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Saiba como cuidar de seu bambuzal e reconhecer as espécies mais comuns.Porque cuidar do bambuzal?· É uma planta generosa, quanto mais se colhe mais produz;· É uma planta com grande potencialidade para recuperação de solo degradado e de mata nativa;· É abrigo para grande diversidade da fauna;· Colhendo-se as varas na idade adulta, permite-se a entrada da luz e do ar, o que favorece o melhor crescimento as varas mais jovens. Porque é importante identificar a espécie do bambuzal?Existem muitas espécies de bambu, sendo classificadas no mundo inteiro em torno de 1.300. No Brasil foram identificadas 232 espécies nativas.Cada espécie possui características químicas e físicas diferentes, o que implica numa diferenciação também de seu uso; Cada espécie merece um tipo específico de tratamento. Cuidado especial com a idade do BambuNa utilização para construções, a vara com idade entre 3 e 6 anos é ideal, pois neste período ela atinge alta resistência, devido ao processo de lignificação. Já para tecelagem e cestaria, a vara precisa estar mais maleável, com idade entre 8 meses e 1 ano e meio.

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  • Cartilha do Bambu - 1. Identificao e Manejo

    CARTILHA DO BAMBU

    VOLUME 1 - IDENTIFICAO E MANEJO

    Saiba como cuidar de seu bambuzal e reconhecer as espcies mais comuns.

    Porque cuidar do bambuzal?

    uma planta generosa, quanto mais se colhe mais produz;

    uma planta com grande potencialidade para recuperao de solo degradado e de mata nativa;

    abrigo para grande diversidade da fauna;

    Colhendo-se as varas na idade adulta, permite-se a entrada da luz e do ar, o que favorece o melhor crescimento as varas mais jovens. Porque importante identificar a espcie do bambuzal?

    Existem muitas espcies de bambu, sendo classificadas no mundo inteiro em torno de 1.300. No Brasil foram identificadas 232 espcies nativas.Cada espcie possui caractersticas qumicas e fsicas diferentes, o que implica numa diferenciao tambm de seu uso; Cada espcie merece um tipo especfico de tratamento. Cuidado especial com a idade do Bambu

    Na utilizao para construes, a vara com idade entre 3 e 6 anos ideal, pois neste perodo ela atinge alta resistncia, devido ao processo de lignificao. J para tecelagem e cestaria, a vara precisa estar mais malevel, com idade entre 8 meses e 1 ano e meio.

    TIPOS DE CRESCIMENTO DO BAMBU

    ESPCIES ENTOUCEIRANTES

    Reproduo por rizomas curtos, que crescem de uma base comum, a planta-me, formando moitas. Gneros mais conhecidos: Bambusa, Dendrocalamus e Guadua.

  • ESPCIES ALASTRANTES

    Reproduo por rizomas longos, que crescem em diversas direes, configurando o aspecto de um bambuzal com varas dispersas. prefervel plant-las prximos a barreiras naturais como crregos e estradas. Pode-se criar barreiras artificiais, por exemplo, construindo valetas, ou paredes subterrneas. Gneros: Phyllostachys, Arundinaria e Sasa. (ver imagem 2)

    ETAPAS DO MANEJO

    A poca do corte e a idade do colmo definiro a sua durabilidade, ou seja, a sua resistncia ao ataque dos insetos (broca, caruncho, cupim, etc). Pode-se considerar que o corte o primeiro tratamento, no entanto dependendo do uso que se dar ao bambu outros tratamentos se faro necessrios. Oportunamente este assunto ser abordado com mais profundidade. 1. A poca ideal para corte a ps-brotao, pois os indivduos mais jovens do bambuzal j completaram seu crescimento em altura e por isso concentram em si grande parte dos nutrientes. Este crescimento se d em torno de 3 a 4 meses a partir do surgimento do broto. Aps 6 meses os brotos j atingiram suas alturas e espessuras mximas e comeam a ramificar e realizar fotossntese. Passam ento a integrar a famlia e

  • alimentar os prximos brotos. Durante o primeiro e segundo ano o colmo ter um talco (slica) e bainha (folha

    marrom) prxima do n e a partir do terceiro ano, ele j apresenta uma cor verde-escura, perde as bainhas e est apto a ser cortado. (ver imagem 3)

    2. Colhe-se de preferncia no inverno (meses sem a letra r , ou seja: maio, junho, julho e agosto) e na lua minguante, quando as plantas tm ndices mais baixos de absoro solar e por isso acumulam menos seiva. Evita-se tambm o perodo chuvoso. 3. O horrio ideal para corte num bambuzal antes do amanhecer; caso isto no seja possvel, preferir as primeiras horas da manh. 4. O corte de qualquer tipo de bambu sempre realizado logo acima do primeiro n (mais prximo da base), onde os colmos tm maior resistncia e de maneira a no deixar um copinho no toco que permanece no solo. Este efeito de copinho extremamente prejudicial ao bambuzal, visto que o local ir acumular gua e

    apodrecer, comprometendo a sade de toda a moita. Portanto, cortar sempre deixando o topo fechado. (ver imagem 4)

  • 5. Ao serrar a vara de bambu, cuidar para no rachar a mesma. Para isto, utilizar preferencialmente serrote de dentes finos (ver imagem 5). bom sempre observar a direo natural para a qual a vara est pendendo e realizar o corte neste sentido, ou seja, serrar 2/3 da vara no sentido para qual est pendendo, e 1/3 no sentido contrrio para que no lasque aquele lado da vara quando o bambu comear a cair. Logo que abatida, a vara deve permanecer no bambuzal, mantendo-a com suas folhas e galhos na posio vertical durante o perodo de secagem (2 a 3 semanas). Ela pode estar apoiada nas varas vizinhas ou sobre uma pedra ( importante assegurar que a vara no esteja em contato direto com o solo para no absorver umidade). O perodo de secagem importante para obteno de resistncia e durabilidade, especialmente para as espcies de dimetro mais grosso.

  • 6. Ao realizar o transporte das varas, pode-se eliminar os galhos (corte em direo ao topo da vara). Nesta etapa, pode-se tambm cortar as varas em tamanho menor, dependendo de sua futura utilizao.

    BAMBUZAIS COMUNS EM SANTA CATARINA

    Bambusa tuldoides (Taquara ) (ver imagens 6 e 7) Tipo: entouceirante Dimenses: altura 12m; dimetro 6cm. Tem paredes grossas, mas uma pequena quantidade de amido. Por ser bastante linear e ter alta resistncia mecnica utilizado para diversos fins inclusive na construo.

  • Bambusa vulgaris (Bambu-au) (ver imagem Tipo: entouceirante Dimenses: altura 20m; dimetro 12 cm. suscetvel ao ataque de pragas por ter alto teor de amido, por isso pouco utilizado na movelaria, artesanato e na construo. mais adequado utiliz-lo na produo de lcool, carvo e de papel.

    Phyllostachys aurea (Cana-da-ndia) (ver imagens 9 e 10) Tipo: alastrante Dimenses: altura 6m; dimetro 6cm. utilizado para varas de pescar, movelaria e artesanato devido a sua grande resistncia ao ataque de pragas efacilidade de ser curvado quando submetido ao calor.

  • COMPARATIVO DOS COLMOS AS ESPCIES MAIS COMUNS EM SANTA CATARINA (ver imagem 11)

  • Conhea a BambuSC Florianpolis conta com um grupo de pessoas que se prope a aprender e a divulgar conhecimentos sobre bambu, visando desenvolver uma cadeia produtiva sustentvel deste recurso natural to apreciado pela maioria, mas ainda to pouco estudado e aproveitado. O grupo nasceu em maro de 2004, durante um curso (ver imagem 12) sobre o tema bambu, dentro de uma proposta de aprofundamento dos conhecimentos atravs de grupo de discusso da Internet e de reunies mensais, que facilitam a integrao de seus participantes. As reunies aconteciam em datas pr-fixadas e em locais cedidos por outras entidades. O grupo conseguiu despertar o interesse do CEFET - Centro Federal de Educao Tecnolgica, que desde outubro de 2004 estabeleceu uma parceria, permitindo o uso de suas instalaes de ensino para palestras, cursos, eventos e reunies, em troca de conhecimentos sobre bambu. Em maio 2005, o grupo tornou-se uma entidade jurdica, sem fins econmicos, conhecida como Associao Catarinense do Bambu, ou simplesmente BambuSC, ampliando as suas responsabilidades e permitindo a realizao de cursos (imagem 13 e 14), atividades prticas como colheitas de brotos e colmos de bambu em mutiro (ver imagens 15 e 16), palestras, exposies (ver imagem 17) e a aproximao com entidades como UFSC, EPAGRI, SEBRAE e BRDE.

  • As reunies mensais so abertas ao pblico e sempre acontecem na segunda segunda-feira do ms, das 19 s 21 horas, em locais previamente determinados. Nas reunies so discutidas novas propostas de atividades e projetos especficos do grupo, notcias sobre bambu em SC e outras partes do pas e do mundo, troca de experincias individuais em bate-papo coletivo, entre outros temas.