o molde nº105 abril 2015

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intrain – Investigaç ão e desenvolvimento de componentes para interiores ferroviários roadmap tecnol ógico 2014 – 2020 para o engineering & tooling Marrocos: um crescendo de oportunidades 04.2015 aNo 26 Nº105 €4,50 intrain – Investigação e desenvolvimento de componentes para interiores ferroviários roadmap tecnológico 2014 – 2020 para o engineering & tooling Marrocos: um crescendo de oportunidades

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"Fabricação Aditiva" “ROADMAP Tecnológico 2014 – 2020 para o Engineering & Tooling” “Marrocos: Um Crescendo de Oportunidades”

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intrain – Investigaçãoe desenvolvimento de componentespara interiores ferroviários

roadmap tecnológico 2014 –2020 para o engineering & tooling

Marrocos:um crescendo de oportunidades

04.2015aNo 26

Nº105€4,50

intrain – Investigaçãoe desenvolvimento de componentespara interiores ferroviários

roadmap tecnológico 2014 –2020 para o engineering & tooling

Marrocos:um crescendo de oportunidades

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O que as nossas empresas desenvolvemde forma singular e inovadoraWhat our companies concieve in a singularand innovative way

INOVAÇÃOINNOVATION

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FICHA TÉCNICA

PROPRIEDADE CEFAMOL - Associação Nacional da Indústria de Moldes • REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Av. D.Dinis, 17 / 2430-263 MARINHA GRANDE - PORTUGAL / T: 244 575 150 /F: 244 575 159 / E: [email protected] / www.cefamol.pt • FUNDADOR Fernando Pedro • DIRETOR Manuel Oliveira • CONSELHO EDITORIAL António Rato, António Santos, EduardoPedro, Luís Abreu e Sousa, Manuel Oliveira, Maria Arminda, Vitor Hugo Beltrão • COORDENADORA EDITORIAL Maria Arminda • COLABORADORES AnaMachado / António Baptista / AntónioPina / António Pontes / João Faustino / JoãoRino /JoaquimMenezes / Leonel de Jesus / Luís Santos /Moisés Domingues /Nânci Alves / Nuno Fidelis / Pedro Pereira / Pedro Saraiva / Pedro Serra/ Ricardo Gaspar / Rui Cordovil / Vítor Hugo Beltrão / Vitor Ferreira • REVISÃO Sandra Pereira • PUBLICIDADERui Joaquim • EDIÇÃO E PAGINAÇÃO Colorestúdio – Artes Gráficas, Lda / Leiria/ T: 244 813 685 / E: [email protected] • PERIODICIDADE Trimestral • TIRAGEM 1500 exemplares • DEPÓSITO LEGAL 22499/88 • REGISTO ERC 113 153 • Nº ISSN 1647-6557

ANUNCIANTES Exposalão 2 / ThyssenKrupp 7 / Eurocumsa 9, 10 / Hasco 13 / S3D 15 / Tecnirolo 17 / HPS 19 / Haimer 21 / Meusburger 23 / Heto 27 / Oerlikon Balzers 29 / Jaba 31 /Codi 33 / TCA 35 / CadSolid 37 / Simulflow 39 / CMI 41 /Moulding Expo 43 / Sew Eurodrive 45 / OTS Media 47 / S3D 49 / Fuchs 51 / Normil 53 / NO 57 / Yudo 59 / Normil 60 / Ferrol Ma-rinha 61 / GrandeSoft 63 / Tecnimpor capa interior / Isicom Tec contracapa interior / Tebis contracapa

Marrocos: um crescendo de oportunidades

Dilemas da inovação - o caso da impressão 3D

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Economia | Mercados | EstatísticasEconomy |Market information | Statistics

NEGÓCIOSBUSINESS

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Fabrico aditivo: aplicabilidade e tendências de evolução

Fabricação aditiva e a indústria demoldes: o que vai mudar?

Next day mould SOCEM

A EROFIO e o Laser Cusing®

Fabricação aditiva: uma realidade do sector de moldesnacional

E a sua empresa já imprime moldes utilizandoimpressoras 3d PolyJet?

Fabricação aditiva – o novo paradigma da produção

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DESTAQUEHIGHLIGHT

ESPECIAL:FABRICAÇÃOADITIVA

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EDITORIAL

NOTÍCIAS CEFAMOL

NOTÍCIAS CENTIMFE

NOTÍCIAS POOL-NET

NOTÍCIAS OPEN

NOVOS ASSOCIADOS

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ÍNDICE CONTENTSN105 | 04.2015

REFLEXÕES62

• Imagem gentilmente cedida pelo Centimfe. Peças produzidas pela tecnologia de sinterização seletiva por laser em Poliamida 12 e um conjunto de peças de paredes finas produzido por impres-são 3D, tecnologia PolyJet, ainda em estado semiacabado.

• O conteúdo desta publicação não pode ser reproduzido no todo ou em parte sem autorização da CEFAMOL.• Conteúdos conforme o novo Acordo Ortográfico.

DESTAQUES PELA DIFERENÇAInTrain - Investigação e desenvolvimento decomponentes para interiores ferroviários

Roadmap tecnológico 2014 – 2020 para o Engineering &Tooling

A monitorização das tecnologias

MicroHANDLING: projeto, produção e manipulaçãode micropeças

CoolMOULD – Eficiência energética no controloda temperatura do moldeCoolMOULD – Energetic efficiency on mold temperaturecontrol

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manuel oliveira** Secretário-geral da CEFAMOL

Pelo terceiro ano consecutivo as exportações da indústria portuguesa demoldesatingiramvalores recorde, considerando-seagora2014omelhoranodesempreemtermosdeproduçãoeexportaçãodosector. Estesdados, re-centementeconhecidos, demonstramumanotável performancedasnossasempresasnumcontexto internacionaldeelevadaecomplexacompetitividade.

O valor atingido nas exportações – 561milhões de euros – revela a conso-lidação deuma trajetória de crescimento e desenvolvimento do sector, ini-ciada em2010 e que colocaPortugal comoquartomaior produtor europeudemoldes e ferramentas especiais e oitavo em termosmundiais.

Registandoumcrescimentodeaproximadamente4%faceaoanoanterior,asexportaçõesdosectorassinalamumextraordinárioaumentode72%quandoascomparamoscomvaloresde2010.É,semdúvida,umfeitomemorável rea-lizadoemquatroanos,numa indústriaque tradicionalmenteexportacercade90%da sua produção. Destacamos ainda o facto da indústria portuguesa demoldes no ano transato ter exportado para 89 países distintos.

Duranteesteperíodo (2010–2014) temvindoaser consolidadoumnovopo-sicionamento do sector emmercado tradicionais com crescimentos notá-veis em países como a Espanha (145%), França (97%), Reino Unido (79%)ouAlemanha (30%),mas tambémemnovas regiões, comoé o caso da Eu-ropaCentral e deLeste, com taxasassinaláveis naRepúblicaCheca (173%),Polónia (98%) ou Rússia (63%), ou na América do Norte com EUA (46%) eMéxico (2%) à cabeça.

Da parte das empresas nacionais é notável o investimento, o esforço, a ca-pacidade de arriscar e de diferenciar, o reforço das suas competências, aaposta na inovação e conhecimento, a otimização de processos e recursospara se tornaremmais competitivas em termos globais.

Mas omercado é extremamente dinâmico, introduzindo regularmente no-vos fatoresde competitividadeedemudançaaqueasempresasdevemes-taratentasepreparadasparaqueosucessohojeconseguidonãosejaapenasmomentâneo.Háquemanter a trajetória e continuarestaproximidadecomos mercados tradicionais de forma contínua e persistente, intensificandosimultaneamenteapresençanãoapenasemnovasregiõesmas tambémemnovasáreas competitivasquenospermitamcontinuara incorporar compe-tências e alargar o nível de serviços prestados aos nossos clientes.

Nestecontexto, emdiferentes fóruns, seminários, eaténacomunicaçãoso-cial generalizada,muito se tem falado sobre a “revolução” que a fabricaçãoaditiva e as diferentes tecnologias que a compõem irão trazer ao panoramaindustrialecomoasmesmaspoderão influenciare/oucondicionaraatividadedas nossas empresas e do nosso sector. A “democratização” da impressãotridimensional,oaumentodaprocuraporpequenasséries,osnovosprocessosemateriais, osnovosconceitosdeprototipagem,acomplexidadedas formasprocuradas são alguns dos fatores que irão reforçar a presença deste temanodiaadiadasnossasorganizaçõesedanossa indústria.Masestaremospe-rante uma “substituição” ou uma complementaridade de processos?

É sobre estes desafios, assim como as complementaridades que tais con-ceitos trarão à produção de moldes e ferramentas e à sua integração naoferta de serviços dasempresas, quededicamosoEspecial desta ediçãodarevista “OMolde”.

Contando com a colaboração de empresas, centros de saber e fornecedo-res da indústria, a nossa revista continua a apresentar e discutir temasqueinfluenciam diretamente a atividade do sector e que o poderão projetarpara novos clientes,mercados, negócios ou áreas de desenvolvimento quepermitammanter a trajetória de sucesso dos últimos anos.•

For the third year running,Portuguesemould industryexportshaverea-ched record figures and 2014 is now considered to be the best yearever formouldproduction andexport. This recently releaseddata con-firms the exceptional performance of our companies in a highly com-petitive and complex international market.

The figure of 561million euros in exports demonstrates the industry'sgrowthanddevelopment since2010andmakesPortugal the fourth lar-gest producer ofmouldsandspecial tools inEuropeand theeighth lar-gest in the world.

With growth of approximately 4%over last year, industry exports havejumped an extraordinary 72% since 2010. This is clearly a significantachievement in four years in an industry which traditionally exportsaround 90% of its production. Also of note is that last year, the Portu-guesemoulds industry exported to 89 different countries.

During this period (2010 – 2014), the industry has consolidated a newposition in its traditionalmarketswith exceptional growth in countriessuchasSpain (145%),France (97%), theUnitedKingdom(79%)andGer-many (30%).However, considerable growthhasalsobeen seen innewregions such as Central and Eastern Europe, with special note for theCzech Republic (173%), Poland (98%) and Russia (63%), as well asNorth America where the USA (46%) andMexico (2%) lead the way.

Investment and hard work by our companies has also played its part.The ability to take risks and differentiate, knowing how to strengthenskills, focusingon innovationandknowledgeand theoptimizationofpro-cesses and resources are factorswhich have allmeant that that com-panies are nowmore competitive internationally.

However, themarket isextremelydynamicandregularly introducesnewdemands which have to be met in order to remain competitive andchange andweneed to be aware and ready so that the successwearecurrently enjoying isnot just temporary.Wehave tomaintainour courseand continue to stay close to traditional markets while also intensi-fying our presence not only in new regions but also in different fieldssoas toallowus to incorporate theskills requiredandbroaden theser-vices provided to customers.

With this inmind, a lot has been said recently in different technical fo-rumsandeven in themediagenerally, about the “revolution”whichAd-ditive Manufacturing and the different related technologies will bringto the national panorama and how it may influence howwework. The“democratization” of 3D printing, the increased demand for small se-ries runs, newprocessesandmaterials, newprototyping concepts andthe complexity of shapes required are just some of the factors whichwill strengthen thepresenceof this technology in theday-to-day life ofour organizations and our industry. Are we though facing a “replace-ment” or just complementarity of processes?

It is precisely these challenges, as well as how the complementarynature of these conceptswill affectmould productionwhich feature inthis special issue of “OMolde”magazine.

With thehelpof companies, knowledgecentresandsuppliers toour in-dustry, ourmagazinewill continue topresent anddiscuss topicswhichdirectly influence our work and which possibly lead to new clients,markets, businessorareasof developmentwhichwill allowus tomain-tain the successful course we have been on in recent years.•

O MOLDE N105 04.2015

editorial

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NOTÍCIAS NEWS

O MOLDE N105 04.2015

CEFAMOL

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CEFAMOL distinguida nosPrémios Exportação eInternacionalização

ACEFAMOL–AssociaçãoNacionalda IndústriadeMoldes, foi distinguida comoPrémio Asso-ciação Empresarial, na 4ª edição dos Prémios“Exportação e Internacionalização”, uma ini-ciativadoNovoBancoedoJornal deNegócios,que decorreu no passadomês de fevereiro, noHotel Ritz Four Seasons, em Lisboa.

A cerimónia contou com a presença doMinis-tro da Economia, António Pires de Lima, queabriu a sessãopara cercadeduas centenasdeconvidados.

Este é um importante reconhecimento do tra-balho e dinamismo da Associação no apoio à

exportação e internacionalização da indústriaportuguesa de moldes e na promoção dascompetências e capacidades técnicas e tecno-lógicas deste relevante sector industrial.•

“INTERPLASTICA 2015” –Indústria de Moldes NacionalMarca Posição no MercadoRusso

No âmbito da campanha de imagem “Engi-neering&Tooling fromPortugal”que temvindoa ser dinamizada no mercado russo, aCEFAMOLpromoveuaparticipação coletiva deumgrupo de empresas do sector na feira “In-terplastica”, que decorreu no final do passadomês de janeiro, na cidade deMoscovo.

Apesar da atual conjuntura política e econó-mica da Rússia, não foram registadas altera-ções significativas no que diz respeito aonúmero de expositores e de visitantes no cer-tame. Ainda sem dados oficiais referentes aeste último item, notou-se umamaior afluên-cia de empresas locais no segundo e terceirodias do evento.

A participação portuguesa integrada no Pavi-lhão Nacional, organizado e dinamizado pelaCEFAMOL, contou com a presença de quatroempresas do sector - Geco, LN Moldes, Mol-degama e Moldes RP - que ocuparam cercade 100m2 de exposição.

A CEFAMOL encontra-se, neste momento, apreparar o plano de ações a incluir no novoprojeto de promoção internacional do sector,ondeestará incluída aparticipaçãonapróxima

edição desta feira, que se realizará em janeirode 2016.•

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CEFAMOL Promove ParticipaçãoColetiva nos “AutomotiveMeetings Queretaro”

Pelasegundavezcon-secutiva, a CEFAMOLpromoveuaparticipa-ção de um grupo deempresas suas asso-ciadasno “Automotive

Meetings”, que se realizou na cidade de Que-rétaro (México), entre os dias 23 e 25 de feve-reiro. Este certame tem por base a realizaçãode reuniões bilaterais previamente agendadase validadas pelas empresas participantes, oquepermiteumaabordagemmaisdirecionadaao mercado e às necessidades específicas decada organização.

A delegação da CEFAMOL, esteve represen-tada por cinco empresas do sector demoldes,nomeadamente:E&T, LNMoldes,MoldesRP,Ribermold e TJMoldes. O feedback obtido atéaomomentoépositivo, tendo-se verificadoumnúmero considerável de reuniões.

Esta iniciativa enquadrou-senoprojeto depro-moção internacional “Engineering & Toolingfrom Portugal”, dinamizado pela Associaçãono âmbito da Estratégia de Eficiência Coletiva

definida para o sector.

Aindaneste âmbito, aCEFAMOLencontra-seapreparar a participação coletiva de empresasnum evento semelhante - “AutomotiveManu-facturingMeetingsMarrocos” -queserealizarána cidade de Rabat, entre 1 e 3 de junho de2015. Paramais informações, os interessadosdeverão contactar os serviçosdaAssociação.•

notícias news cefamol OMOLDE N105 04.2015 5

Plano de Formação 2015

Em 2015, a CEFAMOL mantém o com-promisso de investir no conhecimento,na inovação, na partilha deexperiências,no desenvolvimentodeboaspráticas or-ganizacionais e, sobretudo, na atualiza-ção de competências para os ativos dosector demoldes e plásticos.

Reunindo cerca de 30 ações de forma-ção, emaproximadamente 10 áreas dis-tintas, o plano, a desenvolvernaMarinhaGrande e emOliveira de Azeméis, apre-senta novos conteúdos e respostas paraos profissionais desta indústria, estandoprevisto, nalgumas ações, o desenvolvi-mento de uma componente prática emcontexto de trabalho.

Ao longooano, iremosapresentandono-vos cursos e outras iniciativas, conse-quência direta das necessidadesimediatas das empresas. Mantenha-seatento, visite o nosso website(www.cefamol.pt) e contacteaAssociaçãopara informaçõesmais detalhadas.

Para além do plano de formação inter-empresas, aCEFAMOLdisponibiliza tam-bém formação à medida, com projetosdesenhadosem funçãodasespecificida-des das empresas, permitindo uma res-posta maisadequada eajustadaàs suasrealidades.•

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notícias news cefamol

Projeto InTooling apresentaresultados em Ciclo deSeminários

ACEFAMOLeaPOOL-NETrealizaramnopri-meiro trimestre deste ano, um ciclo de semi-nários para apresentação pública deresultadosdosestudosdesenvolvidosnoâm-bito doprojeto InTooling.As sessõesdecorre-ram nas instalações da OPEN, na MarinhaGrande.

O primeiro seminário – "Indústria de ToolingMundial: Evolução e Desempenho" – apre-sentou as tendências de evolução dos princi-pais mercados clientes do nosso sector e a

respetiva análise concorrencial com base emdados estatísticos de comércio internacional.

A segunda sessão – "Mercados, Inovação eTecnologia" –deuaconhecerasprincipais ten-dências de evolução de alguns dos principaismercados sectoriais para a indústria de mol-des e ferramentas especiais, caracterizando aestruturageográficadaprodução, do comérciointernacional, do investimento direto estran-geiro e da estrutura empresarial dos princi-pais clientes destas áreas. Analizaram-se aindústria automóvel no continente americanoe a indústria de dispositivosmédicos.

Desenvolvida comoapoio daD.DinisBusinessSchool, esta sessão permitiu ainda discutir a

necessidade de definir de estratégias tecno-lógicas e de inovação que permitam às em-presas desenvolver as suas capacidadesdinâmicas, assegurando sustentabilidade eacesso competitivo a mercados de alta com-plexidade e valor acrescentado.

Oúltimoseminário, a 12 demarço, debateuosestudos e as análises de mercado não tradi-cionaisna indústria portuguesademoldes, no-meadamente de regiões como a AméricaLatina e oMagreb.•

“Empresas Familiares: Comoultrapassar os principaisdesafios” foi tema de Jantar –Conferência

No âmbito do ciclo de jantares – conferência“Engineering & Tooling: Desafios e Oportuni-dades”, aCEFAMOLorganizouumasessãosu-bordinada ao tema “Empresas Familiares:comoultrapassar os principais desafios?”, emqueAntónioNogueira daCosta, daEFConsul-ting, foi o orador convidado.

O evento realizou-se no passado dia 12 demarço, no Hotel Cristal, na Marinha Grande econtou com o apoio das empresas, TECNI-ROLO, HASCO, TEBIS e TTO. Entre osmais de60 participantes, encontravam-se, maiorita-riamente empresários equadrosdirigentes daindústria demoldes e ferramentas especiais.

Esta iniciativa teve comoprincipal objetivo en-quadrar, discutir e refletir sobre alguns dosprincipais desafios estratégicos da indústria,na qual António Nogueira da Costa, deu a suaperspetiva sobre linhasorientadorasemedidasaadotarparaultrapassaroscons-trangimentos, com que as atuaisempresas familiares demoldes eferramentas especiais se depa-ram.

Esta sessão foi precedida pelaapresentação dos estudos “Ma-

greb e América Latina: Oportunidades paraIndústria de Tooling”, desenvolvidos no âm-

bito do projeto InTooling, promovido pelaCEFAMOL.•

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notícias news cefamol

Exposições temporárias deempresas na Coleção Visitável"Esculpir o Aço"

Durante o mês de janeiro, a dinamização daColeçãoVisitável “Esculpir oAço”, presentenoEdifício daResinagem,naMarinhaGrande, es-teve a cargo da empresaMoldegama.

Fundada em 1987, a Moldegama concebe edesenvolve moldes de injeção para plásticos,especialmente para a indústria automóvel,tendo-se tornado numa referência nacional einternacional no sector. Em2011, decidiu alar-garecimentarasuaofertadecompetênciasaoadquirir uma participação na Moldegama In-novation, empresa inteiramente dedicada àI & D de soluções para a industrialização deprodutos nas áreas da automação, aeronáu-tica, farmacêutica, agrícola e telecomunica-ções.

Esta iniciativa, que dá a oportunidade a em-presas do sector de apresentar as suas com-petênciasnaColeçãoVisitável “Esculpir oAço”,tempermitido adinamizaçãodeumprogramade atualização e renovação de conteúdos ex-positivos, com especial destaque para aque-

les que representam a situação atual da in-dústria ea tipologiadeprodutoseserviçoshojedesenvolvidos pelas empresas nacionais.

Em fevereiro foi a vez da Iberomoldes dinami-zar a exposição, sendo possível conhecer, emmaior detalhe, o seu mais recente projeto deI&D– inTRAIN–materializadonumamaqueteà escala real, que esteve localizada no espaçoenvolvente aoEdifício daResinagem.OprojetoinTRAIN tevecomoobjetivo, projetareconstruiro interior de uma carruagem de comboiosuburbano, integrandomateriais e tecnologiasecoeficientes, com um design atual, criativo einovador.

Fundada em setembro de 1975, a Iberomol-des desenvolveu-se ao longo dos últimos 40anos num Grupo Empresarial integrado, comsede na Marinha Grande e com empresas naregião de Leiria e no estado de São Paulo, noBrasil, operandoaindaatravésdeescritórios erepresentaçõesnaChina, India, Argentina, Ve-nezuela e México. Com mais de mil e qui-nhentos colaboradores, tornou-se numfornecedor integrado de soluções de enge-

nharia e líder em áreas especializadas, queabarcamserviçosdeengenharia eprodutosdealto valor acrescentado e direciodos aosmaisexigentesmercados internacionais e sectoresde atividade industrial complexa.

O mês de março permitiu a dinamização daColeção Visitável “Esculpir o Aço” pela em-presa Tecnimoplás.

Fundada em 1971, a Tecnimoplás é uma dasempresaspioneiras na constituiçãodopólo daindústria de moldes na Marinha Grande. Ba-seada numa filosofia empresarial de melho-ria contínua de métodos e processos detrabalho, que garantam a satisfação total dosseus clientes, dispõe de um conjunto de re-cursos capaz deprojetar e produzirmoldes deelevado rigor e fiabilidade para a indústria deplásticos.

ACEFAMOLdeixa o convite a todos os interes-sados para visitarem a sempre renovada Co-leção Visitável “Esculpir o Aço”, aberta deterça-feira a sábado, das 10h00às 13h00edas14h00 às 18h00.•

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O MOLDE N105 04.2015

A intensa atividade exportadora da indústriaportuguesa demoldes (cerca de 90%) e o con-tacto permanente com alguns dos mercados,clientes e sectores mais complexos e exigen-tes em termosmundiais, refletem-se, hoje emdia, em novos desafios que alteraram signifi-cativamente o contexto de atuação deste sec-tor, obrigandoaumavigilância permanentedomercado internacional, no sentido de identifi-car novas oportunidades de negócio e cresci-mento para as empresas que o compõem.

A sua crescente competitividade e a capaci-dade de se afirmar internacionalmente comoparceiro fundamental para o desenvolvimentoe sucesso dos seus clientes, implicaram umaclara reorientação estratégica das empresaspara uma integração em cadeias de valoracrescentado e uma diferenciação dos seusprincipais concorrentes. Nesta conjuntura,torna-se imperioso promover ações de co-nhecimento do panorama internacional, quepermitam alargar e diversificar mercados deatuação, ampliando áreas de intervenção, de-monstrando competências, conhecimento ecapacidade de inovação.

A este contexto demudança não poderia ficaralheada a CEFAMOL. Commais de quatro dé-cadas ao serviço da indústria portuguesa demoldes, reconhecida como entidade repre-sentativa dos interesses enecessidades destesector e detendo uma forte ligação às empre-sas, aAssociação tem-seassumidocomopartefundamental emobilizadoradestemovimento,arrastando consigo as empresasquepersoni-ficameste esforço demudança e reposiciona-

mento nomercado internacional.

Através da recolha, tratamento e difusão deinformaçãoestatística e deevoluçãoda indús-tria nacional, permitindo uma análise compa-rativa com os seus principais congéneresinternacionais, a CEFAMOL pretende, de umaforma estruturada, apoiar as empresas por-tuguesas a conhecer tendências e a promovera internacionalizaçãoeoalargamentodapre-sença nos mercados internacionais, atravésdeumprofundo conhecimento do contexto emque o sector se insere.

Simultaneamente, a Associação deve consti-tuir-se comoeloagregadorparadinamizar ini-ciativas ou planos de intervenção (coletivos ouindividuais), queultrapassemconstrangimen-tose/oudesafios limitativosdacompetitividadeinternacional das empresas, permitindo oacesso a novos mercados de elevado poten-cial, expandindoediversificandoáreasdeatua-ção que permitam o reforço da basetecnológica ea criaçãodeempregoqualificadono seio do cluster.

Tal será fundamental para o incremento dasexportações nacionais de produtos de alta in-tensidade tecnológica, consolidando a inter-vençãoda indústria emmercados tradicionaise penetrando emnovas geografias, sistemati-zandoedando visibilidadeà campanhadepro-moção internacional da indústria –“Engineering & Tooling from Portugal”.

Para que tal seja atingido e consolidado aolongodo tempo, é imperativo queasempresasportuguesas sejamconhecedorasdaevoluçãoe tendências dedesenvolvimento da indústria,

do seu posicionamento no mercado e da per-formance da sua concorrência internacional.

Foi comesteobjetivo quese realizou, aoabrigodoprojeto InTooling, o estudo “IndústriadeToo-ling Mundial: Evolução e Desempenho”, agorapublicado pela CEFAMOL.

Contemplandoumaanálisedosprincipaismo-vimentosglobais de comércio demoldese fer-ramentas especiais e as suas tendências deevolução, o estudo integra ainda uma análisedetalhadadoposicionamentode35paísesdis-tintos.

Em termosglobais, a informação aqui contem-plada permitirá consolidar o acompanhamentodosectoredasuacompetitividade internacional,oquepossibilitaráamonitorizaçãodaestratégiadedesenvolvimentoseguidae,eventualmente,aidentificaçãosãodeeventuaiscorreçõesouajus-tes necessários a realizar em tempoútil.

Acreditamos que esta publicação irá colmataruma falhademercadonoquerespeitaoacessoa informaçãoespecíficadosector, contribuindodecisivamente para o aumento do conheci-mentodaenvolvente, apresentandodados cre-díveis que apoiem decisões relacionadas coma orientação estratégica das empresas, dife-renciando-se da sua concorrência, atingindoclientes e mercados com maior valor acres-centado, aproveitandooportunidades inerentesao desenvolvimento deste cluster.

Todos os interessados emconsultar ou adqui-rir o estudo “Indústria deToolingMundial: Evo-lução e Desempenho” deverão contactar aCEFAMOL.•

CEFAMOL apresenta Estudo“Indústria de Tooling Mundial: Evolução e Desempenho”

notícias news cefamol 11

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notícias news cefamol

A indústria portuguesa demoldes tem-se ca-raterizado por uma constante e contínua evo-lução técnica, tecnológica edemercado, o quetem sido uma imagem demarca deste sectoreum fator dediferenciaçãopara a suaafirma-çãoemmercados internacionais cada vezmaisexigenteseexpostosauma forte concorrência.

Em simultâneo, e de acordo com as conclu-sõesdo“PlanoEstratégicoda IndústriadeMol-des e Ferramentas Especiais”, promovidoconjuntamente pela CEFAMOL e CENTIMFE,tem vindo a concretizar-se, ao longo dos últi-mos anos, uma aposta na diversificação e ex-pansão demercados e sectores clientes, como objetivo de alargar a presença nacional emáreasgeográficase indústriasmais complexase/ou demaior valor acrescentado.

Para que tal objetivo possa ser atingido e con-solidado, é imperativo que as empresas por-tuguesas sejam conhecedoras da evolução etendências de desenvolvimento desta indús-tria, do seu posicionamento no mercado e daperformancedasuaconcorrência internacional.Assim, torna-se fundamental a recolha, trata-mento edifusãode informaçãoestatística e deevolução da indústria nacional, permitindo,comosdados existentes, umaanálise compa-rativa com os seus principais congéneres in-ternacionais, em termos de relaçõescomerciais e de desempenho do sector.

O estudo “Posicionamento Competitivo da In-dústriadeMoldes”, dinamizadopelaCEFAMOL

noâmbito doprojeto InTooling eagora editado,apresenta ummodelo de análise da indústriade moldes nacional, nomeadamente, umaabordagem das suas principais característi-cas, numa perspetiva organizacional e de de-sempenho, nomeadamente ao nível da:

- Atividade comercial: analisando o desempe-nhocomercial dosector, a suabalançacomer-cial, a evolução das principais indústriasservidas, aquotademercadodetida juntodeal-guns dos principais países clientes e, por fim,procede-seaoenquadramentodosector faceaalguns indicadoresmacroeconómicosdoPaís;

-Dimensão social e económica: analisandoosrecursos humanos e o volume de negócios nasua vertente regional e nacional, as qualifica-ções profissionais e académicas, as remune-rações e ganhos médios, a produção e oproduto sectorial.

- Análise económico-financeira do sector: in-formaçãodetalhada sobre os dadosda centraldebalançosdoBancodePortugal e, combasenumaamostrada indústria, proceder àanáliseeconómico – financeira da mesma. Salienta-se ainda uma breve análise ao subsector daprodução de “Moldes para Vidro”;

Neste capítulo, destaca-se a constituição da“Central de Benchmarking da CEFAMOL”, com-posta por um grupo de 65 empresas (analisa-dasnoperíodoentre2010e2013), tendohavidoumapreocupaçãodeprecisarosconceitosusa-

dos, nomeadamente com a inclusão de umconjunto de tabelas técnicas demonstrativasda forma de apurar os valores e rácios calcu-lados. Este capítulo reveste-sedeextrema im-portância para qualquer empresa do sector,permitindo que o atual trabalho possa ser uti-lizadoparaa realizaçãodeexercíciosdebench-marking, comparando empresas individuaiscom o resultado da amostra.

Espera-se, comodesenvolvimentodestes ins-trumentos, colmatar uma falhademercadonoquediz respeito ao acesso a informaçãoespe-cífica do sector, contribuindo para o aumentodo conhecimento nas empresas sobre a suaenvolvente eperformance, permitindoobter in-formação credível que apoie decisões relacio-nadas comoseuposicionamento e orientaçãoestratégica no mercado, diferenciando-se dasua concorrência e atingindo clientes e mer-cados commaior valor acrescentado.

Em termosglobais, esta informaçãopermitiráo acompanhamento do sector e da sua com-petitividade internacional, possibilitandoamo-nitorização da estratégia de desenvolvimentoseguida e, eventualmente, identificando even-tuais correções ou ajustes necessários a rea-lizar em tempo útil.

Todos os interessados emconsultar ou adqui-rir o estudo “PosicionamentoCompetitivoda In-dústria de Moldes” deverão contactar aCEFAMOL.•

CEFAMOL publica Estudo“Posicionamento Competitivo da Indústria de Moldes”

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notícias news cefamol14 OMOLDE N105 04.2015

A indústria demoldes compete, desde há lon-gos anos, num mercado muito exigente dopontode vista daqualidade intrínsecadospro-dutos, dos prazos de entrega, da inovação tec-nológica, dos custos, da produtividade e daeficiência, entre vários outros parâmetros ecaracterísticas.

O seu sucesso é explicado pela capacidade desatisfazer os requisitos dos clientes.

Para o conseguir, tem alterado e melhoradométodos de trabalho, tem realizado investi-mentos significativos em equipamentos e naspessoas e tem conseguido antecipar as ne-cessidades dos clientes e facultar-lhes res-postas em tempooportuno.Muito esforço temsido envolvido neste processo, quer por partedosgestores, quer por partedos restantes tra-balhadores das empresas do sector.

Apesar do sucesso, há um sentimento trans-versal dequeépossível edesejável alcançarosmesmos resultadosouatémelhores, comme-nos esforço, commenos “sacrifício” de horas,nomeadamente de horas improdutivas.

A solução assumida (não descurando a capa-cidadedeadaptaçãodas empresas edos seustrabalhadores, por vezes designada de “im-proviso”), assenta no facto de ser necessáriotrabalhar melhor, com mais método, isto é,commetodologias deplaneamento, de gestãoe de controlo gestão devidamente testadas evalidadas, relativamenteàsquais, pelasuaapli-cação em empresas de sucesso, não haja dú-

vidas quanto aos resultados que podem pro-porcionar.

AprocuradaExcelência, sistematizadanos vá-riosmodelos adotadosnaEuropa, nosEUA, noJapãoounoespaço Iberoamericano, entre ou-tros, pode proporcionar à indústria demoldesportuguesaduasgrandesajudasnesta fasedoseu desenvolvimento e dos seus desafios nodomínio da competitividade, a saber:

1. A utilização organizada, progressiva e siste-matizadade ferramentasdegestãoqueaju-dema reforçar os pontos fortes da indústriae amitigar ou eliminar pontos fracos, refor-çando a eficiência interna das empresas e,portanto, a suacompetitividadeecapacidadede internacionalização;

2. A obtenção de reconhecimento, segundo osníveis de excelência da EFQM, que eviden-ciem junto dos clientes atuais e potenciais aexcelência das organizações e do trabalhopor elas realizado.

O estudo, promovido pela CEFAMOL no âm-bito doprojeto InTooling, e agoraeditado, apre-senta, sob vários pontos de vista, umaabordagempassível de ser utilizadapelas em-presasdemoldesportuguesasparaadotarem,progressivamente, a filosofia, os conceitos eas ferramentas inerentes aoModelo de Exce-lência daEuropeanFoundation forQualityMa-nagement (EFQM).

EsteModelo deExcelência seguidonaEuropa,concebidoegeridopelaEFQMdesde1988, comas suas várias revisões (a última ocorrida em2013), visa, tal comoos modelos seguidosnosEUA (MalconBal-drige Award), no Ja-pão (Deming Prize),ou no espaço iberoa-mericano (Fundibeq),dar orientação às or-ganizações de dife-rentes dimensões enatureza para quepossam agir e res-ponder às mutaçõesdo seu contexto ex-terno, alcançando re-sultados excelentesde forma sustentada.

Para a EFQM: “Orga-nizaçõesexcelentesal-

cançam emantêm níveis notáveis de desempe-nho que satisfazem ou excedem as expectativasde todos os seus stakeholders”

Tal implica que as organizações excelentes:

• Detenham uma clara compreensão sobrequem são os seus stakeholders e quais assuas expectativas;

• Desenvolvam estratégias para satisfazeremou excederem estas expectativas;

• Alcancem, no presente, resultados excelen-tes;

•Evidenciemquepodemmanter este desem-penho no futuro, demonstrando que as cau-sas destes resultados são compreendidas egeridas eficazmente.

OmodelodaEFQMeasuaadaptaçãoparaa in-dústria demoldes, integra três componentes,que devem ser aplicadas de forma comple-mentar e integrada, demodoaproduzir os re-sultados pretendidos em todo o seu potenciale que são:

CEFAMOL APRESENTA “MANUAL DE BOAS PRÁTICASDE EXCELÊNCIA EMPRESARIAL NA INDÚSTRIA DE MOLDES”

O Modelo contempla nove critérios,sendo cinco os critérios de “Meios” (oqueaorganizaçãopode fazer), equatroos critérios de Resultados (o que a or-ganização alcança).Cada critério está dividido em “Partes

de Critério” totalizando trinta e duas“Partes deCritério”.Cada “Parte deCritério” contém“Pon-tos de Orientação”, explicitando o quedeve ser feito para que a organizaçãocaminheno sentido daExcelência.

2) Os Critérios e partes de critério

1)OsConceitosFundamentaisdaExcelência

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De referir que o Modelo de Excelência podeser pontuado, constituindo assim um refe-rencial, quer para medir a evolução da em-presa no caminho da Excelência, quer emtermos de comparação com outras empre-sas que tambémutilizem oModelo da EFQM.

Para este efeito a pontuação máxima sus-cetível de ser atingida é de 1000 pontos,tendo os Critérios do Modelo diferentes pe-sos (percentagens) conforme se passa a re-presentar:

Consideramos que este estudo é umpreciosoauxiliar para as empresas do sector na for-mulação da sua estratégia de intervenção nomercadoedefinição de objetivos emetas a al-cançar pela organização.

Todos os interessados emconsultar ou adqui-rir o “Manual de Boas Práticas de ExcelênciaEmpresarial para a Indústria de Moldes” deve-rão contactar a CEFAMOL.•

notícias news cefamol 15OMOLDE N105 04.2015

3) O RADAR e sua aplicação

ORADAR (Resultados, Abordagens,Desdobramento, Avaliaçãoe Refinamento) constitui aomesmo tempo, umametodologiade avaliação da Excelência e ummétodo demelhoria.

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cooperação internacionalentre marinha grande efontenay sous bois

OCENTIMFEeaCEFAMOLacolheram,nopas-sadodia 20 de fevereiro, a visita do vereador daCâmara Municipal de Fontenay Sous Bois, ci-dade Francesa geminada com a Marinha

Grande.Esta visitadecorreuaconvitedoPresi-dentedaCâmaraMunicipaldaMarinhaGrande,no âmbito da iniciativa “Dá-te a Conhecer”,tendo permitido apresentar o cluster Enginee-ring & Tooling e o potencial de cooperação in-ternacionaledenegócios,entreambasasregiõese,reforçar a afirmação damarca coletiva.•

CEntiMfe

OMOLDE N105 04.2015 notícias news centimfe16

Workshop Técnico“A otimização do processo deinjeção de peças plásticas"

No âmbito de parceria entre a POOL-NET(cluster Engineering & Tooling), e o clusterPlastipolis (França), firmada na última ediçãoda Semana de Moldes 2014 e da visita daPOOL-NET ao CIRFAP (Centre Inter Régionalde Formation Alternée de la Plasturgie), noano passado durante o 5º Forum Plastipolis2014, o nosso cluster acolheu dois estagiáriosdaquele centrode formação: umnoCENTIMFE

e outro na empresa Vipex, durante os mesesde janeiro e fevereiro. Aproveitando agora aoportunidade da visita de acompanhamentoaos estágios do Professor António Teixeira(CIRFAP), este aceitou o desafio doCENTIMFE

e promoveu um workshop técnico subordi-nado ao tema “A otimização do processo deinjeção de peças plásticas", no passado dia 27de fevereiro, no Centro Tecnológico, que con-tou com cerca de 60 participantes.•

Cluster Engineering & Toolingdiscute estratégia para ospróximos anos

O CENTIMFE promoveu no passado dia 28 dejaneiro, em articulação com a POOL-NET e aCEFAMOL, aprimeira reuniãode trabalhocomasempresasdoclusterEngineering&Tooling,integrada num ciclo de ações que contribuempara a revisão da estratégia do cluster. Pre-tende-se com esta iniciativa discutir e ajustar

oPlanoEstratégico que foi definido para aEs-tratégia de Eficiência Coletiva, tendo em vistasuportar o novo ciclo de reconhecimento doGovernopara onosso cluster noperíodo2015-

2020, especialmente nos domínios da Coope-ração, Internacionalização, I&D e Inovação,Qualificação e Empreendedorismo.•

PROJETO PING PROMOVEATIVIDADES NA ESCOLA EB 2,3/SJOSEFA DE ÓBIDOS

Noseguimentodapromoçãodacriatividadee i-novação industrial juntodos jovens,oCENTIMFEcontinua a realizar sessões de sensibilizaçãonas diversas escolas da região centro.

A título de exemplo, nos dias 3 e 4 de fevereiro,na escola EB 2,3/S Josefa de Óbidos, realiza-ram-sediversassessões visitadaspor 139alu-nos do 7º, 8º e 10º anos.

As sessões incidiramnas áreas de atuação doCENTIMFE, comespecial enfoque para o sec-tor demoldes e plásticos e para as atividadesdo projeto, através do concurso “Isto é UmaIdeia“ e para o campeonato “F1 In Schools”.•

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notícias news POOL-NET

41º Aniversário dauniversidadedo minho

A POOL-NET e a CEFAMOL participaram naSessão Solene Comemorativa do 41º Aniver-sário daUniversidade doMinho, que decorreu

no passado dia 17 de fevereiro, em Braga, re-forçando assim os laços de cooperação e par-ceria do cluster Engineering & Tooling.•

POOL-NET

ISEG acolhe apresentação doCluster Engineering & Tooling

A POOL-NET participou no passado dia 4 demarço em mais um seminário do mestradoem Gestão e Estratégia Industrial, do ISEG –Instituto Superior de Economia e Gestão, emLisboa, tendo apresentado, para mais de 60alunos, as dinâmicas de desenvolvimento doclusterEngineering&Tooling, amarca coletiva“Engineering & Tooling from Portugal”, as

oportunidades de desenvolvimento de carrei-ras profissionais e a importância dos clusters

paraodesenvolvimentoeconómicoesocial dospaíses.•

Cluster Engineering & Toolinge o Portugal 2020

A POOL-NET e o CENTIMFE estão a partici-par, emrepresentaçãodo cluster Engineering&Tooling, emreuniõesde trabalhopromovidaspelasCCDRs (ComissõesdeCoordenaçãoRe-gionaisdoCentroedoNorte), comoobjetivodediscutir os programas de apoio às regiões e àindústria em especial, no âmbito do PORTU-GAL2020, CENTRO2020,NORTE2020, eRIS3(Regiões de Especialização). Neste contexto,os contributos aportados resultamdo trabalhorecentemente realizado no seio do cluster(projeto InTooling promovido pela CEFAMOL),nomeadamente, através do “RoadmapTecno-lógico do Tooling 2020”.•

Reunião de trabalho do RI3 Grupo 1 – Soluções Industriais Sustentáveis

Reunião CCDRN e Portugal Clusters (NORTE 2020)

POOL-NET na Comemoração do30º Aniversário do CENFIM

A POOL-NET representou o cluster Enginee-ring& Tooling nas cerimónias de comemora-

ção dos 30 anos do CENFIM, que decorreu nopassado dia 15 de janeiro, emArcos de Valde-vez.•

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19OMOLDE N105 04.2015notícias news POOL-NET

Engineering & Tooling –Missão à índia

Na sequência do Acordo de Parceria firmadoentre aPOOL-NETeaPlastindia Foundation eno âmbito do projeto europeu “Wiintech –Worldwide Intercluster Initiative for New Ma-terials and Processes focused on Clean Tech-nologies”, a POOL-NET e a CEFAMOL,receberam uma comitiva daquela Confedera-çãodeAssociaçõesda Indústria dePlásticosdaÍndia, no início do corrente ano, tendo, nestaaltura, sido promovida uma reunião de traba-

lhocomoSenhorEmbaixadorda ÍndiaemPor-tugal, Professor Doutor Jitendra NathMisra.

A POOL-NET foi convidada para representar ocluster na grande feira bianual de plásticos –“Plastindia 2015” – bemcomo para fazer umaapresentação da nossa indústria na conferên-cia “Plastwin B2B”, no dia 8 de fevereiro. APOOL-NET respondeuafirmativamente, tendoparticipado nestas iniciativas com umstand e

uma apresentação sobre as dinâmicas donosso cluster.

Como consequência desta ação de coopera-ção, está a ser organizadoumworkshop comaEmbaixada da Índia, envolvendo a POOL-NETe aAPIP, sobre as oportunidades de negócio ede cooperação entre Portugal e a Índia, quedeverá decorrer durante o mês de abril, emLeiria.•

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notícias news open

Incubadora de Empresas OPENjá acolheu cinco novasempresas em 2015

RVE.SOLLDA.

A Rve.Sol Lda. é uma empresa social quepresta soluções de desenvolvimento susten-tável para zonas rurais nos países africanos.Baseia-se numa solução contentorizada, ge-rando energia renovável e produzindo águapotável atravésde recursos locais, comoabio-massa agricultural e a energia solar. Esta so-luçãoéúnicae inovadora, sendodimensionadapara fornecer serviços pré-pagos de eletrici-dade (para as casas e negócios), água potável(para a comunidade) e biogás (para cozinhar,evitar a dependência na lenha e carvão para omesmo).

Com um só contentor "KUDURA", consegue-seestabelecerumnível deacessoaos serviçosbásicos duma comunidade rural, mudando avidaparamelhor, deumamaneira sustentável.

NUNOGASPARSOCIEDADEUNIPESSOAL,LDA.

A Nuno Gaspar – Sociedade Unipessoal, Lda.desenvolveasuaatividadeemdois vetoresdis-tintos: vetor social (serviços de apoio à gestãode Instituições Particulares de SolidariedadeSocial) e vetor empresarial (serviços de apoioà gestão de Pequenas eMédias Empresas).

MILLINGCONSULTING

AMillingConsulting éumaempresa dinâmicabaseada em princípios como a simplicidade eaeficácia nos serviços quepresta. Queremserum parceiro estratégico, centrado no desen-volvimentodesoluções reais, ajustadasàs ver-dadeiras necessidades de cada cliente. Commais de 10 anos de experiência técnica espe-cializada na área da metalomecânica, a Mil-ling Consulting está preparada para oferecer

sempre uma solução inteligente e económicaaos seus parceiros.

WALKEO

AWalkeo, formada por uma equipa de profis-sionais amantes de design e tecnologias digi-tais, nasceu na região centro de Portugal, em2013, e concebe e desenvolve plataformas di-gitais.

NaWalkeopartilha-se apaixão pela interativi-dadedas redes sociais e, emespecial, pela co-municação interpessoal.

SMARTINJECT

A Smartinject é uma empresa de injeção deplásticos que oferece aos seus clientes umavasta gama de serviços, desde a realização deensaios e produções de pré-séries, a comple-xas soluções de engenharia, no ramo da in-dústria demoldes e plásticos.•

OPEN

Pequeno – Almoço Networking| 10 de fevereiro | OPEN

Sob o lema “Vamos estimular os negócios decada um, começando por conhecer e interagircom as empresas que estão ao seu lado!!”, aOPEN promoveu, no dia 10 de fevereiro, umpequeno-almoço de networking entre as em-presas incubadas. Participaram 25 pessoasque tiverama oportunidade de se conhecer e,

eventualmente, estabelecer relações que, nofuturo, podem agilizar a criação de oportuni-dades conjuntas e desenvolvimento de siner-gias.

O CENTIMFE, sendo um dos principais asso-ciados da OPEN e, enquadrado no SistemaCientifico e Tecnológico Nacional, pode tam-bém ser um parceiro importante das empre-

sas incubadas na OPEN, não só no forneci-mento de serviços especializados para o de-senvolvimento de protótipos, soluçõesdemonstradoras, etc, mas também como fa-cilitador de contatos para osnegócios das em-presas. Nesse sentido, após opequeno-almoço, efetuou-se uma visita aoCentro Tecnológico.•

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notícias news novos associados

A PROAZ – Projetos para a Indústria de Moldes, Lda., é uma empresasedeada emOliveira deAzeméis, umdosmaiores polos da indústria demoldesparaplásticos, emPortugal.Nomercadodesde1995, temcomoprincipal objetivo, proporcionar ao seu cliente mais exigente a melhorrelação de preço/prazo/qualidade.

Com total capacidade para elaborar todos os processos necessáriosao fabrico demoldes, desde a conceção até ao produto final, a PROAZapresenta soluções rápidas e eficazes, aliadas a umsistemadegestãode qualidade ISO 9001:2008.

O departamento técnico tem à sua disposição uma equipa experientee altamente especializada, que conjuga a mais avançada tecnologiapara projetar, desenhar emodelar com a garantia de eficiência e qua-lidade.

O departamento comercial disponibiliza um atendimento personali-zado, que trabalha permanentemente no acompanhamento das enco-mendas dos seus clientes. Relatórios de progresso dos moldes emfabrico são fornecidos periodicamente aos clientes, para avaliação da

execuçãodomolde. O controlo constante de todos osprocessosdepro-duçãoatravésdaelaboraçãodas respetivasprovas, acompanhadoda flui-dez nas comunicações são fundamentais para a total garantia decumprimento dos prazos de entrega.

A PROAZ aposta, não só na sua experiência, mas tambémno cimentardas relações comvariadas empresas especializadasno fabrico demol-des de injeção para plásticos e fundição injetada de alumínio, para as-sim poder decidir e aconselhar quais as melhores opções e satisfazertodas as necessidades dos seus clientes.•

PROAZ

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A PJAMoldes, criada emmaio de2014, e nasceuda vontadeeexpe-riência dos seus fundadores, quecontam com uma vivência de su-cesso de aproximadamente 35anos no sector demoldes e plás-ticos.

IntegradanoGrupoPolisport, em-presa de renome internacional li-gada à injeção de plásticos, a PJA

Moldes vocaciona-se para a produção e comercialização demoldes deinjeção de elevada qualidade.

Contando com uma equipa altamente técnica e profissional que asse-gura a elevada qualidade dosmoldes fabricados, a empresa presta umserviço de excelência aos seus clientes.

Mais do que um parceiro na gestão de projeto dos seus clientes, a PJAMoldes tornou-se a sua extensão ao desenvolver e conceber produtosàmedidadasnecessidades, garantindoaqualidadee cumprimento dosprazos.

Atua nummercado comelevado nível de rigor e exigência, onde a con-

jugação da tecnologia de vanguarda se alia à experiência dos seus téc-nicos, gerandosinergias paraultrapassar osmais exigentesdesafios domercado.

O sucesso daPJAMoldes dependedo sucesso dos seus clientes, sendopara eles que a empresa inova.•

PJA MOLDES

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A EROFIO e o Laser Cusing®

Next day mould SOCEM

Fabricação aditiva e a indústria de moldes: o que vai mudar?

Fabrico aditivo: aplicabilidade e tendências de evolução

ESPECIAL:FABRICAÇÃOADITIVA

Fabricação aditiva: uma realidade do sector de moldes nacional

destaque HIGHLIGHT

24

E a sua empresa já imprimemoldes utilizando impressoras 3D PolyJet?

Fabricação aditiva – o novo paradigma da produção

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25OMOLDE N105 04.2015DESTAQUE HIGHLIGHT

O Fabrico Aditivo ou Additive Manufacturing (AM), segundo o ASTM In-ternationalCommitteeF42éumprocessode “união” demateriais parao fabrico de objetos a partir de dados 3D, normalmente camada a ca-mada, opostamente às tecnologias de fabrico subtrativo.

As tecnologias deAMestão emconstante evolução e são processos quepermitem resolver um conjunto de desafios. Existem, sobretudo, duasgrandes famílias de equipamentos com aplicabilidade no sector de En-gineering&Tooling (E&T)equeestãosegmentadaspelamatéria-primautilizada e não pelo tipo de tecnologia que utilizam. Desta forma, temosequipamentosparao fabricodeprodutosmetálicoseequipamentos (es-magadoramaioria) parao fabricodeprodutospoliméricos.Nesteúltimocaso existe tambéma possibilidade de obtermos peçasmulti-material.

Na publicação “Global Trends 2030: AlternativeWorlds”, oNational In-telligenceCouncilNorte-Americano refere que tecnologias comooAM(3D Printing) têm o potencial de alterar alguns padrões de trabalhotendo impacto, quer namelhoria da produtividade, quer no estímulo denovas competências e aumento de competitividade. No casodoManu-facturing and InovationSpecial Report de 2012dapublicação “TheEco-nomist”, o AM é referido como uma 3ª Revolução Industrial,mencionando que “Fazer coisas com uma impressora 3Dmuda as re-gras da produção/fabrico”.

O AMou 3DPrinting, termomais comumpara denominar estas tecno-logias, tempontos fortesmuito interessantesmas, apesardoqueédito,é poucoprovável que substitua, na esmagadoramaioria dos casos, tec-nologias deproduçãoemmassa. Este tipo de tecnologias ébastante in-teressante para séries pequenas, produtos customizados ou comrequisitosdealguma formaparticulares, comoacomplexidadegeomé-trica, emais especificamente no fabrico demoldes, na definição de ca-nais de controlo de temperatura comgeometria complexa conformadaacadapeçaamoldar.Contudo,as limitaçõesexistentes, taiscomoasma-térias-primas passíveis de seremusadas, dimensões de trabalho e ca-dência produtiva restringemumpoucoa sua aplicabilidade eexpansão.

No sector de E&T, o AM é já utilizado há bastantes anos. O Centro Tec-nológicodosector possui equipamentosdesde1997e temdesenvolvidotrabalho de I&D em torno do fabrico por camadas e acompanhado a

evolução das tecnologias e matérias-primas. Existe já algum trabalhofeito na integração destas tecnologias na variante de metais num nor-mal cicloprodutivodasempresasquesededicamao fabricodemoldes.Apesar de todo o trabalho desenvolvido, observa-se que o AM só por sinãoé idealparao fabricode ferramentasmoldantes.Estasituaçãodeve-se a questões tão essenciais como a qualidade superficial e o rigor di-mensional. Todavia, o AM apresenta também vantagens fundamentaisnomeadamente: a liberdade geométrica e a possibilidade de fabricarvárias peças, com geometrias diferentes, nummesmo ciclo produtivo.

Em geral, os equipamentos de AM já têm bastante maturação na ob-tençãodeprotótipos,masomesmonãoseverificaemaplicaçõesdepro-dução. Ainda assim, existem já algumas entidades a aproveitar estastecnologias na produção de peças finais diretamente para o consumi-dor/cliente.Umavariedadedeexemplos industriais podeserencontradaem áreas inovadoras, com elevado índice tecnológico e de grande va-lor. Estas tecnologias têmalgumadinâmicano fabrico depeçaspara asáreasmédica e aeronáutica, quer pela complexidade geométrica, querpelos reduzidos lotes e elevada customizaçãodos seus produtos. Tam-bém se verifica grande aplicabilidade no fabrico de ferramentas mol-dantes, onde a necessidade de canais de controlo de temperatura comestruturas complexas e geometrias não conseguidas pelos métodostradicionais são essenciais.

Uma tendência relevantenestemercadoéosurgimentode “tecnologiashíbridas”queconjugamoAMcoma fresagem,numúnicoequipamento.Estas soluções deverão ter novos desenvolvimentos procurando me-lhorar aqualidadedoproduto anível dimensional e de forma,mas tam-bém permitindo o acabamento de superfícies à medida que sãorealizadas, evitandoanecessidadedeposterior intervenção comoutrastecnologias/processos.

O potencial de evolução destas tecnologias é enorme e nos próximostempos envolverá o desenvolvimento de novos materiais ou composi-çãodemateriais que respondamàssolicitaçõesdosmercadosmaisexi-gentes onde a reprodutibilidade e repetibilidade serão asseguradasatravés deequipamentosmais produtivos, comreduçãodas operaçõesde pós-processamento e utilização de técnicas de diagnóstico em clo-

sed-loop, bem como de equipamentos híbri-dos que agreguem o fabrico aditivo e afresagem. Também se espera a criação destandards de qualificação e certificação para atecnologia deAM, levando a que as ferramen-taspara sectoresmais exigentespossamtam-bém integrar soluções de fabrico aditivo.

A democratização deste tipo de tecnologias éuma realidade e, à medida que os custos deaquisição e operacionais dos equipamentos edas matérias-primas vão diminuindo, o AMtorna-seeconomicamente viável paraumcadavez maior número de sectores, aplicações eutilizadores.•

FABRICO ADITIVO: APLICABILIDADEE TENDÊNCIAS DE EVOLUÇÃO

nunofidelisCentimfe

F1 – Impressora 3D, tecnologiaPolyJet, em processo de fabrico. F2 – Laboratório de fabrico aditivo do Centimfe.

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DESTAQUE HIGHLIGHT

Fabrico aditivo, tradicionalmente conhecido como impressão 3D é umprocessode fabricoque transformaummodelo3Dnumapeça físicaatra-vés da adição de camadas dematerial. Este processo contrasta comastécnicas de fabrico mais implementadas no mercado, como a fresa-gem, que se trata de ummétodo subtrativo que envolve a remoção dematerial paraobter apeça final. AVangest foi pioneiranaadoçãode tec-nologias de fabrico aditivo e em 1997 adquiriu um dos primeiros equi-pamentos de Estereolitografia Laser (SLA) em Portugal, ainda hojeusado, assumindo também pioneirismo na utilização da tecnologia devazamento em vácuo de resinas de poliuretano.

Em2010, a Vangest cria o seupróprioRapidManufacturingCenter, ins-talado num edifício inteiramente dedicado às tecnologias de fabricoaditivo, além da produção de protótipos de alta qualidade para valida-ção de design, com recurso amoldes de silicone e capacidade de pro-dução de pequenas séries de um produto final ou protótipo para arealizaçãode testes funcionais. Autilizaçãodestas técnicas permite re-duzir o tempo de desenvolvimento de um produto e assim garantir aoclientemais eficácia no processo de desenvolvimento de produto, comverificação funcional e estética, bemcomo,maior rapidez na colocaçãodos seus produtos nomercado. Os níveis de qualidade, rigor dimensio-nal e acabamento, permitem a produção de peças com característicasfísicas idênticas às dosmateriais termoplásticos utilizados em injeção.

As empresas que optam por incluir nos seus processos de desenvolvi-mentodeproduto, serviçosdeprototipageme fabrico rápidoasseguramum aumento de competitividade e diferenciação, face à oferta de solu-ções tradicionais presente nomercado.

Ninguémparece acreditar que a fabricação aditiva poderá sermais rá-pida ou mais rentável que a moldação por injeção, e tendo em conta oatual estado da indústria, esta não é uma posição surpreendente. Masa fabricação aditiva éuma tecnologia emconstante evoluçãoque sede-safia continuamente para obter algo novo. A margem de progressão ésubstancialmentemaior queas tecnologias de fabricomadurasusadastradicionalmente na indústria demoldes.

Os processos emateriais aditivos não estão ainda suficientemente de-senvolvidos para sustentar toda uma indústria. A impressão camada acamada não é rápida o suficiente para substituir a fundição, fresagemououtrosmétodosde fabrico tradicionais.O fabricoaditivonãoéum“ini-

migo” das tecnologias tradicionais que utilizammétodos subtrativos. Éevidente a complementaridade que estas tecnologias podem ter: nocaso da indústria de moldes, a fabricação aditiva ao nível da sinteriza-çãometálica representaumadasprincipais inovaçõesdosúltimos tem-pos.

O ponto forte da fabricação aditiva veio responder à principal limitaçãodas tecnologias tradicionais, a complexidade de formas. Coma sinteri-zaçãometálica, o conceito de conformal cooling, otimização dos canaisde arrefecimento no molde, ganhou expressão, pois representa, nestaindústria, um avanço significativo na redução de tempos de ciclo.

Ainda assim, o fabrico aditivo demetais continua a ter algumas limita-ções, quer na oferta demateriais, quer no preço, uma vez que o fabricosó por si não é completo. Em todos os casos é necessário um acaba-mentoposterior recorrendoa tecnologias tradicionais, comoa fresagemde alta velocidade, erosão ou retificação, o que eleva, consideravel-mente, o custoporpeça.Osmateriais têmvindoaevoluir e o rigor ame-lhorar,mas continuamaexistir limitações, comoadimensãodaspeçasque podem ser produzidas. Atualmente, estas peças podem atingir di-mensões entre 250 e 300mm.No entanto, na indústria demoldes, estefator limita autilizaçãoda sinterizaçãometálica a postiços oupequenaszonasmoldantes.

A Vangest é uma referência na implementa-ção destes processos, como fabrico integradode moldes baseado na aplicação de tecnolo-gias de fabrico aditivo e tecnologias conven-cionais, com zonasmoldantes produzidas porsinterização metálica. A aplicação tem resul-tados drásticos no arrefecimento do molde econsequente reduçãodos temposdeciclo. Estamultidisciplinariedade da estrutura tecnoló-gica garante elevados padrões deperformancee qualidade.•

FABRICAÇÃO ADITIVA E A INDÚSTRIA DEMOLDES: O QUE VAI MUDAR?

ricardo gasparVangest

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Nomundoatual, é crucial queasempresaspossuamcapacidadede ino-var, produzindo novos produtos para satisfazer ou exceder as expecta-tivas dos clientes/mercado a um ritmo cada vez maior, encurtandosignificativamente o tempo entre a deteção de uma necessidade e olançar de umnovo produto. A chave do sucesso, que constitui o que al-guns autores denominama4ªRevolução Industrial, é o fabrico emnu-vem (do inglês Cloudmanufacturing/Cloudproduction), onde se inseremos processos aditivos [1].

Neste seguimento, a indústria demoldes é pioneira com a implemen-tação destemodelo de fabricação.

A sinterização seletiva demetal por laser - DMLS (do inglês Direct Me-tal Laser Sintering), dá-nos a possibilidade de libertar geometrias, no-meadamente nos canais de refrigeração, conformáveis às zonasmoldantes, permitindo a produção de insertos e moldes de alto valoracrescentado. Esta otimização, leva à redução do custo de produçãodas peças poliméricas, através da redução do tempo de ciclo.

O desafio do Grupo Socem é aliar a DMLS a software de simulação eapresentar soluções inovadoras, comprovadaseadequadasa cadapro-jeto (insertos ou moldes) de forma a facultar ao cliente o menor ciclo,com a qualidade inerente ao Know-how sólido que temos emmoldes.

O nosso caminho caracteriza-se pela procura por uma produção sus-tentável e produtiva para os nossos clientes.

SinterizaçãoDiretadeMetalporLaser (DMLS)

A sinterização seletiva de metal por laser é um processo aditivo que,apoiado nummodelo 3D CAD, utiliza a sinterização em fase liquida oufusão parcial dos pósmetálicos comomecanismo de ligação das par-tículas para a produção de peças com elevado grau de complexidade.A sinterização em fase liquida ou fusão parcial, ocorre sob uma at-mosfera protetora, devido às elevadas superfícies especificas envolvi-das e às temperaturas situadas entre os 60 e os 90%doponto de fusãodo material. Contudo, num pó, as partículas não são todas do mesmo

tamanhoe, como tal, a temperaturadesinterizaçãoparaumaspodesera temperatura de fusão de outras, de modo que a sinterização ocorrena presença de uma fase liquida [2].

Nomercadoexistemdiferentes variaçõesdesta tecnologiaeumdosele-mentosdiferenciadoreséopóutilizadonoprocesso.Neste seguimento,o equipamento utilizado é o ProX 300 pertencente à 3D Systems e al-guns elementos da caracterização do pó processado (aço DIM 1.2709)são apresentados na figura 2 a) e 2b).

Decorre desta análise que 50% das partículas apresentam umdiâme-tro inferior a 9,84 µm.Na figura 2 a), é possível observar umadistribui-çãogranulométrica largaemonomodal assimétrica. A figura 2b, ilustrapartículas na suamaioria esféricas.

As propriedades anteriormente mencionadas, aliadas à compactaçãorealizada ao pó ao longo do processo por umrolomecânico, não só au-menta a definição dos detalhes no produto final, como leva a uma ru-gosidade superficial menor [3].

A figura 3, é ilustrativa do caso de estudo realizado com esta tecnolo-gia para aferir a complexidade e detalhe associados àmesma.

ApósprocessamentoporDMLS, o componente apresentapropriedadesequivalentes ao produzido pelos processos convencionais.

Como referido anteriormente, o aço processado é um aço ferramenta1.2709 e é aconselhável para a produção demoldes, devido sobretudo àsuaboamaquinabilidade,quegaranteobomacabamentosuperficial [4].

Os componentes produzidos porDMLSpodemser acabados através deuma infinidade de processos, dependendo somente do que o clientepretende em termos de resultado final, nomeadamente por CNC, con-vencional, químico, granalhagem. Estes também podem ser subme-tidos a tratamento térmico para se atingirem valores de durezasuperiores, nomeadamente compreendidas entre 48 e 52HRC. Oma-terial após processamento apresenta uma dureza entre 30 e 34 HRC.

Os componentes podemser revestidos por qualquer revestimentoPVD

O MOLDE N105 04.2015 DESTAQUE HIGHLIGHT

NEXT DAY MOULD

anamachadoGrupo Socem

F2 – Ilustração: (a)Distribuição granulométrica do pó; (b) forma emorfologia superficial das partículas de pó.

(a) (b)

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(deposição física em fasede vapor), revestimentoquímico, entre outros,caso tal seja pretendido.

Em suma, a nossa intenção é desenvolver soluções de produção inte-ligentes para componentes sofisticados com foco principal na transfe-rênciade tecnologia a longoprazo, compilar paraosucessosustentável.Considera-seque tal passapela implementaçãodosprocessos aditivosno fabrico demoldes, inicialmente com a produção de insertos e numfuturo próximo, emmoldes de pequena dimensão.

Acreditamosquea fabricação aditiva capacita o projeto de ferramentasque levará a indústria demoldes a outro nível.

E perseguimosoobjetivo de facultar aos clientes, componentes depri-

meira qualidade. Acreditamosque a inovação é a chave para o sucessosustentável.•

Referências

[1] Bryant, Peter, Rabenau, Bryan; Rao, Sotish, (2012), “Manufacturing 20/20”, Thought Leaders-hipManufacturing.

[2] Ferreira, José, (2002), “Tecnologia dapulverometalurgia”, FundaçãoCalousteGulbenkian.

[3] Phenix, acedido em17dedezembro de 2014 em:http://www.phenix-systems.com/en/phenix-systems

[4] Oliveira, M., Vieira, M., (1986), “Aços para ferramentas: tratamentos térmicos”, Texto de apoiopara o seminário daSociedadePortuguesadeMateriais.

29OMOLDE N105 04.2015DESTAQUE HIGHLIGHT

F3 – Inserto: desenvolvimento dos canais; (b) Após produção; (c) Após produção com acabamento.

(a) (b) (c)

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30 OMOLDE N105 04.2015 DESTAQUE HIGHLIGHT

A Erofio S.A. é uma empresa que se dedica à engenharia e fabricaçãodemoldes de injeção plástica e, desde 2011, que coloca ao seu disporum serviço de sinterização laser de peças metálicas obtidas por La-ser Cusing®. Este serviço tem especial enfoque na indústria demol-des, apresentando-se como um parceiro que oferece uma soluçãopara o seu problema de refrigeração.

O Laser Cusing® é uma das tecnologias de fabricação aditiva de pe-ças metálicas e consiste na sinterização laser de pósmetálicos. Estaapresenta-se comouma tecnologia viável e robusta, emespecial, paraa indústria demoldes de injeção termoplástica e de fundição injetadade ligas leves. É utilizada, sobretudo, para colmatar a deficiência nocontrolo de temperatura das zonasmoldantes através da implemen-tação de estratégias de refrigeração conformada.

No Grupo Erofio, o Laser Cusing® tornou-se um fator de competitivi-dade, vindo agilizar o projeto e aumentando a produtividade do processo

de injeção, com a implementação de soluções objetivas e reais na re-frigeração de peças. Ganha especial destaque quando é previsto o usode peças/postiços em zonas críticas, zonas de temperaturamais ele-vada que afetam, muitas das vezes, a qualidade da peça plástica e oprocesso de injeção. Torna-se então fulcral a deteção destas zonas nafase inicial de desenvolvimento do projeto. Desta forma, são evitadoseventuais custos futuros com a possível substituição de peças domolde, por outras sinterizadas com uma refrigeração conformadamais eficiente. É muito frequente que as zonas críticas se situem nazona próxima ao injetor e em zonas de difícil acesso que impeçam acriação de umsistema de refrigeração eficiente, devido à existência deobstáculos como ribes, extratores, caixas, parafusos, etc., (ver Figura1). Desta forma, o Laser Cusing®permite a criação de sistemas de re-frigeração conformada, enquanto contorna os obstáculos existentes napeça.

Na fabricação, os maiores ganhos estão associados à utilização depeças híbridas. Uma peça híbrida é constituída por duas partes. Umadelas é obtida por meio dos processos convencionais de fabricação eé designada de base ou substrato, e a outra é sinterizada/construídanum dos topos contendo a refrigeração conformada. Este tipo de pe-ças/estratégia visa a redução de tempo e custos, quando comparadacom outra idêntica toda sinterizada (ver Figura 2).

Outra vantagem inerente à fabricação prende-se comocontrolo da geo-metria a ser sinterizada que é estabelecida por intermédio de um fi-cheiro CAD 3D. Possibilitando um rigoroso controlo na execução doscanais de refrigeração, eliminando os desvios e a incerteza da posição

A EROFIO E O LASER CUSING®

Luís santosErofio

F1 – Postiço de bucha sinterizado com refrigeração conformada acontornar ribes e furos dos extratores.

Furo deextrator

F2 – Postiço de bucha híbrido com refrigeração conformada.

TopoSinterizadocom 1,56 kg

Base emaço com9,87 kg

F3 – Parte do punção híbrido da ferramenta de estampagem a quentecom a respetiva refrigeração conformada (Fonte: Fraunhofer IWU).

TopoSinterizado

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dos furos e os possíveis erros de operador inerentes aos processos defuração.

As peças sinterizadas podem ser sujeitas a tratamento térmico, per-mitindo obter durezas até 54 HRC. No acabamento seguem os mes-mos requisitos/etapas de qualquer outra peça em aço que vá serfresada, furada, retificada, erodida, polida, etc., podendo ser soldadaquando necessário.

Na injeção, trabalhar com ummolde com peças/postiços sinteriza-dos com refrigeração conformada, simplifica a tarefa do técnico deinjeção. Esta facilidade consiste na redução do tempo de ciclo, na re-dução dos defeitos das peças plásticas como empenos e “chupa-dos”, contribuindo para uma peça plásticamais robusta, commelhorestética, melhor estabilidade dimensional e de forma, reduzindo ataxa de rejeição das peças. Estas vantagens oferecem ganhos deprodutividade, normalmente até 30%.

No Grupo Erofio, devido às inúmeras vantagens que a tecnologia ofe-rece, bem como à crescente satisfação dos clientes com estas solu-ções técnicas, tem-se registado um aumento da permeabilidade dosclientes a este tipo de soluções sinterizadas, em especial para mol-desmais técnicos/complexos. Assim, à semelhança do que acontecena Erofio, cremos que a procura destes componentes no mercadoexterno irá aumentar, especialmente pela exigência dos clientes naincorporação destas soluções nos seusmoldes. A estes argumentosacrescenta-se o facto da tecnologia continuar a evoluir e amassificar-

se, o que se traduz numa redução dos preços.

No entanto, ainda existem áreas de aplicação a desenvolver e a ex-pandir, como o uso de refrigeração conformada em punções ematri-zes em ferramentas de estampagem a quente (ver Figura 3,) e nautilização de estratégias de refrigeração conformada em “superfície”(ver Figura 4).•

DESTAQUE HIGHLIGHT O MOLDE N105 04.2015 31

F4 – Molde com um exemplo da utilização de um sistema derefrigeração em conformada em “superfície” (Fonte: HOFMANN toolmanufacturing).

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Hámuito que a fabricação aditiva, também conhecida por impressão3D ou 3D Print, é uma realidade no sector demoldes, e Portugal temsido e sempre foi um pioneiro nas tecnologias de vanguarda.

Há vinte anos, iniciei uma aventura empreendedora em que poucosacreditavam que viesse a ser possível em tão curto espaço de tempo.Todavia,hojesãopoucosounenhunsaquelesquenãoacreditamnapro-jeçãodemoldes totalmenteem3D.Nãosóépossível, comomuitasem-presas já têm o seu processo produtivo assente numa plataforma deprojeto em3D coma integração de parâmetros de fabrico e gestão deproduto, o que lhes permite ser competitivos, a nível global.

Assim como o projeto 3D foi algo que nos fez (obrigou) evoluir, a fabri-cação aditiva será uma realidade permanente neste sector, emmuitasaplicações diretas no fabrico de moldes e que, nas próximas décadas,chegará a ser o principal, ou o único método produtivo a larga escala.Com a ajuda dos nanomateriais, estamos a evoluir para aquilo que sechamao 4DPrint (matérias quemudamde formageométrica e carac-terísticasmecânicas quando em contacto com outros).

Atualmente, existem jámateriais usados na fabricação aditiva que nospermitem não só produzir protótipos visuais, mas também funcionais,comosériesdepequenaescala, semanecessidadede fabricodomolde.Estes materiais passam pelos mais variados tipos de metais, políme-ricos, resinas foto-endurecíeis, entreoutros, usados, igualmente, emvá-rios tipos de tecnologias, SLA - Stereolithography; SLS - Selective LaserSintering; FDM- Fused DepositionModeling, PolyJet.

A tecnologia FDM tem tido umalto crescimento na sua utilização graçasàdisseminaçãodas impressoras lowcosteque, apósa libertação, no iní-ciode2014,dealgumaspatenteschave, fezaindaaumentaraofertades-tas impressoras3D.Contudo,persisteumapatenteprotegidaquemantemaStratasys®como líderdemercado, commaisde60milmáquinasven-didas,degamaprofissional.Estapatente,permiteproduzirpeçasemma-

teriais (polímeros) com caraterísticas únicas,resistentes a temperatura, pressões e desgaste,permitindooseuusoempeçascomutilização in-dustrial, como por exemplo ABS, PC-ABS, poli-carbonato,ASAnaproduçãoprotótipos funcionais,

gabaritos de metrologia, galgas e,mais recentemente, o Nylon 12para peças de alto rendimento, ouUltem9085na indústriadeviaçãoeaeronáutica,queestá jácertificadopara uso empeças “in-flight”, gra-ças às suas características de re-tardação de chama e baixatoxicidade, jáusadopor váriasem-presas aeronáuticas, tais como aBoeing ou aAirbus.

Por sua vez, a tecnologia PolyJet éummétodoexclusivooferecidope-las impressoras Objet, da Strata-sys®, que possibilita a criação deobjetos 3D através do posiciona-

mento de sucessivas camadas de 28 mícrones de um foto polímero lí-quidonas formaspretendidas.Oplásticoécurado (solidificado)atravésdautilização da luzUV (ultra violeta).

Esta tecnologiaestá jáaserusadapor váriasempresascomoumaalter-nativaaosmoldesprotótiposdeligasmetálicastradicionais.Comasuauti-lização,asempresasconseguemalcançarbenefíciosentre40%a70%noscustos e reduzir o prazo para o primeiro ensaio, de semanas para algu-mashoras,obtendoprotótiposoupequenassériesdepeçasnosmateriaisfinaiseemcondiçõesde injeçõesmuitopróximasdosmoldestradicionais.

Comesta tecnologia épossível produzir elementosmoldantes, postiçose elementos móveis, diretamente numa resina fotoendurecível (ABS-Like), quepermite obter umacabamento superficial suave e opós-pro-cessamento, quenamaioriadoscasos,nãoénecessário.Graçasaobaixocusto e tempodeprodução, podemfazer-semais interaçõesdoprodutofinal e obter ummelhor produto e ummelhor time tomarket.

OABS-Like, tambémconhecidocomoABSDigital, combina forçaedureza,assim como a resistência a altas temperaturas. Outrosmateriais, comoo rígido PolyJet FullCure® 720 e Vero têm a mesma performance nosmoldes de injeção. No entanto, quando utilizados para criar peças comgeometriascomplexas,osmoldes feitosapartirdestesmateriais têmumaduração de vidamais curta, em comparação comoABSDigital.

Sãoquatro, as classesdemateriais que sepodem injetar neste novo tipodemoldes protótipos e por cada classe podemos estimar umaproduçãomédia,emborapossavariarconsoanteageometriae tamanhodaspeças.

NasclasseCeD, podeatingir-seumaproduçãopertodadezenadeuni-dades pormolde.

Umdos exemplos desta nova tecnologia de produção de peças está já aser utilizada pela conhecida empresa de acessórios para moldes – aHasco–,queemparceiracomaStratasys®eumaempresaalemã(CantoIng.GmbH)produziram,emapenascincohoras, ospostiçosemABSDi-gital eadaptadosaumaestruturastandard, noqualpuderamtestara fia-bilidade deste novo método com a produção de injeção de tampõesroscados para as placas de aperto Hasco.

Aindaháum longopercurso apercorrer até queosmoldes tradicionaissejamsubstituídospornovas tecnologias produtivas,masapreparaçãoe readaptação já começou e sempre foi feita.•

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FABRICAÇÃO ADITIVA: UMA REALIDADE DOSECTOR DE MOLDES NACIONAL

Moisés DominguesCEO da CODI – Comércio Design Industrial, Lda.

F1 – Estimativa de produção de peças consoante a classe domaterial.

A=•Polietileno (PE)•Polipropileno (PP)•Poliestireno (PS)•Acrilonitrila, butadienoeestireno (ABS)•Elastómero termoplástico (TPE)

B=•Polipropilenocomfibrade vidro (PP+G)•Poliamida (PA)•Poliacetal (PolióxidodeMetileno[POM])•MisturadePolicarbonatoABS(PC+ABS)

C=•Poliamida comFibra de vidro (PA+G)•Policarbonato (PC)•Poliacetal comFibra de vidro (POM+G)

D=•Policarbonatocomfibradevidro (PC+G•ÓxidodePolifenileno (PPO)•Sulfeto dePolifenileno (PPS)

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A tecnologia PolyJet é ummétodo exclusivo das impressoras Objet daStratasys®quepossibilitamaprodução fácil e rápida demoldes de in-jeção nas suas próprias instalações. Após a impressão, osmoldes po-dem ser colocados numa máquina de injeção e utilizados para aprodução de peças protótipos no mesmo material que é especificadopara o produto final. Estes protótipos de elevada precisão possibilitamacapacidadedeutilizaçãodepeças emexemplos concretos e realistas,contribuindo para a análise do desempenho real domolde.

Osmoldesde injeçãoemPolyJet nãosãosubstitutosdosmoldesdeaçooudealumínio. Emvezdisso, servemopropósito depreencher a lacunaentre osmoldes de alumínio e os protótipos impressos. Alémdomais,a construção de um molde em PolyJet é relativamente mais rápido,pois ummoldepode ser impresso emalgumashoras, emcomparaçãocomdiasousemanasnoprocesso tradicional.OsmoldesproduzidosemABSmaterial digital podemser construídos, comcamadasde30mícronecomumaprecisãode0,1mm.Umavezcarregadosos ficheirosdeCAD3D, o processode impressãopode funcionar semqualquer intervençãomanual.

Comparandomoldes impressosemoldesdealumínioobservam-se, re-duções de tempo e custo altamente significativas.

(Estas e outras informações sobre impressão 3D disponíveis emwww.tca.pt)

Stratasys3DPrint+PTCCreo3DSoftware

ASMGJÁ IMPRIMEMOLDESEM3D

Em que aspectos a impressora 3D da Stratasys® acrescentou valor noseu negócio?

A utilização da impressora 3D traz grandesmais-valias ao nível do de-

senvolvimento de produto, tanto para nós como para o cliente final domolde. Hoje conseguimos oferecer aos nossos clientes uma ideia dapeça final e fazer uma análise funcional das peças. Posso dizer queeste serviço de impressão 3D já nos fez ganhar alguns negócios emque o cliente precisava de validar encaixes de umconjunto. Daqui paraa frente a impressão 3D será solicitada em qualquer projeto.

Como vê a utilização da impressão 3D na indústria demoldes?

Existem casos em que o cliente demora cerca de 12 semanas para terpeças funcionais. Com o recurso à impressão 3D, em poucos dias, po-demos entregar umapeçamuito próxima da final emdiferentesmate-riais. Num projeto de 18 semanas, podemos poupar 2 semanas com aimpressão 3D e antecipar problemas futuros. Já imprimimos zonasmoldantes que depois encaixámos numa estrutura standard para vali-dar o conceito domolde e tirar umas amostras. Estou convencido quea indústria de moldes vai perceber rapidamente que a impressora 3Dtemdesermais umamáquinana fabricação, quenospermite sermaisrápidos e aumentar a qualidade final dos nossos moldes. Na bancadae no polimento, por exemplo, se os técnicos tiveremumexemplo físicodo artigo vão perceber melhor a mecânica do molde e conseguir re-sultadosmuitomelhores, ao nível do acabamento.

Como tem sido a utilização da impressora ao longo deste período?

Estamosmuito satisfeitos com esta aposta que fizemos para o futuro.A máquina que adquirimos é bastante versátil, cumpre perfeitamentecom as exigências dos nossos principais clientes, que estão no sectorda cosmética. Se a SMG trabalhassemuito coma indústria automóvel,provavelmente já teríamos sentido a necessidade de evoluir para umamáquina que fizesse bi-material.

Qual o seu balanço da parceria TCA vs SMG?

Temos grande proximidade com a TCA e trabalhamos como verdadei-ros parceiros nesta aventura da impressão 3D. Para um fornecedor demáquinas há umaspecto fundamental que é o serviço de assistência eaí estamos bastante satisfeitos, pois durante quase dois anos de utili-zação da tecnologia ainda não tivemosnenhumaparagemprolongada.O balanço desta parceria não podia sermais positivo.

Entrevista gentilmente cedida porMiguel Gonçalves, gerente da SMG.•

O MOLDE N105 04.2015 DESTAQUE HIGHLIGHT

STRATASYS 3D PRINTA SUA EMPRESA JÁ IMPRIME MOLDES?

João RinoTCA

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Introdução

Crê-sequeo início dosprocessosde fabricaçãoocorrerampelométodosubtrativo, há cercade8000anos. Estamosa referir-nosao corte depe-dra para produzir instrumentos básicos que auxiliavam nas atividadesde subsistência.

Um dos primeiros registos de processos aditivos pode ser encontradona Ásia ocidental, usando diferentes tipos de materiais e juntando-ospara criação de cestas.

Até final do século XVIII, a maioria da produção era realizada por arte-sãos locais, comopropósito de servir as comunidadespróximas.Nessaépoca, o transporte entre grandes distâncias era lento e, na maioriadas vezes, perigoso.

Depois veio a chamadaRevolução Industrial. Foi umaépoca emque seinventou muita tecnologia, à medida que estavam disponíveis novasfontes deenergia (vapor deágua, eletricidadee combustíveis deorigemfóssil). Desenvolveram-se processos químicos e de fabricação parapermitir umaproduçãomais eficiente e em larga escala. Estávamosnaeradamassificaçãoedoadventodosbensdeconsumo. Tambémsede-senvolveram novosmeios e vias de comunicação com o objetivo de fa-cilitar a entrega de bens, a longas distâncias.

O resultado foi umaextraordinária expansãodaatividadeeconómica, no-meadamente namaior parte domundo ocidental, que se adaptou cul-tural e socialmente à chamada economia demercado.

Fabricaçãoaditivaoufabricaçãodigital: o conceito

Fabricação aditiva (FA) é um termo genérico para um conjunto de tec-nologias e processos que estão em desenvolvimento há cerca de 30anos. Estas tecnologias atingiramumnível dematuridadequepermite,cada vez mais, aplicações comerciais de valor acrescentado, havendomesmoquemadvogue que se está a assistir ao início de umanovaRe-volução Industrial.

ASociedadeAmericanadeTestes eMateriais (ASTM), umaorganizaçãomundialmente reconhecida e líder no desenvolvimento de normas in-ternacionais, define fabricaçãoaditiva como: "Umprocessodeunirma-teriais para fazer objetos a partir de dados do modelo 3D, geralmentecamada sobre camada, em oposição a metodologias de fabrico sub-trativas ".

Comummente, os termos "fabricação aditiva" e "impressão 3D" sãoutilizados com omesmo significado.

Razõesparaadotarafabricaçãoaditiva

Diversas razões existempara que a FA esteja emexpansão e compre-visõesdecrescimentomuito fortenapróximadécada.Noentanto, oprin-cipal fator e que está na base das outras razões, prende-se com aviabilidadeeconómica depequenas séries, por oposição às tecnologiasde fabricação tradicionais, que devido ao elevado investimento neces-sário emengenharia,maquinaria e ferramentas faz comque os proje-

tos só tenham viabilidadeeconómica se forem pro-duzidosemgrandeescala.Todos os produtos têmdepassar a chamada escalamínimaeficiente paraquesejam economicamenteviáveis.

Partindo deste princípio,analisemos as oportuni-dadesqueaproduçãoadi-tiva proporciona:

Personalizaçãoemmassa / pequenasséries

A FA tem impacto na economia de produção reduzindo a escala mí-nimaeficiente. Emalguns casos, a FApodepermitir aos consumidoressatisfazer as suas necessidades individuais.

Vários estudos económicos mostram que a escala mínima eficientepara a FA pode ser alcan-çada a baixos volumes deprodução,muitas vezesparaumúnicoexemplar. Estede-sempenho contrasta com ocusto dos métodos de fa-brico tradicionais, nosquais,só após avultados investi-mentos em maquinaria eferramentas, é possível ini-ciar a produção.

A personalização emmassa é definida como a produção emmassa debens que atendam aos anseios específicos de cada cliente, individual-mente, a custos semelhantes aos dos produtos não customizados.Dessa forma, a personalização em massa oferece produtos únicos abaixo custo e com prazo de entrega relativamente curto.

Para além dos produtos que, pela sua essência, são únicos, como porexemplo próteses, implantes cocleares ou ortodônticos, há, hoje emdia, uma tendência para personalizar a generalidade dos bens de con-sumoque temosaonossodispor.AFA temumpapel relevantenestemo-vimento de personalização, pois é responsável pela viabilidadeeconómicadeprodutosqueemborasejamcomercializadosemlargaes-cala, têm características únicas.

Tambémna indústria demoldes para injeção plástica o fator de escalaé importantequandonecessitamosdeprotótiposoupequenassériesdepeças plásticas. Estas peças tanto podem ser obtidas diretamente porimpressão 3D, ou recorrendo a moldes construídos através de FA quepermitem injetar pequenas séries (até 200 peças). Neste caso, a prin-cipal vantagemépodermos, numcurto espaçode tempo, ter amostrasnomaterial em que a produção vai ser feita.

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FABRICAÇÃO ADITIVA –O NOVO PARADIGMA DA PRODUÇÃO

Pedro SaraivaIsicom Tec

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Liberdadedeformasgeométricas / Fabricaçãodepeçasimpossíveis de fabricarcomtecnologias tradicionais

A FA pode também facilitar abordagens de produção que são impra-ticáveis ou impossíveis através de métodos de fabrico tradicionais.Por exemplo, as boas práticas no projeto demáquinas oumoldes de-fendem a utilização do menor número de componentes, para tornaros mecanismos tão simplesquanto possível. No entanto, osprocessos de fabrico tradicio-nais,muitas vezes impõem limi-tações de design que podemelevar o número de peças ne-cessárias paraproduzir umpro-duto ou componente. Quando acomplexidadegeométricadeumcomponente aumenta, pode im-pedir que esse elemento seja produzido numa única peça, devido aquestõesdeacessibilidade internaouconfiguraçõesde superfície im-possíveis de maquinar. Um exemplo claro deste fenómeno é a inca-pacidadedemaquinar furaçõesquenãosejamretilíneas, o que impõeuma limitação clara a projetistas de diversas áreas. Um dos grandesâmbitosdeaplicaçãodaFAéaproduçãodepeçasmetálicasparaa in-dústria demoldespara injeçãoplástica. Comrecursoa tecnologias deDirect Metal é possível produzir postiços com canais de refrigeraçãoconformados ao artigo plástico. Ao produzir canais de refrigeraçãosem limitações geométricas é exequível controlar, de formamais efi-ciente, a temperatura do molde/artigo plástico. Se o projeto destescomponentes de refrigeração for apoiado em resultados de simula-ção por elementos finitos (estudos de simulação de enchimento) épossível obterumaeficiênciamáximanocircuitode refrigeração, oquepode reduzir até 30% o tempo de ciclo domolde.

Outraáreadeatividadeondeacomplexidadedoscomponentes tornama FA uma realidade incontornável é a indústria aeroespacial. A utili-zação da FA para produzir injetores de combustível e câmaras decombustãoemmotoresdeaviõesesatélitesespaciais sãobonsexem-plos da capacidade de produção deste tipo de tecnologias. Pela utili-zação da impressão 3D recorrendo à tecnologia de Direct Metal épossível fabricar numa única peça, um componente que anterior-mente exigia a soldadura de 20 pequenas peças. A adoção daFAparaa nova peça, conduziu à diminuição de não conformidades aomesmotempo que produz uma peça com menor peso, um atributo funda-mental para a atividadeaeroespacial, pois estádiretamente relacionadocomoconsumode com-bustível.

Conclusão

AFA vem romper comalguns dos pilares que sustentaramaRevolu-ção Industrial e têmregidoaeconomiadospaísesdesenvolvidos.Comrecursoà impressão3D foi possível reduzir a escalamínimaeficiente,o que introduz, nas organizações de hoje, um novo paradigma: con-seguem um custo unitário baixo e constante desde a primeira peça,aomesmo tempo que deixam de ter limitações geométricas que de-limitam a atividade técnico-criativa dos engenheiros.

Estes dois fatores combinados, abrem caminho a sistemas cada vezmais eficientes e adaptados à sua funcionalidade específica o que,semdúvida, vai renovar a forma comodesenhamos, projetamos e fa-bricamos os nossos produtos.•

DESTAQUE HIGHLIGHT

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O que as empresas concebem de forma singular e inovadoraWhat our companies concieve in a singular and innovative way

INOVAÇÃOINNOVATION

CoolMOULD – Eficiência energética no controlo da temperatura do moldeCoolMOULD – Energetic efficiency on mold temperature control

MicroHANDLING: projeto, produção e manipulação de micropeças

A monitorização das tecnologias

Roadmap tecnológico 2014 – 2020 para o Engineering & Tooling

DESTAQUES PELA DIFERENÇAInTrain - Investigação e desenvolvimento de componentes para interiores ferroviários

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INOVAÇÃO INNOVATION O MOLDE N105 04.2015 39

O projeto inTRAIN teve origem numa visão conceptual, partilhada porvárias empresas, para o interior de uma carruagem ferroviária do fu-turo orientada para a sustentabilidade. Juntando competências emdi-ferentes áreas, esta iniciativa é viabilizada por um grupo de empresase instituições de I&DT portuguesas: SETsa - Sociedade de Engenhariae Transformação, SA (Grupo Iberomoldes); Optimal Structural Solu-tionsLda;Almadesign, Conceito eDesenvolvimentodeDesignLda;ASTActive Space Technologies, Actividades Aeroespaciais SA; INEGI - Ins-tituto deCiência e Inovação emEngenhariaMecânica e Engenharia In-dustrial; ISQ– InstitutodeSoldaduraeQualidade; eSpin.Works,SA-que,acima de tudo, demonstram as capacidades inovadoras do design deproduto existentes emPortugal -www.intrain.pt.

Oprojeto inTRAINdesenvolveu-se tendocomoobjetivoaconceçãodeumacarruagem ferroviária de comboio suburbano, focada na integração demateriaise tecnologiasecoeficientes, facilidadedeutilizaçãoedesign ino-vador.Adicionalmente, foi objetivodoprojetodesenvolverecriarascom-

petências para conceção e desenvolvimento das soluções técnicas efuncionais para interiores ferroviários, com recurso a novasmetodolo-gias de projeto e com a integração de novosmateriaismais ecoeficien-tes, mais confortáveis e com soluções globaismais integradas.

As soluções desenvolvidas no âmbito deste projeto focaram funda-mentalmente cinco grupos distintos: (I) Teto, painéis laterais e pavi-mento; (II) Bancoseacessórios; (III) Bagageirase condutas; (IV) Janelas,caixilhos e portas; (V) Sistemas de Infotainment.

Os fundamentos iniciais da criação do projeto visamainda a criação deumprotótipode interiordeumveículo ferroviáriodecomboiosuburbano,integrador e demonstrador de várias áreas de competência, com ca-racterísticas diferenciadoras nas áreas científicas do design industrial,engenharia demateriais compósitos e engenharia eletrónica e eletro-técnica, tendo por base a criação de peças emmateriais compósitos emetálicos, que possibilitará a geração de uma nova imagempara a in-dústria fornecedora do sector ferroviário. Tecnicamente, o projeto pre-

DESTAQUES PELA DIFERENÇA

INTRAIN - INVESTIGAÇÃO EDESENVOLVIMENTO DE COMPONENTESPARA INTERIORES FERROVIÁRIOSPedro Pereira*; Leonel de Jesus*; JoaquimMenezes**SET - Sociedade de Engenharia e Transformação S.A.

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tende desenvolver novas soluções para o design de interiores ferroviá-rios decorrentes da arquitetura do produto.

O interior da carruagemcaracteriza-sepela otimizaçãodoespaçoparaa circulação de pessoas e conforto do utilizador relativamente às solu-ções atuais, onde as formasorgânicas danatureza foramagrande ins-piração.

O teto apresenta uma artéria central que integra os sistemas de ilumi-naçãoLED, quepermite alterar a intensidadeda luzproporcionandodi-versosambientes em funçãoda luznatural, das condições climatéricasedaestaçãodoano.Neste elemento, está também integradoosistemadesomedistribuiçãodearquese ramificaparaopórticodeentrada, in-tegrando as estruturas de apoio e acesso, esclarece amesma fonte.

Oprojeto apostanautilizaçãodemateriais compósitos certificadosparao fogo M2/F2 e em estruturas de painéis modulares com vista à fácilacessibilidade à estrutura primária da carruagem, permitindo a suafácil manutenção e substituição, contribuindo também para a levezada solução final.

Por sua vez, os bancos, de construçãomodular, comdiferentes tipolo-gias e upgrades, são construídos também em materiais compósitos,revestidos com espumas e tecidos mais resistentes, confortáveis e defácil limpeza. No âmbito de sistemas de infotainment e som, foi desen-volvido um interface que para além de proporcionar informação e en-tretenimento, transmite informações comoa temperatura, a qualidadedo ar, a humidade e sinalização de ocupação de lugares, bemcomo in-formação complementar sobre a viagem.

Emsuma, as soluções, emconjunto, e relativamente aosmodelos con-vencionais, possuemdiversas vantagens comparativas, nomeadamenteamodernidade, mais espaço interior para beneficiar amobilidade dospassageiros e, sobretudo, a aplicação demateriais recicláveis, ou seja,a apresentação de uma soluçãomais ecológica.

Deve ainda enfatizar-se que o desenvolvimento deste projeto tem pro-duzidoefeitos no interessede vários intervenientes para as soluções al-tamente inovadorasqueoconsórcio sepropôsadesenvolver e introduzirno mercado e que possibilitarão a geração de uma nova imagem paraa indústria fornecedoradosector ferroviário.Oprojeto inTRAINmarcaráo reinicio da atividade ferroviária nacional no desenvolvimento e cons-trução de carruagens, que vai desde o design à construção de protóti-pos, bem como à sua produção em série. Essa motivação traduz-seessencialmente, noacreditar queabase industrial portuguesaé ricaemcompetências técnicas edenegócio e queas empresas são capazesdeevoluir nacadeiadenegócio, istoé, podemsair do statusde fornecedoresdemateriais ou componentes simples e assumirem-se como integra-

dores de sistemas ou subsistemas.

Desdemeados da década de 80 que aSETsa temvindo a orquestrar umconjunto alargado de competências ao nível da conceção, desenvolvi-mento e industrialização de soluções técnicas e funcionais para novosprodutos. Desde a fundação da empresa, o sector dos transportes foiidentificado como sector alvo. A SETsa tem vindo a trabalhar em varia-dos sectores industriais, com exigências e desafios diversos, que lhepermiteapresentarpropostasedesenvolver soluções inovadoras, coor-denandocompetênciaseusando tecnologiasque, de formacompetitiva,são aplicadas desde a produção de protótipos funcionais, pequena egrande série de produção. A SETsa tem tido uma presença mais ex-pressiva na indústria automóvel e é tambémcombase nesta experiên-cia,queanossa intervençãonossectoresaeronáuticoe ferroviáriopoderáser aindamais potenciadora de novas soluções.

Esta iniciativa teve, e continuaa ter, umforteefeito impulsionadordepo-sicionamento da indústria portuguesa nomapa de uma das indústriasmais atrativas da economia global.

O projeto inTRAIN foi apresentado pela primeira vez a 30 de janeiro de2015, numevento promovido pelo consórcio, nas instalações da EMEF,na Amadora, e contou com a presença de distintas Organizações Na-cionais e Internacionais. Adicionalmente, oprojecto inTRAIN foi tambémuma das presenças no Pavilhão Nacional integrado na INNOTRANS2014, que teve lugar emBerlim, na Alemanha.

Este projeto, para além de soluções de ambiente e ambientais, visou,como notado atrás, outras propostas tecnológicas – desafios - que ne-cessitamdedesenvolvimentosmais detalhados e certificação ferroviá-ria especifica das soluções a encontrar. Nesse sentido, o consórciopensa continuar a trabalhar nodesenvolvimento deprojetos parcelaresque irão dar continuidade ao inTRAIN.

Reforçando o interesse emdivulgar o projeto à comunidadenacional, oinTRAINesteve presente, durante todoomêsde fevereiro, junto aoEdi-fício daResinagem, naMarinhaGrande, integrado namostra dedicadado Grupo Iberomoldes, na Coleção Visitável “Esculpir o Aço”.

Agradecimentos

Trata-se de um projecto em copromoção, no âmbito do Quadro de Re-ferência Estratégico Nacional (QREN), Sistema de Incentivos à Investi-gação e Desenvolvimento Tecnológico (SI I&DT), que teve início emfevereiro de 2012 e com uma duração de 36meses.

Oprojecto temum investimento total de1.6milhõesdeeuros, dosquais980 mil euros foram cofinanciados no âmbito do Programa Operacio-nal Factores de Competitividade – COMPETE e pelo Fundo Europeu deDesenvolvimento Regional.•

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Os mercados continuam em grandeevolução disponibilizandonovos pro-dutos a clientes cada vez mais exi-

gentes e emmaior número, assistindo-se, por isso, a um aumento dapressãosobreautilizaçãodos recursosedosmeiosprodutivos. Assim,por um lado, temos ummercado globalmais alargado, que pressionaos sistemas para aumentar a produção de bens e serviços, e por ou-tro, a necessidade de respeitar as diretivas legais, nas vertentes ener-géticas, ambientais e societais que procuram assegurar asustentabilidade dos recursos e dos sistemas.

Para responder aos novos desafios assiste-se a umaenormeevoluçãotécnica e científica com os diferentes players a criar novas tecnologiase soluções, nomeadamente novos materiais que exibem novas pro-priedades com comportamento específico a nível mecânico, térmicoou elétrico, podem ser transparentes, translúcidos ou opacos, podemsermacios, duros, flexíveis, e que podem ser utilizados em aplicaçõesde baixo peso, novas funcionalidades, produtos com elevada resistên-ciamecânica, química e ambiental.

Esta evolução irá continuar pelas próximas décadas comas atividadesprodutivas a beneficiarem de novas tecnologias de design, simulação,novos materiais, conduzindo a uma acentuada alteração dos modelosde negócio, e a novas opções de escala demercado.

O avanço na área dos materiais já é visível com o desenvolvimento denovosmateriais de baixo peso e a sua utilização nas indústrias ligadasàmobilidade, em particular a automóvel e a aeronáutica.

Nas novas tecnologias de produção, em particular as aditivas, obser-vamosquedesenvolveramnovas capacidadese trazemnovas soluçõese conceitos produtivos que irão revolucionar a produçãomais conven-cional e a forma de obtenção dos produtos. Na mesma linha, ao níveldas áreas produtivas assistimos a uma expansão das filosofias asso-ciadasà recolhae reciclagemdemateriaisparautilizaçãonosnovospro-dutos, que já apresentam níveis de produtividade e eficiência muitoelevados.

Também ao nível dos sistemas de informação se observam grandesevoluções com a utilização de conceitos de informação associada aosprodutos e processos, informação esta, que é suportada por soluçõesanalíticas avançadas, tecnologias sociais e à utilização de dispositivosinteligentes paramonitorizar os equipamentos deprodução, as cadeiasde fornecimento, os produtos em uso, trazendo inteligência ao modocomo as coisas são concebidas, produzidas e utilizadas.

Tudo isto acarreta novos desafios à indústria do Tooling, obrigando aoacompanhamento mais próximo das evoluções e o desenvolvimentomais rápido de soluções demoldes e ferramentas capazes de respon-der, em tempo e qualidade, a esses desafios. As empresas devem de-senvolver conhecimento detalhado sobre os diferentes mercados nasua envolvente, emparticular os emergentes, recolhendo informações

sobre as suas necessidades específicas e requisitos.

OpresenteROADMAP tecnológicodoEngineering&Toolingpretendeseruma ferramenta estratégica de apoio à indústria, que permite identifi-car e traçar caminhos de desenvolvimento futuro. EsteROADMAPestáalinhado com a Estratégia do cluster, ao nível da prospeção e vigilân-cia tecnológica, e identifica as principais tendências tecnológicasmun-diais (eeuropeias), as competências científicase tecnológicasdocluster,e alguns dos novos desenvolvimentos tecnológicos e científicos, nosdomínios das tecnologias avançadas de produção (do tooling). Este do-cumento sistematiza as tendências e os principais caminhos de de-senvolvimento tecnológico, que podem servir de guia e inspiração àsdecisões de Investimento, I&D e de Inovação do cluster, no período2014-2020.

O sector deverá posicionar-se nas áreas consideradas como próximosdesenvolvimentos, e o fabrico de novos produtos, ainda que utilizemosmesmosprocessos, sendo relevantes as áreas dasmicro enanotecno-logias. A avaliação das tecnologias de fabrico avançadas não deve ape-nas abranger as novas ou emergentes tecnologias, deve antes focar aeficiênciadecada tecnologia, a suaprodutividade, a sua integraçãoe res-posta aos requisitos que omercado coloca.

A área dos materiais está em franca evolução com o desenvolvimentode novas soluções como resposta às solicitações de mercados cadavez mais exigentes, contando-se os materiais do bio e eco, os novosmateriais funcionais, os materiais inteligentes e multifuncionais, astecnologias de superfície e os revestimentos. Os biomateriais e os eco-materiais destacam-se pela sua relevância no âmbito das políticas desustentabilidade e segurança. Os biomateriais envolvemmateriais po-liméricos e compósitos de origemnatural ou sintéticos, comoas fibrasnaturais, osmateriais bioativos, osmateriais biocompatíveis, e osma-teriais biodegradáveis. Os ecomateriais são materiais mais harmoni-zados com o meio ambiente, isto é, têm uma menor carga sobre oambiente ao longo do seu ciclo de vida.

Os materiais funcionais como os materiais fotocromáticos, materiaispara impressão fotolitográfica, iluminação LED, painéis de iluminaçãoeécrans eletrónicos flexíveis,materiais compropriedadesmagnéticas,e osmateriais inteligentes emultifuncionais onde sedestacamos cha-madosmateriais sensitivos ao ambiente, materiais autoreparáveis, osmateriais commemória e os sensores químicos. Os sectores damobi-lidade, aeronáutica e automóvel, sãomuito dinâmicos e procuramma-teriais de elevada resistência e desempenho mecânico com reduzidopeso específico, como os compósitos.

A evolução ao nível das tecnologias de superfície envolve os materiaise revestimentos commaior resistência àerosão, à agressãoquímica, aocalor, às condições climatéricas adversas e extremas, antirriscos, su-perfícies antirreflexão, fácil de limpar, anti-gelo, anti-bactérias, baixoatrito, entre outras propriedades que proporcionammelhor desempe-nho dos produtos.

ROADMAP TECNOLÓGICO 2014 – 2020PARA O ENGINEERING & TOOLING

António BaptistaCentimfe

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INOVAÇÃO INNOVATION

Aonível dasnanotecnologias podemdestacar-se os revestimentos eosmateriais nanoestruturados. A aplicação destes materiais está hojedisseminadapelos semicondutores, eletrónica emateriais estruturais.Os avanços nos nanomateriais requerem uma visão de longo prazo,comcontínuos investimentos de recursos técnicos e tecnológicos paraaplicação na indústria.

Os processos de fabrico avançados envolvem várias áreas de atuaçãodo Tooling. Aqui, destaque-se o Eco-Design / Conceção e Técnicas deEngenharia que abrange o desenvolvimento de produtos sustentáveis,procurandoseguiraspreocupaçõesquevisamareduçãodo impactoam-biental dos produtos, tendo em conta todo o seu ciclo de vida. Aqui de-vementrar os aspectos de extração dasmatérias-primas, a produção,a distribuição, a utilização e o final de vida seguindo sempre as práti-cas sustentáveis.

Os Processos de Fabrico Eco-Eficientes e o fabrico sustentável envol-vem a utilização de processos produtivos emateriais seguindo uma fi-losofia de minimização da pegada ecológica. As preocupaçõesassociadas à produtividade e inovação organizacional, como fatorespromotoresde competitividade, as preocupações comasquestõesam-bientais, a legislaçãocada vezmais restritiva, têm levadooToolingaado-tar medidas para a redução dos seus impactes ambientais negativos.O incremento da sustentabilidade envolve muitas áreas de conheci-mento, contando-se, entre outras, a gestão de processos, a engenha-ria mecânica e a engenharia dosmateriais.

As ferramentas de simulação são imprescindíveis na indústria comomeio de assegurar a fiabilidade dos processos e um aumento da pro-dutividade.As ferramentasdesimulaçãosuportadasemavançadohard-ware e software permitem a realização de modelos cada vez maisdetalhadoseprecisos, cujos resultadossãomuitopróximosda realidade.

A coengenharia envolve atividades colaborativas dediferentes áreas daengenharia, nosentidoderesponderemadesafioscomuns,podendo tra-balhar de forma integrada (fisicamente próximos e mesmas ferra-mentas) ou distribuída (fisicamente afastados e com ferramentassimilares). O conceito de Engenharia Integrada é fundamental na in-dústria de tecnologia intensiva como é o caso do Tooling, onde a inte-gração das tecnologias permite reduzir erros de comunicação eaumentar a sua competitividade e reduzir tempos de time tomarket.

A AutomaçãoAvançada e asCélulas deProduçãopodemvariar de em-presa para empresa. No entanto, os resultados esperados serão umamaior eficiência, produtividade e precisão. A implementação nas em-presas do Tooling de soluções de automação avançada e de células deprodução suporta-se emsistemas centralizados de informação, siste-mas integrados de CAD/CAM, robots e máquinas com controlo auto-mático e inspeção.

A fábrica digital envolve a utilização de sistemas integrados de gestãoda informação que permitem a simulação, visualização tridimensio-nal, computação analítica e ferramentas colaborativas para criação deprodutos eprocessosprodutivos. As atividades colaborativas envolvem,entre outros conceitos, odesign formanufacturability (DFM), o fabrico in-tegradopor computador (CIM), o fabrico flexível e o leanmanufacturing.

A produção em pequenas séries apresenta vantagens consideráveispara as empresas do Tooling, caso se suporte no LeanManufacturing eparametrização validada, mesmo que envolva peças de geometria di-ferente, mas com aspectos comuns, nomeadamente os processos, asferramentas de corte, entre outros.

As tecnologias de Fabrico Aditivo (AM – Additive Manufacturing), nas

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suas vertentes polimérica e metálica, estão a ter impacto nas cadeiasde desenvolvimento de produto e fabrico emmuitos sectores. A evolu-ção destas tecnologias nos últimos anos, torna-as capazes de resolveruma série de dificuldades na área do Tooling ao nível da complexidadegeométricae, particularmente, no fabricodemoldes, nadefiniçãodeca-nais de controlo de temperatura comgeometria complexaemais adap-tados a cada peça a moldar. Estas tecnologias apresentam já algumadinâmicano fabricodepeças, destacando-seacapacidadede reproduzirelevada complexidade geométrica, a flexibilidade à dimensão dos lotese a capacidade de customização dos produtos.

A tendência atual compreende a introdução e integraçãodestas tecno-logias, ou das suas soluções, no ciclo produtivo de uma empresa deTooling, estandoaser feitos esforçosparaqueosprocessos respondamcada vez mais às exigências do sector. Esta tendência é apoiada pelasrecentes medidas da União Europeia, que elegeu estas tecnologiascomo fundamentais para ajudar a enfrentar algunsdos seus atuais de-safios, procurandosoluçõesquesuportemocrescimentoea criaçãodeempregos de forma sustentável.

A micromaquinagem engloba os métodos de fabrico, as tecnologias,os equipamentos, as estratégias organizacionais e os sistemas para amanufatura de produtos e figuras à escala sub-milimétrica. Por outro

lado, amicromaquinagemtemdesersuportadapordiferentesatividadesonde se incluemo design, a análise, osmateriais, os processos, as fer-ramentas, os equipamentos e a gestão operacional, etc.

A diversidade demicroprodutos abrange um leque alargado, e que vaidesdeprodutos para amicroeletrónica,micromecânica e amicro- -ótica, à combinação das várias soluções.

As operações in-mold, nomeadamente in-mold labeling (IML) e in-molddecorating (IMD), permitem uma grande flexibilidade de conceção daspeças, em especial as que necessitam de trabalho após injeção comografismos, decorações variadas incluindo diferentes cores, efeitos etexturas.

As operações in-mould assembly permitem eliminar operações poste-riores demontagemquemuitas vezes são complexas eapresentamdi-ficuldades tecnológicas acrescidas e conduzem a custos elevados,nomeadamente a montagem de componentes utilizando clips, solda-dura ou comoldação de componentes demateriais incompatíveis.

Os desenvolvimentos no processo demicroinjecção procurammelho-rar o processo, alargando o leque demateriais processados e respon-der comcadeias de fabrico capazes de satisfazer os requisitos técnicose funcionais deprodutosmultimateriais e complexos que caracterizam

os mercados emergentes. São áreas funda-mentais de investigação: osmateriais biocom-pativeis; os nanocompósitos; os polímeros dearquitetura complexa com formulações de pósmetálicos e cerâmicos; polímeros reciclados.

Por outro lado, os polímeros têm algumas li-mitações relacionadas com o seu processa-mento, nomeadamente intervalos detemperatura de processamentomuito aperta-dos, queporsi sósedesdobramemnovasáreasde investigação.

O fabrico e amontagemde peças de dimensãoinferior ao milímetro levantam uma série denovas questões relacionadas com a reduzidadimensão. As micropeças possuem dimensãoe peso muito pequenos, pelo que têm de sermanipuladas com precisão e delicadeza, en-volvendo a retirada da peça, o agarrar a peça etransportá-lanaposição corretaparaumaáreade controlo ou verificação, oumontagem.Éne-cessário criar sistemas adequados a esta tipo-logia depeça, considerandoageometria e suaspropriedades.

O seguintegráfico apresenta a visãoponderadade um conjunto de entidades que integram aEuropean Tooling Platform (http://toolingplat-form.manufuturenet.eu/en/european-tooling-platform-1) relativamente aos novosdesenvolvimentos em diferentes áreas tecno-lógicas e aos desafios e estratégias de I&D,marketing e decisões de investimento do Too-ling a curto,médio e longoprazo (visão 2020).•

F1 – Ponderação da importância dos novos desenvolvimentos nas diferentes áreas.

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A tecnologia refere-seaquestões teó-ricas e práticas relacionadas com oconhecimento, competências e equi-pamentos que podem ser utilizados

no desenvolvimento de produtos e serviços, bem como na sua produ-ção. A tecnologia podeestar naspessoas, nosmateriais, nos processosfísicos e cognitivos, nas instalações, nos equipamentos e ferramentas.

Assume-sehoje, quea informação tecnológica se tornouumavantagemimportantenomundo industrial, emparticularparaasempresasdebasetecnológica que enfrentam ummercado onde o ciclo produtivo é cadavez mais curto e o ambiente é cada vez mais competitivo. Assim, asempresas devem dedicar progressivamente mais recursos ao desen-volvimento de umsistema contínuo de gestão da tecnologia dada a suaimportância para o sucesso futuro.

Émuito importante considerar e acompanhar as tecnologias que pos-sam ser determinantes para os produtos futuros ou para o desenvol-vimento futuro da empresa favorecendo um impacto disruptivo comastecnologias presentes ou atuais, visando um posicionamento mais

competitivo nomercado. O acompanhamento da evolução e amonito-rização da tecnologia fornecem informações importantes na fase deaquisição de novas tecnologias ou equipamentos que possam contri-buir para melhorar a performance das empresas, em particular emalguns aspectos considerados pertinentes comoa redução do setup, aredução da movimentação, a melhoria da qualidade e a redução dodesperdício.

A evolução tecnológica, que se caracteriza normalmente pelo aumentodacomplexidade, é tambémmuito rápida levandoaumadificuldadedasempresas na obtenção das informações importantes que suportemosdiferentes investimentos, pelo que antes de qualquer decisão relativa-mente a uma qualquer tecnologia é necessário identificar os objetivosque se pretendem atingir com a mesma. Assim, na monitorização deuma tecnologia é necessária umaabordagempragmática para reduzira complexidadedos eventuais cenários que irão surgir e assegurar queo foco semantém. Esta abordagem deve responder a várias questões,nomeadamente:• Qual a razão paramonitorizar uma determinada tecnologia?

A MONITORIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS

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• A tecnologia responde às necessidades?• Quem domina a tecnologia?• Quem pode realizar a transferência de tecnologia?• O que tenho de fazer para endogeneizar a tecnologia?

O sector do Tooling possui competências nas várias tecnologias de fa-brico nomeadamente na fresagem, no torneamento, na electroerosão,na retificação e, sabe que cada uma das tecnologias tem característi-cas específicas para responder aos requisitos das peças e componen-tes. Assim, na fase demonitorização das tecnologias cada umadessascaracterísticas deve ser ponderada, destacando-se como exemplos:• Zonas com negativos;• Reduzido valor de rugosidade;• Paredes finas e esbeltas;• Geometrias complexas;• Materiais com elevada dureza;• Precisão e rigor dimensional.

A fresagemdecincoeixos (maisde trêseixos) éumbomexemplode tec-nologia em expansão que necessita de um acompanhamento próximoeprioritário, pela importância que assumenesta indústria. Esta tecno-logia, sendo muito flexível, permite realizar geometrias complexas eprocessar os diferentes materiais. No entanto, estima-se pela expe-riência do sector, que autilizaçãoda tecnologia de fresagemcomcincoeixos emcontínuoéapenasobrigatória emcercade5%dasgeometriasproduzidas, pelo que os desafios da indústria passam pelo desenvolvi-mento das competências e de novasmetodologias de trabalho no sen-tido de dinamizar e flexibilizar as opções na cadeia de produção.

Asmotivações paramonitorizar uma tecnologia devem estar perfeita-mente estabelecidas, pois afetarão o tipo de tecnologia que se procurae os parceiros que participarão neste trabalho. As motivações podemassumir diferente natureza, nomeadamente as opções estratégicas, amodificaçãodecompetências, oaumentodaeficiênciaea respostaàen-volvente.

A opção estratégica de monitorizar fornece as linhas de orientaçãopara o acompanhamento das tecnologias, devendo ser comparada aresposta de cada tecnologia aos objetivos estratégicos.

Amodificação de competências pretende preencher lacunas internas,por vezes associadas a tecnologias em fimde vida, eliminando lacunaspontuais ehabilitandoaempresaparaaproduçãodenovosprodutos oucommaior complexidade ou valor acrescentado.

Oaumentodaeficiênciaestá associadoànecessidadede reduzir o timetomarket, apoiadaemnovas capacidades internas. A introduçãodasno-vas tecnologias, se bem concretizada, contribui para a redução do de-livery time epara a reduçãode custos, ainda para aumentar o interessedo cliente em fomentar futuros negócios.

Aexploraçãoda tecnologia envolve a capacidade de autilizar em todasas suas potencialidades para responder à dinâmica domercado. Antesde entrar para ummercado emparticular e de apostar na aquisição datecnologia é fundamental assegurar que existe a capacidade de a ex-plorar rentavelmente.

A envolvente competitiva das empresas é determinante para a formacomoé realizada amonitorização das tecnologias. A introdução de no-vas tecnologiasmelhora a perceção interna da empresa e reduz o sen-timento de vulnerabilidade face a ameaças externas e concorrência.Ao mesmo tempo permite a entrada da empresa de forma mais con-fortável em novosmercados ou emmercados emergentes.

A atividadedemonitorização das tecnologias deve ser contínuana em-presa e pode ser realizada demodo formal ou informal. Estamonitori-zação pode ser realizada pelos técnicos internos da empresa, quediariamente fazemas suas pesquisas e contactos e nesse trabalho re-colhem informação pertinente ou pode ser realizada por entidades ex-ternas, a quem se atribui uma tarefa específica. Assim, quando asempresas não têm meios e recursos para proceder à monitorizaçãodas tecnologias ou à modificação da sua base tecnológica devem so-correr-se de entidades reconhecidas em cada uma das áreas especí-

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Tabela 1 – A utilização da tecnologia por sector.

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ficas.

As entidades do Sistema Científico e Tecnológico (SCT) estudam astecnologias, osprocessoseasuautilização, edetêm,emregra, umbomdomínio de conhecimento das várias tecnologias a um nível mais ex-perimental e embrionário, e menos industrial. Todavia, são um exce-lente ponto de partida para a monitorização e implementação dastecnologias.

Os projetos de I&DT proporcionam a apropriação de novos conheci-mentos, a experimentação e a troca de experiências sobre as tecnolo-gias. Estes podem ter como objetivo a criação de uma tecnologia ou oestudodamesmaquandoaplicada aumdeterminadoproduto. Destesprojetos podem resultar dadosmuito interessantes sobre a utilizaçãodasmesmas em diferentes condições, quais as gamas de utilização eos limites das mesmas. Destaque-se entre os recentes projetos deI&DT, o projeto ToolingEDGE – Produção Sustentável de Elevado De-sempenho, projeto âncora do Polo Engineering & Tooling. Este pro-porcionouacriaçãodenovos conhecimentosnas tecnologiasnuclearesdo sector do Tooling (fresagem, furação, torneamento e eletroerosão)e o desenvolvimento dasmelhores práticas deutilizaçãodasmesmas,o desenvolvimento de novas tecnologias aplicáveis a peças e compo-nentes de dimensãomicro, e a aplicação das tecnologias a novos sec-tores demercado.

Amonitorização de uma tecnologia deve servir para apoiar a empresaa integrar essa tecnologia na sua estrutura funcional e retirar daí re-sultados eganhosestratégicos. Para isso, é necessário garantir queosresponsáveis pelo fornecimento da tecnologia disponibilizam o Know-how ou realizama transferência de tecnologia. Se estas condições nãoestiveremasseguradas, a tecnologia deve ser descartada ou, deve ga-rantir-se que as limitações daí resultantes não condicionam a produ-ção normal.

O sector do Tooling procura acompanhar as tendências dosmercadosdemaior valor acrescentado (automóvel, aeronáutica, saúde, energia,eletrónica eembalagem), e estes estãoadirecionar-separa áreas con-sideradas como desenvolvimentos do futuro próximo, envolvendo no-vos produtos de características dimensionais e morfológicas à escaladomicrómetro ou novosmateriais avançados.

Poresta razão, amonitorizaçãodas tecnologiasnãodeveapenasabran-geras tecnologiasemergentes, antesdeve focaraeficiênciadecada tec-nologia, a sua produtividade, a sua possibilidade de integração e arespostaaos requisitosqueomercadocoloca.Refira-seaindaqueaevo-luçãodas tecnologiaspode levar à alteraçãodosparadigmasde fabricodosmoldes e das peças. Veja-se o caso das tecnologias aditivas que jádisponibilizampeçasmetálicas de elevada qualidade equepodemserutilizadas comopeças finais ou semifinais para incorporar na cadeia defabrico convencional do Tooling.

A tecnologia e omercado (das tecnologias) estão constantemente emevolução, disponibilizando soluções inovadoras queprocuram ir aoen-contro das necessidades da indústria e emespecial dos seus clientes.Com estas soluções é possível ao sector de E&T responder positiva-mente aos requisitos de cada umdos sectores destinatários dosmol-des, ferramentas, peças e componentes.

Documento elaborado no âmbito do projeto InTooling.•

INOVAÇÃO INNOVATION

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OmicroHANDLING – Projeto, Produção eManipulação deMicropeçasé um projeto proposto no âmbito do Sistema de Incentivos à IDT, pro-jetos emcopromoção, comvigência entre setembro de 2013 e junhode2015. Este projeto tem como promotor líder a empresa EDILÁSIO, ecomo copromotores o CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústriade Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos e o IPN – Instituto Pe-dro Nunes.

O projetomicroHANDLING visa o desenvolvimento de umanova cadeiade valor direcionada para o fornecimento de moldes, de sistemas demanipulação emontagemparamicropeças. Esta cadeia deve integrareficientemente todas as operações de produção de moldes e micro-peças moldadas por micro-injeção, desde a conceção ao fabrico doproduto ou processo ao seu embalamento, envolvendo desde logo osclientes.

A microinjeção e o desenvolvimento de micropeças trouxeram novosdesafios ao sector do Tooling, obrigando à mudança dos paradigmasno projeto e fabrico do molde, na manipulação e controlo das peças.Por outro lado, levouanovosdesafios aonível do conhecimentodosma-teriais, ao desenvolvimento de novosmateriais adaptados à nova rea-lidade e à exploração do limite da capacidade das tecnologias defabrico.

A literatura não é clara e definitiva quanto à classificação do queé uma micropeça, mas a comunidade em geral aceita que umamicropeça é uma peça que tem dimensões reduzidas ou porme-nores na ordem do micrómetro. Os produtos alvo da tecnologiaaqui proposta são microfiltros, microcaixas e malhas de LED´s,componentes micro-ótica, sensores, representadas por peçasde dimensões muito reduzidas, diâmetro inferior a 5 milímetrosou figuras com diâmetro inferior a 0,05 milímetros ou paredes in-feriores a 0,15 milímetros, que são compostos por uma ou maispeças formando um conjunto complexo.

Umacaracterística daspeças ou conjuntos depeças quemontamumasnas outras é o facto de terem tolerâncias compatíveis entre elas. Estacaracterísticamantém-sequando se fala emmicropeças, para as quaisas tolerâncias se reduzem para a ordem domicrómetro.

As vertentes do projeto do molde para micropeças e dos sistemas demanipulação não têm sido alvo de estudo no sector do Tooling, e dadoque é umanecessidade premente, os copromotores propuseram-se a

criar conhecimento tecnológico nestas áreas, o que conduzirá ao de-senvolvimento de novas competências técnicas e tecnológicas, novasmetodologias, e à sistematização dos conhecimentos necessários paranormalizar as soluções de conceção e fabrico de moldes para micro-peças.

As condicionantes aonível da produçãodemoldesparamicropeçasnãosão conhecidas na totalidade e as tecnologias evoluem ao longo dotempo, permitindo amelhoria dos processos e/ou a introdução de no-vas soluções. Assim, é necessário definir umconjunto de regras de de-sign que incluam e descrevam essas condições e limitações, epromovam a utilização de alternativas.

O projeto, o design, o fabrico e amontagem demicropeças são condi-cionados pelas tecnologias de fabrico e demanipulação disponíveis eestão por isso sujeitas a um grande número de limitações. Durante afase de desenho damicropeça, a função, a forma, o peso, osmateriais,as dimensões e propriedades de superfície devem ser analisadas econsideradas para definir o processo ou a gama de fabrico.

Asmicropeças possuemdimensões e volumes inferiores ao volumedematerial que constitui o conjunto dos canais e gitos de injeção, reco-nhecendo-se como enorme desafio encontrar soluções que propor-cionem boas condições de enchimento, assegurando que o polímeronão sedegradaenquanto permaneceno fusodamáquinade injeçãoatéser injetado.

A localização do ponto de injeção tambémafeta o enchimento das pe-ças e as características das linhas de união de fluxo, como acontece anívelmacro, sendoqueestes fatores sãomultiplicados pelas condiçõesde processamentomais agressivas devidas à dimensão. Por exemplo,a nívelmacro quando o ponto de injeção não pode ser visível, reduz-sea sua dimensão ou desloca-se para uma zona estrategicamente defi-nida.Nasmicropeçasumdefeito devido aoponto de injeção com25mi-crómetros não é visível a olho nu,mas pode ser um problema quandose observa aomicroscópio.

Umaspecto fundamental do projetomicroHANDLING consiste emde-senvolver metodologias e técnicas para manipular micropeças tendoem conta as restrições à sua produção, utilização, carga, medição, eteste. Os aspectos do processo de desenvolvimento incluem todas asrestrições especiais, condições de contorno, de superfície ou requisi-tos demontagemou funcionalidade. Eles dependemda tecnologia uti-lizada e, portanto, da capacidade de fabricar, por exemplo, com astolerâncias e qualidades de superfície necessárias.

As micropeças possuem dimensão e peso muito pequenos, pelo quetêmdesermanipuladasde formamuito precisa edelicada, e nãoéape-nas a retirada da peça, mas também o agarrar a peça e transportá-lana posição correta para uma área de controlo ou verificação, oumon-

MICROHANDLING: PROJETO, PRODUÇÃOE MANIPULAÇÃO DE MICROPEÇAS

António Pina*; António Baptista**; Pedro Serra****Edilásio Carreira da Silva; **Centimfe; ***Instituto Pedro Nunes

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tagem. Os sistemas atuais do dia a dia não permitem esta manipula-ção precisa, pois dado o reduzido volumedas peças até a estática pro-move deslocações incontroláveis da mesma. De referir ainda, que amanipulação deve sermuito delicada, para que as peças ou a sua geo-metria não sejam danificadas.

Quando se utilizam pinças para pegar as peças ocorrem vários fenó-menos que carecem de estudo. Em primeiro lugar, sabe-se que paraas peças commassas superiores a alguns gramas, a força gravitacio-nal é normalmente superior às forças adesivas e a peça cairá quandoa pinça se abre. No entanto, quando as peças a pegar são muito pe-quenas (peso inferior a 1 grama), as forças adesivas entre a pinça e amicropeça são superiores às forças gravitacionais, pelo que a micro-peça vai aderir à pinça e quando a pinça se abre a micropeça não irácair. Neste caso as peças têm que ser removidas por outras técnicasa identificar ou a desenvolver no projeto.

A importância damedição é reconhecida por todos. No atual contextode acelerado desenvolvimento científico e industrial, esta é uma fer-ramenta essencial, nomeadamente em áreas tecnológicas emergen-tes como a nanotecnologia e a biotecnologia. Por definição, amediçãoé a execução de um processo experimental com o objetivo de deter-minar um ou mais valores que razoavelmente se possam atribuir àgrandezamedida. A execução deumprocesso experimental emqueaspeças e as grandezas, a seremmedidas nessas peças são de pequena

dimensão, da ordemdedimensão volumétrica de1mm3édedifícil con-cretização, não só pelo facto de requererem um sistema de mediçãocom capacidade funcional e com caraterísticasmetrológicas adequa-das, mas também porque omanuseio, posicionamento e fixação des-tas peças requer suportes e métodos de posicionamento muitoespecíficos. Ao nível da medição micro, os padrões de medição sãopraticamente inexistentes e as medições são normalmente realiza-das usando equipamentos de elevado custo não adequados a ambien-tes de produção.

Os resultados obtidos nas atividades de investigação permitirão à em-presa promotora incrementar a sua competitividade, fornecendo so-luções integradas e inovadoras paramercadores externos de elevadovalor acrescentado, ou seja aumentar a suapresençanosmercados in-ternacionais, designadamente em sectores utilizadores da microma-nufatura, onde se destacamas indústrias elétrica/ eletrónica,médica,relojoaria, entre outras. As atividades aqui previstas contribuem parao desenvolvimento de soluções tecnológicas quemelhoramoposicio-namento ea competitividadedas empresasdoToolingportuguêsna ca-deia de valor a nível global. •

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The project of Research and Technological Development coolMOULD –EnergeticEfficiency inMoldTemperatureControl aims to createanewpro-duct, in other words an efficient mold for injection molding in terms ofenergy and thermal. It was proposed by a three entities consortium, ITJ –InternacionalMoldes, Lda. company, on thequality of leader promotor, theCentimfe – Centro Tecnológico da Indústria deMoldes e Ferramentas Es-peciais e Plásticos and theUniversity ofMinho on the quality of co-promo-tors, and as well RTJ Plásticos S.A. company as partner.

The polymer processing is by nature a great energy consumer, whereinover 90% of the energy costs are recorded in electricity. Knowing that only5 to 10% of the total electrical energy used in the process is, in fact, addedto the polymer, the remain 90 to 95% of this energy is used for equipmentoperations,whichdemonstrates that thesecostscanbesignificantly reducedby amore efficient operational control. Therefore, the energetic efficiencyit is not a secondary issue, because it candetermine thedifferencebetweenprofit and prejudice for the company.

Theenergeticefficiency regarding the injectionmoldingprocessand,namely,of themold, depends strongly on the geometry of heating and cooling sys-tems used, wherein these involve traditionally heating-cooling by water oroil circuits, regarding the necessary temperature for the mold. Generallythese systems are built by drilling of linear channels strategically positio-ned for the part cooling [1]. Due to the drilling limitations on complex geo-metries its used is inefficient on heat removal and energy consumption.Besides that this typeof systemscancause theappearanceofweld lineshea-vilymarked,which has consequences on both esthetic andmechanical be-havior of the part [2].

Thestudieson theeffect of processingconditions in thepropertiesof thepartshows that themold temperature is oneof themost important for theachie-vement of a goodsuperficial quality [3]. Thus theaccurate temperature con-trol becomes very important throughaminor energetic consumption. Thereare many constructive solutions for the mold temperature control that arebeing studied on academic level and others that are starting being com-mercialized. Some of the examples are the production of components withconformal channels, the use of rapid temperature variation of the moldtechnology (rapid temperature cyclingmolding – RTC) also known as rapidheat and cool molding.

Themoldswith conformal channels consists inmoldswhose refrigerationchannels are obtained par example by metal laser sintering (DMLS directmetal laser sintering), for theheating/cooling channels couldbepositionedproximally to the molding surface and that follows its geometry. Amongthemainadvantages, thegreater temperatureuniformity of themoldingca-vity, the possibility to reach hot points, and to contribute to obtain shortercycle times, the improvement of part quality and the reduction of energe-

O projeto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico coolMOULD– Eficiência Energética no Controlo da Temperatura do Molde, visa acriação de um novo produto, ou seja, um molde para moldação porinjeção eficiente em termos térmicos e energéticos. O coolMOULD foiproposto por um consórcio de três entidades: a empresa ITJ - Inter-nacional Moldes, Lda. na qualidade de promotor líder, o CENTIMFE –Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais ePlásticos e a Universidade do Minho na qualidade de copromotores econta ainda com a empresa RTJ Plásticos SA como parceira.

O processamento de polímeros é, por natureza, um grande consumi-dor de energia, sendo quemais de 90%dos custos de energia são con-tabilizados em eletricidade. Sabendo-se que apenas 5 a 10% do totalde energia elétrica utilizada no processo é, na verdade, a adicionada aopolímero, entre 90 a 95% desta energia é usada para operação dosequipamentos, pelo que por aqui se percebe que estes custos podemser significativamente reduzidos através de um controlo operacionalmais eficiente. Assim, a eficiência energética não é uma questão se-cundária, pois pode determinar a diferença entre lucro e o prejuízopara a empresa.

A eficiência energética em redor do processo demoldação por injeçãoe, nomeadamente, do molde, depende fortemente da geometria dossistemas de aquecimento e arrefecimento utilizados, sendo que estesenvolvem tradicionalmente o aquecimento/arrefecimento por circui-tos de água ou óleo, dependendo da temperatura necessária para omolde. Geralmente, estes sistemas são construídos por furação de ca-nais lineares estrategicamente posicionados para o arrefecimento damoldação [1]. Dadas as limitações de furação em geometrias com-plexas, o seu uso é ineficiente na remoção do calor e no consumo deenergia. Para além disso, este tipo de sistemas pode causar o apare-cimento de linhas de soldadura bastante marcadas, que têm conse-quências tanto a nível estético, como a nível de comportamentomecânico da peça [2].

Os estudos sobre o efeito das condições de processamento nas pro-priedades da peça revelam que a temperatura do molde é uma dasmais importantes para a obtenção de uma boa qualidade superficial[3]. Deste modo, torna-se muito importante o correto controlo detemperatura conseguido através demenor consumo energético. Exis-

COOLMOULD – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NOCONTROLO DA TEMPERATURA DO MOLDECOOLMOULD – ENERGETICAL EFFICIENCY ON MOLDTEMPERATURE CONTROL

António J. Pontes*; António Baptista**; Nânci Alves**** Instituto de Polímeros e Compósitos, IPC/I3N, Universidade do Minho; **Centimfe; ***ITJ – Internacional Moldes, Lda.

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tic consumption regarding themold are the ones that stand out.

Whencombinedwith rapid temperature variation techniques, suchas, over-heated steam or pressurized hot water circulating on the conformablechannels, the energetic efficiency obtained is superior [4]. However thisprocess it is not available for the majority of mold companies, since theDMLS technology toperform thesechannels is yet a littlewidespread in thesector, the number of utilizedmaterials is yet limited, there are restraintswith themaximumdimensionsof thepart and thecrescent costwith thepartdimension.

The rapid temperature variation of the mold systems (RTC) consists onthe rapid heating of the mold surface before the injection of the materialin the molding cavity. The mold is maintained at high temperatures (typi-cally above the glass transition temperature of thematerial, if it is amor-phousor themelting temperature, for a semicristalinematerial) during thefilling andpressurization. Finally it is cooledona conventionalmode tohavea rapid cooling of the part and its extraction. Theheating/cooling efficiencyand the temperature uniformity of these systems are two key parametersthat assure a high productivity and quality of the products. These systemsarise due to the commercial interest in obtain parts with high brightnessand free from weld lines. Some of the examples are the Variotherm sys-tem, inwhich theheating/cooling systemcanbepromotedby: (i) steamhea-ting and water cooling; (ii) heating and cooling by oil; (iii) electric heating;(iv) heatingwithpyrolytic graphite; (v) inductionheating; (vi) infrared radiationheating [5-13].

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tem várias soluções construtivas para controlo da temperatura domolde que estão a ser estudadas a nível académico e outras ainda quecomeçam a ser comercializadas. Alguns dos exemplos são a reali-zação de componentes com canais conformáveis, o uso de tecnolo-gia de variação rápida da temperatura do molde (rapid temperaturecyclingmolding – RTC) tambémconhecido por rapid heat and coolmol-ding.

Osmoldes com canais conformáveis consistem emmoldes cujos ca-nais de refrigeração são obtidos por exemplo por sinterização a laserdo metal (DMLS – Direct Metal Laser Sintering), de modo a que os ca-nais de aquecimento/arrefecimento estejam posicionadosmuito pró-ximos da superfície moldante e que acompanhem a sua geometria.Entre as principais vantagens destacam-se a maior uniformidade datemperatura da cavidade moldante, a possibilidade de atingir pontosquentes, e de contribuir para a obtenção de tempos de ciclomais cur-tos, amelhoria da qualidade das peças e a redução do consumo ener-gético associado aomolde.

Quando combinados com técnicas de variação rápida da temperatura,como por exemplo, utilizando vapor sobreaquecido ou água quentepressurizada a circular nos canais conformáveis, obtém-se uma efi-ciência energética superior [4]. Todavia, este processo não está dispo-nível para amaioria das empresas demoldes, uma vez quea tecnologiaDMLSpara realizar estes canais ainda está pouco disseminadano sec-tor, o leque demateriais utilizáveis ainda é limitado, existemcondicio-

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Thenewsystems that used cavitieswithmetallic spheres or, in alternativefilled cavities with metallic foam connected to the traditional cooling sys-temsarecharacterizedby the fact that insteadof the traditional coolingchan-nels that passnearby themoldingcavity (about 12millimeters), coveringallcavity area, promotinganefficient passagewayof the cooling liquid throughthemolding component.Besidesbeingefficient systemson the cavity tem-perature control, they offermechanical support in the injectionmolding athigh pressures. The spheres andmetallic foam systems present a limita-tion that only can be applied to plane geometries [14].

The coolMOULD project, by intend to study systems and solutions thatimprove the thermal and energetic performance of the mold to produceparts with high dimensional quality and so, with superficial high-gloss fi-nish or high transparency, and reduced optical distortion at low cost ad-vocates the development (creation) of a new product, in other words anefficientmold in terms of energy and temperature. The investigationworkaims to the materials applied on the mold construction and the implica-tions of the use of innovative auxiliary systems for the temperature con-trol to assure certain characteristics in the parts and to reduce the cycletime. The systems and solutions in study aim also to reduce the neces-sary operations onmold construction (with strong impact onmediumandlarge molds), which is inherent to the optimization of productive proces-ses with consequences regarding to productivity and competitive edge ofthe supplying companies.

Themaingoal is to endow theTooling industrywith robust constructive so-lutions that are capable of a rapid and efficient control of themold tempe-rature with reduced consumptions through the application of the mostrecent and innovative technologies andmethods.•

nantes com as dimensões máximas da peça e o custo crescente coma dimensão da peça.

Os sistemas de variação rápida da temperatura domolde (RTC) con-sistem no aquecimento rápido da superfície do molde antes da inje-ção do material na cavidade moldante. O molde é mantido atemperaturas elevadas (tipicamente acima da temperatura de tran-sição vítrea domaterial, se este for amorfo ou da temperatura de fu-são, se o material for semicristalino) durante o enchimento epressurização. Finalmente, é arrefecido de modo convencional parahaver um rápido arrefecimento da peça e a sua extração. A eficiên-cia do aquecimento/arrefecimento e a uniformidade da temperaturadestes sistemas são dois parâmetros chave que asseguramuma ele-vada produtividade e uma elevada qualidade dos produtos. Estes sis-temas surgiram devido ao interesse comercial em obter moldaçõescom um elevado brilho e isentas de linhas de soldadura. Alguns dosexemplos são o sistema Variotherm, no qual o sistema de aqueci-mento/arrefecimento pode ser promovido por: (i) aquecimento a va-por e refrigeração a água; (ii) aquecimento e arrefecimento a óleo; (iii)aquecimento elétrico; (iv) aquecimento comgrafite pirolítica, (v) aque-cimento por indução e (iv) aquecimento por radiação de infraverme-lho [5-13].

Os novos sistemas que utilizam cavidades com esferas metálicas ou,em alternativa, cavidades preenchidas com espumas metálicas liga-das aos sistemas tradicionais de refrigeração caracterizam-se pelofacto de, em vez dos tradicionais canais de refrigeração que passamjunto à cavidademoldante a cerca de12mmdacavidade, cobrirem todaa área da cavidade, promovendoumaeficiente passagemdo líquido ar-refecedor pelo componente moldante. Para além de serem sistemaseficientes no controlo da temperatura da cavidade, fornecem suportemecânico na moldação por injeção a pressões elevadas. Os sistemasde esferas e as espumasmetálicas apresentam a limitação de só po-derem ser aplicados em geometrias planas [14].

O projeto coolMOULD, ao pretender estudar sistemas e soluções quemelhorem o desempenho térmico e energético do molde para pro-duzir peças de elevada qualidade dimensional e de forma, com aca-bamento superficial de alto brilho ou elevada transparência, e reduzidadistorção ótica a custo reduzido, preconiza o desenvolvimento (cria-ção) de umnovo produto, ou seja ummolde eficiente em termos tér-micos e energéticos. O trabalho de investigação está direcionadopara osmateriais aplicados na construção domolde e as implicaçõesda utilização de sistemas auxiliares inovadores para controlo da tem-peratura para garantir determinadas características nas peças e re-duzir o tempo de ciclo. Os sistemas e soluções em estudo visamigualmente reduzir as operações necessárias à construção de mol-des (com forte impacto emmoldes demédia e grande dimensão), aoque está inerente a otimização dos processos produtivos, com con-sequências ao nível da produtividade e competitividade das empre-sas fornecedoras.

O principal objetivo é dotar a indústria do Tooling de soluções cons-trutivas robustas, que sejamcapazes de umcontrolo rápido e eficienteda temperatura do molde com consumos reduzidos através da apli-cação das tecnologias emétodosmais recentes e inovadores. •

[1] PONTES, A.J., BRITOA.M. –Eds,Manual doProjectista paraMoldes de InjecçãodePlásticos.Centimfe:MarinhaGrande. 2004. 10Fasciculus, 670pág., ISBN: 972-98872-1-7

[2] Brahimi, A., Ait-Kadi, A., Ajji, A. Weld line andmechanical properties of injection molded po-lyethylene/polystyrene/copolymerblends. PolymEngSci, 34:1202-1210 (1994)

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[8] Yao, D., Kimberling, T.E., Kim, B., High-frequency proximity heating for injectionmoulding ap-plications, PolymEngSci, 46(7): 938-945 (2006)

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[11] Guilong,W., Guogun Z., Huiping, L., Yanjin, G. Analysis of thermal cycling efficiency and opti-mal design of heating/cooling systems for rapid heat cycle injectionmolding process, MaterialsandDesign, 31 (7): 3426-3441 (2010).

[12] Guilong,W., Guogun Z., Huiping, L., Yanjin, G., Research of thermal response simulation andmold structure optimization for rapid heat cyclemoldingprocess, respectively,with stemheatingandelectricheating,Materials andDesign 31(1): 382-395 (2010)

[13]Crow,K.,Raymond,F.Rapidtemperaturecycling–RTCTMApanaceaforinjectionmoldedparts?Conferenceproceedings of 5th International PMI conference, 346-352 (2012)

[14]Fiorotto,M.,Lucchetta,G. Influenceofrapidmoldtemperaturevariationonweldlinesstrengthandappearanceof injection-moldedparts.Conferenceproceedingsof5th InternationalPMIcon-ference, 298-304 (2012)

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Economia, mercados, estatísticasEconomy, market information, statistics

NEGÓCIOSBUSINESS

Dilemas da inovação: o caso da impressão 3D

Marrocos: um crescendo de oportunidades

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NEGÓCIOS BUSINESS O MOLDE N105 04.2015 55

Na região do Magrebe, o Reino de Marrocos é certamente o país queapresenta um ritmo demodernizaçãomais acentuado. Comuma eco-nomiamuito aberta aoexterior,mantémAcordosdeLivreCirculaçãodeBens commais de55países (1.000milhõesde consumidores), entre osquais se destacam os países da UE e os EUA. Esta dinâmica econó-mica coloca Marrocos, ao nível mundial, entre os países em cresci-mento e não em vias de desenvolvimento.

Para este contexto de crescimentomuito têmcontribuído a grande es-tabilidade política e social, relativamente à qual não se preveem alte-rações, bemcomooestabelecimento, porpartedogovernomarroquino,de planos estratégicos de desenvolvimento sectorial demédio e longoprazo para diversos sectores de atividade económica, entre os quais sedestacam a energia, a agricultura, a indústria e o turismo.

Em 2014, o PIBmarroquino registou um crescimento de 2,4%, menosacentuado do que aquele que se verificou em 2013 (+4,4%), essencial-mentedevido às condições climatéricas queafetaram fortemente ode-sempenhodo sector agrícola (-2%), o qual representa cerca de 13%doPIBdopaís e emprega cerca de 40%dapopulação ativa. Assim, o cres-cimento positivo do PIB de 2014 deveu-se às atividades não agrícolas,comosejama crescente atividade do sector secundário (2,4%) e a con-solidação das atividades do sector terciário (3,3%). O consumo privadoeas receitasdoTurismoregistaram igualmente crescimentospositivos,assim como as remessas provenientes da emigração. De realçar, queapesar deainda semanter a conjuntura adversaanívelmundial, emaisconcretamente na Europa, o seu principal parceiro económico, Marro-cos continua amanter taxas de crescimento positivas.

No que respeita às contas públicas, o défice orçamental em 2014, es-timado em 4,7% do PIB, registou umamelhoria de 0,8%, em relação a2013. Esta evolução positiva deveu-se, essencialmente, à redução dasdespesas do Estado pela via do fim dos subsídios atribuídos aos com-bustíveis.

Contudo, apesar da redução das despesas do Estado e de um cres-cimentodas receitas, emtermospercentuaisdePIB, registou-seumnovo aumento do endividamento do país passando de 73,1%, em2013, para 76,5% do PIB, em 2014.

De salientar, que Marrocos conseguiu recentemente re-negociar junto doFMI amanutençãoda linha de “pré-caution et liquidité”, criada em2012, comumvalorde 5,0milmilhões de USD, o que permite ao paíscontinuar a realizar empréstimos a nível inter-nacional com taxas de juros relativamente bai-xas.

Em termos de comércio externo, as importa-ções de bens e serviços, em 2014, foram naordem dos 50,2 mil milhões de USD, re-gistando um aumento de 3,0%, con-tribuindo para estecrescimento as compras de

bensalimentares, equipamentoedeconsumo (aumentodadespesadasfamílias em 2,1 %, devido ao aumento das remessas de emigrantes edo crédito ao consumo).

As exportações rondaramos35,8milmilhõesdeUSD, cercade1,8%decrescimento, concentrando-se a vendadebensmarroquinos no sectorautomóvel, essencialmente viaturas (Renault) e cablagens elétricas,sector têxtil e eletrónico. Os fosfatos, produto líder no passado e prin-cipal riqueza natural do país, viram as suas vendas ao exterior regre-direm em 2014.

O saldodabalança comercial de bensmarroquino continua a sermuitodesfavorável, coma taxadecobertura apermanecer emtornodos50%.Em 2014, a inflação caiu 1,5%, fixando-se a média anual em 0,9%, e ataxa de desemprego terá aumentado 0,7%, situando-se em torno dos9,9%.

Na expectativa de se verificar umamelhoria da situação económica naEuropa, o progressivo crescimento dos sectores não agrícolas, maisconcretamente do sector industrial, no qual o automóvel e a aeronáu-tica continuam a registar investimentos de relevo (Renault e Bombar-dier), tudo indica que o crescimento do PIB possa situar-se acima dos4% em 2015.

Neste sentido, o governo marroquino atualizou recentemente váriosprogramasdeapoio ao desenvolvimento, nomeadamente no sector in-dustrial, agrícola, energético, TIC’s, turismo e logística, os quais certa-mente vão ter umefeito positivonodesempenhoeconómicodopaís, em2015. Por outro lado, com a redução dos subsídios aos combustíveis ea manutenção da política de contenção orçamental, é previsível haveruma retoma do investimento público no corrente ano.

Finalmente, a política de expansão comercial para os países a sul, for-temente impulsionada institucionalmente pelo rei e pelo governo, como intuito de compensar o recuo económico daEuropa, começa a ter re-sultados muito positivos, constatando-se existir um crescente nú-mero de empresas marroquinas a internacionalizar a sua atividade

para esses países. O que se poderá traduzir emoportunidadespara as empresasportuguesas viacriação deparcerias ou simplesmente de forne-cimentodebensparaessespaíses comosquaisMarrocos detêm um relacionamento privile-giado.

Neste contexto, e face à atual dinâmica daeconomiamarroquina edaestabilidadepo-

lítica do país, as análises económicas disponíveissobre Marrocos, apontam para um crescimento do seuPIBnaordemdos4%, durante os próximosquatro anos.

OsectordoplásticoemMarrocos

De acordo com os escassos dados disponíveis, e muito díspares con-soante a fonte, o sector do plástico emMarrocos é composto por cercade 650 empresas, presumindo-se que 71% sejam transformadoras,

MARROCOS:UM CRESCENDO DE OPORTUNIDADES

rui cordovil** AICEP Marrocos

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56 NEGÓCIOS BUSINESS

27%distribuidoras e 2% fabricantes demoldes. Este sector gera cercade 45.000 empregos diretos e 300.000 indiretos.

Tudo indicaquea indústria de transformaçãodeplásticomarroquina sesegmenteemcincograndesáreasde fabricação: artigosparaconstruçãoe infraestruturas (tubagens), artigos para a agricultura (fios, sacos, fil-mes e caixas), embalagens para o sector alimentar e doméstico, peçastécnicas para o sector automóvel e elétrico e, por último, artigos parao sector têxtil e artigos diversos emplástico (mobiliário jardim, baldes,entre outros).

Dados de 2012, indicam que os principais sectores-clientes da indús-tria de transformação de plásticosmarroquina são o sector alimentar(30%), a construção e as infraestruturas (15%) e a agricultura (12%). Eestima-se que o volume de negócios do sector de transformação deplásticos tenha registado um crescimento de 50% nos últimos cincoanos, e que em2014 o seu volume de negócios ronde os 10,08milmi-lhões de dirham (cerca demilmilhões de euros) numuniverso de 276empresas.

Quanto às matérias-primas transformadas anualmente, estas deve-rão rondar as 500mil toneladas/ano. Refira-se que as empresasmar-roquinas do sector do plástico importam a quase totalidade dasmatérias-primas utilizadas pela indústria de transformação, à exce-ção do PVC que é produzido por uma empresa local (SNEP) e fornececerca de 90% das necessidades do país.

Moldes

A inexistência de informação concreta sobre a indústria local de mol-des, leva-nos a considerar que a produção local seja muito residual eprovavelmente muito centrada nos sectores alimentar, construção eagricultura, pois comoacimaseconstatou, estes sãoosprincipais clien-tes da indústria de transformação de plásticosmarroquina.

Por outro lado, sabe-se que os incentivos ao desenvolvimento do sec-tor de fabricação automóvel emMarrocos, foram concedidos no pres-suposto da taxa de incorporação local atingir os 60%, valor que pareceainda não ter sido alcançado. Foi certamente esta a razão pela qual osector da transformação de plástico, essencial para a indústria auto-móvel, foi expressamente contempladonoâmbito donovoprogramadedesenvolvimento industrial 2013-2020, no qual seguramente existirãogenerosos apoios à criação de empresas neste ramode atividade, pre-vendo-se assimqueaproduçãodepeças emplástico para o sector au-tomóvel tenha necessariamente de aumentar nos próximos anos.

As análises estatísticas referentes ao comércio bilateral entrePortugale Marrocos são surpreendentemente díspares consoante a fonte.

Deacordocomasestatísticasdo International TradeCentre (ITC), as im-portações marroquinas de moldes (848071), entre 2009 e 2013, au-mentaram em média cerca de 51%, e as provenientes de Portugal,nessemesmoperíodo de 5 anos, aumentaram166%, ocupandoPortu-gal a quarta posiçãono rankingdos fornecedoresem2013, comaChinaa liderar, seguida pela França e Espanha.

Em termosde valores, em2013, as importações globais damesmapo-sição pautal foram de 14,6 milhões de euros, 10,9 milhões, em 2012 e15,9milhões, em2011. De acordo comamesma fonte, as importaçõesprovenientes de Portugal foram de 1,6milhões de euros em 2013, 818mil euros em 2012 e 880mil euros, em 2011. Importa referir que o ITCindica, que em 2010, as importações de Portugal estiveram um poucoacima dosmil milhões de euros.

No entanto, os dados do INEapontampara valoresmuito diferentes em

termos de exportações para osmesmos períodos e posição pautal. As-sim,em2013 terãosidoexportados4,2milhõesdeeuros, 1,7milhõesem2012e2,4milhõesem2011.Osprimeirosdadosreferentesa2014do INEindicam paraMarrocos uma exportação 1,2milmilhões de euros.

Sabemosquea fonte das estatísticas do ITC temasuaorigememMar-rocos enaUNCOMTRADEe inclui provavelmente custos de transportee seguros, o quepoderá justificar umapequenaparte dasdiferençasdevalores. Uma explicação possível para a origem destas discrepânciaspode dever-se ao facto demuitos dosmoldes produzidos emPortugalserem destinados a clientes franceses e espanhóis e que portanto se-jam contabilizados como provenientes de França ou Espanha.

De qualquer forma, não restamdúvidas quePortugal é um importantefornecedor de moldes para Marrocos e certamente há uma boa mar-gempara crescer tendoemconsideração asnecessidadesda indústriaautomóvel emmatéria de peças em plástico.

OsectorautomóvelemMarrocos

A expectativa de crescimento do sector automóvel em Marrocos égrande. O projeto Renault, em Tanger, foi o enorme impulsionador doarranquedauma indústria automóvel quehá cinco anos era quase ine-xistente, à exceção das cablagens.

Atualmente, oGrupoRenault temduasunidadesemMarrocos, umauni-camente dedicada àmontagem (SOMECA), na região de Casablanca, ea fábrica de Tanger, Renault/Nissan, inaugurada em2012 comduas li-nhas de produção a funcionar. Apesar da fábrica de Tanger só ter atin-gido cerca 50% da sua capacidade de produção em 2014, já foramproduzidoscercade174mil viaturas, dasquais somente4mil foramven-didas nomercado local.

No conjunto, aRenault exportoudeMarrocos cerca 203mil veículos em2014, o que levouas exportaçõesdo sector automóvel - veículos e com-ponentes - a aumentarem26,2%, numvalor de 3,65milmilhões deeu-ros. Assim, este sector já representou cerca de 20% do total dasexportaçõesmarroquinas realizadas no ano passado.

Fruto deste investimento, estimado em 1,1 mil milhões de euros, as-sistiu-se, em paralelo, à instalação dos grandes fornecedores de pri-meira linha que terão de se aprovisionar cada vez mais localmente demodo a que seja cumprida a componente de integração local. É previ-sível, pois, que a indústria de plásticos para o sector automóvel cresçaemMarrocos.

Neste contexto de expansão e alargamento da oferta do sector auto-móvel, importa referir queogovernomarroquinoestá adesenvolver to-dos os esforços para identificar outro construtor com interesse eminvestir neste país. Assim, tudo indica que fornecedores de peças emplástico de segunda e terceira linha vão surgir emMarrocos, os quaisnecessariamente vão ter de adquirir moldes.

Aliás, é notório o interesse local para realizar uma aproximação a Por-tugal neste âmbito, tendo emconsideração que osmoldes importadosde regiõesmais longínquas se confrontam comgrandes problemas aonível da reparação e manutenção. Neste sentido, não só pela nossaproximidade geográfica, mas sobretudo pela reconhecida qualidadedos nossos moldes, Portugal poderá ser a solução para o desenvolvi-mento da indústria de peças em plástico para o sector automóvel, emMarrocos.

Finalmente, a AICEP em Rabat colabora em todas as iniciativas e de-senvolve todos os esforços para que o sector demoldes português, emMarrocos, seja uma referência incontornável.•

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NEGÓCIOS BUSINESS

Ao longo das últimas décadas, tornou-se claro que a inovação, mais

do que o investimento em capital, é o que impulsiona a economiamo-

derna. Nomundo desenvolvido, a aplicação do know-how tecnológico

e descobertas científicas, por empresas e Estado, são responsáveis por

mais de metade de todo o crescimento económico. Por causa da sua

influência seminal sobre a criação de riqueza em geral e do emprego,

em particular, a maneira como a inovação funciona tem sido alvo de

atenção científica.

Em 1925, o economista russo, Nikolai Kondratieff, observou que exis-

tem ondas industriais de caráter muito próprio, que originam perío-

dos longos de crescimento económico, seguidos de períodos de

crescimento reduzido ou depressão. Normalmente, a fase longa de as-

censão de um destes ciclos começa quando um novo conjunto de tec-

nologias emerge (por exemplo, o vapor e o transporte ferroviário em

meados do século XIX; a energia elétrica, os produtos químicos e omo-

tor de combustão interna, no início do século XX; e o transístor, o

computador e a internet, no anos 80-90 do século passado). Estes

surtos de inovação estimulam o investimento e revigoram a economia,

favorecendo a emergência de novas empresas empreendedoras no iní-

cio de cada novo ciclo, que usufruem da vantagem de serem pionei-

ras (veja-se, na última vaga mencionada, os casos da Apple e da

Microsoft, ou, mais recentemente do Google). Estas tecnologias tra-

zemganhos de produtividade, primeiro num sector específico,mas que

depois se alastram a toda a economia, transformando a face das in-

dústrias e mesmo de toda a sociedade. Eventualmente, como as tec-

nologias amadurecem, os ganhos de produtividade acabam por se

esgotar e os retornos para os investidores deslizam. Após um pe-

ríodo de crescimento mais lento, vem a inevitável queda. Esta queda

é seguida por uma nova onda de inovação, que destrói a velhamaneira

de fazer as coisas e cria condições para um novo processo de cresci-

mento longo (aquilo que Joseph Schumpeter, economista austríaco,

rotulou de "destruição criativa").

Mais recentemente, investigadores comoBabbage, postularamque es-

tas ondas de inovação começaram a acelerar. As ondas de Kondratieff,

observadas na década de 1920, sucediam-se a cada 50-60 anos. Hoje,

elas parecem evoluir emmetade deste tempo. Este facto, que parece

ser um resultado da aceleração exponencial do progresso tecnológico

(que é alimentado pormilhões de cientistas, engenheiros e empresas

inovadoras), é evidente pela constatação de que a Lei de Moore se

continua a verificar (a cada 18meses, a capacidade dosmicrochips du-

plica).

Esta evolução acaba por ter reflexos de ordemmaismicroeconómica,

naquilo que chamamos de “ciclos de vida da tecnologia”. Individual-

mente, as tecnologias têm um período de vida, com uma fase de ar-

ranque onde a inovação é essencialmente arquitetural, seguido de

um período de crescimento rápido, com a instituição de standards

(definição do que é na verdade o produto dessa tecnologia) e, final-

mente, chegando a um período de estagnação onde, por mais inves-

timento que se faça, a tecnologia gera ganhos de performance

relativamente baixos. Hoje em dia, percebemos que tecnologias como

a fotografia analógica passaram à obsolescência (ou o próprio motor

de combustão), enquanto tecnologias como a fabricação aditiva estão

numa fase embrionária.

Olhemos então para o caso do ciclo de vida da “impressão 3D” (que

é, na verdade, uma amálgama de cerca de 7 tecnologias). A impres-

são 3D para uso doméstico é ainda algo cara ou imperfeita, tendo

passado por uma recente fase de hype, com uma vaga de publicidade,

notícias e investimento, que levou ao aparecimento de dezenas de fa-

bricantes de impressoras destinadas ao consumidor final. Por outro

lado, no mercado industrial, vários tipos de impressoras 3D têm re-

gistado uma enorme aceitação. Na nossa região, as tecnologias de fa-

bricação aditiva têm sido usadas para a fabricação de protótipos

simples ou, através de tecnologias como a sintetização seletiva a la-

ser (SLS) (uma tecnologia que usa o dióxido de carbono a laser para

sintetização dematerial em pó), para a fabricação de protótipos ou pe-

ças funcionais com estruturas complexas, que poderão ser transfor-

madas em metal.

O que é interessante perceber é que esta é uma tecnologia em fase de

lançamento, tendo um enorme potencial para ganhos de produtivi-

dade/performance e diminuições de preço. Este facto é evidente,

quando as impressoras 3D de uso doméstico, ainda que limitadas,

têm preços acessíveis, sendo hoje comercializadas tendo como alvo

os “adoptantes iniciais” (os consumidores ávidos por novidades, mui-

tas vezes com um estreita ligação ao sector em causa – neste caso a

área de engenharia de produto), e as impressoras 3D industriais têm

registado drásticas descidas de preços (existem nomercado impres-

soras SLS a menos de 15 mil euros).

Nos próximos três a cinco anos, a indústria de impressão 3D deve

testemunhar avanços significativos, que lhe permitirão oferecer im-

pressoras pequenas, baratas e com a qualidade suficiente para serem

adotadas por uma massa inicial de utilizadores. Estúdios de arquite-

tura, empresas de design e pequenas empresas que ainda não as uti-

lizam constituirão o grosso desta vaga. Dentro de cinco a dez anos é

altamente provável que estas impressoras sejam adotadas por uma

DILEMAS DA INOVAÇÃO -O CASO DA IMPRESSÃO 3D

vitor ferreira** D. Dinis Business School

58 OMOLDE N105 04.2015

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59

percentagem significativa das empresas e pessoas (os consumidores

domésticos virão de fora da área de engenharia, pertencendo às clas-

ses alta e média, com um elevado nível de formação). Dentro de dez

a quinze anos, esta tecnologia provavelmente será de utilização co-

mum, estando amplamente disponível em todos os lugares (escritó-

rios e residências) e acessível a todas as classes sociais.

Ora, a evolução e disrupção de um ciclo tecnológico (como a que aca-

bámos de descrever) leva a que empresas que são líderes nos seus

mercadosmuitas vezes se viciem no que fazem bem, tendo dificuldade

em apostar emnovos paradigmas tecnológicos/de conhecimento (algo

que procuramos então evitar na região). Um exemplo clássico é o da

Kodak, que era líder do seu mercado, com umas das marcas mais

poderosas domundo, sendo até o berço das primeiras patentes de fo-

tografia digital, mas que está hoje em falência, porque nunca desen-

volveu capacidades ou revolucionou o seu conhecimento, no sentido

de se tornar uma empesa de fotografia digital. Algumas empresas

têm sido capazes de se reinventar, adquirindo novas competências

(como é o caso da IBM, que hoje é uma empresa de software e cloud,

e não uma empresa de hardware). Na verdade, as empresas são como

seres vivos que se não evoluem morrem. Este processo de evolução

é autodirigido, tendo as empresas capacidade de mudar a sua gené-

tica ao fazer “coisas novas”. Empresas como a IBM têm sabido saltar

de negócios obsoletos para novos negócios, desenvolvendo novas

competências. É que omercado (à semelhança da natureza) acaba por

sancionar os vencedores. Mas esta procura por fazer coisas novas

implica ser capaz de revolucionar estruturas e bases de conheci-

mento, o que nem sempre é fácil, sobretudo em empresasmaiores ou

num país caracterizado por um baixo índice de inovação de produto e

uma cultura empresarial algo conservadora, que obstaculiza a ne-

cessária evolução.

Neste sentido, as empresas da região têm de ser capazes de se rein-

ventar face aos desafios que se apresentam. No fundo, trata-se de per-

ceber qual o papel da fabricação aditiva, tendo consciência que ela tem

um potencial disruptivo (ela terá no futuro, sem dúvida, um papel nas

casas damaioria da população). Importa pois analisar como tirar par-

tido desta do ponto de vista do fabrico/conceção (o que muitas em-

presas já fazem hoje), saber como dar (ou se deverão dar) o salto

para novosmodelos de negócio que possam incorporar a possibilidade

de um futuro de pequenas produções domésticas (apostando, por

exemplo, na comercialização de intangíveis), e continuamente apos-

tar numa capacidade evolutiva de aprendizagem e de vigilância tec-

nológica. •

O MOLDE N105 04.2015NEGÓCIOS BUSINESS

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Umolhar sobrea Indústria deMoldes

A indústria portuguesademoldes foi brindadacomeste livro redigidoporHenriqueNeto, pro-tagonista bem conhecido da nossa indústria,pelo quenosprivamosdeenaltecer o seuper-cursoprofissional oupolítico, o qual apresentaumbommatrimónio entre amemória e opre-sente.

Sugerindo aos leitores uma leitura atenta do“Prólogo”, escrito peloProfessor VeigaSimão:“Após a leitura dos 46 capítulos do livro – desdeoprimeiro, “Amonoprodução vidreira”até aoúl-timo “Chegamos ao fim” – uma conclusão na-tural é que Henrique Neto é parte importantedo desenvolvimento da indústria, pelo seu gé-nio e iniciativa.

Procurouquea indústria estivesse sempreumpasso à frente, lutando por uma filosofia dequalidade, comnovosequipamentos eproces-sos industriais, cada vez mais modernos, eumamão de obra altamente especializada.

A juventude dos trabalhadores e dos futurosdirigentes foi igualmente importanteparaa in-ternacionalização e abertura denovosmerca-dos, cada vez mais exigentes, e para oentusiamoeaaberturadeespírito paraapren-der novos métodos de trabalho e, os semprevaliosos, conselhos de empresários e com-pradores estrangeiros, sobretudo norte ame-ricanos.

Citando de novo o Professor Veiga Simão, que

conhecia muito bem, a “cultura industrial, quetemnasuabaseaconsciênciasocial epolíticadosoperários marinhenses. A aposta na formaçãonuma escola técnico-profissional, de excelênciaa constante avidez por atualizar conhecimentos,a aposta na investigação, demonstração e risco,a simbiose da cultura profissional com a artís-tica e a adesão a um associativismo ativo e cria-dor permitiram visionar e dar realidade asucessivas alterações aomodelo de desenvolvi-mento, aosquais tiveramsempre comoponto departida “oficinas de criação do conhecimento”que simultaneamente eram “oficinas de liber-dade”.

Continuandoacitar oProfessorVeigaSimão “Écom esse espírito que os empresários e traba-lhadoresmarinhensesadoptamouaderemaes-truturas orgânicas e a processos de divisão dotrabalho com naturalidade, criatividade e entu-siamo. Foi com esse espírito que se deram pas-sos decisivos na associação da tecnologia àprodução e aomarketing”.

Cada capítulo, dos quarenta e seis, corres-ponde a um “momento” da indústria, sempreinterligadoe recordandoasdiligênciaseacoo-peração para ultrapassar os desafios.

O autor termina insistindo “na ideia de que acontribuição futura da Indústria de Moldes parao crescimento da indústria portuguesa se situaagora numoutro plano, que é o campo da inves-tigação e do desenvolvimento, produção e co-mercialização internacional de produtosinovadoreseatractivos. Esperonãomeenganar,mas…”.

Ao autor, os nossos cumprimentos pela obraque nos deixou para a posteridade. AoProfes-sor José Veiga Simão, ao amigo que não pôdeassistir ao lançamento deste livro sobre a In-dústria demoldes que bem conhecia, as sen-tidas homenagens do corpo redatorial darevista “OMolde”.

Todos os interessados emobter este livro e lercom atenção o ponto de vista histórico, mastambém os desafios do autor para a indústriademoldes, poderão contactar a CEFAMOL.•

sugestão de leitura

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VÍTOR HUGO BELTRÃORevista “O Molde”

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João FaustinoPresidente da CEFAMOL

PERSPETIVAS para 2015

É normal, no início de cada ano, as empresastraçarem objetivos para o período acabado denascer. Para tal, reúnemumnúmeroalargadode indicadores e informaçõespara analisareminternamente e definirem qual a melhor es-tratégia para alcançar tais objetivos.

Faceàs vicissitudesdaeconomia, existemmui-tos casos em que o paradigma do sucesso deuns é conquistado à custa do insucesso de ou-tros. Os exemplos são mais que muitos, pre-senciados por todos,mas, comoalguémdizia,“fazem parte das artes do ofício”.

A indústria demoldesnão vive esteparadigma.No nosso caso, sendo um sector essencial-mente exportador, estamos apenas parcial-mente dependentes da conjuntura nacional. Anossa atividade está diretamente relacionadacom a conjuntura internacional que tem pro-porcionadoepotenciado oportunidadesdede-senvolvimento, crescimento e alargamento dacadeia de valor, essenciais para o nosso posi-cionamento de excelência emdiferentesmer-cados.

As perspetivas para o ano de 2015 estão as-sim condicionadas às turbulências diárias epromovidas à escala global; o aumento das dí-vidas soberanas, a volatilidade dosmercados,a instabilidade dasmoedas, os impasses polí-ticos, o preço do petróleo e o crescimento es-tagnado das economias dos paísesdesenvolvidos fazemcomqueosobjetivos em-presariais para muitos agentes económicossejam uma incógnita permanente.

Parabaralhar aindamais o cenário, nãoépos-sível esconder os sobressaltos provocadospe-los conflitos geopolíticos existentes em certospontos do globo, nomeadamente no MédioOriente ou Rússia e Ucrânia.

O lado positivo que nos move, é o facto da in-dústria automóvel - nosso principal cliente -ter, nestemomento, uma tendência paramul-

tiplicar os seusmodelos. Isto, só por si é umavantagem. No entanto, tal multiplicidade serápara produzir pequenasquantidadesde veícu-los quandocomparadas comosprincipaismo-delos de cada fabricante. Tal facto origina queos nossos clientes definam targets cada vezmais exigentes para as compras que, obvia-mente, incluem osmoldes.

Com esta realidade, o sector é confrontadomuitas vezes com preços irrealistas face aoscustos de fabrico, não trazendo qualquer van-tagem para as empresas fabricantes de mol-des, condicionandomesmoasua rentabilidadee, consequentemente, o seu processo de rein-vestimento sempre necessário à manutençãoda atividade.

Comodesenvolvimento das economias emer-gentes, surgem diariamente, e cada vezmais,consumidores que aumentam o seu nível deconsumo.Estesnovosconsumidores farãocomque o desenvolvimento destas economiascresçamais queosnossosmercados tradicio-nais. Em face desta realidade irão existir inú-meras oportunidades de crescimento paraprodutos de baixo custo.

Admitindoqueos cenários acima referidos sãoouserãoumarealidadeem2015, as empresasque compõem a indústria de moldes devemapostar numa gestão leve, direcionada e comuma clara orientação vencedora. Os anos de2012, 2013 e 2014 foram estáveis, proporcio-nando crescimentos expressivos nos volumesde vendas, no investimento e, não menos im-portante, numa clara orientação tecnológicavocacionada para o aumento da produtividadee otimização de recursos.

No momento em que as taxas de juro apre-sentammínimos históricos, a banca temmaisaberturapara financiar a atividade industrial, onovopacotede fundoscomunitáriosdeverá serdesbloqueado, as empresas terão à sua dis-posição recursos para se modernizarem e se

tornaremmais competitivas.

Anossa indústria foi sempre identificada comoempreendedora, ambiciosa e dotada de fortemotivação, conseguindoultrapassar as vicissi-tudes normais e características de quem pro-cura competir no mercado mundial pelaqualidade e competência e não pelo preço.

Sabemos que a interligação das economiassignifica queos problemasmundiais se tradu-zem em dificuldades para quem exporta. Noentanto, a indústria demoldes deve continuara trabalhar para transformar os constrangi-mentos em oportunidades.

O conhecimento sobre novos modelos de au-tomóveis ou outros artigos, os seus locais deprodução, as quantidades a produzir, os mer-cados alvo, a situação financeira dos clientes,a evolução tecnológica, a flexibilidade, entreoutros, fazemparte donúmeroalargadode in-dicadorese informaçõesqueasempresasana-lisam internamente para definir estratégias eobjetivos.

Anossa indústria apresenta expectativas posi-tivasparaocorrenteano.Sabendoqueasmes-mas, nestemomento, sãomais virtuais doqueconclusivas face aos fatores que nos rodeiam,temos indicadores e informaçõesquenosper-mitem retirar tais conclusões.

Reforçar a abordagem e presença junto dosclientes, manter uma relação mais próximacom os mesmos, desenvolver cada vez maisuma imagempró-ativa naprocurade soluçõesserão fatores preponderantes para o sucesso,nunca esquecendo a otimização dos proces-sos de fabrico, a organização e introdução denovas filosofias de trabalho que deverão fazerparte do nosso quotidiano.

Flexibilidadee responsabilidade serãoosprin-cipaisdesafiosparaqueaestratégiadefinidaseconcretize em objetivos alcançados.•

REFLEXÕES

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ACREDITARNOSUCESSO

Muito raramente o sucesso aparecepor acaso.Determinação, coragem e autoconfiança, sãofatores essenciais para o sucesso das pes-soas, empresas ou organizações.

Após umano de 2013 repleto de encomendas,as expectativas para o ano de 2014 eramumaincógnita, face à grande quantidade demode-los de automóveis que haviam saído nos últi-mos anos e que contribuíram decisivamentepara ao aumento das nossas vendas e paraum novo posicionamento do nosso sector nopanorama internacional.

A indústria de moldes tem conseguido, aolongo dos anos, procurar oportunidades etransformá-las em sucesso, enfrentando, noentanto,muitas vicissitudes que vão sugerindoao longo deste árduo caminho. Fatores comoa abertura e emergência demercados,mobi-lidade e recursos produtivos, os novos meiostecnológicos e de desenvolvimento, em con-junto comaglobalização da economia e as re-percussõesdasituaçãoeconómicae financeiramundial, exigemumrápido e constante repo-sicionamento das organizações.

A capacidade do sector para contrariar taisadversidades e para se afirmar internacional-mente como parceiro estratégico para o de-senvolvimento e sucesso dos seus clientes,tem implicado, não apenas umamudança deatitude, mas numa clara orientação estraté-gicadasempresasparaoalargamentoe/ou in-tegração em cadeias de valor acrescentado,assumindo uma diferenciação dos seus prin-cipais concorrentes, aomesmo tempoque, deforma consolidada, vai atingindo acréscimosde competitividade egarantindo valor para suasustentabilidade futura.

Apesar dos constrangimentoseconómicose fi-nanceiros que afetam a indústria em geral, énotável o investimento em tecnologia e equi-

pamentos que tem sido realizado, de umaforma constante, nas empresas donosso sec-tor, seja pela visão e perspetiva de desenvol-vimentodosempresários oupor via dapressãoe exigência de clientes e domercado.

No entanto, tem sido (e continuará a ser) fun-damental que tal orientação seja acompa-nhada por uma forte aposta em outrasvertentes, como é o caso da inovação, da or-ganização, dos processos e metodologias, daformação, do I&D e também do marketing. Autilização da marca “Engineering & ToolingfromPortugal” pelas empresas, deve ser cadavezmais preponderante para a nossa afirma-ção nos mercados internacionais, reforçandoa nossa dinâmica numa indústria cada vezmais competitiva.

Será fundamental, ao longodospróximos tem-pos, manter a trajetória que tem vindo a serseguida e consolidar o posicionamento e pre-sença junto de clientes tradicionais, dos novosclientes que se angariaram nos últimos anospara Portugal e daqueles que se têm recupe-radodepois deumperíodo (e experiênciasme-nos positivas) a operarem com fornecedoresde outros países e regiões.

Como sempre, as encomendas e asmargensestão diretamente relacionadas como volumede negócios dos nossos clientes, sendo queesta ligação está implicitamente relacionadacomospreços demercadoe comaotimizaçãodosmeios produtivos das empresas. O ano de2014 foi caracterizado por um grande volumede encomendas no primeiro semestre, regis-tando-se um decréscimo no decorrer da se-gunda parte do ano. Tal facto, levou a quedepartamentos de compras de clientes, pres-sionassemos preços dado exixtir umamenorquantidade demoldes para fabricar.

Devemos reconhecer que este tipo de pres-

sões sempre foi normal no nosso sector. Noentanto, face à situação económica mundial(descida abrupta do preço do petróleo, quepodebaralhar as economias tornando-as cadavezmais frágeis e voláteis) e apesar de havermuitos projetos para lançar, é difícil perspeti-var o futuro em termos demargens.

A indústria portuguesa de moldes não temcondições de suportar as exigências que co-meçam a ser impostas por alguns/muitosclientes. Pagamentos após o fabrico das en-comendas, pagamentos após se ter iniciado aproduçãodo veículo, estrangulamentodemar-gens, comparação de preços com paísesemergentes, entre outros, não deveriam fazerparte dosmapas de encomendas das empre-sas portuguesas.

Estas imposições não beneficiarão qualquerinterveniente no fabrico de moldes, sejam asempresas, os colaboradores, os fornecedoresos organismos estatais ou outros. Ultrapas-sar esta realidade, só será possível se as em-presas inovarememcompetências técnicas enovasdinâmicasparaque, emconjunto comosseus colaboradores, possam adquirir novasvalências para melhor enfrentar os desafioscolocados pelo mercado. A participação emações de formação, a interação com institui-ções de ensino, serão cada vez mais ferra-mentas ao nosso dispor para acrescentarconhecimento e assimrentabilizar os recursosexistentes.

Temos consciência de quemuito há ainda porfazer. Fazer mais e melhor são os desafiospara 2015, em áreas que promovam o conhe-cimento, a otimização de recursos e a inter-venção nomercado, demodo a continuarmosa afirmar-nos como destino preferencial dosclientes compradoresdemoldesesoluções in-tegradas. •

REFLEXÕES

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João FaustinoPresidente da CEFAMOL

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601.2015

104

OPERAÇÕES NO INTERIOR DO MOLDE: INTEGRAÇÃO DESOLDADURA A LASERE MONTAGEM

REFORMULAÇÃO E ANÁLISEDO MOLDE PARA O FABRICODE UM MICROACELERÓMETRO

HOLANDA: PARCEIRODE LONGA DATA

04.2015aNo 26

Nº105€4,50