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    Noes de Microeconomia para a Polcia FederalTeoria e Questes Comentadas da CESPE

    Profa. Amanda Aires Aula 00

    Bom dia!

    Antes de mais nada, antes mesmo de me apresentar, compartilho a angstiade vocs: Que susto esse edital nos deu, hein?

    Eu fiquei, da mesma forma que vocs, sem cho, quando vi o edital!Completamente surpreendente!

    Mas, logo depois de retomar o flego, pensei: vamos olhar para frente,porque assim que se faz!

    para isso que estou aqui, para, junto com vocs, matar esse edital!

    Masss... antes de mais nada.. gostaria de me apresentar!

    Muitos de vocs, pelo Brasil afora, que iniciaram as preparaes para os

    concursos pblicos, j ouviram falar a meu respeito. Mas, eu aproveito essenosso encontro para fazer uma rpida apresentao: Meu nome AmandaAires. Sou economista pela Universidade Federal de Pernambuco(UFPE), com extenso universitria na Universitt Zrich, na Suia, Mestraem Economia pela UFPE e, agora, estou no terceiro ano do doutorado namesma rea, estudando economia na Universit Laval, em Quebec, noCanad.

    Alm de estudar economia, tambm sou professora em alguns cursospreparatrios presenciais para concursos pblicos e, assim, j trabalhei napreparao de alunos para as provas do Banco Central do Brasil, Polcia

    Federal e Secretarias da Fazenda estaduais. Na parte online, sou professorade Micro, macro, economia brasileira e econometria pelowww.euvoupassar.com.br.

    Atualmente, sou Assessora Tcnica da Agncia de Fomento do Estado dePernambuco Agefepe, alm de ser professora universitria de vriasuniversidades e faculdades no Recife, ministrando aulas nas disciplinas deteoria econmica, matemtica financeira, estatstica e econometria emoutras universidades e faculdades. O ponto comum dessas disciplinas queelas so voltadas para alunos que no so estudantes de economia, ou seja,contadores, administradores, engenheiros, pedagogos, mdicos. Acredito

    que esse seja um bom diferencial das aulas, pois agora estou acostumada aolhar o mundo como no-economista, o que facilita a comunicao entremim e voc, aluno.

    Por fim, ainda na rea de concursos voltados para a rea fiscal, escrevolivros de economia para no economistas, em parceria com colegas dodoutorado, voltados para concursos pblicos.

    http://www.euvoupassar.com.br/http://www.euvoupassar.com.br/http://www.euvoupassar.com.br/
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    Noes de Microeconomia para a Polcia FederalTeoria e Questes Comentadas da CESPE

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    Bem, terminada essa minha breve apresentao (acredito que agora vocme conhea um pouco mais), vamos falar sobre o que faremos, juntos, noEstratgia Concursos: Com a publicao do Concurso para Agente daPolcia Federal, esse curso busca orientar voc, concursando, acompreender melhor as questes de economia que tm maior probabilidade

    de cair na prova, em se tratando de CESPE como banca avaliadora. A ideia fazer voc fechar as (possveis) 9 questes que estaro no seu certame!

    Mas vamos ao que interessa, no ? Como faremos esse estudo paradissecar as provas da CESPE? Fazendo diversos exerccios semelhantes dabanca! Ao estudar grupos de questes anlogas, observaremos que a Bancatem um perfil bastante similar entre as questes e, assim, poderemosverificar o que h de comum entre elas. Observando, por fim, o padro derepetio e respostas. Um ponto interessante aqui e que voc entendermelhor posteriormente, que em economia, pode mudar a historinha, masa mecnica de soluo ser sempre a mesma! medida que o tempo for

    passando com as aulas, voc poder verificar isso com uma clareza solar!Espero que, com os nossos encontros, voc possa observar que a economia sim uma matria interessante e que pode ser vista de uma forma muitomais descomplicada. Alm disso, pode ser um determinante na suaaprovao.

    Com o novo edital, esse curso de Economia para a Polcia Federal serdividido em 5 aulas, excluindo essa aula demonstrativa. Cada uma das aulasser composta por quatro momentos distintos: em um primeiro momentoser visto o contedo terico da disciplina, sendo seguido por um segundomomento, de exerccios da primeira parte. A seguir, teremos mais uma

    parte de teoria sendo seguida pelo ltimo momento, a segunda parte dosexerccios. Um quadro resumo ser apresentado no fim da aula, comonorteamento do que foi visto. Finalmente, sero sugeridos exerccios paraque voc possa treinar um pouco. Esses ltimos exerccios tero gabarito,mas no sero resolvidos a princpio. Apenas na ltima aula (aula 5) queteremos as resolues. Alm disso, uma pequena reviso na parte inicial daaula ser feita s para reavivarmos em nossas mentes o que foi visto naaula anterior. Mas preciso que voc fique em dias com a matria para nose atrapalhar, ok? As revises de incio de aula sero realmente bemrpidas.

    Hoje, nessa aula demonstrativa, comearemos fazendo uma anlise do queser o curso. Ser uma aula para que voc possa compreender que adisciplina no complicada e pode at ser bastante interessante. O cursointegral ter cerca de 300 pginas entre teoria e exerccios. As questessero MANDATORIAMENTE da Cespe (mas questes de outras bancaspodero ser, ocasionalmente, resolvidas). No procurarei fazer voc pensarcomo economista, mas me dedicarei a levar a economia para a sua

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    realidade, para que ela fique palatvel e para que, assim, voc tenha umgrande xito na sua prova.

    As aulas sero ministradas SEMANALMENTE, sem interrupes.Abaixo, voc ver o cronograma da nossa disciplina:

    AULA Contedo Previsto

    AULA 00

    O Estado e as funes governamentais Parte 1As necessidades pblicas e as formas deatuao do governo Parte 1O que economia?Conceitos bsicosMicro e macroeconomia

    Aula 01(29.03.2012)

    O Estado e as funes econmicasgovernamentais Parte 2As necessidades pblicas e as formas deatuao do governo Parte 2Estado como regulador e produtor

    AULA 02(05.04.2012)

    Polticas Fiscal e Monetria; outraspolticas econmicas.Inflao e crescimento

    AULA 03

    (12.04.2012)

    Evoluo da participao do setorpblico na atividade econmica.

    Financiamento do dficit pblico a partirdos anos 80 do sculo XX

    AULA 04(19.04.2012)

    Contabilidade Fiscal: NFSP; ResultadosNominal, operacional e primrio; Dvidapblica. Sustentabilidade doEndividamente pblico

    AULA 05(26.04.2012) Exerccios

    Com essa estruturao, vamos matar o edital inteiro em 4 aulas e aindasobrar uma para fazer uma bateria de questes para que voc fiquecompletamente afiado para a prova!

    No adianta mais lamentaes, no ? Ento vamos em frente porque assim que se anda!

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    Para comear, vamos olhar, com calma o novo edital inteiro:

    NOES DE ECONOMIA:

    1 O Estado e as funes econmicas governamentais.

    2 As necessidades pblicas e as formas de atuao dosgovernos.

    3 Estado regulador e produtor.

    4 Polticas fiscal e monetria; outras polticas econmicas.

    5 Evoluo da participao do setor pblico na atividade

    econmica.

    6 contabilidade fiscal: NFSP; resultados nominal,

    operacional e primrio; dvida pblica.

    7 Sustentabilidade do endividamento pblico.

    8 Financiamento do deficit pblico a partir dos anos 80 do

    sculo XX.

    9 Inflao e crescimento

    importante que voc compreenda o seguinte: para que ns possamos, de

    fato, analisar todo o contedo previsto no edital, precisaremos, antes demais nada, de alguns conceitos bsicos que sero vistos na aula de hoje.Assim, embora j na aula demonstrativa comeamos a ver alguns pontosimportantes, eles sero vistos de forma mais superficial. Na aula de hoje,quero que voc compreenda as bases da economia, quero que voc tenhauma viso geral para no se perder nas definies.

    A partir disso, vamos cair em cima do edital da PF, j a partir da aula 01.Caso voc tenha alguma dvida sobre como o curso funcionar, segue aquiuma explicao breve de acordo com o edital, ok?

    No ponto 01 do edital temos que O Estado e as funes econmicasgovernamentais pauta do nosso programa, certo? Nesse caso, comoveremos esse assunto? A partir da aula de hoje. Com a idia do fluxocircular da riqueza, poderemos compreender que uma das funes dogoverno reduzir a diferena de renda entre dos indivduos (o Sr. e a Sra.Silva iro nos mostrar isso).

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    No segundo ponto do edital, As necessidades pblicas e as formas

    de atuao dos governos ser vista tambm ainda na aula de hoje,tambm de forma introdutria, j que pegaremos pesado no assunto na aulaque vem.

    Os pontos 01 e 02 tm como similaridade o carter introdutrio do estudo,uma forma geral de observar o governo e seu papel na economia. Esse

    carter vai ainda at o ponto 03: Estado regulador e produtor. Nesseponto, veremos a atuao do governo na economia, seja via estatais, sejavia regulao governamental atravs das agncias reguladoras e dos outrosinstrumentos de regulao.

    Continuando, veremos no ponto 04: Polticas fiscal e monetria;

    outras polticas econmicas. Aqui, para quem estava acostumado commicro, que h a grande diferena: esse assunto pauta demacroeconomia. uma das formas mais claras de se observar asintervenes do governo na economia! No nosso curso, o ponto 04 serestudado em conjunto com o ponto 09 Inflao e crescimento quetambm assunto da macroeconomia e pode ser visto em conjunto semproblemas.

    Compreende como o edital foi montado?

    Veja, o tempo inteiro ns vamos falar de governo e das suas formas deinterveno na economia. Contudo, diferentemente do que foi visto no editalpassado, ns veremos as Macroaes, no apenas as micro! Essa noo(para quem j estudou) ajudar a clarear a mente do rumo que seguiremosa partir de agora.

    Seguindo o programa, o item 05 analisa Evoluo da participao do

    setor pblico na atividade econmica. Eu diria que, de todos ospontos do edital, esse , de longe, o mais vago. Para matar esse item, ns

    vamos estudar em unio com o ponto 08 Financiamento do deficit

    pblico a partir dos anos 80 do sculo XX E mostrar como ogoverno brasileiro vem fazendo intervenes na economia e como temfinanciado as suas obras.Por fim, para fechar o programa, teremos os pontos 06 e 07contabilidade fiscal: NFSP; resultados nominal, operacional

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    e primrio; dvida pblica. 7 Sustentabilidade do

    endividamento pblico. Sendo ministrados pelo professor HeberCarvalho. Essa parte ser feita por ele por uma razo simples: Ele segarante muito nesse assunto! Como eu no trouxe material sobre esse

    assunto do Brasil e importar um livro levaria muito tempo, para receber omaterial, fazer tudo, etc etc etc. Assim, na nossa ltima aula terica,teremos a sua maravilhosa participao!

    A ltima aula do nosso curso ser de exerccios. Assim, o curso tericotermina no dia 19 de maio (praticamente 3 semanas antes da prova),ficando apenas a reviso para consolidar os conceitos!

    Por fim, espero que esse curso seja muito til a voc na hora maisimportante de toda essa preparao: a hora de resolver a prova paraAgente daPolcia Federal. Estou montando esse curso para que ele possate dar um apoio definitivo na sua compreenso sobre os fundamentos daeconomia. Todas as dvidas sero esclarecidas no frum do curso, a que osmatriculados tero acesso. Caso voc tenha dvidas sobre outras questesno abordadas, pode enviar. Farei todo o esforo para esclarecer e inserir nonosso material, ok?

    Antes de terminar, gostaria de dizer que todas as nossas aulas possuem aforte contribuio do nosso querido sapo da vez(http://www.euvoupassar.com.br/lagoa/) na elaborao de esquemas,de dicas, e na formatao do layout (sem contar os palpites sobre o

    contedo!)! Ento, toda essa aula bonita, tem uma grande participao donosso querido sapinho!

    Crticas e sugestes podem ser enviadas para o e-mail:[email protected]

    AVISO: PARA OS ALUNOS MATRICULADOS NO CURSO ANTERIOR, ESSAAULA DEMONSTRATIVA NO SOFREU GRANDES ALTERAES. ASALTERAES ESTARO SINALIZADAS PARA EVITAR O RETRABALHO!

    http://www.euvoupassar.com.br/lagoa/mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.euvoupassar.com.br/lagoa/
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    Pronto para iniciar os estudos?? Ento, comearemos, pergunto a voc:

    1.Definies e leis da economia

    Para estudar as decises econmicas de famlias, empresas e governos, necessrio, inicialmente, entender do que trata a economia. Apesar de seruma palavra largamente utilizada como sinnimo de previdncia, osignificado de economia no , muitas vezes, plenamente compreendido.Essa seo busca esclarecer esse aspecto, respondendo a seguinte questo:o que economia?

    1.1. O que economia?

    Um ponto inicial para compreender o conceito de economia diz respeito anlise etimolgica dessa palavra. O termo economia se origina do grego,oikonomia: oikos (casa), nomos (costume, lei, ou tambm,administrar, gerir) e (sufixo relativo a assuntos como cincia,doutrina e profisso). Assim, oikonomia poderia ser traduzida como acincia da administrao da casa.

    Na administrao de um domiclio, um chefe de famlia precisa decidir comrelao a diversos assuntos, tais como: o quanto adquirir de alimentos eenergia eltrica; se deve comprar uma nova geladeira a prazo ou esperarat ser possvel comprar vista; se deve investir em uma reforma ou trocar

    de residncia; se deve contratar algum ou realizar os trabalhos domsticospor conta prpria; se deve aceitar a promoo em seu emprego (e trabalharmais horas) ou recus-la (e ter mais tempo disponvel para o lazer).

    A tarefa de administrar envolve escolhas, no somente nas casas, comotambm nas empresas e rgos pblicos. As decises esto relacionadas aobjetivos que podem ser alcanados de maneiras diferentes, cada uma delasdependente de diferentes mtodos e condies para a utilizao dosrecursos disponveis.

    Assim, a economia uma cincia social que estuda como os agenteseconmicos decidem empregar recursos na produo de bens e servios, demodo a distribu-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim desatisfazer as necessidades humanas.

    Essa noo mais fundamental de economia acabou sendo alterada ao longodos anos. Mais recentemente, a maior parte dos livros tem trazido a noodo conceito de economia de uma forma diferente. Dentre as formaspossveis, eu gosto de uma particularmente utilizada no livro de Introduo Economia do A. Gremaud et alli que diz o seguinte:

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    Assim, em cima desse conceito, eu gosto de reforar a idia da escolha! Naverdade, toda vez que se falar em economia, vai se falar no processo deescolher algo. E por que eu preciso escolher? Por uma razo simples:embora eu queira, eu no posso ter tudo! Se voc pensar dessa forma,nunca mais vai esquecer do conceito de economia!

    Toda vez que se falar em economia, voc

    vai sempre lembrar de ESCOLHA!Essa informao nos ser til mais na frente!

    Um vdeo que eu gosto demais apresentado no youtube para que vocpossa dar uma olhadinha em como o conceito de escolha fica bastantentido! Disponvel em:http://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYA

    Por que esse vdeo fala sobre economia? Por uma razo simples: As crianasprecisam ESCOLHER se desejam consumir agora ou no futuro. A idia de

    previdncia no nem a parte principal do vdeo. O que eu quero que voccompreenda a necessidade de escolher, tpico fundamental quando se falaem economia.

    Logicamente, saber o que economia no o suficiente. Assim, na seoseguinte conversaremos um pouco sobre alguns dos principais conceitosbsicos de economia. Vamos dar uma olhada?

    1.2. As reas da Economia

    A teoria econmica dividida em trs grandes ramos: A microeconomia, amacroeconomia e o desenvolvimento econmico. A etimologia das duasprimeiras palavras j ajuda a perceber a diferena bsica a diferena bsica

    http://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYAhttp://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYAhttp://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYAhttp://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYA
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    entre as suas reas de atuao: enquanto a microeconomia estuda aspartes, a macroeconomia estuda o TODO.

    Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomiano analisa em profundidade o comportamento das unidades

    econmicas individuais, tais como famlias e firmas, a fixao de preosnos mercados especficos, os efeitos de oligoplios em mercados individuais,etc. Essas so preocupaes da microeconomia. A macroeconomia aplicada no estudo das relaes entre os grandes agregados econmicos.Ela se ocupa com a economia como um todo, buscando respostas para adeterminao de cada uma dessas variveis globais. Por exemplo, nomercado de bens e servios, o conceito de Produto Nacional umagregado de mercados agrcolas, industriais e de servios; no mercado detrabalho, a macroeconomia preocupa-se com oferta e demanda de mo-de-obra e com a determinao dos salrios e do nvel de emprego,mas no considera diferenas de qualificao, gnero, idade, origem dafora de trabalho, etc. Quando considera apenas o nvel da taxa de juros,no so destacadas devidamente as diferenas entre os vrios tipos deaplicaes financeiras.

    O custo dessa abstrao que os pormenores omitidos so muitas vezesimportantes. A abstrao, porm, tem a vantagem de permitir estabelecerrelaes entre grandes agregados e proporcionar melhor compreensode algumas das interaes mais relevantes da economia, que seestabelecem entre os mercados de bens e servios, de trabalho e deativos financeiros e no financeiros, assim como as intervenes do

    governo.

    Dessa forma, no existe conflito entre a teoria macro e a teoriamicroeconmica. A diferena fundamental seria uma questo de foco. Aoanalisar os preos em determinado mercado, a microeconomia consideraque os preos dos demais mercados no so alterados, seguindo a hiptesedo coeteris paribus (que voc deve ter visto quando estudou para o editalpassado). Na macroeconomia, analisa-se o nvel geral de preos,ignorando-se as mudanas de preos relativos de bens dos diferentesmercados (como veremos quando formos estudar inflao e desemprego!).

    Assim, a teoria macroeconmica preocupa-se tanto com questesconjunturais ou de curto prazo quanto com questes estruturais ou delongo prazo. Entre as questes conjunturais, destacam-se a anlise dodesemprego e da inflao (vistas na aula 02). As questes estruturaisesto associadas a problemas como o desenvolvimento econmico,distribuio de renda, crescimento econmico, globalizao ou progressotecnolgico.

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    1.3. Alguns conceitos bsicos importantes

    Para definir economia, foram empregados alguns termos que podem no serde conhecimento comum, ou que possuem sentidos diferentes em outrosramos do conhecimento como, por exemplo: necessidades, agentes

    econmicos e firmas. A fim de esclarecer o emprego desses termos nacincia econmica, definiremos, tambm, alguns conceitos adicionais, quesero amplamente utilizados no decorrer do nosso estudo.

    Necessidade: sensao de desejar algo.

    O conceito de necessidade pode ser dividido em duas partes: anecessidade primria e a secundria. Vamos dar uma olhadanesses conceitos?

    o Necessidade primria: a satisfao imperiosa(obrigatria), como se alimentar.

    o Necessidade secundria: a satisfao no fundamental, como adquirir um carro novo.

    Bens e servios: os meios atravs dos quais as necessidadesso satisfeitas.

    o Bens livres: abundantes, postos a disposio pelanatureza (no produzidos pelo homem). Exemplo: ar,gua.

    o Bens econmicos: bens escassos, geralmente produzidospelo homem. So classificamos como bens de consumo oude produo.

    Bens de consumo: voltados para o consumo final(podem ser durveis ou no).

    Exemplo: peas do vesturio, televiso, carros.

    Bens de produo: destinados produo deoutros bens. Podem ser bens de capital ou bensintermedirios.

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    Bens de capital: bens de produo quepodem ser utilizados vrias vezes. Exemplo:mquinas, computadores de alta tecnologia,fornos industriais.

    Bens intermedirios: bens de produo queso utilizados uma nica vez (sotransformados durante o processo produtivo).

    Exemplo: alguns artigos agrcolas, como otrigo e a soja.

    Fatores de produo (ou insumos produtivos): recursosbsicos na produo de bens e servios. Comumente sodivididos em: terra, trabalho, capital e tecnologia.

    o Terra: fator de produo relacionado aos recursosnaturais.

    o Trabalho: insumo produtivo relacionado mo-de-obra.

    o Capital: fator de produo relacionado aos equipamentosutilizados na produo.

    o Tecnologia: insumo relacionado ao conhecimento quanto forma de produzir algo (o modus operanis).

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    Noes de Microeconomia para a Polcia FederalTeoria e Questes Comentadas da CESPE

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    Aqui vale uma ressalva: veja que no grupo fatores de produo no seincluem as matrias primas (bens intermedirios)! A diferena entre oque um fator de produo e o que uma matria prima, visto no quadroabaixo.

    A diferena entre fator produtivo e matria prima estligada reutilizao durante o processo de produo. Osfatores produtivos podem ser reutilizados aps aproduo de um bem, enquanto a matria prima, no! Ouseja, eu posso reutilizar um trabalhador para fazer 600carros, mas a chapa de ao que vai em um carro, no podeser utilizada para fabricar o segundo carro!

    Agentes econmicos: entidades que atuam contribuindo einfluenciando o funcionamento do sistema econmico. So as

    famlias, as firmas, o governo e o resto do mundo.o Famlias: indivduos e unidades familiares da economia.

    Desempenham o papel de consumidores e de proprietriosde alguns dos fatores de produo (a essa altura, voc jsabe quais so os fatores de produo, no ?)

    o Firmas: unidades encarregadas de produzir e/oucomercializar os bens e servios. Tambm socompradoras dos fatores produtivos que so de posse dasfamlias.

    o Governo: todas as organizaes que, direta ouindiretamente, esto sob o controle do Estado, em todasas suas esferas (federal, estadual, municipal). possvelque o Estado tambm atue na produo de algum bem,atravs de empresas estatais, mas ns, por simplificaodo entendimento, no vamos entrar nesse mrito, ok?

    o Resto do mundo: indivdos, firmas ou governos que noesto localizados dentro de determinada rea geogrfica,mas que influenciam a economia local.

    Racionalidade: em economia, entende-se pela busca do melhor

    para si por parte de um agente: o consumidor racional escolheos produtos que o deixam mais satisfeito possvel, e as firmasracionais buscam o maior lucro possvel.

    Novamente, aqui, vale uma ressalva: existem indivduos que no agem deforma racional, a exemplo dos dependentes qumicos ou dos compradorescompulsivos. Embora esses agentes faam parte da sociedade, eles no soponto de estudo para a economia, dado que no sempre eles buscaro o que

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    Profa. Amanda Aires Aula 00

    melhor para si. Dessa forma, s consideraremos como fonte de anlise emeconomia, os agentes racionais.

    Mercado: Local fsico ou no onde estabelecida a interaoentre compradores (demanda) e produtores (oferta) de umdeterminado bem ou servio.

    Economia: Eventualmente, esse termo pode ser utilizado comoum substituto para sistema econmico de uma determinadaregio. Ento, quando se fala em economia brasileira, naverdade est se falando no sistema econmico brasileiro. amesma coisa, ok?

    Otimizao: em matemtica, otimizar uma funo significadeterminar qual o seu valor mximo (maximizao) e/ou seuvalor mnimo (minimizar) dadas as restries existentes.

    Para que eu preciso do conceito de otimizao, professora? Porque, dado

    que os agentes so racionais e buscam o que melhor para si, eles irobuscar, continuamente, maximizar satisfao (para os consumidores) elucros (para as empresas) ou minimizarem despesas (para osconsumidores) e custos (para as empresas). Assim, os agentes econmicosesto otimizando suas funes subjetivas!1

    Agora que ns compreendemos o que economia e alguns dos conceitosbsicos, precisamos compreender como a economia funciona. Para isso,vamos ter que compreender, antes algumas leis econmicas, nosso prximotpico.

    1.4. Leis EconmicasUm dos objetivos da cincia econmica encontrar as leis que possam regero comportamento dos agentes e o efeito de suas decises no restante dosistema econmico. Para tanto, os economistas observam como os diversosagentes atuam com relao a situaes aparentemente semelhantes, deforma a identificar a existncia de algum tipo de padro.

    Contudo, uma dificuldade no trabalho dos economistas est associada aofato de que essas situaes so apenas semelhantes. Para entender oporqu, pode-se tomar como exemplo o trabalho de um fsico, como Galileu,por exemplo. Para que discorresse sobre a gravidade, Galileu teve de repetir

    experimentos em ambientes exatamente iguais para, apenas assim, serpossvel a ele afirmar a existncia de uma fora que sempre atrai todos oscorpos para a terra.

    No caso dos economistas, estudar situaes exatamente iguais difcil,

    1Ns no entraremos no detalhe da anlise, dado que o nosso curso de noes fundamentais, mas

    s para que voc compreenda, consumidores e empresas buscam sempre otimizar funesmatemticas sujeitas a restries de mesma ordem.

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    principalmente porque repetir as condies no depende dos pesquisadores.Imagine que um economista contratado para analisar a procura dosconsumidores por um determinado bem. A deciso de cada indivduo arespeito de comprar ou no o bem pode ser influenciada por diversosfatores, e o comportamento de um mesmo indivduo tambm pode ser

    diferente a depender das circunstncias que ele enfrente no momento. Porexemplo, basta pensar no valor que voc d a uma sombrinha em um dia desol e em um dia de chuva!

    No entanto, apesar das dificuldades, o estudo econmico evoluiu bastante eos economistas conseguiram identificar um padro no comportamento dosagentes em diversas situaes. Assim, pode-se considerar a existncia deleis econmicas de dois tipos:

    Leis gerais: vlidas para qualquer estgio de evoluo dasociedade;

    Leis especficas: prprias de cada modo de produo ou decada formao scio-econmica.

    As leis econmicas servem para fins prticos e transformam-se em regrasquando utilizadas na busca por objetivos.

    Um exemplo das leis econmicas aparece no estudo dos mercados debens e servios. As leis da oferta e da demanda (ou procura),analisadas com maior rigor no decorrer das aulas, explicam o funcionamentodo mercado e como ele reage a mudanas nos comportamentos tanto deconsumidores, quanto de produtores. A anlise de um determinado fato quealtera a procura (ou a oferta) sob a luz dessas duas leis permite que sejam

    estabelecidos os seus possveis efeitos sobre a economia.Outro exemplo a lei da mo invisvel, primeiramente formulada por AdamSmith (considerado por muitos o pai da cincia econmica). Segundo essalei, quando firmas e indivduos atuam racionalmente, ou seja, cada umbuscando o melhor para si mesmo, o sistema econmico opera de modomais eficiente.

    Problemas Econmicos

    Como analisado anteriormente, observamos que os agentes econmicos

    precisam escolher como usar os recursos ou fatores produtivos2 quedispem de modo a atender suas necessidades. A partir dessa ideia,ratificamos que a economia o campo das cincias sociais que estuda asescolhas.

    2Os fatores de produo so necessrios no processo de fabricar bens e servios. Em economia,

    esses fatores so agrupados em trs grupos: Terra recursos naturais;Capital mquinas eequipamentos; Trabalho Mo de obra qualificada e no qualificada.

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    As decises dos indivduos, das firmas e dos governos so quase sempredifceis de serem tomadas devido complexidade das questes envolvidas.A partir de agora, passamos a analistar as singularidades que norteiam asdecises econmicas.

    1.5. A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitadas

    Como visto, a economia definida como a cincia da escolhaquando osrecursos so escassos, ou seja, insuficientes para satisfazernecessidades e desejos ilimitados dos indivduos. O conceituadoeconomista Paul W. Samuelson divide esse conceito em duas questesimportantes:

    1. Os recursos so escassos;

    2. As necessidades so ilimitadas e se renovam.

    Considerando essas duas importantes questes, o economista N. GregoryMankiw define ainda a economia como o estudo de como uma sociedadeadministra seus recursos escassos.

    Assim, nem sempre possvel atender TODAS as necessidades e desejos demodo simultneo, caracterizando um problema econmico muito relevante ede difcil soluo. A sociedade obrigada a escolher entre modos deproduo e alternativas de distribuio dos resultados das atividadesprodutivas entre os vrios grupos da sociedade. A teoria econmicaprocura fornecer uma alternativa eficiente3 para a alocao dosrecursos de modo a maximizar a satisfao das necessidades e dosdesejos.

    Essa dita alternativa eficiente, por sua vez, deve responder aos trsprincipais problemas em economia. Quais so esses problemas o queveremos agora:

    1.6. A trade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento

    A sociedade precisa escolher entre formas alternativas de utilizao dosrecursos disponveis de maneira a operar eficientemente. Para isso, aeconomia procura responder a trs questes:

    1.O que produzir e em que quantidade?

    Quais os produtos e servios devero ser produzidos parasatisfazer da melhor forma possvel as necessidades da sociedade?

    2.Como os bens devem ser produzidos?

    Que tecnologias e mtodos de produo utilizar? Que matrias

    3A eficincia uma propriedade que a sociedade tem de obter o mximo possvel a partir deseus recursos escassos.

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    primas devero ser utilizadas para produzir determinado produto?Como maximizar a produo tendo em conta os recursosdisponveis?

    3.Para quem os bens so produzidos?

    Como repartir os rendimentos disponveis entre os diferentesagentes econmicos? Quem dever ganhar mais e quem deverganhar menos?

    A depender da forma como as sociedades respondem as estas trs questes,temos diferentes sistemas de organizao econmica como resultado. Osdois extremos dessas formas seriam: economias centralizadas eeconomias de mercado. Nas economias centralizadas, as principaisdecises relacionadas produo dos bens so tomadas pelogoverno. J nas economias de mercado, o prprio mercado (interaoentre oferta e demanda, que veremos na aula que vem) que responde strs questes.

    Contudo, na prtica, no existem atualmente sociedades que se encaixemem nenhum dos dois casos extremos expostos. De fato, todas as sociedadesatuais esto organizadas em economias mistas na medida em que contmcaractersticas das economias de mercado e das economias de direocentral. Na economia brasileira, por exemplo, o mercado determina o qu,como e para quem produzir, mas o governo desempenha papisimportantes como a superviso e regulamentao das atividadeseconmicas, a oferta de servios pblicos ou a repartio dos recursos pelosagentes econmicos. Fatos que certamente analisaremos ao longo do curso.

    Apesar de bem simples, essa diferena entre economia planificada (ou

    centralizada) e economia de mercado (ou descentralizada) cai naprova. Vamos dar uma olhada em como isso visto pela CESPE?

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    Exerccio 1

    (Senado Federal, Consultor Legislativo Economia, Agricultura,2002) O problema econmico bsico, cuja soluo depende da formacomo as economias esto organizadas, gira em torno do binmio

    escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

    Em uma economia descentralizada, a preocupao maior dosdiferentes agentes econmicos gerenciar o funcionamento dosistema de preos para, assim, garantir o bom desempenho daseconomias de mercado.

    Vamos a resoluo?

    Primeiro, depois de ler a questo, voc observa que ela pergunta sobre o

    funcionamento de uma economia descentralizada, no isso?Nesse caso, qual a maior preocupao dos agentes econmicos?

    Para responder essa pergunta, cito uma afirmao que eu gosto muito doAdam Smith, que li no livro Introduo Economia do Wonnacott &Wonnacott quando era primeiro perodo em economia:

    No da bondade do aogueiro ou do padeiro que podemos esperaro nosso jantar, e sim de seu interesse. Ns nos dirigimos no ao seuesprito humanitio, mas ao seu interesse e nunca lhes falamos denossas necessidades, e sim de suas vantagens

    Adam Smith, caso voc no o conhea, o pai da economia clssica, umaescola do pensamento econmico que desconsidera, por total, a presena dogoverno na economia. ele o precursor do sistema econmico que consideraa economia descentralizada!

    Analisando esse segmento do texto de Smith, possvel observar que osinteresses dos agentes econmicos, em uma economia descentralizada,no esto associados ao bom desempenho da economia, mas sim, satisfao dos seus interesses. Ou seja, famlias desejam maximizar suasatisfao em termos de consumo de bens e servios e as empresas buscammaximizar os lucros. Nesse sentido, ns no estamos preocupados em

    garantir o bom funcionamento da economia, mas em buscar uma forma desatisfazer nossos objetivos. Dessa forma, segundo Smith, com a busca dosinteresses prprios, era possvel alcanar o equilbrio de uma economia.

    Considerando todos esses pontos, observa-se que a alternativa estincorreta.

    GABARITO: FALSO

    Antes de continuar, contudo, vale aqui um ponto adicional: quem se

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    preocupa com o funcionamento do sistema de preos a economiacentralizada ou planificada, que so bem retratadas pelos sistemassocialistas ou comunistas. Nesse caso, existe, sim, uma fortepreocupao com o funcionamento da economia em termos de preos e tudofica controlado pelo Planejador Social, retratado pelo agente econmico

    governo. ele quem controla todos os salrios e os demais preos daeconomia. Dessa forma, se a questo falasse sobre a economia centralizda,o item estaria correto, ok?

    Mas vamos continuar com nossa aula e falar sobre Alocaes eficientes nosentido de Pareto.

    Alocao eficiente de Pareto!

    Eis a um conceito extremamente importante em economia!

    Pareto apresentou alguns conceitos importantes no sentido de bem estar.Assim, algumas noes, antes de responder a questo so necessrias:

    1. Uma alocao ou situao eficiente no sentido de Pareto se noh uma forma de melhorar a situao de uma pessoa sem piorar a situaode outra. Sobre isso, vamos ver um exemplo:

    Digamos que existam apenas duas pessoas na economia, o Sr. e a Sra.Silva.

    Digamos ainda que o total de riquezas dessa economia soma R$ 1.000,00que so distribudos da seguinte forma: R$ 999,00 para o Sr. Silva e R$

    1,00 para a Sra. Silva.Nesse caso, ns observamos que a nossa economia est longe de ser justa,certo? Mas, ser que ela eficiente no sentido de Pareto?

    Veja, existe alguma forma de melhorar a situao da Sra. Silva sem piorar asituao do Sr. Silva?

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    Por exemplo, se a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ela ficaria em uma situaomelhor? Sim, certamente, mas veja que, para que isso acontecesse o Sr.Silva teria que ficar em uma situao menos boa, pois, para que a Sra.Silva recebesse R$ 1,00, ele teria que perder esse valor! Nesse caso, no hcomo melhorar a situao de um agente econmico sem piorar a situao do

    outro. Essa situao o que Pareto chamou de eficincia.Mas, existem situaes ou alocaes ineficientes no sentido dePareto?

    Sim, para ver isso, vamos fazer um outro exemplo:

    Imagine agora que o Sr. Silva possua R$ 900,00 e a Sra. Silva continue como seu rico R$ 1,00. Continuamos dizendo que existem R$ 1.000,00 nessaeconomia, certo?Nessa situao agora, possvel melhorar o estado da Sra. Silva sem piorara do Sr. Silva? Nesse caso, sim! Veja que, por exemplo, o governo pode dara Sra. Silva R$ 50,00, sem que isso implique em uma retirada do Sr. Silva.Como essa situao permite a melhora de um agente sem a piora dooutro, ela chamada como uma alocao ineficiente no sentido dePareto.

    Quando uma alocao ineficiente no sentido de Pareto ns dizemos queexiste a possibilidade de uma melhora de Pareto, ou seja, h uma forma de

    deixar um agente melhor sem deixar outro necessariamente pior!Compreendido?

    Ento vamos adiante!

    Uma pergunta que se faz : como responder, de forma eficiente a essastrs perguntas? se os recursos so escassos, como o agente econmicodeve realizar suas escolhas? Em um mundo onde h escassez, qualquerescolha que se faa implica, necessariamente, na renncia de diversas

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    alternativas disponveis. Esta renncia representa um custo, que umdos conceitos mais importantes da economia: o Custo de Oportunidade.

    1.7. A noo de custo de oportunidade

    A definio de Custo de Oportunidade apresentada a seguir:

    O custo de Oportunidade pode ainda ser definido como:

    importante que voc note que as definies so, via de regra, a mesmacoisa. Para compreender melhor essa importante definio da economia,vamos observar o seguinte exemplo:

    Imagine que Sr. Jos foi o ganhador da ltima edio do Big Brother Brasil eno sabe o que fazer com o dinheiro. Ele tem duas opes: (1) Virar sciode uma empresa j estabilizada ou (2) aplicar o dinheiro em um fundo deinvestimentos.

    Observemos a figura abaixo:

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    Vamos compreender o problema com o qual o Sr. Jos se defronta: Elepossui duas opes. A primeira delas virar scio da ACME Corporation eganhar R$ 10.000,00 em um dado perodo. A segunda opo aplicar emum fundo de investimentos que render R$ 9.000,00. Como possvelobservar, o Sr. Jos optar por virar scio da ACME Corporation, pois esse

    investimento traz um retorno maior do que a segunda opo. Eu tambmfaria o mesmo, e voc?

    Bem, mas a pergunta que se faz : qual o custo de oportunidade devirar scio da ACME Corporation? O custo de no aplicar no fundo deinvestimento! Ou seja, ao aplicar na empresa, o Sr. Jos DEIXOU de aplicarno fundo de aes. Note que ele no perdeu por aplicar na ACME. Ele apenasdeixou de ganhar! Observe ainda que, mesmo que existisse uma terceiraopo melhor que o fundo de investimentos, mas pior que virar scio daACME, ainda assim a sociedade seria escolhida! Digamos, por exemplo quevirar scio da Maracutaia Corporation gerasse um retorno de R$ 9.500,00.

    Nesse caso, o Sr. Jos ainda investiria na ACME. Mas, qual seria o custo deoportunidade agora? R$ 9.000,00 (do fundo de investimentos)+ R$ 9.500,00(do rendimento da Maracutaia S.A.)? Nesse caso, no! importante lembrarque o custo de oportunidade no a soma dos benefcios dasalternativas perdidas, mas apenas o benefcio da melhor dasalternativas abandonadas. No exemplo que considera a MaracutaiaCorporation, ela seria a melhor opo abandonada por Sr. Jos, assim, ocusto de oportunidade dele passa a ser de R$ 9.500,00.

    O custo de oportunidade no a somados benefcios das alternativasperdidas, mas apenas o benefcio damelhor das alternativas abandonadas.

    Um outro vdeo que eu gosto muito que analisa esse conceito o comercialdo shampoo e condicionador Head & Shoulders (como assim, professora?).Vamos dar uma olhada nele? Disponvel em:

    http://www.youtube.com/watch?v=whoNm-qe8tESabe o que eu gosto nesse comercial? o erro de conceito econmico queele traz! Lgico, para a parte do marketing, escolher entre um anti caspasou um cabelo sedoso no necessrio e, para ser sincera, o comercial ficourealmente muito interessante! Mas, em economia, escolher abrir mo, sim!Nesse caso, se eu quisesse ter um cabelo sem caspas, eu precisaria abrir

    http://www.youtube.com/watch?v=whoNm-qe8tEhttp://www.youtube.com/watch?v=whoNm-qe8tEhttp://www.youtube.com/watch?v=whoNm-qe8tE
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    mo de um cabelo bonito e vice versa! Fica a o vdeo para ilustrar que onosso conhecimento em economia est em todos os lugares!

    Bem, depois de tantos conceitos, vamos treinar algumas definies comquestes de prova da CESPE?

    Exerccio 2

    (CEARPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logstico Economia,2004, CESPE) O binmio referente escassez e escolha sintetiza oproblema central da cincia econmica. A esse respeito, julgue ositens a seguir.

    Para um determinado estudante, o custo de oportunidadeassociado deciso de realizar um curso de ps-graduao, emtempo integral, em uma universidade americana, inclui as

    despesas com mensalidade e livros e a totalidade dos custos demoradia e alimentao.

    Alguma sugesto para resolver esse item? Aqui, j na soluo dessaquesto, vale uma dica importante:

    As provas de economia se resumem a conceitos! Ahistorinha vai mudar, mas o conceito envolvido e amecnica de soluo (quando for o caso) sero os

    mesmos!

    Agora que voc j sabe como resolve, vamos ver esse item da prova doCearportos: veja que a questo fala sobre o custo de oportunidade! Mas...no caso da questo, ele analisa o custo financeiro tambm! Vamos resolverjuntos!

    Antes de resolver, contudo, vamos pensar em uma historinha: enquantovoc est lendo esse material, eu estou aqui no nada caloroso inverno doCanad (hoje est menos 15, eu acho), morando em um dormitrio nada

    atraente para poder estudar (coitada de mim! )!! Qual o custo deoportunidade de fazer isso? Bem, com o dinheiro que eu gasto no cursode francs (.. alm de estudar economia, tem que estudar francstambm!), por exemplo, eu poderia ir a um restaurante no Brasil e tomarum bom vinho. Logo, como eu tenho uma opo alm do que eu estoufazendo hoje com o dinheiro do curso, o custo de oportunidade dele , porexemplo, deixar de tomar um vinhozinho (tinto e seco, por favor! ). Logo,

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    sempre que se falar em custo de oportunidade, pode-se considerar osbenefcios no realizados ou ainda um uso alternativo paradeterminado recurso financeiro!

    Alm do gasto com o francs, eu tambm pago pelo meu dormitrio e pelaminha alimentao, certo? O que eu poderia fazer com esse dinheiro, almde pagar essas despesas? Bem, digamos que no Brasil eu poderia morarmelhor e pagar menos (ser?!), mas, certamente, uma parte do meudinheiro iria para o aluguel, no ? Nesse caso, embora exista um custo deoportunidade em pagar o aluguel aqui, eu no posso dizer que todo o meugasto com aluguel ser o meu custo de oportunidade, tendo em vista que,inevitavelmente, eu pagaria algum dinheiro nessa despesa no Brasil.

    Ok, ok, voc mora com os seus pais? No tem problemas! O raciocnio novale para o aluguel, mas vale para os seus gastos com alimentao! E novenha me dizer que voc no gasta NADA de alimentao fora que eu voudizer que mentira, ok? Todos ns gastamos algum dinheiro comalimentao, mesmo que seja naquele churros delicioso do meio da rua!Nesse caso, fica a dica:

    O custo de oportunidade est associado aosgastos alternativos que voc poderia ter comdeterminado recurso financeiro. Isso no querdizer que a totalidade desses recursos ser o seucusto de oportunidade. Uma parte desses poderestar ligada ao mesmo gasto (em uma outrasituao), ficando a sobra como o seu custo de

    oportunidade.

    Ento, s para deixar ainda mais claro, nem todo o gasto financeiro que nstemos faz parte do nosso custo de oportunidade. Em alguns casos,inevitavelmente teremos determinados tipos de gasto (sade, alimentao,moradia, etc). Assim, apenas a parte exdente desses gastos que pode serincluda como nosso custo de oportunidade, ok?

    Depois dessa historinha toda, vamos resolver a questo?

    Como uma questo da CESPE, vale aqui mais uma dica:

    Para o caso das provas da CESPE, o ideal, emeconomia, dividir a questo por partes e analisarseparadamente. SE, eu disse SE, as partes estiveremcorretas, vale a pena verificar se o todo tem ligao.No raro, as partes estaro corretas, mas o todo nopossui qualquer ligao! Em breve veremos como

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    isso possvel.

    Agora, sim, vamos a questo:

    Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado

    deciso de realizar um curso de ps-graduao, em tempo integral,em uma universidade americana, inclui as despesas commensalidades e livros e a totalidade dos custos de moradia ealimentao.

    Primeira parte: Para um determinado estudante, o custo deoportunidade associado deciso de realizar um curso de ps-graduao, em tempo integral, em uma universidade americana...

    At aqui, nenhum problema, apenas a parte da historinha, que eu haviafalado.

    Segunda parte: inclui as despesas com mensalidades e livros e atotalidade dos custos de moradia e alimentao.

    Aqui vamos analisar com mais calma. De fato, as despesas commensalidades e livros fazem parte do custo de oportunidade, como o meucurso de francs, ok? Ento, por hora, a questo est correta. O erro daquesto est justamente na ltima parte: a totalidade dos custos demoradia e alimentao. exatamente o que eu conversei com vocanteriormente! O erro est na palabra TOTALIDADE! No podemos incluir atotalidade dos gastos com moradia e alimentao por causa dos churros queeu falei acima! Assim, a questo est falsa!

    Veja que todo o resto da questo est correto! Alis, o nico erro est nofato de se considerar a TOTALIDADE. Se essa palavra fosse suprimida dotexto da questo, a questo estaria correta!

    GABARITO: FALSO

    Exerccio 3

    (Basa, Tcnico Cientfico, 2004, CESPE) Utilizando os conceitosbsicos da teoria econmica, julgue os itens subsequentes.

    O custo de oportunidade de determinada atividade, por serindependente dos usos alternativos do tempo necessrio paradesenvolv-la, , usualmente, o mesmo para todas as pessoasnela envolvidas.

    Nessa questo, o texto diz que o custo de oportunidade no depende dosusos alternativos. Como assim?

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    Deixa eu te fazer uma pergunta: O custo de oportunidade de ler essetexto o mesmo na sexta s 22h50 e na tera, no mesmo horrio?Claro que no, n? Sexta bombando e todo mundo na rua! O custo deoportunidade nesse caso mais alto porque voc est abrindo mo de saircom o(a) namorado(a), conversar com os amigos, etc. J na gloriosa tera-

    feira noite, o que voc poderia estar fazendo? Bem, digamos que noassistir o paredo BBB no traga um grande custo de oportunidade, ok?

    Nesse sentido, a questo est falsa porque dependendo sim do que vocpode fazer o custo de oportunidade diferente! Assim, ele no ser igualno apenas para cada pessoa (cada um de ns tem um custo deoportunidade diferente), mas tambm para uma mesma pessoa emmomentos diferentes do dia!

    GABARITO: FALSO

    Exerccio 4

    (Basa, Tcnico Cientfico, 2007) Quando h escassez, a escolha e asdiferentes formas de organizao das economias so quetesrelevantes para a anlise econmica. A esse respeito, julgue os itenssubsequentes.

    O custo de oportunidade da deciso de assumir um novoemprego, cujo salrio superior quele que pago naocupao anterior, inclui tanto o valor da remunerao atualcomo o aumento do tempo de transporte necessrio para se

    chegar ao novo local de trabalho.

    Veja s, quando ns consideramos a possibilidade de trocar de emprego,pensamos, antes de mais nada, na diferena de remunerao, certo? Esse ,na maior parte dos casos, o vetor que nos faz querer trocar de emprego.Mas, no apenas esse fator que nos faz pensar se vale ou no a penatrocar de emprego. Imagine o seguinte: Voc convidado a ir para umaempresa que fica a 200 km da sua atual moradia, ganhando, digamos, 50%a mais. Nesse caso, no apenas o salrio que conta, mas tambm, toda aparte de deslocamento entre a sua casa e o seu novo trabalho.

    No caso acima, por exemplo, pode ser que no seja vantajoso pegar essenovo emprego uma vez que voc ter aumento de salrio, mas tambm teraumento de despesas como, digamos, um valor maior a ser pago de aluguel,um gasto adicional com combustvel para visitar a famlia. Todo essemontante financeiro pode ser considerado como seus custos deoportunidade, certo? J que voc poderia utilizar esse dinheiro de outraforma se o novo emprego fosse mais perto de sua casa.

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    Vamos adiante.... digamos agora que voc no quer morar no lugar do novotrabalho. Voc prefere ir e vir todos os dias. Digamos ainda que a empresaonde voc trabalha sabe disso e paga para um motorista para levar e trazervoc diariamente (que empresa boazinha, hein?). Nesse caso, no teramosmais custo de oportunidade? Ser?

    E o tempo que voc passa dentro do carro? Por hiptese, 2 horas e meiapara ir e vir. Ser que no tem nenhum custo de oportunidade nisso? CLAROQUE SIM! Nesse caso, voc poderia utilizar esse tempo para, por exemplo,ficar com seus filhos ou pais. Ou ainda, voc poderia passar esse tempoassistindo TV ou estudando para um concurso melhor!

    Nesse caso, a questo apresentada est correta, uma vez que, na mudanade emprego, voc considera no apenas a diferena salarial, mas tambm adistncia entre a sua residncia e o novo local de trabalho.

    GABARITO: CERTA!

    Exerccio 5

    (FUMARC, Prefeitura de Governador Valadares, Economista, 2010 eCEMIG, Analista de Planejamento Econmico Financeiro, 2010)Sabendo-se que os recursos so escassos, o conceito econmico decusto relevante o custo:

    a) contbil.b) Oportunidade.c) Ambiental.

    d) Histrico.

    Para resolver essa aqui, d para fazer isso de olhos fechados agora, hein?

    Toda vez que se falar em recursos escassos, ns vamos lembrar de doispontos, vamos ver:

    1. Conceito de economia

    2. Conceito de custo de oportunidade

    Dessa forma, toda vez que se falar em escassez ou em recursos escassos,ns vamos fazer uma conexo direta com esses dois conceitos, ok? Nesse

    sentido, eu no preciso nem dizer qual a alternativa correta, n?A alternativa correta a letra (B), que traz o custo de oportunidade. Naverdade, custo de oportunidade por uma questo simples. Como hescassez, eu preciso escolher! E como eu tenho que fazer essa escolha,eu tenho que ver o custo dela. O custo de uma escolha est diretamenteligado ao custo de oportunidade, j que ele reflete tudo que eu abri moquando optei por determinada ao! Compreendido?

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    De toda forma, no nos custa analisar as demais alternativas:

    A alternativa (A) fala sobre o custo contbil. O custo contbil nada mais do que a soma de todos os custos envolvidos em um processoprodutivo, tanto os fixos (que no variam com a alterao do nvel deproduo) e os variveis (que so alterados medida que a produovaria). Nesse caso, no existe nenhuma relao com o conceito deescassez! O custo contbil apenas somaos custos fixo e varivel. Dessaforma, a alternativa (A) falsa. Apenas salientando, a noo de custos servista quando analisarmos o agente econmico empresa ou firma, na aula 3.

    A letra (C), por sua vez, fala sobre o custo ambiental. Esse, por sua vez,est ligado, como o prprio nome diz, aos prejuzos causados ao meioambiente. Ou seja, quando determinada empresa lana desejos nos rios,temos um caso de custo ambiental. Normalmente, os custos ambientais sovistos na parte de externalidades, que veremos, na aula 05, como uma falhade mercado. Como o conceito de custo ambiental no tem ligaes comescassez, logo, a alternativa falsa.Por fim, a assertiva (D) fala sobre o custo histrico. Bem, para ser sincera,nunca ouvi falar nesse tipo de custo. Procurei tambm na literatura bsicade economia, e at na mais avanada, e ningum falou sobre esse danadodesse custo histrico. Ento, acredito que ele nem exista! A banca colocouna prova apenas para apresentar uma pegadinha e deixar voc comdvidas.

    GABARITO: AlternativaB

    Exerccio 6(Economia, STM, 2011, Analista Judicirio, CESPE) A respeito dosconceitos bsicos da teoria econmica, julgue os itens subsequentes.

    Quando pessoas altamente qualificadas e bem pagas sedispem a pagar mais caro por bens e servios entregues emdomiclio, para evitar filas em lojas e supermercados, observa-se um comportamento que reflete o fato de que essesindivduos se confrontam com um custo de oportunidade dotempo mais baixo.

    Para responder essa pergunta, ou ainda, antes de responder essa questo,eu te fao uma pergunta:

    Voc acha que a Madonna faz faxina na casa dela?

    Voc possivelmente respondeu: No, porque ela rica!

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    De fato, ela rica (acredito que ningum duvida disso), mas no essa ajustificativa econmica que eu estou procurando.

    Veja, o que explica a razo da Madonna no fazer faxina ou quaisquerservios do lar no o fato de ser rica ou no, mas, apenas, o custo deoportunidade! Ora, o tempo que ela gasta fazendo faxina, ela poderia, porexemplo, estar dando uma entrevista e ganhando muuuiito mais do que elaeconomizaria no pagando a diarista.

    Vamos a um exemplo:

    Imagine que, ela pague, por uma hora de limpeza domstica,aproximadamente US$ 50,00. Imagine ainda que com essa mesma hora elapossa ela possa dar uma entrevista e faturar US$ 50.000,00. Nesse caso, ocusto de oportunidade da Madonna quando ela decide organizar a casa deUS$ 50.000! Ou seja, ela deixou de ganhar 50.000 pilas (j diriam osamigos gachos), para economizar US$ 50,00! No parece nada razovel,

    no ?Nesse caso, quanto maior for o valor da hora de uma determinada pessoaquando ela faz aquilo que tem maior conhecimento, maior o custo deoportunidade dessa pessoa quando ela opta por fazer outras atividades!

    Vamos conversar ainda um pouco mais sobre o mundo das celebridades:

    Recentemente, fizeram uma pesquisa para saber se caso Bill Gatesencontrasse uma nota de US$ 100,00 no cho, se valeria ou no a penapegar esse dinheiro! Sabe o que se observou com essa pesquisa? Que se oBill Gates se abaixar e pegar essa grana, ele vai deixar de ganhar muitomais do que o que ele acabou de recolher na rua! Ou seja, para o Bill, prefervel que ele continue caminhando a pegar o dinheiro!

    Custo de oportunidade, meus queridos!

    Depois dessas estorinhas ficou fcil responder a questo, no ?

    Para responder essa questo, simples: Quanto mais qualificada for apessoa, maior ser o seu custo de oportunidade. Na questo, afirmadoexatamente o contrrio! Ento, pode marcar a, ela falsa!

    GABARITO: FALSO

    Exerccio 7(BASA, Economista STM, 2010, CESPE) Considere que o estado doPar pode produzir, em um ano, 200 milhes de sacas de castanha-do-par ou 600 milhes de sacas de aa, ou uma combinao dessesdois produtos. O estado do Maranho pode produzir 200 milhes desacas de castanha-do-par ou 200 milhes de sacas de aa , ou uma

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    combinao desses dois produtos. A partir dessas informaes,julgue os itens que se seguem.

    Os custos de oportunidade da produo de uma saca decastanha-do-par para os estados do Par e Maranho sero,

    respectivamente, iguais a 1/3 de saca de aa.

    A nossa ltima questo , possivelmente, a mais complicadinha. Mas, nocriemos pnico! Vamos resolver juntos porque se cair na prova, voc jsabe!

    Vamos por partes, primeiro, vamos compreender os custos de oportunidademarcados acima atravs de uma tabela para facilitar as nossas vidas!

    ProdutoQuantidade (milhes de saca)

    Par Maranho

    Castanha-do-Par 200 200

    Aa 600 200

    Compreendidas as informaes, vamos assertiva:

    Ela pede os custos de oportunidade para os dois estados quando daproduo da castanha-do-Par!

    Vamos ver, primeiro, para o estado do Par. Para essa UF, cada vez que seproduz uma saca de castanha-do-Par, deixam de ser produzidas 3 sacas deaa. Assim, fazendo uma razo, temos o seguinte:

    1 saca de castanha / 3 sacas de aa.Nesse caso, de fato, a razo de 1/3.

    Para o caso do Maranho, contudo, podemos ver que essa razo no vlida, j que para cada saca produzida de castanha, deixa-se de produzir 1saca de aa. Nesse caso, a razo de 1!

    Ou seja, a alternativa est incorreta! Na verdade, como acabamos de ver, asrazes que medem o custo de oportunidade sero de 1/3 e 1 para osestados do Par e Maranho, respectivamente.

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    GABARITO: FALSA

    Com essa questo, finalizamos a parte mais introdutria de economia!

    2. Entendendo o funcionamento de uma economia

    2.1. O fluxo circular da riqueza

    No concurso para Agente da Polcia Federal, agora com edital novo, ficabastante clara a necessidade de compreender as interaes entre os agenteseconmicos a fim de melhor compreender as intervenes governamentais.Embora no seja pedida diretamente a compreenso grfica do que ocorreem uma economia, uma vez entendida a direo e o que ocorre em cadamercado, voc no ter problemas para verificar o que acontece em toda aeconomia e poder analisar, com tranquilidade, se determinada assertiva daquesto est correta. Por isso, essa parte da nossa aula ser destinada a suacompreenso mais geral do que estudaremos ao longo das nossas cinco

    aulas. Uma vez compreendido esse mapa da mina, farei meno diversasvezes ao longo de todas as nossas aulas para que fique bem reforado epara que voc possa ter uma viso ampliada, ok?

    Para compreender a macroeconomia, precisamos, inicialmente, saber oque um modelo: um modelo como um mapa; ele ilustra a relao entreas coisas. Assim como um mapa no mostra todos os detalhes da paisagem,omitindo rvores, e pontos menos relevantes, o modelo simples no podermostrar tudo que acontece na complexidade de um sistema econmico4.Contudo, assim como o mapa nos leva ao local onde desejamos chegar, omodelo simples desenvolvido nessa parte permitir ter uma compreenso

    melhor das relaes econmicas.Para saber o que acontece em um sistema econmico, preciso, antes dequalquer coisa, compreender quais so os agentes econmicos que atuamnesse sistema. Um agente econmico, como j vimos, uma pessoa ouentidade que toma decises econmicas. Em uma economia simplificada,dizemos que existem quatro agentes econmicos: as famlias (que buscammaximizar o nvel de satisfao atravs de um processo de otimizao), asfirmas ou empresas (que buscam maximizar os lucros tambm atravs deum processo de otimizao), o governo (que busca maximizar o bem-estarsocial) e o resto do mundo (uma representao dos trs agentes citados

    que no esto dentro do territrio em anlise).Esses quatro agentes interagem em espaos chamados mercados. Assim,apenas reforando, um mercado um local, fsico ou no, no qual agentes

    4Sistemas Econmicos so arranjos historicamente constitudos, a partir dos quais os agentes econmicos so

    levados a empregar recursos e a interagir via produo, distribuio e uso dos produtos gerados, dentro demecanismos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos at asformas de atuao, as funes e os limites de cada um dos agentes.

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    econmicos procedem troca de bens por uma unidade monetria ou poroutros bens. Em uma economia, existiro trs mercados-chave: bens eservios (onde so comercializados os bens destinados ao consumo final),Fatores Produtivos (onde so comercializados fatores necessrios produo, como trabalho, terra e capital) e ativosfinanceiros.

    Em uma economia, os quatro agentes (famlias,empresas, governos e resto do mundo) interagemem trs mercados: bens e servios, fatoresprodutivos e ativos financeiros.

    Antes de estudar a economia acima descrita, iniciaremos analisando umaeconomia mais simplificada: uma situao em que s existem dois agentes:famlias e empresas (economia fechada no h comunicao com oresto do mundo e sem governo); e apenas dois mercados: bens e

    servios e fatores produtivos, conforme mostrado na figura abaixo,denominada de fluxo circular da riqueza.

    Figura 1: Fluxo econmico para o caso de uma economia fechada e semgoverno.

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    De forma simplificada, nesse fluxo circular da riqueza, as famlias soproprietrias de fatores de produo (terra, capital e trabalho) e osfornecem s firmas, atravs do mercado dos fatores de produo. Asfirmas combinam os fatores de produo e produzem bens e servios, queso fornecidos s famlias por meio do mercado de bens e servios. Essas

    so as transaes formam os fluxos reais, descrito na figura em vermelho.Assim, as firmas produzem bens e servios e os ofertam no mercadode bens e servios. Esses produtos sero adquiridos pelas famlias que,para poder pagar por esses bens, precisam ofertar seus fatores sempresas. Assim, a terra, o capital e o trabalho, que so de propriedade dasfamlias, sero utilizados pelas empresas para produzir bens e servios quesero consumidos pelas famlias.... Seguindo um fluxo indefinido que seretroalimenta.

    Para cada elo do fluxo real, descrito acima, existe um fluxo monetrio. Osfluxos reais possuem uma contrapartida monetria, ou seja, so efetuadospagamentos na moeda corrente: as firmas remuneram as famlias quandoadquirem os fatores de produo, e as famlias pagam as firmas peloconsumo dos bens e servios produzidos. Essas operaes compem o fluxomonetrio. Percebe-se que toda renda dos agentes se deve a algumacontribuio sua no processo produtivo. Por isso, o fluxo econmico tambm denominado de fluxo circular da renda. Esse fluxo monetrio representado em azul na figura.

    Logicamente, voc percebe que esse modelo no condiz com a nossacomplexa realidade, mas ele cai na prova, viu (veremos como, nosexerccios)?! No comum encontrarmos economias fechadas, sem o

    contato com o resto do mundo, e ainda mais improvvel encontrar umaeconomia sem governo. Por isso, embora bastante simplificado, o fluxoacima descrito no se reporta a uma realidade factvel.

    Observando isso, comearemos a tornar o nosso modelinho mais completo.Comeando, adicionaremos o agente GOVERNO na anlise. Nessaeconomia, conforme voc observa na figura 2, o governo no secomunica diretamente com as empresas. O nico contato que o agentegoverno estabelece com o outro agente, famlia. Esse fato deve serlevado em considerao, pois, o governo deseja maximizar, entreoutras coisas, o bem estar social.

    Para atingir a esse objetivo, o governo deve tirar recursos dasfamlias ricas (atravs dos impostos) e destinar s pobres (atravsdas transferncias governamentais), sendo desnecessrio o contatodireto com as empresas.

    Alm de tributar e transferir recursos, o governo atua ainda na economiaatravs das compras governamentais de bens e servios realizadas

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    no mercado de bens e servios. Note que, nessa economia, o governono atua no mercado de fatores (veremos como isso acontece na aula01).

    Uma coisa que voc poder notar posteriormente, que a nica forma que ogoverno tem de se comunicar com as empresas atravs do mercado de

    bens e servios. Como, nessa economia hipottica, o governo no atua nomercado de fatores, poder fazer essa ligao com as firmas atravs daimposio de impostos sobre os bens (no sobre os rendimentos auferidospelas empresas) ou ainda impondo preos mximos ou mnimos, alm detarifas e subsdios. Um ltimo ponto que se pode considera a respeito daexistncia do governo e de seu contato com as empresas, diz respeito scompras governamentais, pois o governo tambm compra! Ele adquire osbens e servios providos pelas empresas quando deseja realizar uma obrapblica, por exemplo. Tudo isso pode ser visto na figura abaixo:

    Figura 2: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e comgoverno

    Agora, a nossa economia comea a ficar um pouco mais alinhada com o queacontece nos sistemas econmicos mais complexos.

    Veja que, s com esses pontos iniciais, ns j comeamos a compreendermelhor o Estado e suas funes econmicas governamentais (reduo dadesigualdade de renda) assim como a atuao do governo na economia(atravs de impostos, transferncias e compras governamentais).Logicamente, como foi dito anteriormente, essa uma verso bastante

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    introdutria, nada muito complexo. Na aula que vem, vamos entrar fundonesses conceitos.

    Dando continuidade, precisamos verificar o surgimento do agente resto domundo na nossa economia, at porque a maioria esmagadora dos pases secomunica com outros pases. E como o resto do mundo se comunicacom a nossa economia? Atravs do mercado de bens e servios,comprando produtos nacionais e vendendo produtos de outrasnacionalidades. Assim, quando o resto do mundo adquire nossasmercadorias no mercado de bens e servios, estamos exportando e quandoo resto do mundo vende bens no nosso mercado de bens e servios,estamos importando. A figura 3 mostra o surgimento do resto do mundona economia.

    Figura 3: Fluxo circular da riqueza de uma economia aberta

    At agora, observamos que os quatro agentes se encontram,simultaneamente, apenas no mercado de bens e servios. Cabendo aomercado de fatores a interao entre empresas e famlias, apenas.

    O modelo at aqui formulado bastante complexo, mas no mostra atotalidade das relaes existentes entre os agentes. Isso porque at agoradesconsideramos a existncia de um mercado vital no sistema econmico: o

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    mercado financeiro ou de ativos financeiros5. Assim como no mercadode bens e servios, o mercado financeiro tambm conta com a presenasimultnea dos quatro agentes econmicos: as famlias atuam nessemercado enviando a parte da renda no consumida (a poupana privada), asempresas operam no mercado atravs da tomada de emprstimos para

    investimentos e a posterior emisso de ttulos da dvida e emisso de aes,enquanto o GOVERNO e o resto do mundo podem tanto tomar quandoconceder emprstimos ao sistema financeiro nacional. O fluxo circular dariqueza expandido mostrado na figura 4.

    Figura 4: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e comgoverno

    O fluxo circular da riqueza conecta os quatro setores da economia:famlias, firmas, governos e resto do mundo, atravs dos trs tipos demercados: os fundos fluem das firmas para as famlias na forma de salrios(remunerao do fator produtivo trabalho), juros (remunerao do fatorprodutivo capital), e aluguis (remunerao do fator produtivo terra),

    5O Mercado Financeiro formado por quatro segmentos de mercado:

    1. Mercado de Crdito: destinado, prioritariamente a fornecer recursos financeiros para asfamlias;

    2. Mercado de Capitais: destinado, fundamentalmente, a emisso de crdito para capital degiro das empresas;

    3. Mercado Monetrio: utilizado pelo governo para emitir moeda e fazer poltica monetria;4. Mercado Cambial: utilizado para a converso entre a moeda nacional e as demais moedas

    estrangeiras.

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    atravs do mercado de fatores. Depois de pagar os impostos ao governo ereceber do governo as transferncias, a famlia aloca a renda restante, ouseja, a renda disponvel, entre poupana privada e gastos com o consumo.Atravs dos mercados financeiros, a poupana privada e os fundos do restodo mundo so canalizados para gastos de investimentos das firmas, tomada

    de emprstimo pelo governo, tomada e concesso de crdito de estrangeirose transaes de estrangeiros com aes. Alm disso, os fundos fluem dogoverno e das famlias para as firmas, para pagar pela compra de bens eservios. Finalmente, exportaes para o resto do mundo geram um fluxo defundos que entra na economia e as importaes levam a um fluxo de fundosque sai da economia.

    Assim, quando se soma os gastos de consumo com bens e servios, osgastos de investimentos pelas firmas, as compras governamentais de bens eservios e as exportaes e, em seguida subtrai-se o valor das importaes,o fluxo total de riqueza representado por esse gasto o gasto total com

    bens e servios produzidos em um pas, uma varivel muito importante parauma economia, conforme veremos adiante. De modo equivalente, esse ovalor de todos os bens e servios produzidos no pas, isto , o ProdutoInterno Bruto (PIB) da economia.

    claro que isso aqui est, de fato, extremamente simplicado, mas, como euj tinha dito, isso faz parte da noo de modelo enquanto simplificao. Mas,disso tudo o que que, de fato, nos interessa em um primeiro estgio?

    interessante que voc saiba que, no mercado de bens e servios noexiste apenas um tipo de mercado, mas ALGUMASestruturas. So elas:Concorrncia Perfeita, Concorrncia Monopolstica, Oligoplio e

    Monoplio. Existem ainda outras, como o oligopsnio e o monopsnio,mas elas nunca caem na prova. H, ainda, o mercado contestvel, masns vamos falar sobre essa estrutura quando nos reportarmos ao mercadoem concorrncia perfeita. Alm disso, interessante que voc compreendacomo os consumidores e empresas atuam no mercado de bens e servios ecomo o governo pode influenciar esse mercado. Por fim, importante quevoc note que esses mercados podem ter falhas e que, quando essas falhasacontecem, cabe ao governo fazer intervenes atravs de um processoregulatrio!

    Viu como est tudo conectado desde o incio?

    Exerccio 8

    (Analista Judicirio Economia - STM, 2010) A respeito dosconceitos bsicos da teoria econmica, julgue os itens subsequentes.

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    No fluxo circular de bens e servios, as firmas demandamfatores de produo que so ofertados pelas famlias e, nesseprocesso, os fluxos monetrios vo das empresas para asfamlias.

    Vamos resoluo??

    Para responder a questo, basta dar uma olhada no fluxo circular da riquezaoriginal.

    Agora, vamos analisar ponto a ponto o que a questo afirma: primeiro elachama de fluxo circular de bens e servios, o que ns chamamos

    previamente de fluxo circular da riqueza Embora a nomeclatura sejadiferente, elas dizem respeito a mesma coisa, ok?Continuando, a questo afirma que as firmas demandam fatores deproduo que so ofertados pelas famlias. Pelo grfico acima, nspodemos perceber que isso verdade. Vamos conferir?

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    Pelo corte feito no fluxo, possvel ver que existem as setinhas vermelhas,que representam o fluxo real de fatores, saindo das famlias e entrando nasempresas. Ou seja, as famlias esto ofertando esses fatores e as empresasesto demandando (procurando) esses mesmos fatores. A explicao paraisso, como j vimos, que as empresas precisam desses fatores para queseja possvel realizar a produo dos bens e servios que sero ofertados sfamlias. As famlias, por sua vez, precisam ofertar esses fatores para queseja possvel adquirir os bens e servios que sero oferecidos pelasempresas.

    Um ponto importante aqui que voc no precisar,necessariamente, fornecer o fator para a empresa quevoc deseja comprar algo. Por exemplo, no porque euvou jantar na pizza hut que eu preciso, depois de jantar,

    lavar os pratos! Na verdade, eu presto meu trabalhopara outra(s) empresa(s) e, com o fluxo monetrio recebido pelo(s)meu(s) fator(es), posso adquirir bens e servios em quaisquer outroslugares! Esse formato de fluxo acabou por facilitar muito o processo detrocas. Ou seja, as pessoas no ficam mais amarradas s empresasque trabalham!

    Concluindo, a questo finalmente afirma que e, nesse processo, os fluxosmonetrios vo das empresas para as famlias. Como voc podeperceber, a questo est toda correta! Para notar isso, basta ver o sentido

    das setinhas azuis, saindo das empresas e entrando nas famlias!GABARITO: CERTA

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    Exerccio 9

    (ECONOMIA E ESTATSTICA IJSN/ES, 2010)

    O modelo do fluxo circular de renda possibilita mensurar o

    produto da economia pelas despesas ou pela renda. Na visodas famlias e considerando o fluxo circular da renda, a despesapara a aquisio de bens e servios equivalente ao valorrecebido pela venda dos bens e servios. Assim, produto =renda = despesa.

    A assertiva afirma que O modelo do fluxo circular de renda possibilita

    mensurar o produto da economia pelas despesas ou pela renda.At aqui, verdade. S para que voc compreenda, eu posso medir o PIB,Produto Interno Bruto de uma economia, utilizando trs ticas diferentes: aproduo propriamente dita, a despesa agregada e os rendimentos. Ouseja, de acordo com essa identidade, tudo que produzido ser compradopelos agentes econmicos (as famlias realizam consumo, as empresasfazem investimentos, o governo faz compras ou gastos governamentais e oresto do mundo compra as nossas exportaes) e, para que seja possvelexistir o processo de compras, preciso que os agentes econmicospossuam renda, seja ela proveniente de trabalho (salrio), do fator terra

    (aluguis) ou ainda do fator capital (juros). Considerando isso, podemosdizer que toda produo ser igual ao somatrio das despesas que, por suavez, ser igual aos rendimentos. Ento, aqui, tanto faz, por onde voc vaimedir o PIB, nesse caso, todos os caminhos levam a Roma!

    Dessa forma, AT AQUI, nada errado! Mas a questo continua...Na visodas famlias e considerando o fluxo circular da renda, a despesa paraa aquisio de bens e servios equivalente ao valor recebido pelavenda dos bens e servios. E eis que achamos o erro! Vamos ler,novamente, com cuidado?

    Veja que a alternativa diz que, para as famlias, a despesa para aquisio de

    bens (o consumo das famlias) ser equivalente ao valor recebido pela vendade bens e servios. Mas as famlias no vendem bens e servios!!! Alis, importante que voc note que quem vende bens e servios o agenteeconmico empresas, no famlia! Nesse caso, a alternativa est falsa, jque as famlias vendem (ou ofertam, com queiram) fatores produtivos! E a,por causa desse detalhe que passaria perfeitamente desapercebido, aquesto incorreta!

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    Finalmente, para terminar, a assertiva diz que: Assim, produto = renda =despesa. O que verdadeiro, conforme vimos anteriormente!

    GABARITO: FALSO

    A pergunta que voc pode estar se fazendo agora : quanto, no mximo,

    uma economia pode produzir? Para analisar isso, precisamos ter oconhecimento de uma fronteira muito importante na economia: a Curva depossibilidade de produo6.

    2.2. Curva de possibilidade de produo

    A curva ou fronteira de possibilidades de produo ilustra como aquesto da escassez impe um limite capacidade produtiva de umasociedade. Devido escassez de recursos, a produo total de um pas temum limite mximo. Esse estabelecido quando todos os recursosdisponveis esto plenamente empregados. A curva ou fronteira de

    possibilidae de produo mostra, o quanto, no mximo, ser possvelproduzir nessa situao.Imagine uma economia que produza, apenas computadores e automveis.Considere tambm que se todos os recursos forem utilizados na produo decomputadores, 3.000 unidades podem ser fabricadas, enquanto que seforem integralmente utilizados na produo de automveis sero capazes deproduzir 1.000 unidades.A figura abaixo mostra a produo mxima que esse determinado pasimaginrio pode fabricar. A produo de 3.000 unidades de computadores marcada, no grfico, pelo ponto A, enquanto que a produo de 1.000unidades de automveis marcada pelo ponto B.

    6 A Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produo um grfico que mostra ascombinaes de produto que a economia tem possibilidade de produzir dados os fatores deproduo e a tecnologia de produo disponveis.

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    Logicamente, um de determinado pas no precisa produzir s computadoresou s automveis, ele pode, por exemplo, escolher uma combinaointermediria entre esses dois extremos. Essa situao pode ser vista, porexemplo, no ponto C, em que essa determinada economia produz 2.200unidades de computadores e 600 unidades de automveis.

    importante que voc note que a seguinte combinao est situada nacurva de possibilidades de produo essa economia. Isso significa que, se asociedade escolhe produzir 2.200 unidades de computadores, os recursosque ficaro disponveis sero capazes de produzir no mximo 600 unidadesde automveis, e vice-versa. Nesse caso, o ponto C estar sobre a curva depossibilidade de produo, indicando que, assim como os pontos A e B, essasituao tambm eficiente, logo qualquer ponto ao longo da curva oufronteira de possibilidade de produo eficiente. Uma situaosemelhante ao ponto C pode ser vista quando essa economia produz 2.000computadores e 700 automveis.Um ponto importante que voc observe diz respeito a posio, ao longo dacurva, que determinada economia estar. Por exemplo, essa economiaproduzir 2.200 ou 2.000 computadores? Nesse caso, a produodepender dos objetivos de determinada economia. Imagine, porexemplo, uma outra economia que possa produzir armas e alimentos. Se

    essa economia estiver em guerra, possivelmente estar em um ponto emque produza mais armas e menos alimentos. J se estiver em uma situaode paz, produzir mais alimentos e menos armas. Assim, apenas reforando,o que determina em que ponto a economia estar est ligado aos objetivosestratgicos dessa economia.Vejamos uma combinao que se encontra alm dos limites impostos pelacurva, digamos 2.200 unidades de computadores e 1.000 unidades de

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