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    VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br

    Tomada de decisão quanto ao mix de produção diante de um fator restritivo nacapacidade produtiva

    Reginaldo da Silva Souza

    Centro Universitário UNIS-MG

    RESUMO:

    Este artigo tem por finalidade a identificação das variações do ponto de equilíbrio contábil eno resultado econômico de uma empresa diante da decisão da composição de seu mix  de

     produtos. Estudou-se, também, a possibilidade de maximização dos resultados ou a suaregressão e as dificuldades enfrentadas pelos gestores no momento da tomada de decisão. Oreferencial teórico pesquisado para elaboração do trabalho foi baseado na tomada de decisões

    do mix de produtos, na teoria das restrições, observando possíveis fatores restritivos dacapacidade produtiva, na margem de contribuição e no ponto de equilíbrio contábil. Emseguida procedeu-se uma simulação de caso com a adaptação dos dados da empresa TexcelCompany, proposto pelos autores Atkinson, et al. (2000), em seu livro ContabilidadeGerencial. A análise do ponto de equilíbrio contábil e do resultado da empresa TexcelCompany é apresentada em sete passos diante de duas propostas para produção e venda docomposto de produtos da empresa. A análise possibilitou observar que a alteração no mix de

     produção pode trazer resultados negativos para organização.

    Palavras-chaves: Tomada de Decisão.  Mix de produtos. Restrição da capacidade produtiva.Ponto de equilíbrio contábil.

    ABSTRACT:

    This article aims to identify the changes in accounting and balance the outcome of acompany's decision on the composition of its product mix, maximizing the possibility ofchecking the results or its regression and the difficulties faced by managers when decision-making. The theoretical search for the preparation of this study was based on the decisionmaking of the product mix, the theory of constraints, noting possible constraining factors of

     production capacity, the contribution margin and balance sheet. The analysis of theequilibrium point and the result of the accounting firm Texcel Company is presented in sevensteps forward two proposals for production and sale of compost products company. Theanalysis allowed to observe the change in product mix can bring negative results to theorganization.

    Keywords: Decision Making. Product mix. Restriction of productive capacity. Balance sheet.

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    1. INTRODUÇÃO

    A tomada de decisão nas organizações está relacionada à adoção de melhores práticas, as oportunidades e ameaças visualizadas em seu cotidiano. Nesse mesmo sentido, a

    tomada de decisão do mix de produção e a consideração dos fatores restritivos da empresa sãoextremamente importantes para o sucesso ou fracasso de uma organização.

    Assim, o artigo pretende responder a seguinte questão: quais implicações no pontode equilíbrio contábil e no resultado de uma empresa ao determinar o mix de produção, tendoem vista a existência de um fator restritivo na capacidade produtiva?

    O objetivo desse artigo é verificar a variação do ponto de equilíbrio contábil e doresultado de uma empresa multiprodutos de acordo com composição do mix  de produtos,analisando a possibilidade de maximização dos resultados ou a sua regressão e as dificuldadesenfrentadas pelos gestores no momento da tomada de decisão. O referencial teórico

     pesquisado para elaboração do trabalho foi baseado nos itens: tomada de decisões, na teoriadas restrições, nos conceitos de margem de contribuição unitária e ponto de equilíbrio

    contábil.

    Foi realizado, também, um estudo de caso para análise do ponto de equilíbriocontábil e do resultado da empresa Texcel Company estruturado em sete passos diante deduas propostas para produção e venda do composto de produtos da empresa. A análise

     possibilitou observar que a alteração no mix de produção pode trazer resultados negativos àorganização.

    2 METODOLOGIA

    O estudo fundamentou-se em literaturas sobre os temas: Tomada de Decisão do mix de produtos, Teoria das Restrições - fatores restritivos da capacidade produtiva, margemde contribuição e ponto de equilíbrio contábil.

    Foi realizada a simulação da receita, do resultado e do ponto de equilíbrio e suasrespectivas alterações. A simulação foi realizada com a adaptação dos dados da empresaTexcel Company, proposto pelos autores Atkinson, et al. (2000), em livro ContabilidadeGerencial. Dessa forma, dividiu-se a simulação do caso em sete passos para comparação dosresultados.

     Na visão de Portela (2004) a melhor forma de se pesquisar é por meio daintegração entre os métodos quantitativo e qualitativo, pois para analisar-se com

    fidedignidade uma situação é necessário o uso de dados estatísticos, bem como de outrosdados quantitativos, e também da análise qualitativa dos dados obtidos por meio deinstrumentos quantitativos.

    Os dados foram organizados em planilhas no  Microsoft Excel, para facilitar oscálculos e as análises por meio de gráficos.

    Ao final da simulação dos dados realizou-se a comparação entre a margem decontribuição, resultado e margem de contribuição da empresa Texcel Company.

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    3 REFERENCIAL TEÓRICO 

    3.1 Tomada de Decisão do mix de produtos

    A tomada de decisão nas organizações requerem informações, análise e

     principalmente, previsão dos resultados.Moreira supõe que:

    [...] a decisão deva ser tomada no presente, mas os seus efeitos serão sentidos aolongo do tempo. As informações disponíveis são frequentemente constituídas dedados de diversos graus de precisão: alguns são conhecidos com certeza, outros sãoestimados com certo cuidado e, finalmente, poderão existir dados cuja precisãodeixa muito a desejar. São cercados de incertezas e referem-se normalmente aeventos de um período futuro sobre os quais o tomador de decisão tem pouca ounenhuma influência (MOREIRA,1993, p.129)

    Ainda de acordo com o autor “sempre existirão particularidades que nenhumaprendizado formal pode prever, fazendo com que se abra um amplo espaço para raciocínio, o

     julgamento e, não raras vezes, o bom senso do tomador de decisão.”

     Nélo afirma que a tomada de decisão da composição do mix de produtos deve:

    Considerar fatores internos e externos à empresa. Os externos referem-se principalmente aos preços dos produtos, empresas competidoras, produtossubstitutos, produtos complementares, canais de distribuição, fornecedores, clientes,localização industrial, impostos, taxas de juros dentre outros. Os fatores internosestão relacionados principalmente ao uso da capacidade industrial, à oferta (preços equantidades) de matérias-primas, de recursos humanos, aos produtos conjuntos etc.Observe-se que os fatores externos causam impactos nos preços dos produtos finaise dos insumos, enquanto os internos influenciam principalmente o custo de

     produtos. Em suma, a determinação do mix de produtos influencia diretamente acompetitividade empresarial. (NELO, 2008, p. 17)

    Cabe aos gestores identificar oportunidades, analisar fatores internos e externos edefinir o composto de produtos que oferecerá o melhor retorno à organização.

    3.2 Teoria das Restrições: Análise dos fatores restritivos da capacidade produtiva

    Em muitas organizações a existência de recursos limitantes na capacidade produtiva requer uma análise crítica para definição do que produzir e qual a quantidade a ser

     produzida.De acordo com Nélo (2008, p. 18) “Uma restrição normalmente refere-se a algo

    com certas limitações. No âmbito empresarial, Guerreiro (1999, p.  35) menciona que a‘restrição é qualquer elemento que limita um sistema no cumprimento da meta empresarial:ganhar dinheiro’.”

    De acordo com Martins:

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    a) todo sistema possui, no mínimo, um fator de restrição; b) o conhecimento do valor da margem de contribuição por unidade do fatorlimitante é mais importante que o conhecimento da margem de contribuição porunidade produzida;c) o custo de mão-de-obra direta é fixo, assim como são fixos todos os custosindiretos;

    e) capacidade ociosa é desejável nos recursos que não representem restrições ougargalos; ef) deve-se administrar o equilíbrio do fluxo do processo, não a capacidade dosrecursos etc. (MARTINS, 2003, p.138)

     Nélo (2008) complementa que a TOC (Theory of Constraints), ou teoria dasrestrições, tem como premissa básica que a gestão de produção deve ser administrada a partirdas restrições, e os recursos não limitativos são desprezados. Essa teoria considera cinco

     passos básicos para solucionar problemas no processo produtivo:

    1º Passo: Identificar as restrições do sistema;

    2º Passo: Explorar as restrições maximizando os recursos limitativos. Maximizar asrestrições tendo como parâmetro a ordem decrescente dos throughput 1 dos itens quecompõem o mix de produtos.4º Passo: Superar as restrições do sistema.5º Passo: Caso das restrições não sejam exploradas, retorna-se ao primeiro passo.(NÉLO, 2008, p. 64)

    Dessa forma, a não consideração da questão dos recursos restritivos dacapacidade, pode facilmente levar a conclusões equivocadas (CORRÊA; CORRÊA, 2007) 

    3.3 Margem de Contribuição

    A margem de contribuição é a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto. É o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e ocusto que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro. (PADOVEZE, 2008)

    De acordo com Nélo (2008, p. 42):

    Representa a diferença entre o preço de venda deduzido dos custos e o de despesasvariáveis. Se não houver variação de preço pode haver variação na margem decontribuição decorrente do método de custeio aplicado. As despesas variáveisintegram o cálculo da margem de contribuição, mas não compõem o custo do

     produto. Os custos são sacrifícios de ativos em função da produção e as despesas sãosacrifícios de ativos em função das vendas. Os gastos em função das vendas já sãorealizados e se a empresa estocar produtos nem todo custo é realizado.

    A margem de contribuição, considerada como informação útil para acontabilidade gerencial, somente é possível no custeio variável (direto), pois nele os custosfixos não são apropriados ao produto, eles são inseridos integral e diretamente no resultado.

    1 Troughput : significa recursos limitativos versus margem de contribuição. A margem de contribuição varia emfunção das premissas conceituais do sistema de custeio. (NÉLO, 2008)

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    PE

    PREJU ZO

    LUCRO

    Isto proporciona uma melhor análise do custo do produto, não incorrendo em problemas decritérios e formas de rateio dos custos indiretos aos produtos fabricados e vendidos.(CARVALHO, 2011)

    3.4 Ponto de Equilíbrio Contábil

    É também denominado de ponto de ruptura, ou, ainda break-even-point . Nasce daconjugação dos custos totais com as receitas totais. (MARTINS, 2003) É o ponto aonde ocusto total e as receita total se igualam. A partir deste ponto a empresa entra na área dalucratividade, e abaixo dele na área de prejuízo.

    De acordo com Padoveze (2008, p. 367) “a informação do ponto de equilíbrio daempresa, tanto do total global, como por produto individual, é importante porque identifica onível mínimo de atividade em que a empresa ou cada divisão de operar”

    A figura abaixo ilustra o ponto equilíbrio, destacando que antes do atingimento do

     ponto de equilíbrio a empresa opera com prejuízo e que após o alcance de ponto a empresa passa a operar com lucro.

     Legenda: PE  = Ponto de Equilíbrio

    RT = Receita TotalCT = Custo Total (CF + CV)CV = Custo mais Despesa VariávelCF = Custo mais Despesa FixaPV = Preço de Venda

    u = Volume ou Produção em unidades

    Figura 1 – Ponto de Equilíbrio contábil – Fonte: Carvalho (2011)

    CUSTO/RECEITA

    RT

    CF

    CT

    VOLUME DA PRODUÇ O – un. ou VENDAS - $

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    A análise do Ponto de Equilíbrio é fundamental nas decisões referente ainvestimentos, nos planejamentos de controle do resultado, no lançamento ou descontinuidadede produtos ou serviços e para análise das modificações do preço de venda conforme ocomportamento do mercado.

    4 SIMULAÇÃO DO CASO

    A simulação do caso foi dividida em sete passos para melhor apresentação ecomparação dos resultados.

    O primeiro passo foi levantar as informações dos produtos confeccionados pelaempresa, bem como, o seu orçamento de produção para o período, levando-se emconsideração que a capacidade de produção é limitada pelas horas das máquinas utilizadas no

     processo produtivo à quantidade de 23.800 horas/máquinas, e finalmente, os custos e despesasgastos para esse nível de produção. A Texcel Company fabrica cinco tipos de artigos de

    vestuário. A tabela 1 a seguir apresenta a primeira proposta de orçamento de produção eexpectativa de vendas para o terceiro trimestre de 2011.

    Tipos de Roupa Produção Orçada

    Camisas 12.000Vestidos 5.000

    Saias 10.000Blusas 15.000Calças 8.000

    Total de Unidades 50.000Tabela 1 – Orçamento de produção em quantidades para o 3º trimestre de 2011

    Tipos de VestuárioHoras de Máquina

    por UnidadeProdução em

    UnidadesTotal de Horas de

    Máquinas NecessáriasCamisas 0,4 12.000 4.800Vestidos 0,8 5.000 4.000

    Saias 0,5 10.000 5.000Blusas 0,4 15.000 6.000Calças 0,5 8.000 4.000Totais - 50.000 23.800

    Figura 2 – Horas de máquina necessárias

    Os custos dos materiais diretos estão baseados em estimativas de seu consumo e preços. Os funcionários do corte, da costura e do empacotamento são pagos com base em umataxa por peça. Dessa forma, o segundo passo  foi determinar o custo unitário de peça dovestuário, conforme demonstrado na tabela 2.

    Itens Camisas Vestidos Saias Blusas CalçasMateriais Diretos:

    Têxtil  $1,80 $6,00 $4,00 $2,00 $4,50

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    Suprimentos $0,20 $0,90 $0,60 $0,40 $0,60

    Mão-de-Obra Direta:Corte  $1,00 $1,50 $1,00 $1,00 $1,00

    Costura $0,80 $1,80 $1,00 $0,80 $1,00

    Inspeção $0,15 $0,15 $0,15 $0,15 $0,15Empacotamento $0,05 $0,05 $0,05 $0,05 $0,05Apoio Industrial:

    Utilidades $0,03 $0,03 $0,03 $0,03 $0,03Administração da Fábrica $0,04 $0,04 $0,04 $0,04 $0,04Manutenção de Máquina $0,02 $0,02 $0,02 $0,02 $0,02Depreciação de Máquina $0,04 $0,04 $0,04 $0,04 $0,04

    Manutenção das Instalações $0,04 $0,04 $0,04 $0,04 $0,04Depreciação das Instalações $0,03 $0,03 $0,03 $0,03 $0,03

    Totais $4,20 $10,60 $7,00 $4,60 $7,50Tabela 3 – Custo unitário do produto

    O terceiro passo foi determinar a margem de contribuição unitária, a margem decontribuição por hora máquinas e o resultado da empresa levando-se em consideração àquantidade de 50.000 peças produzidas.

    Tipo de Vestuário Camisas Vestidos Saias Blusas CalçasPreço por Unidade $5,00 $15,20 $9,00 $8,00 $11,00

    Tabela 4 – Preço por unidade

    Itens Camisas Vestidos Saias Blusas Calças1)Preço por Unidade 5 15,2 9 8 11

    2) (-) Custos Variáveis por Unidade

    Tecidos (Têxtil) 1,8 6 4 2 4,5Suprimentos (Materiais) 0,2 0,9 0,6 0,4 0,6

    MOD-Corte 1 1,5 1 1 1MOD-Costura 0,8 1,8 1 0,8 1MOD-Inspeção 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15

    MOD-Embalagem 0,05 0,05 0,05 0,05 0,053) Total dos Custos Variáveis 4 10,4 6,8 4,4 7,3

    4) Margem de Contribuição porUnidade (1-3)

    1 4,8 2,2 3,6 3,7

    5) Horas de Máquinas por Unidade 0,4 0,8 0,5 0,4 0,5

    6) Margem de Contribuição porHora/Máquina (4/5) 2,5 6 4,4 9 7,4

    7) Produção Orçada 12.000 5.000 10.000 15.000 8.0008) Margem de Contribuição Orçada

    (4x7)12.000 24.000 22.000 54.000 29.600

    9) Horas Máquinas Utilizadas 4.800 4.000 5.000 6.000 4.000Receita total 434.000,00

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    Margem de Contribuição Total 141.600,00(-) Custos Fixos e despesas fixas -10.000,00

    Lucro Previsto 131.600,00Ponto de equilíbrio contábil 30.649,72

    Tabela 5 – Análise do resultado com base na primeira proposta de orçamento de produção

    O quarto passo foi levantar os dados da segunda proposta de orçamento de produção para o terceiro trimestre de 2011, levando-se em consideração que a capacidade de produção é limitada pelas horas das máquinas utilizadas no processo produtivo à quantidadede 23.800 horas/máquinas, e finalmente, os custos e despesas gastos para esse nível de

     produção. Utilizando-se da análise da margem de contribuição unitária simples, propôs-se oaumento de 5.000 unidades na produção de vestidos que apresentou a melhor margem decontribuição unitária, em contrapartida, tendo em vista o fator limitante, foi necessária aredução da quantidade produzida de outro produto e nesse momento optou-se pela redução do

     produto blusas que apresentava a terceira melhor margem de contribuição. Considera-se que aexpectativa de vendas seja equivalente à quantidade produzida.

    Tipos de Roupa Produção OrçadaCamisas 12.000Vestidos 10.000

    Saias 10.000Blusas 5.000Calças 8.000

    Total de Unidades 50.000Tabela 6 – Segunda proposta de orçamento de produção em quantidades para o 3º trimestre de 2011

    Tipos de VestuárioHoras de Máquina

    por UnidadeProdução em

    UnidadesTotal de Horas de

    Máquinas Necessárias

    Camisas 0,4 12.000 4.800Vestidos 0,8 10.000 8.000

    Saias 0,5 10.000 5.000Blusas 0,4 5.000 2.000Calças 0,5 8.000 4.000Totais - 45.000 23.800

    Tabela 7 – Horas de máquina necessárias para segunda proposta de orçamento de produção

    Os custos dos materiais diretos estão baseados em estimativas de seu consumo e preços. Os funcionários do corte, da costura e do empacotamento são pagos com base em umataxa por peça. Os gastos totais das atividades de apoio são de $10.000 por trimestre. Dessaforma o quinto passo foi determinar o custo unitário de peça do vestuário.

    Itens Camisas Vestidos Saias Blusas CalçasMateriais Diretos:

    Têxtil  $1,80 $6,00 $4,00 $2,00 $4,50Suprimentos $0,20 $0,90 $0,60 $0,40 $0,60

    Mão-de-Obra Direta:Corte  $1,00 $1,50 $1,00 $1,00 $1,00

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    Costura $0,80 $1,80 $1,00 $0,80 $1,00Inspeção $0,15 $0,15 $0,15 $0,15 $0,15

    Empacotamento $0,05 $0,05 $0,05 $0,05 $0,05

    Apoio Industrial:

    Utilidades $0,04 $0,04 $0,04 $0,04 $0,04Administração da Fábrica $0,05 $0,05 $0,05 $0,05 $0,05Manutenção de Máquina $0,02 $0,02 $0,02 $0,02 $0,02Depreciação de Máquina $0,04 $0,04 $0,04 $0,04 $0,04

    Manutenção das Instalações $0,04 $0,04 $0,04 $0,04 $0,04Depreciação das Instalações $0,03 $0,03 $0,03 $0,03 $0,03

    Totais $4,22 $10,62 $7,02 $4,62 $7,52Tabela 8 – Custo unitário do produto

    O sexto passo foi determinar a margem de contribuição unitária, a margem decontribuição por hora máquinas e o resultado da empresa levando-se em consideração à

    quantidade de 45.000 peças produzidas.Itens Camisas Vestidos Saias Blusas Calças

    1)Preço por Unidade 5 15,2 9 8 112) (-) Custos Variáveis por Unidade

    Tecidos (Têxtil) 1,8 6 4 2 4,5Suprimentos (Materiais) 0,2 0,9 0,6 0,4 0,6

    MOD-Corte 1 1,5 1 1 1MOD-Costura 0,8 1,8 1 0,8 1MOD-Inspeção 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15

    MOD-Embalagem 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05

    3) Total dos Custos Variáveis 4 10,4 6,8 4,4 7,34) Margem de Contribuição por

    Unidade (1-3)1 4,8 2,2 3,6 3,7

    5) Horas de Máquinas por Unidade 0,4 0,8 0,5 0,4 0,56) Margem de Contribuição por

    Hora/Máquina (4/5)2,5 6 4,4 9 7,4

    7) Produção Orçada 12.000 10.000 10.000 5.000 8.0008) Margem de Contribuição Orçada

    (4x7)12.000 48.000 22.000 18.000 29.600

    9) Horas Máquinas Utilizadas 4.800 8.000 5.000 2.000 4.000

    Receita total 430.000,00Margem de Contribuição Total 129.600,00(-) Custos Fixos e despesas fixas -10.000,00

    Lucro Previsto 119.600,00Ponto de equilíbrio contábil 33.179,01

    Tabela 9 – Análise do resultado com base na segunda proposta de orçamento de produção

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    O sétimo passo foi comparar graficamente as alterações na receita, no resultado eno ponto de equilíbrio contábil da empresa, conforme demonstrado abaixo.

    Figura 02 – Gráfico comparativo da receita, resultado e ponto de equilíbrio

    Por meio dos gráficos foi possível verificar que com a alteração do mix  de

     produção da primeira proposta de orçamento de produção para a segunda proposta ofaturamento reduziu na ordem de R$4.000,00, houve uma redução de R$12.000,00 noresultado previsto e um aumento do ponto de equilíbrio na ordem de R$2.529,29.

    5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

    Acreditava-se que uma das implicações da alteração do mix de produtos seria oaumento da quantidade a ser vendida para alcance do ponto de equilíbrio contábil e umaredução do resultado da empresa. Essa hipótese foi confirmada pelo estudo de caso, ao alterara quantidade produzida e vendida de vestidos, que apresentava uma melhor margem de

    contribuição unitária em detrimento à margem de contribuição unitária aferida pelas blusas, oresultado da empresa passou de R$131.600,00 para R$119.600,00 e o ponto de equilíbrio daempresa aumentou de R$30.649,72 para R$33.179,01.

    Pensava-se na existência de dificuldade na tomada de decisão do composto de produtos quando a empresa possui um fator restritivo. Essa hipótese, também, foi confirmada,visto que como a capacidade de produção é limitada, a empresa teve de reduzir a produção de

     blusas para produzir vestidos, para adequação à segunda proposta de produção. Esperava-semelhorar os resultados da Texcel Company ao aumentar o volume produzido de vestidos, que

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    apresentava uma melhor margem de contribuição unitária em detrimento à margem decontribuição unitária aferida pelas blusas, porém os resultados obtidos não comprovaram aexpectativa da empresa.

    E por último, imaginava-se que uma das implicações da alteração do mix  de produtos seria a redução da quantidade a ser vendida para obtenção do ponto de equilíbrio

    contábil e um aumento do resultado da organização. Essa hipótese não foi confirmada, poisatravés da simulação do resultado da empresa e do ponto de equilíbrio contábil foi constadauma redução R$12.000,00 no resultado na empresa e um aumento do ponto de equilíbriocontábil na ordem de R$2.529,29.

    6 CONCLUSÃO

     Nesse artigo, foi realizada uma comparação do resultado da empresa e do seu ponto de equilíbrio contábil, diante de duas propostas de produção e respectiva venda,observando-se a existência um fator restritivo na capacidade produtiva.

    O resultado obtido na comparação das duas propostas de produção mostrou que aalteração no  mix  de produção pode trazer resultados negativos para organização, tendo emvista que o fator restritivo na capacidade produtiva não foi considerado no momento de tomara decisão do composto de produtos. Sendo assim, a análise simples da margem decontribuição pode não ser informação suficiente para decisão da composição de produção dasempresas que trabalham com multiprodutos.

    Esse estudo ilustra o princípio básico usado para tomar decisões sobre mix  de produtos a curto prazo, quando os preços não serão alterados pelas quantidades vendidas.

    De acordo com os resultados observados pode-se afirmar que os gestoresnecessitam analisar outros fatores antes de tomar as decisões do composto de produção. Nessecaso, o fator restritivo na capacidade produtiva é fator determinante para o resultado daorganização. Dessa forma, para maximização dos resultados e melhor tomada de decisões éimportante analisar a margem de contribuição unitária por fator restritivo, além de outrosfatores que não foram analisados nesse artigo como demanda do mercado, entre outros.

    7 REFERÊNCIAS

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    CARVALHO, Fábio Luiz de. Análise de Custos e Formação de Preços ACF. [S.I. : s.n.],2011. 

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  • 8/17/2019 Margem de Contriuição Mix

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    VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br

    MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da Produção e Operações. 2. ed. São Paulo:Cengage Learning, 2009.

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    PORTELA, Girlene Lima. Abordagens teórico-metodológicas: pesquisa qualitativa ouquantitativa? Eis a questão. Projeto de Pesquisa no ensino de Letras para o Curso deFormação de Professores da UEFS, 2004.