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Universidade de Aveiro 2021 MARIA INÊS SÁ CUNHA Emissões de CO2 com base no consumo versus emissões baseadas na produção: drivers da fuga de carbono entre países Consumption-based versus production-based CO2 emissions: drivers of carbon leakage between countries

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Page 1: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

Universidade de Aveiro

2021

MARIA INÊS SÁ CUNHA

Emissões de CO2 com base no consumo versus emissões baseadas na produção: drivers da fuga de carbono entre países Consumption-based versus production-based CO2 emissions: drivers of carbon leakage between countries

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Universidade de Aveiro

2021

MARIA INÊS SÁ CUNHA

Emissões de CO2 com base no consumo versus emissões baseadas na produção: drivers da fuga de carbono entre países

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Economia realizada sob a orientação científica da Doutora Margarita Matias Robaina, Professora auxiliar do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro.

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Dedico este trabalho aos meus pais, irmã e ao meu avô que sempre me apoiaram.

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o júri Doutora Sara Margarida Moreno Pires Professora Auxiliar em Regime Laboral, Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, Universidade de Aveiro

presidente Prof. Doutora Mara Madaleno professora Auxiliar do Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, da Universidade de Aveiro

Prof. Doutora Margarita Matias Robaina professora Auxiliar do Departamento de Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo, da Universidade de Aveiro

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agradecimentos

Em primeiro lugar, quero agradecer à minha orientadora, Margarita Robaina, pelo aconselhamento, pela orientação e pela disponibilidade demonstrada ao longo de todas as fases deste trabalho. Aos meus amigos, que sem dúvida que foram um grande apoio, nesta fase da minha vida. E em último lugar, mas sem dúvida o mais importante, tenho que agradecer aos meus pais pelo apoio presente, a confiança e as oportunidades de educação que sempre me proporcionaram.

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palavras-chave

Contabilidade baseada no consumo; Contabilidade baseada na produção; Emissões de CO2; Rendimento per capita; Alterações Climáticas; Fuga de carbono.

resumo

A problemática da responsabilidade das emissões CO2 coloca-se não só entre países (produtores e consumidores) mas também entre regiões urbanas. Embora um número crescente de países tenha adotado metas para suas emissões baseadas na produção (ou territoriais), muito poucos começaram a analisar ou abordar as suas emissões baseadas no consumo através de estudos empíricos. Isto representa um desafio para a formulação de políticas, caso as emissões de consumo aumentem, enquanto as emissões de produção diminuem, e, consequentemente, se as emissões estão efetivamente a migrar para áreas sem metas ou capacidades de redução de carbono através do carbon leakage. De forma a observar essas questões, neste estudo recorreu-se à comparação de contas de emissões de produção e consumo disponíveis para 101 países, para verificar se há evidências empíricas que justifiquem uma mudança ao nível da contabilização das emissões de CO2- Foi utilizada a proporção entre as emissões baseadas no consumo (CBA) e as emissões baseadas na produção (PBA), para o período compreendido entre 1990 e 2017. O estudo foi realizado a nível global (amostra completa) e por grupos de países consoante o rendimento per capita. As evidências empíricas mostraram que, globalmente, um aumento do PIB per capita, da balança comercial, da intensidade energética, da participação do setor dos serviços e indústria, e da percentagem de urbanização, aumentam mais as emissões com base na produção do que no consumo. Por outro lado, um aumento das importações de bens e serviços em detrito das exportações, da participação do setor da indústria e um aumento da eficiência energética, vão aumentar mais as emissões com base no consumo do que as emissões com base na produção. No entanto, é que nos centros urbanos, dos países desenvolvidos, que há um maior consumo, relativamente à produção, logo significa que também há uma maior importação de carbono, caso contrário as emissões com base na produção seriam maiores. Logo, nestas regiões existem evidências de carbon leakage.

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keywords

Consumption-based accounting; Production-based accounting; CO2 emissions; Income per capita; Climate change; carbon leakage

abstract

The problem of responsibility for CO2 emissions arises not only between countries (producers and consumers) but also between urban regions. While an increasing number of countries have adopted targets for their production-based (or territorial) emissions, very few have started to analyse or address their consumption-based emissions through empirical studies. This poses a challenge for policymaking if consumption emissions increase while production emissions decrease, and, consequently, if emissions are effectively migrating to areas without carbon reduction targets or capabilities through carbon leakage. In order to look at these questions, it is possible to use the comparison of production and consumption emission accounts available for 101 countries and check whether there is empirical evidence for an urgent change at the level of CO2 emissions accounting -through the proportion between consumption-based emissions (CBA) and production-based emissions (PBA) variables-, for the period between 1990 and 2017. Empirical evidence showed that, globally, an increase in GDP per capita, trade balance, energy intensity, service sector share and an increase in the share of urbanisation will increase production-based emissions more than consumption-based emissions. Conversely, an increase in imports of goods and services at the expense of exports and an increase in energy efficiency will increase consumption-based emissions more than production-based emissions. However, it is in urban centres, in developed countries, that there is a higher consumption, relatively to production, so it means that there is also a higher carbon import, otherwise production-based emissions would be higher. Therefore, in these regions there is evidence of carbon leakage.

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i

Índice

Índice ................................................................................................ i Índice Figuras .................................................................................. iii Índice tabelas .................................................................................. v

Lista Acrónimos .............................................................................. vii 1. Introdução ................................................................................... 1

2. Revisão da Literatura .................................................................. 5

2.1. A problemática associada à Contabilidade Atual das Emissões de CO2 ............................................................................ 5

2.2. A importância de uma diferente abordagem para contabilidade de emissões de CO2 .................................................. 6

2.3. Metodologias Adotadas para o estudo de emissões Globais com base no Consumo versus Produção- Evidências de Carbon leakage ............................................................................................ 7

2.3.1. Análise de escalas Globais e Nacionais ............................ 7

2.3.2. Abordagem focada nos países desenvolvidos vs. em desenvolvimento ........................................................................... 10

2.3.3. Análise focada nas Áreas Urbanas .................................. 13

2.4. Quem fica com a responsabilidade?................................... 15

3. Dados e variáveis .................................................................. 19

3.1. Análise Descritiva e Matriz de Correlações ........................ 25

Matriz de Correlações: .................................................................. 29

4. Metodologia .......................................................................... 31

4.1. Modelos .............................................................................. 31

4.2. Raízes Unitárias ................................................................. 33

4.3. Cointegração ...................................................................... 35

4.4. Especificação do Modelo .................................................... 36

4.4.1. Modelos Pooled ............................................................... 36

4.4.2. Modelos com Efeitos Fixos .............................................. 36

4.4.3. Modelos com Efeitos Aleatórios ....................................... 37

4.5. Testes de diagnósticos do painel ....................................... 37

4.5.1. Teste F inclusão dos Efeitos Fixos: Pooled dos mínimos quadrados versus Efeitos Fixos ..................................................... 37

4.5.2. Teste Breuch- Pagan: Efeitos Aleatórios versus Pooled dos mínimos quadrados ....................................................................... 38

4.5.3. Teste de Hausman: Efeitos Fixos versus Efeitos Aleatórios 38

5. Resultados Empíricos ........................................................... 40

5.1. Resultados dos testes preliminares .................................... 40

5.1.1. Resultados dos Testes de Raízes Unitárias .................... 40

5.1.2. Resultados dos Testes de Cointegração ......................... 40

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ii

5.1.3. Resultados da Especificação do Modelo ......................... 41

5.2. Resultados da estimação dos modelos .............................. 42

6. Conclusões ........................................................................... 49

Referências ................................................................................... 54

Anexos .......................................................................................... 60

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iii

Índice Figuras

Figura 1. Proporção entre as emissões de CBA e PBA dos principais países emissores de CO2 ............................................................................................ 22 Figura 2. Principais emissores de CO2 per capita com base na produção (PBA) ......................................................................................................................... 23 Figura 3. Proporção média do rácio CBA/PBA e sua relação com o PIB per capita ................................................................................................................ 24

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iv

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v

Índice tabelas

Tabela 1. Descrição das Variáveis ................................................................... 20

Tabela 2. Quadro de Hipóteses levantadas na Literatura ............................... 21 Tabela 3. Resultados das Estatísticas Descritivas dos Dados Originais ......... 27 Tabela 4. Resultados das Estatísticas Descritivas dos Dados em Logaritmo .. 28 Tabela 5. Resultados dos Efeitos Fixos versus Aleatórios .............................. 41 Tabela 6. Estimação dos modelos ................................................................... 43

Tabela 7. Lista dos países da amostra ............................................................ 60 Tabela 8. Resultados da Matriz das Correlações GLOBAL ............................. 61 Tabela 9. Resultados da Matriz das Correlações LI ....................................... 61

Tabela 10. Resultados da Matriz das Correlações LMI ................................... 62 Tabela 11. Resultados da Matriz das Correlações UMI .................................. 62 Tabela 12. Resultados da Matriz das Correlações HI ...................................... 63 Tabela 13. Resultados do teste de raiz unitária de todos os países (Global) .. 64 Tabela 14. Resultados do teste de raiz unitária dos países de baixo rendimento per capita.......................................................................................................... 65 Tabela 15. Resultados do teste de raiz unitária dos países de baixo-médio rendimento per capita ....................................................................................... 66

Tabela 16. Resultados do teste de raiz unitária dos países de médio-alto rendimento per capita ....................................................................................... 67 Tabela 17. Resultados do teste de raiz unitária dos países de alto rendimento per capita.......................................................................................................... 68

Tabela 18. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (Global) ......... 69 Tabela 19. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (Global) ......... 69 Tabela 20. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (Global) ......... 69

Tabela 21.Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (LI) ................. 70 Tabela 22. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (LI) ................ 70

Tabela 23. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (LI) ................ 70 Tabela 24. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (LMI) ............. 71 Tabela 25. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (LMI) ............. 71 Tabela 26. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (LMI) ............. 71

Tabela 27. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (UMI) ............ 72 Tabela 28. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (UMI) ............ 72 Tabela 29. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (UMI) ............ 72

Tabela 30. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (HI) ............... 73

Tabela 31. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (HI) ............... 73 Tabela 32. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (HI) ............... 73

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vi

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vii

Lista Acrónimos

BRIC- Brasil, Rússia, India e China CBA- Abordagens baseadas no consumo CO2 – Dióxido de carbono GEE – Gases com efeito de estufa

OCDE-Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OLS – Ordinary Least Squares PBA- Abordagens baseadas na produção PIB – Produto Interno Bruto UE- União Europeia UNFCCC- Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas

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1

1. Introdução

O mundo industrializado tem-se vindo a desenvolver com o desenrolar

das décadas, e com ele traz não só benefícios, mas também inconvenientes que

podem afetar a vida em sociedade tal como é conhecida atualmente. Dado o forte

e continuo crescimento da população e da aceleração deste processo,

nomeadamente em países em desenvolvimento, tem-se verificado um aumento

das emissões de gases de efeito de estufa (GEE) (Feng et al., 2014). Este

fenómeno acarreta uma panóplia de problemas e consequências nefastas, que

num futuro próximo poderão ser avassaladoras para o meio ambiente e

comprometer as gerações futuras que habitarão num planeta muito diferente

daquele que conhecemos hoje em dia.

Dadas as circunstâncias atuais, a necessidade de atuação a nível global

emergiu, chamando todos os países para a linha da frente no combate às

alterações climáticas. Sob o olhar atento das Nações Unidas, os vários países têm

determinadas diretrizes de controlo no âmbito de emissão de GEE, mas a ação

não se limita apenas a este âmbito. A Agenda 2030 das Nações Unidas, assinada

em 2015 e com entrada oficial em vigor em 2016, define 17 Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), com 169 metas adjacentes, que ditam o tom

para um futuro mais sustentável a todos os níveis. Entre os 17 ODS, um em

específico foca-se na ação climática – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável

13: Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus

impactos – e com uma meta que enquadra o tema do presente trabalho no âmbito

desta agenda global – 13.a)1, que apresenta a Convenção-Quadro das Nações

Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC), que considera as emissões de

GEE pelo prisma da produção no país de origem (Peters, 2008; Sudmant et al.,

2018).

1 Meta 13.a): “Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos na Convenção

Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas [UNFCCC] de mobilizarem, em conjunto, 100 mil milhões de dólares por ano, a partir de 2020, a partir de variadas fontes, de forma a responder às necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das ações significativas de mitigação e implementação transparente; e operacionalizar o Fundo Verde para o Clima por meio da sua capitalização o mais cedo possível” - (United Nations).

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2

As emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa

provocados pelo Homem - são os principais impulsionadores das mudanças

climáticas - e apresentam um dos desafios mais urgentes do mundo. As

concentrações de gases de efeito de estufa - especialmente CO2 - tem sido uma

verdadeira preocupação ao longo do tempo. É de notar, que o CO2 é um dos

principais GEE e, por isso, uma grande parte dos estudos usa o CO2 como

variável de referência para a avaliação (Hertwich e Peters, 2009). O “Dióxido de

Carbono equivalente” é uma medida internacional usada para quantificar as

emissões de GEE em termos equivalentes da quantidade de Dióxido de

Carbono (CO2) (Mózner, 2013). Essa medida é adotada pela Convenção-Quadro

das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC). Não só, é usado em

relatórios oficiais de GEE, como também, na definição de metas dos países e

instituições; é a medida mais utilizada na literatura científica (Franzen e Mader,

2018; Liddle, 2017; Peters e Hertwich, 2008). Por isso, cálculo das emissões de

carbono em várias regiões, é fundamental para esclarecer quais são os

principais impulsionadores e/ou emissores de GEE, de modo, a ser possível

alocar a responsabilidade pela redução das emissões nos diferentes países do

mundo (Feng et al., 2014).

Reconhecendo a importância desta temática, surge uma questão de

investigação crucial que se prende com saber qual é a forma mais eficiente e

consciente de distribuir responsabilidades entre produtores e consumidores de

carbono? Para tal, verifica-se a dominância de duas metodologias diferentes, que

permitem medir as emissões de carbono: a Contabilidade Baseada na Produção

(PBA) e a Contabilidade Baseada no Consumo (CBA). O uso do método CBA em

vez do PBA admite algumas vantagens significativas, segundo Afionis et al.

(2017), pois a contabilidade baseada no consumo aborda todas as fontes de

emissões associadas a um bem ou serviço, independentemente do local onde

foram produzidos. Atualmente, o uso da contabilidade das emissões de carbono

com base no consumo, ainda é escassa em estudos econométricos e, além disso,

ainda existem várias lacunas tanto a nível temporal como espaço geográfico, nas

pesquisas internacionais (Franzen & Mader, 2018; Jakob et al., 2014a).

Assim sendo, torna-se imperativo voltar à investigação para as diferentes

regiões do mundo, de forma a observar a ocorrência do fenómeno de

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3

carbon leakage – o que pode diferir devido às diferentes políticas climáticas. Estas

mesmas políticas, por norma, afetam os custos da atividade económica,

especialmente, em indústrias intensivas em energia, e podem levar as empresas

a transferir a produção para regiões com políticas de emissão de gases de efeito

estufa menos inflexíveis/rígidas (Barret, et al., 2013). Por isso, torna-se vital

compreender a importância da criação de uma política inovadora e diferenciada

das existentes que permita alterar a contabilização das emissões de CO2. Isto

porque a transferência do carbono potencia o aumento das emissões globais,

comprometendo, portanto, todos os acordos globais até à data que pretendem

combater esta mesma problemática, nomeadamente, o mais recente Acordo de

Paris.

Deste modo, é essencial perceber se as emissões baseadas no consumo

têm mais impacto do que as emissões baseadas na produção. E, para além disto,

se são um importante indicador complementar das emissões de território usadas

para a elaboração de políticas de mitigação climática, a fim de combater o

aquecimento global e impulsionar o desenvolvimento sustentável. Com base na

literatura existente, como por exemplo Mix et al. (2013), Knight e Schor (2014),

Sudmant et al. (2018), é possível verificar a importância do estudo desta temática

para os diferentes países, como meio de compreender se esta dinâmica/relação

– consumidor/produtor ao nível das emissões do consumo efetuado- se mantém,

ou se altera dadas as características de cada país. Também será relevante

salientar quais os fatores vitais impulsionares deste acontecimento,

providenciando, assim, uma explicação para este fenómeno mundial.

Neste contexto, o objetivo do presente trabalho passa por avaliar e comparar

as contas de emissões de produção e consumo para diferentes regiões

impulsionadoras de GEE, dividida por países por 4 diferentes grupos de

rendimento per capita, com recurso à categorização The World Bank (com base

no Rendimento Nacional Bruto per capita). A saliência desta investigação centra-

se na existência de evidências empíricas que suportem uma urgente alteração (ou

não) ao nível da contabilização das emissões de CO2. Com este trabalho

pretende-se também alargar o âmbito de estudo da literatura já registado em

várias esferas. Para além, de abordar as emissões de CO2 com base no consumo,

expõe a dicotomia produção/consumo no âmbito da emissão de GEE

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providenciando informação valiosa aquando das negociações internacionais

sobre alterações climáticas, com um recente e amplo espetro temporal e espaço

geográfico. Leva também em consideração o debate sobre carbon leakage, de

forma a perceber como é que a transferência de emissões é realizada entre

regiões e posteriormente validar qual a melhor contabilidade para medir as

emissões de CO2. Por fim, estará presente a vertente urbanística, relacionada não

só com a densidade populacional, como também com o nível de desenvolvimento

económico das regiões.

Este trabalho está organizado em 6 capítulos diferenciados. Para além da

presente introdução, o segundo capítulo inclui a revisão bibliográfica onde se

reúnem as principais teorias e estudos feitos pelos autores mais relevantes. No

terceiro capítulo são descritos os dados do estudo. O quarto capítulo apresenta

a metodologia, os modelos empíricos e as variáveis a investigar. O quinto

capítulo mostra os resultados obtidos, bem como uma comparação com os

estudos realizados por outros autores. Por último, são apresentadas as principais

conclusões deste estudo, apontadas algumas limitações e sugestões para

investigações futuras.

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5

2. Revisão da Literatura

2.1. A problemática associada à Contabilidade Atual das Emissões de CO2

A emergência climática mundial fomentou a organização de países e

Instituições, de forma a unirem esforços e combaterem uma das problemáticas

mais urgentes do século XXI. O Acordo de Paris é um dos vários compromissos

a nível mundial para a adoção de políticas climáticas, e que visa a redução de

emissão de gases de efeito estufa a partir de 2020, substituindo o Protocolo de

Quito (Wen e Wang, 2020). Este tratado internacional foi assinado por uma larga

maioria de nações e tem como principal objetivo a estabilização da concentração

de gases de efeito estufa na atmosfera (Sudmant et al., 2018). Ainda assim, os

países estão a tornar-se cada vez mais interdependentes em termos económicos

no processo de globalização, o que se deve ao facto de terem uma economia

aberta (Mózner, 2013). Em termos de limites ao contrário da economia fechada2,

este tipo de economia permite a realização de operações de comércio e

investimento internacional, portanto, as economias do mundo interagem

livremente entre si. Se o crescimento das emissões provenientes do consumo em

algumas áreas for impulsionado pela importação de bens e serviços, e não pela

produção local, então este consumo não causa apenas uma grande quantidade

de emissões no território da sua produção, mas também impõe mais emissões

noutras regiões, através da cadeia de fornecimento inter-regional (Feng et al.,

2014). Assim, o comércio não é apenas um fator importante para a estrutura

económica de um país, mas também contribui para o aumento de emissões de

2 As emissões baseadas no território, ou emissões de produção, são as que ocorrem

dentro das fronteiras territoriais de um país e incluem exportações, mas omitem as importações

(Liobikienė, 2020).

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6

GEE para além de fronteiras nacionais (Mózner, 2013). É possível, então, afirmar

que crescimento das emissões incorporadas no comércio, no decorrer das últimas

décadas, levantou questões estruturais, nomeadamente sobre o facto de se

dever alterar ou agregar a contabilidade baseada na produção com outras

abordagens, com vista a estimação destas emissões (Afionis et al., 2017).

A medição e contabilização da emissão de GEE está normalmente balizada

somente no país de origem da produção, deixando de parte a responsabilidade

por estas mesmas emissões dos países importadores. Isto pode verificar-se nos

inventários nacionais de emissões realizados sob a Convenção-Quadro das

Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), que consideram apenas

as emissões que ocorrem dentro das fronteiras de cada país (Wen e Wang, 2020).

As contas baseadas na produção, que são neste momento a base de todos os

quadros de gestão de carbono amplamente aceites, atribuem a responsabilidade

pelas emissões ao local em que são produzidas. Por este motivo,

internacionalmente, a alocação da responsabilidade pela redução das emissões

de GEE é baseada no método de produção, que mede as emissões geradas no

local onde os bens e serviços são produzidos, e a responsabilidade pelas

emissões associadas ao comércio, permanece com a nação exportadora

(Franzen e Mader, 2018). Este método tem a vantagem de ser direto – exclui à

partida todas as emissões intermediárias e contabiliza apenas o que é produzido

internamente -, e refletir um grau de controlo sobre as emissões dentro das

fronteiras; porém, leva à penalização das nações exportadoras por bens e

serviços que não usufruem em solo nacional (Wen e Wang, 2020).

2.2. A importância de uma diferente abordagem para contabilidade de emissões de CO2

À luz da realidade descrita até aqui, percebe-se a importância e de uma

possível urgência da criação de uma mudança de panorama na medição e

tratamento dos GEE, e como estes são percecionados nas contas mundiais. A

alteração na arena política climática, com base num princípio fundamentado no

consumo, mostra-se útil de forma a reforçar a eficiência da redução de emissões,

o que atribuiria aos países uma responsabilidade e obrigação acrescida em

repensar as suas atividades comerciais, a fim de diminuir a carga ambiental da

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7

produção de bens e serviços (Mózner, 2013). Sob esta perspetiva, surgem as

contas alicerçadas no consumo, que atribuem a responsabilidade pelas emissões

ao final da cadeia de abastecimento - onde os bens e serviços são finalmente

consumidos (Feng et al., 2014). Essas emissões são alocadas de acordo com o

país do consumidor, geralmente com base no consumo final, conforme registado

no Sistema de Contas Nacionais (SNA) (Peters, 2008). Analiticamente, os

inventários baseados no consumo são descritos por Franzen e Mader,(2018) e Mi

et al., (2016) como:

CO2Consumo = CO2Produção – CO2Exportações + CO2Importações

Esta abordagem apresenta diversas vantagens, entre elas a de registar as

emissões extraterritoriais, atribuindo todas as emissões que se registaram no

decorrer da produção e distribuição aos consumidores finais de bens e serviços

(Afionis et al., 2017). Por outro lado, representa um desafio para a formulação de

políticas ambientais e urbanas, uma vez que no caso das emissões de

consumo aumentarem enquanto as emissões de produção diminuírem, isto vai

significar que as emissões estão efetivamente a migrar para áreas sem metas ou

capacidades de redução de carbono (Feng et al., 2014). Segundo vários autores,

como Scott e Barrett (2015), Knight e Schor (2014) e Sudmant (2018), a

metodologia para a contabilização do consumo (ou da pegada de carbono) pode

ser complementar à contabilidade de produção, e tornar-se uma ferramenta útil

aos formuladores de políticas para fornecer medidas de longo prazo. Nesta

conjetura torna-se necessário, em primeiro lugar estudar e perceber quais são os

principais poluidores e, consequentemente, fazer a distinção entre os países com

status consumidor versus produtor (Sudmant et al., 2018).

2.3. Metodologias Adotadas para o estudo de emissões Globais com base no Consumo versus Produção- Evidências de carbon leakage

2.3.1. Análise de escalas Globais e Nacionais

Page 23: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

8

Com vista a analisar profundamente estas questões, vários autores

dedicaram o seu trabalho ao desenvolvimento e estudo de modelos, que em

seguida serão apresentados. Entre eles, alguns comparam contas de emissões

de produção e consumo, através do modelo input-output, que responde pelo

fluxo de diferentes tipos de mercadorias entre as regiões, além de fornecer

informações sobre a intensidade de carbono da eletricidade e da produção

industrial em diferentes regiões (Boitier, 2012; Scott e Barrett, 2015; Wang et al.,

2015). A maioria dos estudos que quantificam as emissões de CO2 são

realizados dentro da estrutura Input-Output (I-O) de região única (SRIO) ou multi-

região (MRIO) (Su e Ang, 2014). O uso do modelo I-O, que é o mais utilizado

nesta literatura, torna-se uma ferramenta bastante útil, pois permite aos analistas

explorar toda a cadeia de fornecimentos e as emissões associadas. Esta técnica

tem sido também amplamente utilizada para avaliar as fugas de carbono e as

emissões baseadas no consumo em escalas globais (Boitier, 2012; Chen et al.,

2010), nacionais (Scott e Barrett, 2015; Su e Ang, 2014; Wen e Wang, 2020) e

locais (Minx et al., 2013). Diferentes autores, como Peters et al. (2011), Feng et

al. (2014), Kate Scott et al. (2015) e Davis e Caldeira (2010), utilizaram o modelo

descrito para estimar a variável das emissões de consumo através: (i) da

intensidade de carbono (ou seja, emissões de CO2 por PIB) direto dos setores

de produção, (ii) do efeito das transações comerciais (conhecido como o inverso

de Leontief) e (iii) do volume e composição do consumo final. No entanto, o

cálculo das suas matrizes pode ser bastante complexo (Baumert et al., 2019).

Independentemente desta barreira, a investigação recente tem demonstrado a

importância de criar uma distinção entre emissões territoriais e emissões

baseadas no consumo, pois se algumas regiões dependem amplamente de bens

e serviços importados de outras regiões, isto significa que as emissões de gases

com efeito de estufa baseadas no consumo são mais elevadas do que as

emissões territoriais (Barrett et al., 2013; Boitier, 2012; Minx et al., 2013).

Relativamente à aplicação específica local do modelo até agora descrito,

podemos encontrar na literatura vários casos de estudo. Feng et. al (2014) e

Barret el al. (2015) fizeram uma análise, através do modelo MRIO, para o Reino

Unido para o ano de 2007 e para o período compreendido entre 2000-2010;

enquanto Wang et al. (2015) e Zhang et al. (2017) se focam na China,

Page 24: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

9

especificamente para o espaço temporal de 1980-2010 e 2000-2010,

respetivamente. Evidências empíricas demostram que em países como o Reino

Unido as emissões com base na produção têm vindo a diminuir, isto porque uma

parte das emissões provocadas pela intensidade de carbono em setores de

produção também se reduziu ao longo do tempo. A parcela de inputs ao longo

da cadeia de fornecimento de produtos permaneceu constante, no entanto, as

vendas para os consumidores finais alteraram-se, o que reflete mudanças na

estrutura da economia global. Assim, a procura por produtos nacionais e

importados tem vindo a aumentar gradualmente (Afionis et al., 2017).

Consequentemente, se as emissões baseadas na produção têm vindo a diminuir

em países como o Reino Unido, o sucesso para atingir as suas metas de redução

é compensado pelas emissões geradas noutras regiões para atender à sua

procura de bens e serviços (Barrett et al., 2013). Contrariamente, do que foi

verificado no Reino Unido, na China as emissões parecem inevitavelmente

destinadas a aumentar no futuro, pois uma grande parte do total dessas

emissões fazem parte de exportações líquidas para outros países (Wang et al.,

2015).

Em profundidade, no estudo realizado por Baptiste Boitier (2012), a mesma

metodologia foi utilizada para quantificar as emissões de CO2 incorporadas no

comércio, em específico para 4 áreas diferentes, entre elas a UE-27, OCDE,

BRIC e o Resto do Mundo, num período compreendido entre 1995 e 2009. As

principais conclusões de Baptiste Boitier (2012) passam pela categorização em:

• "Consumidores de CO2": são países desenvolvidos, incluindo a

UE-27 (e especialmente a UE-15) e países da OCDE em que as

emissões de CO2 originadas da produção são inferiores às

emissões de CO2 baseadas no consumo.

• E "Produtores de CO2": países em desenvolvimento (BRIC) e o

Resto do Mundo, nos quais as emissões de CO2 incorporadas nas

importações são mais baixas do que as emissões de carbono

incorporadas nas exportações.

Page 25: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

10

Davis et al. (2010) e Chen et al. (2010), fizeram um estudo mais focado, a nível

nacional para o ano 2004 e concluíram que a China é, de longe, o maior

exportador líquido de emissões, tendo por isso, o status de produtor, - seguido

pela Rússia, Médio Oriente, África do Sul, Ucrânia e Índia. Essas emissões são

incorporadas em mercadorias para consumidores localizados nos Estados

Unidos, Japão e Europa Ocidental (Reino Unido, Alemanha, França e Itália),

sendo estes os principais importadores líquidos, obtendo o status de países

consumidores (Davis e Caldeira, 2010).

2.3.2. Abordagem focada nos países desenvolvidos vs. em desenvolvimento

Para além da análise a países enquanto atores singulares e a conjuntos de

países organizados, existem também outros autores que dividem o seu trabalho

de outro modo, como é o caso da categorização de países desenvolvidos e/ou

em desenvolvimento. Peters et al. (2011) mostraram que nos países

desenvolvidos as emissões baseadas no consumo cresceram mais

aceleradamente do que as emissões territoriais entre 1990 e 2008, devido em

grande parte ao aumento das importações de países menos desenvolvidos - nos

quais as emissões baseadas no consumo territorial duplicaram. Deste modo,

vários autores Knight e Schor (2014); Liddle (2017) e Sudmant et al.(2018)

utilizaram estas variáveis de emissões de consumo e produção em separado,

através de diferentes tipos de metodologias para esta temática. Knight e Schor

(2014) utilizaram o modelo de regressão OLS com Driscoll-Kraay standard errors

e Prais-Winsten (PCSE) para diversos países do mundo com alto rendimento

para o período 1991 a 2008, e concluíram que as exportações têm um impacto

significativo e negativo apenas ao nível das emissões baseadas no consumo,

enquanto as importações, têm um impacto positivo e significativo, como era de

prever. Surpreendentemente, as taxas de importação e exportação não

importam no que diz respeito às emissões baseadas na produção. (Knight e

Schor, 2014). Liddle (2017) também com base no seu estudo para o período

1990-2013, conclui através de estimações econométricas que o comércio

apenas significativo para as emissões baseadas no consumo, mas não para as

Page 26: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

11

emissões baseadas no território (Liddle, 2017). No entanto, ambos concluem que

o crescimento económico, medido pelo PIB per capita, para nações com um

médio a alto rendimento per capita tem um impacto maior para as emissões de

consumo em relação às de produção. De uma forma geral, as análises

econométricas das emissões com base na produção constatam geralmente que

as emissões nacionais de CO2 são predominantemente impulsionadas pela

dimensão da população, pelo PIB e pela intensidade energética da economia de

uma nação.

Embora existam diferentes metodologias para esta investigação, a maioria

dos estudos referidos anteriormente tiveram as mesmas conclusões: ao

comparar os dados de emissões de carbono com base no consumo e produção,

verificaram que uma grande parte dos países do mundo, mas principalmente os

países desenvolvidos ou com um médio a alto rendimento per capita, são

importadores líquidos de emissões de carbono. Logo, se houver uma maior

percentagem de importações em relação às exportações, a diferença entre

essas duas variáveis é positiva indicando que os habitantes do país consomem

mais CO2 do que é produzido dentro dos limites da região. Neste contexto,

Franzen e Mader (2018) procuraram verificar a existência de carbon leakage em

diferentes países desenvolvidos e utilizam uma variável dummy para verificar a

presença de diferenças entre os membros da OCDE e os que não pertencem a

esta organização. Franzen e Mader (2018) recorrem a modelos econométricos

com efeitos fixos, através da análise da proporção entre CBA e PBA

(contabilidade baseada no consumo e contabilidade baseada na produção) e

concluíram no seu estudo que não existem dados empíricos que revelem fuga

de carbono de países pertencentes à OCDE para países que não são membros

desta organização. Isto revela-se contraintuitivo com base nos resultados

obtidos nos diferentes estudos sobre esta temática. É também de referir que a

proporção de CBA para PBA não é impulsionada pelos membros da OCDE, nem

pelo PIB per capita (Franzen e Mader, 2018). As comparações entre emissões

de consumo e produção são de extrema relevância para a área em estudo, pois

fornecem a resposta a uma questão crucial: conseguem os países reduzir as

emissões apenas transferindo a produção intensiva de emissões para outros

países? Se apenas as emissões baseadas na produção estivessem a decrescer

Page 27: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

12

enquanto as emissões baseadas no consumo estivessem a aumentar, isso

sugeriria que se tratava de emissões offshoring noutro lugar (Liddle, 2017).

Deste modo, de forma a complementar o estudo de Franzen e Mader (2018), e

verificar a sua validade, Zhanga e Fanga (2019) comprovaram que se verificam

falhas nas fontes de dados do primeiro trabalho. Estes autores averiguaram o

grau de diferenciação entre as diferentes fontes de dados, e os resultados

revelam-se comprometedores para alguns países. Assim, conseguem

comprovar que o uso de dois bancos de dados incompatíveis - Banco de Dados

de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global (EDGAR) e Global Carbon Atlas

(GCA) para contabilidade baseada na produção (PBA) e contabilidade baseada

no consumo (CBA), respetivamente -, para examinar a transferência de carbono

de países desenvolvidos para países em desenvolvimento, comprometeu os

resultados obtidos de forma significativa. Uma outra crítica apontada centra-se

com a variável dependente estudada, o rácio entre CBA e PBA. Alguns autores,

afirmam que o rácio fornece informações insuficientes sobre a magnitude de

carbon leakage de uma nação. Assim sugerem que a variável que mede a

transferência de carbono - a diferença entre as duas contabilidades de emissões

de CO2 - definida por Peters el al. (2011) é uma medida de avaliação muito mais

realista e eficaz para verificar se existem evidências sobre a ocorrência deste

fenómeno e também quantificá-lo (Q. Zhang e Fang, 2019). É de notar que a

proporção, apenas calcula o vazamento de carbono em termos relativos. Por

outro lado, conseguir refletir melhor o número de unidades que um país consome

a mais em relação ao que produz, e por isso, tem a vantagem de não ter em

conta a dimensão do país nem a dimensão populacional. Assim, essa

abordagem serve para analisar a questão de quais os países que seriam

afetados pela mudança do esquema de contabilidade (Franzen e Mader, 2018).

Apesar de ter havido uma forte discussão na literatura acerca da melhor

abordagem, ou pela distância (CBA-PBA) ou pelo rácio (CBA/PBA), é possível

concluir um uso complementar das duas abordagem, é necessário para fornecer

um quadro mais completo das transferências de carbono e dos países que serão

afetados pelo esquema de contabilidade com base no consumido de emissões

de CO2 (Liddle, 2017; Q. Zhang e Fang, 2019). Ambas as abordagens são

relevantes, no entanto, deve-se ter em atenção qual é o objetivo do estudo e a

Page 28: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

13

similaridade ou não na dimensão dos países no que respeita à atividade

económica (p.e. PIB) ou à dimensão da população.

Independente deste fator, é possível chegar à conclusão que, nos países

desenvolvidos, os consumidores dependem amplamente de bens e serviços

importados de outras regiões, porque nenhuma região é autossuficiente para não

precisar de importar produtos, bens ou serviços produzidos por outra (Franzen e

Mader, 2018; Mi et al., 2019). Este acontecimento acaba por despoletar outros

problemas devido não só a interesses económicos, mas como também

ambientais. Um exemplo disso, é que os países europeus e da OCDE, onde a

sua proteção ambiental é mais dispendiosa e rigorosa, tentam exportar/deslocar

a sua atividade poluente ou as indústrias intensivas em energia para os países

com menos restrições e custos energéticos mais baixos (Boitier, 2012). Assim,

pode-se observar que, os bens produzidos nos países menos restritivos poderão

estar a ser exportados para os países mais restritivos (por exemplo, países

desenvolvidos). Logo, nível das emissões num país pode estar a diminuir, em

função do aumento das emissões noutro país. Os países desenvolvidos podem

ter conseguido estes resultados, transferindo parte de alguma produção intensiva

em carbono para países menos desenvolvidos, ao longo da última década

(evidências de carbon leakage) (Boitier, 2012; Chen et al., 2010) . Com base

nestes factos, conclui-se que devido à estrutura económica diversa, bem como ao

nível de tecnologia, a distribuição do balanço de carbono regional é polarizada: a

maioria das economias desenvolvidas recebe o excedente de carbono via

importação de produtos intensivos em carbono e exporta produtos menos

intensivos em carbono (Chen et al., 2010).

2.3.3. Análise focada nas Áreas Urbanas

Além de haver uma vasta investigação sobre a distinção entre diferentes

países (desenvolvidos versus em desenvolvimento) em relação às emissões de

carbono, surgiu a particular importância de analisar diferentes áreas urbanas.

Estas áreas acolhem mais de metade da população mundial e são

frequentemente o destino final para o consumo de bens e serviços ao longo de

cadeias de fornecimento globalizadas (Sudmant et al., 2018). Uma característica

comum nestas áreas é designadamente a pegada de carbono, e é vista como

Page 29: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

14

sendo uma ferramenta que permite orientar escolhas mais sustentáveis de

consumo. Uma vez que, ao longo do tempo, esta pegada tem-se mantido

constante e por vezes crescente, levou a que houvesse um interesse, por vários

autores, em estudar nomeadamente o impacto do aumento das emissões de

CO2, em diferentes centros urbanos (Knight e Schor, 2014; Minx et al., 2013;

Sudmant et al., 2018). Kingh e Schor (2014) optaram por analisar no seu estudo

apenas países com um alto rendimento para o período compreendido entre 1991

a 2009, e concluíram que os efeitos do crescimento económico (medido pelo PIB

per capita) são maiores para as emissões baseadas no consumo do que as para

as emissões territoriais nos países com um alto rendimento (Knight e Schor,

2014). Em relação à percentagem de urbanização, estes autores, concluíram

que houve um impacto positivo e significativo para ambas as abordagens de

contabilização de emissões de CO2.

Por outro lado, Sudmant et al. (2018) optaram por focar-se

individualmente em diferentes centros urbanos, como por exemplo, da China, do

Reino Unido e dos EUA para o período compreendido entre 1991 a 2008. Feng

et al.,(2014) analisaram 4 regiões urbanas da China para o ano 2007, e por fim,

Minx et al., (2013) focaram-se apenas no Reino Unido para o ano 2004. Para ser

possível perceber e comparar as diferentes áreas urbanas em relação às

emissões de consumo e produção, Sudmant et al., (2018) utilizaram o diagrama

de dispersão e o teste Tau Kendall, enquanto os outros autores recorreram ao

modelo Multi-regional input–output. Os autores verificaram que existe uma

correlação forte, mas negativa entre a densidade populacional e as variáveis de

emissões de CO2, tanto ao nível de consumo como territoriais (Sudmant et al.,

2018). Em relação ao rendimento per capita observou-se que existe uma

correlação positiva ao nível das emissões de CO2 (tanto ao nível do consumo

como de produção). No entanto, concluíram que existem padrões diferentes

entre as diversas áreas urbanas (Feng et al., 2014; Minx et al., 2013).

Concentrando-se individualmente em cada área urbana, nomeadamente, nas

áreas urbanas chinesas, o rendimento mais elevado parece levar a maiores

emissões de produção. Nas áreas urbanas dos EUA e Reino Unidos existe uma

relação muito forte entre rendimento per capita e emissões per capita com base

no consumo (Sudmant et al., 2018). Além disso, nas áreas urbanas dos EUA e

Page 30: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

15

do Reino Unido, as emissões baseadas na produção não mudam

significativamente com o rendimento, sugerindo que o aumento da procura por

bens e serviços é atendida por importações líquidas de bens e serviços. O que

vai ao encontro com alguns resultados encontrados em estudos anteriores

relativos a estas regiões, sendo a China um país produtor e os restantes 2 países

(Reino Unido e EUA) considerados consumidores (Barrett, et al., 2013). De forma

a avaliar e realçar se o fenómeno carbon leakage está presente nestas áreas,

Sudmant et al.,(2018), utilizaram a variável emissões de carbono líquidas per

capita, que corresponde à diferença entre as contas baseadas na produção e

baseadas no consumo. Uma vez que, os resultados visíveis mostraram a

existência de uma correlação positiva entre esta variável e o rendimento per

capita, isto sugere que aumentos contínuos nos níveis de rendimento per capita

podem impulsionar a ocorrência do fenómeno carbon leakage (Sudmant et al.,

2018).

2.4. Quem fica com a responsabilidade?

As emissões de dióxido de carbono são o principal motor da mudança

climática global. É amplamente reconhecido que, para evitar os piores impactos

das mudanças climáticas, o mundo precisa de reduzir as emissões com

urgência. Com base nas evidências até ao momento relatadas por diversas

investigações, torna-se importante e imprescindível saber de que forma os

países serão avaliados. Através da vasta investigação analisada constatou-se

que: o crescimento das emissões de consumo, em algumas áreas,

nomeadamente urbanas, países desenvolvidos e/ou com um alto rendimento per

capita, são mais propensos a serem impulsionados pela importação de carbono

do que pela produção local, uma vez que, dependem amplamente de bens e

serviços de outras regiões (Knight e Schor, 2014; Liddle, 2017). Por isso, se as

suas emissões baseadas no consumo são maiores do que suas emissões com

base no território, significa que ocorrem transferências de carbono para outras

regiões, o que é um efeito bastante intuitivo. Assim podemos constatar que estas

áreas, anteriormente referenciadas, são mais importantes como consumidoras

do que produtoras de emissões. Futuramente para combater parte desta

problemática associada aos aumentos contínuos de transferências de carbono

Page 31: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

16

é provável que algumas ações climáticas sejam focadas no consumo,

dependendo das características do país em questão.

Uma vez que, as comparações em ambas as abordagens de emissões de

CO2 descritas são de extrema relevância nesta área de estudo, é necessário

haver uma resposta à seguinte questão: Como é que a responsabilidade pelas

emissões deveria ser partilhada entre regiões, países e indivíduos? Esta

temática, torna-se, deste modo, bastante crucial porque poderá ser um ponto

infindável nas discussões internacionais. Se o crescimento das emissões de

consumo em algumas áreas, for impulsionado pela importação de bens e

serviços e não pela produção local, o consumo não causa, apenas, uma grande

quantidade de emissões no seu território, mas também impõe mais emissões a

outras regiões, através da abertura comercial (Feng et al., 2014). Com base

nestas evidências, verifica-se que as abordagens contábeis baseadas no

consumo podem ser de particular vantagem porque com base nos resultados

anteriormente relatados, as áreas urbanas e/ou países desenvolvidos são mais

importantes como consumidores nas emissões. A literatura sobre contabilidade

baseada no consumo assume que os países ricos são aqueles com leis

ambientais mais rigorosas, por exemplo, preços de carbono mais elevados e, por

conseguinte, tendem a externalizar as indústrias com utilização intensiva de

carbono (C. Zhang e Lin, 2012). Deste modo, sugere-se que algumas ações

climáticas deveriam ser focadas no consumo e não baseadas nas emissões da

produção, nestas áreas (Feng et al., 2014; Knight e Schor, 2014; Minx et al.,

2013).

Jakob et al. (2014a), deram o seu testemunho nesta temática e propuseram

que a regulamentação das emissões com base no consumo, em vez, da

produção, poderia reduzir a transferência de emissões de carbono e fornecer um

quadro mais apropriado da responsabilidade dos países pelas emissões globais.

Uma vez que, há uma barreira entre as emissões pelas quais um país é

responsável e as emissões baseadas no consumo, os países deveriam ter

interesse pela responsabilidade e sustentabilidade ambiental, a fim de ajudar a

reduzir a intensidade do carbono em países que são particularmente importantes

para as transferências globais de carbono (Liddle, 2017). Assim sendo, para

reduzir as emissões baseadas no consumo, as cidades/países podem cooperar

Page 32: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

17

com as regiões vizinhas para melhorar as indústrias no sentido de adotar

tecnologias de produção mais eficientes em energia, uma vez que a maior parte

das emissões baseadas no consumo provêm das importações (Mi et al., 2019).

Mais ainda, podem investir dentro dos seus próprios limites para reduzir o

carbono na fonte e ao longo de toda a cadeia, através do uso de materiais de

construção recicláveis e construções eficientes em termos energéticos (Barrett,

Peters, Wiedmann, Scott, Lenzen, Barrett, et al., 2013). Por outro lado, as

soluções dependem também de mudanças tecnológicas no lado da oferta e da

mudança voluntária de comportamento no lado das famílias (Barrett, et al., 2013;

Jakob et al., 2014a).

Portanto, a contabilidade de CO2 baseada no consumo pode ser um

importante indicador complementar das emissões de território usadas para a

elaboração de políticas de mitigação climática, de modo a que haja uma

perceção mais consciente e realista sobre o nosso impacto no ambiente, de

acordo com as diferentes características de cada região (Davis e Caldeira, 2010).

Outros autores também propõem que, uma vez que, consumidores e produtores

de bens e serviços são igualmente responsáveis pelas emissões de CO2, estes

também devam partilhar responsabilidades de mitigação (Jakob et al., 2014a).

Page 33: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

18

Page 34: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

19

3. Dados e variáveis

O presente estudo usa dados anuais para o período entre 1990 e 2017, e

para uma amostra global de 101 países- Tabela 7 em Anexo-. Para os dois

métodos contábeis de CO2, tanto para a contabilidade baseada na produção

(PBA) como no consumo (CBA), a base de dados utilizada para a recolha de

dados foi através do Global Carbon Atlas. Para as restantes variáveis, como o

Produto Interno Bruto (PIB) real per capita (ajustado pela paridade poder de

compra), a Intensidade Energética, Serviços (valor acrescentado), Indústria

(valor acrescentado), Exportação e Importação de bens e serviços, e a Taxa de

Urbanização foram obtidos através da base de dados do The World Bank. Na

Tabela 1 são descritas as variáveis consideradas. A justificação para a utilização

destas variáveis é baseada na literatura, mas mais concretamente pelo estudo

realizado por Franzen e Mader, (2018). Na Tabela 2 são apresentadas as

hipóteses baseadas na literatura, referentes à influência de cada variável nas

emissões, tanto do consumo como da produção. Como já referido no início desta

dissertação, este estudo, tem por base, não só expor se existem diferenças entre

as emissões de CO2 com base na produção (PBA) e emissões de CO2 com base

no consumo (CBA), como também debater se existem evidências sobre o

fenómeno carbon leakage, através da proporção entre CBA/PBA. É importante

também destacar que o estudo do rácio CBA/PBA, responde à questão de saber

quais os países que seriam afetados pela mudança do esquema de

contabilidade, para posteriormente, indicar quais são os principais consumidores

versus produtores ao nível das emissões, daí que se tenha optado pelo uso deste

rácio. Este vai ser ainda neutro relativamente à dimensão do país ou da

população, porque indica o número de unidades de poluição que um país emite

devido ao consumo, comparativamente ao que emite devido à produção. Assim,

se as emissões baseadas na produção estão a diminuir, enquanto as emissões

baseadas no consumo estão a aumentar, então é sinónimo de a proporção estar

também a aumentar, sugerindo que existem evidências de carbon leakage.

Este estudo pretende levar a cabo uma análise mais aprofundada, tanto ao

nível temporal como de espaço geográfico. Assim sendo, de forma a

compreender qual é o impacto e as dissemelhanças das contas de emissões de

Page 35: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

20

produção e consumo, são utilizadas várias regiões do mundo e também os seus

respetivos grupos de rendimentos per capita, recorrendo à categorização do

World Bank. Este define que as economias estão atualmente divididas em quatro

grupos de rendimento: baixo (LI), médio-baixo (LMI), médio-alto (UMI) e alto (HI).

O rendimento é medido usando o rendimento nacional bruto (RNB) per capita,

em dólares americanos, convertido a partir da moeda local. O presente estudo

vai então ser desenvolvido tendo em consideração a amostra global, e cada um

desses grupos de rendimento.

Tabela 1. Descrição das Variáveis

Variáveis Descrição Unidades FONTE

Emissões CO2 baseadas no

Consumo CBA

Emissões de CO2 p.c. de combustíveis fósseis e processos industriais atribuídos ao país em

que os bens e serviços são consumidos (CO2 CBA= CO2 PBA -CO2Exportações + CO2Importações)

Toneladas p.c Global Carbon Atlas

Emissões CO2 baseadas na

Produção PBA

Emissões de CO2 p.c. de combustíveis fósseis e processos industriais atribuídos ao país em

que os bens e serviços são produzidos.

Toneladas p.c Global Carbon Atlas

Balança Comercial CO2

CBA/PBA Rácio entre as emissões de

consumo e produção per capita - -

Produto Interno Bruto

PIB

Soma do valor acrescentado bruto de todos os produtores residentes no país mais os impostos sobre

produtos e menos os subsídios não incluídos no valor dos produtos. PIB p.c. baseado na paridade do poder

de compra (PPC)

Poder de compra

ajustado per capita - (dólares

constantes internacionais)

World Bank

Balança Comercial

TRADE Rácio entre as exportações e

importações de bens e serviços -

World Bank

Intensidade Energética

EI Relação entre o fornecimento de

energia primária e o produto interno bruto medido em PPC

MJ/$ 2011 PPC PIB World Bank

Valor acrescentado dos Serviços

SERVICES

Valor acrescentado (valor da produção menos o valor do

consumo intermédio) do setor serviços (divisões 50-99 da

Classificação Internacional Tipo Industrial (ISIC), revisão 3 ou 4) em

percentagem do PIB.

% do PIB World Bank

Valor acrescentado da Indústria

INDUSTRY

Valor acrescentado (valor da produção menos o valor do

consumo intermédio) do setor da indústria (divisões 10-45 da ISIC,

revisão 3, em percentagem do PIB.

% do PIB World Bank

Taxa de urbanização

URBAN Percentagem de população que vive

em áreas urbanas %

Wold Bank

Page 36: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

21

Tabela 2. Quadro de Hipóteses levantadas na Literatura Hipóteses Referências

[H1]

O PIB per capita tem um impacto positivo nas

emissões de CO2, tanto de consumo como de

produção.

(Franzen e Mader, 2018; Knight

e Schor, 2014; Liddle, 2017;

Sudmant et al., 2018)

[H2] A Balança comercial tem um impacto negativo na

relação CBA/PBA ao nível Global (Franzen e Mader, 2018)

[H3]

A intensidade energética tem um impacto positivo em

relação às emissões de CO2, mas negativa ao nível do

rácio CBA/PBA.

(Franzen e Mader, 2018;

Zhang e Lin, 2012)

[H4] A Indústria contribui para o aumento das emissões de

CO2. (Zhang e Lin, 2012)

[H5]

Os Serviços contribuem positivamente para o aumento

das emissões CO2 ao nível Global e regiões orientais,

mas negativo para as regiões ocidentais e centrais.

(Zhang e Lin, 2012)

[H6]

A percentagem de urbanização tem um impacto

positivo tanto nas emissões baseadas no consumo

como nas emissões baseadas na produção.

(Knight e Schor, 2014)

Fonte: Elaboração Própria

Com objetivo de analisar diferentes países do mundo e ilustrar quais são

os países que seriam afetados pela mudança do esquema de contabilidade, é

feita a comparação através do rácio CBA e PBA para o ano 1990 e 2017. O rácio

vai dar a informação sobre quais são os principais países que estão a emitir mais

(ou menos) com base no que consomem em relação às emissões provocadas

pela sua produção interna, isto é, quantas unidades é que um país emite a mais

(ou a menos) pelo seu consumo, face a uma unidade de emissão provocada pela

sua produção interna. Assim, a Figura 1, lista os seis países que contêm a maior

e menor proporção entre CBA para PBA para o ano 2017. Um rácio inferior a 1

significa que um país teria o status de produtor (tem mais emissões associadas

à produção interna do que ao consumo), logo, beneficiaria se passasse para a

contabilidade baseada no consumo. Por outro lado, um rácio acima de 1 indica

que o país em questão tem o status de consumidor (tem mais emissões

associadas ao consumo interno do que à sua produção). Um rácio de 1 significa

que as emissões baseadas no consumo são exatamente iguais às emissões

baseadas na produção.

Page 37: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

22

Os países que contêm as maiores proporções são: Suíça, Malta, Singapura,

Hong Kong, Luxemburgo e Malawi, que chegam a ter o triplo das emissões

ligadas ao consumo comparativamente às emissões daquilo que produzem

internamente. Por outro lado, as regiões que têm menores proporções são: África

do Sul, Nigéria Federação Russa, Cazaquistão, Bulgária, China. Em geral

verifica-se um aumento deste rácio (principalmente para o Luxemburgo), com

exceção de Hong-Kong, Nigéria, Rússia e China.

Figura 1. Proporção entre as emissões de CBA e PBA dos principais países emissores de CO2

A figura mostra os 6 países com o maior e menor rácio de CBA/PBA. A fonte de dados é o Global Carbon

Atlas. O critério usado para a definição dos países com maiores e menores rácios de carbono é com base

no último ano de estudo 2017. O ano 1990 serve apenas como base de comparação. Nota: de 1990 até 1995 as contas de CO2 com base no consumo e produção são iguais para Luxemburgo.

Na Figura 2 apresentam-se os principais emissores de CO2 per capita para

o ano de 1990 e 2017, através da contabilidade com base na produção (PBA),

ou seja, as emissões produzidas dentro das fronteiras de um país, sem levar em

conta como os bens são comercializados em todo o mundo. É importante avaliar

as emissões de CO2 com base na produção, porque são esses os números que

são levados em consideração para as metas climáticas. Apesar de na Figura 2,

estarem a ser avaliados os países pelas suas emissões per capita, isto é, quanto

um cidadão de cada país proporcionalmente emite, os principais 6 países que

1,7

9

1,3

7

1,5

1

2,8

4

1,0

0

2,1

2

0,6

6

0,8

4

0,9

6

0,6

6

0,7

3

0,9

4

3,1

8

3,1

4

2,8

7

2,7

6

2,5

5

2,5

3

0,7

4

0,7

7

0,8

3

0,8

4

0,8

6

0,8

7

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

CB

A/P

BA

Países

1990 2017

Page 38: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

23

mais poluem ao nível de emissões totais são: China, EUA, India, Federação

Russa, Japão e por fim, a Alemanha.

Figura 2. Principais emissores de CO2 per capita com base na produção

(PBA)

A figura representa os 6 principais países emissores de CO2 per capita ao nível da abordagem de

produção para o ano 1990 e 2017. O critério usado para a definição dos principais emissores de carbono

é com base no último ano de estudo 2017. O ano 1990 serve apenas como base de comparação.

Esta comparação é relevante ser feita porque, apesar dos países

presentes da figura 1 terem os maiores/menores rácios, não significa que estes

sejam os maiores/menores emissores de CO2 per capita.

Os principais emissores de carbono per capita para o ano 2017 são:

Arábia Saudita, Brunei Darussalam, Austrália, Estados Unidos da América,

Cazaquistão e Luxemburgo. Uma outra conclusão importante que é possível

retirar é: apesar das emissões estarem balizadas na contabilização com base na

produção, é visível que esta abordagem nem sempre é a melhor para a

formulação de políticas ambientais. Um exemplo disso, é o Cazaquistão que é

um dos países que mais polui per capita, no entanto, o seu rácio é igual a 0,84

para o ano 2017. Este dado, indica este país é considerado exportador de

carbono, pois emite mais pela abordagem com base na produção do que no

consumo. Por outro lado, Luxemburgo também é um dos países que mais

emissões per capita transfere para atmosfera, mas tem um rácio igual a 2.55.

11

,43

23

,92

16

,42

10

,52

16

,27

31

,03

19

,13

17

,89

16

,96

16

,21

15

,67

15

,62

0

5

10

15

20

25

30

35

Saudi Arabia BruneiDarussalam

Australia United States Kazakhstan Luxembourg

Emis

sões

de

CO

2 p

er c

apit

a (P

BA

)

Países

1990 2017

Page 39: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

24

Isto significa que uma grande parte das emissões de carbono que não estão a

ser contabilizadas com base na medida da produção, porque advém das

importações. Uma vez que as emissões nesta região são maiores com base no

consumo do que na produção, esta prova diz-nos que o país em questão importa

mais emissões de carbono do que exporta. Com base nestes exemplos, é

possível comprovar que a contabilidade que aborda as emissões com base na

produção tem as suas limitações e, por isso, não deve ser usada como sendo

uma abordagem singular para a elaboração de políticas ambientais e relatórios

oficiais de GEE.

A Figura 3 mostra a relação entre a média da proporção das emissões do

consumo e do território com o PIB médio per capita, para o período 1990-2017.

Os países desenvolvidos, por norma, têm PIB maior do que os países menos

desenvolvidos (ou mais pobres). A relação apresenta a forma de U: os países

mais pobres e mais ricos tendem a ter rácios superiores a um; enquanto, os

países com rendimento económico médio-alto tendem a ter rácios inferiores a

um.

Figura 3. Proporção média do rácio CBA/PBA e sua relação com o PIB per

capita

A média anual (durante 1990-2017) da relação entre as emissões de carbono baseadas no consumo e as

emissões de carbono baseadas no território é traçada em relação à média anual do PIB per capita (em forma de logaritmo natural) para 101 países. É apresentada uma linha de tendência polinomial, em forma

de U (que produziu um R-quadrado de 0,3778). As variáveis CBA e PBA foram retiradas do Global Carbon Atlas e o PIB per capita do World Bank.

A evolução é decrescente até um certo ponto do crescimento económico

porque um aumento do PIB per capita, vai traduzir-se numa diminuição da

proporção. Isto é, sinónimo que as emissões com base na produção estão a

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

0 2 4 6 8 10 12

CB

A /

PB

A

PIBpc (logaritmo natural)

Page 40: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

25

aumentar numa escala maior face às emissões com base no consumo, logo,

esses países têm o status de produtor. Enquanto, que a partir de um certo nível

de crescimento económico, a proporção é crescente com aumentos do PIB per

capita, o que é também demonstrado pela Tabela 7, da secção a seguir. Esta

dinâmica sugere que os países com um certo nível de desenvolvimento

económico, aumentos do PIB per capita, traduzem-se em aumentos do rácio

CBA/PBA. Logo, é visto que países principalmente considerados desenvolvidos

importam mais emissões de CO2 do que aquilo que exportam. No entanto, a

maioria dos países de rendimento médio (LMI e UMI) têm rácios acima de um

(cerca de 38 de 54 países de rendimento médio). Por conseguinte, a

transferência de carbono não é um fenómeno puramente de países pobres/com

baixo rendimento per capita para países ricos/alto rendimento per capita.

3.1. Análise Descritiva e Matriz de Correlações

Análise Descritiva: As Tabelas 3 e 4 fornecem a estatística descritiva relativamente às

variáveis presentes na Tabela 1, respetivamente para os dados originais e para

os dados em logaritmos, sendo possível daí retirar informações relevantes e

perceber melhor a sua dinâmica e caraterísticas. Assim, através das Tabela 3 e

4 é possível observar que a amostra GLOBAL, com os diferentes países do

mundo (n=101) contempla N (n*T=2028) observações.

Do ponto de vista global, em média, os países emitem mais de cinco

toneladas por habitante, em ambas as abordagens que contabilizam as

emissões de carbono: CBA (5.196330 toneladas) e PBA (5.916997 toneladas).

Os países que, em média, mais emissões de CO2 emitem, são os países

com um alto rendimento per capita (HI): CBA (11.33292 toneladas) e PBA

(9.41772 toneladas). Por outro lado, analisando os países menos desenvolvidos

(LI), o valor médio das emissões per capita tanto ao nível do consumo (CBA)

como da produção (PBA), é inferior a uma tonelada, sendo o grupo de países

que menos emissões emite por habitante, como é visível na Tabela 3. Também

Page 41: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

26

é possível constatar que quanto maior for o desenvolvimento económico, em

média, mais emissões existem, quer na produção quer no consumo.

Em relação ao PIB per capita, conforme o aumento da escala do

rendimento per capita, em média, esta variável também aumenta. O seu valor,

médio Global per capita, é 15890 dólares, sendo o mínimo igual a 285.6 dólares

aproximadamente, e o seu máximo de 112822.6 dólares. O grupo de rendimento

que tem, em média, um maior PIB per capita (30293.29 dólares), são os países

desenvolvidos (HI), no entanto, também são os que apresentam um maior desvio

padrão (16863.99 dólares) face ao valor médio. Isto significa que dentro deste

grupo de países, há países que se distanciam mais do valor médio. Por outro

lado, no grupo LI estes apresentam o menor desvio padrão para a variável PIB

per capita, o que significa que os países desse grupo são mais parecidos nessa

variável. O desvio em relação à média já não é tão grande como no grupo LI.

A variável TRADE (Exportações/Importações), que correspondente à

balança comercial, é maior para os países com um alto rendimento per capita

com uma média de 1.059489, o que indica que, em média, estes países

exportam mais do que importam, porque a proporção entre exportações e

importações é superior a 1. Para as restantes amostras, a média da balança

comercial já é inferior a 1.

Em relação à intensidade energética, são os países de baixo rendimento

(LI) que, em média, mais consomem energia por uma unidade do PIB (12.10

MJ/$), tendo um mínimo de 4.02697 MJ/$ e um máximo 50.13474 MJ/$.

Os países com um rendimento médio-alto (UMI) per capita, são os mais

industrializados, representando a indústria em média 32.019% do PIB.

Enquanto, que os países com um alto rendimento per capita (HI), são os mais

focados no setor dos serviços, com cerca de 60,95% do PIB.

Por fim, a percentagem de urbanização, em média, também é maior para

países com um rendimento per capita mais elevado, sendo que 76% da

população desses países vive em áreas urbanas. Dentro da amostra GLOBAL,

como contêm uma diversidade de países de todo o mundo com diferentes

características, significa que há uma maior heterogeneidade dentro deste grupo

para a variável URBAN, ou seja, há países que se vão afastar mais desse valor

médio.

Page 42: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

27

Tabela 3. Resultados das Estatísticas Descritivas dos Dados Originais

Grupo Estatísticas

Descritivas PBA CBA PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN

LI

Média 0.132098 0.2571802 1087.468 0.6112313 12.50395 18.10691 44.53474 24.27036

Desvio Padrão 0.0915852 0.1979106 438.9445 0.1754501 9.161075 4.282032 6.929387 8.229915

Mínimo 0.0359289 0.0823665 285.5869 0.1287732 4.02697 10.41463 22.32831 11.076

Máximo 0.4384694 1.156395 2249.731 0.9573273 50.13474 28.37227 57.02444 41.162

LMI

Média 1.178566 1.226957 3595.916 0.8213831 7.097986 25.80042 47.01667 41.04486

Desvio Padrão 1.714675 1.40912 2361.305 0.2460535 4.049471 5.966043 7.693889 15.21873

Mínimo 0.0046492 0.061871 727.1106 0.2121135 1.992982 8.341774 21.45483 8.854

Máximo 15.11518 14.40913 12584.1 2.77693 26.69928 54.54515 77.02007 71.275

UMI

Média 4.004729 3.665951 9853.021 0.9860017 6.006073 32.019 51.38136 63.21763

Desvio Padrão 3.197598 2.358453 5111.437 0.3139741 3.447352 9.065166 8.427695 14.83642

Mínimo 0.4604663 0.4408331 982.5009 0.1298175 2.193661 9.547512 21.75596 26.442

Máximo 17.11838 16.47372 28141.2 2.802949 26.90652 66.16033 72.11957 91.749

HI

Média 9.417752 11.33292 30293.29 1.059489 4.968683 27.69201 60.95368 76.06095

Desvio Padrão 4.943947 5.869812 16863.99 0.2281545 2.057898 10.62917 9.936094 13.42247

Mínimo 1.072977 0.2318801 4506.804 0.5821159 1.381528 6.717173 24.17531 40.841

Máximo 32.26617 50.63229 112822.6 2.844361 18.23322 74.11302 91.92164 100

GLOBAL

Média 5.196330 5.916997 15890 0.9479518 6.273874 27.71813 53.64264 60.00451

Desvio Padrão 5.199859 6.126685 16483.43 0.2856473 4.180066 9.436803 10.84022 21.96413

Mínimo 0.004649 0.061871 285.5869 0.1287732 1.381528 6.717173 21.45483 8.854

Máximo 32.26617 50.63229 112822.6 2.844361 50.13474 74.1130 91.92164 100 Fonte: Elaboração Própria. Notas: Todas as variáveis estão na sua forma em absoluto. Definição da amostra: LI= Low Income (Baixo Rendimento); LMI= Low Middle

Income (Baixo-Médio Rendimento); UMI= Upper Middle Income (Alto-Médio Rendimento); HI= High Income (Alto Rendimento)

Page 43: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

28

Tabela 4. Resultados das Estatísticas Descritivas dos Dados em Logaritmo

Grupo Estatísticas

Descritivas PBA CBA PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN

LI

Média -2.205705 -1.552704 6.901732 -0.544499 2.334138 2.86838 3.782427 3.126794

Desvio Padrão 0.5695486 0.5808044 0.4452039 0.3496607 0.5894498 0.2380872 0.1735781 0.363242

Mínimo -3.326214 -2.496576 5.654546 -2.049702 1.393014 2.343212 3.105855 2.404781

Máximo -0.8244652 0.1453076 7.718566 -0.043609 3.914714 3.345412 4.04348 3.717516

LMI

Média -0.416937 -0.210884 8.00163 -0.237763 1.832768 3.222292 3.835878 3.634604

Desvio Padrão 1.05211 .8968537 0.603904 0.2886473 0.4861369 0.2428564 0.175866 0.421501

Mínimo -5.37107 -2.782704 6.589079 -1.550634 0.6896319 2.121276 3.06595 2.180869

Máximo 2.71570 2.667862 9.44019 1.021346 3.284637 3.999029 4.344066 4.266546

UMI

Média 1.081818 1.101068 9.05628 -0.064290 1.670633 3.426637 3.92401 4.116333

Desvio Padrão 0.802437 0.644781 .5515828 0.3256738 0.4680469 0.2840429 0.1814936 0.2537095

Mínimo -0.775518 -0.819089 6.890101 -2.041626 0.785572 2.256281 3.079888 3.274954

Máximo 2.840153 2.801767 10.24499 1.030672 3.292369 4.192081 4.278325 4.519057

HI

Média 2.095341 2.287285 10.15921 0.0387155 1.528136 3.257438 4.095206 4.314389

Desvio Padrão 0.578881 0.585134 0.5937492 0.1890774 0.3830379 0.3560624 0.1793084 0.190538

Mínimo 0.070437 -1.46153 8.413344 -0.541085 0.32319 1.904667 3.185332 3.709686

Máximo 3.474019 3.92459 11.63357 1.045339 2.903245 4.305591 4.520936 4.60517

GLOBAL

Média 0.883312 1.062478 9.083672 -0.09905 1.697293 3.268432 3.960726 4.00481

Desvio Padrão 1.507328 1.399227 1.187922 0 .311752 0.4925523 0.3291536 0.2138696 0.46319

Mínimo -5.37107 -2.78270 5.654546 -2.049702 0.32319 1.904667 3.06595 2.180869

Máximo 3.474019 3.92459 11.63357 1.045339 3.914714 4.305591 4.520936 4.60517 Fonte: Elaboração Própria. Notas: Todas as variáveis estão na sua forma de logaritmo natural e estão incluídas nas unidades acima reportadas. Definição da amostra: LI=

Low Income (Baixo Rendimento); LMI= Low Middle Income (Baixo-Médio Rendimento); UMI= Upper Middle Income (Alto-Médio Rendimento); HI= High Income (Alto Rendimento)

Page 44: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

29

Matriz de Correlações:

A matriz de correlações permite avaliar a existência de dependência linear

entre os pares de variáveis. Os coeficientes de correlação de Pearson podem

variar em termos de valor de -1 a +1 (Knight e Schor, 2014). Quanto mais

próximo de 1 for o valor em absoluto do coeficiente, significa que mais forte é a

relação entre as variáveis.

Assim, as Tabelas, 8-13 em Anexo, apresentam a correlação entre as

variáveis utilizadas, em seu logaritmo natural. É possível detetar a existência de

multicolineariedade se algum par apresentar correlação elevada (acima de 0.8

em valor absoluto) (Franzen e Mader, 2018). As duas variáveis dependentes

CBA e PBA, mostraram ter uma correlação positiva e elevada: 0.9772, 0.8424,

0.9724, 0.9585, 0.8438, pelos respetivos grupos de amostra: GLOBAL, LI, LMI,

UMI e HI. Todavia, só são preocupantes em termos de multicolineariedade

valores de correlação elevados entre variáveis independentes, o que não é o

caso.

Ao nível da amostra GLOBAL, verifica-se uma correlação negativa entre

CBA e EI (intensidade energética). As restantes variáveis independentes

mostraram estar positivamente correlacionadas com a variável CBA e com a

variável PBA ao nível de significância de 1%. Por outro lado, todas as variáveis

independentes têm um coeficiente de correlação negativo com a variável

CBA/PBA.

Ao longo das restantes amostras categorizadas pelos seus respetivos

rendimentos, o sinal das correlações vai variando. É de notar que nunca é

adequado concluir que as mudanças numa variável causam mudanças noutra

variável com base na correlação. O coeficiente de correlação de Pearson é muito

sensível a valores extremos de dados.

Page 45: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

30

Page 46: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

31

4. Metodologia

4.1. Modelos

Dada a relevância apresentada pela literatura sobre a importância de saber

se há evidências empíricas para uma urgente mudança ao nível da

contabilização das emissões de CO2, o presente trabalho propôs uma análise

empírica para avaliar e comparar as contas de emissões de produção e consumo

para diferentes regiões impulsionadoras de GEE. Neste estudo, para analisar as

questões levantadas na revisão de literatura pretende-se, inicialmente, por

começar a investigar o conjunto de países do estudo, de uma forma global. Deste

modo, para haver uma perspetiva realista sobre os principais produtores versus

consumidores de emissões, é realizada uma análise comparativa sobre quais

são os principais países que têm os maiores e menores rácios de emissões

baseadas no consumo (CBA) para emissões baseadas na produção (PBA).

Embora alguns autores pareçam céticos sobre a eficácia de uma abordagem

baseada no consumo, será essencial esclarecer esta controvérsia através da

proporção entre estas duas abordagens e consequentemente perceber se

existem evidências de carbon leakage através do rácio (CBA/PBA). Assim

sendo, de forma a compreender qual é o impacto e as dissemelhanças das

contas de emissões de produção e consumo, são utilizadas várias regiões do

mundo e também os seus respetivos grupos de rendimentos per capita,

recorrendo à categorização do World Bank.

Por conseguinte, esta investigação contempla 3 modelos diferentes para

cada um dos grupos de rendimento e para amostra global, para dar resposta às

dúvidas presentemente descritas: para o modelo 1 temos como variável

dependente as emissões com base na Produção; para o modelo 2 temos como

variável dependente as emissões com base no Consumo, e por fim, o modelo 3

utiliza a proporção entre estas duas variáveis anteriormente referidas, como

variável dependente, para verificar se a mudança na contabilidade (CBA ou PBA)

faz sentido e também expõe se existem evidências de carbon leakage entre

regiões. De notar que a variável que correspondente ao rácio entre CBA e PBA

é calculada através do seu logaritmo natural:

Page 47: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

32

ln (𝐶𝐵𝐴

𝑃𝐵𝐴) = ln(𝐶𝐵𝐴) − ln(𝑃𝐵𝐴)

Por isso, se o logaritmo da proporção entre CBA e PBA for igual a 0, significa

que as emissões baseadas no consumo são exatamente as mesmas que as

emissões baseadas na produção. Se o logaritmo da proporção for inferior a 0,

significa que o país tem mais emissões baseadas na produção do que no

consumo e, portanto, lucraria (diminuição do CO2 per capita) se passasse para

a contabilidade baseada no consumo. Por fim, proporções acima de 1 indicam

que o logaritmo do rácio (CBA/PBA) é positivo, revelando que os habitantes de

um certo país, têm mais emissões baseadas no consumo do que na produção.

Os modelos utilizados neste trabalho, incluem as seguintes variáveis

explicativas já apresentadas na Tabela 1: produto interno bruto, a intensidade

energética, a balança comercial, a participação do setor industrial e de serviços

na estrutura da economia e a taxa de urbanização. A investigação em causa visa

analisar um horizonte temporal compreendido entre 1990 até 2017.

Como esta investigação analisa uma ampla amostra de diferentes países de

todo o mundo e também com um horizonte temporal de 28 anos, o tipo de dados

a analisar, são dados em painel. Os dados em painel consistem na combinação

de dados temporais (time-series) e seccionais (cross-section). Considerando um

conjunto de dados com i = 1, 2, ..., N unidades e t = 1, 2, ..., T períodos de tempo,

os modelos de dados em painel a considerar são:

𝑴𝒐𝒅𝒆𝒍𝒐𝟏: 𝑃𝐵𝐴𝑖𝑡 = 𝛿0 + 𝛿1𝑃𝐼𝐵𝑖𝑡 +𝛿2𝑇𝑅𝐴𝐷𝐸𝑖𝑡 + 𝛿3𝐸𝐼𝑖𝑡 + 𝛿4𝐼𝑁𝐷𝑈𝑆𝑇𝑅𝑌𝑖𝑡 +

𝛿5𝑆𝐸𝑅𝑉𝐼𝐶𝐸𝑆𝑖𝑡 + 𝛿6𝑈𝑅𝐵𝐴𝑁𝑖𝑡 +휀1𝑖𝑡

𝑴𝒐𝒅𝒆𝒍𝒐𝟐: 𝐶𝐵𝐴𝑖𝑡 = 𝛽0 + 𝛽1𝑃𝐼𝐵𝑖𝑡 +𝛽2𝑇𝑅𝐴𝐷𝐸𝑖𝑡 + 𝛽3𝐸𝐼𝑖𝑡 + 𝛽4𝐼𝑁𝐷𝑈𝑆𝑇𝑅𝑌𝑖𝑡 +

𝛽5𝑆𝐸𝑅𝑉𝐼𝐶𝐸𝑆𝑖𝑡 + 𝛽6𝑈𝑅𝐵𝐴𝑁𝑖𝑡 +휀2𝑖𝑡

𝑴𝒐𝒅𝒆𝒍𝒐𝟑: (𝐶𝐵𝐴

𝑃𝐵𝐴)𝑖𝑡= 𝛾0 + 𝛾1𝑃𝐼𝐵𝑖𝑡 +𝛾2𝑇𝑅𝐴𝐷𝐸𝑖𝑡 + 𝛾3𝐸𝐼𝑖𝑡 + 𝛾4𝐼𝑁𝐷𝑈𝑆𝑇𝑅𝑌𝑖𝑡 +

𝛾5𝑆𝐸𝑅𝑉𝐼𝐶𝐸𝑆𝑖𝑡 + 𝛾6𝑈𝑅𝐵𝐴𝑁𝑖𝑡 +휀3𝑖𝑡

Os coeficientes das variáveis dos modelos a estimar são representados por 𝛿𝑘,𝛽𝑘

e 𝛾𝑘 respetivamente, e sendo k=0,1, 2, …, que corresponde ao número de

Page 48: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

33

coeficientes do modelo. E εjit é o termo de erro, sendo j= 1,2 e 3 relativo aos

diferentes modelos. Uma vez que os dados utilizados apresentam valores

positivos, todas a variáveis, tanto dependentes como independentes, são

transformadas em logaritmos naturais. Esta transformação é realizada para que

posteriormente, a leitura do modelo seja mais fácil (Knight e Schor, 2014; Liddle,

2017). Desta forma, as estimativas dos coeficientes podem ser interpretadas

como a mudança percentual na variável dependente para um aumento de 1% na

variável independente, mantendo tudo o resto constante. De notar que todos os

modelos contêm variáveis dummy para cada ano, a fim de controlar as

tendências gerais de tempo (Franzen e Mader, 2018).

Para além da estatística descritiva e da matriz de correlações já apresentada,

os seguintes procedimentos, após a transformação dos dados das variáveis em

logaritmos, foram realizados: (i) Testes de Raízes Unitárias, (ii) Testes de

Cointegração, (iii) Modelos Efeitos Fixos ou Efeitos Aleatórios ou Pooled.

4.2. Raízes Unitárias

Antes das estimações dos modelos foram feitos alguns testes para garantir a

fiabilidade e robustez dos resultados. Assim como no caso de estudos de séries

temporais, é de fundamental importância verificar se as séries utilizadas são

estacionárias ou não. Na análise de regressão com séries temporais, a

estacionariedade, é um dos primeiros pressupostos a ser verificado, para não

incorrer no problema de regressão espúria e invalidar a inferência estatística

posteriormente (Mitic et al., 2020).

Consequentemente, neste estudo, foi considerado o seguinte processo

autoregressivo AR (1) para os dados do painel:

𝑌𝑖𝑡 = 𝜌𝑖𝑦𝑖𝑡−1 + 𝛥𝑖𝑋𝑖𝑡 +ω𝑖𝑡

onde i = 1, 2, ... N representam países observados ao longo de períodos, t=1,

2, …, T. 𝑋𝑖𝑡 são variáveis exógenas do modelo, incluindo quaisquer efeitos fixos

ou tendências individuais, e 𝜌𝑖 é o coeficiente autoregressivo. Se 𝜌𝑖 < 1, 𝑦𝑖 é dito

ser uma tendência fraca e estacionária.

Ao contrário, se 𝜌𝑖 = 1, 𝑦𝑖 então compreende uma unidade raiz. ω𝑖𝑡 é o termo

de erro estacionário.

Page 49: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

34

Assim, foram efetuados os seguintes testes de raízes unitárias: Levin, Li e

Chu (Levin et al., 2002), Im, Peasaram e Shin (Im et al., 2003), ADF-Fisher e PP-

Fisher (Choi, 2001; Maddala et al., 1999).

A fim de testar a hipótese nula, de que todas as séries individuais do painel

contêm uma unidade de raiz, Levin et al., (2002) propôs um teste ADF baseado

em painel onde os parâmetros são restritos, mantendo-os idêntico em todas as

regiões seccionais, tal como representado na seguinte Equação:

𝛥𝑌𝑖𝑡 = 𝑐𝑖 + 𝜌𝑖𝑌𝑖𝑡−1 +∑𝜌𝑖

𝑘

𝑗=1

𝑦𝑖𝑡−𝑗 + 𝛾𝑖𝑡

onde t = 1, 2 ...T são os períodos de tempo, e i =1, 2, ... N os membros do

painel.

A LLC adota a hipótese nula de 𝜌𝑖 =𝜌= 0 para todos i, contra a alternativa 𝜌𝑖=

𝜌2 = … = ρ < 0 para todos i, com o teste baseado nas estatísticas 𝑡𝜌 =�̂�

𝑠⋅𝑒⋅(𝑝). No

entanto, uma desvantagem é que 𝜌 está limitado a ser idêntico em todas as

regiões, tanto sob a Hipótese nula como sob a Hipótese alternativa.

Alternativamente, 𝜌 pode ser autorizado a variar livremente através de secções

transversais. 𝛾𝑖𝑡 é a termo de erro estacionário. Os testes IPS e Fisher-ADF e

Fisher-PP são desta forma. Levin et al.,( 2002) especifica uma regressão ADF

separada para cada secção transversal:

𝛥𝑦𝑖𝑡 = 𝛼𝑦𝑖𝑡−1 +∑𝛽𝑖𝑗𝛥𝑦𝑖𝑡−1

𝜌𝑖

𝑗=

+ 𝑥𝑖𝑡′ δ + 휂𝑖𝑡

Neste teste, H0: 𝛼𝑖 = 0 é a hipótese nula, enquanto a hipótese alternativa é

expressa por: H1: {𝑎𝑖 = 0𝑐𝑜𝑚𝑖 = 1,2,3…

𝑎𝑖 < 0𝑐𝑜𝑚𝑖 = 𝑁 + 1,𝑁 + 2,…𝑁

que pode ser interpretado como uma fração estacionária não-zero dos processos

individuais, com 휂𝑖𝑡 representando a fração estacionária termos de erro.

As referências (Choi, 2001; Maddala, 1999) propuseram um método diferente

para os resultados dos testes de raiz da unidade de painel, derivando testes que

combinam os valores p de testes de raiz de unidades individuais (Fisher, 1926)

. Se 𝜋𝑖 é definido como o p-value de qualquer teste de raiz de unidade individual

Page 50: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

35

para a secção i, depois sob o valor nulo de unidade raiz para todas as secções

transversais de N, o resultado assimptótico mantém-se como se segue:

−2∑𝑙𝑜𝑔(𝜋𝑖)

𝑁

𝑖=1

→ 𝑥2𝑁2

Além disso, Levin et al., (2002) provaram isso:

𝑧 =1

√𝑁∑𝜙−1(𝜋𝑖)

𝑁

𝑖=1

→ 𝑁(0,1)

onde 𝜙−1 é o inverso da função normal de distribuição cumulativa normal.

A assimptótica 𝑥2 e as estatísticas normais utilizando ADF e PP individuais

foram utilizados testes unitários de raiz. Tanto a hipótese nula como a alternativa

permanecem as mesmas que para o teste IPS.

4.3. Cointegração

A título de complementar é realizado o teste de cointegração para dados em

painel de forma a perceber a possível existência de cointegração. Foram

realizados os teste de Cointegração Residual de Kao e Pedroni (Kao, 1999;

Pedroni, 2000) que têm como base as hipóteses H0: Não há cointegração e H1:

Existe cointegração.

Uma vez assegurada a não estacionaridade, a hipótese de cointegração da

série deve ser testada, que é geralmente transformado utilizando o método

proposto em Robert e C.W.J, (1987). Esta abordagem examina os resíduos de

uma regressão e afirma que há cointegração se ut ~ I(0). A contribuição pioneira

para esta metodologia foi apresentada, entre outros, por Kao e Chiang, (2000);

Pedroni, (1999), dada a seguinte equação:

𝑦𝑖𝑡 = 𝛼𝑖 + 𝛿 + 𝛽1𝑖𝑥1𝑖,𝑡 + 𝛽2𝑖𝑥2𝑖,𝑡 +⋯+ 𝛽𝑘𝑖𝑥𝑘𝑖,𝑡 + 휁𝑖𝑡

onde t = 1, 2, …, T e k = 1, 2, …, K; o parâmetro α denota as características

individuais; k é o número de variáveis explicativas; e 𝛿 é a tendência. Assume-

se ainda que as variáveis y e x estão integradas de ordem um, ou seja, I(1).

Page 51: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

36

Assim, sob a hipótese alternativa que há cointegração, os resíduos 휁𝑖𝑡 serão

também I(1).

4.4. Especificação do Modelo

Os dados em painel permitem três tipos de modelos: modelos Pooled,

modelos com Efeitos Fixos ou modelos com Efeitos Aleatórios. A metodologia

de dados em painel é indicada quando estão disponíveis observações

longitudinais, ou seja, por indivíduos num espaço de tempo, o que fornece

informações a respeito de possíveis heterogeneidades individuais (Stock e

Watson, 2008).

4.4.1. Modelos Pooled

Os modelos Pooled apresentam a seguinte configuração:

𝑌𝑖𝑡 = β0 + Σβ𝑘𝑋𝑘𝑖𝑡 + ε𝑖𝑡

Estes modelos são estimados pelo Método dos Mínimos Quadrados (OLS –

Ordinary Least Squares). Estes tipos de modelos assumem determinadas

particularidades, sendo adequada a sua aplicação em amostras que se

caraterizam por indivíduos selecionados que apresentam semelhanças nas suas

características estruturais. Os parâmetros β0 e β𝑘 são comuns para todos os

indivíduos, ou seja, existe homogeneidade na parte constante e no declive. O

estimador é eficiente e consistente, uma vez que o parâmetro β0 é igual para

todos os indivíduos. Os erros ε𝑖𝑡 são white noise e não se encontram

correlacionados com as variáveis independentes, Cov (𝑋𝑘𝑖𝑡, ε𝑖𝑡)=0, Ausência de

Autocorrelação.

4.4.2. Modelos com Efeitos Fixos

Os modelos com Efeitos Fixos apresentam o seguinte formato:

𝑌𝑖𝑡 = β0 + Σβ𝑘𝑋𝑘𝑖𝑡 + 𝛼𝑖 + ε𝑖𝑡

Page 52: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

37

Nestes modelos existe homogeneidade no declive e heterogeneidade na

parte constante, sendo 𝛼𝑖 o efeito fixo ao individuo, que permite captar as

diferenças que não variam ao longo do tempo.

4.4.3. Modelos com Efeitos Aleatórios

Os modelos com efeitos aleatórios apresentam a seguinte configuração:

𝑌𝑖𝑡 = β0 +Σβ𝑘𝑋𝑘𝑖𝑡 + 𝑢𝑖𝑡

sendo 𝑢𝑖𝑡 = 𝛼𝑖 + ε𝑖𝑡 sendo 𝛼𝑖 o efeito aleatório (ou heterogeneidade)

individual não observável. Nestes modelos é introduzida a heterogeneidade do

indivíduo no termo do erro e é considerada a constante como um parâmetro não

observável/aleatório.

4.5. Testes de diagnósticos do painel

Apresentados os três tipos de modelos, realizam-se os testes seguintes, que

pretendem aferir qual deles é o mais adequado para a amostra em estudo, e os

seus resultados estão apresentados na Tabela 6.

4.5.1. Teste F inclusão dos Efeitos Fixos: Pooled dos mínimos quadrados versus Efeitos Fixos

Com a realização deste teste pretende-se saber se o modelo Pooled dos

Mínimos Quadrados é mais adequado do que o modelo de Efeitos Fixos. Se o

modelo Pooled dos Mínimos Quadrados for o mais adequado, não é rejeitada (p-

value > 5%) a Hipótese Nula, que determina que existe homogeneidade na

constante. Se tal não se verificar, rejeita-se a Hipótese Nula e o modelo mais

adequado é o dos Efeitos Fixos (Juhl e Lugovskyy, 2014).

H0: 𝛼1 = 𝛼2 = ⋯ = 𝛼𝑛 (Modelo Pooled dos Mínimos Quadrados)

H1: Σ𝛼𝑖 ≠ 0 (Modelo Efeitos Fixos)

Page 53: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

38

4.5.2. Teste Breuch- Pagan: Efeitos Aleatórios versus Pooled dos mínimos quadrados

De seguida, é realizado o teste de Breuch-Pagan, derivado do princípio

do teste do multiplicador de Lagrange, que pretende avaliar se o modelo de

Efeitos Aleatórios é mais adequado do que o modelo Pooled dos Mínimos

Quadrados (Breusch e Pagan, 2012).

H0: σ𝛼2 = 0

H1: σ𝛼2≠ 0

Caso não se rejeite a Hipótese Nula o modelo mais adequado é o Pooled

dos Mínimos Quadrados, isto é, quando o p-value é superior a 5%. Caso se

verifique o oposto, rejeita-se a Hipótese Nula, o melhor modelo é o dos Efeitos

Aleatórios.

4.5.3. Teste de Hausman: Efeitos Fixos versus Efeitos Aleatórios

O próximo passo a seguir é a realização de um teste que especifique qual

o efeito mais apropriado. O objetivo da concretização deste teste é verificar se,

relativamente ao painel em estudo, o modelo de Efeitos Aleatórios é mais

apropriado do que o modelo de Efeitos Fixos (Hausman, 1978). De acordo com

as especificidades deste teste, podemos verificar dois tipos de situações:

H0: Os efeitos individuais não estão correlacionados com as variáveis

explicativas introduzidas

H1: Os efeitos individuais estão correlacionados com as variáveis

explicativas introduzidas

Este teste tem como Hipótese Nula de que o melhor modelo é o de efeitos

Aleatórios, sendo que se o teste rejeitar a Hipótese Nula, o modelo de Efeitos

Fixos é o mais adequado (Schmidheiny, 2014). Se ocorrer o primeiro caso,

escolhe-se o modelo dos Efeitos Aleatórios, quando o p-value é superior a 5%.

Caso contrário, escolhe-se o modelo dos Efeitos Fixos.

Page 54: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

39

Page 55: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

40

5. Resultados Empíricos

5.1. Resultados dos testes preliminares

5.1.1. Resultados dos Testes de Raízes Unitárias

Todos os testes de raízes unitárias de dados em painel, indicados na

Secção 4 foram aplicados a todas as variáveis e aos diferentes grupos de

amostras (GLOBAL, LI, LMI, UMI e HI). Os resultados estão apresentados na

Tabela 13-17 em Anexo.

Os resultados dos testes mostram que nem todas as variáveis são

estacionárias em nível porque a Hipótese Nula não é rejeitada a 5%. Quando

convertidas em primeiras diferenças são todas consideradas estacionárias

(possui raiz unitária), (p-value<5%) com exceção da variável URBAN para o

grupo LI e LMI. Deste modo, foi necessário recorrer à segunda diferenciação, e

agora todas as variáveis são consideradas estacionárias em segundas

diferenças (p-value<5%) evitando, desta forma, problemas associados a

regressões espúrias.

5.1.2. Resultados dos Testes de Cointegração

As Tabelas 18-32 em Anexo mostram os resultados dos testes de

cointegração Kao e Pedroni, que evidenciam a cointegração em painéis de

diferentes países, e os resultados mostraram-se consistentes.

Conclui-se ainda que, independentemente dos grupos de rendimentos

per capita, os resultados de ambos os valores do teste de Cointegração indicam

que a cointegração é significativa. Logo rejeita-se a Hipótese nula, sugerindo que

há cointegração entre as variáveis escolhidas.

Tendo-se verificado que as variáveis estão cointegradas, o passo

seguinte é estimar a relação. Quando se trabalha com uma estrutura de dados

em painel, é necessário testar a presença de efeitos individuais. Deste modo, é

possível dar o passo em frente, em direção às principais estimações deste

estudo, através dos Efeitos Fixos ou Aleatórios, de forma a responder aos

objetivos estabelecidos desde o início desta análise (Franzen e Mader, 2018).

Page 56: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

41

5.1.3. Resultados da Especificação do Modelo

Os resultados dos efeitos Fixos versus Aleatórios são apresentados na

Tabela 5. Para todos os modelos, e independentemente da amostra a analisar,

através do teste F a Hipótese nula, é rejeitada (p-value inferior a 5%), o que

significa que o modelo de efeitos fixos é preferível ao modelo Pooled. A seguir,

quando é realizado o teste de Breusch-Pagan, a Hipótese Nula é rejeitada

porque o p-value é inferior a 5%, para todos os modelos deste estudo, o que

sugere que o melhor modelo é o dos efeitos aleatórios.

Por fim, é pelo teste de Hausman que é escolhido qual é o melhor efeito,

isto é, se o modelo é estimado pelos Efeitos Fixos ou Aleatórios. A Hipótese Nula

deste teste, não é rejeitada (p-value> 5%), o melhor modelo a utilizar é o modelo

de Efeito Aleatórios (EA), exceto para o Modelo 2 e o Modelo 3 da amostra

GLOBAL. Como no Modelo 2 (p-value= 0.000) e Modelo 3 (p-value= 0.0012) da

amostra GLOBAL, se obteve um p-value abaixo dos 5%, o teste demonstrou ser

estatisticamente significativo. Logo a Hipótese nula é rejeitada, o que significa

que o modelo preferido é o modelo de Efeitos Fixos (EF).

Tabela 5. Resultados dos Efeitos Fixos versus Aleatórios

Grupo Modelo Teste F Teste Lagrange Teste Hausman Efeito

GLOBAL

Modelo 1 0.0000 0.0000 0.3109 Aleatório

Modelo 2 0.0000 0.0000 0.0000 Fixo

Modelo 3 0.0000 0.0000 0.0012 Fixo

LI

Modelo 1 0.0000 0.0000 0.3925 Aleatório

Modelo 2 0.0000 0.0000 0.6929 Aleatório

Modelo 3 0.0000 0.0000 0.9636 Aleatório

LMI

Modelo 1 0.0000 0.0000 0.9947 Aleatório

Modelo 2 0.0000 0.0000 0.9551 Aleatório

Modelo 3 0.0000 0.0000 1.0000 Aleatório

UMI

Modelo 1

Modelo 2

0.0000

0.0000

0.0000

0.0000

0.9962

0.9600

Aleatório

Aleatório

Modelo 3 0.0000 0.0000 1.0000 Aleatório

HI

Modelo 1 0.0000 0.0000 0.9990 Aleatório

Modelo 2 0.0000 0.0000 0.3038 Aleatório

Modelo 3 0.0000 0.0000 0.8617 Aleatório

Fonte: Elaboração própria. Definição da amostra: LI= Low Income (Baixo Rendimento); LMI= Low Middle Income (Baixo-Médio Rendimento); UMI= Upper Middle Income (Alto-Médio Rendimento); HI= High

Income (Alto Rendimento)

Page 57: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

42

5.2. Resultados da estimação dos modelos

Os resultados da estimação dos vários modelos estão apresentados na

Tabela 6. Podemos comprovar a variável PIB per capita é estatisticamente

significativa e positiva em relação às emissões de CO2 tanto para PBA como

para CBA, com exceção do grupo LI. Logo, suporta a hipótese de que existe uma

relação positiva entre o PIB per capita e as emissões de carbono para atmosfera,

por isso, a [H1] é aceite. De facto, os estudos analisados mostraram que

independentemente do grupo de rendimento do país, quanto maior for o

crescimento económico, mais emissões serão emitidas para a atmosfera

(Franzen e Mader, 2018; Liddle, 2017). Nos países LI, contrariamente aos

resultados obtidos no artigo de Liddle (2017), os resultados mostram que existe

um impacto negativamente significativo do PIB per capita sobre as emissões de

CO2 CBA (modelo 2). Isto é, um aumento de 1% no PIB contribuirá para uma

diminuição de 0,55% das emissões de CBA. Em relação ao modelo 3, um

impacto positivo e significativo na variável PIB vai traduzir-se numa diminuição

do rácio (CBA/PBA diminui), exceto para o grupo HI que não é significativo. Por

isso, um aumento de 1% do PIB, vai aumentar mais as emissões com base na

produção do que as de consumo. Logo, os países aumentam mais as

exportações de CO2 se estiverem a ter um aumento crescimento económico

(associado a aumentos do PIB per capita). Assim, a alteração do PIB per capita

do país, altera o rácio de CBA para PBA, com a exceção dos países com um alto

rendimento per capita.

A variável TRADE, ao longo das diferentes amostras, exceto para os

países com um baixo rendimento per capita (LI), apresenta um coeficiente

estatisticamente significativo e negativo, para as emissões com base na

produção (PBA) e com base no consumo (CBA), bem como para o rácio

CBA/PBA. Isto indica que o aumento da balança comercial, posição

economicamente mais favorável, vai ter um impacto negativo nas emissões de

carbono, tanto ao nível da abordagem da produção (PBA) como a de consumo

(CBA).

Page 58: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

43

Tabela 6. Estimação dos modelos

Grupo Modelo PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN n

LI

Modelo 1 0.01958 0.45980*** 0.08105 0.48446*** -0.46996** 1.16346***

6 (0.10775) (0.10659) (0.07587) (0.11806) (0.18851) (0.09845)

Modelo 2 -0.55855*** 0.35601*** 0.17574** 0.22748** -0.89917*** 1.06407***

6 (0.101406) (0.10032) (0.07140) (0.111103) (0.17741) (0.09265)

Modelo 3 -0.57813*** -0.10379 0.09469** -0.25698*** -0.42921*** -0.09937

6 (0.06606) (0.06536) (0.04652) (0.07238) (0.11559) (0.06037)

LMI

Modelo 1 1.10046 *** (0.06508)

-0.15248*** (0.05156)

0.42614*** (0.05944)

0.38226*** (0.06752)

-0.17412** (0.09094)

1.27424*** (0.10795)

28

Modelo 2 1.04401*** -0.25632*** 0.28237*** 0.42710*** -0.16274*** 1.12316***

28 (0.05434) (0.04317) (0.04955) (0 .05655) (0.07613) (0.08926)

Modelo 3 -0.08321** -0.10457*** -0.14385*** 0.04499 0.00586 -0.14869**

28 (0.04317) (0.03558) (0.038605) (0.04678) (0.06255) (0.06394)

UMI

Modelo 1 0.91305*** -0.01695 0.87045*** 0.07159 0.03321 0.36934***

26 (0.03426) (0.02431) (0.03201) (0.04628) (0.06285) (0.07940)

Modelo 2 0.77743*** -0.21869*** 0.59447*** 0.31548*** 0.12976*** 0.07271***

26 (0.04035) (0.02905) (0.03721) (0 .05493) (0.07479) (0.07271)

Modelo 3 -0.15736*** -0.20149*** -0.30864*** 0.21402*** 0.07391 -0.23644***

26 0.03028 (0.02234) (0.02732) (0 .04175) (0.05708) (0.06665)

HI

Modelo 1 0.71423*** -0.15104*** 1.09204*** 0.06447 0.11312 -0.00289

41 (0.03081) (0.03418) (0.03212) (0.04026) (0.07287) (0.10857)

Modelo 2 0.76925*** (0.04950)

-0.32129*** (0.06103)

0.85941*** (0.05328)

0.00251 (0.07035)

-0.24859** (0.12920)

0.42404*** (0.15848)

41

Modelo 3 0.01937 -0.16639*** -0.23803*** -0.04942 -0.31266*** 0.39371***

41 (0.04338) (0.056273) (0.04726) (0.06407) (0.11860) (0.13387)

GLOBAL

Modelo 1 0.78173*** -0.05827*** 0.70539*** 0.39662*** 0 .16414*** 1.44977***

101 (0.02349) (0.02133) (0.02507) (0.02896) (0.04237) (0.05010)

Modelo 2 0.66595*** -0.22578*** 0.47284*** 0.41856 *** -0.01710 1.27441***

101 (0.02918) (0.02371) (0.02894) (0.03275) (0 .04720) (0.06054)

Modelo 3 -0.09089*** -0.16881*** -0.21801*** 0.03389 -0.17081*** -0.24545***

101 (0.02412) (0.01959) (0.02392) (0.02707) (0.03902) (0.05004)

Fonte: Elaboração Própria. Notas: Todas as variáveis estão na sua forma de logaritmo natural e estão incluídas nas unidades acima reportadas. Notas: *=p < 0,1, **=p < 0,05, ***=p < 0,01. Coeficientes de regressão com erros padrão entre parênteses. Definição da amostra: LI= Low Income (Baixo Rendimento); LMI= Low Middle Income

(Baixo-Médio Rendimento); UMI= Upper Middle Income (Alto-Médio Rendimento); HI= High Income (Alto Rendimento)

Page 59: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

44

Isto significa que os países ao exportarem mais do que importam, apesar

do impacto ser negativo em ambas as abordagens de emissões (CBA e PBA),

vão se tornar mais “emissores” por parte da produção do que por parte do

consumo, pois o rácio CBA/PBA também vai diminuir (o que significa que CBA

diminui menos que PBA). Uma justificação para este acontecimento é que ao

nível das emissões com base no consumo: se as importações de bens e serviços

diminuírem (ou exportações aumentarem) a balança comercial aumenta e

consequentemente as emissões de carbono com base no consumo irão diminuir,

porque os bens importados podem ser menos intensivos em carbono do que os

bens exportados. Ao nível das emissões com base na produção, é de notar que

as emissões com base nas importações não são contabilizadas porque esta

abordagem apenas contabiliza as emissões dentro de fronteiras nacionais. Além

disso, estudos anteriores, como o de Knight e Schor (2014) e Liddle (2017),

concluíram que as importações e exportações não tinham qualquer impacto nas

emissões de carbono com base na produção. Apesar dos resultados deste

estudo não irem ao encontro dos esperados, uma das justificações é: se um

aumento da posição da balança comercial (aumento das exportações) diminuir

a percentagem das emissões com base na produção, significa que os bens

comercializados para o exterior podem estar associados a uma exportação de

produtos de elevado valor acrescentado (com pouco impacto nas emissões), por

exemplo em inovações tecnológicas nas cadeias produtivas ou serviços pouco

poluentes e não tanto do carácter dos processos de manufatura. Por outro lado,

nos países com um baixo rendimento, a balança comercial tem um impacto

estatisticamente significativo e positivo tanto para o modelo 1 como para o

modelo 2. Isto significa que um aumento de 1% da balança comercial, vai

provocar um aumento das emissões de CO2, tanto ao nível da produção

(0.45980%) como do consumo (0.35601%). Em relação ao modelo 3, os

resultados corroboram a hipótese de que existe uma relação negativa entre a

Balança Comercial e a proporção CBA para PBA, tal como é evidenciado por

Franzen e Mader (2018), e por isso, a hipótese [H2] é confirmada para todos os

grupos. Isto significa, que se a proporção entre exportações e importações

diminuir, as emissões com base no consumo irão aumentar. Portanto, se as

exportações diminuírem em comparação com as importações (diminuição da

Page 60: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

45

variável TRADE), a razão CBA/PBA aumenta, havendo evidências da ocorrência

do carbon leakage. Ou o inverso, se as importações forem maiores em

comparação com as exportações, então o rácio CBA/PBA aumenta.

A intensidade energética EI, tem um impacto positivo e significativo sobre

as emissões de CO2, tanto ao nível da abordagem da produção (PBA), (exceto

para a amostra LI), como para a abordagem do consumo (CBA). Estes

resultados vão ao encontro do estudo realizado por Zhang e Lin (2012): quanto

mais energia for utilizada por uma unidade de PIB, mais emissões serão emitidas

para o ambiente. A variável também pode ser interpretada como a ineficiência

energética de um país, segundo Franzen e Mader (2018). Os resultados

sugerem que a ineficiência energética está negativamente relacionada com o

rácio CBA/PBA (modelo 3), exceto para grupo LI. Se o consumo de energia por

unidade do PIB diminuir, o rácio CBA/PBA aumenta, então a importação de CO2

também aumenta. Logo, em média, os países aumentam as importações de CO2

se se tornarem mais eficientes (menor intensidade energética) do ponto de vista

energético, e por isso, a Hipótese [H3] é aceite. Uma das justificações para este

acontecimento, pode estar nas indústrias intensivas em energia em países com

controlos rigorosos de emissões, regulamentos ou impostos que podem estar a

deslocar-se para territórios com menos restrições e custos energéticos mais

baixos.

A participação da indústria numa economia está indissociavelmente

associada a aumentos de emissões de GEE com base no artigo realizado por

Zhang e Lin (2012). Esta variável, é estatisticamente significativa e positiva tanto

para as emissões de produção (PBA) e como de consumo (CBA), logo [H4] é

aceite. O seu efeito é maior para os países de baixo rendimento (LI), o que

significa que um aumento de 1% no setor da indústria contribuirá para um

aumento de 0,46% das emissões de CO2 de PBA e 0,23% de CBA,

aproximadamente. Enquanto nos países desenvolvidos (HI) esta variável é

insignificante para o aumento das emissões de carbono, tanto ao nível das

emissões com base na produção como no consumo. Por fim, a participação de

uma economia no sector da indústria, apenas, tem um impacto significativo com

o rácio CBA/PBA, para grupos: médio-alto rendimento (UMI) e baixo- rendimento

(LI). Nos países de baixo rendimento, esta variável é estatisticamente

Page 61: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

46

significativa e negativa (-0.25698) ao nível do rácio, logo estes países aumentam

mais as suas exportações de carbono se se tornarem mais industrializados. Por

outro lado, nos países de médio-alto rendimento per capita, o setor da indústria

tem coeficiente positivo (0.21402) ao nível do rácio, e por isso, estes países se

se tornarem mais industrializados irão aumentar as importações de carbono,

logo existirão evidências de carbon leakage.

Ao contrário do que é constatado através da variável INDUSTRY, a

variável SERVICES, demonstra que tem um efeito negativo tanto para as

emissões territoriais (para o grupo LI, LMI) como para as emissões com base no

consumo (para o grupo LI, LMI e HI). Um país que seja mais focado no setor dos

serviços, irá contribuir na diminuição das emissões, porque ao contrário do setor

da indústria, os serviços incorporam uma carga poluente consideravelmente

menor. Estas evidências apenas vão ao encontro de [H5] para as regiões

ocidentais e centrais por isso, é necessário ter em atenção as áreas de estudo

porque estão divididas com critérios regionalmente diferentes. Em relação ao

modelo 3, esta variável tem uma influência negativa na variável CBA/PBA para

os grupos: GLOBAL, LI, HI. Logo, se houver uma maior participação do setor de

serviços, é pela produção que mais emissões irão ser emitias, nestas regiões.

A variável URBAN, mede a percentagem de urbanização e está

positivamente relacionada com a variável de emissões de CO2 com base no

consumo (CBA) e produção (PBA). Estes resultados corroboram a hipótese de

que existe uma relação positiva entre a urbanização e as emissões de carbono

[H6]. No entanto, com base no modelo 3, vemos que é pela produção que os

centros urbanos emitem mais, exceto nos países que têm um alto rendimento

per capita. Por outro lado, pode-se constatar que é nos países com um alto

rendimento per capita que há um maior impacto da percentagem de urbanização

na contabilidade baseada no consumo do que para a produção e por isso, o seu

efeito é positivo para o rácio (modelo 3). Conclui-se que nos países com alto

rendimento per capita, também considerados desenvolvidos, como há uma

relação positiva entre a proporção e a percentagem de urbanização, demonstra

a presença da existência do fenómeno, carbon leakage. Uma das justificações é

que nos centros urbanos é onde há um maior consumo, relativamente à

Page 62: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

47

produção, logo significa que também há uma maior importação de carbono, caso

contrário as emissões com base na

produção seriam maiores.

Page 63: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

48

Page 64: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

49

6. Conclusões

Este trabalho teve como principal objetivo comparar as duas abordagens

de contabilização de emissões de CO2, uma com base no consumo (CBA) e

outra com base na produção (PBA), para verificar se existem evidências que

justifiquem uma mudança no esquema de contabilidade. Como já referido

anteriormente, as contas baseadas na produção, são atualmente a base de

todas as políticas ambientais e relatórios oficiais de GEE. Por este motivo,

internacionalmente, a alocação da responsabilidade pela redução das emissões

de GEE é baseada no método de produção, que mede as emissões provenientes

do local onde os estes bens e serviços são produzidos, isto é, dentro das

fronteiras nacionais, tendo como desvantagem a atribuição da responsabilidade,

pelas emissões associadas ao comércio, à nação exportadora (Franzen e

Mader, 2018).

O estudo da transferência de carbono é vital não só para a efetiva

formulação, implementação e avaliação da política climática atual, mas também

para a partilha justa das responsabilidades internacionais com o propósito de

redução de emissões (Yu et al., 2021). Por isso, é que se torna tão importante,

analisar e estudar a contabilidade baseada no consumo pois tem a vantagem de

além de incorporar as emissões de CO2 provenientes de bens e serviços

produzidos localmente e inclui as emissões do consumo de bens e serviços

produzidos no exterior, ou seja, importações, enquanto exclui as emissões da

produção de bens e serviços consumidos no exterior, ou seja, as exportações.

Por levar em consideração as emissões incorporadas ao comércio internacional

tem também a vantagem de incorporar as fugas de carbono e atribuí-las aos

países que externalizam as emissões de CO2.

As medidas relacionadas com a redução de emissões de GEE devem

estar associadas a todo e qualquer plano de sustentabilidade. É nas mudanças

de padrões de consumo e produção que se encontram soluções para esta

questão. Por isso, é necessário haver pesquisas realizadas que ajudem na

investigação de medidas para amenizar os efeitos dos GEE ao longo dos anos.

E é também importante para que haja um consenso comum entre as diferentes

regiões de todo o mundo. No entanto, as atuais políticas climáticas são

Page 65: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

50

regionalmente diferenciadas e deste modo, provocam inevitavelmente

fenómenos de transferências de carbono ou carbon leakage.

Neste estudo, é verificado que para o ano 2017, os 6 países que contêm

os maiores rácios CBA/PBA, isto é, cujas emissões baseadas no consumo

ultrapassam largamente as emissões baseadas na produção são: Suíça, Malta,

Singapura, Hong Kong, Luxemburgo e Malawi. Logo, nestes países faz mais

sentido haver uma política com suporte numa contabilidade das emissões de

CO2 ao nível do consumo, para a elaboração de políticas de mitigação climática.

Neste sentido haveria uma perceção mais consciente sobre o impacto que cada

região tem no ambiente, e para futuramente combater a problemática associada

ao carbon leakage. Por outro lado, os países que têm um menor rácio são: África

do Sul, Nigéria, Federação Russa, Cazaquistão, Bulgária e China. Neste caso

como o rácio é inferior a 1 significa que estes países teriam o status de produtor,

logo, beneficiariam se passasse para a contabilidade baseada no consumo. É

importante destacar que o estudo do rácio CBA/PBA, responde à questão de

saber quais os países que seriam afetados pela mudança do esquema de

contabilidade. No entanto, o rácio também concede informação sobre a

existência ou não da ocorrência do fenómeno carbon leakage. Isto é, um rácio

superior a 1 significa, que um país está a importar mais emissões de carbono do

que exportar. Isto indica que está a haver um aumento nas emissões de gases

de efeito estufa num país como resultado da redução de emissões por um

segundo país, com uma política climática rigorosa.

De acordo com os resultados dos modelos estimados, é notório que uma

abordagem das emissões de CO2 com base no consumo será um elemento

fundamental. Globalmente, um aumento do PIB per capita, da balança comercial,

da intensidade energética, da participação do setor dos serviços, e um aumento

da percentagem de urbanização, vão aumentar mais as emissões com base na

produção do que no consumo. Por outro lado, um aumento das importações de

bens e serviços em detrito das exportações, da participação do setor da indústria

e um aumento da eficiência energética, vai aumentar mais as emissões com

base no consumo. Focando-se apenas nos países com um alto rendimento per

capita, é constatado que é nestes países que há uma maior percentagem, cerca

76%, de população a viver em áreas urbanas. Como nos centros urbanos é onde

Page 66: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

51

há um maior consumo, esta variável demonstrou ter um impacto maior para as

emissões de consumo do que as de produção (rácio CBA/PBA aumenta), logo

estas áreas são maioritariamente importadoras de carbono. Logo, nestas regiões

existem evidências de fugas de carbono. Por fim, um aumento do PIB per capita,

nos países desenvolvidos, também vai ter um aumento maior nas emissões de

consumo do nas emissões com base na produção. A Figura 3, fomenta estes

resultados e mostra que há uma relação entre o PIB per capita e o rácio

apresenta uma forma em U: o que significa que nos países menos

desenvolvidos, um aumento do PIB per capita vai aumentar mais as emissões

com base na produção do que as emissões com base no consumo. Todavia nos

países desenvolvidos acontece o contrário.

Com base nestes resultados, uma vez que há países que são

maioritariamente importadores de carbono, é necessário haver uma revisão de

políticas ambientais. Por exemplo, alguns autores propõem que os inventários

de emissões com base no consumo não devam ser considerados a solução para

a política climática, mas devem ser considerados como informações adicionais

relevantes, porque as emissões territoriais por si só não fornecerão uma imagem

completa dos progressos na redução das emissões regionais e nacionais

(Barrett et al., 2013).

Como formas de ajudar a combater o carbon leakage, alguns autores,

nomeadamente, Qin et al., (2021) , Khourdajie e Finus (2020) e Jakob et al.

(2014b), definem algumas soluções que poderão ajudar a travar este fenómeno.

Deste modo, Qin et al., (2021) referem que uma das soluções pode estar na

aplicação das tarifas de importação baseadas nas emissões associadas ao

processo produtivo dos bens. Estas propostas como medidas políticas podem

reduzir as fugas de carbono e aumentar a relação custo-eficácia global dos

preços unilaterais das emissões de CO2. Khourdajie e Finus (2020), também

concordam com os autores anteriores, e acrescentam que uma outra forma de

tentar combater a fuga de carbono pode passar por um preço global do carbono,

se quisermos aumentar a possibilidade de controlar as alterações climáticas.

Todavia, Jakob et al. (2014b), argumentam que colocar um preço sobre as

emissões incorporadas nas importações igual ao custo social destas emissões

(por exemplo, através de preços de emissão baseados no consumo) não é uma

Page 67: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

52

ótima política. Como opção alternativa, consideram que deve haver uma vasta

pesquisa de medidas comerciais para reduzir as fugas, concentrando-se apenas

nas indústrias altamente comercializadas e com grande intensidade de

emissões. Com base nos resultados, as conclusões deste trabalho, apoiam um

apelo à revisão dos aspetos do Acordo de Paris para produzir mais coordenação

e aplicação de políticas.

Este trabalho apresenta algumas limitações que podem ser oportunidades

de investigação futura. Muitos dos artigos analisados na literatura, tinham como

uma das suas lacunas o espetro temporal e geográfico, por isso, esta

investigação teve como objetivo alargar e aprofundar esta temática para que o

estudo fosse mais completo e organizado. Apesar de se terem alargado esses

campos neste estudo, ainda assim existiram limitações encontradas ao longo do

trabalho relacionadas com a falta de dados disponíveis, com o objetivo de

permitir uma comparação mais abrangente da evolução das variáveis num

período superior, assim como para alguns países. O período temporal mais

recente e comum para a recolha de todas as variáveis foi o ano 2017. O dado

que limitou esta pesquisa foram as emissões de CO2 com base no consumo

(CBA) retiradas do Global Carbon Atlas. Uma das investigações futuras pode

passar pela utilização de uma base de dados que permita atualizar este dado

não só a nível temporal como regional. Também seria interessante analisar de

que forma é que os preços e as diferentes tarifas aplicadas às emissões de

carbono têm impacto nas emissões, isto é, se têm uma influência positiva ou

negativa no fenómeno carbon leakage. Além disso, é necessária uma análise

mais aprofundada do leque de opções políticas. Tais análises precisariam

considerar os fatores subjacentes às emissões e oferecer uma interpretação de

cada política, individual e coletivamente, não dependendo exclusivamente da

contabilidade baseada no consumo. Por fim, com o objetivo de haver uma

investigação mais aprofundada sobre o fenómeno carbon leakage, segundo a

opinião de alguns autores, Zhang e Fang (2019), o rácio (CBA/PBA) não é a

variável mais adequada para fazer esta análise, porque apenas calcula o carbon

leakage em termos relativos. Sob outra perspetiva, a diferença entre CBA e PBA,

é apontada como uma abordagem que fornece um quadro mais completo sobre

as transferências de carbono ou carbon leakage, porque mede a sua magnitude

Page 68: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

53

em termos absolutos. Por isso sugere-se investigar quais são os países que

apresentam uma maior e menor transferência de carbono através diferença entre

CBA e PBA, em vez do rácio, usando também a análise econométrica para

estabelecer as relações dinâmicas que potenciam o fenómeno carbon leakage.

Page 69: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

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production-based accounting of CO2 emissions: Is there evidence for

carbon leakage?” Environmental Science and Policy, 101(August), 94–96.

https://doi.org/10.1016/j.envsci.2019.08.002

Zhang, Y. J., Bian, X. J., Tan, W., & Song, J. (2017). The indirect energy

consumption and CO2 emission caused by household consumption in

China: an analysis based on the input–output method. Journal of Cleaner

Production, 163, 69–83. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2015.08.044

Page 75: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

60

Anexos

Anexo 1: Lista de Países

Tabela 7. Lista dos países da amostra Baixo

Rendimento

Médio-Baixo

Rendimento

Alto-Médio

Rendimento Alto Rendimento

Burkina Faso Bangladesh Albânia Austrália

Madagáscar Benim Argentina Áustria

Malawi Bolívia Azerbaijão Bélgica

Moçambique Camboja Brasil Brunei Darussalam

Togo Camarões Bulgária Canadá

Uganda Costa do Marfim China Chile Egipto Colômbia Chipre El Salvador Costa Rica República Checa

Gana República

Dominicana Dinamarca

Honduras Equador Estónia Índia Geórgia Finlândia Quirguizistão Guatemala França Laos Indonésia Alemanha Mongólia Irão Grécia Marrocos Jamaica Hong Kong Nepal Jordânia Hungria Nicarágua Cazaquistão Irlanda Nigéria Malásia Israel Paquistão México Itália Filipinas Paraguai Japão Senegal Peru Luxemburgo Sri Lanka Federação Russa Malta Tanzânia África do Sul Maurícia Tunísia Tailândia Países Baixos Ucrânia Turquia Nova Zelândia Vietname Venezuela Noruega Zâmbia Omã Zimbabué Panamá Portugal Roménia Arábia Saudita Singapura Eslovénia Coreia do Sul Espanha Suécia Suíça Reino Unido

Estados Unidos da

América Uruguai

Fonte: Elaboração própria. Países agrupados pelos seus respetivos rendimentos per capita. Número total de países da amostra são 101

Page 76: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

61

Anexo 2: Matriz de Correlações

Tabela 8. Resultados da Matriz das Correlações GLOBAL

CBA PBA CBA/PBA PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN

CBA 1.0000

PBA 0.9772*** 1.0000

CBA/PBA -0.2246*** -0.4263*** 1.0000

PIB 0.9107*** 0.8857*** -0.1851*** 1.0000

TRADE 0.5182*** 0.5549*** -0.3391*** 0.5658*** 1.0000

IE -0.2447*** -0.2038*** -0.1070*** -0.4850*** -0.2158*** 1.0000

INDUSTRY 0.2484*** 0.3313*** -0.4623*** 0.2065*** 0.4781*** 0.0238 1.0000

SERVICES 0.5118*** 0.4510*** 0.1104*** 0.5772*** 0.0949*** -0.4306*** -0.4038*** 1.0000

URBAN 0.8182*** 0.8158*** -0.2586*** 0.8037*** 0.4959*** -0.348*** 0.2035*** 0.5346*** 1.0000 p-value= ***, **, * representa coeficiente estatisticamente significativo a 1%, 5% e 10%, respetivamente.

Tabela 9. Resultados da Matriz das Correlações LI

CBA PBA CBA/PBA PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN

CBA 1.0000

PBA 0.8424*** 1.0000

CBA/PBA 0.3126*** -0.2485*** 1.0000

PIB 0.0645*** 0.3417*** -0.4865*** 1.0000

TRADE 0.1677*** 0.4004*** -0.4044*** 0.5539*** 1.0000

IE 0.3114*** 0.0329 0.5018** -0.6243*** -0.5946*** 1.0000

INDUSTRY 0.0371*** 0.1435*** -0.1861*** 0.1267* -0.0126 0.0211 1.0000

SERVICES -0.0143*** 0.0464*** -0.1075 0.1291* 0.0169 -0.1213 -0.2811*** 1.0000

URBAN 0.7153*** 0.7528*** -0.0411*** 0.2584*** 0.2112*** 0.1552** -0.1441* 0.3549*** 1.0000 p-value= ***, **, * representa coeficiente estatisticamente significativo a 1%, 5% e 10%, respetivamente.

Page 77: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

62

Tabela 10. Resultados da Matriz das Correlações LMI

CBA PBA CBA/PBA PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN

CBA 1.0000

PBA 0.9724*** 1.0000

CBA/PBA -0.4575*** -0.6523*** 1.0000

PIB 0.7841*** 0.7513*** -0.3162*** 1.0000

TRADE 0.1179*** 0.1887*** -0.3364*** 0.1561*** 1.0000

IE -0.0371*** -0.0107 -0.0799** -0.4066*** 0.0584* 1.0000

INDUSTRY 0.5090*** 0.5030*** -0.2634*** 0.4712*** 0.4754*** -0.1448*** 1.0000

SERVICES 0.1451*** 0.1331*** -0.0357 0.4182*** -0.0672** -0.3862*** -0.0567 1.0000

URBAN 0.6325*** 0.6438*** -0.3989*** 0.5849*** 0.2448*** -0.0659** 0.3547*** 0.2758*** 1.0000 p-value= ***, **, * representa coeficiente estatisticamente significativo a 1%, 5% e 10%, respetivamente.

Tabela 11. Resultados da Matriz das Correlações UMI

CBA PBA CBA/PBA PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN

CBA 1.0000

PBA 0.9585*** 1.0000

CBA/PBA -0.4774*** -0.7081*** 1.0000

PIB 0.5752*** 0.4965*** -0.1056*** 1.0000

TRADE 0.3327*** 0.3973*** -0.4004*** 0.3608*** 1.0000

IE 0.4648*** 0.5670*** -0.5964*** -0.2768*** 0.1303*** 1.0000

INDUSTRY 0.2611*** 0.3230*** -0.3489*** 0.1548*** 0.6310*** 0.1696*** 1.0000

SERVICES 0.0794*** 0.0004*** 0.1954*** 0.2738*** -0.2553*** -0.2845*** -0.6206*** 1.0000

URBAN 0.3431** 0.2947 -0.0587*** 0.5746*** 0.1238*** -0.2450*** -0.0980*** 0.3263*** 1.0000 p-value= ***, **, * representa coeficiente estatisticamente significativo a 1%, 5% e 10%, respetivamente.

Page 78: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

63

Tabela 12. Resultados da Matriz das Correlações HI

CBA PBA CBA/PBA PIB TRADE EI INDUSTRY SERVICES URBAN

CBA 1.0000

PBA 0.8438*** 1.0000

CBA/PBA 0.2972*** -0.2617*** 1.0000

PIB 0.6067*** 0.5212*** 0.1638*** 1.0000

TRADE 0.2292*** 0.2684*** -0.0653** 0.4602*** 1.0000

IE 0.2714*** 0.5022*** -0.4053*** -0.2814*** -0.0518* 1.0000

INDUSTRY -0.0485*** 0.1849*** -0.4161*** -0.0651** 0.4285*** 0.3599*** 1.0000

SERVICES 0.1388*** -0.0954*** 0.4192*** 0.1640*** -0.4117*** -0.3190*** -0.8767*** 1.0000

URBAN 0.3813*** 0.2724*** 0.2012*** 0.3937*** 0.2238*** -0.0312 -0.1974*** 0.2924*** 1.0000

p-value= ***, **, * representa coeficiente estatisticamente significativo a 1%, 5% e 10%, respetivamente.

Page 79: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

64

Anexo 3: Testes de Raiz Unitária

Tabela 13. Resultados do teste de raiz unitária de todos os países (Global)

Variável Testes Estatísticos Em Nível

Primeiras Diferenças

Segundas Diferenças

Estatística-t Prob. Estatística-t Prob. Estatística-t Prob

PBA

LLC IPS AD

PP-FISHER

-3.3757 0.44888 233.815 277.481

0.00036 0.67325 0.06184 0.00033

-22.7151 -25.9792 998.855 1794.05

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-43.1841 -54.6188 2091.12 2309.67

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.73673 1.61765 210.285 266.476

0.0412 0.9471 0.3301 0.0016

-22.9635 -27.2370 1084.05 1939.95

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-47.0393 -59.5961 2317.61 2210.23

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA/PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-5.28476 -4.72394 296.250 336.611

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-25.6326 -31.2988 1253.41 2175.85

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-45.4304 -59.789 2324.69 2140.89

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

PIB

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.82320 10.7788 64.4208 111.541

0.0341 1.0000 1.0001 1.0002

-16.7856 -18.9109 741.588 1090.96

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-46.8209 -52.7854 2079.85 2569.58

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

TRADE

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-4.13211 -5.99682 338.734 390.585

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-23.6501 -28.9664 1153.30 1940.31

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-43.0213 -57.8004 2279.28 2381.65

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

EI

LLC IPS ADF

PP-FISHER

2.87038 8.89004 123.461 149.757

0.9980 1.0000 1.0001 0.9977

-20.9263 -24.9263 989.480 1899.03

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-51.3165 -60.0694 2369.42 2256.65

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

INDUSTRY

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-4.59956 -1.94170 247.153 47.324

0.0000 0.0261 0.0166 0.0163

-22.9096 -25.5071 1014.99 1645.24

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-49.1139 -57.1862 2265.81 2350.82

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

SERVICES

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-5.75297 -2.73514 252.597 343.043

0.0000 0.0031 0.0090 0.0000

-25.2237 -28.1027 1119.55 1760.61

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-43.4040 -55.8807 2193.43 2248.66

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

URBAN

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-7.76424 -49.4151 339.152 793.871

0.0000 0.9524 0.0003 0.0000

-79.5580 -54.9826 262.762 294.302

0.3218 0.1890 0.0038 0.0002

-52.6764 -34.0207 1025.72 1124.60

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

Fonte: Elaboração própria. Para os testes de raiz unitários, o comprimento de lag foi determinado utilizando a seleção automática da Schwarz; uma distribuição qui-quadrada assimptótica foi utilizada para

calcular probabilidades para os testes de Fisher.Nota: Os testes de Raiz Unitária são elaborados em EViews

Page 80: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

65

Tabela 14. Resultados do teste de raiz unitária dos países de baixo rendimento per capita

Variável Testes Estatísticos Em Nível

Primeiras Diferenças

Segunda Diferenças

Estatística-t Prob. Estatística-t Prob. Estatística-t Prob.

PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

1.74607 2.41049 7.38847 6.0363

0.9596 0.9920 0.8309 0.9128

-7.49862 -6.85531 66.3689 114.026

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-10.2455 -12.3761 125.980 110.524

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-0.12832 1.12887 6.8524 8.23972

0.4489 0.8705 0.8689 0.7661

-7.42139 -8.27255 81.4443 131.247

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-7.52088 -11.4996 118.077 117.606

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA/PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.96812 -2.00524 22.2972 18.0049

0.0015 0.0225 0.0343 0.1155

-9.75399 -9.62411 96.2483 140.973

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-3.26135 -10.8725 111.024 137.748

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

PIB

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-0.38623 2.43409 3.75205 4.69042

0.3497 0.0025 0.9875 0.9675

-3.60884 -4.84891 46.3171 96.9007

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-14.1071 -14.0520 121.269 152.622

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

TRADE

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.50398 -1.37236 18.1604 18.8446

0.0663 0.0850 0.1109 0.0923

-7.71513 -8.09002 79.5493 122.752

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-7.45119 -12.1415 121.925 132.447

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

EI

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.58553 -0.16121 14.9312 20.9609

0.0564 0.4360 0.2452 0.0510

-4.29319 -4.99109 47.0630 105.990

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-12.0349 -14.0723 129.178 129.533

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

INDUSTRY

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.92882 -1.10462 15.7333 19.4489

0.0017 0.1347 0.2038 0.0783

-7.34756 -6.60828 64.1069 126.312

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-10.5618 -13.2805 133.994 118.786

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

SERVICES

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-0.98751 -0.78309 13.6658 18.3287

0.1617 0.2168 0.3226 0.1061

-5.14067 -6.16686 59.4420 119.291

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-1.06646 -12.2810 124.333 128.298

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

URBAN

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-0.24089 3.49004 2.45743 64.3522

0.4048 0.9998 0.9983 0.0000

3.72329 0.83250 10.9372 22.2481

1.0000 0.9260 0.6375 0.0348

14.1815 -4.78942 53.4848 65.9202

1.0000 0.0000 0.0000 0.0000

Fonte: Elaboração própria. Para os testes de raiz unitários, o comprimento de lag foi determinado utilizando a seleção automática da Schwarz; uma distribuição qui-quadrada assimptótica foi utilizada para

calcular probabilidades para os testes de Fisher.Nota: Os testes de Raiz Unitária são elaborados em EViews

Page 81: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

66

Tabela 15. Resultados do teste de raiz unitária dos países de baixo-médio rendimento per capita

Variável Testes Estatísticos Em nível

Primeiras Diferenças

Segundas Diferenças

Estatística -t Prob. Estatística -t Prob. Estatística -t Prob.

PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-3.40298 -1.07135 70.2743 88.9327

0.0003 0.1420 0.0950 0.0033

-16.5370 15.2580 283.629 517.938

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-30.2913 -31.5258 596.217 588.168

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.05500 2.27390 51.0482 70.5954

0.1457 0.9885 0.6624 0.0907

-14.7432 -14.8700 306.931 573.698

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-19.9278 -29.4527 622.342 566.061

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA/PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-7.14760 -5.62688 116.107 116.873

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-15.6748 -18.0613 376.633 642.886

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-21.2613 -30.7348 638.277 572.166

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

PIB

LLC IPS ADF

PP-FISHER

2.47156 9.55420 7.14985 6.84647

0.9933 1.0000 1.0000 1.0000

-6.79554 -7.77108 161.397 256.847

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-27.8180 -27.9699 560.379 744.519

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

TRADE

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.66823 -1.84170 75.8198 110.094

0.0476 0.0328 0.0401 0.0000

-10.8174 -15.2510 320.902 558.175

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-26.6993 -32.0359 638.816 644.720

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

EI

LLC IPS ADF

PP-FISHER

0.99521 2.63480 50.7871 60.5954

0.8402 0.9958 0.6719 0.3137

-9.63251 -12.1928 253.054 487.622

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-28.4846 -32.6881 686.729 661.953

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

INDUSTRY

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.60025 -2.33642 87.2473 91.4088

0.0047 0.0097 0.0047 0.0020

-10.9636 -13.2609 280.026 471.971

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-25.7039 -30.1139 616.367 674.316

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

SERVICES

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-3.50750 -2.08905 75.5414 74.0401

0.0002 0.0184 0.0420 0.0536

-13.4640 -14.2644 297.840 502.544

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-19.3832 -28.6172 613.571 639.660

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

URBAN

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.28330 2.03928 71.6401 153.444

0.0012 0.9793 0.0007 0.0000

-0.10200 -0.25424 62.2714 68.1872

0.4594 0.3997 0.2629 0.1273

-14.7733 -12.4386 256.236 281.739

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

Fonte: Elaboração própria. Para os testes de raiz unitários, o comprimento de lag foi determinado utilizando a seleção automática da Schwarz; uma distribuição qui-quadrada assimptótica foi utilizada para

calcular probabilidades para os testes de Fisher.Nota: Os testes de Raiz Unitária são elaborados em EViews

Page 82: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

67

Tabela 16. Resultados do teste de raiz unitária dos países de médio-alto rendimento per capita

Variável Testes Estatísticos

Em nível Primeiras

Diferenças Segundas Diferenças

Estatística -t Prob. Estatística-t Prob. Estatística -

t Prob.

PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-3.29539 -2.29843 81.9794 95.9575

0.0005 0.0108 0.0050 0.0002

-10.1408 -12.8033 257.970 447.383

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-22.6992 -28.9697 536.551 606.266

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.50360 -0.04372 47.7791 75.8513

0.0663 0.4826 0.6405 0.0171

-11.0284 -14.0084 285.820 468.546

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-23.7855 -30.0794 572.505 559.708

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA/PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-3.14497 -3.65571 91.4022 110.500

0.0008 0.0001 0.0006 0.0000

-11.9772 -14.6200 296.975 523.954

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-28.1455 -33.3396 652.326 553.356

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

PIB

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.06231 4.77512 14.6140 17.9412

0.0196 1.0000 1.0000 1.0000

-10.9810 -10.3681 205.798 337.292

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-22.2362 -25.5325 525.078 677.670

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

TRADE

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-3.47297 -5.64337 128.543 132.415

0.0003 0.0000 0.0000 0.0000

-15.1301 -16.8852 337.664 501.419

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-17.9698 -29.0513 606.901 639.854

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

EI

LLC IPS ADF

PP-FISHER

0.88637 3.78582 25.8745 35.4809

0.0812 0.9999 0.9991 0.9612

-10.0113 -12.2493 247.317 440.442

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-24.0099 -29.2740 588.218 603.013

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

INDUSTRY

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.51529 -2.31786 78.5293 83.8288

0.0059 0.0102 0.0102 0.0034

-11.9806 -12.0863 241.211 384.115

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-28.5779 -30.4005 597.680 643.756

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

SERVICES

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-1.01816 -2.42503 85.1020 137.614

0.1543 0.0077 0.0026 0.0000

-10.5081 -15.0292 302.978 455.014

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-32.0948 -34.8338 611.652 556.932

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

URBAN

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-4.30017 -1.74224 96.5856 323.658

0.0000 0.0407 0.0000 0.0000

-1.42351 -0.76386 78.8314 70.7912

0.0773 0.2225 0.0096 0.0425

-41.5455 -24.2992 317.998 345.166

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

Fonte: Elaboração própria. Para os testes de raiz unitários, o comprimento de lag foi determinado utilizando a seleção automática da Schwarz; uma distribuição qui-quadrada assimptótica foi utilizada para

calcular probabilidades para os testes de Fisher.Nota: Os testes de Raiz Unitária são elaborados em EViews

Page 83: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

68

Tabela 17. Resultados do teste de raiz unitária dos países de alto rendimento per capita

Variável Testes Estatísticos Em Nível

Primeiras Diferenças

Segundas Diferenças

Estatística-t Prob. Estatística-t Prob. Estatística-t Prob.

PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

0.62628 2.48103 74.4171 88.3651

0.7344 0.9934 0.7119 0.2958

-11.2909 -15.2739 388.464 709.795

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-18.9593 -31.7572 828.269 1079.76

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-0.62585 0.30401 103.954 110.742

0.2657 0.6194 0.0513 0.0189

-12.6698 -16.0838 407.227 787.176

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-35.3705 -40.7999 1001.57 1211.84

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

CBA/PBA

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-0.47087 0.91571 66.3970 92.1732

0.3189 0.8201 0.8948 0.2074

-14.3908 -18.8208 482.183 866.464

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-29.0698 -37.7572 920.513 889.612

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

PIB

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-3.73440 4.41373 38.1740 79.9802

0.0001 1.0000 1.0000 0.5425

-10.8858 -13.1575 328.155 499.851

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-28.1606 -33.8637 868.879 1016.33

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

TRADE

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.30806 -2.89824 116.627 129.117

0.0105 0.0019 0.0072 0.0007

-13.4613 -16.1898 411.214 800.994

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-28.3010 -36.3093 906.271 1209.60

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

EI

LLC IPS ADF

PP-FISHER

3.14184 8.74815 32.0619 33.5949

0.9992 1.0000 1.0000 1.0000

-15.1103 -17.3480 441.096 864.659

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-32.1599 -38.4713 964.653 1107.13

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

INDUSTRY

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-2.69143 1,12879 65.6626 52.6816

0.0036 0.8705 0.9062 0.9951

-15.2082 -16.8400 427.649 658.254

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-28.8172 -35.4289 920.327 1158.94

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

SERVICES

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-5.03873 -0.42052 78.4406 113.130

0.0000 0.3371 0.5909 0.0129

-18.7588 -17.9857 459.044 686.471

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

-23.3888 -31.6825 840.443 1168.74

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

URBAN

LLC IPS ADF

PP-FISHER

-4.28716 1.36996 108.221 233.997

0.0000 0.9146 0.0134 0.0000

-2.27812 -1.27760 118.221 114.654

0.0114 0.1000 0.0022 0.0044

-33.7185 -21.9300 398.000 431.774

0.0000 0.0000 0.0000 0.0000

Fonte: Elaboração própria. Para os testes de raiz unitários, o comprimento de lag foi determinado utilizando a seleção automática da Schwarz; uma distribuição qui-quadrada assimptótica foi utilizada para

calcular probabilidades para os testes de Fisher.Nota: Os testes de Raiz Unitária são elaborados em Eviews

Page 84: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

69

Anexo 4: Testes de Cointegração

Tabela 18. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (Global)

Modelo 1-GLOBAL

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -4.040147 1.000

Painel rho -0.840237 0.2004

Painel PP -19.13493 0.0000

Painel ADF -5.284018 0.0001

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-value

ADF -7.989577 0.0000

Variância residual 0.015686

Variância HAC 0.008233

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 19. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (Global)

Modelo 2- GLOBAL

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v-Statistic -1.828453 0.9663

Painel rho-Statistic 3.436707 0.9997

Painel PP-Statistic -8.462883 0.0000

Painel ADF-Statistic -1.647396 0.0003

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-value

ADF -5.122028 0.0000

Variância residual 0.014750

Variância HAC 0.012941

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 20. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (Global)

Modelo 3- GLOBAL

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -2.298557 0.9892

Painel rho 2.815579 0.9976

Painel PP -11.05048 0.0000

Painel ADF -3.547990 0.00002

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-value

ADF -6.509158 0.0000

Variância residual 0.015857

Variância HAC 0.009864

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Page 85: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

70

Tabela 21.Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (LI)

Modelo 1- LI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -0.220140 0.5871

Painel rho 1.872982 0.9695

Painel PP -1.886114 0.0296

Painel ADF -2.508806 0.0061

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-value

ADF -1.759173 0.0393

Variância residual 0.015079

Variância HAC 0.007499

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 22. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (LI)

Modelo 2- LI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -0.700510 0.7582

Painel rho 0.701796 0.7586

Painel PP -3.590568 0.0002

Painel ADF -2.217696 0.0133

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -2.391147 0.0084

Variância residual 0.022531

Variância HAC 0.013638

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 23. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (LI)

Modelo 3- LI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -0.970012 0.8340

Painel rho 1.677173 0.9532

Painel PP -2.148883 0.0158

Painel ADF -3.514439 0.0002

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-value

ADF -2.184124 0.0145

Variância residual 0.023369

Variância HAC 0.010543

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Page 86: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

71

Tabela 24. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (LMI)

Modelo 1- LMI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -2.91638 0.9982

Painel rho -2.465425 0.0068

Painel PP -13.25426 0.0000

Painel ADF -2.169182 0.0150

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -7.950841 0.0000

Variância residual 0.038028

Variância HAC 0.013728

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 25. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (LMI)

Modelo 2- LMI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Paniel v -1.288433 0.9012

Painel rho 0.092731 0.5369

Painel PP -7.610280 0.0000

Painel ADF -0.358219 0.3601

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -4.133929 0.0000

Variância residual 0.015179

Variância HAC 0.012225

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 26. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (LMI)

Modelo 3- LMI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -2.991942 0.9986

Painel rho -1.692956 0.0452

Painel PP -13.08502 0.0000

Painel ADF -3.36789 0.0004

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -6.125937 0.0000

Variância residual 0.024664

Variância HAC 0.007607

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Page 87: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

72

Tabela 27. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (UMI)

Modelo 1- UMI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -0.832869 0.7975

Painel rho 2.152881 0.9843

Painel PP -5.401647 0.0000

Painel ADF -4.530256 0.0000

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -5.599887 0.0000

Variância residual 0.007723

Variância HAC 0.005657

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 28. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (UMI)

Modelo 2- UMI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -1.790836 0.9633

Painel rho 0.508444 0.6944

Painel PP -8.254435 0.0000

Painel ADF -2.063567 0.0195

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -4.231236 0.0000

Variância residual 0.011970

Variância HAC 0.007665

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 29. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (UMI)

Modelo 3- UMI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -1.321468 0.9068

Painel rho 2.089450 0.9817

Painel PP -4.029264 0.0000

Painel ADF -1.355179 0.0877

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -5.078718 0.0000

Variância residual 0.007370

Variância HAC 0.006170

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Page 88: MARIA INÊS Emissões de CO2 com base no consumo versus SÁ

73

Tabela 30. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 1 (HI)

Modelo 1- HI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -1.698238 0.9553

Painel rho 2.432946 0.9925

Painel PP -5.473718 0.0000

Painel ADF -1.047256 0.1475

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -3.799501 0.0001

Variância residual 0.005051

Variância HAC 0.004056

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 31. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 2 (HI)

Modelo 2- HI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v -5.76293 0.7178

Painel rho 3.594406 0.9998

Painel PP -1.675939 0.0469

Painel ADF -0.392585 0.3473

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -3.379785 0.0004

Variância residual 0.014266

Variância HAC 0.015290

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

Tabela 32. Resultados do Teste de Cointegração do Modelo 3 (HI)

Modelo 3- HI

Teste de cointegração de Pedroni

Valor Estatístico

P-value

Painel v 0.060289 0.4760

Painel rho 3.438007 0.9997

Painel PP -2.355220 0.0093

Painel ADF -0.524396 0.3000

Teste de cointegração de Kao Valor

Estatístico P-

value

ADF -3.174285 0.0008

Variância residual 0.013945

Variância HAC 0.013315

Fonte: Elaboração própria. Nota: Os testes Pedroni e Kao são elaborados em EViews

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