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EPIDEMIOLOGIA E ALTERNATIVAS DE CONTROLE DE HELMINTOS EM
BOVINOS DE CORTE NA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL.
IVO BIANCHIN1; JOÃO B. CATTO1
ABSTRACT:- BIANCHIN, I; CATTO, J.B. (Epidemiology and alternatives for
control of helminths in beef cattle in the central region of Brazil. XV Congresso
Brasileiro de Parasitologia Veterinária. Embrapa Gado de Corte, Caixa Postal 154,
Campo Grande, MS, 79002-970, Brazil. E-mail: [email protected]
Research studies deve loped in Brazil have demonstrated that parasites affect
animal production not1 only raising the mortality rates but also reducing the overall
efficiency of the system. The most common species of nematodes found are Cooperia
spp., Haemonchus spp., Trichostrongylus spp., and Oesophagostomum sp. The number
of adult worms and the counts of nematode eggs per gram of feces (FEC) tend to reduce
as animals become adult, this way, cattle acquire immunity around 18 months of age.
Infecting larvae (L3) can be found in the pasture all over the year but they are more
frequent during the raining season. The strategic use of anti-helminth drugs (May, July,
and September) for calves from weaning up to 18-24 months has the potential to reduce
the mortality in 2% and increase the average gain in 23 to 40 kg. Nowadays, parasite
control is done with synthetic chemical products that harm the environment by acting
against live organisms not planned to kill; furthermore, they might contaminate food
with dangerous residuals when used in an inappropriate way. Moreover, the association
of chemicals used without technical orientation and their massive application led to the
appearance of worm resistance to several drugs. Consumers are becoming more and
more demanding in terms of food quality and environmental care throughout food
production chains; thus, there is a crescent demand for alternative systems of parasite
control. Alternative controls are based on pasture management (rotational grazing,
agriculture and cattle raising integrated), biological control of parasites (dung beetle,
nematophagous fungi), phytotherapy, nutrition, host resistance selection, vaccine, and
homeopathy. The use of alternative methods of parasite control together with traditional
chemical drugs would be the best, but it is unlikely to happen, because it would be
necessary to involve government, cattle raising associations, pharmaceutical industry,
1 Embrapa Gado de Corte, Caixa Postal 154, Campo Grande, MS, 79002-970, Brazil. E-mail: [email protected]
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class organizations, and public and private technical assistance companies to
accomplish it. Considering that the involvement of such different organizations is
practically impossible, the best choice is to wait for the development of successful
vaccines and new drugs; otherwise, there is the risk of helminth resistance reaching a
status similar to the sheep production, where it is critical.
KEY WORDS: Gastrintestinal parasites, anthelmintic, strategic control, cattle, nematode.
RESUMO
Trabalhos de pesquisa realizados no País demonstram que os parasitos influenciam de
maneira significativa não apenas a mortalidade, mas também a eficiência produtiva dos
animais. As principais espécies de nematódeos encontrados são Cooperia spp.;
Haemonchus spp.; Trichostrongylus spp. e Oesophagostomum sp. O número de vermes
adultos e de ovos nas fezes (OPG) tende a diminuir nos animais à medida que se tornam
adultos. Os animais adquirem imunidade ao redor dos 18 meses de idade. O clima
permite a disponibilidade de larvas infectantes (L3) no pasto durante todo o ano, mas é
maior no período chuvoso. O uso estratégico de anti-helmínticos, nos meses de maio,
julho e setembro, na faixa etária do desmame aos 18-24 meses de idade, tem potencial
para proporcionar redução de 2% na mortalidade e ganho médio de 23 a 40 kg a mais de
peso vivo por animal, até o abate. Atualmente, o controle dos parasitos é feito com o
uso de produtos químicos sintéticos, que produzem danos ao ambiente atuando em
organismos não-alvos e podem contaminar os alimentos com resíduos. O uso desses
produtos sem orientação técnica adequada e o acesso fácil pelo produtor tem aumentado
o aparecimento da resistência. O consumidor está cada vez mais exigente quanto à
qualidade dos alimentos e aos riscos ambientais relacionados a sua produção, criando
demandas por sistemas alternativos de controle dos parasitos. O controle alterna tivo
baseia-se no manejo da pastagem (pastejo rotacionado, integração agricultura pecuária),
controle biológico (besouros coprófagos, fungos nematófagos), fitoterapia, nutrição,
seleção de hospedeiros resistentes, vacina e homeopatia. A combinação de métodos
alternativos de controle, aliada aos produtos químicos tradicionais seria o ideal, mas
para isso ocorrer na prática é necessário envolver o governo, as associações de
criadores, a indústria farmacêutica, os órgãos de classe e assistência técnica pública e
privada. Como o envolvimento dos diferentes órgãos é praticamente impossível resta
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esperar que a busca por vacinas tenha êxito e que a indústria farmacêutica atente para
novos princípios ativos, pois a tendência é chegar ao que acontece atualmente com os
ovinos, em que a resistência anti-helmíntica é o maior problema.
PALAVRAS CHAVES: Parasitos gastrintestinais, anti-helmíntico, controle
estratégico, bovino, nematódeo
INTRODUÇÃO
Segundo EMBRAPA GADO DE CORTE (2000), a pecuária de corte brasileira,
que vinha almejando aumento na eficiência produtiva, desde o início da década de 1990,
passa a ter essa demanda exacerbada como resultado das pressões impostas pela
globalização da economia. A exposição dos mercados dos diversos países a essa
competitividade globalizada, que se observa nos últimos anos, fez com que a
necessidade de se produzir de forma eficiente e eficaz se tornasse, em muitos casos,
sinônimo de permanência no negócio.
A pecuária de corte, no Brasil, se caracteriza principalmente pelo sistema de
criação fundamentado em pasto, e dentre os fatores que provocam a redução na
produção e na produtividade do rebanho, estão as flutuações estacionais na
disponibilidade e qualidade da pastagem, o manejo inadequado, a incidência alta de
parasitos, doenças e carências minerais (BIANCHIN, 1987). Trabalhos de pesquisa
realizados no País demonstram que os parasitos influenciam de maneira significativa
não apenas a mortalidade, mas também a eficiência produtiva dos animais.
O controle de parasitos é feito, praticamente, com o uso de produtos químicos e
que produzem, sabidamente, resíduos na carne, bem como danos ao ambiente. A
população mundial está cada vez mais exigindo alimentos saudáveis e oriundos de
sistemas produtivos com menor risco ambiental. Dessa maneira, o uso de produtos
químicos que deixam resíduos na carne sofrerá restrições cada vez mais intensas. Para
atender essas demandas o sistema produtivo de bovinos busca tecnologias alternativas
que sejam viáveis técnica e economicamente, envolvendo tanto a saúde animal como a
saúde pública.
EYSKER (2001) comentou que os nematódeos gastrintestinais prejudicam a
produção dos ruminantes no mundo todo. Particularmente, o controle destas infestações
é agravada, pelo desenvolvimento de resistência dos parasitos às drogas. Isto implica no
desenvolvimento e aplicação de alternativas de controle para se manter a produção.
Dentre as alternativas cita o manejo da pastagem, as raças resistentes, o controle
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biológico, a nutrição e o uso de plantas medicinais. A combinação destas alternativas
aliadas aos anti-helmínticos seria ideal.
2. EPIDEMIOLOGIA
2.1. Prevalência das Espécies
Os resultados obtidos por BIANCHIN et al. (1990) e BIANCHIN (1991) sobre
epidemiologia dos nematódeos no Estado de Mato Grosso do Sul, através de necropsias
mensais de animais permanentes e traçadores, demonstraram que, do total de helmintos
encontrados, 75,8% foram Cooperia spp. (C. punctata 92%, C. pectinata 6% e C.
spatulata 2%); 14,4% Haemonchus spp.; 6,8% Trichostrongylus axei; 2,6%
Oesophagostomum radiatum; 0,3% Trichuris discolor; 0,1% Trichostrongylus
longispicularis. Os autores observaram ainda infecções esporádicas por Bunostomum
phlebotomum e que o Dictyocaulus viviparus ocorreu em níveis baixos durante todo o
ano.
2.2.OPG e Imunidade Adquirida
O OPG (Ovos por Grama de Fezes) tende a diminuir nos animais à medida que
se tornam adultos. Os animais adquirem imunidade ao redor dos 18 meses de idade. Isto
se deve ao fato de que as condições, no Brasil Central, permitem que os animais
adquiram infecções por nematódeos durante o ano inteiro (BIANCHIN et al., 1995,
2007; CATTO et al., 2008).
A imunidade adquirida pelos animais pode ser quebrada por problemas
nutricionais como mudanças na alimentação (deficiência de proteína e minerais,
especialmente fósforo ou cobalto) e diminuição da disponibilidade de pastagem,
particularmente em estiagem prolongada no final do período seco do ano; pelo estresse
de longas caminhadas ou transporte; pela administração de esteróides de efeito
duradouro, e pela administração de anti-helmínticos que pode causar uma supressão
temporária da resposta imunitária. O uso de anti-helmínticos de pequeno espectro pode
provocar, devido ao efeito interativo entre as espécies de helmintos, especialmente do
abomaso, um aumento da carga parasitária
2.3. Larvas na Pastagem
O método mais eficiente de vermifugação é o que mantém as pastagens livres de
contaminação por períodos mais prolongados. Estudos realizados no Centro-Oeste
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indicam que o número de larvas de terceiro estágio (L3) na pastagem é maior no período
chuvoso do que no período seco. No período seco do ano, as fezes podem funcionar
como reservatório de L3 mas não existe umidade suficiente para que as larvas se
espalhem na pastagem (Cooperia spp. é mais resistente). Por outro lado, no período
chuvoso, o calor favorece o desenvolvimento da L3, mas também diminui a sua
sobrevivência.
3. CONTROLE
3.1. Faixa Etária, Prejuízos e Controle
Os prejuízos causados pelos helmintos dependem, entre outros fatores, da idade
dos animais, e o melhor custo-benefício é obtido tratando os animais conforme a Tabela
1.
TABELA 1. Categoria animal, prejuízo e número de doses anti-helmínticas nos Cerrados.
Categoria animal Prejuízo Dosificações
Bezerro antes da desmama Baixo Depende do manejo
Desmama até 18-24 meses Alto Maio-Julho-Setembro
Acima dos 24 meses Baixo Táticas
3.1.1. Bezerros antes da desmama
O crescimento de bezerros antes do desmame pode ser prejudicado pelo
parasitismo gastrintestinal subclínico, porém a recomendação de tratamento não pode
ser generalizada para todos os sistemas produtivos. A prática é particularmente
recomendada para sistemas de ciclo curto, com os animais entrando na fase de
terminação após o desmame. Em sistemas de ciclo longo, ganhos compensatórios de
peso pelos animais controle podem não compensar financeiramente a adoção da
vermifugação de bezerros antes do desmame. Bezerros tratados antes da desmama aos
3-5 meses de idade ganharam de 4 a 7 kg a mais do que os não tratados (CATTO et al.,
2005).
3.1.2. Desmama até 18-24 meses - Controle estratégico
Os resultados de pesquisa na região Central do Brasil, resumidos por
BIANCHIN et al. (1996), indicam que o melhor esquema de controle de nematódeos
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deve englobar o período seco do ano. O uso estratégico de anti-helmínticos, em animais
nelores, nos meses de maio, julho e setembro, na faixa etária do desmame aos 18-24
meses de idade tem potencial para proporcionar redução de 2% em mortalidade e ganho
médio de 41 kg a mais de peso vivo por animal, até o abate, propiciando com isso,
potencial de retorno econômico, no Brasil Central, de cerca de 167 milhões de dólares
anuais (BIANCHIN et al., 1995).
No Brasil é crescente o uso de animais mestiços, no entanto, sabe-se que estes
animais exigem melhores condições nutricionais e sanitárias do que o zebu. O controle
estratégico dos nematódeos nestes animais foi testado, no mesmo local do trabalho
descrito acima para os animais nelores, em dois estudos. O primeiro deles com seis anos
de duração (BIANCHIN et al., 2007), os animais tratados estrategicamente com anti-
helmínticos em maio, julho e setembro ganharam 33 kg a mais do que os controles até
os 20 meses de idade. No segundo estudo, com três anos de duração (CATTO et al.,
2008), os animais tratados estrategicamente ganharam cerca de 23 kg a mais que os
controles.
As diferenças no ganho de peso dos animais tratados estrategicamente nos
trabalhos acima se devem, principalmente, ao nível nutricional oferecido aos animais.
No primeiro experimento foram utilizados bezerros da raça Nelore em três ciclos de
recria de dois anos. Os bezerros do grupo controle nunca foram everminados, a
pastagem recém-formada não foi adubada durante todo o período experimental e os
animais receberam apenas suplemento mineral (BIANCHIN et al., 1995). O segundo
experimento (BIANCHIN et al., 2007) foi realizado com animais cruzados Bos taurus x
Bos indicus da mesma faixa etária. A pastagem foi recuperada e adubada anualmente e
os animais receberam mistura mineral e sal protéico, 300 g/animal/dia na estação seca.
No terceiro estudo (CATTO et al., 2008) os animais estavam bem nutridos durante o
período experimental (disponibilidade alta de MS e arraçoados no período seco e
chuvoso).
Estudos sobre o efeito da suplementação protéica e mineral na resistência
(habilidade de regular o parasitismo) e/ou tolerância (habilidade de produzir quando
parasitado) são abundantes em ovinos (COOP e KYRIAZAKIS, 1999; 2001), pouco
estudado em caprinos (HOSTE et al., 2005; 2008), mas escassos com bovinos.
A importância do arraçoamento dos animais no controle dos nematódeos de
bovinos foi demonstrada por MAGAYA et al. (2000) em novilhos de 18 meses e
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SOUTELLO et al. (2002), do desmame aos 24 meses. Ambos os trabalhos evidenciam
que a suplementação protéica torna os animais mais tolerantes aos nematódeos.
3.1.3. Acima de 24 meses de idade.
Em pastagens vedadas por certo período e destinadas para terminação de animais
acima de 24 meses de idade, os resultados de pesquisa demonstram vantagem em tratar os
animais na entrada da pastagem e sugerem também que o uso de anti-helmínticos em
bovinos na entrada do confinamento pode ser econômico (BIANCHIN, 1982).
O pico de parição das vacas, no Brasil Central, ocorre nos meses de agosto e
setembro. Neste caso, seria recomendável vermífugar as novilhas (em julho ou agosto),
para prevenir possíveis problemas por parasitos devido ao estresse do primeiro parto. Esta
recomendação se aplica nos sistemas de produção em que o primeiro parto ocorra com
cerca de 24 meses de idade.
4. ALTERNATIVAS DE CONTROLE
Com o crescente aparecimento de resistência aos parasitas e o perigo associado à
contaminação dos alimentos e ambiental tem aumentado a procura pelo controle
alternativo dos ecto e endoparasitas, entre eles a fitoterapia, o deferimento da pastagem
em sistemas de pastejo rotacionado e na integração agricultura-pecuária, o controle
biológico (besouros coprófagos e fungos nematófagos), seleção animal, vacinas e
homeopatia. A seguir serão feitos alguns comentários sobre elas.
4.1. Manejo de pastagem
BARGER (1997) salientou que estudos sobre pastejo alternado e pastejo
rotacionado estão começando recentemente em clima tropical. Apesar de se ter um
consenso geral de que o manejo da pastagem pode oferecer uma solução simples e
rápida para ajudar no controle de nematódeos diminuindo o uso de produtos químicos, o
fato é que não se tem nenhum exemplo de controle de nematódeos em sistema intensivo
de pastejo, no qual o uso de anti-helmínticos se faz mais necessário.
O maior problema a ser considerado na rotação é o número de dias de pastejo
com o número de dias de descanso. Com as principais espécies de gramíneas utilizadas,
o sistema de rotação empregado não permite eficiência no controle de parasitos, uma
vez que a prioridade é a alimentação. O período de descanso de cerca de 30 dias é
insuficiente para ter influência no controle de parasitos.
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CATTO et al. (2007) e CATTO et al. (2008) observaram que em sistemas de
pastejo contínuo ou rotacionado, as infestações por ecto e endoparasitas foram sempre
próximas e as diferenças sem importância epidemiológica. Apesar de produtores e
técnicos ligados à pecuária orgânica o recomendarem, não há resultados experimentais
ou estudos de caso que tenham demonstrado o seu efeito no controle dos nematódeos
gastrintestinais de bovinos no Brasil.
O pastejo rotacionado pode se tornar eficiente se realizado com espécies de
animais diferentes, como por exemplo ovinos permitindo um descanso de pastagem
maior para as larvas infectantes dos nematódeos de ambas as espécies de animais
conforme o sugerido por NARI et al. (1987) e FERNANDES et al. (2004).
Sistemas integrados de rotação de lavouras e pastagens têm-se mostrado
eficientes na melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, quebra de
ciclo de pragas e doenças, controle de invasoras, aproveitamento de subprodutos,
pastejo de outono em pastagens anuais, melhorando e mantendo a produção animal e de
grãos, com fluxo de caixa mais freqüente ao produtor. Essa integração, sem dúvida,
diminuí a infestação das pastagens por larvas infectantes dos nematódeos e,
conseqüentemente, pode ser uma ferramenta eficiente para o controle integrado dos
parasitas.
4.2. Controle biológico
4.2.1. Besouros coprófagos
Ao bolo fecal de bovinos estão associados cerca de 266 espécies de insetos que,
na sua maioria, são benéficos (SKIMORE, 1988, 1991). Os insetos ajudam na
destruição do bolo fecal, na reciclagem de nutrientes, na aeração do solo, na produção
de húmus, na penetração de água no solo, no aumento de produt ividade de pastagem e
no controle de nematóides e mosca-dos-chifres. Além disso, estes insetos, destruindo o
bolo fecal, fazem com que se aumente a área de pastejo (HERD, 1995). A Embrapa
Gado de Corte importou, em 1989, a espécie de besouro coprófago Digitonthophagus
gazella para compor um programa integrado de controle de helmintos gastrintestinais e
mosca-dos-chifres, a exemplo do que tem sido feito em outros países (DOUBE et al.,
1991). Os produtos químicos utilizados no controle de nematódeos, tais como as
avermectinas, são liberadas, principalmente, pelas fezes e interferem na sobrevivência e
reprodução de moscas, minhocas e besouros. Estas drogas mereceram inúmeros estudos
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de pesquisadores do mundo inteiro, como pode ser verificado na revisão feita por
BULMAN et al. (1996).
Os inseticidas e acaricidas usados no controle de moscas e carrapatos, na sua
maioria à base de piretróides e organofosforados, são os que mais prejudicam o controle
biológico realizado pelos besouros. Estes produtos químicos, quando liberados nas
fezes, provocam mortalidade significativa dos besouros coprófagos por até 20 dias após
a sua utilização (BIANCHIN et al., 1997, 1998). Com isso, os benefícios do controle
biológico (BORNEMISSAZA, 1979; FINCHER, 1981; HERD, 1995; MIRANDA et
al., 1990a, b e MIRANDA et al.,1998), ficam diminuídos.
4.2.2. Fungos nematófagos
Os estudos sobre o emprego de fungos nematófagos no controle de larvas de
nematódeos gastrintestinais têm aumentado nos últimos anos (FAO, 2002; MOTA et al.,
2003). Em pesquisas in vivo e in vitro, observou-se que a espécie Duddingtonia
flagrans, devido a sua alta capacidade de produzir clamidósporos resistentes aos
processos digestivos, apresentou os melhores resultados (LARSEN & FAEDO, 1998).
Os gêneros Arthrobotrys, Monacrosporium e Duddingtonia têm sidos
amplamente estudados e apontados como alternativas viáveis para o controle biológico
das nematodíases em ruminantes e outros animais domésticos (PADILHA, 1996;
ROOS, 1997; FERNÁNDEZ et al., 1999; FONTENOT et al., 2003; MOTA et al., 2003;
CHANDRAWATHANI et al., 2004; GRAMINHA et al., 2005; ARAÚJO et al., 2004 e
2006), e dentre estes, a espécie Duddingtonia flagrans tem se destacado com resultados
positivos em diversos estudos conduzidos em várias regiões do mundo. Uma boa
revisão sobre o assunto pode ser encontrada no trabalho de tese de CAMPOS (2006), no
qual se observa que a eficiência do fungo é demonstrada em maior número em trabalhos
de laboratório do que no campo.
Embora já se tenha demonstrado os fungos nematófagos como uma alternativa
viável de controle biológico em sistemas comerciais manejados por fazendeiros
(WALLER et al., 2004), a ausência de formulações que permitam a sua comercialização
em larga escala e a custos compatíveis com os benefícios ainda é um fator limitante
deste método.
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4.3. Fitoterapia
O uso empírico de plantas ou de extratos de plantas é bastante comum e de
grande importância em algumas regiões, inclusive no combate aos nematódeos
gastrintestinais de ruminantes (ATHANASIADOU & KYRIAZAKIS, 2004). A
fitoterapia pode reduzir custos com tratamentos (VIEIRA et al., 1999), além de não
apresentar efeito nocivo ao meio ambiente (FAJIMI & TAIWO, 2005).
Contudo, muitos dos fitoterápicos utilizados popularmente podem não ter o
efeito a eles atribuído ou sua ação na diminuição do parasitismo ser demasiado baixa
para uso terapêutico (GITHIORI et al., 2002, 2003). Além disso, o efeito nematicida,
em muitos casos atribuído aos metabólitos secundários (alcalóides, saponinas, terpenos,
compostos fenólicos, glicosídeos, etc.), são compostos com efeitos antinutricionais,
utilizados como defesa contra os animais herbívoros (GITHIORI et al., 2006).
A validação de fitoterápicos a partir de testes in vitro e in vivo é dificultada por
falta de uma metodologia que assegure correção aos resultados (ATHANASIADOU e
KYRIAZAKIS, 2004). Os testes in vitro apenas podem demonstrar o efeito potencial de
uma determinada planta ou extrato, e nos testes in vivo, além da análise de propriedades
anti-helmínticas, é necessário avaliar possíveis efeitos negativos na performance dos
animais que possam ser provocados por fatores antinutricionais do fitoterápico ou
toxicidade (CABARET et al., 2002, ATHANASIADOU & KYRIAZAKIS, 2004;
KETZIS et al., 2006).
Por outro lado os metabólitos secundários denominados taninos, além da ação
nematicida, podem influenciar a disponibilidade de proteína no trato gastrointestinal
inferior. Sua ação pode, portanto, ser direta sobre os helmintos, diminuindo o nível de
infecção, ou indiretamente, promovendo um aumento do teor protéico da dieta pela
proteção da proteína ingerida da degradação ruminal n (KETZIS et al., 2006), o que
torna difícil isolar o efeito anti-helmíntico do valor nutricional da forrageira em questão
(ATHANASIADOU & KYRIAZAKIS, 2004) ou do incremento da disponibilidade
protéica no trato gastrintestinal inferior (BUTTER, 2000; HOSTE et al., 2006; KETZIS
et al., 2006).
Diversas estratégias de manejo de forragens ricas em metabólitos secundários
com ação anti-helmíntica incluem manter os animais em pastejo por períodos curtos,
para promover a desverminação e evitar perdas pelos fatores antinutricionais ou tóxicos;
manter acesso ad libitum a essas plantas que seriam procuradas pelos animais
parasitados; manter os animais em pastejo contínuo quando os benefícios nutricionais e
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antiparasitários forem superiores aos antinutricionais e associação de forragens diluindo
fatores antinutricionais e com efeito sinérgico no combate aos parasitas
(ATHANASIADOU & KYRIAZAKIS, 2004),
De modo geral, tanto as forragens ricas em taninos quanto os demais
fitoterápicos à base de extratos vegetais carecem ainda de estudos que comprovem sua
aplicabilidade no combate aos nematódeos gastrintestinais nos sistemas produtivos. O
teor de tanino nas pastagens deveria ser um item a ser avaliado no lançamento de novas
cultivares de pastagem.
4.4. Vacinas
Com exceção da vacina atenuada por irradiação de larvas para Dictyocaulus
viviparus não existem vacinas comerciais para o controle de nematódeos em
ruminantes. A estratégia de irradiação não funcionou para outros helmintos. Atualmente
as tentativas para obter vacinas estão concentradas em alvos nos parasitas ou nas
proteínas secretadas pelos parasitas, como moléculas da superfície da oncosfera de
Taenia e Echinococcus, proteínas secretadas/excretadas por Haemonchus e Ostertagia e
em proteínas da superfície intestinal do parasita. Vacinas com antígenos recombinantes
muito eficazes foram desenvolvidas para os hospedeiros intermediários de T. saginata,
E. multilocularis e T. solium (LIGTOWLERS et al., 2003) mas não têm sido
comercializadas por serem zoonoses características das populações pobres nos países
em desenvolvimento (SMITH e ZARLENGA, 2006).
Apesar do aumento extraordinário do entendimento da imunidade inata e
adquirida nos últ imos anos e o enorme avanço nas técnicas para descobrimento de
antígenos e genes, a ausência de vacinas monovalentes indica as dificuldades para se
desenvolver vacinas multivalentes necessárias para o controle dos nematódeos
gastrintestinais de ruminantes. A diversidade genética e milhões de anos de coevolução
e adaptação entre hospedeiro e parasitas são fatores difíceis de serem transpostos na
produção de vacinas contra os nematódeos gastrintestinais.
4.5.Seleção de hospedeiros
A seleção genética para a resistência é a melhor solução para o controle dos
nematódeos por ser permanente e de custo não elevado. Três possíveis estratégias
utilizando a variação genética podem ser utilizadas para aumentar a resistência aos
helmintos: seleção entre raças, cruzamentos e seleção individual (MACKINNON et al.,
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1991). Aumentar a resistência ou tolerância do rebanho é uma maneira de evitar os
danos causados pelos nematódeos gastrintestinais e tem sido mais estudada e utilizada
em ovinos e caprinos devido a importância desses parasitos nesses sistemas produtivos
(AMARANTE et al., 2004).
A seleção de animais com maior resistência diminui a contaminação das
pastagens, o uso de anti-helmínticos e os danos causados pelos nematódeos, mas pode
também influenciar negativamente a produtividade quando não se consideram outros
fatores produtivos (GRAY, 1997). Os conceitos de resistência, que se trata da
capacidade do animal de evitar a infecção, e de tolerância, que se trata da capacidade do
animal limitar as conseqüências patológicas da infecção sobrepõem-se, o que dificulta o
processo de seleção genética (GRAY, 1997).
Diferença na resistência entre raças, principalmente para H. contortus, tem
sido bastante documentada em ovinos e caprinos (STEAR et al., 2007), mas pouco em
bovinos. Bezerros da raça Holandesa quando experimentalmente infectados são mais
susceptíveis à infecçäo e aos efeitos patogênicos de H. placei do que bezerros da raça
Nelore (LOPES et al., 1997). Em região com predominância de Ostertagia, bezerros da
raça Santa Gertrudis (Bos indicus X Bos taurus) estavam mais parasitados, ganharam
menos peso que os da raça Aberdeen Angus (SUAREZ et al., 1995). Em contraste, em
região com predominância de Haemonchus e Cooperia, animais de origem européia
estavam mais infectados e responderam melhor ao tratamento anti-helmíntico que
animais de origem indiana (PENA et al., 2000; PRAYAGA, 2003).
Devido à importância dos nematódeos na ovinocultura em alguns países já
existem programas de seleção orientados para produzir animais com diferença esperada
de progênie (DEP) para OPG. O estudo dos genomas e genes marcadores de resistência
aos nematódeos gastrintestinais (SONSTGARD & GASBARRE, 2001; DOMINIK,
2005; ESCOBEDO et al., 2005; CRAWFORD et al., 2006; HU & GASSER, 2006)
aumenta a possibilidade de otimizar o processo de seleção genética para hospedeiros
resistentes aos nematódeos gastrintestinais. Essas técnicas aumentam a possibilidade do
uso da seleção na bovinocultura, na qual a fertilização artificial é bastante difundida
(FAO http://cnia.inta.gov.ar/helminto/Guidelines/hel10.htm).
A despeito dos benefícios que se obteria com o uso de controle genético dos
nematódeos, o progresso provavelmente será lento (intervalo de geração longo nos
bovinos) e controverso, pela possível evolução dos parasitas e relação inversa entre
resistência e performance dos animais (WALLER E THAMSBORG, 2004)
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4.6. Homeopatia
A demanda dos consumidores por produtos oriundos de sistemas ecológicos e
com garantia de ausência de resíduos, dos produtores por produtos mais baratos e de
fácil utilização e o aumento da resistência dos parasitos aos produtos alopáticos tem, nos
últimos anos, aumentado a utilização da homeopatia para o controle das parasitoses.
Apesar de recomendado nos sistemas orgânicos, sua eficiência ainda não tem sido
demonstrada (CABARET et al. 2002).
O uso de homeopatia no controle de doenças é bastante estudado em seres
humanos e continua a ser um dos temas mais controversos na terapêutica. ERNST
(2002) localizou e analisou onze independentes revisões sistemáticas sobre homeopatia
e a conclusão é de que, de uma maneira geral, não se consegue apresentar uma forte
evidência a favor da homeopatia, ou de que, na maioria dos casos, faltam provas
conclusivas sobre a eficácia da homeopatia (JONAS et al., 2003). Na medicina
veterinária, a maioria das publicações são estudos de observação e documentação de
casos e não são suficientes como prova de eficácia da homeopatia (PINHEIRO, 2007).
São relatos em jornais, revistas rurais, entrevistas, palestras, etc., geralmente
divulgados por pessoas ligadas à manufatura e comercialização de produtos
homeopáticos, especialmente aqueles indicados no controle de parasitos de bovinos,
ovinos, caprinos e eqüinos.
Dois trabalhos (ZACARIAS et al., 2003 e ZACARIAS, 2004), no Brasil,
relatam que o uso da homeopatia reduziu o OPG de caprinos e ovinos, mas ROCHA et
al. (2006) observaram que ovinos tratados com homeopatia tiveram OPG e ganho de
peso semelhantes aos de animais não tratados e OPG mais elevado e ganho de peso
significativamente menor que animais tratados com anti-helmínticos. CAVALCANTI et
al. (2007) e CHAGAS et al. (2007) também não observaram redução de OPG com o uso
de medicamentos homeopáticos em ovinos.
PINHEIRO (2007) acompanhou o desempenho de dois grupos de bovinos
tratados com homeopatia contra parasitos e anti-helmíntico, do desmame ao abate, e
observou ganho de peso significativamente maior, maior peso de carcaça quente e
resfriada e espessura de gordura do lombo nos animais tratados com anti-helmíntico
alopático.
14
5. CONCLUSÃO
Para reduzir o número de tratamentos anti-helmínticos nos animais e evitar o
agravamento de resistência é necessário levar em consideração os estudos
epidemiológicos, utilizando os produtos somente em épocas e categorias de animais que
necessitam. A utilização de um único método de controle alternativo não tem se
mostrado eficiente para dispensar o uso de anti-helmínticos em animais que necessitam
ganhar peso e isso dificilmente vai acontecer. Levando em consideração que as
fazendas, em sua maioria, não têm assistência técnica e os seus gerentes relutam em
introduzir tecnologias de longo prazo, pode-se esperar que a resistência dos parasitos
vai continuar aumentando. A combinação de vários métodos alternativos de controle,
aliada aos produtos químicos tradicionais, seria o ideal. Mas para colocar isso em
prática, deveria-se envolver o governo, organizações nacionais e internacionais,
associações de criadores, indústria farmacêutica, órgãos de classe (assistência técnica
pública e privada). Como esse envolvimento é praticamente impossível, deve-se torcer
para que a busca por vacinas contra helmintos tenham êxito e que a indústria
farmacêutica atente para novos princípios ativos que sejam eficientes, pois a tendência é
chegar ao que acontece atualmente em ovinos, em que a resistência dos helmintos é
generalizada. O fazendeiro culturalmente não gosta de trazer os animais no curral e,
quando o faz por ocasião da vacinação da aftosa (obrigatória), trata os animais também
com vermífugo. A maioria das indústrias farmacêuticas sabe disso e indicam os
produtos para esses meses do ano; com isso se perde uma grande oportunidade de
difundir o controle estratégico indicado pela pesquisa para o Brasil Central e Sul do
País. Com isso, cerca de 70% do que é gasto anualmente em anti-helmínticos no Brasil
(cerca de 134 milhões de dólares) não se reverte em benefício ao produtor por usar em
épocas e categorias de animais sem necessidade de tratamento.
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