pcn fund geo

Upload: sclzepp

Post on 06-Jul-2018

225 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    1/29

    1. Caracterização da área de Geografia 

    1.1. Geografia no ensino fundamental 

    A produção acadêmica em torno da concepção de Geografia passou por diferentes

    momentos, gerando reflexões distintas acerca dos objetos e métodos do fazergeográfico. e certa forma, essas reflexões influenciaram e ainda influenciam muitasdas práticas de ensino. !m lin"as gerais, suas principais tendências podem assim serapresentadas.

    As primeiras tendências da Geografia no #rasil nasceram com a fundação da $aculdadede $ilosofia da %ni&ersidade de 'ão (aulo e do epartamento de Geografia )uando, a

     partir da década de *+, a disciplina Geografia passou a ser ensinada por professoreslicenciados, com forte influência da escola francesa de idal da -a #lac"e.

    !ssa Geografia era marcada pela explicação objeti&a e )uantitati&a da realidade )ue

    fundamenta&a a escola francesa de então. $oi essa escola )ue imprimiu ao pensamentogeográfico o mito da ciência asséptica, não politizada, com o argumento da neutralidadedo discurso cientfico. /in"a como meta abordar as relações do "omem com a naturezade forma objeti&a, buscando a formulação de leis gerais de interpretação.

    !sse tipo de Geografia e as correntes )ue dela se desdobraram foram c"amados deGeografia /radicional. Apesar de &alorizar o papel do "omem como sujeito "ist0rico,

     propun"a1se, na análise da produção do espaço geográfico, estudar a relação "omem1natureza sem priorizar as relações sociais. (or exemplo, estuda&a1se a população, masnão a sociedade2 os estabelecimentos "umanos, mas não as relações sociais2 as técnicase os instrumentos de trabal"o, mas não o processo de produção. 3u seja, não se discutiaas relações intrnsecas 4 sociedade, abstraindo assim o "omem de seu caráter social. !ra

     baseada, de forma significati&a, em estudos empricos, articulada de forma fragmentadae com forte &iés naturalizante.

     5o ensino, essa Geografia se traduziu, e muitas &ezes ainda se traduz , pelo estudodescriti&o das paisagens naturais e "umanizadas, de forma dissociada do espaço &i&ido

     pela sociedade e das relações contradit0rias de produção e organização do espaço. 3s procedimentos didáticos adotados promo&iam principalmente a descrição e amemorização dos elementos )ue compõem as paisagens sem, contudo, esperar )ue osalunos estabelecessem relações, analogias ou generalizações. (retendia1se ensinar uma

    Geografia neutra. !ssa perspecti&a marcou também a produção dos li&ros didáticos atémeados da década de 6+ e, mesmo "oje em dia, muitos ainda apresentam em seu corpoidéias, interpretações ou até mesmo expectati&as de aprendizagem defendidas pelaGeografia /radicional.

     5o p0s1guerra, a realidade tornou1se mais complexa7 o desen&ol&imento do capitalismoafastou1se cada &ez mais da fase concorrencial e penetrou na fase monopolista dogrande capital2 a urbanização acentuou1se e megal0poles começaram a se constituir2 oespaço agrário sofreu as modificações estruturais comandadas pela 8e&olução erde,em função da industrialização e da mecanização das ati&idades agrcolas em &árias

     partes do mundo2 as realidades locais passaram a estar articuladas em uma rede de

    escala mundial. 9ada lugar deixou de explicar1se por si mesmo.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    2/29

    3s métodos e as teorias da Geografia /radicional tornaram1se insuficientes paraapreender essa complexidade e, principalmente, para explicá1la. 3 le&antamento feitoatra&és de estudos apenas empricos tornou1se insuficiente. !ra preciso realizar estudos&oltados para a análise das relações mundiais, análises essas também de ordemecon:mica, social, poltica e ideol0gica. (or outro lado, o meio técnico e cientfico

     passou a exercer forte influência nas pes)uisas realizadas no campo da Geografia. (araestudar o espaço geográfico globalizado, começou1se a recorrer 4s tecnologiasaeroespaciais, tais como o sensoriamento remoto, as fotos de satélite e o computadorcomo articulador de massa de dados7 surgem os ';G

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    3/29

     pautada exclusi&amente na interpretação poltica e econ:mica do mundo2 )ue trabal"etanto as relações socioculturais da paisagem como os elementos fsicos e biol0gicos )uedela fazem parte, in&estigando as m@ltiplas interações entre eles estabelecidas naconstituição de um espaço7 o espaço geográfico.

    As sucessi&as mudanças e debates em torno do objeto e método da Geografia comociência, presentes no meio acadêmico, ti&eram repercussões di&ersas no ensinofundamental. (ositi&as de certa forma, já )ue foram um estmulo para a ino&ação e a

     produção de no&os modelos didáticos. ?as também negati&as, pois a rápidaincorporação das mudanças produzidas pelo meio acadêmico pro&ocou a produção dein@meras propostas didáticas, descartadas a cada ino&ação conceitual e, principalmente,sem )ue existissem ações concretas para )ue realmente atingissem o professor em salade aula, sobretudo o professor das séries iniciais )ue, sem apoio técnico e te0rico,continuou e continua, de modo geral, a ensinar Geografia apoiando1se apenas nadescrição dos fatos e ancorando1se )uase )ue exclusi&amente no li&ro didático.

    ?as não apenas a prática do professor se encontra permeada por essa indefinição econfusão, muitas propostas de ensino também o estão. 'egundo a análise feita pela$undação 9arlos 9"agas, obser&a1se, sobretudo nas propostas curriculares produzidasnas @ltimas décadas, )ue o ensino de Geografia apresenta problemas tanto de ordemepistemol0gica e de pressupostos te0ricos como outros referentes 4 escol"a dosconte@dos. 5o geral, são eles7

    • abandono de conte@dos fundamentais da Geografia, tais como as categorias denação, territ0rio, lugar, paisagem e até mesmo de espaço geográfico, bem comodos elementos fsicos e biol0gicos )ue se encontram a presentes2

    • são comuns modismos )ue buscam sensibilizar os alunos para temáticas maisatuais, sem uma preocupação real de promo&er uma compreensão dos m@ltiplosfatores )ue delas são causas ou decorrências, o )ue pro&oca umDen&el"ecimentoD rápido dos conte@dos. %m exemplo é a adaptação forçada das)uestões ambientais em currculos e li&ros didáticos )ue ainda preser&am umdiscurso da Geografia /radicional e não têm como objeti&o uma compreensão

     processual e crtica dessas )uestões, &indo a se transformar na aprendizagem de slogans2

    • "á uma preocupação maior com conte@dos conceituais do )ue com conte@dos procedimentais. 3 objeti&o do ensino fica restrito, assim, 4 aprendizagem defen:menos e conceitos, desconsiderando a aprendizagem de procedimentos

    fundamentais para a compreensão dos métodos e explicações com os )uais a pr0pria Geografia trabal"a2• as propostas pedag0gicas separam a Geografia "umana da Geografia fsica em

    relação 4)uilo )ue de&e ser apreendido como conte@do especfico7 ou aabordagem é essencialmente social, e a natureza é um apêndice, um recursonatural, ou então se trabal"a a gênese dos fen:menos naturais de forma pura,analisando suas leis, em detrimento da possibilidade exclusi&a da Geografia deinterpretar os fen:menos numa abordagem socioambiental2

    • a memorização tem sido o exerccio fundamental praticado no ensino deGeografia, mesmo nas abordagens mais a&ançadas. Apesar da proposta de

     problematização, de estudo do meio e da forte ênfase )ue se dá ao papel dos

    sujeitos sociais na construção do territ0rio e do espaço, o )ue se a&alia ao finalde cada estudo é se o aluno memorizou ou não os fen:menos e conceitos

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    4/29

    trabal"ados e não a)uilo )ue p:de identificar e compreender das m@ltiplasrelações a existentes2

    • a noção de escala espaço1temporal muitas &ezes não é clara, ou seja, não seexplicita como os temas de Embito local estão presentes na)ueles de Embitouni&ersal, e &ice1&ersa, e como o espaço geográfico materializa diferentes

    tempos

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    5/29

    econ:mica e poltica, )ue imprime seus &alores no processo de construção de seuespaço.

    Assim, o estudo de uma totalidade, isto é, da paisagem como sntese de m@ltiplosespaços e tempos de&e considerar o espaço topol0gico B  o espaço &i&ido e o percebido

     B  e o espaço produzido economicamente como algumas das noções de espaço dentre astantas )ue po&oam o discurso da Geografia.

    (ensar sobre essas noções de espaço  pressupõe considerar a compreensão subjeti&a da paisagem como lugar7 a paisagem gan"ando significados para a)ueles )ue a &i&em e aconstroem. As percepções )ue os indi&duos, grupos ou sociedades têm do lugar nos)uais se encontram e as relações singulares )ue com ele estabelece, faz parte do

     processo de construção das representações de imagens do mundo e do espaçogeográfico. As percepções, as &i&ências e a mem0ria dos indi&duos e dos grupossociais são, portanto, elementos importantes na constituição do saber geográfico.

     5o )ue se refere ao ensino fundamental, é importante considerar )uais são as categoriasda Geografia mais ade)uadas para os alunos em relação 4 sua faixa etária, ao momentoda escolaridade em )ue se encontram e 4s capacidades )ue se espera )ue elesdesen&ol&am. !mbora o espaço geográfico de&a ser o objeto central de estudo, ascategorias paisagem, territ0rio e lugar de&em também ser abordadas, principalmente nosciclos iniciais, )uando se mostram mais acess&eis aos alunos, tendo em &ista suascaractersticas cogniti&as e afeti&as. 

    3 conceito de territ0rio foi originalmente formulado nos estudos biol0gicos do final doséculo ;;;. 5essa definição inicial, ele é a área de &ida de uma espécie, onde eladesempen"a todas as suas funções &itais ao longo do seu desen&ol&imento. (ortanto,

     para animais e plantas, o territ0rio é o domnio )ue estes têm sobre porções dasuperfcie terrestre. $oi atra&és dos estudo comportamentais )ue Augusto 9omteincorporou o conceito de territ0rio aos estudos geográficos, como categoria fundamental

     para as explicações geográficas. 5a concepção ratzeliana de Geografia esse conceitodefine1se pela propriedade, ou seja, o territ0rio para as sociedades "umanas representauma parcela do espaço identificada pela posse. C dominado por uma comunidade ou por um !stado. 5a geopoltica, o territ0rio é o espaço nacional ou área controlada por um!stado1nacional7 é um conceito poltico )ue ser&e como ponto de partida para explicarmuitos fen:menos geográficos relacionados 4 organização da sociedade e suasinterações com as paisagens. 3 territ0rio é uma categoria importante )uando se estuda a

    sua conceitualização ligada 4 formação econ:mica e social de uma nação. 5essesentido, é o trabal"o social )ue )ualifica o espaço, gerando o territ0rio. /errit0rio não éapenas a configuração poltica de um !stado15ação, mas sim o espaço construdo pelaformação social.

    (ara estudar essa categoria é necessário )ue os alunos compreendam )ue os limitesterritoriais são &ariá&eis e dependem do fen:meno geográfico considerado. Hoje, porexemplo, )uando se estudam os blocos econ:micos, o )ue se entende por territ0rio &aimuito além do !stado1nacional. Além disso, compreender o )ue é territ0rio implicatambém em compreender a complexidade da con&i&ência em um mesmo espaço, nemsempre "arm:nica, da di&ersidade de tendências, idéias, crenças, sistemas de

     pensamento e tradições de diferentes po&os e etnias. C recon"ecer )ue, apesar de umacon&i&ência comum, m@ltiplas identidades coexistem e por &ezes se influenciam

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    6/29

    reciprocamente, definindo e redefinindo a)uilo )ue poderia ser c"amado de umaidentidade nacional. 5o caso especfico do #rasil, o sentimento de pertinência aoterrit0rio nacional en&ol&e a compreensão da di&ersidade de culturas )ue a)ui con&i&eme )ue, mais do )ue nunca, buscam o recon"ecimento de suas especificidades, da)uilo)ue l"es é pr0prio.

    A categoria territ0rio possui uma relação bastante estreita com a de paisagem. (ode atémesmo ser considerada como o conjunto de paisagens contido pelos limites polticos eadministrati&os de uma cidade, estado ou pas. C algo criado pelos "omens, é umainstituição. A categoria paisagem, porém, tem um caráter especfico para a Geografia,distinto da)uele utilizado pelo senso comum ou por outros campos do con"ecimento. Cdefinida como sendo uma unidade &is&el, )ue possui uma identidade &isual,caracterizada por fatores de ordem social, cultural e natural, contendo espaços e temposdistintos2 o passado e o presente. A paisagem é o &el"o no no&o e o no&o no &el"oI

    Assim, por exemplo, )uando se fala da paisagem de uma cidade, dela fazem parte seu

    rele&o, a orientação dos rios e c0rregos da região, sobre os )uais se implantaram suas&ias expressas, o conjunto de construções "umanas, a distribuição da população )uenela &i&e, o registro das tensões, sucessos e fracassos da "ist0ria dos indi&duos egrupos )ue nela se encontram. C nela )ue estão expressas as marcas da "ist0ria de umasociedade, fazendo assim, da paisagem uma soma de tempos desiguais, umacombinação de espaços geográficos.

    A categoria paisagem, por sua &ez, está relacionada 4 categoria de lugar. (ertencer a umterrit0rio e sua paisagem significa fazer deles o seu lugar de &ida e estabelecer umaidentidade com eles. 5esse contexto, a categoria lugar traduz os espaços com os )uaisas pessoas têm &nculos mais afeti&os e subjeti&os )ue racionais e objeti&os7 uma praça,onde se brinca desde menino, a janela de onde se &ê a rua, o alto de uma colina, de ondese a&ista a cidade. 3 lugar é onde estão as referências pessoais e o sistema de &alores)ue direcionam as diferentes formas de perceber e constituir a paisagem e o espaçogeográfico.

    Além disso, espaço geográfico, paisagem, territ0rio e lugar, atualmente, estãoassociados 4 força da imagem, tão explorada pela mdia. (ela imagem, a mdia traz 4tona &alores a serem incorporados e posturas a serem adotadas. 8etrata, atra&és da

     paisagem, as contradições em )ue se &i&e, confundindo no imaginário a)uela )ue é reale a )ue se deseja como ideal2 toma para si a tarefa de impor e inculcar um modelo de

    mundo, de reproduzir o cotidiano atra&és da imagem massificante repetida pelo bombardeamento publicitário, sobrepondo1se 4s percepções e interpretações subjeti&aseFou singulares por outras padronizadas e pretensamente uni&ersais. A Geografia estaria,então, identificada como a ciência )ue busca decodificar as imagens presentes nocotidiano, impressas e expressas nas paisagens e em suas representações, numa reflexãodireta e imediata sobre o espaço geográfico e o lugar.

     5essa abrangência, a Geografia contribui para )ue se compreenda como se estabelecemas relações locais com as uni&ersais, como o contexto mais pr0ximo contém e estácontido em um contexto mais amplo e )uais as possibilidades e implicações )ue essasdimensões possuem.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    7/29

     5o mundo atual, o meio técnico1cientfico informacional ad)uiriu um papelfundamental e, em meio ao processo de globalização e massificação, o mundo con&i&ecom no&os conflitos e tensões, tais como o declnio dos estados1nações, a formação de

     blocos comerciais, as no&as polticas econ:micas, a desterritorialidade e outros temas)ue recuperam a importEncia do saber geográfico. Há uma multiplicidade de )uestões

    )ue, para serem entendidas, necessitam de um con"ecimento geográfico bemestruturado.

    3 estudo de Geografia possibilita, aos alunos, a compreensão de sua posição noconjunto das relações da sociedade com a natureza2 como e por)ue suas ações,indi&iduais ou coleti&as, em relação aos &alores "umanos ou 4 natureza, têmconse)Jências B tanto para si como para a sociedade. (ermite também )ue ad)uiramcon"ecimentos para compreender as diferentes relações )ue são estabelecidas naconstrução do espaço geográfico no )ual se encontram inseridos, tanto em n&el localcomo mundial, e perceber a importEncia de uma atitude de solidariedade e decomprometimento com o destino das futuras gerações. Além disso, seus objetos de

    estudo e métodos possibilitam )ue compreendam os a&anços na tecnologia, nas ciênciase nas artes como resultantes de trabal"o e experiência coleti&os da "umanidade, de errose acertos nos Embitos da poltica e da ciência, por &ezes permeados de uma &isãoutilitarista e imediatista do uso da natureza e dos bens econ:micos.

    esde as primeiras etapas da escolaridade, o ensino da Geografia pode e de&e ter comoobjeti&o mostrar ao aluno )ue cidadania é também o sentimento de pertencer a umarealidade na )ual as relações entre a sociedade e a natureza formam um todo integrado

     B constantemente em transformação B do )ual ele faz parte e )ue, portanto, precisacon"ecer e sentir1se como membro participante, afeti&amente ligado, responsá&el ecomprometido "istoricamente.

    2. Aprender e ensinar Geografia 

    ;ndependentemente da perspecti&a geográfica, a maneira mais comum de se ensinarGeografia tem sido atra&és do discurso do professor, ou do li&ro didático. !ste discursosempre parte de alguma noção ou conceito c"a&e e &ersa sobre algum fen:meno social,cultural ou natural )ue é descrito e explicado, de forma descontextualizada do lugar oudo espaço no )ual se encontra inserido. Ap0s a exposição, ou trabal"o de leitura, o

     professor a&alia, atra&és de exerccios de memorização, se os alunos aprenderam oconte@do.

    Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedag0gicas )ue permitamapresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo fen:meno em diferentesmomentos da escolaridade, de modo )ue os alunos possam construir compreensõesno&as e mais complexas a seu respeito. !spera1se )ue, dessa forma, eles desen&ol&am acapacidade de identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade,compreendendo a relação sociedade1natureza. !ssas práticas en&ol&em procedimentosde problematização, obser&ação, registro, descrição, documentação, representação e

     pes)uisa dos fen:menos sociais, culturais ou naturais )ue compõem a paisagem e oespaço geográfico, na busca e formulação de "ip0teses e explicações das relações,

     permanências e transformações )ue a se encontram em interação.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    8/29

    (ara tanto, o estudo da sociedade e da natureza de&e ser realizado de forma conjunta. 5o ensino, professores e alunos de&erão procurar entender )ue ambas B sociedade enatureza B constituem a base material ou fsica sobre a )ual o espaço geográfico éconstrudo.

    C fundamental, assim, )ue o professor crie e planeje situações nas )uais os alunos possam con"ecer e utilizar esses procedimentos. A obser&ação, descrição,experimentação, analogia e sntese de&em ser ensinadas para )ue os alunos possamaprender a explicar, compreender e até mesmo representar os processos de construçãodo espaço e dos diferentes tipos de paisagens e territ0rios. ;sso não significa )ue os

     procedimentos ten"am um fim em si mesmos7 obser&ar, descre&er, experimentar ecomparar ser&em para construir noções, espacializar os fen:menos, le&antar problemase compreender as soluções propostas, enfim, para con"ecer e começar a operar com os

     procedimentos e as explicações )ue a Geografia como ciência produz.

    A paisagem local, o espaço &i&ido pelos alunos de&e ser o objeto de estudo ao longo dos

    dois primeiros ciclos. !ntretanto, não se de&e trabal"ar do n&el local ao mundial"ierar)uicamente7 o espaço &i&ido pode não ser o real imediato, pois são muitos e&ariados os lugares com os )uais os alunos têm contato e, sobretudo, )ue são capazes de

     pensar sobre. A compreensão de como a realidade local relaciona1se com o contextoglobal é um trabal"o )ue de&e ser desen&ol&ido durante toda a escolaridade, de modocada &ez mais abrangente, desde os ciclos iniciais.

    Além disso, o estudo da paisagem local não de&e restringir1se 4 mera constatação edescrição dos fen:menos )ue a constituem. e&e1se também buscar as relações entre asociedade e a natureza )ue a se encontram presentes, situando1as em diferentes escalasespaciais e temporais, comparando1as, conferindo1l"es significados, compreendendo1as.!studar a paisagem local ao longo dos primeiro e segundo ciclos é aprender a obser&ar ea recon"ecer os fen:menos )ue a definem e suas caractersticas2 descre&er, representar,comparar e construir explicações, mesmo )ue aproximadas e subjeti&as, das relações)ue a se encontram impressas e expressas.

     5os ciclos subse)Jentes, o ensino de Geografia de&e intensificar ainda mais acompreensão, por parte dos alunos, dos processos en&ol&idos na construção do espaçogeográfico. A territorialidade e a temporalidade dos fen:menos estudados de&em serabordadas de forma mais aprofundada, pois os alunos já podem construir compreensõese explicações mais complexas sobre as relações )ue existem entre a)uilo )ue acontece

    no dia1a1dia, no lugar no )ual se encontram inseridos, e o )ue acontece em outroslugares do mundo. 3s problemas socioambientais e econ:micos B como a degradaçãodos ecossistemas, o crescimento das disparidades na distribuição da ri)ueza entre pasese grupos sociais, por exemplo B podem ser abordados a fim de promo&er um estudomais amplo de )uestões sociais, econ:micas, polticas e ambientais rele&antes naatualidade. 3 pr0prio processo de globalização pelo )ual o mundo de "oje passademanda uma compreensão maior das relações de interdependência )ue existem entreos lugares, bem como das noções de espacialidade e territorialidade intrnsecas a esse

     processo.

    /al abordagem &isa fa&orecer também a compreensão, por parte do aluno, de )ue ele

     pr0prio é parte integrante do ambiente e também agente ati&o e passi&o dastransformações das paisagens terrestres. 9ontribui para a formação de uma consciência

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    9/29

    conser&acionista e ambiental, na )ual se pensa sobre o ambiente não somente em seusaspectos naturais, mas também culturais.

    (ara tanto, as noções de sociedade, cultura, trabal"o e natureza são fundamentais e podem ser abordadas atra&és de temas nos )uais as dinEmicas e determinações

    existentes entre a sociedade e a natureza sejam estudadas de forma conjunta. (orém, para além de uma abordagem descriti&a da manifestação das forças materiais, é poss&eltambém nos terceiro e )uarto ciclos propor estudos )ue en&ol&am o simb0lico e asrepresentações subjeti&as, pois a força do imaginário social participa significati&amentena construção do espaço geográfico e da paisagem.

    A Geografia, ao pretender o estudo dos lugares, suas paisagens e territ0rio, tem buscadoum trabal"o interdisciplinar, lançando mão de outras fontes de informação. ?esmo naescola, a relação da Geografia com a -iteratura, por exemplo, tem sido redescoberta,

     proporcionando um trabal"o )ue pro&oca interesse e curiosidade sobre a leitura doespaço e da paisagem. C poss&el aprender Geografia desde os primeiros ciclos do

    ensino fundamental atra&és da leitura de autores brasileiros consagrados B KorgeAmado, Crico erssimo, Graciliano 8amos, Guimarães 8osa, entre outros B cujasobras retratam diferentes paisagens do #rasil, em seus aspectos sociais, culturais enaturais. /ambém as produções musicais, a fotografia e até mesmo o cinema são fontes)ue podem ser utilizadas por professores e alunos para obter informações, comparar,

     perguntar e inspirar1se para interpretar as paisagens e construir con"ecimentos sobre oespaço geográfico.

    A Geografia trabal"a com imagens, recorre a diferentes linguagens na busca deinformações e como forma de expressar suas interpretações, "ip0teses e conceitos. (edeuma cartografia conceitual, apoiada numa fusão de m@ltiplos tempos e numa linguagemespecfica, )ue faça da localização e da espacialização uma referência da leitura das

     paisagens e seus mo&imentos.

     5a escola, assim, fotos comuns, fotos aéreas, filmes, gra&uras e &deos também podemser utilizados como fontes de informação e de leitura do espaço e da paisagem. C

     preciso )ue o professor analise as imagens na sua totalidade e procure contextualizá1lasem seu processo de produção7 por )uem foram feitas, )uando, com )ue finalidade, etc.,e tomar esses dados como referência na leitura de informações mais particularizadas,ensinando aos alunos )ue as imagens são produtos do trabal"o "umano, localizá&eis notempo e no espaço, cujas intencionalidades podem ser encontradas de forma explcita ou

    implcita.

    3 estudo da linguagem cartográfica, por sua &ez, tem cada &ez mais reafirmado suaimportEncia, desde o incio da escolaridade. 9ontribui não apenas para )ue os alunos&en"am a compreender e utilizar uma ferramenta básica da Geografia, os mapas, comotambém para desen&ol&er capacidades relati&as 4 representação do espaço.

    A cartografia é um con"ecimento )ue &em se desen&ol&endo desde a pré1"ist0ria até osdias de "oje. Atra&és dessa linguagem é poss&el sintetizar informações, expressarcon"ecimentos, estudar situações, entre outras coisas B sempre en&ol&endo a idéia da

     produção do espaço7 sua organização e distribuição.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    10/29

    As formas mais usuais de se trabal"ar com a linguagem cartográfica na escola é atra&ésde situações nas )uais os alunos têm de colorir mapas, copiá1los, escre&er os nomes derios ou cidades, memorizar as informações neles representadas. ?as esse tratamentonão garante )ue eles construam os con"ecimentos necessários, tanto para ler mapascomo para representar o espaço geográfico. (ara isso, é preciso partir da idéia de )ue a

    linguagem cartográfica é um sistema de smbolos )ue en&ol&e proporcionalidade, usode signos ordenados e técnicas de projeção. /ambém é uma forma de atender a di&ersasnecessidades, das mais cotidianas

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    11/29

    $oram considerados também critérios )ue atendem ao desen&ol&imento das capacidadescogniti&as dos alunos relati&as 4s noções de espaço e de tempo, seu uso em m@ltiplassituações cotidianas e de pes)uisa. A Geografia trabal"a com a espacialidade dosfen:menos em sua temporalidade, porém é importante estudar a extensão de uma

     paisagem e o papel "ist0rico de sua posição geográfica, não apenas sua localização. /ais

    noções B espacialidade e temporalidade B, pass&eis de serem ampliadas a partir docon"ecimento geográfico, podem ser trabal"adas atra&és de conte@dos de outras áreas,tais como a ?atemática, a Arte e a !ducação $sica, entre outras.

    Luestões relati&as aos procedimentos de pes)uisa da Geografia também foramconsideradas na seleção e organização de conte@dos. (ara )ue os alunos possam ler einterpretar as informações )ue recebem e compreendê1las do ponto de &ista geográfico é

     preciso )ue construam procedimentos de análise com os )uais o pr0prio sabergeográfico opera. A obser&ação, a descrição, o registro e a documentação, arepresentação, a analogia, a explicação e a sntese são procedimentos )ue de&em sertrabal"ados ao longo de toda a escolaridade, essenciais na construção do instrumental

    necessário para uma compreensão de como a Geografia trabal"a e se constitui como umcampo de con"ecimento.

    #. $%&eti'os gerais do ensino de Geografia para o ensino fundamental  

    !spera1se )ue, ao longo dos oito anos do ensino fundamental, os alunos construam umconjunto de con"ecimentos referentes a conceitos, procedimentos e atitudesrelacionados 4 Geografia, )ue l"es permitam ser capazes de7

    • con"ecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza emsuas m@ltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades em suaconstrução e na produção do territ0rio, da paisagem e do lugar2

    • identificar e a&aliar as ações dos "omens em sociedade e suas conse)Jências emdiferentes espaços e tempos de modo construir referenciais )ue possibilitem uma

     participação propositi&a e reati&a nas )uestões socioambientais locais2• compreender a espacialidade e temporalidade dos fen:menos geográficos

    estudados em suas dinEmicas e interações2• compreender )ue as mel"orias nas condições de &ida, os direitos polticos, os

    a&anços técnicos e tecnol0gicos e as transformações socioculturais sãocon)uistas decorrentes de conflitos e acordos, )ue ainda não são usufrudas portodos os seres "umanos e, dentro de suas possibilidades, empen"ar1se em

    democratizá1las2• con"ecer e saber utilizar procedimentos de pes)uisa da Geografia para

    compreender o espaço, a paisagem, o territ0rio e o lugar, seus processos deconstrução, identificando suas relações, problemas e contradições2

    • fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes deinformação, de modo a interpretar, analisar e relacionar informações sobre oespaço geográfico e as diferentes paisagens2

    • saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar aespacialidade dos fen:menos geográficos2

    • &alorizar o patrim:nio sociocultural e respeitar a sociodi&ersidade,recon"ecendo1a como um direito dos po&os e indi&duos e um elemento de

    fortalecimento da democracia.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    12/29

    (. )rimeiro ciclo 

    (.1. *nsino e aprendizagem 

     5o primeiro ciclo, o estudo da Geografia de&e abordar principalmente )uestões relati&as

    4 presença e ao papel da natureza e sua relação com a ação dos indi&duos, dos grupossociais e, de forma geral, da sociedade na construção do espaço geográfico. (ara tanto, a paisagem local e o espaço &i&ido são as referências para o professor organizar seutrabal"o.

    3 estudo das manifestações da natureza em suas m@ltiplas formas, presentes na paisagem local, é ponto de partida para uma compreensão mais ampla das relações entresociedade e natureza. C poss&el analisar as transformações )ue esta sofre por causa deati&idades econ:micas, "ábitos culturais ou )uestões polticas, expressas de diferentesmaneiras no pr0prio meio em )ue os alunos estão inseridos. (or exemplo, atra&és daar)uitetura, da distribuição da população, dos "ábitos alimentares, da di&isão e

    constituição do trabal"o, das formas de lazer e inclusi&e atra&és de suas pr0priascaractersticas biofsicas pode1se obser&ar a presença da natureza e sua relação com a&ida dos "omens em sociedade. o mesmo modo, é poss&el também compreender por)ue a natureza fa&orece o desen&ol&imento de determinadas ati&idades e não de outrase, assim, con"ecer as influências )ue uma exerce sobre outra, reciprocamente.

    Luando se estuda a paisagem local, de&e1se procurar estabelecer relações com outras paisagens e lugares distantes no tempo ou no espaço, para )ue elementos de comparação possam ser utilizados na busca de semel"anças e diferenças, permanências etransformações, explicações para os fen:menos )ue a se encontram presentes. ;nicia1se,assim, um processo de compreensão mais ampla das noções de posição, stio, fronteira eextensão )ue caracterizam a paisagem local e as paisagens de forma geral.

    C fundamental também )ue o professor con"eça )uais são as idéias e os con"ecimentos)ue seus alunos têm sobre o lugar em )ue &i&em, sobre outros lugares e a relação entreeles. Afinal, mesmo )ue ainda não ten"am tido contato com o con"ecimento geográficode forma organizada, os alunos são portadores de muitas informações e idéias sobre omeio em )ue estão inseridos e sobre o mundo, têm acesso ao con"ecimento produzido

     por seus familiares e pessoas pr0ximas e, muitas &ezes, 4s informações &eiculadas pelosmeios de comunicação.

    !sses con"ecimentos de&em ser in&estigados para )ue o professor possa criarinter&enções significati&as )ue pro&o)uem a&anços nas concepções dos alunos. 3 principal cuidado é ir além da)uilo )ue já sabem, e&itando estudos restritos 4s idéias etemas )ue já dominam e pouco promo&em a ampliação de seus con"ecimentos e"ip0teses acerca da presença e do papel da natureza na paisagem local.

    esde o primeiro ciclo é importante )ue os alunos con"eçam alguns procedimentos )uefazem parte dos métodos de operar da Geografia. 3bser&ar, descre&er, representar econstruir explicações são procedimentos )ue podem aprender a utilizar, mesmo )ueainda o façam com pouca autonomia, necessitando da presença e orientação do

     professor. (or exemplo, em relação 4 obser&ação, o professor pode le&á1los a

    compreender )ue não se trata apenas de ol"ar um pouco mais detidamente, mas sim deol"ar intencionalmente, em busca de respostas, nem sempre &is&eis de imediato,

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    13/29

    disparadas pelo assunto ou problema em estudo. A descrição, por sua &ez, não de&e serapenas uma listagem aleat0ria do )ue se obser&a, mas sim a seleção das informações)ue sugerem certas explicações e possuem relação com as "ip0teses da)uele )ueobser&a e descre&e.

    ale lembrar )ue esse ciclo é, na maioria das &ezes, o momento de ingresso da criançana escola. !nsinar os alunos a ler uma imagem, a obser&ar uma paisagem ou ainda a lerum texto B mesmo )ue a leitura não seja realizada diretamente por eles B para

     pes)uisar e obter informações faz parte do trabal"o do professor desse ciclo. o mesmomodo, cabe a ele estimular e intermediar discussões entre os pr0prios alunos, para )ue

     possam aprender a compartil"ar seus con"ecimentos, elaborar perguntas, confrontarsuas opiniões, ou&ir seus semel"antes e se posicionar diante do grupo.

    Assim, mesmo os alunos estando em processo de alfabetização, fontes escritas de&emestar presentes nos estudos realizados, da mesma forma )ue o con"ecimento construdoexpresso atra&és de textos. (ropor )ue os alunos registrem por escrito, indi&idual ou

    coleti&amente, a)uilo )ue obser&aram ou aprenderam é uma maneira de aproximá1losde procedimentos essenciais B ler e escre&er B não apenas para o campo da Geografia,mas também para o desen&ol&imento de procedimentos importantes na &ida de todoestudante.

    A imagem como representação também pode estar presente. esen"ar é uma maneira deexpressão caracterstica desse segmento da escolaridade e um procedimento de registroutilizado pela pr0pria Geografia. Além disso, é uma forma interessante de propor )ue osalunos comecem a utilizar mais objeti&amente as noções de proporção, distEncia edireção, fundamentais para a compreensão e uso da linguagem cartográfica.

    3 trabal"o com a construção da linguagem cartográfica, por sua &ez, de&e ser realizadoconsiderando os referenciais )ue os alunos já utilizam para se localizar e orientar noespaço. A partir de situações nas )uais compartil"em e explicitem seus con"ecimentos,o professor pode criar outras nas )uais possam es)uematizar e ampliar suas idéias dedistEncia, direção e orientação.

    3 incio do processo de construção da linguagem cartográfica acontece mediante otrabal"o com a produção e a leitura de mapas simples, em situações significati&as deaprendizagem nas )uais os alunos ten"am )uestões a resol&er, seja para comunicar, seja

     para obter e interpretar informações. ! como na construção de outras linguagens mesmo

    inicialmente não se de&e descaracterizá1la nem na produção, nem na leitura. Cimportante, assim, )ue o professor desse ciclo trabal"e com diferentes tipos de mapas,atlas, globo terrestre, plantas e ma)uetes B de boa )ualidade e atualizados B, atra&ésde situações nas )uais os alunos possam interagir com eles e fazer um uso cada &ez mais

     preciso e ade)uado deles.

    3 estudo do meio, o trabal"o com imagens e a representação dos lugares são recursosdidáticos interessantes atra&és dos )uais os alunos poderão construir e reconstruir, demaneira cada &ez mais ampla e estruturada, as imagens e as percepções )ue têm da

     paisagem local, conscientizando1se de seus &nculos afeti&os e de identidade com olugar no )ual se encontram inseridos.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    14/29

    Além disso, a interface com a Hist0ria é essencial. A Geografia pode trabal"ar comrecortes temporais e espaciais distintos dos da Hist0ria, embora não possa construirinterpretações de uma paisagem sem buscar sua "istoricidade. %ma abordagem )ue

     pretende ler a paisagem local, estabelecer comparações, interpretar as m@ltiplas relaçõesentre a sociedade e a natureza de um determinado lugar, pressupõe uma inter1relação

    entre essas disciplinas, tanto nas problematizações )uanto nos conte@dos e procedimentos. 9om a área de 9iências também "á uma afinidade peculiar nosconte@dos desse ciclo, uma &ez )ue o funcionamento da natureza e suas determinaçõesna &ida dos "omens de&em ser estudados. 'em perder de &ista as especificidades decada uma das áreas, o professor pode apro&eitar o )ue "á em comum para tratar ummesmo assunto sob &ários Engulos.

    (.2. $%&eti'os para o primeiro ciclo 

    !spera1se )ue ao final do primeiro ciclo os alunos sejam capazes de7

    • recon"ecer, na paisagem local e no lugar em )ue se encontram inseridos, asdiferentes manifestações da natureza e a apropriação e transformação dela pelaação de sua coleti&idade, de seu grupo social2

    • con"ecer e comparar a presença da natureza, expressa na paisagem local, com asmanifestações da natureza presentes em outras paisagens2

    • recon"ecer semel"anças e diferenças nos modos )ue diferentes grupos sociais seapropriam da natureza e a transformam, identificando suas determinações nasrelações de trabal"o, nos "ábitos cotidianos, nas formas de se expressar e nolazer2

    • con"ecer e começar a utilizar fontes de informação escritas e imagéticasutilizando, para tanto, alguns procedimentos básicos2

    • saber utilizar a obser&ação e a descrição na leitura direta ou indireta da paisagem, sobretudo atra&és de ilustrações e da linguagem oral2

    • recon"ecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientaçãoe distEncia de modo a deslocar1se com autonomia e representar os lugares onde&i&em e se relacionam2

    • recon"ecer a importEncia de uma atitude responsá&el de cuidado com o meio em)ue &i&em, e&itando o desperdcio e percebendo os cuidados )ue se de&e ter na

     preser&ação e na manutenção da natureza.

    (.. +locos temáticos e conte"dos: o estudo da paisagem local  

    'ão muitos e &ariados os temas )ue podem ser pes)uisados a partir do estudo da paisagem local. !mbora cada unidade escolar e cada professor possa propor os seus, adepender das necessidades e problemáticas )ue julgarem importantes de seremabordadas, a)ueles selecionados de&em tratar da presença e do papel da natureza e suarelação com a &ida das pessoas B seja em sociedade, coleti&a ou indi&idualmente B naconstrução do espaço geográfico.

    'eguem sugestões de blocos temáticos )ue podem ser estudados com os alunos,apresentados de modo amplo, pois se configuram como sugestões e não de&em sercompreendidos como uma se)Jência de assuntos a serem aprendidos ou ainda como

     blocos isolados )ue não se comunicam entre si. 3 professor pode, por exemplo,

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    15/29

    trabal"ar com um ou mais blocos ao mesmo tempo, reunidos no estudo da paisagemlocal.

    (..1. ,udo ! natureza 

    A principal noção a ser trabal"ada atra&és deste tema é a presença da natureza em tudo)ue está &is&el ou não na paisagem local. Atra&és da obser&ação e descrição, os alunos podem recon"ecer essa presença em seus "ábitos cotidianos, na configuração elocalização de seu bairro e de sua cidade ou ainda nas ati&idades econ:micas, sociais eculturais com as )uais têm contato direto ou indireto. !ssa percepção pode ser ampliadaatra&és da comparação com a presença da natureza em outros bairros, em diferentesregiões do #rasil e em outros lugares do mundo. A &isão global de natureza expressa na

     paisagem local pode ser realizada atra&és dos "ábitos de consumo, pes)uisando os produtos )ue participam da &ida cotidiana, como são feitos e )ual a origem dos recursosnaturais )ue estão en&ol&idos em sua produção. C poss&el, ainda, aproximar os alunosdo papel do trabal"o na transformação da natureza, in&estigando como pessoas de

    diferentes espaços e tempos utilizam técnicas e instrumentos distintos de trabal"o naapropriação e transformação dos elementos naturais dispon&eis na paisagem local.!ntretanto, dimensão utilitária da natureza como recurso natural pode ser ultrapassadaao se abordar também suas caractersticas biofsicas e as relações afeti&as e singulares)ue as pessoas estabelecem com ela e as manifestam atra&és das artes e das formas delazer, por exemplo.

    (..2. Conser'ando o am%iente 

    !ste tema proporciona a compreensão das diferentes relações )ue indi&duos, grupossociais e sociedades estabelecem com a natureza no dia1a1dia. Atra&és de

     problematizações de situações &i&idas no lugar no )ual os alunos se encontram inseridos B seja ele o bairro, a cidade ou o pas B pode1se discutir o comportamento social esuas relações com a natureza. e&em ser estudados o modo de produzir e fazer docotidiano, as tecnologias e as possibilidades de no&as formas de se relacionar com anatureza, como as atitudes conser&acionistas em relação ao lixo, saneamento básico,abastecimento de água, produção e conser&ação de alimentos, por exemplo. C poss&elainda introduzir os modos de produzir considerados alternati&os, como a produção deenergia solar e as técnicas agrcolas alternati&as. (ode1se também abordar a categoriaterrit0rio ao se tratar da )uestão ambiental como poltica de conser&ação e apresentaraos alunos o conceito de Mreas (rotegidas e %nidades de 9onser&ação atra&és da

     pes)uisa sobre suas tipologias e seus objeti&os, identificando como elas estão pr0ximasou distantes de seu cotidiano e )uais as suas implicações na &ida das pessoas.

    (... ,ransformando a natureza: diferentes paisagens 

    !ste tema proporciona um estudo sobre os moti&os, as técnicas e as conse)Jências datransformação e do uso da natureza. (ode1se integrá1lo ao estudo da Hist0ria no )ue serefere 4s relações sociais, culturais e econ:micas. Atra&és da leitura de imagens, pode1se con"ecer a trajet0ria da constituição da paisagem local e compará1la com a trajet0riade diferentes paisagens e lugares, enfocando as m@ltiplas relações e determinações dos"omens em sociedade com a natureza nessa trajet0ria. !ste tema e&oca também

     pes)uisas sobre como diferentes grupos sociais B ndios, negros, imigrantes, caiçaras,dentre os muitos )ue fazem parte da sociedade brasileira B relacionaram1se ao longo de

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    16/29

    suas trajet0rias com a natureza na construção do lugar e da paisagem onde &i&em, podendo1se inclusi&e eleger como objeto de estudo grupos sociais inseridos em paisagens distintas da)uelas caractersticas do #rasil.

    (..#. $ lugar e a paisagem 

    !ste tema trata das relações mais indi&idualizadas dos alunos com o lugar em )ue&i&em. Luais foram as razões )ue os fizeram morar ali

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    17/29

    (.#. Crit!rios de a'aliação 

    Ao final do primeiro ciclo, os alunos de&em ter a&aliadas suas con)uistas numa perspecti&a de continuidade aos seus estudos. A a&aliação de&e ser planejada, assim,relati&amente aos con"ecimentos )ue serão recontextualizados e utilizados em estudos

     posteriores. (ara isso é necessário estabelecer alguns critérios. e modo amplo, sãoeles7

    • -econhecer algumas das manifestaçes da relação entre sociedade e

    natureza presentes na sua 'ida cotidiana e na paisagem local.  

    9om este critério a&alia1se o )uanto o aluno se apropriou da idéia de interdependênciaentre a sociedade e a natureza e se recon"ece aspectos dessa relação na paisagem local eno lugar em )ue se encontra inserido. /ambém de&e1se a&aliar se con"ece alguns dos

     processos de transformação da natureza em seu contexto mais imediato.• -econhecer e localizar as características da paisagem local e compará/las

    com as de outras paisagens. 

    9om este critério a&alia1se se o aluno é capaz de distinguir, atra&és da obser&ação e dadescrição, alguns aspectos naturais e culturais da paisagem, percebendo nela elementos)ue expressam a multiplicidade de tempos e espaços )ue a compõe. 'e é capaz tambémde comparar algumas das diferenças e semel"anças existentes entre diferentes

     paisagens.• 0er interpretar e representar o espaço atra'!s de mapas simples. 

    9om este critério a&alia1se se o aluno sabe utilizar elementos da linguagem cartográficacomo um sistema de representação )ue possui con&enções e funções especficas, taiscomo cor, smbolos, relações de direção e orientação, função de representar o espaço esuas caractersticas, delimitar as relações de &izin"ança.

    . 3egundo ciclo 

    .1. *nsino e aprendizagem 

     5o segundo ciclo, o estudo da Geografia de&e abordar principalmente as diferentesrelações entre as cidades e o campo em suas dimensões sociais, culturais e ambientais econsiderando o papel do trabal"o, das tecnologias, da informação, da comunicação e do

    transporte. 3 objeti&o central é )ue os alunos construam con"ecimentos a respeito dascategorias de paisagem urbana e paisagem rural, como foram constitudas ao logo dotempo e ainda o são e como sintetizam m@ltiplos espaços geográficos.

    A paisagem local pode conter elementos fundamentais para os alunos obser&arem,compararem e compreenderem essas relações. C poss&el, a partir de um estudo nessaescala, perceber como as paisagens urbanas e rurais foram se configurando e estão

     profundamente interligadas. !ntretanto, outras escalas podem ser abordadas eanalisadas, já não apenas como fator de comparação B tal como foi proposto para o

     primeiro ciclo B mas sim como conte@dos a serem aprendidos. iferentes paisagensregionais de&em ser apresentadas e trabal"adas com os alunos, de modo )ue &en"am a

    construir uma noção mais ampla sobre o territ0rio brasileiro, suas paisagens, regiões e,de modo geral, as determinações poltico1administrati&as )ue o caracterizam.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    18/29

    C importante ressaltar )ue o urbano e o rural são tradicionalmente trabal"ados na escola.!ntretanto, costuma1se estudar apenas suas caractersticas de forma descriti&a e isolada,sem aprofundar temáticas )ue explicitem as relações de interdependência e dedeterminação )ue existe entre eles e enfocando1se )uase )ue exclusi&amente seusaspectos econ:micos.

    Atualmente, o urbano e o rural são compreendidos para além de seus aspectosecon:micos ou da descrição compartimentada dos fen:menos sociais e naturais )ue oscaracterizam. As m@ltiplas dinEmicas existentes entre as cidades e o campo2 assemel"anças e diferenças entre os modos de &ida )ue a se constituem2 as formas detrabal"o e a produção e percepção do espaço e da paisagem2 os rel0gios naturais emecEnicos )ue controlam a &ida nas cidades e no campo e )ue impõem ritmos de &idadiferentes tornaram1se temas de in&estigação da pr0pria Geografia e, na escola, semostram interessantes e pertinentes de serem trabal"ados, inclusi&e ao longo dosegundo ciclo.

    A configuração territorial igualmente pode ser tratada, pois as relações entre as paisagens urbanas e rurais estão permeadas por decisões poltico1administrati&as promo&idas não apenas por instEncias regionais, mas sobretudo federais, explicitando1sea predominEncia do urbano sobre o rural. Luestões relati&as 4 posição, localização,fronteira e extensão das paisagens são, assim, retomadas, o )ue garante a possibilidadedos alunos de ampliarem as noções e con"ecimentos )ue "a&iam anteriormenteconstrudo a respeito.

    3 estudo das tecnologias permite compreender como as sociedades, em diferentesmomentos de sua "ist0ria, buscaram superar seus problemas cotidianos, desobre&i&ência, transformando a natureza, criando no&as formas de organização social,

     poltica e econ:mica e construindo paisagens urbanas e rurais. As possibilidadesad&indas do desen&ol&imento tecnol0gico e do aprimoramento técnico para o processode urbanização, agrarização e industrialização e as transformações ocorridas no pr0prioconceito de trabal"o de&em ser apresentadas aos alunos desse ciclo. Assim, o conceitode trabal"o pode ser construdo por eles atra&és de compreensões mais amplas do )uea)uela comumente presente nessa etapa da escolaridade7 a do trabal"o apenas como

     profissão.

     5esse sentido, é importante promo&er também situações nas )uais os alunos percebam ecompreendam a tecnologia em seu pr0prio cotidiano, atra&és de obser&ação e

    comparação da presença dela em seu meio familiar e em seu dia1a1dia de forma geral.3s instrumentos, os modos de fazer, as tecnologias )ue os alunos con"ecem eFoudominam podem gerar temas de estudo, e até mesmo as &i&ências diretas ou indiretas)ue possuem com o mundo do trabal"o compartil"adas a fim de ampliar seuscon"ecimentos sobre o seu papel na estruturação do espaço, do tempo e da sociedade na)ual se encontram inseridos.

     5as escalas regional e nacional, é poss&el ainda estudar como diferentes grupos sociaisse &aleram de tecnologias singulares na construção e definição de seu espaço7 comogrupos indgenas, caiçaras, ribeirin"os, imigrantes japoneses B entre outros Bconstruram, no passado, técnicas singulares e as utilizaram como instrumentos de

    trabal"o na estruturação de seu espaço geográfico2 e no presente, como encontram1se

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    19/29

    esses mesmos grupos frente ao a&anço tecnol0gico, como incorporam outras técnicasem seu dia1a1dia de trabal"o e de lazer.

    3 estudo da informação, da comunicação e do transporte, por sua &ez, ao superar umaabordagem descriti&a de seus meios B tele&isão, rádio, autom0&el, trem, etc. B

     permite uma compreensão dos processos, intenções e conse)Jências das relações entreos lugares, em escala regional, nacional e até mesmo mundial. Luando abordado atra&ésda escala local e do territ0rio, permite aproximar os alunos das dinEmicas existentesentre as paisagens urbanas e rurais. A preocupação fundamental é )ue os alunosconstruam as primeiras noções sobre o papel da informação, da comunicação e dostransportes na constituição dessas paisagens e nas m@ltiplas relações )ue existe entre olocal, o regional e o mundial.

     5o segundo ciclo, as possibilidades de aprendizagem dos alunos ampliam1se em &áriosaspectos. A maior autonomia em relação 4 leitura e 4 escrita e o domnio crescente dos

     procedimentos de obser&ação, descrição, explicação e representação permitem )ue eles

    sejam capazes de consultar e processar fontes de informação com maior independênciae )ue construam compreensões mais complexas, realizando analogias e snteses maiselaboradas, expressas atra&és de trabal"os mais completos, escritos ou apoiados emm@ltiplas linguagens B como ilustração, mapas, ma)uetes, seminários, por exemplo.

    Além disso, a familiaridade com a rotina escolar e com o con"ecimento escolarizadotambém torna poss&el desen&ol&er estudos e pes)uisas mais complexos, e permite )ueos alunos trabal"em de forma mais independente da mediação do professor, embora esteainda de&a atuar como intermediário entre o con"ecimento dos alunos e o con"ecimentogeográfico, criando situações significati&as de aprendizagem )ue aproximem os alunosdas categorias de espaço geográfico, territ0rio, paisagem e lugar e dos procedimentos

     básicos do fazer geográfico.

    !ssas situações de aprendizagem, como no ciclo anterior, podem estar apoiadas emdiferentes fontes de informação e recursos didáticos B como os estudos do meio, osrelatos, as entre&istas, a narrati&a literária, a pintura, a m@sica, o estudo de diferentesculturas, a cartografia B, promo&endo uma compreensão mais ampla e crtica darealidade, bem como um posicionamento mais propositi&o frente a )uestões relati&as 4scondições de &ida

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    20/29

    /ambém no )ue se refere 4 leitura, a prática do professor de&e fa&orecer uma autonomiacrescente na consulta e obtenção de informações atra&és de mapas, atlas, globo terrestree até mesmo de ma)uetes, plantas e fotos aéreas. 5esse sentido, o acesso a diferentestipos de mapas, aos m@ltiplos temas )ue são representados atra&és dessa linguagem e asrazões )ue determinam a rele&Encia de seu mapeamento podem ser temas de discussão e

    estudo. !studar conceitos fundamentais, tradicionalmente representados atra&és dalinguagem cartográfica B como rele&o, &egetação, clima, população, taman"o,distribuição B, não s0 passa a ser pertinente como também fundamental para )ue osalunos ampliem seus con"ecimentos sobre essa linguagem.

     5esse momento da escolaridade passa a ser interessante também discutir com os alunosa linguagem cartográfica como uma produção "umana, marcada pelos alcances e limitesdos recursos técnicos e das intenções dos sujeitos e das épocas )ue dela se &alem pararepresentar o espaço geográfico. !studar a "ist0ria da cartografia é uma forma ade)uadade aproximar a Hist0ria e a Geografia num estudo sobre como diferentes sociedades emtempos e espaços distintos percebiam e representa&am seu entorno e o mundo7 as

    técnicas e os con"ecimentos, o imaginário, as intenções polticas e econ:micas, osmedos e desejos.

    9ontinua sendo papel fundamental do professor considerar os con"ecimentos )ue osalunos já possuem para planejar situações de ensino e aprendizagem significati&as e

     produti&as. (ara isso, é preciso con"ecer os a&anços e os problemas de seus alunos, bemcomo a ade)uação de suas propostas, de modo a aperfeiçoar sua ação pedag0gica. Ainterface com as demais disciplinas também de&e ser obser&ada, de modo a

     proporcionar estudos mais completos sobre um tema )ue tanto a Geografia, como aHist0ria, as 9iências, a Arte e a ?atemática podem, atra&és de suas abordagens eexplicações, ampliar a compreensão por parte dos alunos.

    .2. $%&eti'os para o segundo ciclo 

    !spera1se )ue ao final do segundo ciclo os alunos sejam capazes de7

    • recon"ecer e comparar o papel da sociedade e da natureza na construção dediferentes paisagens urbanas e rurais brasileiras2

    • recon"ecer semel"anças e diferenças entre os modos de &ida das cidades e docampo, relati&as ao trabal"o, 4s construções e moradias, aos "ábitos cotidianos,4s expressões de lazer e de cultura2

    recon"ecer, no lugar no )ual se encontram inseridos, as relações existentes entreo mundo urbano e o mundo rural, bem como as relações )ue sua coleti&idadeestabelece com coleti&idades de outros lugares e regiões, focando tanto o

     presente e como o passado2• con"ecer e compreender algumas das conse)Jências das transformações da

    natureza causadas pelas ações "umanas, presentes na paisagem local e em paisagens urbanas e rurais2

    • recon"ecer o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dostransportes na configuração de paisagens urbanas e rurais e na estruturação da&ida em sociedade2

    • saber utilizar os procedimentos básicos de obser&ação, descrição, registro,

    comparação, análise e sntese na coleta e tratamento da informação, seja atra&ésde fontes escritas ou imagéticas2

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    21/29

    • utilizar a linguagem cartográfica para representar e interpretar informações emlinguagem cartográfica, obser&ando a necessidade de indicações de direção,distEncia, orientação e proporção para garantir a legibilidade da informação2

    • &alorizar o uso refletido da técnica e da tecnologia em prol da preser&ação econser&ação do meio ambiente e da manutenção da )ualidade de &ida2

    • adotar uma atitude responsá&el em relação ao meio ambiente, rei&indicando,)uando poss&el, o direito de todos a uma &ida plena num ambiente preser&ado esaudá&el2

    • con"ecer e &alorizar os modos de &ida de diferentes grupos sociais, como serelacionam e constituem o espaço e a paisagem no )ual se encontram inseridos.

    .. +locos temáticos e conte"dos: as paisagens ur%anas e rurais suas

    características e relaçes 

    'ão muitos e &ariados os temas )ue podem ser pes)uisados a partir do estudo de paisagens urbanas e rurais, suas caractersticas e relações. !mbora cada unidade escolar

    e cada professor possa propor os seus, a depender das necessidades e problemáticasrele&antes para os alunos, a escola ou a comunidade na )ual se encontram inseridos,a)ueles selecionados de&em abordar as dimensões sociais, culturais e ambientais )ue ase encontram presentes, bem como o papel do trabal"o, das tecnologias, da informação,da comunicação e do transporte. Até mesmo o territ0rio no )ual essas paisagens seinserem de&e ser considerado, a fim de )ue possam ser abordadas as determinações

     poltico1administrati&as )ue a se encontram presentes.

    'eguem sugestões de blocos temáticos )ue podem ser estudados com os alunos e )ue,como no primeiro ciclo, são apresentados de modo amplo, pois se configuram comosugestões e não de&em ser compreendidos como uma se)Jência de assuntos a seremaprendidos ou ainda como blocos isolados, )ue não se comunicam entre si. 3 professor

     pode a)ui, também, trabal"ar com um ou mais blocos ao mesmo tempo, reunidos noestudo de paisagens urbanas e rurais.

    ..1. $ papel das tecnologias na construção de paisagens ur%anas e rurais 

    !ste tema enfoca o papel das tecnologias na configuração das paisagens urbanas erurais. Atra&és do estudo comparati&o de como diferentes grupos sociais utilizam eelaboram técnicas e tecnologias para superar seus problemas cotidianos e garantir suasobre&i&ência, os alunos podem compreender como o trabal"o "umano e as diferentes

    formas de apropriação da natureza constituem e diferenciam espaços geográficos.

    3 trabal"o e as tecnologias influem nos ritmos da cidade e do campo, nas suas formas,na sua organização. 9omo se relacionam com a &ida cotidiana, )ual seu papel7 oconforto e desconforto )ue trazem, os benefcios e malefcios. C poss&el comparartécnicas e tecnologias antigas e modernas B como por exemplo o martelo e a serraelétrica, a col"eita manual e a industrializada B e a&aliar se o )ue é mais moderno érealmente mel"or. (ode1se estudar como as tecnologias aparecem distribudas nas

     paisagens e nas diferentes ati&idades7 onde estão, por )uem são utilizadas, )uem temacesso a elas. (or exemplo, )ue mudanças ocorreram com a in&enção da geladeira ou daenergia elétrica. 9omo diferentes setores da sociedade usam e abusam das tecnologias e

    )uais suas responsabilidades frente ao meio ambiente, nos desmatamentos, no

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    22/29

    lançamento de poluentes para a atmosfera. Luem são os atores sociais )ue definem)uais e como se utilizam as tecnologias e )uem sofre os prejuzos de seu uso inde&ido.

    ..2. 4nformação comunicação e interação 

    !ste tema refere1se 4s alterações )ue o fluxo de informações fez e faz na &ida emsociedade. C poss&el estudar a "ist0ria dos meios de comunicação, sua criação e seusignificado social2 como a in&enção do rádio, da /, do telefone, do jornal modificarama &ida das pessoas, como podem criar no&as e m@ltiplas relações entre os lugares. C

     poss&el analisar as alterações )ue o uso dos computadores trouxe na relação entre oslugares, nas relações sociais e econ:micas e nos "ábitos culturais. 9omo expressam as

     paisagens urbanas e rurais, como as paisagens são influenciadas umas pelas outrasatra&és das imagens &eiculadas na tele&isão, nos jornais, nas re&istas, etc. %maabordagem crtica, analisando a descaracterização )ue os meios de comunicação podemocasionar, principalmente no comportamento, na fala, no estmulo ao consumo éfundamental para uma compreensão mais ampla deste tema. Analisá1lo a partir das

    diferenças entre os meios de comunicação, sua influência no mundo urbano e no mundorural B )ue lugares a mdia trata, )uais ignora e por )ue são formas interessantes dediscutir com os alunos a informação e a comunicação como fruto do trabal"o "umano,

     permeado por decisões poltico1administrati&as.

    ... 5istâncias e 'elocidades no mundo ur%ano e no mundo rural 

    !ste tema diz respeito ao transporte e sua influência na &ida em sociedade, as alterações)ue imprimem nas paisagens. /ambém as semel"anças e as diferenças entre o urbano eo rural podem ser a)ui tratadas7 discutir o espaço )ue alguns meios de transporteocupam, como, por exemplo, o autom0&el e as implicações de seu uso na configuraçãodas cidades atra&és da construção de &ias, &iadutos, pontes, t@neis, etc.2 emcontraposição, o papel dos transportes coleti&os no passado e no presente. (ode1seestudar a utilização do autom0&el sob o ponto de &ista do trabal"o, da ind@stria ou dacomunicação, assim como dos meios de transporte flu&iais, predominantes em muitasregiões do #rasil.

     5esse sentido, é interessante discutir e comparar as permanências e transformações dosmeios de transportes em regiões diferentes7 lugares onde se anda a ca&alo, de barco ou a

     pé2 lugares onde existem problemas sociais ligados aos meios de transporte, tais comotrEnsito, acidentes, atropelamentos, de sa@de e ambientais2 ou ainda abordar a )uestão

    energética, estudando1se os combust&eis utilizados pelo transporte.

    ..#. 6r%ano e rural: modos de 'ida 

    Atra&és deste tema é poss&el organizar estudos nos )uais os alunos pes)uisem ecomparem como as paisagens urbanas e rurais definem e possibilitam diferentes modosde &ida. 5o entanto, os mundos urbano e rural não de&em ser focados sem seus atores7os grupos sociais )ue neles se encontram presentes de&em também ser abordados.Afinal, o modo de &ida dos "abitantes da região da floresta amaz:nica, por exemplo,não pode ser definido segundo um @nico padrão7 ribeirin"os &i&em de forma distintados grupos indgenas, embora ambos possam ser localizados em zonas rurais dessa

    região. Luestões relati&as ao trabal"o, 4s tecnologias e até mesmo 4 comunicação )ue

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    23/29

    existe entre os modos de &ida dos grupos sociais estudados podem ser enfocadas, tantodo ponto de &ista do presente como do passado.

    !sses blocos temáticos contemplam conte@dos de diferentes dimensões7 conceituais, procedimentais e atitudinais )ue, segundo esta proposta de ensino, são considerados

    como fundamentais para atingir as capacidades definidas para esse segmento daescolaridade. A seguir, são apresentados em forma de lista, de modo a destacar suasdimensões e as principais relações )ue existem entre eles7

    • identificação de processos de organização e construção de paisagens urbanas erurais ao longo do tempo2

    • caracterização e comparação entre as paisagens urbanas e rurais de diferentesregiões do #rasil, considerando os aspectos da espacialização e especializaçãodo trabal"o, a interdependência entre as cidades e o campo, os elementos

     biofsicos da natureza, os limites e as possibilidades dos recursos naturais2• comparação entre o uso de técnicas e tecnologias atra&és do trabal"o "umano

    nas cidades e no campo, en&ol&endo modos de &ida de diferentes grupos sociais,aproximando1se do debate entre o moderno e o tradicional2

    • recon"ecimento do papel das tecnologias na transformação e apropriação danatureza e na construção de paisagens distintas2

    • recon"ecimento do papel da informação e da comunicação nas dinEmicasexistentes entre as cidades e o campo2

    • compreensão das funções )ue o transporte assume nas relações entre as cidadese o campo, obser&ando seu papel na interdependência )ue existe entre ambos2

    • comparação entre os diferentes meios de transporte presentes no lugar onde se&i&e, suas implicações na organização da &ida em sociedade e nas

    transformações da natureza2• le&antamento, seleção e organização de informações a partir de fontes &ariadas,como fotografias, mapas, notcias de jornal, filmes, entre&istas, obras literárias,m@sicas, etc.2

    • representação em linguagem cartográfica das caractersticas das paisagensestudadas atra&és da confecção de diferentes tipos de mapas, obser&ando anecessidade de indicar a direção, a distEncia, a proporção para garantir alegibilidade das informações2

    • leitura e compreensão das informações expressas em linguagem cartográfica eem outras formas de representação do espaço como fotografias aéreas, plantasma)uetes, entre outras2

    • organização de pes)uisas e reapresentação dos con"ecimentos ad)uiridos emobras indi&iduais ou coleti&as7 textos, exposições, desen"os, dramatizações,seminários, etc.2

    • &alorização do uso refletido da técnica e da tecnologia em prol da reabilitação econser&ação do meio ambiente e da manutenção da )ualidade de &ida2

    • respeito e tolerEncia por modos de &ida e &alores de outras coleti&idadesdistantes no tempo e no espaço.

    .#. Crit!rios para a'aliação 

    Ao final do segundo ciclo, os alunos de&em ter a&aliadas suas con)uistas numa

     perspecti&a de continuidade aos seus estudos. A a&aliação de&e ser planejada, assim,relati&amente aos con"ecimentos )ue serão recontextualizados e utilizados em estudos

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    24/29

     posteriores. (ara isso é necessário estabelecer alguns critérios. e modo amplo, sãoeles7

    • -econhecer e comparar os elementos sociais e naturais 7ue compem

    paisagens ur%anas e rurais %rasileiras e8plicando alguns dos processos de

    interação e8istentes entre elas. 

    9om este critério a&alia1se se o aluno é capaz de distinguir diferentes paisagens urbanase rurais brasileiras e de explicar algumas das dinEmicas existentes entre elas. 3con"ecimento do urbano e do rural pode ser a&aliado também a partir da)uilo )ue oaluno é capaz de obser&ar, descre&er, relacionar e compreender de suas manifestaçõesna paisagem local ou na região na )ual ele se encontra inserido, e as relações )ue suacoleti&idade estabelece com o campo eFou outras cidades.

    • -econhecer semelhanças e diferenças entre os modos de 'ida das cidades e

    do campo. 

    9om este critério a&alia1se se o aluno recon"ece, relaciona e compreende modos de &idadas cidades e do campo, focando aspectos relati&os aos tipos e ritmos de trabal"o, 4sformas de moradia e organização e distribuição da população, aos "ábitos cotidianos, 4sexpressões culturais e de lazer.

    • -econhecer o papel das tecnologias da informação da comunicação e dos

    transportes na configuração de paisagens ur%anas e rurais e na

    estruturação da 'ida em sociedade. 

    9om este critério a&alia1se se o aluno é capaz de recon"ecer e comparar os modos e asrazões )ue le&am diferentes grupos sociais, inclusi&e o seu pr0prio, a produzircon"ecimentos técnicos e tecnol0gicos, sendo capaz de discernir benefcios e prejuzos

     por eles causados, localizar alguns lugares e sujeitos )ue deles podem dispor. A&alia1setambém, se é capaz de perceber e compreender o papel desses con"ecimentos naconstrução de paisagens urbanas e rurais.

    • *sta%elecer algumas relaçes entre as açes da sociedade e suas

    conse79ncias para o am%iente 

    9om este critério a&alia1se se o aluno é capaz de con"ecer e compreender algumas dasconse)Jências das transformações da natureza causadas pelas ações "umanas, presentesna paisagem local e em paisagens urbanas e rurais.

    • -epresentar e interpretar informaçes so%re diferentes paisagens utilizando

    procedimentos con'encionais da linguagem cartográfica. 

    9om este critério a&alia1se se o aluno é capaz de utilizar algumas das con&enções na produção e na leitura de mapas simples, ma)uetes e roteiros7 direção, distEncia,orientação, proporção, o sistema de cores e de legendas, a di&isão e o contorno dosmapas polticos, os pontos cardeais, etc. /ambém, se é capaz de interpretar informaçõesde mapas com diferentes temáticas B rele&o, clima, distribuição da população, dos bensecon:micos, etc. B, realizando comparações e sobreposições entre essas informações.

    • $%ser'ar descre'er e8plicar comparar e representar paisagens ur%anas e

    rurais. 

    9om este critério a&alia1se se o aluno é capaz de utilizar procedimentos básicos do fazer geográfico de obser&ar, descre&er, explicar, comparar e representar paisagens urbanas e

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    25/29

    rurais. ;sso corresponde 4s capacidades )ue ele desen&ol&eu para ler uma imagem e a paisagem como uma imagem, entendendo )ue essa leitura não de&e ser apenas umareprodução da)uilo )ue está &is&el de imediato, mas também uma primeirainterpretação da)uilo )ue se &ê. 'aber )uestionar, relacionar, comparar e compreender anecessidade de pes)uisar em outras fontes de informação são algumas das capacidades

    )ue de&e ter desen&ol&ido, já possuindo autonomia para realizá1las.

    ;. $rientaçes didáticas 

    3 ensino de Geografia, de forma geral, é realizado atra&és de aulas expositi&as ou daleitura dos textos do li&ro didático. !ntretanto, é poss&el trabal"ar com esse campo docon"ecimento de forma mais dinEmica e instigante para os alunos, atra&és de situações)ue problematizem os diferentes espaços geográficos materializados em paisagens,lugares e territ0rios2 )ue disparem relações entre o presente e o passado, o especfico e ogeral, as ações indi&iduais e as coleti&as2 e )ue promo&am o domnio de procedimentos)ue permitam aos alunos DlerD a paisagem local e outras paisagens presentes em outros

    tempos e espaços.

     5a sala de aula, o professor pode planejar essas situações considerando a pr0pria leiturada paisagem, a obser&ação e a descrição, a explicação e a interação, a territorialidade e aextensão, a análise e o trabal"o com a representação do todo. 5estas orientaçõesdidáticas, procurou1se explicitar como e por )ue tais aspectos podem ser utilizados pelo

     professor no planejamento de seu trabal"o.

    ;.1. 0eitura da paisagem 

    A abordagem dos conte@dos da Geografia insere1se na perspecti&a da leitura da paisagem, o )ue permite aos alunos con"ecerem os processos de construção do espaçogeográfico. 9on"ecer uma paisagem é recon"ecer seus elementos sociais, culturais enaturais e a interação existente entre eles2 é também compreender como ela está em

     permanente processo de transformação e como contém m@ltiplos espaços e tempos.

    A leitura da paisagem pode ocorrer de forma direta B atra&és da obser&ação da paisagem de um lugar )ue os alunos &isitaram B ou de forma indireta B atra&és defotografias, da literatura, de &deos, de relatos.

    %ma maneira interessante de iniciar a leitura da paisagem é atra&és de uma pes)uisa

     pré&ia dos elementos )ue a constituem. !ssa pes)uisa pode ocorrer apoiada em materialfotográfico, textos ou pela sistematização das obser&ações )ue os alunos já fizeram emseu cotidiano. Atra&és desse le&antamento inicial, o professor e os alunos podem

     problematizar, formular )uestões e le&antar "ip0teses )ue impli)uem in&estigações maisaprofundadas, demandem no&os con"ecimentos.

    A partir dessa pes)uisa inicial, consultar diferentes fontes de informação, tais comoobras literárias, m@sicas regionais, fotografias, entre&istas ou relatos, torna1se essencialna busca de no&as informações )ue ampliem a)uelas )ue já se possui. A compreensãogeográfica das paisagens significa a construção de imagens &i&as dos lugares )ue

     passam a fazer parte do uni&erso de con"ecimentos dos alunos, tornando1se parte de sua

    cultura. 3s trabal"os práticos com ma)uetes, mapas mentais e fotografias aéreas podemtambém ser utilizados.

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    26/29

    3 desen&ol&imento da leitura da paisagem possibilita ir ao encontro das necessidades domundo contemporEneo no )ual o apelo 4s imagens é constante. 5o processo de leitura,um aspecto fundamental é a a)uisição de "abilidades para ler diferentes tipos deimagens, tais como a fotografia, o cinema, os grafismos, as imagens da tele&isão e a

     pr0pria obser&ação a ol"o nu tomada de diferentes referenciais

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    27/29

    capacidade de realizar le&antamentos das caractersticas &is&eis na paisagem, fazer suadocumentação, sistematizando assim a obser&ação.

    ;.. *8plicação e interação 

    A explicação para a Geografia é o procedimento )ue permite responder o por)uê dascoisas e dos fen:menos lidos numa paisagem.

    C sabido )ue a simples descrição dos lugares não esgota a análise do seu objeto. Cnecessário explicar como a)ueles fatores )ue a constituem se organizaram, para l"e

     permitir uma identidade. 3u seja, a explicação é o momento da compreensão dasinterações dos fatos. (or exemplo, se apenas fosse descrita a paisagem urbana da cidadede uma capital brasileira, isso le&aria a contemplá1la e não ao entendimento da sua

     presença e de sua essência como cidade2 ou ainda, como a "ist0ria e a naturezainteragiram para permitir seu aparecimento e expansão.

    A explicação, na análise de )ual)uer objeto, procura sempre decomp:1lo em partes.9amin"a do particular para o geral. ;sso significa dizer7 induz e deduz sobre a realidade.

     5o caso da Geografia, como o objeto da análise é o territ0rio e a paisagem,caracterizados tanto pelos elementos sociais )uanto pelos naturais, essa análise de&eráestar sempre atenta para as interações entre esses dois elementos da realidade.

    9omo uma ciência social, porém com especificidade de trabal"ar a sociedade e anatureza, a análise torna1se complexa, pois de&e explicar como dois conjuntos deelementos interagem sem deixar de lembrar )ue tanto a natureza como a sociedadeguardam n&eis de interações )ue l"es são especficas internamente.

    ;.#. ,erritorialidade e e8tensão 

     5en"um estudo geográfico das formas de interações entre a sociedade e a natureza poderá estar des&inculado da territorialidade ou extensão do fato estudado. 3s lugarestêm, por exemplo, fronteiras territoriais. 3 territ0rio é a base fsica e material da

     paisagem, expressa1se numa determinada extensão, permitindo, assim, )ue se estabeleçaalguma forma de fronteira.

    As fronteiras se estabelecem atra&és de diferentes relações de comércio, decomunicação, de circulação de pessoas, e, pela sua natureza concreta, serão pass&eis de

    uma representação cartográfica por)ue sempre definem uma extensão. (or exemplo7 aárea de influência de uma cidade, até onde ela pode ser considerada como centroimportante dos fluxos comerciais ou de pessoas poderá ser territorialmente representadaem mapas.

    3 princpio da territorialidade dos fen:menos geográficos definidos pelo processo deapropriação de natureza pela sociedade garante a possibilidade de se estabelecerem oslimites e as fronteiras desses fen:menos, sua extensão e tendências espaciais. 'ão,

     portanto, fen:menos localizá&eis e concretos. ;sso facilita sua representaçãocartográfica.

    Hoje, mais do )ue nunca, com o auxlio da computação gráfica, a cartografia, como umadas importantes disciplinas no estudo da Geografia, &em elaborando uma &ariedade

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    28/29

    muito grande de mapas temáticos permitindo estudos sobre fluxos econ:micos, formasde ocupação do solo, distribuição dos recursos naturais, etc. A representaçãocartográfica, inclusi&e dos territ0rios em conflito, permite a &isualização das fronteirasem estado de tensão poltica.

    ;.(. Analogia 

    A expressão DanalogiaD significa comparação, semel"ança de relações. A Geografia tem por objeti&o buscar a explicação das diferentes paisagens, territ0rios e lugares comoresultado de combinações pr0prias )ue marcam suas singularidades. (or analogias,

     pode1se c"egar a definir a natureza dessas diferenças. (ode1se dizer )ue o )uecaracteriza o espaço mundial são as significati&as diferenças entre os lugares.

    Assim sendo, é preciso recon"ecer a singularidade e a especificidade dos lugares nos processos de sua globalização em n&el mundial. A compreensão )ue o mundo Bgeograficamente B é o conjunto de singularidades não limita a possibilidade de se

     buscar soluções para os diferentes problemas )ue possam existir em cada um deles,apro&eitando1se das experiências dos outros.

    ;.. A representação do espaço no estudo da Geografia 

    3 espaço é, simultaneamente, noção e categoria. C noção en)uanto estrutura mental )uese constr0i desde o nascimento até a formalização do pensamento e é categoriaen)uanto objeto de estudo da Geografia. 'em d@&ida, trata1se de dois aspectos de umamesma )uestão, cada um guardando suas especificidades, mas, ao mesmo tempo, comsuas contribuições para )ue os alunos ampliem seus con"ecimentos a respeito do espaçoen)uanto noção e do espaço en)uanto categoria da Geografia, o espaço geográfico.

    A a)uisição da noção de espaço é um processo complexo e progressi&o de extremaimportEncia no desen&ol&imento das pessoas. 5ão se pode consolidá1la, portanto,apenas atra&és de um processo )ue parte de noções simples e concretas para as maisabstratas, como se sua a)uisição fosse linear e monoltica. 5a escolaridade isso significadizer )ue não "á apenas uma maneira de construir essa noção7 ela não se restringeapenas aos conte@dos da Geografia, mas permeia praticamente todas as áreas, não sendoum conte@do em si, mas algo inerente ao desen&ol&imento dos alunos. !ntretanto, asexperiências de aprendizagem &i&idas pelos alunos, nas )uais ten"am )ue refletir sobreessa noção nas mais di&ersas áreas e num ambiente rico em informações, contribuem

     para uma construção de uma noção espacial mais abrangente e mais complexa.

    A categoria de espaço geográfico, como objeto de estudo dos ge0grafos, de&e ter umtratamento didático )ue possibilite a interação dos alunos. (or um lado, a compreensãodo espaço geográfico será trabal"ada sempre )ue se estudar a paisagem, o territ0rio e olugar2 por outro, a )uestão da representação espacial, no contexto dos estudos, é umcamin"o importante para compreender a espacialidade dos fen:menos

  • 8/18/2019 Pcn Fund Geo

    29/29

    condição para o segundo, isto é, para se fazer mapas não é necessário )ue se aprenda alê1los antes. 'em d@&ida, essa é uma linguagem complexa )ue en&ol&e diferentesaspectos e não é poss&el aos alunos dar conta de todos, principalmente nos primeirosciclos, )uando ainda têm muita dificuldade em definir outros referenciais espaciais )uenão estejam &inculados a si mesmos. ;sso )uer dizer )ue muitas &ezes farão mapas )ue

    não respeitam um sistema @nico de projeções