houve pecuonas modificaç&s nos rendimentos.

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135.

QUADRO 3

rPAXASDE CrESCIMINTO r'A ÂREA, flO-DE_03A E RPEJ C 7 1LTI7YDA IPOP,

HOIIEM, ANIFAIS POR HOMEM E TR71701ES POR 1.

1950/1960 1960/1970 1950/1970

A 2,54% 8,92% 5,31%

e

L 4,85% 3,07% 3,96%

A/L — 2,21% 5,63% 1,66%

3,20

T/L 15,00 7,44 11,2

A = rea cultivada com as 21 culturas mais importantes

(Quadro A-2 do 1pndice)

L = mo-de-obra total (Quadro J-2)

A/L S rea cultivada por homem

A/L = animais de trabalho/homem (Quadro ÍA-2)

tratores/homem (Quadro A-2)

FONTE Censos AgrXcola de 1950 e 190 Censo Agroecurio Preliminar do ano de 1970 (Funciaço IBGE: Rio de Janeiro)

De acordo com o Quadro 3 existe uma grande diferença entre

as duas dcadas. Co r1aço à década d- 1950/60, o cresci-

mento da produço agrco1a ocorreu com base er "ecno1ogia

tradicional 1', isto , atravs de incrementos da Srea cultiva

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136.

da e mo-de-ohra. Inclusive, nota-se que nesta clócada, a

rea trabalhada por homem dimi nu iu W.

Lembrando que a taxa de crescimento da produço agricola foi

9,0%, na década de 1960/70 cornparar:la com 3,4% na dcada de

1950/60, e que o aumento na rea foi responsvel por 114%

deste crescimento relacionado com 7% na dócada de 1950/60 ,

tem-se ainda mais interesse cm explicar o crescimento da a.-rea na dócada de 1960/70. A taxa de crescimento da área cul-tivada r.esta dócada, foi hcm superior a de l95P/0. Por&, a taxa de crescimento da rno-de-obra diminuiu e a área culti-

vada por homem aumentou suhstaricialmcnte.

Acredita-se que se pode atribuir «ste crescimento na • rea trabalhada por homem na dcada 190/7fl principa1mente. ã in- troduço da tecnologia mec5nica, especialmente implementos

com força animal. Ainda não se dispo de dados sobre o uso

de animais de trabalho no Ceará para 1970, a fim de corirnro-

var nossa hipótese. Apesar do aumento do nimero do tratores,

nestas duas décadas, pode-se salientar a sua pouca utiliza-

ço no Ceará, atingindo um total do 577 tratores para

1.085.135 trabalhadores na agricultura do Esta'o em 1970

(Quadro A-3 no Apêndice). Na próxima seço, far-se- avalia-

ço do uso de maquinaria a traço animal com maiores deta-lhes.

(1) Acredita-se que esta dirninuiço na rea por homem (A/L) te-nha resultado no crccimento da procura oara mo-de-obra,de vez que aigunas culturas exigem maior quantiade desse fa-tor na safra. A cultura do a1qodo necessitou de maior quan tidade de mo-de-ohra e obteve o mais alto aumento no rendi mento durante esta dcada.

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137.

3. It1T}ODtJC0 DE NOVOS INSrYOS NO SFRTO Cr1TRrL

Em primeiro lugar, será descrita a agricultura do Sertão Cen

trai. Os dados so primrios e resultaram de um levantamento

feito em Canirit3 Cear - Outubro, 1973. Este levantamento

incluiu somente os pequenos proprietãrios e os parceiros. Po

r5m, quase toda produção aqricola do sertão feita por uni-

dades familiares, existindo, em nequena escala o sistema de

grandes p1anta6cs com mão-do-obra assalariada (ETE1E/BN e

DAA/SUDENE 1964). Nas médias e grandes propriedades as unida

fies familiares são os parceiros. A diferença principal entre

fazendas por tamanho é a ênfase em gado bovino nas mdias e

grandes propriedades.

A cultura predominante no Sertão Central é o algodão ?OC6ft,W

consorciado geralmente com o milho e/ou feijão na primeiro a

no. No segundo ano, o consórcio acorre geralmente, com pas-

tos nativos. Nessa ocasião o gado bovino pode utilizar esses

pastos e inclusive as folhas do algodão, depois da colheita.

Do segundo ano em diante, o agricultor pode escolher entre a

roçagem ou limpa das plantas forrageiras naturais entre as

fileiras do algodão. Estas forrageiras, bom como as folhas

do algodão, servem para alimentar o gado. O rendimento do ai godão "moc5" diminui com a concorrência de outras plantas (A

pndice B) e então o agricultor pode escolher entre maxini-

zar a produção do algodão ou .a de bovinos.

Alm do cons6rcio bãsico do algodão, milho, feijão e gado,os

agricultores geralmente nroduzem mandioca, aves (qalinhas ; pe rus, capotes) e suínos. Os produtos de maior imoortãncia co-

mercial são algodão e gado, sendo os demais considerados pro

(1) Para maiores informaçães sobre a produção dc algodão do Nor deste, v. Boulanger, Treiln 1971, Vasconcelos, ETENE/BNB e DI.A/SUDENE- 1964, Gurgel e Barbosa 1972.

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138.

dutos de suhsistncia.

O uso de insumos bio-qumicos alm de forriici'a e em alguns

casos inseticida, ruitc baixo no Sertão Central. Na aios-

tra em Canind, os insumos comprados ertm anonas sernentes de

algodão e forinici1as. Usavam mão-de-obra familiar em grande

escala, sendo que ,na época da colheita do algodão, as vezes

contratavam diarista;. Alguns agricultores utilizavam força

animal cru seus cultives.

Depois de descre-'r r 1 r4ri cola no Sr.:ttio Central,vol

taremos brevemente a lteracura para analisar a introduçao

do inovae3es tecnolgicas (novos inumos) nesta região. A

teoria de Hayami e Ruttan (Hayami o Ruttaii,1971) t'juda a en-

tender o processo hist6rico do desnvo1vimento agroDecu1rio

no Japão e nos Estados Unidos da Arrica do lorte. No Japão

o fator limitante para o desenolvat.o foi a escassez de

terra. Assim, gerou-se a noccssidac da introdução dc novas

variedades e uo de vãrics tipos de adubos orgãnicos para

substituir terra e provocar as mudanças tecnolgica deseja-

das.

Até a dcada de 1950/60 raio houvo nece:.dade de substituir

mão-de-obra. O crescicnto rpido no uso dos micrctratore's,

no Japão ocorreu somente nesta ç1.cada, quando a procura por

mão-de-obra na indústria aumentou substancialmente.

Nos Estados Unidos, a r.io-dc-ohra foi o fator Imitante para

a colonização de novas terras nas regi3s Centro e Oeste do

pais. No processo de dcsenvo1vimnto aopocuãrio dos Esta-

dos Unidos a mecanização foi rãpida e vuLstituiu mão-de-obra

mesmo antes da introdução do trator (Iogin, 191). No ocor-

reu a rpida introdução de novas variedades ou de adubos an-

tes de 1930/40, dcada em que o milho hibrido foi introduzi-

do.

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139.

Como se poderia utilizar essa an1ise para identificar quais

so os fatores lirnitantes no Serto Central? Em termos do e-

xemplo anterior do Japão e Estados Unidos da América, o que

scr lirnitante no caso do Serto Central, terra ou mo-de-o-

bra?

Um teste de Hayami e Iuttan refere-se à disponibilidade de

novas variedades e dos preços relativos de adubos e torra

as condições espccfics do Serto Central urna variedade no

va precisa ter alta rc?sistncia 5 seca a1ri dc re.ponder a a dubaço (Hayai e Ruttan, 1971; Frederick, 1970; Costh

Thomsn, 1972; ETNE/BN e DiA/S'JE,

Hayami e Ruttan notaram que nos casos mais importantes de

crescimento do rendimento com tecnologia hio-qumica as va-

riedades novas foram desenvolvidas para terem a caracteristi

ca de boa resposta a altas doses do adubo (Ruttan, 1971).

Mas os genoticistas com experincia no desenvolvimento de

novas varierads rjZern que & dificil obt-1as de modo que

(1) Outro teste sugerido por Hayami o 1uttan, para identificar o fator limitante, consiste em verificar os pregos relati-vos de terra e rno-do-obra durante um determinado oerodo de tempo. NO s tem ainda estes dados, por&n os grandes e rn6dios proprietrios da regio tn se queixado bastante da escassez de mo-de-obra. O preço do adubo & alto no ordes-te devido ao custo elevado de transporte e outros fatores. Mesmo que adubo seja um insumo subsirliado peio governo, al-guns estudos mostram que o consumo será baixo e no rent-vel no Sertão. Para um sumrio das raz6es pela falta de in-teresse dos produtores e a1qodo no Nordeste quanto ao uso de adubo químico, v. ETEE/BNB e t)AA/UDENE, 1964.

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140.

respDndam a adubaço sem controlo de água.

No Sertão Central, h .'oucas reios cc ccntroL. d .

mais cornum existir escassez NILv4a ccn distribuiço irregu-

lar. Presumo-se, ento 2 que a rao do nio u.o da tecnologia

hio-quica seja a aurrcia de novas var 1adc CTUC possam

dar boas resrostas a adL1'aço quando nio há o controle da

quantidade de égua. Si-sc qu2 o afeito de qua1qur acbo,

dcpnde muito da disponibilidadu de Sgua cm certas epocas

criti.cas da p1anta rtas épocas e exigncis vi. am bastan-

tn entre culturas. Par exemplo, o algodTo e o sorgo so m-

nos e:igentes em quantidade o disponibilidade d'igua no solo

do que outras culturas. O agricultor tom que consirar o

risco rvíeronto a irregularidade de chu'az antes ia ComPrar

o adubo

Atualmente, parece no existir tecnologia bio-qumica disno-

nvol ', capaz cio aumentar o ren.1inento das pr :cinaiz cul-

turas do Serto Central. Maz, se há terra disponvel seria

itercsate ava1ar a rcntabili•ae d: intrcro da tecno-

lcgia mecânica. Se nc e1ste terra di cnv1 no utilizada

ou no utilizada intnsante, no 3e::ia posvl a1imntar a

razao rrs-horïam,

O Quadro 4 mostra a baixa utili;aço da terra agricultvl

en Canind. A explicao para a pouca uti1iaco de terra

a baf.xa produtividade de mío-de-obra e baixa utilizaço de

(1) i:istcn estudos mostrando bons resultados dc adubaco no Sertio para anos de chuva dqac!a do punt': dc vista de quantiriade e distrihuiçic. Para um examplo destc veja os resultados da SUDENE para aduheço qLllnica e o:qinica do aI godo iocb em 1969. Notaram urna alta i:esposta fisica ao adu bo rias no deram informaço sobre a economia do uso ou da-dos sobre outros anoi cozi distribuiças difcrcnts de chu-va (Gurgel J.B; Barbosa, Gemes e Gurgol t., 1972)

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142.

insumos mecnicos. Este LatX, uso da tecnoloqia mecânica

faz com que a área cultivada n53 peauenas propriedades e ex-

p1oraç3s sob parceria dependa hastartto da rno-de-ohra fami

liar disporivel. Agora CTUCrC!1OS testar se será possve1 au-

mentar a renda l.quida do agricultor com a uti1iaço de tec

nologia simples com força animal. Atualmente, 2 9 2 dos agri-

cultores entrevistados cm Canindõ utilizam tração animal,

predorninantemente para oneraçAW com o cultivado:.

A mecanizaç0 tem três possveis efeitos: aumentar a Srea

cultivada por homem, dIminuir os custos da mio-do-obra e au-

rnentar o rendimento. Uma funço de produço seri utilizada

para e3ti;ar o efeito da expansão da área cultivada na renda

bruta. No caso de no existir outra diferença entre os dois

grupos de agricultores que estio utiiiancJo cultivador ani-

mal e somente força humana, então o uso da varivl "dummy"

na furço da produço, deve captar o efeito mdio da mecani-

(1) Outra hip5tese que exolicaria essa hY:a utili3aco da ter-ra agricultve1 d.isponivcl, seria a de que os aciricultores estariam sentindo a necessidade de reservar Arcas com veje-taço natural para evitar problemas de lixiviaço (partindo se dO principio c,e que - vcgetaçao nat'ral projete mais o solo que as culturas existentes) e garantir arcas para u sistema permanente de rotação culturair Na regio ro chove muito (400-700 mr/ano) mais as chuvas podem rer fortes. s-ta hip5tese necessita ser melhor averiguada, porm acredita se que no ser comprevada, dadas as seguintes raz6es: -

a. A prtica existente de deixar crescer a vegetaco riatu-ral dentro da cultura do a1godo depois do primeiro ano protege o solo.

b. Observa-se no Quadro 4 çuc a proporço de terra agricul-tvel utilizada pelos agricultores nao 6 uma proporçao constante, mas diminui à medida que a área das praprieda des aurnenta. Uo há muita difercrLra entre a quantidade absoluta de terra cultivada por proprietrios entre 20 e. 80 hectares.

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:43.

zaço na renda bruta. Este efeito resultar5 somente da dife-

reriça da area cultivada porque a diferença dos custos que po

de resultar da mecanização no entrara na função como varia-

vel que influencia a renda bruta. Tampouco neste caso, pare-

ce cpie a mecanização no tem efeito sobre rendimento entre

limpas com somente força humana e com o cultivador animal (A

pndice B)

Foi utilizada a seguinte funço de produção:

Yb O +b 1 M+b 2 n A +b 3 A C +b 4 P, onde:

Y = renda bruta em agricultura (Cr$).

M = ino-de-obra (numero de homensW com mais dc 14 anos).

= força animal. Trata-se de uma variável "duxniny" com va-

lor zero (0) no caso do uso exclusivo de força humana e

um (1) no caso de uso de força animal. Citada traço

foi quase totalmente utilizada com cultivador.

AC = area cultivada em hectares (Quadro 4).

P posse da terra. Trata-se de outra variável "dummy", sen

do igual a zero (0) no caso de proprietrios e um (1)

rio caso de parceiros.

Conforme foi dito anteriormente, quase no existe variao

no tocante ao uso dos outros irisumos no inclurdos aqui, p0-

dendo-se portanto considerar esses insumos como fixos. Pàde

haver erros na cspecificaço de vida a no inclusão das va-

rivois consideradas de difci1 mensuração, como habilidade

(1) No futuro deve ser melhor estudado o papel das mulheres e crianças como trabalhadores agricolas.

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144.

emprcsarial e qualidade do solo.

Apõs o ajustamer.to 1 , obteve-se a seguinte equação:

2.453 + 43M + 2.523l + 189A - 2.263P n c (4,13) (1,81) (4,07) (3,84) (4,61)

= .43

F = 25,3

n = 130

Estatistica de Bartlett = 46.9

(Os valores do 't" situam-se abaixo dos coeficientes de

regressão).

Pela observação dos resultados, pode-se notar que a variável

espocfica à tração animal 6 altamente significativa e resul

ta numa mudança da interceptação da função. Isto quer dizeL

que o uso do cultivador animal aumentou a renda bruta mdia

dc 2.523 cruzeiros.

O outro efeito da mecanização & dimiuir os custos da produ-

ção (o Quadro -1 mostra que mecanização nos tratos cultu-

rais tem pouco efLito no rendimento).

No Quadro 5, a seuir, faz-se a comparação entre .o USO do cultivador e força de trabalho humano, visando comparar o custo do cultivo com cultivador o o custo da mesma operação

com força humana. O custo de operação com o tultívhdor qua

se 50 inferior ao custo quando se utiliza bxciusivamente

mão-de-obra.

(1) Foi igualmente estimada uma função do tipo COBB-DOUGLAS, sendo porm obtidos melhores resultados cstatsticos com a função linear. -

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145.

OUADRO 5

CUSTOS RELATIVOS A TRATOS CULTURAIS UTILIZANDO CULTIVADOR E

TRABALHO HUMANO, POR HECTARE, MUNICÍPIO DE CAnINrDÍ

Ano Agrícola 1972/73

(Preliminar)

Especificação Trabalho

Humano

Cultivador

(tração animal)

Homens/dia 7 0 6 1,8

Custo da rno-de-obra

totai 45,60 10,80

Custo dirio do animal e

cu1t1vador 2 - 13,10

_Custo total por hectare 450 .2390

FONTE: Entrevista com Agricultores do Município

(1) O preço da m3o-de-obra na poca das entrevistas foi Cr$5,00/ dia mais refeiç3o. A estimativa do valor da refeiçao de Cr$ 1,00/dia.

(2) Este custo foi calculado considerando-se Cr$ 500,00 o preço de compra de um burro. Admitindo-se uma vida útil de 10 a-nos, o custo anual seria de Cr$ 50,00. Caso o número do dias de trabalho por ano seja igual a 20, o custo diário se ria igual a Cr$ 2,50. Isto, somado a despesa crn alimentos/ dia ó igual a Cr$ 3,60, e sendo o capim consumido igual a Cr$ 0,50/dia, tem-se u' custo dirio de trabalho animal de Cr$ 6,60/dia.

No caso do cultivador admitiu-se um preço do compra c3o Cr$ 130,00/unidade, uma vida útil de um ano e 20 dias de traba-lho/ano, o que resultou no custo dirio de trabalho de Cr$ 6,50.

Em resumo, o custo dirio do "cultivador animal" sem o cus-to da mo-de-obra seri: a. Custo diário de trabalho animal Cr$ 6,60 b. Custo dirio de trabalho de 1 cultivador Cr$6,50

Total... cR$13,10

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146.

A introdução de inovaç6es tecnol6gicas no devo aumentar mui

to os riscos o incertezas. rcrcdita-sc que a mccanizaç5o par

cia). (cultivador a traço animal) atenda a esses requisitos,

Visto que: (a) o cultivador tinha em outubro de 1973 um CU

to relativamente baixo, estimado em 130,00 por unidade; (b)

h um numeroso efetivo animal (jumentos 7 burros e bois), na

regido para compor a força do tração; (c) já existe tradiço

no uso de cultivadores ha rca; (d) o cultivador no depende

tanto do suprimento d'gua como os demais insumos, porexeifl-

pio os adubos e as novas variedades para ser rentve1.

Como desvantagens do cultivador animal pode-se citar as se-

guintes:

a. perda dc forragem para alimentaço do gado. No caso da a-

tividade principal ser o gado o agricultor preferira a ro

çagem i1impa (Apêndice B);

b. existe .t possibilidade do cultivador estragar as raizes

da planta, havendo assim uma pequena dirninuiço nos rendi

mentos quando comparada com a limpa a enxada;

c. o cultivador e a enxada aumentam mais a erod do solo do

que o sistema de roçagem 3 .

Tambm seria interessante no futuro comparar o uso do culti-

(1) J5 no começo da d&ada do 1960 o uso do cultivador animal na produçao em cons6rcio foi comum no Rio Grando do Norte e Norte da Paraíba. A obra clssica da produção do algodo do Nordeste indicou que esta tcnica comparada com a roçagem aumentou substancia3.mc.mtc a erosão. Porrn, alguns autores a firmaram que com boas prtticas de conservaçao do solo, podo seevitar a eroso. V. ETENE/BNB e D\A/SUDENE, 2P. cit. Pp. 74-78.

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147.

vador animal com o trator equipado de capinacleira ou com her

bicidas.

4. CoNCLu53ES

O desemponho da agricultura cearense obteve destaque nas til-

timas duas c1cadan, especialmente na de 190/70, A principal

fonte cio crescimerio agrIcola, desde 1950 at& 160, foi a ex

panso da área, com aumento de rno-de-obra, utilizando tecno

logia tradicional. No periodo. do 1960/70, a taxa de cresci-

monto da rea por homem foi mais alta que a taxa de cresc!-

mento da no-de-obra. credita-se que o aumento na área por

homem se deva à introduço da tecnologia mccnica, principal

mente a tccnologia com força animal.

Dadas as difíceis condiç6es clirnticas, o alto preço dc adu-

bo e a falta de novas variedades com as caracteristicas dese

jadas para o sert3o Central, parece mais vive1 atualmente

facilitar a expanso da 5roa cultivada por trabalhador. At

conseguir tais variedades (U, parece que há mais possibilida-

de dc aumentar a renda do agricultor atrav5s do uso de tecno

logia nccnica.

Segundo 05 dados levantados cm Canind, o cultivador animal

aumenta substancialmorite a renda bruta do agricultor. O cul-

tivador no somente aumenta a renda liquida por causa da.ex

panso da área cultivada como tambiii diminui os custos da

produção por hectare. No Serto Central, hã torra disponivel

(1) Existcm outras culturas al6m dc a1godo flmoc6t, tais como sorgo e "millct", adaptadas para regi5es secas. Sem duvida, vale a pena tentar dasonvolvor novas variedades destas cul-turas, que sejam resistentes . saca.Ns as possibilidades de desenvolver novas variedades de a1godo herbáceo, milho ou feijo que resultem cm maior rendimento sem controle de agua nao sao promissoras.

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18.

para utilizar a tecnologia rnçcanica. Outros resultados expr-

rimcntais com a1godo moc6 tambm apoiam a vantagem econômi

ca do cultivador (Quadro B-l).

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149.

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1.041.10 1.,2 2.443.185,0

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1,30 2,26

151.

ÇUADRO A-3

iRE7. Ct)LT!VAUA n r o-n-orni. UTILIZ1D N

LICUIJ..RlDOCEAPJ, 1950-197 o

Ezpcific.içio 1 950 1960 170

1Çrca Cu1tvada

(hr.) (J) S09,638,

M-dí--chre 2 (L) 4903 11,1

1,62 li dc-'ibi

1t'2: Ccnos Agrícolas do 1950 e 1960 e Censo Preliminar d.

170 (Fundaço II3GE; Rio de Janeiro).

(1) Írca cultivncia dos 21principt roto3 agrícolas do W. Os dadcv sao médias dou pu&uJos indicados (Quadro 1) .

conidcrar scmente homens adultos ou homens to ::ori os dados preliminares do Cenco de 1970 no in---

cluirmn n3tasdivioe.

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152.

QUADRO A-4

TECNOt,OGIA MECN!Ci\ E CRESCIMENTO DA

MECANIZAÇÃO POR HOMEM, 195() - 1970

specif1caço 1950 1960 J1 1970

Tratores W (T) 32 208 577

Tratores (---) 64 260 532

Mão-de-obra (1.000.000) L

Aninuis de trabi1ho 2 A 179e077 394.322 (3)

Anirniis de ttb1ho A (_fl ) 359 492 (3) o-dc»-obri (1.000) L

FONTE: Censos Agrco1as do 1950 - 1960 e Censo Preliminar d2 1970.

(Fundaço IBGE; Rio de Janeiro)

(1) uma vez que no Censo Pre liminar de 1970 no h5 distinção entre os mesmos.

(2) Inclui bois dc trabalho, cavalo, garanh3es, asininos e nivares.

(3) O Censo Preliminar de 1970 no inclui dados sobre animais de tra balho. -

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153.

QUAnRO Ã-5

IMPORTÂWCIA RELATI7A tO ALGOD;O E OUTROS PRODUTOS NO VALOR TOTAL

DA PRODpÇ70 AGROPECUÂRIA DA N',CSTRA DO MUNICÍPIO DE CANIND-CEARJ

AoAgricoia 1972/73

valor io do Valor Mdio do Valor mdio de to Algod3 como A1godo como dos os Produtos Porcriagem do Porcentagem do Vcndidos corno Por Valor dc Produ Valor de Todos contagem do Valor tos Vendidos e o3 Produtos Vn de Todos os Produ

CATEGORIAS em Estoque pa- didos, Consumi- tos Vendidos, Con ra Serem Ve±di dos e em Esto sumidos e em Es- dos - que toque

Propricti- 65,9 23,5 44,7 rios

Parceiros 59,7 23,8 39,8

TOTAL 62,8 26,1 42,3

FONTE: Pesquisa Direta - Canind-Cear.

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154.

AP2NDICE B

A ESCOL1A ENTRE À EXPLORACO DE BOVLOS E O RENDIflENTO DO ALGODXO

Do acordo com o Quadro B-1, podo-se observar que é poss!vcl do

29 ao 59 anos do rlgodo moca aumentar o rendirnnto 128%, um-

pando-o com enxada e cul.tivador a tração animal. Para muitos a-

gricuitores com reduzido nnero do bovinos e com rno-de-obra fa

miliar disporívol ,durante a ,ontrossafra há possibilidade de um

par a área com algodio aumentando assim o rendimonto 1 . Vale

ressaltar urna clesvantagem desta prática que seria o aumento da crcsio.

Tasrbm experimentos foram realizados nos estados de Paraha,R10

Grande do Forte e Ccar, comparando a1godo limpo com a1godo

consorciado com pasto do 29 ano cm diante, utilizando a opera-

ço reçagem. Estes exporimontos mostraram que somente o ccns5r-

cio algodão/palma no diminui os rendimentos do a1godo limpo.

No cons6rcio com milho, feijão ou sorgo, houve diminuição dos

rendimentos até de 50% no 19 ano (Trciln, 1971), mas no houve

um efeito deste consórcio nos anos seguintes.

(1) A escolha entro o gado .c o algodão dependerá do rebanho e-xistento, do preço da não dc obra e dos preços esperados pa ra carne e algodao.

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1.55.

OUADgO 13-1

ICNDI1flNTOS E RE!107, LÍOUIDP DO ILGODO nocÔ COM DIREÇS N7S PRATICAS CULUTIS DO 29 ?O 59 )\NOS

Prticas Culturais

Rendimento (quiloqramas/ha)

Renda Liqui da nos qua tro Anos

Cr$/ha 29Ano

- 39i\no 4:T\no 59Zno Media

1957 1968 1969 1970

Sem combatcW - 110 57 65 43 69 77

Roçagern 12 405 19 199 118 229 320

Enxada e Cultiva-

dor 3 669 532 520 369 522 1.029

Limpa a Enxada. 4 692 1536 493 367 522 869

FONTE: A. Trem, 1971 J.B. Gurgel e outros, 1972

(1) Neste experimento, houve controlo dc ervas do 19 ano e nohou ve cons5rcio no primeiro nno. 'Scri combato" significa que na da foi uti1iz - do no controle das t.rvas dcpis do primeiro ano.

(2) "Roçaqcm" compreende o corto dos pastas naturais ou artifi- ciais usados para alimentar o gado. A diininuiçao do rendimen-to dependo do tipo de pasto existente, mas é aproximadamente 50% menor do que o rendimento do a1godo limpo segundo as mó- dias dos vrios experimentas resumidos em A. Treiln.

(3) Cultivador animal e homem com enxada.

(4) Limpa completa com mo do obra sem cultivador animal. /

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156.

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SUDENE, Recife, Pernambuco, Janeiro/Ju-

nho de 1971

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158.

Vascoricelos, W.M. O Problema do Melhoramento das Fibras

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SUDEE, Recife, Pernanbuco, Junho/dezem

bro.

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159.

POSSE DA TE'RT F ?LOCACO DE RECURSOS E14

AREAS DE AGRICULTU\ Dc SLSISTCIAW

T1io Farbosa

Antonio Raphael Teixeira Filho

Universidade Federal de Viçosa

1. INTRODÇO

7s instituiç5es de posse da terra, de acordo com Dorner

(1967), compreendem os arranjos legais e contratuais ou de

costume através dos quais pessoas envolvidas com a atividade

agrcola ganham acesso a oportunidades produtivas sobre a

terra. Estes arranjos de posse determinam a habilidade dos

individuos em ganhar acesso a estas oportunidades e definem,

em parte, a natureza e dimens3es assim como a segurança futu

ra dc tajs oportunidades. Em resumo, as instituiç6es de pos-

se da terra determinam o padrão de distrihuiço d3 renda no

setor agrícola (Carrol, 1964; Dorner, 1964; Parsons, 1962).

Tem sido reconhecido, na literatura, que as instituiçes de

posse da terra podem influir - direta e indiretamente no de-senvolvirnento do setor agrco1a e da economia como um todo

(Dorner, 1957). A literatura corrente concentra a quase tota 1idwe da discussão em termos da dicotornia "propriedade gran

de - ersus pequena propriedade' - algumas vezes referida corno

"latifündio versus minifindio". De certa forma, procura-se

determinar cüractersticas desejvis em um sistema de orga-

(1) Preparado para o Scminrio da Pesquisa sabre "Alternativas de Desenvolvimento dos Grupos de Baixa Renda na Agricultura Brasileira", ESALQ-USP, Piracicaba 18-22 de fevereiro de 1974. Esta pesquisa conta com o apoio financeiro da EiIBRAPA - empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuirias.

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160.

nizaço das unidades agrícolas, a partir do estudo das carac

tersticas econômicas e sociais associadas com estas proprie

dades. Cita-se, como eemp10 (Cline, 196), qu os maiores

proprietrios so mais receptivos a i.novaçõos do que os mcno

res (atitude com relação a risco e educação so os maiores

determinantes das diferenças esperadas em corportamento 1 ).

Da mesrna forma, arcumenta-se que. o grande propriet5rio, com

um nrvei mais elevado de renda, presumivelmente, tem urna ta-

xa niais alta de poupança, e portanto, espera-se que possa

contribuir mais para a acumulação de capital no longo prazo

do que o pequeno proprietrio.

Tam sido sugeridas modificações nas instituições de posse da

terra, de modo extensivo e direto, especialmente atravs da

reforma agrria (Stavengagen, 1970; Flores, 1970; Raup,1963;

Stemherg, 1967 entre outros).

Estudos empriccs tm sido conduzidos especialmente no que

se refere ao exame das consequências das mudanças nas insti-

tuições de posse da terra na produção, distribuiçc de renda

e absorço de rno-de-ohra agrco1as (Cline, 1970; Rarbosa,

1973; Koo, 1971, entre outros). Estes estudos, via de regra,

concentram-se na apreciaço quant.itative dos efeitos das mu

danças no tamanho da propriedade agrícola. Economias de esca

la desempenham papel central na anlise de tais efeitos. Ob

serve-se que, em geral, os grupos que detôm controle indire-

to da terra ou sem vincu1aço formal - a no ser através do

mercado de trabalho - no so explicitamente considerados

nas aniises.

(1) Ver Pastore (•193) para urna proposição de investiqaço em 7 rica do comportamento do agricultor de subsistência com re-laço a risco e incerteza.

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id.

2. A ACRTCULTURA DE SUBEIST1CIA

As áreas de agricultura de subsistncia so caracterizadas

por baixo nível de renda e a coexistência de varias Çormas

de acesso à terra: através da posse direta (pequenos proprie

trios) e formas indiretas (parceria e arrendamcnto), assim

como atravs do mercado de trabalho (traba1hacores assalaria

dos), com variado grau de cortrole sobre as decis6es de in-

vestimento e produção, e com diferentes forpi.as de comporta-

mento. Em geral, estas áreas so caracterizadas por elevada

porcentagem da produção sendo consumida pela família do pro-

dutor.

Tm sido desenvolvidos modelos te5riccs para explicar o com-

portamento dos produtores em agricultura de subsistência, na

medida em que esta se relaciona com a pequena propricdade,cu

ja mio-de--obra é fornecida pela família do operador. Nesta

linha de desenvolvime;to, destacarn-se os modelos de.Chayanov

(1966), Meflor (1967), Sen (1966) e Georgescu-floegen (1960).

Estes modelos sugerem que há um dualismo sm agricultura (ver

Cline, 1970), que traduzido na coexist&ncia de grandes pro

priedades organizadas em bases capitalistas, com as pronrie-

dades farniliares", nas quais a principal fonte de trabalho

a mo-de-ohra familiar. Nas primeiras, a rroduço é basea-

da na maximiaço de lucro, em que,entre os custos, figuram

os salr1os pagos aos trabalhadores. A propriedade fariiiar,

entretanto, no produz exatamente para fins de naximizaço

de lucro nem deduz os salrios nos cicuios dos ganhos econ

micos.

Em geral, os autores na natria concordam em que a proprieda

de familiar ou de suhsistncia produz at o ponto em que a u

tilidade marginal da família em produção iguala a desutilida

de marginal do esforço. Consequentemente, o produto marginal

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162.

do trabalho é determinado pela presso, na famfl.ia, para con

sumo e as oportunidades produtivas da faraflia. H uma pressu

posiço de que o produto marginal do trabalho na propriedade

familiar em equilíbrio ó normalmente abaixo do produto margi

nal nas propriedades organizadas em bases capitalistas.

bem provável que o trabalhador, na familia, considere sua

renda como sendo o produto mdiodo trabalho na propriedade

familiar. Se se espera que ele responda a um salrio fora da

propriedade, este deve ser maior do que o seu produto mdio

na propriedade familiar.

Alves (1972) testàu enipiricarnertte tais modelos com dados do

Drasli. Alves dlstinguiu urna propriedade familiar de subsis-

tncia de uma propriedade familiar comercial com base nas di

ferenças de comportamento maximizador: no primeiro tipo de

propriedade o chefe da famflia rna>imiza sua funço de utili-

dade sujeito à restrição de renda, a qual dada pela renda

1quida da propriedade (que é dada pela funço de produção

da firma). No segundo tipo, o chefe da farnlia seque um pro-

cesso de maximizaço em dois estágios: primeiro, ele maxirni-

za a renda liquida da propriedade sujeito à restriço impos-

ta pela funço de produço e, ento, maximiza sua função de

utilidade su - eito à renda ohtida no primeiro estagio e as aI

ternativas abertas a ele no mercado de trabalho. -

A hio6tese bsica derivada dos modelos acima referidos de

que, embora auferindo um baixo nível de renda, os pequenos a

gricultores so eficientes ria alocaço de seus recursos.

Como indicado anteriormente, relativamente pouca atenço tem

sido dedicada ao exame da alocaço dos rec:rzos dos grupos

que possuem acesso indireto à terra e os seus respectivos

comportamento5, notadamente no que se refere à parceria e ar

rendamento. Entre os estudos nesta área citam-se os de Adams

e Rask (1968), Cisser (1969), Heady (1947) e Johnson (10).

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1G3.

Por Outro lado, rio que se refere à não-de-obra assalariada s avaliiç3es de sua pror1utividade alocaço õtima e realocaço

inter-regional tôm si'lo objeto de interesse na literatura e

estudos empricos (Yomans, 1966; Carvalho, 1973, entre ou-

tros) .

Este trabalho pretende apresentar um modelo que possibilite

examinar a eficiôncia na alocacão dos recursos de propriet-

rios, parceiros e assalariados em áreas de agricultura de

subsintncia.

3. UZ1ODELO

3.1. Peaueno Prcprietri.c e Parceiro

Variaç6es nas cordiçes de acesso à terra irão determi-

nar variaçaes no comportamento maxirnizador dos indiv-

duos envolvidos.

Heady (1970) desenvolveu um modelo em que incorpora, ex

plicitarnente, diferenças de contportarnento entre proprie

trios, arrendatrios e parceiros na alocação de seus

Seja urna função de produço (para uni único produto)

(1) Y = f(x 1 , X 2 • •• 1 X) em que

Y o produto e x são os recursos. Se P y o O p•eo por

unidade do produto e P e o preço por unidade dos j-sj

rios recursos (j = 1, 2, ...., n), a função otjtivo a

ser maximizada pelo pequeno proprietrio ô(l)

(1) Neste modelo assume-se, ep1icitamente que o proprietrio maximiza lucros, corno no modelo padrao da teoria neo-c1ssi ca da produção. Para fins deste trabalho, tal pressuposiço serve como hipótese a ser testada nas reas de suhsistãncia eri estudo.

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164.

(2) = p y ? _j1Pj:•j

e as condiç3es de primeira ordem definindo a otimizaço

da funço objetiva so

aY/x1 =

e

(3) e

: -1

onde a produtividade marginal do j-simo recurso & igua

lada c. seu preço real. Este estado de otimizaço preva

lece somente quando se assume que h5 competição perfei-

ta ou que os preços servem como parâmetros Constantes

para a propriedade ind1viva1 e que nenhum fixo em

oferta, que as produtividades marginais so decrescen-

tes e que existem retornos decrescentes escala.

Considerando, agora uma propriedade onerada sob condi-

ç6es em que o parceiro paga todos os custos e recebe u-

ma porço r do produto (r< 1,0; o proprietrio da terra

recebe uma proporço 1 — r), a funço objetivo do par-

ceiro torna-se

n (4) 17 = rP Y -.; P.X.

y jljj

Substituindo a funço de produço (1) cm (4) e derivan-

do as condiç3es marginais de maximizaço de lucros do

parceiro, a produtividade marginal do j-simo recurso

da magnitude

() 3Y/X, = r4pP

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1f5.

Observe-se que a produtivinde sera r vezes maior do

que a produtividade marginal do mesio recurso para o

proprietrio (3). ista maior produtividade corresponde

a um menor inut e, portarfto, um tamanho menor (tamanho

medido pe1 magnitude do recurso e volume de prouço).

Por outro l&o, se o parceiro fornece uma proporco s

dos inouts, enquanto o proprietário fornece uma propor-

ço 1 - s, a funço objetivo do parceiro torna-se

ri (6)rrP

Y Y - s

3 1P.

3 X. 3

enquanto a funço objetivo do proprietário torna-se

n (7) IT (1-r)P

y Y - (l-s) . ]. P .X. j j

As condiç3es marginais correspondentes para o j-simo

recurso para maximizaço de lucro para o parceiro e o

proprietário so dadas por

(8) srPp.

y j e

= (l-s)/(l-r)PP.

Dadas estas condiç3e3, se o parceiro e o proprietrio

pagam a mesma proporço dos custos e recebem uma porção

igual do produto, sr 1 e (1-s) (l-r) so iguais a 1,0.

Portanto, as magnitudes 5timas dos produtos marginais

para o parceiro () e para o proprietrio (9) serão as

mesmas do proprietrio-operador (3).

Se r no é igual a ! (isto é# se o proprietrio e o par

ceiro no dividem os custos dos ipputs na mesma propor-

ço em que dividem o produto), o tamanho 6timo (medido

pela magnitude do recurso e volume de produção), do pon

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165.

to de vista da otimizaço da funço objetivo, ir5 dife-

rir em ambos os casos do tamanho 6timo do proprietário-

operador, o qual 8 dado pelas condiç6es marginais deri-

vacias em (3). Se r < s, o tamanho 6timo do parceiro se-

rã do que o do oroprietrio-operador, enquanto o

tamanho 6tinio do prcpriet5rio da terra ser5 maior uma

vez que (1-r) > (l-s).

A identidade das m.ignitudes dos produtos marginais do

parceiro e do proprietrio (quando rs) somente prevale

cera - como verd.deira - sob certas condiçes de oferta

de capital. As liitaçes de capital devem ser da mesma

magnitude relativa para todos. Caso ocorra que rs, mas

o parceiro tenha um limite superior, <' d capital pa-

ra Investir em recursos enquanto o proprietrio tem um

limite superior, K 1 , as suas funç6es de lucro podem ser

modificadas para

n n (10) ir rPY-s.P.X. +À (1< -s.

lPi)X.) e t y :PlJ) t t :3

1•1 n (11) = (l-r) P

y Y - (l-s) .) P.X. + ?

1 . P.X., 1 j=l j j 1

em que À e x s?o os multiplicadores de Lagrange.

As condiç6es marginais de otimizaço da função objetivo

do parceiro e do proprietário so

(12) = (1 + Àt) srP'P. J y j e

(13) (1 + À 1 ) (l-s) (l_r)'PP

As produtiviriacles margInais em (12) e (13) serão Iguais

- e consequentemente os respectivos tamanhos - somente

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167.

se = X1 . Esta condiço prevalecera somente se

(1-3 1K 1 ,uxna vez que o conjunto da derivadas parciais

eri (3) - denotando as concliç3es de primeira ordem para

maxiiaço de lucros - tem uma equaço adicional:

n K -. P.Y. O para o proprietrio-operadOr, o p1 j

n K - P.Y. = O para o parceiro e t i=1 j i

n K -. l P.Y = O para o proprietrio das terras. 1 j= j

Consequentemente, K 0 , K e K tm que ser proporcionais

s porçes dos recursos para o proprietrio - operador,

parceiro e proprietrio das terras, respectivamente, p

ra que os &timos sejam iguais no sistema "misto" de pos

se de propriedades individuais.

Considere-se, nou.ra c1imenso, que proprietriose par-

ceiros interagem e& suas decis6es de tal modo que a a-

ço dos dois grupos modifique os preços de produtos e

de insumo.

O mode.o que explica a aço desses elementos passa a

conter as seguintes relaç6os (todos pressupostos poten-

ciais nas suas variaveis independentes);

(1) A funço de produço W

= J3# 1 X'2

(1) x e X., so interpretados corno m3o-de-obra e capital, o fa-tr tefra que seria totalmente fornecido pelo proprietrio, seria o divisor comum de Y, X 1 e X que seriam expressos em quntidades por hectare.

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168.

(2) A procura do produto

P = y

(3) As ofertis dos fatores

(3.1) P,= A Ii

(3.2) P 2 =

(4) As procuras dos fatores

PI (4.1) dY =

dx 1 P y

(4.2) dY =

dX2 P y

Pressupondo-se que o parceiro receba urna parcela r do

produto e forneça outra s dos fatores, pode-se definir

as seguintes condiç5es de lucro rnximo:

(5) w = rPY - .:E1j Xi

_d =

dx1

(6) dyT r P+rY..si.XisPj dx1 dx dx dx

Das relaç5es contidas em (2) e (3) tem-se:

(7) dP dP dy

dx1 dy dx

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1E9.

aP

dx

dP a,P

1_ ii

dxi xi

Substituindo (7) em (6), tem-se:

r—P -raP.--'---sa 1 P-sP dx dx " Y.

Grupano-,e <ys termos, tem-sei

p (1- a) - s 1' ( 1 + a) 'dx

2.

O = rP (1 - a) - sP (1 + a) ., Y

(10) = !i±' +

clx. rP(1 - a) 2.

Multiplicando-se os dois lados de (10) por X í , tem-se:

Y

(11) dY Px (1+a)

X = • . . - dx1 Y r PY

O membro do lado esquerdo da igualdade em (11), eçuiva-

lo ao expoente da funçio potencial b Na r'ema funçc

de produção, P 1 X 1. reresenta a "share" do fator i, por

pyy

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170.

tanto 0,0 Decta forma, tem-se:

- (1+a1 ) (12) b

r 1 (1-a)

Quando a funço de produço convenientemente especif 1

cada, pode-se provar que

b1 = e1

A cxpresso (12) se converte em:

(13)1 = - (1 + a,)

donde se deduz que r (1 - a)

(14) S (1- a)r

(1 + a1 )

Considerando que a = 1 e a1 onde E a elastici-

dade da procura de Y e E 1 , a elasticidade da oferta de X1 , pode-se escrever

(1 - seja

(1 + 1

A parcela dos custos a ser paga pelos parceiros depende

da elasticidade da procura do produto produzido, da e-lasticidade da oferta do fator considerado e da parcela

do produto que o parceiro receberS no final do proces-

so. Inversanente, poder-se-1a afirmar que a parcela do

produto atribuível ao parceiro, definida sua participa-

ço nos custos, dependera da elasticidade da procura do

produto produzido e da oferta do fator considerado.

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17.

TECNOLOGIA NO VALE DO RIREI RS - SAO PAULO

José i.Junqueira

Instituto de Ecrnorriia Agrícola

I._TÇOLOGIA E COMRCTLIZAÇO DOCH

1. CAR?CT!Z AO GE'ÀI DA TE ICULTU RA

A cultura do Chá foi itroduida no Vale do Ribeira nor iri-

grantes janoneses há f') anos. re todas as culturas encontra das na regido & a que se encontra mais concentr.da. A nian-

ta difundiu-se no rv.micíno de istro, sndo nosteriorm:n

te cultIvada nos nunicíios lImítrofes, nrincinalmcnte Pari-

cuora-A'u, Sete Barras, Jacuiranga e Tanirai.

Considrando a regio do Vale co ieira como acuele deRni -

da nela Superíntendâncie do nGsonvolvim&nto do Litoral Pu

liGta (SUDLPA), podonos afirmar que ela é responsável nol

totalidade da 'roduço de Ché no Estado de So Paulo. A ro-

duco se distribui pelos 3eguintos mun1círics.: Pegistro

f5,0%; Pariura-cu - 15,f% te Rarrs - 1,0%; Jacu'iran

- 1,5% e Taniral - 8,0%.

Cabe aqui o esclarocimanto qui o chS !roduzido em Tirai

dv1do a alti+ude mais clevada, tem caracterXsticas diferen-

ts do rroduzido nos dCmE:is £unicltios e sua nroduo

tinada à fabricaço de chá verde em urna frica local. Asiri

sendo, nos itens referentes c tecnologia omnrngAda e C»rr -

cio da Chá astaremos fazendo rfr-ncia c1flaS aqucle produ-

zido em flgiscro, Paricuera-Au Sete narras e JacuDirangn.

Pelos civadros 1 e 2 podemos avaliar a irnnortncie da. teicul-

tUra rio Vale do Riboira. O cuadro 1 nos inostra que noG ulti-

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177..

znos 10 anos a área cultivada com ch vem sondo ampliada, ocu

pando hoje 12% da 5rea cultivada do Vale, estando em 49 lu'-

gar, entre todas a§ culturas cultivadas e cm 29 lugar entro

as culturas tipicarnente voltadas para o mercado.

Com relaçío ao valor da produço, o chi vem perdendo sua po-

siço nos últimos anos, por6rn se rnantm ainda na 3a. posio com 12% do valor da produço gerada no Valo.

O quadro 3 nos mostra a evolução da teicultura durante o pe-

nodo de 62/63 à 71/72.

A produtividade nos dá urna id&ia do nível tccn'logico orn que se encontra a teicultura no Valo. Sabe-se qun um cha -

zal bem conduzido chega a produzir cerca de 12 toneladas por

ha. e, com variedades selecionadas, alcanca-se at5 2 1)ton/ha.

Entretanto nos ultimos 4 anos a produtividade m5dia dos cha-

zais do Vale est em torno de 4 0 5 ton/ha.

Outro aspecto que chama atcnço ao se analisar o quadro 3 &

a queda havida no Drco real pago aos produtores, princi'al-

monte nos Cltinbs 7 anos. Esta queda foi determinada princi-

palinento, pelo declínio havido na cotaço do ch beneficiado

no rnrcado internacional condicionada a uma suernroduço na

maia o Coi10 e aliada a diminuiçio gradativa das importa

çes inglesas.

A seguir, para melhor caracterizaçio da toicultura no Valo

do flibeira, faremos algumas observaç3es sobre o sistema típI

co de conduço da cultura e suas rnodificaç5os roccntos.

Regra geral, a cultura do chS como as d~rnals culturas da ro-

gio, se caracteriza pela peauona oxnloraço estando o em

prego da mo-.de-obra baseado na olena uti1izaço da família,

m2smo nas grandes propriedades. As mulheres o crianças f a-

zom os serviços de colheita, pois se constituem em no-de -

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178.

obra mais bartta ' mais adantedi ao serviçoi os homens ez 'r

carreqam dos srviqos riais rados como derruhacia, nrannro

de terrenO, cainrs o trEnnOrte da nrociuco.

AtA reccota>tntn os qrmds e ri&-lios cha=is eram adriinjstra

dos palos crónrios nrorietrios, que conduziam a cultura

utiiizndos2 de tra1hadores reir1ntes na nronriedaiz. 1

tes, durante a s-tfr', reciari por quilo do folha colhida o

no noriodo do entre-safra, o trato cio chazal era efetuado

sem retri)uio, como borigacoh Que adquiriam com o naga -

rinto que era fcto durant a safra.

e dO±Z anos nara c, kvdo princinalrcnt4 aos nroh1ers

di origem tr.balhista e a ligr'ira crio rla QUl vom atra -

vc"sando a ticultura, o3 rdios e arandei nronrict'rios

tem oreferido a rcria com = fixni1ias rr3idontcs. 7sta

modificaco ocorrida no sstcma 2, direco da ox'lornco r--

t, segundo alc,ung tcnicos, influindo negatiVaIT te no ?dO

'o d nova tecno1ogic.

2. A DtFUSJO DA TE( 1OLOGIA

2.1 Coor&riacloria de)ssistncia Técnica Integral (CATI)

A CATI õ o orgto da Secr1taria do Agriculture rsoris

vl rola difuio da t.cnologia -junto aos agricultorem.

sistJncia tcnica segue uma linha 'le riona1iz

ço, obecicando os ecuintos crittrios

1. Para as atividades que jF disrem do son2vngnto,nin

da com a 1jritneo de falta da vis.o d conjunto

que só o zonearnnto ctgrco1a com1rto forncer, a

assistancia tcnica nrocurart se or±entPr do acor-

do com os nXveis do 'rrciso otido.

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179.

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190.

QUADRO 2

ESTRUTURA, D oouçÍo AGtCoL'\ - W1LOfl DI. PRODJCO -

WJE DO RIBEIRA EM PORCEE!

CULTU\S 5 0/70 70/71

lanana 41 79 37 38

Hortcu1as 9 10 11 18

Chá 12 19 20 12

FrutLcu1a 4 3 11

Tomate 12 24 6 5

Arroz 11 6 6 5

Milho 6 5 6 4

atata 2 1 3 3

Feijão 2 1 2 1

Diversos 7

TOTAL 100 100 100 100

Foritc do r'ados "rimros.:I

Calculos: SUDE!IZ

Extraido ro r& - a1ho "Cracterizo FisicO - FcõncwicO Soci1 - SUDEIJP - ra de tuço

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181.

uçú Vntt'çO 00 CF O LTR P.,11STi

-

- rcuçR rc¼t1vi- I'r.çr di - 7n.ler t'e.rt:cc, Dfl

1€r ccla Ctjtjvj Cct-rtnLe

Cr/r,n. i) 'r 1.CCO ha U Cr.i in

1.800 1,69 47,80 333,57

63/6 1.780 7.075 3,95 77,00 370,69 2.257 .8 4 7

64/65 2.5.0 12.250 4,90 138,00 367,l5 4 .506 .1 63

3.010 19.000 6,31 308,00 593,14 11.769.660

6(167 2.685 18.9Ó0 7,60 13,00 469,50 e.873.550

67/60 3.791 16.37 5,00 33, 00 408,13 6.70e,433

60/69 4.250 19.150 4,50 448,00 448,00 8.579. 30

69/70 4 589 71.602 4,70 467,00 305,00 8.331.08

70/71 4 .583 20.295 4 1 42 300,00 207, 00 4.219,739'

71/72 4.450 19.871 4,45 44 1 00 275,58 5.462.411

Yonto uma Dados Pririoi: IFÁ •

CzÇ1cu1o: DTJDEL?A

(1) »cflaci.ri0o peln íiidie. G.ral de Prço - Baoe 1969 r. 100 e extrdco do trtba1b Caractcrizaçc F3iC-.ECOnO-

icr-Zoea1' SC3DLPA - rça de Atuaço,

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182.

2. Para as ativid'd que ainda ro o oroa-

rionto, a ass±stncia t5cnicg conqidorárá a rogioia

11'co natural oxistont, nrocurndo eu'cio

nar o contr1iar vuK aço nos nrincinRiq rrl'

nas nrvalcontas nas ativi&Kdes nrcdodnanto' a

rr4o.

da assist&ncia tcnica a (ATI ten outras atividr

dos quo sÃo.2 oricntac5.o tcnica, sutriinto de bens,

prstaçio dc servicos, o fisca1izaço e controlo. 'L

rcgto co valz do Ricira alrn dos atividades citadas,

a CP.TI . rosDonsvel pla oriontaço tcriica do nro

grana e,cial do Cr1ito lural Orientado.

fl organograrna n,res2ntado a sguir mostra a estrutura

da CTI.

Como nodomos vor as Casas da Agriculturi so s unicia

dos s'onveis polo contato direto com os agricul-

toros.

Nos municinios or.cie o c5 tem maior cnrsso- t?eqi s

tro, PnriquoraAcu o S«2 Barras, as "asas OP Aqricul

tura contam com 2 aqromonos no rrin'iro e 1 em

um dos soguintes. O agromono & Pariqucra.cu atual

rn2nto r s1on.' tarrrn pelz Casa da .gricu1tira

nania que se encontra vaga.

Sogundo a. sfstetica de trr.alo da CTI, cada Casa

da Agricultura (CA) dcvo ter seu mrocrma nrioritrio,

soguinrio os critérioi jé mcncionr3os. !io caso do 'ralo

rcva1eco e 29 critrio, nor no existir zOnoarT?flO a

gricoin tara as nrjnciais culturas desa rio,rit

o mor'onto. 2\ssirn, dos 3 muiicinios citados, arnas as

CA dc Rcistro e Pariqura'Acu tm corno 'rograria nrlo

ritrio o Ch.

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184.

Com a implantação do programa especial de Crédito Rural -

Orientado no Vale do Ribeira, essa atividade passou

também a ser priotirâria, sendo inclusive na prática, de

prioridade superior ao programa do Chá.

Das outras atividades de CATI já citadas, a que mais

tem tomado tempo dos agrônomos regionais é a inspeção -

florestal para derrubada da mata. No Vale do Ribeira

particularinente por ser uma região ainda pouco explorada ,

o volume de processos que chegam relativos a essa atividade,

aliando ãs péssirnas condiçaes de acesso as propriedades ,

por si- só exigiria a presença de pelo menos mais um técnico

em cada CA.

Essas 3 atividades somadas tomam, em média , cerca de

85 - 90 % do tempo do agrônomo regionál. As demais, tais

como inspeção de viveiro, atividades administrativas

consultas de agricultores, levantamente de dados, e outras

tomam o restante do tempo.

Tendo um vista a gama de atividades exercidas por apenas um

técnico, o programa prioritário do Chá é levado a cabo a

través de atividades grupais tais como: palestras e reuni6es,

e eventualmente, por visitas de orientação técnica. Outro -

método que está sendo tentado na região é o de áreas de de -

rnonstração. Porém, no caso do chá ainda não foi implantado -

Outra forma de prestar assisténcia técnica é através do

Crédito Rural Orientado, considerando mais eficiente pelos

técnicos consultados uma vez que os agricultores só podem -

obter o crédito após comprometerem - se adotar as técnicas -

recomendadas. Porein em Pariguera Acu, surgiram apenas 8

propostas de crédito, todas aprovadas, sendo apenas uma refe

rente ao cultivo de Chá. Fomos Informados.inclusive,-que- .as

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185.

exigéncias técnicas feitas tm sido um dos motivos da peque

na demanda havida até agora pelo crédito oferecido.

Analisando o funcionamento desse orgão podemos deduzir que

dificilmente o agricultor de baixa renda receberé assistén-

cia técnica diretamente.

As atividades grupais normalmente só atingem os agricultores

que têm um certo nível de interesse, a ponto desses compare

cerern a reuniões e palestras. De modo geral, são convidados-

aqueles agricultores já adotantes de técnicas, que exerçam

uma certa liderança no município ou no bairro onde estão esta

belecidos , o mesmo acontecendo com as visitas de orientação

técnica. Regra geral, os agricultores de baixa renda não

apresentam os requisitos de liderança procurados.

Com relação ao Crédito Rural Orientado, já se sentiu que

o nümero de agricultores atingidos é insignificante, sendo -

que estâ completamente fora do alcançe do agricultor de

baixa renda, seja pela inibição frente ao volume de docunien

tos exigidos, seja pela falta de título legal de posse da

terra ou ainda pela falta de garantia suficiente para -

obter o crédito.

- Programa Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra Agrícola (

PIPMO-A)

Este programa faz parte de um convénio entre o Ministério -

da Agricultura e a Secretaria da Educação, sendo executadot

pela Coordenadoria do Ensino Técnico dessa Secretaria.

No Vale do Ribeira o orgão responsável pela execução do

programa é o Colégio Técnico Agrícola de Iguape . Em

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186.

cada município é mantido um agrônomo, que tem como

objetivo promover cursos sobre os problemas existentes

na agricu'tura local.

Para tal, adotam a seguinte ttica: entram em contato

com a liderança do município objetivando ãtingir as

lideranças dos bairros.. Através dessas, interam - se

dos problemas locais e procuram ganhar a confiança dos

moradores. A partir daï organizamcursos relativos aos

problemas mais promentes do local.

Cada turma deve ter no mínimo 16 elementos e no rnximo -

20. Os cursos normalmente duram de 2 a 3 meses, com

8 horas de aulas por semana, sendo 2 horas teóricas e

6 horas praticas.

Como exemplo, em Pariguera Açu em dois anos foram realiza-

dos 4 tipos de curso:

- Produtor de mudas de ch ( 2 vezes)

la. - 3 turmas de 20 alunos cada

2a. - 5 turmas de 15 alunos cada

- Plantador de ch ( 2 vezes )

la. 4 turmas de 15 alunos cada

2a. - 5 turmas de 15 alunos cada

- Horticultura ( 2 vezes )

la. - 1 turma de 20 alunos

2a. - 5 turmas de 15 alunos cada

- Maracujã (1 Vz

-. 2 turmas de 15 alunos cada

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187.

os dois primeiros tipos de curso seguiram a linha de resol-

ver os problemas atuais dos agricultores. Os dois últimos -

foram uma tentativa de introduzir novas culturas na regido'

corno alternativas para o chá.

No caso da horticultura surgiu o problema de comercialização

do produto, sendo feita urna tentativa de organização grupal

para venda de colheita. Essa tarefa contou com a colaboração

do agrônomo regional da CA eda coordenadora local das esco-

las comunitârias. Porrn, a idéia não foi levada avante face

aos problemas encontrados: falta de informação sobre como

montar urna cooperativa e sobre o mecanismo de funcionamento'

do mercado de hortaliças.

Os alunos eram pequenos proprietrios e alguns arrendatri-

os, sendo que em cada bairro eram senpre os mesmos em cada

tipo de curso.

Em contato com os enumeradores, tanto de junho de 73 corno

de janeiro de 74, pudemos sentir a boa penetração desses -

cursos nos diversos bairros pesquisados em Pariquera-Açu

No entanto, nos outros municípios pesquisados, não foi no-

tada a presença do programa. Através de outros contatos -

pudemos inferir que o relativo sucesso do programa em Pari-

quera-Açu foi devido a extrema facilidade de comunicação do

agrônomo responsável pelo programa local aliado ao tempo -

considerado relativamente longo do permanência deste no

município ( 2 anos).

De qualquer forma a avaliação do PIPMO-A, do ponto de -

vista dos agricultores de baixa renda, é positiva

tem sido a forma mais eficiente de atingí-los, não só

no sentido de solucionar seus problemas técnicos mais

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188.

urgentes como de fornecer-lhes alternativas de culti-

vo -

2.3 - 7s Indústrias Benediciadoras de Chá

Todas as fábricas de chá adquirem parte do chá ser

benediciado de fornecedores, além de terem sua prõpria

produção de folha verde.

Normalmente, os fornecedores são financiados pelas fá-

bricas não sô para custeio das safras como também manu

tenção da farnflia. Com esse instrumento elas conse-

guem um maior compromisso do fornecedor para com a

firma e difundem também certas normas técnicas princi

palmente com relação ao uso de adubos. Na bibliografia

consultada sobre a região, encontramos uma refefência-

de que o uso desse insumo iniciou-se na década de 50,,

graças ao incentivo de uma dessa fábricas.

Outra forma de difusão de tecnologia seria o efeito

demostração dos chazaisdas fábricas, conduzidos de

forma mais técnica.

No entanto, apenas urna fábrica tinha um.técnico respon

sável pelo setor de agricultura, que fornecia eventual

mente assistência técnica aos fornecedores. Porém, a-

tualmente esta fábrica não tem mais o técnico. Segundo

palavras do gerente, toda assisténcia técnica, tanto -

do chazal da fábrica quanto dos fornecedores, fica a

cargo do agrônomo do PIPMO-A,

A fábrica da Cooperativa Agricola de Cotia, que recebe

folha verde apenas dos cooperados, fornece assisténcia

técnica apenas se for solicitada pelo agricultor. Nes

se caso, um técnico da Central em São Paulo se desloca

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189.

para a rcrjio.

. IVENTPIO T)1 TcuIrv TEC!YFN!D)2\C E

A ou'lcaço cia CTI Vro-r~4i Prioritiria 10

cia Tcnica. CI4 runc 5crrt as t•cnicas recomondadrs nr

o cultivo do ch.;.sim trnscr:vcrernos o item 2 dessa publi

caço.

rctri.aço dos objetizSs especifícos.

"9 ojotivo gcr1 a scr a1cnç?o c o aunonto A rrcdutivici

do e ualiciad n. toicultura, pela tcnifica'o da exrlora -

cori a soluc ciotrrninaos nr 1.r'aq o ÃívulgeCAnd

nnrrnas t5cnica i -trzi c'rrigr os fetorzi n=ti= rotr' - rvn

"Para tanto, dovoro sor a1cançaxs, nrt uta orirneira fa's

seguinteg AjetivDs acíficos

1. aricr1.s

1.1 Somentes Sclecínnadas

1.2 - Gcnra1izço do cmrego cio mucias clonis

2. - Poa

2.1 - Pc-la 4c formnço

2.2 Pada cc pror1uço

3. -

3.1

3.2 - dc parc1aronto"

C-in'i ro1aço as veriadalos, o rccoon1acio 1 o u'i rios clo!v:s

1ccindos LC-259 obti'Ys a rartir do tip' asniiCa na Es

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190.

taç txoorirnc'ntal dc

A rccr mrI3çc

b ancia-3o nvs soçpiinto rn"tivo':

a) Prur.o: r c1riz! I.'-259 nr -,c3uz 2" tonrl.as i2 fnlv.

virCa nqurktr eu2 cs culturas tricirai. a re

gio or)'uzcm 2c 4 a 5

i) Brtcco c qua1idc- as nvas snlegèes 5presint zm Dr-

to "acios ccma.'unrantc o:n?1am nas folhas. As

adultas que nornvlmentc cc'nham a broto sto mcnns rí

g1 4a, (: que dc"rccia rncns a gu51idaic dn ch.

Tecnictrcnte, a foritoço de chz'l rove 3 er frita atravs

de nu.FjS otics '10 c 3tac a m. Tal or5tica ncrnite e fixoo'

1.ts b= rterstic-s •ti ' zq itac

cas clhicias devem sr o1antr cm Vivcir, fl'

ai 4u=nte um an". .'prs

d' as mui c"'rt uma altura dc a. xima'mcote 31 ccntím

tr', SO transolntar'as pzra o crrv,n's "frrem m- le

va rn~c p A ra evttar pordrs exc:sitvas r • u..'T''3 12 rwsrs

seguintc, a nianta Avesfrr -' 2 a . 'c foriiaç

cm o chjtiv; riu f'jrcar hrot, latcrii,r"o tal forma

cvue a nlarttct arcntc a forma Ao ta.

rjCfr. 2°''. 0 1UV Vo r 11y'ri .'ios 2 rtnr"s 'o

& i:iado,a uma -tlturc r'e 9,Rnrtrs,rw'rcrn"o a

"a n'a. E. 5te ti"'" -1 e rra «ve ra1iza4 a qnuil=nW

c)rn o )bjotiv') 1à mntr ?. "L'nta a ua a1tur - ecU.'/f

cilitar a colheita L,.'tcr na1hrr nroructo ri

A pc'la em forma de taça a?resant.a outra Vantagem, a!én as

citadas acima, que & diminu±r o nmer "e è,pinns, desde

ue seja mnt10 o c upzç=Cntv recom2ndcii x 1,21mc

tr'S.

Crrn refcr&cia a" terciro 'bjctiv' ''ccific, •adu'),

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191.

recomendação é de que seja feita periôdicarnente análise de

solo, com o objetivo de determinar a quantidade exata de

nutrientes necessários ao bom desenvolvimento da planta

Sendo indicada como fôrmula básica, para as condições mé -

dias da região, a 12-6-8 de N-P-K.

Recomenda-se em geral, de 2 a 3 aplicações anuais espaça

das de 3 meses. A época de-aplicação mais indicada para

os adubos químicos é a estação chuvosa prIncipal.

Para os chais plantados em curva de nível a adubação de-

ve ser feita em cobertura, fazendo uma"meia lu&' ao redor

do pé. Para aqueles plantados no sentido da vertente do

morro o melhor será enterrar o adubo para evitar o lavamen

to pela água das chuvas.

Além desses objetivos específicos a publicação da CATI faz

recomendações relativas ao tipo do solo, clima, plantio,co-

lhe.itas e capinas.

Os solos propícios são os profundos, ricos em matéria orgE

nica, permeáveis è sem umidade excessiva. O terreno ideal

é representado pelas encostas, com ph entre 4,5 a 5,5. Re-

comenda-se a calagem quando o solo não apresentar este p11.

O chazeiro requer clima quente e ümido, com precipitação -

pluviométrica ao redor de 1.500mm anuais, bem distribuidas.

A temperatura média ideal deve estar entre 20 a 229C.

A altitude tem grande influência na qualidade da bebida.

Chás de melhor aroma e sabor são obtidos de culturas forma

das em terreno de maior altitude. É intéressante notar que

no Ceilão, Inc3ia e Âfrica Oriental, maiores produtores

do mundo, os chazais encontram-se em altitudes relativamen

te elevadas. No Vale a área teicultora está em terrenos de

baixa altitude, o qúe confere ao chá brasileiro caracterís

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192.

ticas diferentes.

No plantio, recomenda-se que o terreno seja arado e gradea

do, devendo as mudas serem plantadas em curva de nível. O

espaçamento deve ser 0,80 por 1,20 metros, cblocando -se

uma planta por cova, cujas dimensaes so de 20x20x20 ceriti

mentros. Deve ser colocado na cova, junto com a terra da -

superfície, 50 gramas de superfosfato e 30 gramas de clore

to de potássio. No período das chuvas deve-se aplicar, em

cobertura, 100 gramas de sulfato de amônio por pó, eracio-

nados em 2 ou 3 vezes.

A colheita tem início cerca de 1,5 a 2 meses apôs a poda -

de produção. O período de colheita vai de agosto a maio

sendo que o intervalo entre as diversas colheitas no deve

ultrapassar 10 dias, para que os brotos obtidos se mante-

nham dentro dos padrões exigidos pelas indústrias. O inter

valo entre as colheitas deve ser ampliado nas épocas de de

senvolvimento vegetativo mais intenso, início e final de

safra. Os brotos devem apresentar uma gema apical e duas

folhas, com o talo demasiadamente endurecido. São colhidos

a mão, colocados em cestos e posteriormente espalhados em

depósitos limpos e sombreados.

As capinas são feitas à enxada, devendo a cultura permane-

cer sempre limpa. Uma cultura bem conduzida, utilizando o

espaçamento adequado e a poda em mesa, normalmente, neces-

sita de 3 a 5 capinas anuais.

Uma das fábricas beneficiadoras está tentando eliminar o

período de entre-safra em sua exploração. O método consis-

te em não efetuar a poda de produção anualmente e aumentar

a dosagem de adubo principalmente no período menos chuvoso.

As condições climáticas de Vale do Ribeira, de pluviosida-

de relativamente grande também no inverno, permitem que a

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193.

n1-.nta seja co1ida o ano inte;írA sem cur )r2juXZfl5 no

kes=91vim3nti gri1 ia cultura. A no 1 a ro'uco s'r1a

fcita aon qUanO nec.2ssÇria (caça 3 anos) new nantor

n1nta numa elturc alequWe rar. a C1hita.iin cY.lsto ur

controlo cientfic riqoro sohrc a exporikncia, mas cri

tc?rnrs rc =CuçHn o 'eronto da firma consic - rou .5ati5fat1-

rio o exncrim:ntr, feito na safra nassada. int3nc cli

rninr o n•ríco em quc as instalacFs da fihrica ficam ar das a do nonto rao vista dos fornccocoros sria D do mantcr

um fluxo Om rccita contínuo lurcnte o ano, al.m ee reduzir rcia1rxnte os cuts dc 'ror1uc.

Outra in2vaco muito CebiCon na rogião • a c1cita mecani

zada. Comenta-so que urna das fbrica jt terio adquirido

uma colhedeira na Argcntina que estaria scndo adantada 25

coWi^o locri5. No entanto no conguiws confirnar esta frto.

Os Vcrtos de colh.tta rcnizda, j utilizara na rgenti-

na, J'o ç ITS, elogim clue sDria a ünica forma de contor-nar e3 vóriem rc1arn - ç5--'s traa1hi5tas cue Os 7rof'utoras de

chÁ via obrigados a rsonc'.or an' lmcnt3. Afirmam ainc'a

quc a colhoita mecanizad'. no "provocaria uma situaCia 2'ri-gon do doscrirrcqo na rci.o, dcvin as grandes obras que

saro =cutWa3 relO ooverno, crv'o os trabalhadoras lih-

rad•-s ne)doriarn sa oIirregi-. niz= ainda quo atualrn-nte jt

exitm um4 falta do mobr.- nara conduzir a cultura

nrincFalnontc na clhit. tntretanto, o argumento nao

muito consistritc urna vz ciue na colheita da ch, normalmen

te se utiliza a força do trabalho do mulheres o criancas,

que g9ralm2nte n.o so cmnrogadas cm ohras •10 tiro constru--ço d- cstradas o rcnre.-s.

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194

Os rtrgurntos contrri;, além & -r"b!ci- do scm-rcg

frcn-2 a qua1i'- 'z' chk cilhíli r mczuin. Citam cr-

mc) ç'x.r!r)10, o chá Argntir da UPS, onc oxist crli-

tr rcn1zac', cuc v33 consierarOs os nigres d'

Por isc, afirm?m cT 1 1É o chi 4rasilair^ rorrioria corn-1cta -

mente sua condiça crrrctitiva n rrcao internacina1.

4. Ar.EQu.rzo DAS TÉCNICAS P AR> ÃSnICUY.TIPESDT 37kIY? '1DA

AnVísa-se ncsti sçio, a aruaço ds tcnics citadas

no itcm arit.rior, rara os ricultores do baixa renda , connzrnndo o siítem de cultivo prudominantomonte uti1izr

do :or elos ct&-.lmcnt2, 'rocurndo semor cue nnsuíval i-

dantificar o motivo cue os 1avm a no utilizar as tcni

cas recomendaas.

A oscolha do solo 'ara o nlztntio do c,regra geral tem

sguido as normas t.cnicas. A cultura difudiww unicamon

ta rlas Arcas às colinas e t,rracos, ou ainda morros, dc

solos predominanterante Acídos, com toTrnc)S anxutos, evi

tando s1strticmcnto s tcrras naiq baixas e mais úmidas.

As varie do' cultivadas s, na grande nioria, nrnvenicn

tis da cruzanantos Gntre os tios essímíci o simansis, cu

jas somo ntes hztcrog&ncas doram formaço a culturas ciuo

rsantam "oqena rrociutividade, dado o dcsenvolviiento

vogctativo 4osiaua1 'ntro as plant,s. !n formaco dos no-

vrs chazais 9 dos agricultores já vem uando o dono

scicionado IAC 25. (Yrrr cxorr10 noderos citar rU0 fl5

últimos 2 mos a Estaç Fx- erimontal de ParicTuerct-Açu clis

tribui 2 mi16es de mudas desro clone.

No entanto em tormos Co nr•oduço g1oal de ch5, a 'arte

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195.

roviente do IC - 259 5 ainda inignificnt. O nrtivo new a pequeni iroi nlnntark com css nova vnrie-r'e é a

ligcira cric rqr quc vcm passan&3 a toicultura nr nimin-

te. 7 evolupão da Arca cultivada c'm chá nos últimnsnod

tom sido minim3 e a renovnço lis velhos czn.s 'rntica-

mnto rc tcm ocorrido. Ningu&n a arrisca a 1imInar ou

abandonar o r.0 v1ho chazal, rouco roc!utivo,nara inv's-

tir numa etivída&Q qua vai cornacar a lhe render 3 a 4anos

a -'&, consi-'crandc a orsntctiva de auda do rreco real

flacTo 'c10 seu nroduto.

Do 'onta dc vista do agrIcultor de !aixa ronda a ituao so aqrava. O pequen, nrr,- rietrio via do rcqra conduz seu

chazal baseado r. mo-r'c-ohra fnmilirr, 1: nodo iu cual-

ouor aunnto na Sran cultivr'1a po&nrá lho causar nroble -

mas do falta do t3o co',rct. altc.rnativa do abndonr

'-'arte Ci volh -' chazal ost frra Ce cogitaçin, rais norra1

mcnt2 ele n' tom cQndiç&cs financoiras 'rn surv'rtar a

cnscuntc cucda cm sua ren'a. ? única altornativn soria

um fi.nanciartento rural com nrazo de carnc1a adequado e

com um montanto nare o sutonto da família. Por&rr saenos

que agricultor do baixa rortda no tom acesso a esta ti--

dc financinmnto. O rarcoiro, via dn rogra, no tom

intoreso em invcstir numa cultura ioreno em terra cue

no lhe 'ortonce.

rlzrntic utiliza-se tanto smor.tes quant estêc1s.Qu'J-

do se usa scmcntcs o n1ntio & feito diratzmgnte no cnn

'-o, na roca das F'uas, de setembro a novomro. rÀtrotan-

tc, a nior rartc 'r- s chaziís Corradis rccentcment s.o

com cstac-is, sondo cuo a &oca do riantio, cio maio a ju-

lho, via dc regra é observada. De modo geral os agriculto

res tem sou prépric viveiro, rorm conduzido com t6cnica

rudimentar.

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196.

O rer,iro s10 cc,nizzè7 n?e ocrrc cm txla a rqiir .

fluando o tercn ntta, norrliicnte 5 feita a ckrr'.iha

a a queinaa, em e 'juia n1antaro-sc n ch.i. Por&i, gc-

ralntc ' tcrrcn csco1hiro jA .. mrta'1o, tendo tdo

antrio:ntc cu1tiva-i c.wt alaua cu1tw'a 9c subsistn -.

ci - . O '1antjo, se faz

esciliznto com o auxfllc ia onxaca e io cnxa'1E.

°s ntivos nara tal preccdinanto sao virios. Inici.ln.2nto

citasu a dif1cu1rac1e io se trabalhar com trator em trrc' - ncs rscom dorru - rs, cr'm •s toc-s !as Srvoros abatis e os troncos ctrbonizais, esialhas pelv trrno. Outro rnotivr seria irr.4.a caractrístic da culturz co c,

cultura cuja axlrç" noralmrr.to é c'.e timanho ro'u?ico,

èeviCm a alta eiqrici.a Ac ri '&-nra na col!ita que:

no ro'io ultrzmasar a limpiníbilida da rr.ria farilia.

Àisr.n.in , nFo se justificaria ecnnnmicamcnte a aguisi -

ç - do um tratr, quz seria utilizarlo an's para o

ro à terrono.

Cita-a'- ainda quo 0:3 c1onos rort-amaricarvs, ou - se ins-

talaram em Juui, tentaram ' usi re araio som sucesso em

virtuie cos so1r;z no agrem rrofun"os ,c-nsecuontnentc do rov1v1dos fress'm uma invrso com o anrnfunêcrwnto

dos e1cmcntoi nutritiv's. '-ta--so gy oxistc, p= esse

iwtivo, uma cronqs que dura at -uijo cio quc o arado "cnvr_%- nen= a torra.

relativamante comum crue nos do±s rimeiros anos se culti

ve cu1turas do suhsistncia intrca1adas ao chazal. 1ais

tarda, dado lua o chã lir si W5 é bastante esotanto, cx-

clu-so qulqucr forma - associçio. Esta a.5sociaço no

recomcnada tecnic.-tmonte, pois a com'et!co de'i1ita o

chazal em sua fase de formaçto, nrincipalmante, 'riuo os

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197.

soles rai.o norr1m:te so ors 'ra!rnnto o

no gricu1tor n fz uho'o na n.L2tntin. tr'ren-

ijutifictvc1 cst rrtic.i, nnis shcirs c'uc na

orriL125 'a rcgi noria1m:nte sZi' cu1tivis cnc 15

a 30% ra totil. Entrot -mto, rgurcnt.sc CTUO ss

ciaçao irinu O SerViÇO cia farr'.t1ii, um vez qu vrios tra

tos c'llturai3 - ssam a ser comum s 2 cu1trs.

Norr1rnonte n1anti. & feito em covas feitas a erxario,fcr

m1n' um ç'uaro sem levar em consid'raçY um mnirnD .:lo cui

acio cm a consrvac cio ', solo. 'T) lantio em curvas ?e ni-

vol 6 rccomn:aç) no s 'ara evitar a erso como nara cvi

tar que o w±o coloco soja lava', ciiminuino seu cfoit.

O fto o ch ser uma cultura "crcnc ininui snsiv:lmontc

.2 crig' e =i eroso troa; tivç '1 cst um cs

motivOs nara a nio ao'ão ossa tEcnica at6 hoj. Outro

motivo r - ra qw a ororo no soja c , n5i -)rar1a srianiente r€ lrs agricultoros 1.,)cis 6 o fato co nai terras rocem rorru ha.ias vcrificar-se uma fca rwlixientar e no intcncina1 'ni rolaçEt() as gua suoorficiais •.cvi.o aos troncs qu oer

manecrn cisr1ersos 'e10 torrono, c1)ntribuincir' rara quehrar

ou amrt€cor nas v.3rtentcs a ve1ociic cias gtvs e.2 enxur-

ras Porm, nas cuiturs ncrenc cmo o cS, r tom- 'o, atc rsmo ote tiro rrotcco sanarece. Em certos casos, da'.as as c'.ec1ivi5aos .as vertentos, cuo iodom ser ronunciaas, o '1antio no s'nti3o ro ec1ivo cio morro 'cr-

mito cu as guas suorfic1ai removam com faci1iac rart cu1s ci'. solo.

Cem ro1çao a nor -ia re arubo, dvir' ao lavamento o sl

nla .quas 'as chuvas, os agricultores se fccm ontcr - TV'O O aciUO, O inV3 rk cCilC.-lO cri crrtura. Entrotari

to, esta 'rtica tom cu..10 alquns 'ro'1omas relativos Ir>

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rwir1.nt) c cmeima Cas raízes su-2riciais Ins Ou

tro rs=te a con5iç!crr 5erit que a nr'ra ia ofcito An a'u

ho soré rWicaras in'.!rotoflte,'i3 rr'uç

responicri na 'roporao rç, alubo co1cco no. trr'n.

O rr.to miG c'ntrc nos e zai3 ar'.tig, à rio

1,50 x 1,50 rcctrr, poHn boa rrrte dcs novos chazais

:.o fornac.cs cqn raçcfltr 1e f),ifl > 1,20 metrn. 7= cs

n - camontc, mais feco, numentn consiicraveimenteo nuroro

do r5spor E:ca c crn3C.quentoflcntO pro"ucio, a1.m k rcru

zir a núm1ro co canin a sorem feitas no terreno. .\ utili-

zaço r=ssc esçricnto, no ententc esta 1ntimarnnte rela -

ciona.a com o tiro io oia c ro'uç.o qu feita

aricu1tor.

No nlanti no é feitzaua14uer mjubaçõe ou correctO

lo, como é rocrona*). no entanto, .urant. 3 fsc f'.e prot

uti1izra arr'1amontc. Tjina nAsquisa 4e carn-

o

raalisãia e1a C\TI, om Vegistra mostrou cu O%

agricu1tcr:s adubam sous chazais quano eto proàuzinin.Pc ,

r6m, as quanti-ia:os e as frmu1as vari= muito e n'rrna1non-

te nao cto as recorncn3as. Este fati mostra que de

senso comum na regito - ro1'.co existente ontrc &1ubaco

ro - uç, '- c'rm nSn relaciznart a1uhnç3o com o onvolvimon

to C, plKnta. Em cOntatO coa os tcniCDs A CTfl o,

ro re insurnos ru crrs rorcehr a cxi5tcia 1e uma £ntirna

relaçao entro o nrco recebido pelo nroàuto e a

dc aubo colocada na n1antaç. Nos ario em quA o rreç' a-

go rola folha vcre é cons!.orado hom, a demanda por dub

maior Pnt= os ticu1t•ors o vice-varsa. Outro fator auo

estaria inf1uencin usr A orluho, é a nova tendencia

do s condur a cultura com narceir ao ins dc assala

ricê= fixos, e ou ïentuais. 1ioqnrn alcun, uo •° ro'ri.

trios çst3o rocs dc contrair cmpréstimns ou avalizar

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199.

ttul. rurais - 4rr autic^ vir2 insun, t.n-'c Arn vit.'

cuz. tm Aio r? tiv -trv'ntc e - -ivu rcir rr'nnr a ex 1ori 'ara trJh-ar cm outr, lur, AcixanIg ' Tvia

sob ana &

Out vct' ro1acir*o a r»:srYi f'tr scri. - v1

rcqr, coarcciro utilizt a 3u cnti4 ndo de idu43, necesmá

ria crenas p ~ro r - or uv mIní= 'e axigncis CA r Iant ? , C

suficint. 'ar quo cia v'lta c nrrv'uzir, rtin se nrs»cun

do ccn . csta-io geral 'a cultura a maio o lnc rao.

A utilizaco ie arlubs orgnicos tic pequen ou menor

') que a u-os qu ímic3s. = ias raz ê= seria a-chre -

za a criaro nimal bu xncc í nexistência c' muitas

Sraos & ragio, ccn-icinano 'r. coniauncia, a in.:xis -

tncia &t associaçao lavoura crn Criação. nÃo

nÈWc Drnicos M v rigem vegotal nas nr

-ra-i-s teicu1tera.

Pelo rvtar nolas rr,nit1cas con rvicinists a-

o uso o au.s cnclu1.no qur o uo 'o sl

na ú sgotanti, queio -recet'ri - . Tal cos

tura estarfi iiqa'lo a gr nnde nrcontagrt, airi.'a oxist'nte

dc torras incx1oradas tanto a nível Ao prn -rieiW =Pca

n1vc1 dc rcgOio. Corro regra gcr -tl, o r.qricultor ainiona o

chazai cun.'o os rn1iontos haixan, ~W ao csgotu-cntc

de solo, v= efotuar o 31antio cm outro lrc-d. M o sA rno -

rio, vorif1c-se, a intervalos ralativamonto lencToS, UYfl\

esn3cie de rotac' 'o s1o.

c 7lanti.), ceio jÇ virto ; so fit -is as ro'1as de for

mçã', crr o ojet1vo forç - r s br'taçes latoris, cO

tal f•ora uc a 1ant& ar'quira a frrna 'lo taça. E:ta prti

c n.orrnalmnt mal crnluz ia ro7ocan. o ios.nvolvirn

to oxc'ssivo b broto central, que torna-s lonh -'so, cm

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200.

trimento das ramificaç6es laterais. Tal procedimento se de-

ve basicamente a tradiço. Antigamente a poda de produção

mais utilizada era a chamada 'redonda". Esta, introduzida

pelos imigrantes japoneses, éutilizada em países cujos in-

verno & rigoroso para facilitar o escoamento da neve que

cai durante o período frio. Atualmente, de acordo com a

pesquisa já citada, feita emRegistro, aproximadamente 85 %

dos agricultores já utilizaram a poda em forma de mesa, re-

comendada tecnicamente. No entanto, os chazais mal conduzi-

dos durante a fase de formação tendem a adquirir a forma

arrendondada, pois o seu ponteiro central crece mais do que

proporcionalmente em relação aos laterais. Nesse caso,o cor

reto tecnicamente seria efetuar uma poda drástica, bem bai-

xa, para forças as brotaçôes laterias. Porém, como conse

quéncia, perder-se-ia a safra de um ano, o que, mesmo sendo

feito gradativarnente, seria de dificil adoação por parte

dos agricultores de baixa renda.

A primeira poda de pródução deve ser realizada 2 anos após

o plantio no campo, quando o pé se apresenta com uma altura

adequada e com ramos bem desenvolvidos. Entratanto, boa par

te dos agricultores, principalmente os pequenos produtores,

iniciam a poda antes do tempo para forçar a planta a produ-

zir antes. Evidentemente com o intuito de obter retornos

mais rápidos do capital investido na cultura. No entanto ,

esta prática faz com que a planta não tenha um desenvolvi -

mento satisfatório, afetando negativamente a duração total

da cultura, o volume das produç6es futuras e o rendimento

das próximas colheitas em termos de kg/homem/dia.

Os instrumentos utilizados para a poda de produção podem

ser a tesoura ou a foice. A tesoura, utilizada apenas pelos

teicultores mais avançados tecnicamente, permitem uma poda

mais apurada sem prejudicar os ramos da planta. O instrumen

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201.

to mais utilizado, a foice, não permite uma poda seletiva

dos galhos, alêrn de causar lesãos qe provocarão, mais

tarde, brotaçaes desuniformes. No entanto, a ampla utili-

zação da foice estaria relacionada com o maior rendimento

do serviço em termos de horas/homem por área.

Como já havíamos dito, existe uma relação entre o tipo

de poda utilizado e o espaçamento. Usando a poda do tipo

mesa e o espaçamento de 0,80x1,20 metros deverá ocorrer'

um fechamento entre plantas, de modo que as capinas

serão necessárias apenas nas linhas, e com menos regulari

dade do que em chazais formados com as técnicas tradicio

nais. Como exemplo, em um chazal plantado dentro das téc

nicas recomendadas são necessárias de 3 a 5 capirias duran

te o ano, enquanto em um com espaçamento 1,50 x 1,50, com

a poda redonda exige até 15 capinas anuais. Por isso, não

é raro encontrarmos chazais com alta incidência de ervas

daninhas competindo com as plantas o prejidicando sensi -

velmente a produção. Se o agricultor adotar a poda do ti-

po mesa, muito pouco alterará o número de capinas a serem

feitas anualmente, caso seja mantido o mesmo espaçamento.

as plantas, não é recomendado tecnicamente, pois dificil-

mente sw conseguiria manter a uniformidade do chazal em

termos das variedades usadas.

Afinal podemos deduzir que, devido ao interrelacionamento

existente entre as técnicas recomendadas, é praticamente'

imposs5vel a recuperação de um chazal mal formado. O -

ideal seria a formação de um novo chazal seguindo todas

as normas recomendadas.

Pela observação empírica dos técnicos, a única recomenda-

ção que apresenta resposta positiva isoladamente é a adu-

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202.

haço. 'o entao, rQienitamos puQ essa e5 uia evidncia

eírica constatar1.. n-los tcnico' c'a rEqio, noj nr 'xi ti nnuma ctentíficv ccrc1uda co4= a eficincia co uso co= insuro, cco cu-tl'uor outra rac rrn&ço cit-ta em torro5 conômico. 'r 1973 foi frita 'rr ncvgaisn c' cairo, em " - gistro, com o ob1rtio rfr levantar cs rrinci-

pi rolmas ca ticu1tura local- rorr Qcviio a vri=

inca rrcs no 1cvantanonto do - dados xo foi rossvc1 oh ter inforrnaõ3 conc1uiva a rsoeito da oficincia do USO dcsa t5cn.ica.

A co1h±ta do chá inici-o 2 masca ao6s e nodn do form ço, atingindo o - p'ico da produo aos ' anos. A colvita rca1izaa durante o wHilo dr agosto a raio : sendo inte - gralrAnte feita a r.o. M4 a uns 1° anos atrá a co1h?ita era feita do satenhro a ari.1, ficando a olanta cr rcoouso 5 mzeeo nor ano. Por.r1, Cedo o curto rcroo :wco d re- gieo, fvorocendo a cont5nua brotco, o oroo & c01oi ta foi cradativmcnt -) app1iado, .rn prjuio r'nra o dosen-vo1viyronto grt1 c3i planta. IToje, coro jé vinos, faia-s n

o1irinaco total cio ocríado de ronauso.

Tondo em vista a falta da r 1aa3o na !rotar'r rn rh.-

zais, dovido a hhriJcrn à contrnlr.da dü vari.d, a

fá%rica, bnuf1ciadoraa d - chá íntroduirarn unia classific

ço do folha vordo, cuc divido o c45 colhido cn P., 3, C o D. O tino A 6 o hroto t:oro, ainda no iadarent: r.nu- rocido, com o nrimoiro r,ar & folhas. A r.adida au o rotn estiver mais rnduro, com o talo lenhoso a cork nuís folhos, o tioo vai caindo onra ï, C, ou D.

'csmo sabendo ciuo os tinos melhor-is ohtrn ros rtai eleva dos, normalnent4 os egrícultorce no so nrqccunRP ,. aurn- tar a porccntagcm dos tinne melhores •in sua colheita.

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203.

As razoãs para tal procedimento são as seguintes:

Em primeirolugar,a classificação nas fabricas é muito sub -

jetiva, pois depende muito das boas relaç6es entre o fornece

dor e a fbrica e da oferta dè folha verde. Nos períodos de

menor oferta, agosto e maio principalmente, a tendência é de

classificarem mais tipo A e menos tipo B, para atrair os for

necedores. Nos períodos de grnade oferta de folha verde os

tipos caem para B e Cem segundo lugar, a diferença de pre-

ço pago pelos tipos A, B, e C é muito pequena. Provavelmente

não çompensa efetuar urna colheita mais seletiva, relativamen

te ao maior volume que se pode. obter na colheita dos tipos

piores no mesmo espaço de tempo.

Outro fator apontado como responsãvel pela maior incld&nci&

dos tipos B e C ria colheita é a relação existente entre

a área explorada e a disponibilidade de mão-de-obra na época

da colheita. Para se obter um broto melhor, torna-se necessã

rio que o pé seja colhido a cada 10 dias no mãximo. Logo

a disponibilidade de mão-de-obra durante a colheita deve

ser suficiente para repassar o chazal nesse período. Este -

problema tende a ser particularmente significativo quando se

trata de uma exploração familiar, que não tem condiç6es de

contratar trabalhadores adicionais durante a colheïta. No en

tanto, nos parece que pode estar influindo o mésmo problema-

apontado acima, da qualidade versus quantidade.

Pelo exposto, podemos concluir que a não .adoção das t&cni -

cas recomendadas, no caso dos pequenos proprietrios de bai-

xa renda, esta relacionada fundamentalmente a dois fato-

res: disponibilidade de mão-de-obra na família e rondiçes e

conômico-financeiras suficientes para renovação das culturas,

sendo que este último fator é agravado pela falta de acesso-

aos meios de financiamento institucionais adequados e pela

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204.

relativa crise por que vem atravessando a teicultura. Como

exemplo, citamos que um técnico da Pariquera-Açu nos aler-

tou de que tem sido grande o interesse, dessa categoria

de agricultõr, pela diversificação de cultura.

Nos casos dos parceiros de baixa rnda, além desses proble

mas, surgem outros agravantes. Geralmente os parceiros são

recrutados entre as famílias originárias da própria re-

gião, que são tradicionalmente itinerantes. Assim sendo es

tes não teriam o menor interesse em adotar técnicas que vi

sam a conservação do solo e a estabilidade da cultura a

longo prazo.

Os técnicos da região consideram que a utilização da parce

ria na condução da cultura tem sido o maior entrave a difu

são da tecnologia. Isto porque, os médios e grandes proprie

tários, que seriam potencialmente os adotantes de tecnolo-

gia, e consequentemente os centros de irradiação das novas

técnicas, praticamente deixaram a administração do chazal

nas mãos dos vários parceiros. Desse modo todo trabalho -

dos técnicos que visavam a renovação dos chazais com novas

variedades, implantados dentro das recomendaç6es técnicas

deixou de ter sentido.

Além dos problemas comentados,é citado como motivo para a

não adoção de tecnologia moderna,o longo período pelo qual

passou a região com um niimero insuficiente de técnicas, AS

sim sendo,a maior parte das exploraç6es existentes foram

plantadas sem orientação técnica nenhuma seguindo sempre

as técnicas, tradicionalmente utilizadas na região que de

uma forma ou de outra sempre garantiram uma relativa esta-

biliaade à família.Por isso, os novos técnicos da região

tem tido grande dificudade de penetração entre os agricui

tore's,que se julgam autosuficientes. Via de regra,os agri-

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205.

cultores no tem confiança no técnico recém chegado, que

segundo eles, dão bastante "pa1pit e depois voltam pa

ra o planalto sem se preocuparem com as consequências fu

turas. Este tipo de observação reflete a evasão de tcni

cos que ocorre até hoje na reglão,.devido as condições

adversas éxistentes em relação a outras oportunidades en

contradas em outras regiões do estado.

Na teicultura, o problema da confiàriça assume um papel

importante, mais como já ressaltamos a adoção de nova

tecnologia envolve certos investimentos adicionais em

uma atividade cujo futuro é relativamente incerto.

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5. t'EC.DO DO.CIi - VALE DO RIBEIRA

L ETRUTJRA DEMCADO

O mercado de folha verde se caracteriza nelo grande nncro

de fornecedores e o neueno nümero de compradores, um caso

típico de oligopsnio.

As cinco maiores fabricas so responsáveis pelo beneficia-

mento de aprOx.imadFunente 90% da folha verde produzida no

Vale.

Em termos agregados, das 26 toneladas beneficiadas pelas

cinco maiores fbricas, 55% so adquiridas dos fornecedo-

res, e o restante produzido pelos chazais das rrprias f-

bricas.

A maior delas, responsvcl por 34% do total de folha verde

beneficiada, n3o possui chazal pr6prio, sendo a respons5-

vel pela compra de 63% da produco dos fornecedores.

Pelos motivos expostos, todas as fabricas que adquirem fo-

lha verde de fornecedores acomnanhan o preço estabelecido

pela maior, que exerce praticamente uma aço ronops6nica

no mercado.

Encontramos apenas uma fbrica cujo preço oferecido era

maior do nue o das demais. Trata-se do uma fhrica que mi

ciou sua produço em 1972 e tinha necessidade de atrair

fornecedores. Alias, foi a única cue alterou o preco pago

durante a safra 73/74 0 porn apenas para o tipo B.

Outra ressalva que devemos fazer relativa a fabrica da

Cooperativa Agrícola de Cotia, que é responsvcl por 19%

do beneficiamente total. Ela s6 beneficia ch3 produzido pe

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207.

1:s seus coerz1r, rue nr mue vcz -o o~rigaiis =Am

tarirr.t a cntreiar tni& sq, 'roucr, vrativa, "

cuc vi c'c r.ira acentcc e . Por i'v frj cn.i r"a cirr

f_5 5ríco cit chazai -rS-- r5.o. F'yn, ' dintarrnt - fcit a» coor'c 1ci" c»r zs. n 'r»ro .' rwrc3'.-

gun& D r;ç" ia ¶'- r1c lí'r.

2. O EC.NIO OT r.'ir) Ç'r)

? rouc hra9i.2ira im chÁ se neficiado 'raticamntr vlt' Ctra o mrcar cxtrno qç'1 rr P'r2

xirn-irvnte l ')r'yiucv) inunei1.

Assin senCr , um "s fatros CUn mais influ.- n" rrco na-

gi nrout're3 31' fo1 - vcr'1 5 n reç - rcbi -

lo chá 9ensficiW nc nercad: intornac1n1, a1x •a taxa de c.nvtrsr ''o Colar e " cutto dn rr.iuco in 3ustri'1.

Tndc em vi s te a caractcr5tica olig n1ca 30 rcacr, ' folha verCe, a trniincia cia jncúqtrja 6 manter sua

ia ccmercializacúi, de modi cuc em vgriar 6es rsfa

v iráva i3 ens 3 fatrres c•mnin -'r'.s tWem a sor trrrtfcri as rara o 'rnrutor de foi!- a vr'i. 191m A nui 'a safra

72/73 nara a safra 73/7, o 11qir aurent' 'crrrio na

Cotac o chá 5= f iciain n.' rfltiu nc ro de fA lha

verc, nr'is wguni, os in'tistrias, Q iví óo a taxa do c'n

vorstr 'o Colar, o auientr havi1' no c'riu se'- ur o a-cnrrílr cm s'zu cust rlc rc'uçtr'.

3,, O ITE' DE C)MRCI7LI.rO

cônircia1iaço da fol -ia verc'e onrrc fiita Vretamen

te entro o nr'utor e o 1n'üstria do ,enfic1arnonto.

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208.

ir1nte

as fAbric 1ir certo nii,err, Cc rnocr

I'irs traicirnaq. ?r!' nrD existrm ruotnn ncm cntrtc

frxri ntr 'J rr-utr e a tn.'tri. Vq ontmt, es

brícis financiu,' •irtrnto su u Se rvi.r

de irterv..nicIti entr: ilvs n 'ancc,c finrciar:nt 'e

cui.io 'i.' :, v.zes, rnut.xy.c - frí1tr. flr- t2

in', cria-sa um vinculQ entr e zrts qui grntc às f

bric recebim:nto r r.,-'.utr nec rt 'rt r-u fun-

Cinfltt,. Zntrmtanto, =a irx»r. que o frnec r cuite

Cfl" urn fArica == a for'ecr rara outra. F.xistrn co

qu u'i forncc:or vcr.rc nra riais Ao umn f5rica.

1 co o -'arceir', rm-lnent c -rorietrio a

44rica nArz onC, dover. ir a - r"vu&o. t- f1c1 cri uma

c6ia contrato kn>rcpria e neg Vas - nar,mcnte fz

3artilha corrc ron'nte, autorvticamonl.

O trtns7orto ía nrruço 'c- responsa5iliiaio ia Fbrica.

Sous cnmínhéas percorrem Miaríaminte as nrnpriekadcs cos

rncors - cre recolher a rrorucv, sn'n que o nreço

'- ago e1a fo1ht vrc1e é livro do trnsrtc.

Chqan?o frica, a PriCucHo 5 reenCa e c1aifica.o.Com rplaV 9 , 3 c1assificç.o, já rcsa1tamrs em um Cem itens an triore os ti'os 'le -ro1ema rue surgem.

O garontGé feito serna1r'nrte em rinhero, qrr1 0 Aescnn

tao •- ii rclas o financiman'nto nao intitucirna1 feit')

ela Abrica durante a rntre- safra.

. LU)

1s características da ,roduçio rie chi n.o rorin1tcm aos rr2

autores, rrincipalmente agi ')CU.r-, tn=rem meCiêns

snti'c ' 1 e influirem na forma,5o do nrrçn.

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209.

O chtza1 cino vim= Covc scr co1hi rgu1r nti == ci

os wiliV)

low cr antr2quo A fábrica n' ,1j

risco Ce pr-rm aç necosq irins 'r

neficrrrt'. Ans cv ijrr'zs r'utrc cn'1ç5cs

!a adquirir qui-r'.:nto 'r r nfci r'i ruH

trri ..

O 'qu'.n' rv.utr, cr jú (1 55rr -, n3n trn ece= •

meios in5tituci'n3 le crkit'D, de =ii que sua vircu1» -

ç:) cc' a f.Sric. é auo mun obrigtri "ra rr - r a'iui

rir ig insurns nicassariQs ZA pr,dugin e n sustento &n f-

mí1i urnto a entre-safra.

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II .T!ClJ)GI\ :COCL2\Ct r'. wr

1. INVET2.I" D7V T#CIC . A!'

T2ta Ç)O tC e a graniaçao 'rtritario de A7Si2tênc cnica !inana". '?ar.cv u;?. trncrio re iriia daz nrticas co--

r-.endadas rio tr'ai.o cita1o.

'D cuitívar Ind 1..ro nara a exr10rac'o é o "'o, o ru1 F

am seau±Atri vantaiensr)1aro ao cu).t.va' n'

ca (1) iar acitFcO nO jfl rn OnFd. (6) mo-

lhor rrouti.vta. al ao tmmankc cacho, narte Ca frii

ta e rtao 3c nroutc (3) =lior noeg!biljla20 de

ecanaço.

ivrtua1 -vt.q?r 2o r^3var

nor resistncia ao vento s 'or ser n3.rte aÍ V=Mo-

Os so1oz 'ron3cios nara a .ntaln de cuitua

V2fl r nrqQun-ci,riCO3 em m Rtérii oránica. norReAveis e

cn u"ida.e exc2q,iva no rjro c.nt.metro trr-

no i'1 repe rritado nela- 'rzea cr!cina'es nor aluvio

fluvial, nc suoito5 a encnte ntitu nor lo

qiloso. no cornar:to ou 1.co-aqiioo e com W acina de S.

r hana-.e.ra A olarita tro±ca1 e, rur ao coracterl'r>

tícas CIO U!T cima tronica! terr)eratura nVia e1evaia, nrec!

ritr,cv) abun&Rnte Con Clevaca Ul c r; ,at.'Ja é30 ar, nouca

incièãnc&a de v9ntem f riose aurkncia de geaAas.

!ennre te a topcçraf!A permitir e r'io trator, deve

er :tua'.a a lirecze tta1 do t.ereno, coi er,d'

toca e.destrujeo de co!vara, CO cor o Casn, ou roca, a? c ¶ra'agor., 7c o iocii. n'tiv'r r'rravPvfl. o t.rr'

nó no norrtitir o rrco 'e rr'U', aUr'nca •3"1 r

a riais cor.12ta jossível, nvitando- no o Virwrktc 1ii

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211.

po, az-sc a 1ocaçío daz covas ocd'cendo Zás ).inhas dc nT'1.

A detcrminaço do espaçamento a ser anotado dncndc do oort

da variedade a sor explorada, rinueza do solo, to'Dograf ia

etc. O núrcro de p6r ror hcctare.. rao deve sc:r inferior a

2.500.

Deve ser 'rcivisto um carrcaor para novimcntaço das rnoui-

nas empregadas na dfosa sanitria do bananal. Nas Arcas re-

canizveis a abertura de sulcos node .uhstituir o covoamn-

to trdiciona1. S'nc'o adotado o covearrtcnto, cm terros cujo

declive ro permito o uso de trator, os pontos so orviam'n

te marcado, cm linhas de rTvc1, o as covas abertas de acor

do com a situaço local.

As quantidades corretas de adu!os a serem colocadas no solo

dependem do resultado da analiso da terra dc cada lote. En-

tretanto, a vivncia demonstra nue todos os bananais smro

trn que ser adubados. Urna adubaço racional ó reprcscntad

pela aplicaço da seguinte mistura, cm bananais com a oou1

ço de 2.500 rs oor hectnres 210g de nirognio(T), 210 g

de fosfato(T' 2 H 5 ) a 420g de potssio(K 2O), ou seja, cm ternos

da f5rmu1a 10.10.20. Esta ivantidade deve ser distribuida

em 3 parcolas iguais por ano, Dor hectare, e ser aplicada de

auatro em cxuatro meses. Tradicionalmente, a mistura descrita

distrihuda em urna fai.xa de comriionto do 20 cm de 1r-

gura cm maia lua, distante 40 cm do filho da ireço do ca-

minhamnto do baflan1.

Em bananicultura, a adubação é urna rDrrna do dois gurnes caso

no seja seguida rigorosamento cada i:ecomendaço, as COflO-

ouancias nodero ser danosas ao produtor.

Notese,porm que, a deipe1to da irntortr.cia da aduhço nos

bananais, toda recomandaco 6 feita em termos cia viv8nc.&a

dos oxtonsionistas na rcgio e do que tradicior.almcnte vi

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212.

sendo feito pelos agricultores.

Sempre que o p11 estiver, abaixo de 6,0, é interessante lançar

mão da colagem, seguindo-se a recomendaçãobaseada na anâli -

se de cada terreno. A colagem deve ser observada sob dois

ângulos, (1) como fator de correção do pH (2) como fator de

suprimento de c1cio a magnésio à planta. Neste caso, a apli

cação deve ser de calcário dolomítico.

Do rizoma podem ser obtidos vários tipos de mudas, que se

diferenciam entre si apenas no que se refere ao estgio de

desenvolvimento. Assim, temos os seguintes tipos de muda, pe

daço do rizoma, chifrinho, chifre e chifrão, sendo que os

três ültirnos so rebentos de uma gema do rizorna em diferen -

tes estágios de desenvolvimento, preferência deve recair

sobre o pedaço do rizoma', chifrinho, em ordem decrescente.An

tes do plantio, as mudas devem ser submetidas a um tratamen-

to sanitário, para eliminação de nematôides, larvas ou ovos'

de broca.

Dois fatores são levados em consideração para fixar a epoca

de plantio, condiçaes clirnticas e demanda de mercado. O ba-

nanal pode ser instalado desde o começo da estação chuvosa-

até seu final, dependendo da existência de umidade no solo

Em grande parte da região litorânea, pode ser realizada o -

ano inteiro. O replantio das mudas é operação que pode ser -

efetuada em qualquer época do ano.

Ao ser levada em consideração a demanda de mercado, nota -se

que as maiores ofertas de banana ocorrem de março a julho de

cada ano, ocasem que os preços caem. Estes atingem o rn

ximo de setembro a dezembro e, poi-'tanto, esse é o período me

lhor para a colocação dc produto no mercado. Ora, como o ci

cio de produção do bananal varia de 11 a 14 meses, deve - se

procurar efetuar o plantio em época que permite- a colheita no

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213.

Os resultados são, em geral, consistentes com as constata-

ç6es da seção II. Em So Paulo e no Centro Sul, apesar da e-

1evaço da densidade de rtquinas por trabalhador, a re1aço

área-homem foi respons5vel por uma parcela relativamente me-

nor do crescimento do produto por homem do que a região Nor -

deste do pais.

Por outro lado, o fato dc que no Nordeste no se constatam

variaç6es no produto por rea, inaica cjue o produto por ho-

mem somente poderá persistir crescendo enquanto os preços ro

lativos dos bens de capital persistir declinando. Nas demais

regi6es do pais alguma mecanização adicional induzida pelo

prEprio aumento do produto por unidade de área.

Note-se que a correlaço entro mecanizaço e aumento do pro-

duto por unidade de rea no proveniente do fato dessas

tecnologias se combinarem a coeficientes constantes, mas sim

do fato econômico de que uma altera os retornos da outra. E

se fato tarnbm consistente com as evidencias da tabela IV,

que mostra que o crescimento do produto por rea pode se rea

lizar independentemente da mecanização, e esta independente-

mente de tecnologias poupadoras do terra.

importante explorar um pouco as evidências recentes sobro

a escassez relativa de fatores do produção. Se se tomar um

estado como o dc So Paulo, os dados indicam claramente que

a mo-dc-obra esta se tornando gradativamento mais escassa,

com as taxas de sa1rio crescendo relativamente aos preços

dos produtos agrco1as, enquanto que os preços dos bens de

capital esto declinando ao longo do tempo (Ver Tabela VI)

(1) As taxas de salário so as levantadas polo Instituto de Eco nomia Agrícola da Secretaria da Agricultura. Os dados do preços do tratores referem-se ao trator le 75HP. Em ambos os casos o deflator utilizado foi o de preços recebidos pe-los agricultores, calculado com os dados do próprio IE1.

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palha no interior. Qund3 âx= e .:• - c c.. ..

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locam ovos naa gaj.:;as nos rizonias, ao nível do solc.

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215.

As larvas que clto.demdos ovos são as responsáveis pelo maio

res danos, pois penetram pelos tecidos, destruindo e abalan

do a sanidade da planta. Pelas galerias abertas penetram -

ainda fungos do solo, afetando o desenvolvimento da bananei

ra.

Para o controle da broca devem ser tomadas inúmeras medidas,

(1) desinfetar as mudas em solução de Aldrim 40%, (2) pulve-

rizar a cova com Aldrex, (3) polvilhar a cova com Aldrim -

3,5% e BHC 5% (4) polvilhar o bananal adulto, ao redor dos

pseudoscaules, com Aldrimou BHC a cada 30 dias, (5) usar -

iscas envenenadas, nos lugares escuros e úmidos.

Os trips são insetos sugadores que danificam os frutos, sa-

rapintado-os de preto. Geralmente se localizam nas flores e

no "coração".

Para o controle dos trips, devem ser eliminados o " coração "

e os restos florais do cacho, aplicando-se em seguida a pul

verização com Folidol a 0,1% ou Malathion a 0,5%.

A colheita da banana pode ser feita em vários estágios de -

desenvolvimento. A escola do "ponto" fica na dependência do

mercado consumidor para o consumo local, a banana pode ser

colhida "de vez" ou "gorda", isto é quando não mais se per-

cebem as quinas dos frutos. Quando a fruta vai ser explora-

da para mercados próximos, o cacho é colhido antes, ou seja,

quando está apenas inciando o desaparecimento das quinas -

dos frutos, ocasião em que se diz que a fruta está "magra".

Nas épocas quentes, os estágios devem ser mais "magros"

enquánto que, nas épocas frias podem ser mais "gordos".

A técnica da colheita recomendada sugere que seja efetuada

por dois homenqF e consiste no seguinte: com o "penado",a ba

naneira que sustenta o cacho a ser colhido é totalmente des

folhada. Um dos homes suporta o cacho, enquanto o outro o

corta, pela parte superior de engaça. 0 pseudo-caule desfolhado

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216.

deixado em pé e, com o correr dos dias, sucessivaxnente rebai-

xado, até a eliminação total.

Choques, pisadas, amontoas e insolação devem ser evitados a

quaguer custo, principalmente para as bananas nanica e nani-

cão. No casodo produto de exportação, taïs maus tratos são

inadmissível s.

O trabalho da CATI descreve ainda uma tecnica de controle da

produção, que pode ser considerada como em experimentação, uma

vez que os dados até agora publicados sobre esta técnica o fo-

ram em nota prévia.

O controlede produção tem como objetivo: eliminação da 'picos

de produção, em períodos de má comercialização o regulariza-

ção de produção, quando a meta for uma colheita mais uniforme.

Para tanto as seguintes técnicas são indicadas.

1. £poca de plantio. Como já vimos anteriormente, na formação

de um novo bananal, é possível controlar a produção visan-

doa uma melhor comercialização. Esta técnica só é possí -

vel para a primeira colheita.

2, Poda: Consiste na eliminação de um crescimento (filho), a

fim de provocar um novo crescimento (neto) que permitiria

retardar a colheita para uma época mais favorável.

3. Desbaste, Consiste, como já vimos, na eliminação de irmãos

que se desenvolvem na mesma bananeira, deixando-se apenas

um fillD.Este, tradicionalinente, é a maior, porém quando

se desejaocontrole da produção, pode-se deixar um rebento -

cujo desenvolvimento esteja mais atrasado o que esteja -

situado na melhor curva de desenvolvimento, isto é, naque-

la de produção provvel no fim do ano.

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217.

Finalmente, a publicação da CATI refere-se as possibilidades -

de mecanização dos serviços que devem ser executados na con-

dução de um bananal. Assim, a mecanização pode ser utilizada

no preparo do terreno ( derrubada e destoca, aração e gradea-

ção), na esparramação de calcreo, na abertura de sulcos de

plantio, no transporte e distribuição de mudas, cobertura das

mudas, capinas mecãnicas, aplicação de adubos, aplicados de

defensivos (contra e Sigatoka ea broca), nas colheitas, co

mo meio de transporte.

Lembramos ainda que o uso do trator como meio de transporte

no bananal muitas vezes se torna indispensável, devido às

precrias condições das estradas vicinais existentes na re-

gião.

Dentre todas as recomendações feitas, os autores do trabalho

consideram com obletivos específica, a serem atingidos em

um primeira fase, as seguintes

1. Renovação das culturas.

1.1 Substituição de cultivar

1.2 Execução das técnicas agronôitiias de exploração

1.3.Aprimaramento de administração da émpresa.

1. Adubação

21 M-P.K

2.2 Ca.Mg,

3. Defesa Sanitria

3.1 Mal de Sagatoka

3.2 Broca

4. Colheita

4.1 T&cnicas de colheita

4.2 Técnicas de controle da produção

4.3 Embalagem

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218.

Cita-se ainda na região, como tcnica em experimentação,aque

la que vem sendo desenvolvida por um técnico de Instituto A-

gronômico de Campina, qu consiste na renovação do bananal

experimental, altamente compensadora. De acordo com a tcni-

ca em questão, os procedimentos até aqui descritos são reco-

mendados, sendo que a cada dois anop faz a reforma de bana -

nal, com o objetivo de restaurar o vigor próprio da juventu-

de das plantas.

Para que não ocorra um intervalo sem produção, recomenda-se

que as novas mudas sejam plantadas entre as linhas de bana

nal antigo. As mudas podem ser retiradas do próprio bananal

que será eliminado, propiciando assim uma seleção, com a es

colha das mudas mais robustas o precoces.

Com esse processo, utilizando-se uma adubação adquada, espe

ra-se obter três produç6es no per)odo de dois anos. O ciclo

do bananal seria o apresentado no quadro abaixo.

0NDJFMANJJAS0NDJFMAM3JAS0

PLANTA "MÃE" MMMMNNMMNIMMMNMMNM!MMMMM

(19 Ciclo)

PLANTA " FILHO" MMMr4MNMNI?4MMMNMMMMMMMYIMMMMMM

(29 Ciclo)

PLANTA NETO" MMMMMMNMMNMMMMM1S4MMMNMMM1MMMMMNM

(39 Ciclo)

O mes de plantio, pode ser qualquer um, pois no Vale de Ribel

ra, as condiç6es climáticas assim o permitem, No exemplo foi

usado o mês de outubro, para que as produç6es coincidissem -

com as épocas de melhores preços de mercado.

Uma vez colhidas os cachos da planta "neto", e completado o

plantio das novas mudas, os pseudo-caules e demais rebentes

devem ser destruidos e incorporados ao terreno.

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219.

Durante o novo perrodo de trés ciclos repetem-se as operaç6es

de cultivo e adubação, seguindo-se o mesmo calend.rio.

Como vantagens da técnica de renovação períodica citam-se: (1)

introdução de novas variedades, especialmente a nanicão (2)

afundamento períodico de rizoma, evitando o tombamento da

planta. (3) interrupção do ciclo biológico da broca e canse -

quente diminuição de sua população e efeitos nocivos e planta

(4) redução da população de nematóides: (5) programação de co

lheitas para as épocas que os preços estão melhores (6) se-

leção, pelo próprio produtor, de plantas que apresentem me -

lhor rendimento ou fator genético para precocidade (7) produ-

ção elevada por planta, bem acima das médias atuais, a custo

de trés colheitas em 24 meses.

Mais recentemente as pesquisas do técnico do Instituto Agro -

nômico de Campinas estão se dirigindo para um novo método,

que visa a aumentar a densidade de bananal, atingindo 6.000

pés por hectare. Se no primeiro ano o preço do produto for

favorável, o bananal deveser renovado caso contrario, deve -

se apenas reduzir a densidade de bananal para 3.000 pés apro-

ximadamente, explorá-lo mais um ano e a partir. daí sim renovã

lo.

O processo descrito deve ser acompanhado de urna adubação in-

tensiva e adequada em termos de parcelamento. E, para que a

renovação períodica seja viável, torna-se necessário um inves

timento considerável em maquinários, pois todas as operações,

da destruição do bananal até a colheita, devem ser inecaniza -

das Recomenda-se, ao utilizar este método, que se faça um

certo rodízio de áreas cultivadas.

Como contrapartida para o custo mais elevado deste sistema de

exploração, admite-se que a produtividade do bananal tende a

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220.

ser quatro vezes superior à produtividade média de um bananal

bem conduzido as técnicas "tradicionais. Além disso, a

renovação períodica permite colocar o produto no mercado sem-

pre nas épocas mais favoráveis em termos de preço.

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2 21 .

2. 7'1yY'jO T)t' Tt." 1' ITJTO'

"esta •to far -e-ã, coro para ri mai cu1tura aflalisa

'• lima corrersrSontr2o ite ie cultivo nredoriinan-

te entre o acricultore, le baixa rer.da, e o sitera nro -

postO nelo verviço de extensão. Procuranlo, cempre r7uS

noTv1, 1'vantr hir6tese sobre a r.ão-acioco da tecnolo-

r?ia recomrn'1a1a.

Iricia1nnte, c1 eve -se referir ao fato de rue os autores do

traia10 uti1iado para descrever as técnicas recon1ada

recon4ecom -ue o objetivo viswo era atinrir a'ue1es aqri-

cult'r i conridoraloo er,T- reiar1o; rurai1.

'ara icntificar = t&rcaF utilizada9 nelon a7ricu1tore

torou-e core base un trabalho M Intitutc de Tconomia A-

rrcola (I\), Estuios rconôicos da Pandnicultura Pau1i--

ta realizado em 1965. Y un 1eantauento efetuado nela

Coorr1naôoria de Assistncia Tcnica Inteqral (t1\TI/173 ),

nos nrincinai municíniov nrolutorei do hnaïa da Sub..re-

gio Agricola de Recimtro , através de entrevistas realiza-

das com os técnicos extenionistas da rcio e em visitas

a alquns aaricultores.

A varíedado nais cultivada no 'a1e do 1iboira coiltinua 'en

do a Naníca. Secundo alguns tcnicos, 30 a 70% da- área

olantada cosi Áanana na 'b-reqiãa fleaitro são cultiva-

das cox-n esa variedade.

A tEitrilo 9, connarvião, cita-;e rue o estu'.o do IE\, de

19G5 acu'av- -er sido encontrado anenas alounas plantações

em crter nirent.a1, da variedade Nanico, Pai jã alor

tava nara a intçvão Ce a1,uns aoricu1tores Pr sutituir

onuv,bananais.

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222.

Entre os agricultores de baixa renda a proporção de área cul

• tivada com nanica é inalar, atingindo cérca de 80%. Em termos

de propriedades, observa-se que 50 a 60% dos agricultores de

baixa renda exploram apenas a variedade nanica, 1% a 20% ape

nas a variedade naniço e 20 a 30% exploram as duas varieda-

des. Podemos observar em algumas propriedades UnS substitui-

ço de cultivar, porém irregular, pois o nanico é plantado'

no meio da nanica.

Vista a situação atual de introdução do novo cultivar, ana-

lisar-se-a algumas das razões elevadas para ijutificar esse

cornportamento dos agricultores.

Um dos aspectos a considerar é a dificuldade natural de in-

troduço de novas variedades em exploração de culturas pere-

nes. Neste caso, os agricultores relutam em abandonar ou -

substituir uma plantação que lhes traz algum rendimento para

assumir um investimento inicial elevado a fim de implantar -

uma nova cultura. No caso específico da cultura de banana es

te efeito é atenuado, urna vez que o retorno ao investimento-

realizado intcise 11 a 14 meses após o plantio, o que não'

ocorre com a maioria das culturas perenes.

A situação atual do mercado da banana é outro aspecto irnporta

te na explicação da relativa lentidão com que se processa a

substituição de cultivar.

Com a retração das exportaç6es brasileiras para o mercado -

plantio-cerca de 50% nos últimos oito anos, os agricultores -

passaram a contar principalmente som o mercado interno. Como

consequéncia. provo-se um desequilíbrio neste mercado, ocasi-

onando uma tendéncia de queda nos preços reais recebidas pe-

los agricultores.

Essa situação de mercado d ,origem a outros fatores que inicl

am a decisão do agricultor de substituir seu bananal. A ba

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223.

nana nanica tem boa aceitação no mercado interno, o que não

ocorre em relação ao mercado externo. No mercado doméstico -

predomina a venda por cacho, de modo que o peso do cacho ,

que é maior no cultivar nanicão, não assuma função tão rele-

vante.

Do ponto de vista do agricultor de baixa renda, os fatores -

relacionados ao mercado ão mais relevantes, urna vez que -

praticamente toda sua produção se destina ou ja estava pre-

viamerite destinada ao mercado interno. Outro condicionante -

do comportamento desta categoria do agricultor, com relação-

à implantação de novos bananais, é a notéria falta de aces -

50 às fontes institucionais de crédito.

Com relação aos terrenos utilizados para a instalação dos

bananais, o trabalho do IFA devine os quatro tipos básico'

da seguinte forma:

1. Várzeas extensas e abertas: - compreendem os bananais -

plantados em terreno plano, geralmente iimido, de drena-

gemfácil, sujeito às cheias dos cursos d'agua adjacentes

Neste tipo de cultura enfrenta o sério problema das en-

cbrtes que, prolongadas, podem provocar a renda total -

da colheita ou ao menor, uma nítida diminuição de volume -

produzido, este tipo de cultura foi dado o nome -* de

cultura de várzea".

2. Os morros de pouca altitude, junto às estradas transitá -

veis: - compreendem os bananais plantados em terrenos de-

clivosos, de pequena altitude. São terrenos não sujeitos -

às enchentes, geralmente abertos ser derrubada, mas su-

jeitos à erosão. Trata-se da chamada "cultura de morro

3. O terceiro tipo defere do anterior por estar localizado -

em encostas mais elevadas, em geral de difícil acesso. A-

lém de sujeito à erosão pela declividade do solo, está su-

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224.

jeito a uma maior variação de temperatura. Foi chamado de

" cultura de Serra .

4. Finalmente o quarto tipo localiza-se nos terrenos de pe

quenos vargelos mal drenados, em fundos de vales estenden

do-se nas encostas adjacentes a êstes. Foi denorninado"cul

tura de morro- várzea".

Em outra seção do mesmo trabalho consta uma analise estatís

tica da influência da localização do bananal nos terrenos

descritos, assossiado ao nível tecnológico de exploração, na

produtividade obtida. Considerou-se bananal conduzido com -

técnica aquele no qual eram utilizados a adubação e a pu1ve-

rização conjuntamente. Obteve-se, entre outras, a conc1usão

de que o nível tecnológico influi na produção dos bananais

de várzea e de morro, não influindo nos bananais de serra.

Para comprovar o acerto da conclusão acima, cita-se que atual

mente os bananais instalados nas serras de reduziram sensi -

velmente, permanecendo predominantemente nas várzeas e em mu

nicípios, nos morros cuja topografia não é muito desfavorá -

vel.

Os agricultores de baixa renda geralmente se localizam nos

três últimos tipos de terreno descritos, com maior concentra

ção nos tipos 3 e 4. Como vimos, são aqueles terrenos nos -

quais o uso de tecnologia não influi significativamente na - produtividade do bananal. Provavelmente, o uso da técnica nessas condiç6es, perde grande parte de sua eficiência devi do às dificuldades de aplicação das pulverizaç6es e a erosão

que reduz consideravelmente o efeito de adubação.

Outro fator associado é a localização em relação aos meios

de comunicação. Os tipos 3 e 4 de solos descritos, estão

geralmente afastados das estradas transitáveis durante o ano

todo, o que difidliaoescoamento da produção. Via de regra

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225.

o preço recebido, pelos produtores instalados nesses lugares

são bem inferiores às médias de preso do mercado na época

Isto ocorre, devido às piores condiç6es da fruta, face às

dificuldades de escoamento e às menores possibilidades de

colocação da fruta no mercado.

Assim sendo, podemos considerar que o baixo nível de adoação

pelos agricultores de baixa renda, das técnicas recomendadas,

deve estar correlacionado com a localizaço do bananal, em

relação ao tipo de terreno onde esta implantado e à proximi-

dade de vias principais de locomoção.

Segundo os técnicos da região, os agricultores de baixa ren-

da que se localizam nos tipos de terrenos 1 e 2 geralmente -

adotam alguma técnica, devido às melhores condiç5es do ter -

reno e pela proximidade aos grandes e médios bananais tecni

ficados. Essa proximidade favorece o acesso às inforrnaçaes -

técnicas mais recentes, o uso de certos implementos que po-

dem ser alugados ou emprestados de algum agricultor vizinho'

e a facilidade de colocação do seu produto.

Com relação ao preparo do solo para o plantio devemos consi

derar que atualmente não tem se registrado um aumento signi-

ficativo da àrea plantada. Apenas os agricultores considera-

dos empresàrios rurais t&m implantado novos bananais ou- re-

formado seu bananal antigo. Estes procuram instalar seus ba

nanais em terrenos mecanizàveis e, de modo geral, execuLam

essa pratica de modo sugerido pelos extencionistas.

O trabalho do Instituto de Economia Agrícola descreve o sis

tema mais utilizado no plantio dos bananais naquela época, o

qual foi utilizado pelos agricultores de "baixa renda" na

formação dos bananais que exploram até hoje.

O sistema mais encontrado foi o seguinte: fazia-se roçada ,

em seguida plantava-se a muda em cova aberta a enxadão, no

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226.

espaçamento, eleito pelo bananicultor. Depois de feito o plan

tio de muda é que a mata ou capoeira era derrubada. A queima

da erarea1izada com a muda já brotada e com as primeiras -

folhas já nascida, sendo estas, em seguida, substituídas por

outras.:

Este sistema de abertura de espaço para a agricultura foi e

ainda é utilizada na região, oprocesso é justificado pela

dificuldade de se utilizar máquinas nos terrenos recem des-

lavra.dos, aliado ao desconhecimento de certos irnplernentos de

tração animal e, principalmente, devido à grande disponibili

dade de terras existentes.

O problema relativo à adoção da mecanização no preparo de

solo será abordado no final dessa seção, bem como o problema

das demais operações pass3iveis de serem mcanizadas.

O espaçamento que deve ser utilizado, como foi visto na se

ção anterior, depende de vários fatores. Todavia, segundo a

recomendação técnica, a densidade de bananal não deve ser in

ferior a 2.500 pés por hectare.

De acordo com o levantamento da CATI, a densidade média da

região é de 1.300 a 1.400 pés por hectare.

A densidade adotada exerce infliência sobre as vârias prti-

cas, sendo as mais relevantes, o número de capinas necess -

rias para manter o bananal limpo e a quantidade de trabalho

necessário para executar os tratamentos fitc-sanitários.

Do ponto de vista do agricultor de baixa renda essas fatores

não assumem grande relevancia. As áreas cultivadas são rela-

tivamente pequenas e as operações acima são realizadas com a

força de trabalho disponível na família. O tratamento fitos-

sanitário é realizado com pulverizador costal, sendo que o

rendimento obtido é suficiente para cumprir o calendário das

pulverizaçes.

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229.

que é produzida nos mais importantes paises exportadores. A

partir da colheita é que ela começa a perder as caracterís-

ticas necessárias para atingir os principais mercados consu

rnidores, em condições competitivas.

A colheitã da banana é toda manual e exige trabalho qualifi

cado, tanto na escolha do "tipo" - exportaço e mercado in-

torno - como na operaço propriamente dita.

Do ponto de vista do agricultor de baixa renda, a maior di-

ficuldade está na esdolha da "tipo", operação que exige in-

formações sobre as preferencias do consumidor, principalmen

te quando o produto se destina para o mercado externo. Por

essa razão, diz-se que a banana produzida pelos pequenos

agricultores se destina para o mercado interno. A colheita

propriamente dita é executada por um; só trabalhador e, ge-

ralmente é o próprio agricultor e/ou membros da família, de

modo que a fruta sempre sofre alguma batida, depreciando-se..

Os agricultores alegam que seu produto se destina ao merca-

do interno e a diferença de preços entre seu produto e um

de melhor qualidade no compensa o trabalho adicional.Acres

centa-se que a produção desses agricultores geralmente atin

ge o mercado via intermediário, sendo os diferenciais de

preço atenuados; e passa por um longo processo de carga e

descarga, devido às difíceis condições de acesso às suas

propriedades; levando a fruta. a se depreciar. /

A técnica de controle de produção, proposta pela publicação

da CATI, à bastante complexa, exigindo não só um conhecimen

to profundo das condições do bananal, como também de uma sé

rie de conhecimentos técnicos relativos à adubação, precipl

tação, temperatura e curva de desenvolvimento da planta. As

sim considera-se que o agricultor de baixa renda não terá -

condições técnicas para adotar essa prática. Essa técnica

não é adotada ainda, na maior parte dos bananais da região.

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230.

A adoção da mecanização das prãticas necessãrias a condução

do bananal estã relacionada com as condiç6es de topografia'

do terreno, tamanho de exploração e condiç5es econômicas do

agricultor.

A primeira limitação do agricultor de baixa renda para ado-

tar a mecanização são as condiç6es para adquirir urna rnqui-

na de valor elevada sem apoio financeiro de crédito. Conhe-

cemos as dificuldades desses agricultores na obtenção de fi

nanciamento nos meios institucionais. Cabe aqui lembrar que,

na região do Vale do Ribeira a mecanização à tração animal-

nunca reve a menor expressão, sendo o seu uso motivõ de a-

tração entre os agricultores. A região passou de uso do fo-

go e da roçada diretamente para o uso do trator.

Nas "culturas de morro", a maior parte das operações não

são mecanizãveis, devido a topografia acidentada. Neste mo

do, o uso de máquinas seria apenas para transporte interno

na propriedade.

Outra limitação seria a questão de escola. Uma propriedade

com menos de 20,000 pés, segundo os técnicos, não comporta

um trator, visto que ele ficaria muito ecioso. No entanto,

várias propriedades menores de que o tamanho ótimo econômi

co para uso de um trator necessitam desse implemento •para

poderem escoar sua produção nas épocas chuvosas, quando as

estradas da região se tornam intransitáveis para outro tipo

de ve5culo.

O combate ao mal de Sigatoka necessariamente deve ser meca-

nizada. As máquinas para esse fim são várias, corno os atonia

tizadores costais, de padiola, aqueles dotados de motor pró

prio ou os que usam a tomada de força e trator. r, utilisa-do também a pulverização aérea, que se justifica econômica-

mente apenas em bananais com mais de 30 hectares, desde que

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23]..

a pista de pouso se localiza a menos de lo km da 5rea a ser

pulverizada.

Entre os agricultores de baixa renda predominam os pulveri-

zadores costais, por se tratar de irnplemento mais barato,po

réin sua eficiência é inferior a dos demais iinplementos reco

inendados.

A técnica de renovação periódica dos bananais é vista com

reservas, até mesmo por alguns técnicos extensicnistas da

região. Consideram-se muita sofisticada para o nível técni-

co da maioria dos agricultores, de custo elevado e muito o-

timista na stlmativa de obtenção de três colheitas em dois

anos, nas condições do Vale de Ribeira.

Essa técnica exige não só conhecimentos mais avançados rela

tivos ao central da produção, como um investimento volume -

so em méquinas e implementos. Pelas dificuldades já aponta-

das, que os agricultores de baixa renda encontram na condu-

ção de um bananal, consideramos que a técnica de renovações

não tem condições de ser adotada.

Resumindo o que foi dito, pode-se estabelecer que existem

2 categorias bésicas de agricultores de baixa renda que ex

pioram a bananicultura. A primeira, seria constituída daque

les que não adotam nenhuiia técnica, Observou-se na região e

nas entrevistas com os técnicos, que aqueles se concentram

nas regiões de serras dos municípios do Vale, especialmente

de Jacupiranga e Piracatu e com menor expressão nas recisões

de Eldorado e de Pedro de Toledo. Geralmente, a bananicultu

ra é uma atividade complementar de obtenção de renda monet

ria, uma vez que combina com outras fontes de renda tais co

mo aposentadoria, ajuda dos filhos, e trabalho assalariado

fora da propriedade. Essa categoria, via de regra,comerciali

sa sua produção apenas nos períodos em que o mercado de ba-

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232.

nana apresenta alguma anemalia e os preços sobem acima do

normal.Para essa categoria de agricultor os principais zuo-

tivos para a não adoção da tecnologia recomendada são:

1. As 1mculturas de serra " não respondem ao uso de técno-

logia, relativamente ãs culturas instaladas nas vãt-zeas e

nos morros. Este deve ser um dos motivos da existência des

sa categoria, que não tendo uso altenativo para os solos

de suas propriedades, mantem seus bananais plantados na

época aurea da bananicultura, porém sem utilizar técnica

alguma. Consideram esta atividade apenas como uma forma a

mais de obter alguma renda monetária durante os periodos 1

do bons preços ocasionais.

2. Estes agricultores, via de regra, se localizam em re-

gioês distantes dos centros urbanos. Desse modo, estariam

fora do alcaneç das informações técnicas e das informaçaes'

de mercado necessárias para poderem conduzir suas explora -

çes de modo empresarial.

3. A utilização das técnicas modernas exigem investimen-

tos na formação dos novos bananais, na aquisição dos insu-

mos modernos e das máquinas e implementos necessários a

uma exploração racional. Via de regra, essa categoria de

agricultores não tem condiçaes financeiras para suportar

tais investimentos. Como agravante, é notória a falta de

acesso desse agricultor aos meios institucionais de Crédi -

to, seja pela falta de titulo legal de posse das terras se

ja pelo receio ao excesso de burocracia que normalmente o-

corre na obtenção de empréstimos.

4. Como consequência desses dois últimos 5tens, estes

agricultores estão mais sujeitos a realizar operações des

vantajosas, quando colocam seus produtos no mercado frente-

aos bem informados intermedirioG.

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233.

a segunda categoria de agricultores de baixa renda concen-

tra-se nos terrenos mais favorveis para a bananicultura

geralmente pr6ximas aos grandes e rn&lios bananais tecnif 1-

cados. Estas, via de regra, tm a bananicultura como ativi

dade empresarial. A proximidade dos bananais tecnificados

facilita o contacto com as técnicas modernas e a obtenção

de implementos alugados ou emprestados, necessários ao cul

tivo. Sua produção é totalmente voltada para o rnercado,noi

malmente completando a carga nos caminh3es dos produtores'

vizinhos. Em alguns casos chegam até a colocar sua produ-

ço total ou parcialmente no mercado externo. Para esses

agricultores o maior problema é a pequena área de explora-

ço. O único modo de aumentar seus rendimentos:seriaa ado

çãO das técnicas mais avançadas, que como vimos, exigém grandes investimentos e conhecimentos técnicos de alto ní

vel.

Para essa categoria, os motivos de no adoção das praticas

recomendadas so basicamente três:

1. falta de acesso aos meios institucionais de crédito

rural, devido aos problemas ja conhecidos, como falta de

titulo local de posse, insuficiência de garantias reais a

oferecer e outros.

2. dificuldades na comercialização, uma vez que sua pro

duço geralmente no é suficiente, em cada colheita, para

completar a carga de um caminhão, ficando sempre na depen-

dncia da disponibilidade dos vizinhos ou na contingência

de vender sua produção a algum intermedirio.

3. dificincia nas informaç5es técnicas d±sponveis

principalmente relativas ao uso de adubação e aplicação -

das pulverzaçes de combate ao mal de Sigatoka.

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234.

III - TECNOLOGIA DAS CULTURAS. DE SUBSISTÊNCIA

Nesta seção aborda-se o problema da tecnologia adotada pelos

agricultores de baixa renda de modo diferente dos produtos

destinados especificarnente para o mercado. Tendo em vista a

precariedade das informaç6es secundrias sobre o sistema de

cultivo predominante entre esses agricultores e sobre as re-

comendaç6es técnicas atuais paraasituaço concreta dp Vale

do Ribeira, optou-se pela entrevista direta com os agriculto

res.

Assim sendo, foi definida uma sub-amostra intensional compos

ta de 17 agricultores, distribuídos pelos 4 municípios que

estão sendo pesquisados. No entanto, no só os agricultorest

selecionados foram entrevistados, como também outros com

características semelhantes aos da amostra, mesmo em cutros

municípios

As entrevistas foram realizadas informalmente, sem um ques

tionrio elaborado previamente, buscando identificar o siste

zna de cultivo predominante, os instrumentos de trabalho, a

descrição das tcnicas utilizadas e sempre que possível os

motivos que os levam a adotar essas e no outras praticas.

1. AS CULTURAS EXISTENTES

As lavouras de subsisténcia mais cultivadas na região do

Vale do Ribeira so: arroz, mandioca, feijão e milho.

O arroz é encontrado tanto em solos de várzeas corno nas

encostas dos morros, sendo os primeiros os mais procura -

dos, quando no sujeitos a enchentes frequentes. As de-

mais culturas encontram-se apenas em terrenos de encosta.

O arroz, quando plantado nas encostas, pode ser consorcia

do com, milho.

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s._. 115 ,

.rro: e rmdioca sio C'i r1nt!o ma±s ycncrnliz edo, Cn .

rucinto re c' fijão M o ni10 aarece' = nog frr»-uerte

e roo ccra1 rorar o reu'

Cu'1FtflO ce I5I ' 1.) z1=uv ire rra o arroz e a nandío -

Ca e V=03 cinza r'ra o fejo a o r!1c.

Ersem rro - .utog s.vo 1tivo, rrirte. cor o o-

tivo 'r.rcjr1 de cuto-concuw, estrnãa serp= Toci.

CO9 c 3utr?3 forc es de' oterco do r:r,

tis corc itiv - s CxtrCtives 7 aro se n tadoriz, ud

cos filhos, trtL1hc essal crirdo e exn iora^ .e cultu

ras corcrcjs. - oderdo ocorrr ur co :•i 'cio

rIcs ~res orria. 1!o entnto riuito ccrun e ccr

Cipli z? wN •:".e ur: ic - t' 'o ''r c1:u- - , tzn

c'o = v1t- ru' cseE ngricultareg não dísrãco ir j.

tal -.ç - o parm o arnnzenamento eo produto, Encontry se

c-.os em c'-u' to& rroduç Ec 2 c'nrci.1.

Z(1t o as ruentidades .Eria5 « - r3 o conur.o vo

5'crfto r"j y- o lonro !r" nc.

orr 1ur 'a-'

çricuitarca que CU1tVr' cSc - '"tos cor ohj:tivo

trincir1 dc concrci71iz.r 20. NOSSC, c.- oz, a 5= ex

1or - pode tnir ate. 2 al quairc s .

2. A' Ci

O 1tC;t rs oncontr-do - r tr't 90 oir.o n

cesnirio nrt o cultivo C o de •rru 10 m-tc r.co

uiiri-. m!or r,rrti (T) tor

Utilí==C 5. j.s vz r -u - rlu

m contntcrntc o 1cc1 & cultivo, voltno Cven —

tualm~nto &o msn.o !ur rci. r'u- c. m = se roconti lI.I. •

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KZSFOS casos nA 'i ftitc r rrcrcro dc wlo, coro z- -'. rcneadur^ é rcnlízada firctnrontc

crc ar c j~Za c ' :trg o rTz v c•t ço !n s tzw ito

::•.coirp 'u 1. -'o .:rAo=ua cc crv.i ainda o uro 'c c''uco ur' b--tSo lon-c u

ti11z80 ppre o covcrnto.

- r - t•; so r.' (- c'r±c - i:ocutorcc- , otii ro orc. cc rro.;.rcr

'v- cu1tivarc; co c;.:itu icj ,oti":rrt rndirntr3 t- nor'- Co uç os ru - ncrn~jnan àc CEM oh-

to c 6xnlicv, um v' ru.. c1cnd o ri 1cto c

cor ijr'5 c1io fctu'o 'or 3csos ag ri «cultor2 r.

h uti1jr ' 'uirur ciç rxuo. ~nio rvu; ur. rotvor C rotço trr'- o rx1c c!xcnto r;.tur'i1 f:ti1- t-i' oio,

? & trrcno, o o1 - nt 4 o, r.1!: co r' r'o'-. '7 iúr.:c &:

r'ucno, roi '-u':o cultiva c::, tLrrno rccér-dcrrub~do o curgircnte c: cr=x Vnni nh=ru to rcruo.

' co1hJt 5 r•anu?-ti pc= tc'doç on --cuto, renjo rucr

ora o t'rro- u tilime o 'frro' cr. ticur..s c'.sos o utL1i:do cu"nc o cccr'. - to

no

10 •::rri, t-' r1c1to:.' ro 2p6r. tr.5. o arnczencncnto , eno ruc rrodutc riic o v r coc' o =to=dr r• rrrjo ,

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237.

O arroz c e t.tjo mãe,uu^rdzúos nz r:i3arc1'. ; rl-

ror± n s:i., e W=vm ii rrir't.

voi dc co :ri o \ rrniíncz, r»

• t!rCt iC.O dc !=inh2 cv in

t.1ç5 ru .:.ntrc constri'.1 p:io rri.o ri-

cu1t.r. 2 bznoCiciarcnto '33 arroz 6 f"ítn no

sendo çuc rIgun ra Rs -u1r. nc centros

O i,tcnn c.: ut!1izzo di 'O1O, C'U: ridO -- e cr.r de

to:siVo r c.ractorZYe p31a rotço d3 tcrrs, ou

sj o - oic óc^e ': cu1tivcc.o ur ou dois >nos 3 -

ncoivdo rir um corto - crco, c'w vr!c dc acordo

cota r. •!i1i: cc ter=e cultiv&voir e o ninro

da r== nz f=1=.

Dc:ntre os a7ricultorcs entrovit os, noCe-setcr

aque Icv rue dicm de una Frez &3 cxp1oraçc, por tr

,

bl'.dor, grride e cua rccehcn rposcnt

Gar i z , u ru'i.. d02 fi1hc £c =do cU3 nc nccessitc'.r

dç. u cxoc :tc rr.

co=ciniizaÇP0 o pocrn cultivtr

umn Ãrcahttc r== rrre u:rJw r= flGCOSSi-

'3o. 'rtcq f.- çri una perucnErctçin d• terra cujo

prIc.r3e (2 ccarr.o chc •. 3t±nçir at8 7 mos. houve

de -u n• oe 2.oscansc chcgzv

z 20

incr n'- trr ru. r - cr - rrte &OS zqriculto--

ro uc :'Lrr' cuit's c:rci.i cnr' o c

hcrtl.t : cor nrRticvs intcnrivE, utili=P e

c í r tena .iecrito ncirà ppre 2g cultu= dc ubist3n-

cL'. 1rr cu'::. cvno SístemA ;jS rccp .r1sdertI p

rtir10 ç - '3v. nir t3'1h e s^re =is t.rc

pnrr r ac&icndo .s cu1tr" corrcii.

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239.

f r r,u agc.21tor nccvositv eur:>tar run nrodu-

nume n to n c : '. iraz c7c cu1vo cfctiv, r' d :xri r'r'r t1'r ; ro'u, 2or cYrtfl-

sn C2 cu1tur rrr.:.nz.rt: COC.rC11 ou rc'r uz' nuto de núrro ci = f=-Wr. Vaste C€SC, o CIC C=cansc CCY! tc]r': Cdc F sr r'ii.t.io. Cc p • rL-

dtic crc -.cro• - . n icrtilidadc nt'1 do acic n Cc r rcci e o vjzrccircnt. dc cr'i c ninh nr.- -cr r-ior. 'xqi:c ur. in de crin- *

C'-r o termo, o ru.ntici . tr''1 por êrca vi u- rcnt:.n3.o . rocutj'pjck ic- tcrras vi cincc

¶Tfl'O !• n.tVci uit 'z'ixo. cno '1quç grícu1to

rc ; a" c a tin5ir csc iir'i.t t=r-se n.cssrio edo-tr prftic r,2== tais cr

/cu pr^= do silo, pnra rc ccniuir a rroduç nc - cciséria r tra o usnto dct fE.r]1i.

Urt vr!o cio tcrn ccritc é nprásentada ver al-

guns,rercciros cuc se danlocnn r,-rp cutras nroriddes

OMída r-uc = tcrris c=1crad= -c esgitam.

'ci obscrv- ruo ne, cultur= cstuzdc ' s a ' t€cnics iEl1r uti1izc io dr:n dc pu - rs re-v'lvircnt.-' 3C ¶r'11 crr e=Ve c. v, ccs rzr : a dO

co ci: um pc'ro &c solo com ipercntos de triçio. ani m,n. 1.

Cc: - co runcj -t de uw n&is intrivn do.1o, ci.cr UrO dZ euci"ada 5 ndonc9ç' ; = VC

se trrna í=ficícnte n c1J.r:irrtco Ve vr;.trcio rasti r. O fogo 2 cvc.tu21rrit '.t1].izdo na Cunin

rct"3 vcr:t.r t r3v5. : 1.r

Hci SO rumcntn « nü'oro dc C'?j-

n.s rter 1ir»- . tcrrco cultivado'

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239.

a obzerv &ncia dc ccrt.3 narrnm Ce consorvaço di Fo-

lc : rua•rcr. dgencczsnz2krins nc' siztcr'r cntzricr. rra

a doçr dc un pr arc do colo cu(10 tnrna-r â-

cessArín efc;tuar a Urtow do t.rrcn.

Cabc b rv -.ç½ 'iu' na rrizr partu d. r'?gi (1"

Valo do hciro r.o se cerva a utiliz - c5o & aninais

dc tração cr Irrçg escala. MÃs. a cri.ço ativ1'

dc di: 'uca í.pirtência em toda a rrio. As ros

mais comum.r.tx- apentadeu narct tal fato são a inxist.n

cia dc cami- os naturais c a urosonçr. dc zor-s dc marigucs

o do fruns alaad6 CP pnucs ani=ais do traç en-

centrados cran clircntcdos, reic r.:s sulcntarr,-

to, coxa nilho. xdicca o c'uo .iorarta trabalho adi

cioiwl. rt ais Arcas, a t000qraf ia no perrito o

%.O d2 !I)lC.nLntO5 dc traçuD ania1.

Outro apcto awcciado k ucna utiliza^ da traç.

TkICti e, Que as ori jvj 5 culturas comerc=s que ro-

deriarn ju-tificar a formarFo de pastos artificii; so

Torcr1es c ns prEticas ncccsnárínq vvra sua condução

nio dtrndrn' irpleriontos desse tipc. Tv caso dos •olo-

rcu!t'r, as áreas de oxplore&io sio tr pequnas

mAíF r-cional alugar = scrvico3 do terceiros do

cmuo mantor o aniral duranto todo o

ObservDu-sa cuc os arricultorcc aue odctan essas Pr.t1

c - s r - .s intarivas dc utilizaoo do srlo, so acuoles

au e1r'rarn csas culturas cc'n cbjctivo principal de

concrcia1izao.

Unta forna rarticular dc cultivo intcnive & praticada

por algun.s agricu1tors que plentim arroz no tarreno

antcr1'- rmn.ntc plcntndo wn rradutos eleircula apr-

vitan&- ' p-crra do reV e a dubaç rc'idual

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240.

C -'ho r'ui a r a1va cc quo c, nívcl de irfcrrç? tc

nica d -vjricu1tccs entreviFtad:.s tde r ci•cr-

d' Ci!i3 c nívc'l dr tcn±c - :-rd. t)c t'do ;

ral, rne - c acjricu1tc'ru cru'. uti1iz?ar. t.cnicr.

coicoridas rj riritivi tinia: infrrn::c

peito dc c)utron>istcrs d'.. us da terra. p4se•1r

un apc1 prepndcrantc na difusio sc crcient•.'s

os gr'.nt dc cutr-s riE5 ccir.mmn

te os de crigL.ri niç•n!ca.

P. - rt f1nli'r duvc-se c'nsicrar cuo a1gun d35 gri

cultcrec trvi:tados tvr atin'ind acude ot -

gio em crua ' usc do trcnic.s intonsivas dc ex - 1. rcr

dc •'1c sc fi±ar noco - rt, tndc r vtt c

vnto d - 'o1. P -r, ieqm no r vivc1 u'a

1h 1 f1tw fcrcaY'. Enton1ase cine lhes falt

tralhadr adicionais r fam!1i, UIEl VOZ UO c'ran-

c'c parta d• jevons csto s:in o da ariculttr orra

sc errcgar em ativiacks nas c nr ed -tcr cndi-

ç&s r'rz adr-uir!r uLnas ncccsri rara Drati-

car una tgr4-cu1tura intansiva.

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241.

CP.DXTO E t.r-:UCULTUPA DE USIL'TZCIl: ALGU!! INSTFtJENTOS DE

R.C. !ay1or Paulo F. Cidae d2 Àraújo

Evaristo A. =ves

Instituto de Economia Agricol, -

1. INTRoDuço

Tanto socio169íca cono aconomícamente,2 indiscutÍvel a noces

ziade Co pesquisar sobre o crdito na agricultura W subsis

tncia, onde predorninam amplzntc os pequenos agricultores utilizando uma tecnolcqia incipiente e 5 margem do processo econ5niico.

Nosso contExto (e de modo geral tah&t) nodom ser inúmeros

os problemas relacionados com o criito aricol 1 specialmn te cuando se lcvantam as seguintes ucstacs: qual o impacto

do crédito sobre o uso dos rccurscs produtivos e a taxa de

adoçc de tecnologia? Quais os arranjos institucionais que

po1em contribuir para tornar o crdito mais flinmicou como instrumento :1e poiltica agrícola? 'uas os custos e benfí -

elos sociais caos programs c'o criito subsídiado ( relativa -

mente à outros programas alternativos)? ?t que ponto o crê-dito institucional corrente estarlfi atingindo o pocuono agrl

cultor ou, contrarlancnte, marginalizando-o mais e mais dos

mercados?

arcnternente, a atual política de cr&aito agrícola tem pro-

duzio resultados positivos sobre a produço, a renda e aH

mesmo sobro o nível da tecnologia na agricultura brasileira.

X5to, naturalmente, en termos agregados o com base em evid&n cias indiretas.

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M .

Todavia, s&rias CKHas corçarr a ser apont's,t'rincipalmcn te quanto aos zspoctos .o custo social : alocaço O t1CiCfl-

cia no uso dos recursos a fortalccinnto cconrnico de pequc-

nOS £ !&ioS pro'utorOs - sin.l - este último UITt ios ob jetivos específicos da Lei 429 que institucionalizou o Crê-dito rural no Brasil.

O principal objetivo deste trabalho é apresentar o discutir

suinariamcnte a1guns instrumentos do an1ise aue podem ser

utilizados nas pesquisas Hobre cr&iito cm agricultura Je sub

sistncia, assunto quç vem despertando interesse crcsccnte

na literatura çõcn8mica. Esse tic do agricultura atinge par

cela importante da pcnu1aço brasileira; 15% a 20% dc total.

. NTLCEDENTES DO CDITO ACRICOM E1 PtODO FECENTE

Eni muitos aspectos, a experiõncía braailira de crédito agr

cola reprcsent, a partir da 2a. metade Ca década de 60, um esforçc deliberado no sentido do, atrav5s Co sistema de cap-taç5o da poupança, prover recursos cop1emcntaros ao custeio

da produção, incremento da cnpacidadc produtiva via investi-

mentos de capital físico o difuso do insurnos molornos, espe

cialmonto fertilizantes.

Nos ültimcs dz anos, o crédito institucional cresceu rapi-

damento e comprimiu o volume dc financiamentos do tipo no-

institucional. Uma indicação disso é a rEpida evoluço do n mero do enprstimos hancrios edo agancias no moio rural (os tas, quase iuc dobrando).

Mm dissc, e mais i!rpertante, o valor real rios financiarnon

tos qudrup1icou entre 160 e 1970 passando no final desse

período a rcprcentr ccrca de 40 porcento do valor rio produ

to agrícola contra os 13 porconto do iníciõ simultancamento

a ro1-aço cr&iito agrícola - cr&iito total passou de 0,11 p

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243.

ra 0,25 (eycr et. a1ri)

. nossa políUca credltícla foi imwlex ntada custas dc

um v1goroo aumento da oferto o de cstrnulos, nin uonos vi-

gorosD, para uma dcmana 'quase cue oerfoitamonte c1st1ca'

a juros reais negativos au' variaram entre zero e 18 Dorcc2n-

to comparativrnnto a ta:as Ce ir.í1açc superiores a 20% W.

1970. Do lado da oferta, a Zesolução n? 69 do Banco Central

do Brasil, do setembro dc 1.967, detormlnou a todos cs bancos

consijnar no minino 10% dos seus dep5sitos para cinpr6stimos

aos pro.3utores e cooperativas rurais. Pelo no cumprimento

dessa quota os bancos foram obrigados a depositar a cliferen-

ça no FUNA-I (Fundo Geral para a.Agricultura e Indústria)

recebcndo juros dc aflonas 6% ao ano. E iriais rocantomente, a

cso1uçao n9 260, cIo julho dc 1973, o1vu para 15% dos cicpó

sitos a parcela mínima dc crdito para o setor agrícola, na

tentativa de obter mais um deslocamento positivo da oforta

que, na ocasio, foi julgado coerente com a politica de pr

ços minimos.

Outro r.spacto que sempre tcm morcciclo a atenção das autorida

ds monctrias é a forte preferncia que ao instituiçes dc

crEdito aprcson€am rc1as operaças dc curto prazo o grande

porte, prncipalmorite porqw elas do ralor rotatividade ao

capital. !rt.t as froguentes intorvonçcs do Banco Central no

Sistema Wacionol de Crdito Rural por de1iberaço do Conse-

lho noneHrio Pacional (a Rcno1uço 97/68 é um bom exemplo).

Tais intcrvonç6cs se fizeram acompanhar ainda do troinarnento

de um grande número dc bancrios: tEcnicos e administrati-

vos.

Programas es'uciais do cr&itc, tom sido tambi5m froquentos.En

tre o1s estio a importaçac facilitada dc fcrti1izants (ïID

- 35 mi1hcs dc d6larcs), o FUNFEnTIL 1 para estimular O

L) Fundo parãIncontivo Financeiro ao Uso de Fertilizantes Suplementos Minerais.

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244.

uo ce Adubos e chegando a financiar, em 1961, 'uaso 50% rio

fertilizantes uti1itco ra xgricultura 'u1ista o dc di-

10 os !nuo moderno cn Tfla .5u -

conta cio .'1I e'i 'n5stituick, aoWFftTIL.e 05 procraris

maio r'cntos . 1oltados rara c,rtos 1uto coro ocria

AZ

1 •' cot,1 r5p t?,caf e o nr!o trito.

Para o poquno agricu1tr, tci-se rnc1!or conhcci!nonto da r-lo menos dois prcgrams importantes: o dc cr&lito suporvisio-

nado in!ci&o pela AC1Í do 'inas Gerais em 1943 e transpian-

tado pira outros Est&os ni dcada dos 50; e o de repasso

feito por cooperntiva, com oricntaço especial do Banco

do Erai1, Banco do Nordeste e Banco Nacional dc Cr5lito Coa

pertivo 3 .

Mais rocantamenta o BID transferiu vultosos recursos para o

CONDEPE, via Banco Central, a fim Se financiar investimcntos

de peuenos e m&iios produtores, isso somando aproximadainen-

te 133 ni1hoes de ciciares a partir de 1971. O prazo ma:irno

dôs emprstimos é do oito anos, os juros anuais para o produ

tor 7% e 5% por conta do FUflDG.

Sobre os programas voltados especificamente para o pequeno

agricultor h& pouca informaço disponve1 para que se possa

IJFt2oEspecial ebesenvo1vimonto.Agrcc.1a (Rrs. 143 do B\CEN, 1970)

(2) Detalhes sobre os progrnmna estaciais so encontrados no re conte iANUAL DE CPDITO flUTAL", ad. mimeografada, u in - cluiricio BID--205, BI[-256, BIRD-515, BI!D-68, Rcviaoraanto dos Cafezais, irormaço do Pastagens, Protorra e Pecuria de Leite.

(3) Na rogio nordcstina o Banco Intcrarnericano de Desenvolvi-mento chegou a liberar 2,7 milh5Ls dc ci6lares ao BNF para repasse a pequenos agricultores (no final dos anos 60).

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246.

rnotivaço no ano 1972. Isto fti possível atravs dc conv&rdo

entre a Secretaria cia Agriculturz ÇCATI), Secretaria da Fe-

zunda, Bi\DESP e BNCSt. Com recursos da ordem dc 30 n!lhEcs de cruzairos, o programa cobre todos os municípios do Vala.

Pois beri, cm cu. 'Desern as condiç3os bastante favorvcis dc

juro, praze c orientaço técnica ao produtor, a posição do

programa em 19/12/73 mostrava uma ap1icaço de 7 milh3es e

800 mil cruzeiros (26% de disponibilidade total) e mais 4 mi

lh6os e 672 mil cruzeiros em fasc de an1iso o contrataço

(1,3% &o total). iossaltc-se ainda auc entro os 81 projetos

contratados e aprovados prodominam os dc investimento en ba-

nano, chá o fruticultura; o valor mn&Uo dos financiamentos

dc 99 mil cruzeiros, com um numero reduzi:3o de pequenos em-

prctimos 1

Por outro lado, cvidncia reconto sobro crédito em agricul-

tura de subsist&ncia foi obtida no primeiro levantamento de

campo da ptscuisa "Alternativas de Desenvolvimento dos Gru-

pos de Baixa Renda na A§ricultura Brasileira". Ainda que pre

liminarmente, há indicaço de que o cr&J.ito esta atingindo

apenas um pequeno noro desses agricultores no Vale do Ri-

beira. Dos 57 proprictrios da amostra (com menos de 30 hoc-

taros) apenas 10 (17,5%) apresentavam emprstimos vigentes

cm julho do 1973. Em mdia, esses usurios cO cr0ito pos-

suiam aproximadamento um cmprstirto o meio, controlando dois

mil e novecentos cruzciros cada uru. Talvez por Seu caráter intensivo e rrovave1mnte se distanciando cio grupo de baixa

renda, os horticultorcs predominavam entre os usurios.

Ainda no grupo de proprietrios, 34 (59 0 6%) nunca solicita-ram cr&dito institucional e 9 (15,7%) tiveram propostas in-deferidas.

(1) Z.té 50 sa1rios mimcs ou seja, 15 mil e 600 cruzeiros cm 1973.

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247.

Entrc os 31 ArrendatSríos An aiostra, apenas trC (10%) ti-

nham c'uatro emprsti.i'os vigentes e 23 (74,2%) nunca pediram

crdito institucional. W. media on arrendatrics com acesso

ao crdito controlavam tras mil e quinhentos cruzeiros, dois deles explorando a o1ricuitura.

3 DE1AND?i E OFET2. DL CI)ITO NA 2GFUCtJLTUFZ

Na seço anterior procurou-se fornecer informaço bí1ca so-

bre os arranjos institucionais do emprstios existentes no

rail, e algumas das rustriç6cs governamentais sob as quais

as instituiç5esde cr&Utc formal eu institucional estão opo

rano. O objetivo agora é sugerir os provvois impactos dos

ses arranjos sobre o corortamento das instituições financei

ras, possíveis efeitos sobre a a1ocaço do recursos e sobre

o setor do cr&lito informal ou no-instituciona1. Esta anã-lisc baseia-se fundarnnta1mente no recente trabalho do San-

dors sobre mecanização e emprego na agricultura brasileira (Sandors 1973).

Considere-se um modelo charles do dois setores, ur indus

trial e outro agrco1a. A demanda de cr6riito cm cada setor

representada pela curva do oficincía marginal do capital

(ver a parto A cia figura 1) e na ausência de interferência

governamcr&tal a taxa de equilibrio do retorno aos investido

res será r nos dolo setores.

Na parte E da figura 1 o governo decide que o custo do crdi

to no setor agricola (A) 5 muito elevado e o diminue para

r1 ; ao mesmo tempo estipula aue os financiadores podem conti

nuar emprestando a ouanti.ade Or para a agricultura. Neste

caso, no há nccossariarncnte perda do efici&ncia no programa

governamental, desde que os muturios e o tamanho dos ernpr&s

timos nas situações À e B sejam iclõnticos. Na verdade, ha ime

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248.

ramonte un'a transforncia de dinheiro (r 0 r1 BD) de fizv'ncia

dores pera tornadoros de einrstimo.

Na situação C da mesmn figura, o cxcoiso de demanda por cr-

dito rosuitano da dirrinuiço arbitrria dos custos de crêdi

to para r1 6 e1irinado polo crescimento da oferta do cr6dito

para o setor agrTcola pela auantia ZM. Ncsto caso há uria me quvoca perda dc eficiênciâ para a sccidade, na medida .m

que os recursos so transferidos do setor industrial e aio-

cados em investimentos de menor retorno no setor agrco1a.

Na realidade a situaço 6 bem mais complicada do que a ilus

trada graflcamente. qu' a política crce.itícia tem forçado

a ap1icaçc de urna grande porcentagem dc emprêstirios agríco

las a taxas negativas de juros. Sabendo-se aue os agentes

institucionais voluntariamente no fazem emprêstimos a juros negativos, a 1esoluco n9 69 foi promulgada requerendo 10%

da maioria dos dopôsitos para financiamento na agricultura Em condices do mercado livre eventualmente poder-se-ia ter

o equilíbrio na d1stribuiço do cr6dito para o setor aríco-

la em níveis inferiores eu at6 mesmo superiores aos 10% esta

belocidos pelo governo. Assim, 6 provvo1 que nos dois casos

haverá urna perda de cfici6ncie. Obviamente, o mesmo raciocí-

nio ê vflido quando o governo decide subsidiar o setor indus

trial, o que taibm tom acontecido no Brasil. Urna complica-

caço adicona1 pcxer5 existir se o setor industrial tiver

maIor acosso a outras foutos de financiamento, que no as do

sistema bancirio. Ademais, um sistema oficial de racionamen-

to deveria ser instituido já cue um excesso de demanda para

crdto é esperado a taxas negativas. Os custos de menuten-

çEo operação descs sistema resultarão em perda adicional

de eflcincia, rl&n disso, pode-se esperar que os bancos C.

outras instituições financeiras procurem minirnizr suas pe

das operacionais com os ernpr6stimos agrícolas, financiando

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249,

poucos (tanto cuanto tossivel) rara redu:ir seus custoa ad-

ministrativos. Nesse caso, deveriam ter clientes preferen -

cais, isto é, grandes proprietãríoz ou investidcres er ati-

vidades agronecurias que pudessem ser persuadidos inclusive

a niailter saldos )ancrios comensatõrios com o hanco um sal

do bancirio mínimo seria deixado em detósito, aumentando o

retorno do emprrstador. Então, poder-se-ia prever a necessi-

dade de urna 1cislaço adicional que forçasse as institui-

çõos de crédito a financiar os nequenos aqricultores. Alias,

isto de fato Õcorreu subsecjuenteinente à implantação da polí-

tica geral de crciito agrfcola.

Como resultado final dessas considera95es, empréstimos serão

aplicados cm investimentos de baixo retorno e até marginais.

Além disso uma itáquina administrativa do alto custo terá

gue ser montada para assegurar que os Dequenos agricultores

no sejam desnecessariamente comprimidos pelas instituiçées

de cr&dito. Outra exoectati.va é aue a demanda por emprésti-

mos de fontes informais diminua e que esses emprestadores de

vergo procurar investimentos alternativos para seus recur -

sos. ta medida em que elos careçam de experiência cm emprés-

timos não-agrícolas, poderá ocorrer r.ais uma perda de ef 1 -

ciência no processo 13 .

Infcre-se desta analise que a taxas negativas de juro a de-

manda tanto de grandes como de peaucnos ivestidores será

perfeitamente elstica. Ss Outras palavras, eles absorvero

qualquer que seja o crédito disponível (\raújo 197..). Há ev

dncins porém de que cm algumas arcas menos desenvolvidas os

agricultores no estariam absorvendo o total de crédito dis

ponível. Esta situação requer estudos mais detalhados de no-

do a determinar se essas recursos no osto sendo tomados

(1) Uma interessaritcdisao teórica sobre crédito institucio nal versus no-inst1tuciorxal quando as taxas de juro so ne gativas pode ser encontrada em Singh 1973.

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taxa

de juror

o

taxa

de juro

r - - --

250.

A. Som inter incia do Govorno

Cr&lito no Setor 1 A

Cr&iito no Setor A

B. Governo Estabeluce Taxa de Juro tara o setor A e fixa

a Quantidade Minirna dc Credito igual aquela de Ecuili

brio na situço A.

taxa

juro

o

taxa dc

juro D

• --------

\ r1 B N

1 •

o A M Crédito no Sctor 1 Cr&lito no Setor A

C. Governo Estabelece Taxa de Juro para o Setor A e Forno

cc Cr&ito suficiente para Ecuilibrar o Mcrcado dosc

Setor é Taxa fixada.

taxa der -

juro

ror -

taxa de

juro

o - -

1 ]•

Crédito no Setor 1 0 A ti Credito no Setor A

XGUPJ 1. ?odc10 Dualista Ezttico da Dcinana de Credito-

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251.

pornue vs informações Co deficientes ou no hS usos lucrati vos mesmo a taxas ncgativas, ou ainda se os fazendeiros no

asuxnem riscos. Tais regiões seriam apropriadas para estudos

especiaid porque sugerem que instrumentos alternativos de po

litica dvoro ser aí desenvolvidos para elevar sua capacia

de produtiva.

4. ZLCUN ANI.LISE

A FunçÕ de ?roduçio

!otadameto nos últImos anos crtsceu a aplicação de modelos

matomt1cos na anFtlise dos fenômenos oconômicos. A aolicaço

desses modelos nada mais é do que uma tentativa de traduzir

urna realid:do concreta e seu uso se faz presentc principal-

monto cm estudos cue envolvem problerias rclotivos utiliza-

ço dos fatores dc produção na agricultura. Desde que.a pro-

duço õ obtido a partir da combinaço dc fatores produtivos,

lógico ó que se procure estabelecer uma rolaço matemática

entre a produção e os fatores a ela relacionados.

Diversos problemas se aprescntan quando se estima uma função

de produçEo como instrumento de anlise para conhecer e ava-

liar a alocaço cio recursos, ja que as condições impostas pe la teoria da produço muitas vezes chocam-se com aquelas

cxistcntcs no mundo real. No obstante, inürncras funções de

produç.o agrícola tem sido ajustadas em vrios niveis do

agregaçEo.

Modelo muito utilizado cm estudos de alocaçEo de recursos na

agricultura e o dc Cobb-Douglas e mais ultimamente o do

Ulvcling-Fletcher aue nada mais ó do que uma nova forma de

funçõo que permite a variaçEo das elasticidades parciais de

produçEo, bem como dos rendimentos a escala.

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252.

Recenternente,csforços tam sido descnvolvidos para criar no-

vas formas de funço de produço que focalizam quase que ex-

clusivamente a elasticidcde dz substituição entre fatores.Pa

ra Ulvoling e Fletcher essas novas formas de funço so im-

portantos j cue Ho perdidas informações valiosas quando se

assumc elasticiddQ dc produço constante. Por exemplo,. .."a

terra cm urna dada rcgio pode ser organizada em varias pcqu

nas fazendas utilizndo-sc mtodos do produção intensivos em

trabalho, ou a mosrt regizio podo reunir poucas unidades dc

ex?loraçno em grande escala usando t5cnicas capital-intensi-

vas. Frquentemcnte, vrios tamanhos e técnicas dc produção

co-existem na mesma regi5o. Onde há varias t&nicas do pro-

duço, é possível que as elasticidades parciais de produço

o os retornos À escala difiram significativarnento entro as

diferentes t6cnicai. E se tais diferenças existem,valiosa i

forrnaço estaria perdida estimando-se somente um único rola-

cionarnonto zndio insurno-produto" (Ulvcling e Fletcher 1970).

Em um sentido mais amplo, no é desevel estimar somente um

único relacionamento de produço para qualquer reg±o que se

caracterize por um número varivel de técnicas de produção -

Também, a produtividade dos fatores o os tamanhos alternati-

vos de fazenda no podam ser avaliados quando se dispõe de

uma elasticidade constante.

Econometricamente, essas fUnÇ6GS podem ser expressas da se-

guinte maneira:

k b1

y. A r X 1 . 4 (funço Cobb-Douglas) • 1=1

onde:.

yj varivel dependente ( j=l, ..., n

A constante

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253.

coeficiente dc rgresso (i = 1, ..., k)

X jj= varivcis independentes (i1,..., k;j=, 1,... ,n)

O. = erro (j = 1, •., n)

Prssupondo-sc que b. fl (Z) onde as variavcis Z hj afe-

tam s clacticidados dc produço o conscauentcinontc as produ

tividadcs dos fatores, as vari5vcis Z hj devem ser contínuas,

oborvveis o aue influenciam urna ou mais das elasticidades

parciais de produço. Satisfcitas estas condiç6os a funço

representada por

jç B1 (Zh.) yj = A ir x oj (função U1vclin-Fletchcr)

tsim sendo, a função Ulveling-Flotcher permitc.. avaliar o im

pacto d diversas varivcis - entre elas o crédito - sobre

as elasticidades dc produção.

A inc1uso da varivel credito no modelo urna hipótese que

pode ser facilmente testada cm função do nível d significSn

cia dos coeficientes apropriados. Ressalte-se ainda que es-

se procedimento no liniltado a uma variável já que se pode

testar na mesma função diversas varivcis cm conjunto ou iso

ladarnente.

A cada nível da varivel cródito, haveria urna única série de

elasticidades parciais, um dado retorno à cscala e urna única

superfície de nroduç5o. Se o cr&dito uma variável conti -

nua, hó um número infinito de conjuntos do elasticidades par

dais e de superfícies do produç3o. Retornos à escala podem

ser diferentes para algumas superfícies e a elasticidade da

produç3o pode variar sictmaticanientc com o valor da varia-

vel crédito. Tudo •isso dpcnder, porém, da sinificancia da

varivel credito no modelo.

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254.

J5 existem entre ns alguns trabalhos que uti].izaram a fun-

ço Cohb-Dougla, onde a varivcl crdto en suas diferentes

forras foi considorada Cuanto à uti1izaço da funço Uive-

ling-Fletchcr, sô se tcri notcia dc um trabalhc.

Atravs da função de Cobb-Douglas, Araújo investigou aspec-

tos importantes sobre a uti1izaço dos fatores produtivos e

do crd1to nos ;rtunicpios de Itapetininga e Guarci,Estado dc

5o Paulo (Aab. 1969) Uma das hipóteses testadas foi a

seguinte:

b1 b2 b5

y=aX1 X2 X5 U

onde:

y = receita agrícola total

terra total explorada

trabalho da família

= credito para custeio e investimento

U erro

A varive1 X 5 correspondo ao montante mdio dos cmprótimos

contraidos para custeio e investimento no ano-base e no ano

anterior. Tal procedimento partiu da prcssuposiço de que a

receita do ano cm estudo õ parcialmonto influenciada pelos

emprEstirnos do ano anterior. Outra oressuposiço feita ó que

o crédito recebido foi totalmente aplicado cm fins produti-

vos.

A anElie concluiu ciue a cxoanso dos financiaientos poderia

desempenhar um papel dinrnico e decisivo na clevaço do ní-

vel de renda e da capacidade produtiva dos agricultores.

Utilizando a mesma técnica e trabalhando com pequenas e mé-

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255.

dias propriedades canavieires na reg10 de Piracicaba,Estado

de So Paulo, sarros tentou verificar as possíveis diferen-

ças de desempenho econômico entre os empros rios que usam

crôdito o os ue no usam (Barris 1973). Suas variaveis so

y = renda bruta da propriedade

= terra explorada

= mão-de-obra familiar

X3 = capital em maquinaria

capital em maquinaria e animais

X5 = despesa de custeio

X6 = crôdito de custeio

X7 = crEdito total

Como resultado econômico da utilização de crEdito, o autor

chegou a sugerir que os créditos de custeio e total apresen-

tavam valores de produtividade marginal bem superiores a un

dada.

Silva procurou conhecer os efeitos cio crEdito na alocaço e

produtividade dos recursos produtivos em propriedades agríco

las d3s riunic1ios paulistas de Jtrdin6polis e Guaira, dando

nfasc tambôm a evo1uço e distribuiço dos cmprôstimos e a

influEncia do crEdito no processo dc produção (Silva 1973).A

função que ajustou tem 9 variaveis, a saber:

y = renda bruta

= terra explorada

trabalho familiar

X3 = insuinos modernos

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256.

X 4 = muinas e implemcntos agrícolas

= despesas ac, custeio

= animais produtivos

= tamanho dc r3mprccndimcnto

= uso dc credito rural.

X9 = município

Inicielmente, essas variaveis foram ajustadas a uma funço

Cobb-Douglas, cm seguida modificada para uma forma Ulveling-

Fletcher, admitindo que as elasticidades parciais de produ-

ço das variaveis x 3 , x 4 o X5 eram funço linear, respectiva mente, do (nd1ce dc credito para insuxnos modernos), 2 2 (índico de credito para mquinas e implcrnontos agrícolas) e

2 3 (índice dc crédito para despesas do custeio). Isto :

b3 = C1 + d1 Z 1

b4 =C2 +d2 Z 2

b5 =C3 +d3 Z 3

A varivel crêclito estava influenciando da maneira positiva

a elasticidade parcial d oroduço das despesas de custeio e conscguenterrente sua produtividade. Todavia, o crédito para

insumos modernos e maquinaria no estaria influenciando sig-

nificativarnento X e x 4 .

Um Enfocnie de PrQramnçjio para MocUrolmpacto do Crédito

Na seção anterior focalizou-se o crédito cm anélise do equl-

librio parcial de demanda e oferta. Para muitos propõsitos

esse quadro de referéncia é perfeitamente adequado apesar de,

entre outras razaes, ser falho no modo dc explicar porque h

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27

una aus.ntia « dcrnrtncz dos paquona5 proiriãtSrios

zns rccjiEs. A i.3cu3o ucgvInto pod2 auxíliãr n 1ic

2a tais nit11s.

1 1inr r.cur3iva fi Q==Avid2 2qr Rich=d

iy e aplicaan nor I.J. 31n3.i o C.Y. An ontre Qutros,(-.y

1963, Singh 1971 a Ahn 1972).

ojtivc dstc tra' 1ir ccsarivo1vr ta

rntz um brv3 r=mo sari cnt21).

raL10 liga a zoluçiO daproriç 1in

tC CT1 o se7uí= atriv&s &c rástriç&2s 22I.xii1i-

di.a. ?jze intzr1i7ç5) é new=3riA ?oi3 =rizo3co fhs 2ro -

ços 32 prqiutos e iiiio cci rc'vocir jrci inatingi- rj4!3 a1t...raçaes nas c-'ribinaç5cs o nlvcis das ativiCad c

?nra ccrrirdr =sis vrç' ir?rati.cavai a rús-

triç5es d. f1ihi1idid3 Conc3Cior.-.r o aument') ou a rLdUço'

•m v13. luWSas 7ndi ser fci1ri:rite «

tervinWez Acntr4 ia flVÍ;3 -c:itivis, 2=6x sc 301113

timt c.corrur frt c.s linítos :.Drvist s retriç5s d..

flexiSilideia Quxi1ir3 o 'orç.irf 1 ur 1uço •u-6ti-a n

nv1 par ilas fixcio.

CQrx r3u1tndo, as wudança3 sr rtais a~tÁvois ni t1to a

do ac - rcb C')I.t :rWç3 oiricxs Cc 'u')S produter c--

ralment2 nio iud.- r tnt1r3r1t..j suc tividz intrc- Wi3 z -

nci. O P=12 t=c r:ti -rIl2ar nã paricão &a um 4no 2rav=

Ufl3 c1in5.ziic rv t'--. :' um = q=qusr, o

para cono u e1.) 22 proqrcmi,33 1in'r, oXcaço feita •.

rtri. ': f12i'i1i&ida.

O actor aqrícr1, qu= ao nívcl rcinn:1 ou &c 'ro)ica,

CC).)t) .3. •U1•1 crt nm•") C

a«viézdãc cuj» flvZ13 3O

1i:ies 2cla (i)nibi1ira do rcursu3 fizico finn

ccir, a ps1.s r triç f1axiiiia. As ativifas

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2S3.

ao, nv1 de fazenda i?LC1W?fl rmente s de produçio como tr

bõn as dc consumo,com'ra de inrurno,invcstimnto3 na 1.nzenda

e atividad2s fort da fazorda (educac'o,vcnda de 'roduto a-

orcol-as, 1uquel do trab1!o fartiliar e atividades finrncei

? nc1uo de tndan> atividades no rode10 sugrro,

que t fazenda n3o s - j o enfoc'ue pr±ncipal mar, iirn a " hou-

sehold 4 ' (un1 -tde f iliar)crue funcionaria coro unidade cen-

tral dc tornrda r½ dsciso. Esse enfo'us facilita urna visuali

zaco da s uncia terrorai das ativid'd dde que os in

vestimntos feitos no ano aum tarso a o acidride troduiva-

da fazerda -ios no vindouros nuanto iu as ativi1e-

de consumo tero efeito onoto. Fnmolhttnt3, a venda do 'ro -

dutes, o cr&3ito e os giinhos adicionais da famtliEi em ativi

dados fora da fazenda aurnortaro os fundos disonivcis .Tai

ganhos nodem ser utilizados em algumas das atividacl.s indica

das, ta.s corno consuno,cornpra do insurnos o invost1rnntos em

ativos nanciros. Em outras palavras, o credito podo ser

meramente urna forma de aumentar a receita do todas as ativi-

dac1s cIa unic1ad familiar. O uo do crdito dencndor do rn

ciumento das vrios atividades alternativas. Em muitos trabo-

lho a funoo ojtivo da unidade de decisão 5 considcrada-

corno s os o5jet1vos pudessoit ser ordenados obedecendo urna -

ordem k4e irloridadc ahsoluta.Por exerntlo (Day e in'h,171)-

tostulam ai ro'riodadcs de subsistncia tem ouatro o

$etivos Que dovc.m ser maxirnizados segundo uma ordem do prio

ridde c- impoJçoes das rostriçoes:a) auto-consurno;) prefe-

rncia entre coisurio corrente e renda futura;c) averso ao

risco mie previne o agricultor de desvios estremos do seu ia

dro cia cornortanento a:iterior nas deciso em sucedidas; e

ci) retorno 1iqudo ou funeo de lucro.uhmetidos às re.itr - ç3es do modelo as 4tividad3s dis'onveis ?odom satisfazer a cada uni do quatro objetivo3 em ordm.

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259.

Zto, 50.i ccrta3 coiç6, o cr&ito po&2 ser uso gara •;. tiazcr nec 3i(a29 do sumístónciv an vz Co ser ampzaçado ar fín3 arcoi.

SE cont:LO itocii ?== r'uito rccti.vo 5 inclu- co do cr-ito no i.o:i....!o. Con efuito, o crdito pess& a rc-

prasentcr up ncio de auiontr o contron Gobrg oz rcurso3 a ra rourao, con.3u:.o 2 1n'tst3r12nto. 'Jarianco a uzirtdaJ CLitQ (1j3)QVO1 ou as ti:c; ds luro, c,3 ra 1tacD cs :U-

d coortFr:nto ia uniCaj 'ro1ut1v3 ou da riO 20

dr. scr o rvcrr e scu iact ior' a unidad. faxi1.iar da i*. nados .

da ente r3trutur ana1tica 4 a3suindó quo 03 cocf1cintc3

ra =trov 2 rytrir-Ls tnhar 'icO Von os2cciiicados, o ro (11 ca - az à> dascrdvsr o ,33.r.vo1ViiY.X) -ii.;t6rico Co tor, podando ainc'a testur = nü.ro rn::o3v1 V2 h1pts.P3r exln, çuo an3v..1 . a damanda de crito taxa c3.0 juro? 'u1 o ir cto do nudwÇnsna diponiiliã' do cri-dite nobra o crescincnto do s-:tor arcr1? Ccio 23S1

dnii.c 1 0 z o cu;tn d€- crcito atar; a rlaço fator-fator? 'uai e' if::ito da noltica crcdit:ia aoàns a 8i3tibu rc' d.-i rt.na ro vetor arco1i? L cono o cr&ito at2 o -

co roc]uco?

ra1iz.ncio o impicto do crlito sebrc a for:iaçio di3triui-

co da r.n1a on w'unas oMiei a 7rendos em^3OS rurais do io OrcnGa C.o Cul, Sinyh o A'n cnc1u3rw (?hr. 172 An e

cinch l72)

CaC d' Iraçoa, aco nha.3'a flJ].0

nroirana:n=Wa 1ix'ra1 & crdito, fora - rzspunsÁveiu lo aurr.to . iistanciü '2a taxa do crsci:into da pzoduto li ruido total da wgião.

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'60.

- Os prcços e procrnr:a de crito t6m aumentado substancial-

monte a porçio do produto liquido e total cor1t origem nas-

grandes propriedades, relativamente aos grupos mdio e pe-

queno.

- Os programas de preços o cr5dito teriam contribuido p.lra o

aumento das desigualdades da renda do trabalho familiar na

grandes fazcndas,relativamonte às m6dias e pequenas. Para-

lelamcnte, estarirn preservando .a relativa dssigualdadc en

trc rndias o pequenas propriodadas.

Considerando simultarteamento cánsumo, produço e investimen-

to, tudo indica que este modelo 6 um poderoso instrumcnto -

do enlize econômica. Sua capacidade de integrar diversos fa

tores o simular polticas altcrnativas parece ser recomand-

vel para os tipos de problemas que o projeto Alternativas -

dc Desenvolvimento dos Grupos de Baixe Renda Na Agricultura-

Brasileira" pretende ostudar.Urna possível restriçaó ao uso

desse modelo é que para testa-lo dovidrnente seriam nocessa-rias series tertiporais bastante especificas.

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261.

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2.2.

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263.

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