guia do ilustrador

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Ricardo Antunes com revisão de:  Angelo Shum a n, B eníc io, Eduardo Sc ha a l, Gonzalo Cárcamo, José Alberto Lovetro/Jal, Kako, Montalvo Machado, Mozart Couto, Orlando Pedroso e Rogério Vilela (Inclui trechos e adaptações autorizadas do “Manual do Estagiário” de Eugênio Mohallem) revisão jurídica de Dr. Eduardo Pimenta

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Guia Do Ilustrador

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  • 5/26/2018 Guia Do Ilustrador

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    Rica r d o An tun e s

    co m r e vis o d e :

    A n g e lo Sh u m a n , Be n cio , Ed u a r d o Sch a a l,G o n z a lo C r ca m o , J o s A lb e r to Lo v e tr o / Ja l,

    Ka k o , M o n ta lvo M a ch a d o , M o z a rt Co u to ,O r la n d o P e d r o s o e Ro g r io V ile la

    (In c lu i tr e ch o s e a d a p t a e s a u to r iz a d a sd o M a n u a l d o Es ta g i r io d e Eu g n io M o h a lle m )

    r e v is o ju r d ic a d e D r. Ed u a r d o P im e n ta

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    PREFCIO

    O Guia do Ilustrador um documento elaborado por 11 ilustradores profissionais(alm da ajuda extra de outros 4 profissionais).

    Completamente gratuito, compartilha dcadas de experincia para ajudar osilustradores a se tornarem melhores profissionais, mais bem organizados e unidos.

    um Guia bastante prtico de sobrevivncia na selva.

    Por enquanto este Guia estar disponvel na internet somente em sua verso PDF.

    No futuro poder haver uma verso impressa, e quem sabe assim uma versoilustrada.

    Tentamos fazer um Guia o mais completo possvel, no entanto sempre podem surgirinformaes adicionais ou notcias atuais de interesse geral, e estas informaesextras iro constar no site oficial do Guia.

    Por isso consulte o site periodicamente, dessa forma o Guia do Ilustrador e o siteoficial sero duas ferramentas importantes de ajuda no seu trabalho.

    www.guiadoilustrador.com.br

    ATUA LIZA ES

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    1 - IN TRO DUO

    1 - IN TRO DUO

    Minha me dizia que eu tinha jeito para desenho, e resolvi tentar ganhar dinheiro comisso...

    Normalmente assim que muitos ilustradores comeam a carreira, e muitos se deram bem,o que leva a crer que, na maior parte das vezes as mes esto mesmo certas.

    Mas ser ilustrador no depende s da vontade, do talento e do empurro inicial da me,depende tambm de dedicao, de persistncia e pacincia, de muito estudo, da necessidadede ler e ver muito sobre arte, cinema, literatura, cultura geral, alm de conhecimento tericoe prtico do rabisco.

    No entanto, revendo a profisso de ilustrador de 50 anos para c, se percebe que a evoluodas tcnicas permitiu uma facilidade crescente no trabalho: nos anos 40/ 50 para trs eraa tinta leo e o guache, tudo no pincel; nos anos 70/ 80 veio em fora a ajuda do aergrafo;e no meio dos anos 90 o computador.

    Ahhh... o computador! Enquanto o aergrafo era a tbua de salvao de muitos ilustradoresno passado, o computador ento se tornou questo de vida ou de morte para alguns hojeem dia, pois a facilidade e os diversos programas e filtros permitem que cada vez maispessoas expressem o que quiser, mesmo sem nunca antes ter pego em um lpis na vida.

    Isso permitiu a entrada rpida de muita gente nesse mercado, queimando etapas, fazendocom que muitos ilustradores entrem na rea quase como um Miojo, de forma instantnea,muitas vezes sem qualquer conhecimento sobre o assunto, ou ento profissionais que porpuro acidente no tiveram o acesso necessrio informao para uma melhor formaoterica e prtica.

    Para agravar a situao, a profisso do ilustrador no regulamentada. Em termos jurdicosela simplesmente no existe, e conseqentemente no existem tambm escolas, faculdadesou cursos de formao profissional de ilustrador. Apenas cursos de arte onde se ensinamas tcnicas de desenho e pintura, sem nunca se falar da postura profissional.

    Assim, o incio de todos os ilustradores, todos sem exceo, se d de forma amadora eimprovisada, devido mais absoluta falta de orientao profissional.

    E dessa situao, depois de muita conversa entre centenas de ilustradores, se percebeu anecessidade de um guia. Algo que servisse para orientar os iniciantes, dar mais embasamentopara os que j esto h algum tempo no mercado e estabelecer uma relao mais homogneaentre todos os profissionais.

    Esse guia, no entanto, no tem a inteno de servir de regra ou lei em que todos deveriamseguir religiosamente feito monges enclausurados, chicoteando as costas ao menor desvio.Ser apenas isso, um guia, onde cada um tem a liberdade de trabalhar como quiser, masagora consciente do que pode ou no ser adequado.

    Espero que assim, somado ao talento, os ilustradores possam ser um grupo mais unido,coeso e informado.

    Ricardo Antunes

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    2- O QUE ILUSTRAO?

    A definio geral que se poderia encontrar em dicionrios que ilustrao todaimagem, desenho ou foto, que serve para ilustrar algo, normalmente um texto, de

    forma a facilitar a sua compreenso.Foto? Sim, foto tambm uma imagem, e consequentemente pode servir parailustrar algo, portanto tambm uma ilustrao. Mas com o tempo, e para seevitar confuses, convencionou-se chamar "foto" de foto mesmo, e "ilustrao"passou a designar o desenho, independentemente da tcnica de acabamento.

    Assim, foto e ilustrao servem mesmo para se acompanhar um texto ou servir decomplemento de informao.

    diferente de uma pintura ou de uma obra de arte, como h em galerias, em

    paredes e exposies, porque serve a um propsito, a uma solicitao, um cliente,ou para comunicar uma idia ou conceito atravs de uma linguagem no-verbal.

    A diferena da obra de arte, ou fine arts, como alguns chamam, que nas artesplsticas a obra no necessita de um propsito especfico, algo interpretativo,e muitos artistas realmente contam com a sensibilidade do espectador para queele interprete como quiser. A comunicao mais receptiva do que transmissiva.

    Na ilustrao o contrrio, existe uma mensagem clara e definida, que precisaser comunicada e recebida conforme o ilustrador a concebeu. Podem havermetforas, comparaes, snteses, mensagens subliminares, e at um certo nvelde mensagem cifrada, cdigos de comportamento ou regionalismos, um "sotaque"entre aspas, mas o artista neste caso quer que o espectador entenda o que elequis dizer.

    Mas o fato da ilustrao ser feita sob encomenda no significa que no seja umaobra de arte, apenas uma outra forma de expresso dentro das artes plsticas.

    Algumas das mais belas obras de arte universal so, na verdade, ilustraes delivros. As gravuras de Gustave Dor so ilustraes para a Divina Comdia deDante. Botticelli tambm havia feito ilustraes para o mesmo livro muitos anos

    antes, assim como William Blake e Salvador Dali, em verses mais recentes.Desde os pergaminhos egpcios, passando pelo Livro de Kells at as histrias emquadrinhos atuais feitas por Bill Sienkiewicz so exemplos de artes plsticas domais alto nvel.

    Toulouse Lautrec e Alphonse Mucha eram ilustradores, receberam encomendas,todas com briefing, e hoje tudo o que produziram esto entre as mais belas obrasde arte.

    Portanto, a ilustrao uma forma de expresso artstica que existe para comunicar,

    complementar textos e tornar a vida bem mais atraente.

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    3- GUIA DO ILUSTRADOR

    O PRIN CPIO DA VIDA

    H uma caracterstica muito forte na carreira do ilustrador que pouqussimas

    profisses tm: todas os ilustradores, sem exceo, acabam optando por essacarreira acima de tudo por p a i x o .

    S isso j meio caminho andado para uma carreira bem sucedida, mas importante haver uma base slida para que essa paixo no se perca pelo caminho.

    No adianta esconder, a carreira de ilustrador, tal como qualquer outra nos diasde hoje, sofre diversos tipos de presso e dificuldades, no entanto um profissionalbem formado ter mais chances de ser bem sucedido, e para isso necessrioque se prepare muito antes de se lanar no mercado.

    Essa preparao passa por vrios contextos: preciso antes de mais nada cuidarde uma boa formao terica e prtica.

    COM UM P NAS ARTES

    Tomar gosto por artes plsticas, literatura, cinema, teatro, quadrinhos... a formaocultural de um ilustrador ser preciosa durante a sua carreira, pois como se vermais adiante o ilustrador no s aquele rapazinho bom de lpis que sabe pintarum pouco. Ser necessrio pensar, criar e conceber bem idias, muitas vezescomplementando a criao de outros.

    Tudo isso s ser possvel atravs de uma fo r m a o cu ltu r a lslida.

    Cursos de formao, workshops, palestras, tudo isso ajuda. Acompanhar a carreirade ilustradores profissionais tambm, que serviro sempre como grandes exemplos,alis isso uma constante mesmo entre os que j esto firmados no mercado, atroca de informao entre profissionais sempre frequente e enriquecedora paratodos.

    Assim, com certeza o futuro profissional do ilustrador ser fortalecido e receberuma injeo de vitalidade constante, fazendo com que a profisso seja sempre

    algo prazeiroso, apesar das dificuldades naturais de qualquer carreira.N IVELAN DO PO R CIMA

    Ter toda essa formao cultural, intelectual e artstica dar ao ilustrador a seguranade ser um bom profissional e a possibilidade de se destacar no mercado, vistoque hoje em dia o computador tem nivelado por baixo o padro de qualidadede muitos ilustradores iniciantes (e muitos que j esto no mercado).

    O computador uma excelente ferramenta, mas no vai fazer tudo por voc, novai criar t a len to por voc, e acima de tudo, no vai p e n s a r por voc. Infelizmentemuitas vezes no bem isso o que se v por a...

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    DO IN ICIAN TE AO ESTRELATO

    Comear a carreira de ilustrador quase to difcil quanto arrumar vaga deastronauta na Nasa. E a vida dos astronautas mais fcil, porque o Universo infinito, enquanto que trabalhar em ilustrao a concorrncia enorme, por issono bobeie e muita ateno ao Primeiro e Fundamental Mandamento do IlustradorIniciante.

    PRIMEIRO E FUN DAM EN TAL MA N DAM EN TO DO ILUSTRADO R IN ICIAN TE:

    N o se ja m a la .A menos que voc queira uma vaga na Samsonite. O mercadoonde se utiliza a ilustrao um mundinho pequeno, uma rea onde todos seconhecem. Se o rtulo de "mala" grudar em voc e se espalhar, voc estaracabado antes de comear.

    Sabe aqueles telefonemas de telemarketing empurrando um produto que voc nodeseja? Quanto mais insistentes forem no telefone, menos voc vai querer esseproduto.

    Lembre-se disso quando quiser marcar uma entrevista, ou ento se caso conseguiua entrevista e mostrou o portfolio, no seja insistente querendo saber se gostaramou se tem trabalho, tudo tem de acontecer naturalmente.

    J P REPAREI O M EU PO RTFO LIO . P O SSO IR EM FREN TE?

    Calma, nada de pnico nesse momento. Antes de mais nada importante saberpreparar bem um portfolio, porque muitos ilustradores, iniciantes ou no, cometemuma poro de erros na hora da apresentao, o que compromete muitas vezesa qualidade do prprio trabalho.

    Apresentar um portfolio envolve duas coisas bsicas: os trabalhos em si e a formada apresentao, e os dois tm de andar agarrados um no outro feito casal emlua de mel.

    Uma m apresentao pode comprometer trabalhos de boa qualidade, assimcomo uma tima apresentao no salva trabalhos fracos, por isso precisodedicar ateno especial aos trabalhos e apresentao.

    EXISTE VIDA AN TES DO PO RTFO LIO ?

    Um portfolio no nasce do dia para a noite, assim num piscar de olhos. Ele oresultado de um trabalho que comea muito antes, que envolve muito estudo, muitaformao cultural e artstica, muita dedicao, treino e muita leitura.

    Este no um guia de formao, mas sem uma slida base artstica e culturaladequada voc no vai longe. Lembre-se: o seu portfolio refletir a sua f o r m a o .

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    PREPARAN DO O PO RTFO LIO

    Uma ilustrao boa ser sempre boa, mas uma apresentao i m p e c v e lajudarmuito mais. E h vrias maneiras de apresentar.

    Se for apresentar originais feitos em papel ou impressos, uma boa sugesto comprar um portfolio profissional, daqueles tipo pasta. Existem vrias marcas nomercado, e no final deste guia, nos links indicados, existe uma tima sugesto.

    Se for apresentar em imagens digitais, a sugesto fazer um CD ou uma p g i n an a in t e r n e t. Nos dias de hoje uma pgina na net pode ser mais eficiente, j queno exige que ningum tenha de ficar guardando seus CDs, lembrando depoisonde enfiou com mais outros 500 CDs que aparecem diariamente nas agnciasou editoras.

    PECADO MO RTAL

    Nunca, jamais, em tempo algum mande um portfolio inteiro por e-mail para umdiretor de arte sem que ele tenha pedido, e muito menos sem ele estar espera.Alm de entupir a caixa postal dele com algo que no pediu, vai parecer s p a m(aqueles anncios indesejados que aparecem na nossa caixa de e-mail sempedirmos)... e todos odeiam de morte spam.

    Coloque no portfolio somente ilustraes de s u a a u to r ia , nada de cpias deilustraes j publicadas ou feitas por outros, a maioria dessas ilustraes soconhecidas. prefervel uma ilustrao que no foi veiculada, feita s para vocdo que uma cpia do que j foi feito.

    E se ainda assim quiser colocar algo que foi copiado, ento a v i s e , nunca tentevender como sendo um original seu.

    O portfolio deve ser a ltima trincheira da moralidade. Uma pequena picaretagemaqui e voc est queimado. E pode acreditar: mais cedo ou mais tarde (geralmentemais cedo) tudo se descobre. Como j se disse, as reas da publicidade e doeditorial so um mundinho.

    CUIDADO COM PORTFOLIO FOLCLRICO

    Tem gente que coloca 200 ilustraes e todas sem muito contedo, apenas paraimpressionar, e ainda quer explicar detalhadamente pea por pea.

    Lembre-se que voc est tomando o t e m p o do cliente, por isso seja claro naapresentao, e com uma quantidade de trabalhos que no exija uma pausa para

    comprar pipocas.

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    Cuidado tambm com ilustraes que no tm muito a ver com a rea em que vaise apresentar. Ter a ilustrao de um ou outro Conan ainda vai, mas vender sesse tipo de ilustrao numa agncia de publicidade no vai dar muito retorno.O mesmo aconteceria numa editora de livros infantis, por isso tente ser coerente,e se possvel, variado no tema.

    Se pretende trabalhar com uma editora em especial, antes de levar os seu portfoliopasse numa banca, compre algumas revistas deles e veja o tipo de ilustrao quecostumam usar, isso pode ser til para voc evitar um choque de interesses.

    Se voc domina vrias tcnicas e estilos, timo, mas evite a c o n f u s o misturandoestilos, e no tente se exibir como showman. A sugesto apresentar de formasegura alguns trabalhos de cada tcnica e o r g a n i z a d o spor grupos.

    Se voc tem uma s tcnica ou estilo, ento tente encontrar um fio condutor para

    a apresentao (por temas, por clientes, por produtos, etc).

    Voc j ganhou um prmio? timo, parabns, mas no precisa colocar o diplominhana pasta. forada de barra, do tipo "Eu ganhei prmio com esta ilustrao, vocvai ter coragem de no ach-la genial?"

    O profissional que v portfolios em geral j tem um critrio desenvolvido e sabeavaliar as peas independentemente de sua performance em premiaes. Se eletiver critrio, o tal diploma desnecessrio. Se no tiver, para que voc quer seapresentar a ele?

    POR LTIMO: lim p e z a e h ig ie n e g e r a l, please. Lembre-se, ilustrador trabalhabasicamente com a r te , b e le z a e b o m g o s to , e ningum gosta de algum sem banhotomado, desorganizado ou sujo. Isso tanto no sentido pessoal do ilustrador quantono trabalho.

    Nunca se esquea disso: N in g u m t e m u m a s e g u n d a ch a n ce d e ca u s a r u m ap r im e i ra b o a im p r e s s o .

    A IMPO RTN CIA DA PRIM EIRA ILUSTRAO

    Em geral, a primeira ilustrao do portfolio o que classifica voc. a famosap r im e ir a i m p r e s s o . Se a primeira ilustrao for boa, as que se seguirem voapenas ter que reforar isto. Se for ruim, caber s outras a herclea tarefa dereverter uma m impresso inicial. Viu a responsa? Viu a diferena? Carinho coma primeira ilustrao.

    Idealmente, a primeira ilustrao deve produzir a seguinte sensao em quem vo portfolio: "Epa! Aqui tem coisa. Deixa eu ver se tem mais". Pea opinio de

    colegas, promova uma votao secreta na sua casa, pergunte ao zelador doprdio, mas no erre na primeira ilustrao.

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    UMA DICA BACANA:tente apresentar seus trabalhos em o r d e m c r o n o l g i c a ,comeando pelos mais antigos e terminando pelos mais recentes, com certeza serperceptvel a sua evoluo tcnica e terminar com uma sensao de atualidade.

    UMA DICA MAIS BACANA AINDA : aqui fica uma sugesto de como montar umportfolio que impressiona. Comece dispondo os suas ilustraes numa fila crescentede qualidade. Primeiro o que voc considera razovel, por ltimo o melhor deles:

    1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10.

    Depois, pegue o ltimo (o melhor) e coloque na frente de todos:

    10, 1, 2, 3, 4, 5, 6 , 7, 8, 9.

    Est pronto o portfolio: uma grande ilustrao abrindo, e em seguida um crescendode qualidade. Numa pasta parte voc pode colocar os discutveis e polmicos,e s os mostra se for necessrio ou se houver clima para tanto. Mas se tiver dvidasem relao a isso, ento tente no incluir.

    PEAS PO LM ICAS E O UTRAS ESQ UISITICES

    Regra: o que consenso vem primeiro, o que discutvel e polmico, s no final.No fui eu quem inventou isso. Esta uma regra bsica de retrica.

    Tanto que ningum comea um discurso com "Sou a favor da pena de morte". Emgeral, comea-se com pontos em que todos concordam, tais como " preciso diminuira violncia".

    No portfolio a mesma coisa: s depois de "ganhar" quem est vendo os trabalhos, que voc pode arriscar e mostrar aquela pea que 9 entre 10 pessoas achamque delrio. E principalmente aquela pea que igualzinha a uma outra que estno anurio, mas que voc jura ter feito primeiro.

    Pois s depois de ver vrias ilustraes boas suas, s depois de estar convencido

    de que voc tem realmente talento, que existe a chance de que algum acreditena coincidncia. Ilustrao copiada no comeo do portfolio, ainda queinvoluntariamente, filme queimado na certa.

    Mais uma vez, se tiver dvidas em relao a isso, evite incluir.

    E FIN ALMEN TE:

    Alm de todas essas preocupaes, no se esquea nunca do principal: no fundo,o que mais vai contar no conjunto de trabalhos do portfolio o c o n t e d o . Ele aquilo que voc, e reflete a f o r m a o que voc teve.

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    RESUMINDO

    Um dos mais telentosos e brilhantes ilustradores brasileiros, R e n a to A la r c o(www.renatoalarcao.com.br) tem em seu site algumas sugestes que, apesar deserem ditas em geral neste Guia, ficam concentradas aqui em um texto seguido:

    1 )V a boas bibliotecas e procure por bons livros de arte e artistas. Estude nosomente o desenho, a anatomia, perspectiva e tcnicas de pintura. Veja os grandesartistas, descubra aqueles com os quais voc mais se identifica, e estude-os. N ores t r in ja sua cu ltu ra v isua l. V alm das revistas de quadrinhos, mang, tatuagens,grafitti, desenhos animados, etc. Amplie o leque e conhea outras linguagens nomundo das artes plsticas, tanto os clssicos, quanto os primitivos ou mesmo aarte contempornea no-figurativa.

    2 )Visite uma grande livraria e fique horas vendo livros de arte. Visite exposies

    de arte (qualquer uma). En r iq u e a s u a c u ltu r a v is u a l. Esta pesquisa pode ser feitagratuitamente.

    3 )Inscreva-se numa lista de discusso sobre ilustrao na internet. Aconselhamoso I lustrasite , l voc encontrar informaes muito teis sobre tcnicas, preos,como encontrar trabalho, etc. Visite o site da SIBfrequentemente, e veja na seo"News" oportunidades de concursos de ilustrao e cartum, cursos, exposies elanamentos de livros ilustrados.

    4 )Procure informar-se sobre cursos de desenho e arte. Tenha uma profunda

    curiosidade e interesse em aprender.5 )Trabalhe arduamente para construir um bom portfolio de imagens. Apresente-as com organizao e limpeza. Jamais tenha um portfolio com ilustraes em folhassoltas (ou em papel "Chamex"), numa pasta de plstico ondulado com adesivosde bandas de rock, por exemplo. No limite sua tcnica somente a trabalhos comcaneta esferogrfica ou lpis por exemplo, por maiores que sejam os elogios dosparentes e amigos.

    6 )N o l im ite suas possibilidades de crescimento em todos os sentidos. Mantenhasua cabea funcionando e no pare de pensar e trabalhar at chegar a um planoou objetivo. Depois ponha-o em prtica por etapas.

    7 ) muito importante que numa primeira apresentao, seja uma visita a algumilustrador ou a um cliente em potencial, manter a tranquilidade e ter um discursobastante claro. O talento algo que deve ser expressado silenciosamente atravsdo seu trabalho. Para isso preciso estudar e muito.

    8 )Tenha sempre em mente que seu trabalho tem um valor, e voc vive dele.Valo r ize - se .

    Para ser um bom ilustrador so necessrios anos de estudo. Comee agora.

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    DURAN TE A EN TREVISTA: CO M PO RTE-SE. VO C EST S EN DO O BSERVADO

    Profissionais olham os portfolios, mas contratam p e s s o a s. Comporte-se. Se vocj trabalha ou j trabalhou em alguma outra empresa, no fale mal das pessoas

    de l. Vo adorar ouvir as fofocas, mas no vo confiar em voc.Evite ficar explicando demais as ilustraes sem antes de ser consultado. Deixe oseu portfolio falar por si prprio. Ilustrao que precisa de explicao em excesso, em princpio, ilustrao ruim.

    Explicaes so necessrias e voc pode (e deve) faz-las dizendo de forma simplese clara como foi feita, para qual situao, qual cliente, etc, mas nada de histriaslongas sobre teoria da arte ou fundo psicolgico, fugindo do trabalho em si.

    Alm do mais, ningum consegue apreciar uma ilustrao com algum do ladotagarelando sem parar. Lembre-se do primeiro e fundamental mandamento: n os e ja m a la .

    Tambm evite ser presunoso. Provavelmente voc ainda no to bom quantopensa. E, ainda que seja, talvez no seja o suficiente. importante estar seguroe confiante na hora da apresentao, mas sem ser pretensioso.

    Tente responder sempre objetivamente, seja sincero e evite exagerar ou supervalorizaro resultado do seu trabalho. E seja paciente, muito paciente. Mesmo que gostem

    do seu trabalho voc pode no conseguir nada na hora, mas o cliente saber ondee em que momento poder solicitar a sua colaborao.

    MOSTREI A PASTA PARA TODO MUNDO E NO CONSEGUI NADA

    Voc que pensa que no conseguiu nada. Conseguiu sim: a esta altura, seucritrio j est mais apurado. Depois de passar por um monte de gente, voc jdescobriu quais so as ilustraes realmente boas, quais as mdias, etc.

    O pessoal diverge um pouco, mas o que muito bom e muito ruim aparece

    claramente. Isso vale ouro. Aproveite e considere essas observaes para melhoraro seu trabalho e promover ajustes no portfolio.

    O que d origem a uma sub-dica: se for apresentar originais em uma pasta, evitecolar as peas com adesivo muito forte. Colar e descolar vai ser um exerccioconstante.

    Se for o caso, cuidado tambm com as peas fotocopiadas: elas soltam um p quegruda no acetato da pasta, estragando o portfolio. Se no der para evitar afotocpia, experimente jogar um spray fixador nelas. No resolve de todo, masajuda.

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    Mas o ideal mesmo seria fazer um print em alta resoluo ou ento mandar fazercpia fotogrfica dos trabalhos mais frgeis. Assim preservar os originaisintocveis.

    Nunca deixe a pasta do porfolio no carro: o sol ou o calor deforma completamenteo acetato, e com muito sol o CD tambm. E se tiver o azar de roubarem o veculo,alm do seguro no cobrir o portfolio ainda existe o risco de o ladro fazer carreiracom o seu talento. Pensando bem, isso j deve ter acontecido muito.

    CONTINUO NA MESMA, MOSTREI O PORTFOLIO E NO CONSEGUI NADA

    Um portfolio inteiramente renovado (e, de preferncia, levando em consideraotodos os conselhos que voc recebeu nas primeiras apresentaes que fez) amelhor desculpa para conseguir uma segunda chance de apresentao com um

    cliente. Portfolio igual, sem novidade, nem pensar.Por outro lado, um jeito simptico de se fazer lembrar, sem amolar ningum, seriadeixar o CD, ou ento mandar pelo correio, para as pessoas que voc j visitou,uma verso impressa e reduzida do seu portfolio. Com nome, telefone e um bilhetecurto. Se pintar uma necessidade no futuro, pode ser que lembrem de voc.

    H CO ISAS Q UE N O SE ESQ UECE, SEJA PRO FISSIO N AL

    Finalmente o chamaram para um trabalho, e voc aparece como se tivesse acabadode cair da cama, sem saber o que fazer. Ainda meio perdido? Ento evite pequenosdesatres e tente seguir atentamente o seguinte:

    1 ) P o n tu a lid a d e , s e m p r e . Mesmo que acontea de o fazerem esperar, tenhapacincia, mas seja sempre pontual. Grandes empresas envolvem muitas pessoas,e por conta disso as vezes burocracias acontecem... mas no deveria. Afinal, oprofissionalismo tem de haver dos dois lados, de voc e do cliente.

    2 ) Le v e s e m p r e c o m v o c u m b lo c o d e p a p e l e m b r a n c o e u m a la p is e ir a . Durantea reunio passaro uma poro de informaes que voc ter de anotar, e derepente, trocando ideia com o cliente, pode ser que voc tenha de fazer um

    pequeno esboo para expressar melhor uma ideia. Legal.Mas nada de bloquinho fuleiro e amassado ou lpis para apontar na hora, porfavor. Imagine voc pedindo ao diretor: "Ei, tem um lpis pr me emprestar? Eaproveita, me arruma umas folhas". Aproveite tambm e pergunte onde a portade sada...

    Se esse bloco e lapiseira estiverem em uma pasta pequena, simples mas bacana,voc passar uma melhor impresso. Afinal voc deixou de ser amador.

    Por mais chata ou enfadonha que seja a reunio, tente olhar para as pessoas queesto passando o trabalho e nunca, jamais fique de cabea baixa desenhandono seu bloquinho.

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    Eu sei, voc quer mostrar que sabe desenhar sem referncia, mas isso mostra, namaioria dos casos displicncia ou falta de respeito com quem est dedicando seutempo com voc.

    H dvidas no enquadramento? Vai facilitar um sketchrpido? Faa. Mas s sefor necessrio. Se no vai parecer que voc est numa sala de aula desinteressante.

    3 ) P ro m e s s a d v id a .O que se combinar em termos de prazos no da bocapara fora, fica valendo a srio, e voc e o cliente vo se programar com o queficar combinado. Se voc furar, vai ter gente querendo furar voc. Mas coloquesempre em um documento todas as promessas... as suas e as do cliente.

    4 ) Ja m a is , m a s ja m a is m e e e e e e e s m o , le v e m a te r ia l d e u m a e m p r e s a p a r a o u t ra .Vai acontecer de voc ter duas reunies em dois clientes diferentes em um mesmodia, da numa reunio passam material para voc trabalhar e colocam no envelope

    da empresa... ento voc vai para a reunio seguinte, entra na sala de reuniese coloca justamente o envelope da empresa anterior na frente do cliente, que podeser um concorrente e inimigo mortal.

    Pega mal, muito mal. Ningum precisa saber para quem voc est trabalhandono momento, e andar numa empresa com material de outra na mo parece trficode informao ou espionagem.

    5 ) N o le v e p a r a a r e u n i o b u g ig a n g a s p e s so a is .Evite sacos de compras, cachorros,filmes alugados, presente para a sogra, e muito menos chegar comendo...Imagine que legal o cliente explicando um trabalho srio e voc fazendo malabarismoscom o sorvete derretendo na mo.

    6 ) C e lu la r lig a d o s im , co n v e r s a n o . Durante uma reunio normal acontecer doseu celular tocar. Pea licena, atenda rapidamente, diga que est ocupado, quedar um retorno e desligue. Bem profissional.

    Mas se o seu celular daqueles que toca a cada 30 segundos, ento um conselhode amigo: faa como no cinema, desligue o celular antes de entrar. No se esqueaque pausas para atender telefone significa tempo que voc est tomando do cliente.

    CONSEGUI UM TRABALHO. E AGORA?

    Lembra do primeiro e fundamental mandamento do ilustrador iniciante? Tambm o primeiro e fundamental mandamento do ilustrador j experiente: n o s e jam a l a . Em especial as editoras ou agncias costumam ser lugares sem paredes,onde as pessoas tm que conviver entre si 12 horas por dia.

    Ou seja, inconvenientes incomodam. Diretor ou editor de arte uma profisso emque as pessoas tm que se expor muito, ento elas preferem trabalhar com gente

    em quem possam confiar. Por isso seja legal, e o cliente tambm ser... ou pelomenos deveria ser.

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    Evite defender excessivamente um trabalho recusado. Gente que se agarra demaisa uma idia porque deve ter poucas. Confie nos mais experientes. Voc podeat ter mais talento que eles, mas, nesse ponto da sua carreira, eles provavelmentesabem usar o seu talento melhor que voc.

    Tente no discutir, sem argumentar demais, sem ponderar e, sobretudo, evitecomear frases com "Veja bem".

    importante lembrar: trabalho recusado ou solicitaes de alteraes comume faz parte do ofcio, no prova de incompetncia. Tome nota dos detalhes ecorrees apontadas. Se mandarem voc refazer, pergunte o motivo e refaa.

    Porqu? Leia o segundo e fundamental mandamento do ilustrador...

    SEG UN DO E FUNDAM EN TAL MA N DAMEN TO DO ILUSTRADO R:

    Resolva problemas e suba. Crie problemas e suma.

    O primeiro produto que voc vai ter que vender voc mesmo. Seu consumidor,no bom sentido (ou no mau, a vida sua) o cliente. E voc s ser um produtotil, desejado e valorizado se resolver problemas para ele. Vamos analisar maisdetalhadamente esta criatura:

    O cliente (que pode ser uma editora, uma agncia de publicidade, uma produtora,

    etc) um profissional com presses de todos os lados. Ele vai ser pressionado pelofaturamento, por prazos, por custos e, s vezes, por uma viso criativa prpria.

    Se for uma agncia de publicidade, ento pior ainda, a equipe de criao pressionapela aprovao daquela campanha que vai dar prmio.

    Diariamente, toda sorte de pepinos aterrissam na mesa dele, travestidos de "Pedidosde Criao".

    Alguns desses pepinos ele vai repassar para voc. Se voc souber descasc-los

    com talento, rapidez e, ainda por cima, com brilho, voc ter no cliente um homemeternamente grato e que ir querer contar sempre com voc.

    Voc conquistar a confiana do cliente pelo seu talento e profissionalismo,colaborando com solues criativas.

    Por outro lado, se em vez de levar solues, voc for um p e p i n o ambulante, vocno serve. Se o cliente tiver que perder mais tempo com voc do que perderiafazendo ele mesmo o trabalho, voc apenas um estorvo.

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    Lembre-se: muito difcil conquistar a confiana de um cliente, mas para perderessa confiana e ele nunca mais te chamar num estalo.

    Quanto mais rpido e talentoso for o cliente, mais ateno voc vai ter que tomar

    com prazos. Se ele resolve com um p nas costas aquilo que voc enrola umasemana, o prximo p dele pode ser nas suas costas.

    E CO M O RESTO DO PESSO AL?

    Principalmente, seja humilde. A a r r o g n c i a inibe opinies sinceras. Voc vaireceber respostas diferentes se perguntar "o que voc acha desta ilustrao?" nolugar de "no genial esta ilustrao?".

    AN U RIO S E LIVRO S DE ILUSTRA O

    Os anurios de ilustrao, em especial os mais prestigiados (como o americanoThe Society of I l lustrators) so o registro daquilo que a ilustrao produziu demelhor nos ltimos anos no mercado nacional e internacional. Veja, reveja, tomegosto por cada um deles. Ajuda muito, em pelo menos dois aspectos:

    a) voc aprende, sem perceber, como dar forma s idias. O ilustrador iniciantede talento algum que j tem tcnica, mas se perde na formulao. Os anuriosso um prato cheio delas. Algumas, de to gastas e repetidas, j viraram frmulas,truques. Mas sempre ajudam.

    b) evita que voc crie coisas geniais, maravilhosas - mas que j foram feitas (tipoConan). Embora o anurio mais recente custe uma nota, os mais antigos costumamser uma pechincha. Uma busca rpida em sebos pode ser uma boa surpresa.

    CULTURA GERAL

    Tente correr atrs para arranjar, tem de ser uma iniciativa sua. Mas para comeara carreira o ideal que voc j tenha, e bastante. Depois, mesmo trabalhando,a informao cultural tem de continuar a ser reciclada e ampliada, absorvendo

    o mximo como uma esponja.

    E para esse arranque inicial, indispensvel que voc j tenha acumulado umaboa cultura geral, seja atravs de vivncia, seja atravs de livros, etc.

    Imagine que voc uma bateria. A cultura sua carga, carregada para a vidainteira. O processo de criao exige que voc gaste esta carga, e se voc umabateria fina, vai se esgotar logo. Tomara que voc e seus pais tenham investidona sua educao.

    Acredite, esse o melhor conselho que um ilustrador pode receber.

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    CULTURA IN TIL

    Se voc j se perguntou algum dia para que serve a cultura intil, a resposta :para servir de inspirao. impressionante o que isso rende. Um dia, saiu uma

    notinha sobre um homem que criava um leo no quintal e que esse leo haviasido roubado.

    Virou texto de anncio de seguradora: "Se os assaltantes no tm medo nem deleo, voc acha que um co de guarda vai defender seu patrimnio? Faa umseguro etc". E por a vai. Fatos do sabor e consistncia a qualquer argumentao.E propaganda, lembre-se, argumentao embrulhada para presente, e vocilustrar isso.

    PR Q UE TAN TA CU LTURA? EU Q UERO DESEN HAR

    Ter cultura geral importante por muitos motivos, mas por trs em especial:

    a) quanto maior o seu conhecimento, maior o leque de respostas que voc poderdar no seu trabalho, e consequentemente agncia ou editora para quem esttrabalhando.

    b) quando uma agncia ou editora o chamar para uma ilustrao, nem sempresignifica que a ilustrao j foi criada, mastigada e layoutada para voc finalizar.

    Muitas vezes existe uma idia clara mas ainda cheia de arestas e que ficar maisbem definida numa conversa com o ilustrador. Nessa hora mais do que importanteas suas opinies e sugestes para que se tenha o melhor resultado possvel. Ouseja, em vrias situaes o prprio ilustrador pode ser o responsvel por parteou toda da prpria criao da ilustrao.

    E criao associao de contedos, quem tiver mais leva a taa.

    c) o sucesso profissional de um ilustrador no passa exclusivamente por saberdesenhar ou quanto cobrar, mas fundamentalmente por saber p e n s a r. preciso

    uma dedicao pessoal e intelectual maior do que a mdia para que muitas outrasportas se abram em vrios campos da ilustrao, e de tabela, artes plsticas.

    SITUA ES A SE EVITAR A TO DO CUSTO

    Chegou a hora de mostrar maturidade e profissionalismo. Guarde todas asinformaes confidenciais de trabalho com voc, e s com voc.

    No faa trfico de informaes. No comente fora das dependncias do clientenada que foi passado a voc e que ainda no foi veiculado.

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    Isso propriedade do cliente. Nada de conversinhas de bar do tipo: "vocs noimaginam a puta ilustrao que eu fiz hoje". Bico calado at a ilustrao sair. A,pode fazer quanto lobby quiser e contar vantagem.

    Alguns iniciantes tentam compensar o pouco status inicial com o trfico deinformaes. "Fao ilustrao para o cliente tal e fulano que trabalha l disse oseguinte...". Alta t r a i o . Um inocente comentrio fora do cliente pode colocarmuita coisa a perder, prejudicar empresas, concorrncias e prospects.

    Alm do fato de que os ouvintes, embora possam se aproveitar da informaorecebida, vo pensar duas vezes antes de contratar um fofoqueiro como voc. Apropaganda em especial uma indstria e no est imune espionagem industrial.No facilite. O mesmo vale para editoras.

    MUITO EMPEN HO N O CO MEO

    Carreiras so como avies: voc precisa de mais fora na decolagem do que parase manter nas alturas. Ou seja, esteja preparado para trabalhar muito nos primeirosanos, s vezes em horrios fora do habitual. chato, e poder acontecer depoisao longo da carreira, mas saber negociar prazos importane para se evitarexcessos.

    RECEBI UMA PROPOSTA MELHOR DE OUTRO CLIENTE NO MEIO DE UM TRABALHOEM ANDAMENTO

    No mude de cliente, no atrase nem sabote um trabalho em andamento pelomelhor pagamento de um outro trabalho. Lembre-se que um bom profissional acima de tudo aquele que talentoso, cumpre prazos e de confiana.

    s vezes ganhar menos em um trabalho em andamento e deixar passar um trabalhomelhor pode ser bom, porque assim voc cumprir com a sua parte e poder estarplantando no cliente a conf iana dele.

    Ao receber uma outra proposta no meio de um trabalho em andamento, no blefe,

    no faa chantagens, cabos-de-guerra ou joguinhos espertos com o cliente. Perguntepara essa segunda proposta se eles tm mais prazo de forma a que voc consigaconciliar os dois trabalhos.

    verdade que com uma proposta de pagamento maior na mo voc tem umatentao - mas nos outros 364 dias do ano voc n o tem.

    No costuma ser bom negcio deixar um cliente na mo, trocando-o por qualqueroutra proposta melhor. Se fizer isso com certeza voc n o colocar mais os pspor l.

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    Se realmente no puder pegar o segundo trabalho, explique que j estcomprometido, eles entendero. Nesse caso, seria simptico indicar um colega.

    E, se o seu ego permitir, no divulgue por a as propostas que voc recusou. Por

    educao, nada mais. Voc tambm no iria gostar se algum sasse espalhandoque no quis nada com voc.

    Resumindo todo esse papo de escoteiro: no mercado de ilustrao voc tem queser in te l igente . Nunca espertinho ou espertalho.

    S ME DO TRABALHOS CHATOS. O QUE ELES PENSAM QUE EU SOU? INICIANTE?

    Voc acha que o cliente vai passar a ilustrao mais importante que ele tem paraum desconhecido qualquer? Ainda que eles fossem loucos para fazer isso, seria

    um desrespeito para com terceiros envolvidos.Seus trabalhos iro ganhando complexidade e importncia medida que vocfor inspirando conf iana . E tem mais: o que parece um osso muitas vezes umfil. E um fil muitas vezes um osso. Depende do seu talento, e permita que otempo mostre isso.

    UMA PALAVRA DE CO N SO LO AO S ETERN O S RECLAM ES

    Os mdicos levam uma vida muito mais dura que voc. Eles estudam seis anos,

    depois mais dois de especializao. No comeo, s podem ficar assistindo scirurgias de mdicos mais experientes, sem fazer nada.

    Depois, passam a colaborar nas cirurgias dos outros, sem nenhum crdito. Depois,passam a operar, mas vigiados de perto. E s depois disso, muitos e muitos anosdepois, que ficam sozinhos diante de um pncreas. Tudo isso por um salriomenor do que aquele que voc estar ganhando em breve, se tiver talento. E commuito mais plantes.

    Vantagens e desvantagens de um ofcio sempre existem e muitas vezes desconsidera

    o talento, mas o importante fazer cada vez melhor o que voc escolheu e sesentir realizado.

    PA LAVRAS FIN AIS

    Parece conversa de me, mas todo cuidado com a s a d e . Junto com o talento, asade o seu maior patrimnio.

    Lembre-se de algo importante: a vida de ilustrador igual a de motorista de txi,quando o carro quebra o motorista fica sem trabalho.

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    Como a vida de ilustrador essencialmente a de free-lancer, ento quando ficardoente no vai ter patro pagando salrio enquanto voc est de cama, nemningum para garantir o seu sustento, e imobilizado no tem talento que resolva.Voc vai ficar por conta prpria.

    Portanto cuide-se bem e carinho com voc prprio.

    POR FIM...

    s vezes o trabalho osso, chato, difcil e complicado - at voc amaciar com oseu t a len to . A ele fica legal.

    Mas muitas vezes o prazer do trabalho enorme, em especial quando aconteceaquela qumica rara entre todos os envolvidos: ilustrador, o cliente, a empresa,

    as pessoas envolvidas e o produto. difcil ter todos esses fatores a favor, masquando acontece uma sensao tima.

    Se pelo menos conseguir essa qumica entre voc e o cliente j meio caminhoandado.

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    4- GUIA TCNICO

    AS FERRAMENTAS

    Bem, falar de ilustrao falar tambm do material de ilustrao, e s isso

    motivo para conversa durante dias, porque a quantidade de opes disponveis quase incontvel.

    Mas basicamente podemos separar em duas grandes reas: 1- material tradicional(tinta, pincel, papel, etc); 2 - material digital (computador, software, etc).

    M ATERIAL TRADICIO N AL

    Ao contrrio do que muita gente pensa, em especial os iniciantes, ainda hoje seusam muito os materiais tradicionais para ilustrar, que so to variados quanto

    os filtros de um Photoshop: inmeros pincis, uma variedade absurda de papis,tintas de todos os tipos, materiais de apoio desde o mais simples lpis atretroprojetor, sem esquecer do bom e velho aergrafo.

    Uma grande v a n t a g e m do material tradicional que se costuma ter uma certapersonalidade no resultado do trabalho e no estilo final (afinal voc que estpintando, e no um filtro pronto do Photoshop), alm de um ar mais artstico. Adesvantagem que preciso saber mexer com esse material todo, to difcil oumais que um computador.

    Basta uma olhada rpida nos grandes ilustradores da dcada de 40 e 50, emespecial os americanos (por exemplo G il Elvg re n ou N o r m a n R o c k w e l l), e vaiperceber que muito difcil se conseguir resultados daqueles em um computador.

    No funo deste guia entrar em detalhes tcnicos sobre o material a se usar,como usar e nem os efeitos que se conseguem, isso funo de um bom curso deartes, quer seja numa escola quer seja em livros, mas fundamental que todoilustrador conhea um pouco desses materiais, afinal conhecimento no ocupaespao e s ajuda na nossa rea.

    Fazer uma visita a uma grande loja de material artstico e ficar horas l vasculhandoem tudo o que se tem quase que um parque de diverses para adulto, e no finaldeste guia h uma srie de linksonde se pode encontrar um pouco mais deinformao necessria nessa rea.

    MATERIAL DIGITAL

    Falar de ilustrao nos dias de hoje e no falar de computador soa quase queestranho, de to interligados que esto, afinal o mundo todo est conectado a umcomputador. As prprias agncias e editoras praticamente exigem material digitaluma vez que o formato mais fcil de se trabalhar, poupa tempo e mais verstil.

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    Alm disso, a computao grfica trouxe uma velocidade enorme na produoda ilustrao, e trazendo junto a capacidade de se criar efeitos rpidos que antesno pincel poderiam demorar horas, ou dias.

    A quantidade de programas hoje disponveis para se trabalhar com ilustrao enorme, sem falar nos filtros de apoio, mas basicamente temos duas vertentes:a) a ilustrao 2 D(duas dimenses); b) a ilustrao 3 D(trs dimenses).

    Para o 2D existe o programa mais usado, mais conhecido, mais flexvel e maisimportante do mercado, o Pho toshop . Quase todos os outros programas interagemcom ele de alguma maneira, isso se for preciso outros programas, porque hojes o Photoshop sozinho j provoca um estrago daqueles. Mas existem outros,como o Corel Painter, FreeHand, Illustrator, Corel Draw, etc.

    Para o 3D tambm existe uma infinidade de programas, uma vez que cada vezmais se exige imagens em 3D, e para isso existe o Maya, 3D Max, Z-Brush, etc.

    Mais uma vez, falar de cada programa e suas variantes (por exemplo, pixel ouvetorial) cabe a um curso e no a esse guia, por isso corra atrs (mais uma vez,no final deste guia haver links interessantes para ajud-lo).

    Alm disso, mais adiante no tem "Documentos de Importncia para o Ilustrador"h a indicao do livro " O M u n d o G r fico d a In fo r m tica " , com absolutamentetudo o que precisa saber sobre a parte tcnica da informtica. Esse passar a ser

    o seu livro de consulta mais importante (depois do Guia dos Ilustradores).

    V l agora ler e depois volte rpido para este ponto.

    N O EN TEN DI N ADA, A FIN AL EU DEVO USAR MATERIAL TRADICIO N AL O U DIGITAL?

    Hoje em dia um bom ilustrador responderia: o s d o is. Nada impede que se use osdois materiais juntos, alis at convm. Pode comear a ilustrao tinta, scanneare finalizar no computador. O seu trabalho vai se tornar mais interessante, maispersonalizado, mais rico e com mais opes de efeitos.

    Alm disso, mesmo que opte por trabalhar s com material tradicional, no finalconvm entregar o trabalho j scanneado para a agncia. Facilita na visualizaoprvia por e-mail, agilizando o processo, vai poupar muito tempo e dinheiro daagncia ou editora e m a n te r o o r ig in a l s e m p r e co m v o c .

    Alis esse tpico dava quase que um livro parte, mas rapidamente precisoentender que voc est vendendo o direito de uso de imagem para um cliente, eno o original em si.

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    Assim, se voc entregar um original em papel este sempre deve ser devolvido esempre pertencer ao ilustrador, j que o que foi negociado a veiculao dailustrao, e no o material fsico. Veja no final deste guia os documentos relativosao direito do autor.

    N O VEJO A HO RA DE ILUSTRAR, M AS Q UAIS SO AS REAS DE ATUAO ?

    A bo a no t c ia : so vrias as reas de atuao hoje em dia para um ilustrador.Para comear, o bvio, d para se trabalhar em publicidade junto s agnciasou ento entrar no mercado editorial, so as reas mais tradicionais e conhecidasque envolvem ilustrao.

    Mas tambm existem as produtoras de tv (fazendo conceptboards ou storyboards),trabalhando em desenho animado (na rea de conceptboards e cenrios), em

    estdios de design (na concepo de peas), em estdios de games (na criaodo visual todo envolvido) e muitos outros.

    Mesmo o trabalho em si pode variar muito, desde arte tcnica a storyboards,layouts, hiper-realismo, foto-realismo, concept art, quadrinhos, cartoons, cenrios,personagens, grafismo, embalagens, posters de cinema, food-illustration, wild-lifeillustration, medical-illustration, etc.

    Com uma certa experincia tambm possvel entrar na rea de tratamento deimagem em fotografia, j que os conhecimentos de ilustrao podem ajudar nesse

    sentido.

    A m n o tcia :concorrncia. Em todas as reas tem sempre muita concorrncia.

    Ento no perca tempo, releia este guia desde o comeo mais uma vez para queno deixe escapar nada e esteja preparado.

    E boa sorte!

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    5 - O RG AN IZAO E TRABALHO

    COMEANDO NA VIDA

    A primeira coisa para ser um profissional ... s e r p r o fis s io n a l. E para isso, uma

    coisa fundamental: abrir uma e m p r e s a . Isto acontece porque vai ser necessriopassar nota para receber de clientes, e de qualquer centavo que voc receber vaiter de pagar impostos.

    Esse negcio de comprar nota, fazer "frila", pegar "trampo", fazer "ilustra", dandouma de mestre das gambiarras coisa de amador, e lugar de amador fora domercado.

    Se tem cliente, tem dinheiro na parada e tem prazo pra entregar, o ilustrador no amador, profissional, mesmo que se recuse a admitir isto.

    E para se abrir uma empresa, no importa qual seja (existem vrias opes), temde se fazer um pequeno inves t imen toinicial.

    EVITE NOTA COMPRADAHoje em dia s clientes que no so srios aceitam nota comprada de terceiros.O cliente srio sabe que pode acontecer uma auditoria fiscal a qualquer momentoem sua empresa, e a todas as notas improcedentes podem causar srios problemas,tanto para ele, como para o prestador de servios e para quem vendeu a nota.

    Para evitar estes problemas, alguns clientes grandes exigem o preenchimento deumca d a s tr o d e ta lh a d o de seus fornecedores, inclusive com uma xerox de umcheque em branco, que por mais estranho que possa parecer, um procedimentolegal, que comprova que a nota fiscal corresponde a uma conta bancria empresarialda mesma pessoa.No h como receber destes clientes sem ter cadastro, empresa e conta empresarial, simples assim.

    Portanto, com seu nmero de C N PJem mos, voc pode (e deve) ir a um bancoe abrir uma co n ta e m p r e s a r ia l, que tenha os seguintes servios: sistema delanamento de boletos bancrios diretamente do seu computador e gerenciamentoonline de contas a receber.

    Ao enviar boleto bancrio voc se torna prioridade no departamento de contas,e nunca mais ter que ficar esquentando cadeira na sala de espera para receberseu cheque, e reduzir a z e r o a possibilidade de atrasos e calotes.

    Basta conferir pelo site do banco se o pagamento foi efetuado. Isto ou no amelhor situao possvel, depois do trabalho entregue?

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    E um detalhe importante: se no vai comprar mais nota com sua nova empresaaberta, claro que n o d e ve vend-las pelos mesmos motivos.

    Alm do perigo de uma auditoria rastrear sua nota fria e te pegar na curva, vocpode estourar seus limites anuais de faturamento, o que transformariam sua ME(m icr o e m p r e s a ) em EPP (e m p r e sa d e p e q u e n o p o r te ) por um ano, onde suas taxasseriam consideravelmente maiores, voltando a ser ME no ano seguinte.

    Estourando os limites por dois anos seguidos, o processo irreversvel, e ME nuncamais, dando adeus a cobrana do SIMPLES (categoria de imposto reduzido) etodos os benefcios de ser ME.

    IN VESTIN DO N A EMP RESA

    O investimento necessrio para se tornar um profissional no nosso ramo custam e n o sque uma placa de vdeo, e este investimento mnimo se paga com qualquertrabalhinho feito na virada da noite.

    Com certeza, a abertura de sua firma e a manuteno do contador, sero pagoscom alguns p o u c o s dias de trabalho.

    O valor pago ao banco para a emisso de boleto absolutamente ridculo.Gasta-se mais em conversa telefnica com um cliente do que em lanar um boletode R$ 4,50 para ele no final do trabalho. incrvel, mas apesar disso, muita genteinsiste em se manter no amadorismo e evitar todo custo ter uma empresa.

    No adianta, se quiser entrar no mercado pra ganhar q u a l q u e rdinheiro com esteofcio, tem que investir. O tempo investido e o risco em tentar dar chapu, inventargambiarra, fazer trambique, poderia ser muito melhor aproveitado investindo emprofissionalismo, estudos, cursos, etc, caminhando em direo ao desenvolv imento .

    CO N TADO R, O SEU MELHO R AMIGO

    Portanto, para comear, a primeira coisa que voc tem de fazer procurar um

    bom e s c r it r io d e co n ta b i lid a d e que deve ser indicado por algum colega seu quej tenha empresa. Como em toda atividade, h bons e maus profissionais, e melhor comear direito, com gente sria e de confiana.

    Converse com este c o n t a d o r, pergunte sobre todas as opes de se iniciar notrabalho, sobre as vantagens e desvantagens de cada opo, sobre a inclusode sua atividade no SIMPLES, e, apesar de ser faclimo abrir uma empresa, pergunteao contador sobre as condies e custos envolvidos ao se f e c h a r uma empresa.

    No que algum abra uma empresa para fechar, mas parte do processo, e

    preciso saber como comear e terminar uma atividade comercial para no ficarcom pendncias jurdicas e financeiras no futuro.

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    SAIBA SER O RG AN IZADO . TEMP O DIN HEIRO .

    Para ser um bom profissional voc precisa saber, entre outras coisas, como cuidarbem do seu tempo. A vida de free-lancer aparentemente tentadora, sem horrio

    fixo, com todo o tempo do mundo para se fazer o que quiser, na hora que quiser.O que voc faz da sua vida da sua conta, e como consegue gerir a vida pessoal,a farra e o trabalho tambm da sua conta, mas tente conciliar tudo de formaque os prazos combinados no estourem.

    Cada um tem o seu jeito e mtodo prprio de trabalhar, e voc ter de formar oseu, e a partir da se organizar dentro do seu estilo para que os prazos sejamsempre cumpridos. P o n t u a l i d a d e fundamental.

    Por isso, independentemente do seu estilo de trabalhar, procure ter o r g a n i z a o .Vida de free-lancer no quartel ou mosteiro, e nem tem que bater carto comhorrio fixo, mas tambm no s farra. Tente, na medida do possvel, estabelecerum horrio de trabalho para voc, com uma certa flexibilidade.

    CRIAN DO UM CRO N O G RAMA

    Estabelecendo um horrio, crie um c r o n o g r a m a , um mapa simples em um A4 ouA3 mostrando os dias da semana divididos por horas, e pendure na parede bem

    em frente onde voc trabalha, e anote nele todas as tarefas que deve fazer.

    No comeo voc pode fazer um cronograma de uma semana, depois com oaumento do volume de trabalho faa um cronograma de 2 semanas seguidas, emais para frente com certeza vai precisar de um cronograma para o ms todo.

    Assim voc se mantm sempre atualizado sobre reunies, tarefas, datas especiais(como prazos de anurios), e entregas de trabalho.

    O tim iz a o d e t e m p o d u r a n te o tr a b a lh o significa mais tempo livre no fim de

    semana. E mais tempo para a sua vida social.

    Para esse cronograma, quem utiliza o Outlook tem uma ferramenta "agenda" ondevoc coloca as tarefas e ele organiza diretamente num calendrio. No Mac tambmtem algo semelhante, o iCal.

    Um b lo co d e n o t a s e u m a ca n e t a b s ica sempre ao lado do telefone indispensvel,onde uma quantidade enorme de informaes podem chegar via telefone e voccom certeza no vai lembrar de cabea depois.

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    Outra organizao importante so os C o n ta to s . Manter uma lista de contatosatualizada importante para vrios fins, seja o telefone direto do diretor de arteou o endereo da agncia para qual voc quer mandar material promocional.

    Uma sugesto usar o programa Plaxo junto ao Outlook (www.plaxo.com), que

    uma mo na roda pois sincroniza automaticamente as mudanas de seus contatos.M a n te r o s ca r t e s o r g a n iz a d o s naquelas pequenas caixas organizadoras tambm interessante, sejam cartes de clientes, grficas, colegas ilustradores, etc. Vocsempre ir precisar.

    E a ltima (e talvez a mais importante) a organizao de um Livro-Caixa ,mantendo-o sempre atualizado, com os trabalhos que voc est fazendo, as notasfiscais que devero ser passadas, datas de pagamento, impostos retirados... ouseja, uma viso geral de seu ms e quanto voc tirou nele. Afinal no recebemos

    de forma pingadinha em dia certo.Uma boa forma de manter um livro caixa usar o programa Excel. Ajuda que uma beleza... mas sendo organizado, para comear um simples caderno j ajuda.

    EU.COM

    J falamos antes aqui no Guia sobre a apresentao do seu portfolio. Vocapresenta os trabalhos, recebe tapinha nas costas, vai embora e... o que acontecedepois? Depende de como voc estiver organizado.

    Alm da apresentao do material, uma outra maneira de manter o clienteatualizado sobre seus trabalhos manter um bom site com p or tfolio o nline . E assimcomo seu portfolio fsico, este deve ser direto e consistente, seno mais, pois vocno estar presente durante a apresentao.

    Existem dois tipos de clientes que navegaro no seu site: os Heavy Users, genteque sabe tudo de tecnologia e internet, e os Comuns, pessoas pouco envolvidascom tecnologia, talvez com altos cargos e/ ou que no esto ligadas diretamente criao.

    Apesar do diferente nvel de conhecimento os dois tm algo em comum: ambosno tm mais tempo e pacincia para longas introdues de flash, nem pirotecniasdesnecessrias em seus browsers.

    Por isso, s e ja d i r e to . O cliente quer ver o SEU trabalho, no o que seu amigoprogramador pode fazer. Seja claro na apresentao do site, com um bom designe informaes fceis de se achar, como sua galeria. Seus contatos tambm devemter fcil acesso, afinal voc quer ser achado, correto?

    O mais interessante de se ter o portfolio online que ele trabalhar por voc

    diariamente. Um nmero absurdo de pessoas podero chegar ao seu site sem quevoc saiba e uma delas pode ser aquele cliente que voc precisa, sem voc saber.

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    E O BLO G ?

    Hoje as pessoas esto j acostumadssimas com o formato blog, mas diferentementedo seu portfolio fsico, use-o para apresentar o inus i tado , um rascunho de umtrabalho que acabou de ser publicado, um passo a passo de uma ilustrao que

    voc achou bacana e por a vai. A maioria dos ilustradores hoje tm seus sites eainda diversos blogs que so uma e x t e n s o de seus portfolios.

    A melhor dica navegar pelos sites de seus ilustradores favoritos e ver como cadaum resolveu o seu. Identifique o que voc gosta e o que voc no gosta e comecea pensar no seu prprio.

    IDENTIDADE VISUAL

    Voc pode no achar importante, mas quando for apresentar o portfolio, emespecial no comeo da carreira, as pessoas vo se lembrar de voc como o caraque trouxe aquele portfolio bacana... como ele se chama mesmo?.

    Entendeu? A escolha do n o m e com que quer ser conhecido importante. Acreditaem numerologia? Tudo bem, desde que seja um nome bacana, sonoro e fcil delembrar.

    E diferente tambm de algum outro ilustrador ou pintor que j exista. Parece bsico,mas muita gente j mudou de nome no meio da carreira por vrios motivos: nomes

    associados a piadas, nomes de artistas famosos ou simplesmente nomes muitocomuns.

    "Poxa, mas o meu nome!" Tudo bem, Urslei Adernilson Wandergulho, masconcorda que um nome meio comprido e complicado de lembrar? Escolha algomais curto e simples, e pronto, caso encerrado.

    O contedo voc j tem, o nome tambm, e tambm uma boa marca, agora sfalta a embalagem. Sua pos tu ra , que j falamos vrias vezes nesse guia, diz quemvoc .

    No precisa de gravata para parecer "o experiente", nem precisa aparecercarregado de piercings para ser mais cool. Mas, querendo ou no, vai ser avaliadopelo conjunto que voc : suas roupas, sua postura e seu modo de falar.

    Seja profissional e evite certas grias: trampo quem faz office-boy, bico quemfaz camel e frila quem faz garoto de programa, por isso r e s p e i t a ro prpriotrabalho o comeo de uma postura profissional. O que fazemos ilustrao.

    Um carto pessoal bacana, impresso em grfica ajuda. Nada de impressora

    caseira jato de tinta que borra com a primeira gota dgua, nem anotar o nmerodos telefones num pedao de guardanapo.

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    C O N C U R SO S

    Os concursos podem ser uma faca de dois gumes. Participar em concursos nacionaise internacionais relevantes e ser premiado costuma ajudar a cortar um baitacaminho na rdua tarefa de conseguir a primeira publicao. Isso garantido.

    Mas... e sempre tem um mas... ficar s participando de concursos e virandofigurinha conhecida neles, sem publicar ou ganhar nada, pode ser propagandanegativa para voc. Lembre-se que as pessoas que contratam ou influenciam nomeio em que voc quer trabalhar muitas vezes so jurados nestes concursos.O mesmo vale para quem s "publica" em blogs ou coisas parecidas.

    VOLTANDO AO TEMA DA SADE

    J se falou sobre o cuidado que se deve ter com a sade, no se esquea dahistria do motorista de txi. No entanto, devido presso dos prazos, do tipode trabalho que executamos, m postura e s vezes por descuido mesmo, acabamosrelaxando e acordando no dia seguinte com muitas dores nas costas, nos olhos,nos braos, alm da bunda quadrada depois de uma noite inteira ilustrando.

    O computador veio piorar essa situao, forando mais a viso e criando situaescomo LER (Leso por Esforo Repetitivo)devido ao uso contnuo do mouse. Eacredite, os problemas so srios, muito srios.

    Por isso no poupe dinheiro numa boa mesa e na cadeira de trabalho, umapoltrona adequada e confortvel vai fazer voc poupar muito dinheiro em mdico.Iluminao adequada tambm importante, e uma pausa de vez em quando paraliteralmente esticar as pernas faz milagres.

    Ilustradores que passam muitas horas, s vezes dias seguidos ilustrando sentadosna mesma posio, principalmente com as pernas dobradas, podem sofrer oequivalente nas companhias areas ao chamado" S n d r o m e d a Cla s s e Eco n m ica "

    Ou seja, ao ficar muitas horas na mesma posio com as pernas dobradas podetrazer alguns danos nos vasos sanguneos e consequentemente nas pernas, e emcasos mais graves pode chegar a ocorrer uma trombose.

    Caso utilize computador, o problema relativo ao mouse pode ser contornado,dependendo do tipo de trabalho que voc faz. Uma soluo a W a co m Ta b le t(a mesa digital), mais semelhante ao uso normal de um lpis, e portanto maisconfortvel na mo do que o mouse.

    A q u i fica u m a s u g e s t o :a cada duas horas faa uma pequena pausa, se estique,espreguice, caminhe at a cozinha, relaxe um pouco, espreguice de novo e volte.

    S isso garantir que a mquina continue trabalhando sem grandes problemas.E voc achava que ilustrar no era profisso de risco.

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    C O MO N EG O C IA R

    Essa a parte mais difcil mas essencial e que define um ilustrador profissional.Saber negociar significa antes de tudo valorizar o seu trabalho e a voc prprio

    como profissional e junto ao cliente que o contrata. No se esquea, apesar dapaixo e do amor ao desenho, estamos falando de negcios.

    Ser um grande e talentoso artista mas um negociante tmido e inocente far devoc um grande e talentoso inocente, presa fcil na mo de qualquer cliente maisesperto.

    PEQUENAS DICAS, GRANDES NEGCIOS

    1 )N u n ca fa a u m t ra b a lh o d e g r a a . uma armadilha comum um ilustrador

    iniciante estar com a maior vontade do mundo em publicar algo s pra mostrarl em casa (e para ele mesmo) que desenhar pode dar prestgio e dinheiro.

    Portanto pode acabar aceitando propostas estranhas disfaradas de oportunidade,como o de anurios picaretas ou revistas com propostas como "Mande seu trabalhode graa e publicaremos no nosso livro" ou "faa uma ilustrao para ns (degraa) e voc ganhar em prestgio", e assim morrer de o r g u lh o de finalmente terum trabalho seu publicado.

    Voc s no nota que ao fazer isso a l g u m est ganhando (de verdade) em cimado seu trabalho. E voc estar colocando um carimbo de "trabalho por qualquercoisa" e essa mensagem pode acompanha-lo por muito tempo.

    verdade que existe alguns grandes anurios que funcionam exatamente dessaforma: voc manda de graa (a no ser pela taxa de inscrio), eles publicam,vendem e voc no ganha um tosto em dinheiro vivo, mas so anuriosmundialmente reconhecidos (como o j citado The So ciety o f Illustra tors ou do CGSociety ). A diferena que nestes existem critrios de avaliao, uma banca de

    jurados altamente profissionais de seleo e reconhecimento real no meio e projeono mercado profissional. Aprenda a indentificar os melhores anurios dos picaretas.

    Trabalhar tambm por algo mise rve lno ajuda muito, preciso saber se valorizar. compreensvel e at certo ponto justa a idia de que, por ser iniciante, pode-seoferecer um valor mais baixo para se cativar clientes e entrar no mercado.

    Mas preciso entender que esse valor mais baixo n o p o d e - nem deve - ser tobaixo a ponto de no pagar nem a despesa. Cobrando sempre to baixo vai tercom certeza muito cliente, at o dia que voc precisar subir o preo para algo

    justo, da no mesmo dia voc d e i x a de trabalhar para esses mesmos clientes.

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    Alm disso, cobrar excessivamente baixo uma prtica comercial desleal chamada"d u m p i n g " (procure na net as definies mais detalhadas), mas basicamente cobrar 5 por uma camisa que para fabricar custa 20 e vendida a 50 no mercado.

    Ningum deveria cobrar menos do que o preo de produo, mas muita gentefaz isso para q u e b r a ro mercado e, uma vez sozinho, ento subir os preos. mais ou menos o que acontece hoje com os produtos importados chineses.Mas lembre-se, dumping um mtodo do qual pode dar problemas na ju s tia , porisso tente reconhecer no mercado quais os valores mnimos a se trabalhar.

    2 )A p r e n d a a r e co n h e c e r q u a n to v a le o s e u t ra b a lh o . dificil, porque no estamosfalando sobre vender peixe ou pozinho, cada trabalho um caso isolado e terum preo diferente, e ter uma srie de fatores a se levar em considerao (tamanhodo cliente, onde ser veiculado, durante quanto tempo, em que veculos, dificuldadede execuo, prazo, etc).

    A melhor maneira de se comear sabendo qual o valor MNIMO de umailustrao, e para isso existem tabelas de preos de associaes ou sindicatos.Faa uma consulta, e melhor ainda, converse com vrios colegas, eles daropreos diferentes, mas dentro de uma certa margem. S ento voc poderreconhecer uma mdia de valor e, em comparao com outros colegas, saberescolher um valor para o seu trabalho.

    3 )Q u a n d o p e d ir e m u m o r a m e n t o u rg e n t e , se possvel tente evitar um oramentodado na hora queima roupa, sem experincia isso pode vir a ser um completodesastre. Pea algum tempo, se possvel para o dia seguinte, para que possaavaliar bem o material que tem em mos, e se mesmo assim no souber dar umvalor ter tempo para conversar com um colega mais experiente para orient-lo.

    4 )P ro c u re s e m p r e fa z e r u m co n t ra to , mesmo que simples, com indicaes deprazos, datas de entrega e de pagamento e observe sempre os direitos autoraisenvolvidos. A arte original do artista por lei e por isso o melhor sempre entregaro trabalho gravado em um CD e evitar passar originais para quem o contrata.

    5 )S a b e r d iz e r s im e s a b e r d iz e r n o . J se disse l atrs no Guia que voc deveajudar o diretor de arte a conseguir solues, e no problemas. Isso no significaque voc tenha de dizer sim a tudo. Aceitar todos os trabalhos que aparecer spara mostar que podem contar sempre com voc um risco, se caso voc notenha tempo para fazer tudo.

    Dizer Sim, podem contar comigo em tudo e depois atrasar o trabalho por j teroutros compromissos arriscar o seu nome, e a mensagem que voc acabapassando No, nem sempre d para se contar comigo.

    Por isso, aprenda a dizer noquando simplesmente n o d . Coisas da vida.

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    Mais adiante neste Guia, no tem "Documentos de Importncia" voc encontrardetalhadamente tudo o que for necessrio para saber mais sobre valores, documentos,propostas, direitos, etc.

    ETAPASVoc j venceu diversas etapas: aprendeu a ilustrar, a fazer uma boa apresentao,conseguiu apresentar seu portfolio e acaba de ser chamado pelo cliente para o r a rum trabalho.

    Esse primeiro encontro extremamente importante, e como j se disse voc deveser cuidadoso, mas no se sentir intimidado. Assim como seu trabalho desenhar,e voc quer ser pago para isso, uma das funes da pessoa que est na sua frente NEGOCIAR, e ela paga para isso.

    Veja que seu interlocutor j est em vantagem, porque ele j est ganhandodinheiro da empresa e voc ainda no.

    APREN DA A N EG O CIAR

    Se voc vai dar um oramento pela pr imeira ve z , tenha a certeza de que a primeiracoisa que ser dita pela pessoa que o vai contratar : "Nossa verba est curta,faa um bom preo agora e daremos muito servio depois."

    No importa o preo que voc der, provavelmente ele dir que est caro e queoutros ilustradores fazem por menos, mas que ele prefere fazer com voc e vairepetir o argumento: "Nossa verba est curta...

    Saiba que 101% dos clientes dizem isso na primeira vez, mas no falam por mal,a funo deles conseguir um bom ilustrador, e se possvel pelo m e n o rpreo.

    O problema que 99% dos ilustradores acabam aceitando.

    s vezes at esto mesmo com o oramento curto, mas muitas vezes no passa

    de choro. Mas o chato que quase sempre aquele trabalho que viria depois nuncaaparece.

    Com uma simples e gratuita busca - n e g o c i a o ou n e g o c i a r - no Google, vocvai aprender a negociar. Com toda certeza o tempo investido trar um excelenteretorno em seus contatos profissionais

    Para um ilustrador, saber negociar to i m p o r t a n t e como saber ilustrar.De nada adianta voc ter um trabalho tecnicamente de alto nvel se ele no forvalorizado. E valorizar o seu trabalho s depende de voc.

    Apren da a neg ocia r se quiser viver de i lustra o p rofissiona l.

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    DILOGO 1

    Segue um dilogo fictcio entre um cliente e o ilustrador tambm fictcio Luis Tra d o r,mas um dilogo bastante comum no dia a dia e que pode ser bem real:

    - Bom dia, Luis Trador. Gostaria de saber quanto voc cobraria por 2 ilustraesde um carro, para X mdias, por X perodos, mercado nacional. Mas eu precisode um valor agora mas com um preo baratinho, pr gente fechar j (a "pressa" para pressionar o ilustrador a se decidir sem ter tempo para raciocinar ou fazeruma pesquisa).- Bom dia. Eu cobraria (o ilustrador est dando margem para um desconto, j queusou "c o b r a r i a ", ao invs de "cobro") R$6.000,00 pelas duas, R$3.000,00 porcada. Este valor estaria dentro da sua verba? (novamente o ilustrador d uma

    brecha para o cliente negociar).- Hmmm... minha verba de R$4.000,00. Poderamos fechar por esse valor (noteque ele no pergunta, ele a f i r m a ). Minha verba restrita, mas o trabalho bemtranquilo de se fazer (o cliente nunca diz que o trabalho ser complicado nem queele ser exigente para aprovar).

    Eu at tenho um oramento de um outro ilustrador abaixo da verba, mas faoquesto de passar esse trabalho para voc (enche a bola do ilustrador pra peg-lo pelo e g o , mas colocando-o contra a parede, deixando-o inseguro).- Ok. Fechamos ento por este valor (com medo de p e r d e ro trabalho para o outrosuposto ilustrador). Um abrao.- Al Luis. Resolvemos colocar mais ilustraes de carros, agora sero 6 (o cliente

    j sabia que eram 6 desde o comeo). Quanto voc faria pelas 6 ilustraes? Fazum desconto legal, porque nossa verba j era restrita...- D pra fazer por uns R$9.000,00 (o ilustrador deu um desconto em cima de umvalor j com desconto).- Hmmm... muito acima do que os R$4.000,00 que temos de verba. Vamosfechar por R$8.000,00, vai? Eu me viro para aumentar a verba que eu tinha. Vouter que falar com os scios aqui para convenc-los a dobrar a verba, mas eu douum jeito

    - Beleza! Fechado! Um abrao.- Al, Luis. A verba aqui t complicada. Cheguei at a discutir com meus scios,

    porque sei o valor do seu trabalho (se mostra amigo e do lado do ilustrador).Quanto voc faz sem nota?

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    - D pra fazer por uns R$7.200,00 (n u n c a caia nessa, no passar nota crimede lesa-ptria e pode dar problemas)

    - Ahhh, vamos arredondar isso para R$7.000,00 e fechamos (mais um d e s c o n toconseguido).

    - Beleza! (o ilustrador j est cansado e aceita tudo para fechar logo o trabalho).

    - S que no consigo pagar numa tacada s. D para quebrar em 3 vezes? (elej chuta alto).

    - A no d. D pra fazer em duas no mximo (o Luis Trador a c h a que est sendoduro na negociao).

    - Fechado! Vai ser um prazer trabalhar com um profissional como voc (enchendomais um pouco a bola do ilustrador).

    Mora l da h is t r ia : O Luis Trador fechou 6 ilustraes por R$7.000,00 (R$1.166,00cada), quando o valor inicial seria de R$18.000,00 (R$3.000,00 cada). Ele vaitrabalhar mais e ganhar menos.

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    DIALOGO 2

    Um outro dilogo fictcio, mas que pode ser bem real:Cliente:

    - Oi, eu queria um logo pra empresa que estou abrindo. Ouv dizer que sai poruns duzentinhos. Quanto voc cobraria?Designer:- Depende. Para o que o senhor quer o logo?Cliente:- Ora essa, para usar nas coisas da minha empresa.Designer:

    - Coisas...?Cliente:- Cartes, notas, catlogos, website, uniformes, fachada, etc.Designer:- Entendo, mas para qu o senhor quer por um logo em tudo isso?Cliente (j estressado):- Ora, para todo mundo reconhecer minha empresa, para as pessoas verem esse

    logo e imediatamente saberem que minha empresa, tipo a Nike ou a Coca-Cola.Designer.:- U, mas o nome no o suficiente? O senhor precisa gastar mais para ter umdesenhinho no carto e na fachada?Cliente (possesso):- Caramba, mas que diabo de designer voc? lgico que precisa ter umamarca, um logo, uma imagem, que todo mundo vai lembrar e que vai me ajudara vender mais. Que vou poder pr apenas isso em um monte de lugares e vai sero suficiente para se fazer um marketing viral e vou economizar muita grana emanncio e propaganda. Que todo mundo vai olhar e lembrar dos meus produtos.Designer:- Ento o senhor sabe muito bem o valor do que quer e do que est pedindo. Sabeque um logo bem feito no s um desenhinho e que vai agregar valor a suaempresa e consequentemente aumento de vendas e faturamento. O senhor estadquirindo um produto to importante quanto as suas mquinas e seus funcionriospois vai ser a cara, a identidade visual do seu negcio. O valor R$ 5.000,00.Mo r a l d a h is t r ia : importante que o cliente reconhea o valor e a importncia

    do trabalho pedido, o que muitas vezes no acontece.

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    6 - DO CUMEN TO S DE IM PO RTN CIA

    1) O MUNDO GRFICO DA INFORMTICA - de Dario Pimentel Falleiros / EditoraFutura.

    Esse livro i n d i s p e n s v e l, coloque como prioridade mxima na sua prximacompra: http:/ / www.mundografico.com.br

    o mais completo livro sobre produo grfica, editorao eletrnica, designgrfico, arte digital e informao em geral nessa rea disponvel no mercado,nele voc tem absolutamente t u d o o que preciso para saber e em detalhes sobrea parte tcnica envolvendo informtica. Vai desde a definio de bits at os maismodernos mtodos de impresso, passando por glossrio, tipos de equipamentos,programas, formatos de imagem, tabelas de preos, tipografia, etc, alm de muitasindicaes de links extras.

    Ser a sua bblia de consulta tcnica. Idolatrar este livro no seria exagero.

    2 ) DO CUMENTO S DE O RIEN TAO PRO FISSIO N AL - SIB

    A Socied a d e d os Ilus t ra d ore s do Bra s il - SIBtem em seu site um importante materialde consulta sobre orientao profissional, onde explicam detalhadamente sobreCdigo de tica, Lei de Direito Autoral, Oramento Padro, vrios CCDA/ Contratode Cesso de Direitos Autorais (abrangendo utilizao em livro, criao depersonagens, ilustrao publicitria, layout publicitrio e revista).

    Todo o material est disponvel gratuitamente no site da SIB h ttp :/ / w w w .s ib . o rg . b r,pode ser consultado on line ou ser feito o download de todo o material e no necessrio ser membro para se fazer a consulta.

    3 ) TABELA DE PREO S

    Originalmente se pensou em colocar aqui uma tabela de preos de forma queajudasse a todos a se ter uma idia de valores... mas o tempo passa, e em algumtempo com este Guia circulando os preos poderiam se tornar defasados. Portanto

    deixou-se de lado essa questo... mas... nem tudo est perdido!

    Caso necessite de ajuda nesse sentido, consulte o site da Socied a de do s Ilu s tra do resd o Bra sil - SIBou da Assoc ia o d os Ca r tun is ta s do Bra s il - ACBe l encontrarorientao. Tambm consulte o site de alguns ilustradores renomados, muitos delesmantm tabelas de preos on line, ou simplesmente telefone para alguns colegasexperientes pedindo ajuda.

    4 ) G RAPH IC A RTIST G UILD

    Um dos mais completos guias internacionais voltado para os artistas grficoshttp:/ / www.gag.org

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    5 ) " PRO PO STA DE VA LO R" - C o m o f o r m u la r o f e r ta s im b a t v e is a d e q u a d a s sn e c e s sid a d e s e f o r m a d e n e g o c ia r co m ca d a clie n t e - Editora Quantum

    Livro que ensina timas tticas de como levar uma negociao com sucesso ato fim com todo tipo de cliente.

    6 ) O RAMEN TO

    Documento que ser criado por voc, para atender o pedido do cliente sobrecustos do seu trabalho. No existe um formato padro, mas informaes bsicastem de constar l. O mnimo que deve contar seria algo assim (o texto em vermelhoseria o que voc deve preencher com os dados reais):

    (nome do estdio ou do ilustrador)

    PROPOSTA DE ORAMENTO

    Local,dia demes deano

    Cliente: xxxProduto: xxxRef: Oramento de ilustraoA/ C: xxxAgncia: xxx

    Descrio: 1 ilustrao de xxx em tcnica digital, tamanho 30X40 cm a 300dpi em formato

    TIFF, para campanha xxx, a ser utilizada em anncio, folheto e banner, conforme briefingrecebido no dia 18 de Abril.

    1 ilustrao xxx: R$ X.000,00

    Prazo de Execuo: 3 dias a partir da aprovao do oramento.

    Condies de Pagamento: 30 dias da data da nota fiscal.

    Obs: O trabalho ser finalizado e entregue em uma nica imagem e enviado em arquivo digitalfechado no formato pr-combinado, via correio eletrnico ou FTP.Haver reviso de valores nas seguintes situaes: caso haja alterao de briefing; alterao

    na complexidade do trabalho; diminuio de prazo decorrente do atraso do cliente na entregado material ou atraso na aprovao necessria ao desenvolvimento do projeto; modificaesna artes finais aps aprovao.

    Atenciosamente,

    (assinatura) _____________________________

    (nome do estdio ou do ilustrador) Fone: xxxx xxxx

    (e-mail)

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    7) CONTRATO

    Esse o seu mais importante documento. aqui que ficar registrada a negociao

    que voc ter com o cliente ANTES de comear o trabalho e, quanto mais detalhado,melhor ser para os dois, para que todos os direitos (tanto seus quanto do cliente)fiquem registrados.

    Todavia, lembramos que as criaes intelectuais resultante em obras intelectuaisgeram dire i tos au tora ispara seu criador. Nos contratos este direitos autorais devemser observados com muita ateno:

    1 - N o permitida a cesso de direitos autorais decorrentes da prestao deservios para o empregador , posto que o empregador a parte mais forte da

    relao, podendo persuadir o empregado-criador em troca da remunerao detrabalho a vender (ceder) os direitos autorais pelo mesmo valor da remunerao;

    2 - Os direitos autorais morais, ainda que algum queira comprar, p r o ib id o porlei vend-lo (ced-lo) . Tais direitos no existem no sistema norte-americanos(copyright), s existem nos pases, como o Brasil, que seguiram o direitos autoraisda Frana (droit dauteur)

    3 - H trs tipos de contrato na lei de direitos autorais (art.49 da lei 9610/ 98):licena, concesso e cesso (este pode ser feito quando no se tratar de empregador)

    H vrias maneiras de se preparar um contrato, mas voc ter a seguir uma timasugesto bem abrangente chamada Ca r ta d e A c o r d o que tem sido adotada noBrasil e que baseada em um modelo chamado Letter of Agreement existentena Graphic Art is t Gui ld (www.gag.org), dos Estados Unidos.

    O maior problema depois que um trabalho executado quando a empresa queo contrata se excede em seus direitos de utilizao, ou quando o ilustradorsimplesmente esquece dos seus...

    _________________________ Conforme disposto na lei 9610/ 98 (lei de direitos autorais ): Art. 7. So obras intelectuaisprotegidas as criaes do esprito expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte,tangvel ou intangvel, conhecido ou que se invente no futuro (...)

    Conforme disposto na lei 6533/ 78, que dispe em seu art. 13. No ser permitida a cessoou promessa de cesso de direitos autorais e conexos decorrentes da prestao de serviosprofissionais.

    Pargrafo nico - Os direitos autorais e conexos dos profissionais sero devidos em decorrnciade cada exibio da obra.

    Conforme disposto na lei 9610/ 98 (lei de direitos autorais ): Art. 27. Os direitos morais doautor so inalienveis e irrenunciveis.

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    Um contrato serve justamente para se estabelecer as r e g r a spara cada lado, e obom deste exemplo dado a seguir que ele se ajusta perfeitamente aos interessesdos dois lados e tem sido bem recebido por parte das agncias e editoras.

    No entanto este no um contrato fixo, os t e r m o sque constam na segunda pginapodem ser variveis ou alguns podem mesmo ser retirados, tudo uma questode se adaptar conforme a situao ou cliente.

    Inclusive no exemplo dado, no tem Clusu la Espec ia l mencionada a utilizaoda ilustrao em revista, mas essa informao dever ser alterada conforme asituao.

    Leia voc prprio co m a te n o cada tem do contrato para que entenda claramente

    o que estar propondo ao seu cliente.No exemplo dado est marcado em vermelho tudo o que voc dever preencher,so as informaes bsicas sobre o trabalho que est sendo executado e paraquem, e s ter valor depois de assinado pelo cliente.

    Ainda nesse modelo de contrato existem tambm uma Clusula Especial e osTermos do acordo. So dados importantes de forma a preservar os dire i tos doautor da ilustrao e deixar claro at onde o cliente pode se utilizar da imagemnegociada.

    Cada tem dos termos se refere a situaes comuns que envolvem qualquer trabalho,e prevendo situaes complicadas ento estaro sendo estabelecidas regras clarassobre como se portar nestas situaes..

    A Clusula Especial sobre o Artigo 49 da Lei 9610/ 98 da Legislao Brasileira,e se refere Tra ns fe rn c ia d os Dire i to s d e Au to r , e diz assim:

    ARTIG O 4 9

    Art. 4 9 . Os direitos de autor podero ser total ou parcialmente transferidos aterceiros, por ele ou por seus sucessores, a ttulo universal ou singular, pessoalmenteou por meio de representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento,concesso, cesso ou por outros meios admitidos em Direito, obedecidas asseguintes limitaes:

    I- a transmisso total compreende todos os direitos de autor, salvo os de naturezamoral e os expressamente excludos por lei;

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    II- somente se admitir transmisso total e definitiva dos direitos mediante estipulaocontratual escrita;

    III- na hiptese de no haver estipulao contratual escrita, o prazo mximo serde cinco anos;

    IV- a cesso ser vlida unicamente para os pas em que se firmou o contrato,salvo estipulao em contrrio;

    V- a cesso s se operar para modalidades de utilizao j existentes datado contrato;

    VI- no havendo especificaes quanto a modalidade de utilizao, o contrato

    ser interpretado restritivamente, entendendo-se como limitada apenas a uma queseja aquela indispensvel ao cumprimento da finalidade do contrato.

    O M O TIVO DA CLUS ULA ESPECIAL

    O motivo da existncia da Clusula Especial que vrios clientes, em especialalgumas editoras, adotam contratos-padro onde so includos tens abrangendodireitos exagerados de utilizao da obra, muitas vezes para uso eterno, em todosos pases, para todas as mdias, para todos os fins, etc.

    A Clusula Especial existe para se evitar a utilizao para alm daquilo queoriginalmente foi solicitado, p r o t e g e n d o os direitos do ilustrador.

    O termo CCDA bastante utilizado entre as grandes empresas, em especial aseditoras e significa CONTRATO de CESSO de DIREITOS AUTORAIS. ambguo,pois quer dizer que o autor est CEDENDO, isto , DANDO sua obra.

    Um termo mais transparente finalidade, e que poderia perfeitamente substituiro anterior CONTRATO de CONCESSO de DIREITOS AUTORAIS,

    que significaria uma permisso temporria.

    Na verdade o nome perfeito para um contrato de ilustrador CO N TRATO DELICEN A DE USO DE IM AG EM , que significa exatamente isso, ou seja, o autor tema propriedade e d uma licena para um uso especfico da imagem.

    Mais especfico ainda seria CO N TRATO DE LICENA DE USO DE IMAG EM ILUSTRADA.

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    CARTA DE ACO RDO

    Proje to : N o m e d o P r o je t o

    Desc r io : D e s cr i o D e ta lh a d a

    Cr o n o g ra m a / En tr e g a : - incio: d d / m m / a a a a

    - entrega: d d / m m / a a a a

    Concesses e Veicula o : Inserir tod a s a s veicula e s, perod os e uso s a qu i

    CLUSULA ESPECIAL: O presente Contrato, nos termos do Art. 49 da Lei 9610/ 98,concede os direitos de uso da imagem apenas para a edio impressa n__________da revista___________ e para seu website, ficando sem efeito todas as clusulas emcontrrio.

    Todos os direitos da obra reservados ao autor. Reutilizao no autorizada.

    Total: R$ 0 0 0 0 , 0 0

    Co n d i e s d e P a g a m e n to : Venc im en tos e Afins

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    TERMOS:

    1) Direitos Autorais: o ILUSTRADOR, na qualidade de titular e detentor dos direitos autorais sobre aOBRA, licencia ao CLIENTE todos os Direitos Autorais Patrimoniais sobre a OBRA, pelo TOTAL FEE nestacarta estipulado, dentro e fora do territrio nacional, por nmero ilimitado de vezes, nos limitesdeterminados a seguir: MATERIAL IMPRESSO (encarte e divulgao do mesmo) e INTERNET. Os DireitosAutorais Morais sobre a OBRA pertencem ao ILUSTRADOR conforme Lei Federal de n 9610 de19/ 02/ 1998, respeitados os Direitos Autorais Patrimoniais licenciados neste instrumento.

    2) Alteraes: O CLIENTE no est autorizado a alterar, anotar, comentar, melhorar ou modificar aOBRA e/ ou criar obras derivadas sem o consentimento prvio do ILUSTRADOR. Para tais execues, oILUSTRADOR dever ser novamente contratado.

    3) Revises: Todas as revises da OBRA devero ser feitas no estgio inicial do trabalho (rascunhos elayouts). Custos adicionais sero cobrados caso as correes feitas aps o estgio inicial reflitam novadireo para a obra ou um novo conceito para o projeto. Correes devero ser feitas apenas peloILUSTRADOR, ou com sua aprovao.

    4) Antecipao de Prazos: Adicionais sero cobrados caso o CLIENTE antecipe o prazo de entrega daOBRA entre a aceitao desta CARTA e o final da produo. Cinquenta por cento (50%) do TOTAL FEE

    indicado nesta CARTA dever ser pago pelo CLIENTE perante notificao de antecipao durante suaproduo.

    5) Cancelamento, Adiamento e Kill Fees: Adicionais de cancelamento/ adiamento sero cobradosbaseados no montante de trabalho feito durante ou aps o seu trmino da OBRA. - Cinquentapor cento (50%) do TOTAL FEE indicado nesta CARTA dever ser pago pelo CLIENTE perante notificaode cancelamento/ adiamento durante sua produo. - Cem por cento (100%) do

    TOTAL FEE indicado nesta CARTA dever ser pago pelo CLIENTE perante notificao decancelamento/ adiamento aps o trmino do trabalho do ILUSTRADOR. Com o cancelamento do projeto,todas as concesses expressas acima sero canceladas e todos os direitos permanecero com oILUSTRADOR, incluindo rascunhos (roughs/ sketches), layouts, composites e quaisquer outros materiaispreliminares. O CLIENTE dever retornar todas as mdias e/ ou artes originais e no manter o materialpublicado em arquivo.

    6) Cpias e Portifolio: O CLIENTE concorda em prover o ILUSTRADOR com trs (3) exemplares dequalquer material impresso cuja OBRA foi publicada. O ILUSTRADOR reserva o direito de incluir imagensda OBRA em seus portifolios impresso e online e materiais de auto-promoo, alm de poder inscrev-la em qualquer competio de ilustrao/ design Nacional e Internacional.

    7) Responsabilidades, Permisses e Licenas: O ILUSTRADOR responder pela boa execuo da OBRA,sempre atendendo aos interesses do CLIENTE. O ILUSTRADOR no ser responsabilizado ou oneradopor quaisquer processos ou demandas pela utilizao de referncias cedidas pelo CLIENTE e/ ou seusrepresentantes.

    8) tica e Confidencialidade: O ILUSTRADOR se compromete a no licenciar a OBRA para terceirosaps a utilizao da mesma pelo CLIENTE. O ILUSTRADOR se compromete a manter a total confidencialidadedo trabalho, seu tema e contedo, alm de seus fins, antes e durante o perodo de produo at apublicao da OBRA, se assim o CLIENTE pedir.

    9) Crditos: A OBRA dever conter crdito do ILUSTRADOR em lugar visvel, salvo quando firmadoacordo em contrrio por ambas as partes.

    10) Miscelnea: Esta CARTA constitui o inteiro entendimento entre os envolvidos. A aprovao escritaou verbal deste documento implica na aceitao das condies da presente proposta. Seus termos podemser modificados apenas por documento assinado por ambas as partes.

    2

    Ass ina tu ra d o Clien te

    N o m e d e C lie n te

    Su a A s s in a tu r a

    Se u N o m e

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    7 - LIN KS DE IM PO RTN CIA / 1

    ENTIDADES E EMPRESAS

    I lu s t rag rupo - Frum de Ilustradores do Brasil

    http:/ / br.groups.yahoo.com/ group/ ilustragrupo

    SIB- Sociedade dos Ilustradores do Brasilhttp:/ / www.sib.org.br

    A CB / H Q m ix - Associao dos Cartunistas do Brasil / Trofu