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  • 8/19/2019 PCN Fund Hist

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    1. Caracterização da área de História 

    1.1. A História no ensino fundamental 

    1.1.1. Entre a História Sagrada e a História Profana 

     A partir da constituição do Estado brasileiro a História tem sido um contedoconstante do curr!culo da escola elementar. " #ecreto das Escolas dePrimeiras $etras% de 1&'(% a primeira lei sobre a instrução nacional do )mp*riodo +rasil estabelecia ,ue -os professores ensinariam a ler% a escreer% as,uatro operaç/es de aritm*tica 0...% a gramática da l!ngua nacional% osprinc!pios de moral cristã e de doutrina da religião católica e apostólica romana%proporcionadas 2 compreensão dos meninos3 preferindo% para o ensino daleitura% a Constituição do )mp*rio e História do +rasil-. 

    " te4to do decreto reelaa ,ue a escola elementar destinaa5se a fornecer

    con6ecimentos pol!ticos rudimentares e uma formação moral cristã 2população. A História a ser ensinada compreendia História Ciil articulada 2História Sagrada3 en,uanto esta utilizaa5se do con6ecimento 6istórico comocate,uese% um instrumento de aprender a moral cristã% a,uela o utilizaa paraprete4tos c!icos. 

     As propostas igentes no ensino não distinguiam as id*ias morais e religiosasdas 6istórias pol!ticas dos Estados e nem dos costumes dos poos. 7o per!ododo )mp*rio prealeceu a presença do ensino religioso no curr!culo escolar dasescolas de primeiras letras e no n!el secundário% isando dar legitimidade 2aliança estabelecida entre o Estado e a )gre8a. 

     Apesar das intenç/es legislatias% a História aparecia como disciplina optatiado curr!culo nos programas das escolas elementares. "s planos de estudosdas escolas elementares das pro!ncias ,ue as criaram% na maioria das ezes%institu!am -noç/es de geografia e de 6istória% principalmente% a nacional- comodisciplinas -permitidas- pelas autoridades e consideradas facultatias ao ensinoelementar. 

     A constituição da História como disciplina escolar aut9noma ocorreu apenasem 1&:(% com a criação do Col*gio Pedro ))% o primeiro col*gio secundário do

    pa!s% ,ue apesar de pblico era pago e destinado 2s elites. Como aregulamentação da disciplina seguiu o modelo franc;s% a História as aolado da História 7acional% a História Sagrada tamb*m apareceu como mat*riaconstitutia do programa das escolas elementares% como contedo integrantede educação moral e religiosa. 

    Por olta de 1&(?% sob influ;ncia das concepç/es cientificistas ,ue traaram

    um embate com os setores conseradores ligados a um ensino moralizantedominado pela )gre8a Católica% os programas curriculares das escolas

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    elementares foram sendo ampliados com a incorporação das disciplinas deci;ncias f!sicas% de História 7atural% com a adoção dos preceitos metodológicosdas c6amadas -liç/es de coisas-% e a inclusão de tópicos sobre História e@eografia

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    7o final do s*culo D)D% com a abolição da escraatura% a implantação daepblica% a busca da racionalização das relaç/es de trabal6o e o processomigratório% 6oue noos desafios pol!ticos. 7esse conte4to gan6aram força aspropostas ,ue apontaam a educação% em especial a elementar% como formade realizar a transformação do pa!s. " regime republicano% sob a *gide de um

    nacionalismo patriótico% buscaa inserir a nação num esp!rito c!ico. A escolaelementar seria o agente da eliminação do analfabetismo ao mesmo tempo em,ue efetuaria a moralização do poo e a assimilação dos imigrantesestrangeiros no interior de uma ideologia nacionalista e elitista ,ue apontaa acada segmento o seu lugar no conte4to social. 

    7o plano do curr!culo% os embates e disputas sobre a reelaboração dedeterminados contedos foram essenciais para a definição das disciplinasescolares% diidindo a,ueles ,ue dese8aam5no baseado em disciplinas maiscient!ficas% portanto% mais t*cnicas e práticas% ade,uadas a modernização% ea,ueles ,ue defendiam as disciplinas literárias% entendidas como formadoras

    do esp!rito. Como resultado das disputas% as disciplinas escolares foramobtendo maior autonomia% afirmando seus ob8etios% formando um corpopróprio de con6ecimentos% desenolendo m*todos pedagógicos. A Históriapassou a ocupar no curr!culo um duplo papel o ciilizatório e o patriótico%formando% ao lado da @eografia e da $!ngua Pátria% o trip* da nacionalidade%cu8a missão na escola elementar seria o de modelar um noo tipo detrabal6ador o cidadão patriótico. 

     A História da Ciilização substituiu a História

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    7as primeiras d*cadas do s*culo DD os goernos republicanos realizaramsucessias reformas mas pouco fizeram para alterar a situação da escolapblica. >esmo assim% o per!odo constituiu5se num momento de fortalecimentodo debate em torno dos problemas educacionais e surgiram propostasalternatias ao modelo oficial de ensino% logo reprimidas pelo goerno

    republicano% como as escolas anar,uistas% com curr!culo e m*todos próprios deensino% no ,ual a História identificaa5se com os principais momentos das lutassociais% como a eolução Grancesa% a Comuna de Paris% a Abolição. 

     A partir de 1:?% com a criação do >inist*rio da Educação e Sade Pblica e aeforma Grancisco Campos% acentuou5se o fortalecimento do poder central doEstado e do controle sobre o ensino. " ensino de História era id;ntico em todoo pa!s% dando ;nfase ao estudo de História @eral% sendo o +rasil e a Am*ricaap;ndices da ciilização ocidental. Ao mesmo tempo refletia5se na educação ainflu;ncia das propostas do moimento escolanoista% inspirado na pedagogianorte5americana% e ,ue propun6a a introdução dos c6amados Estudos Sociais%

    no curr!culo escolar% em substituição a História e @eografia% especialmentepara o ensino elementar. 

    Com o processo de industrialização e urbanização% se repensou sobre ainclusão do poo brasileiro na História. En,uanto alguns identificaam asraz/es do atraso econ9mico do pa!s no predom!nio de uma população mestiça%outros apontaam a necessidade de se buscar con6ecer a identidade nacional%suas especificidades culturais em relação aos outros pa!ses% como meio deassegurar condiç/es de igualdade na integração da sociedade brasileira 2ciilização ocidental. 

    7os programas e liros didáticos% a História ensinada incorporou a tese dademocracia racial% da aus;ncia de preconceitos raciais e *tnicos. 7essaperspectia% o poo brasileiro era formado por brancos descendentes deportugueses% !ndios e negros% e% a partir dessa tr!ade% por mestiços% compondocon8untos 6arm9nicos de coni;ncia dentro de uma sociedade multirracial esem conflitos% cada ,ual colaborando com seu trabal6o para a grandeza eri,ueza do pa!s. 

     Ao longo desse per!odo% poucas mudanças aconteceram em n!elmetodológico. Apesar das propostas dos escolanoistas de substituição dos

    m*todos mnem9nicos pelos m*todos atios% com aulas mais dinFmicascentradas nas atiidades do aluno% com a realização de trabal6os concretoscomo fazer ma,uetes% isitar museus% assistir a filmes% comparar fatos e*pocas% coordenar os con6ecimentos 6istóricos aos geográficos% o ,uepredominaa era a memorização e as festiidades c!icas ,ue passaram a serparte fundamental do cotidiano escolar. 

     A prática recorrente das salas de aula continuou sendo a de recitar as -liç/esde cor-% com datas e nomes dos personagens considerados mais significatiosda História. " aumento da importFncia dos e4ames finais de admissão aoginásio ou ao ensino superior acabaam por consagrar% con8untamente com a

    produção didática% uma seleção tradicional dos contedos ,ue eram istoscomo a garantia de um bom desempen6o dos alunos nesses e4ames. 

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    1.1.:. #a História aos Estudos Sociais 

    #a Segunda @uerra >undial at* o final da d*cada de (? foi um per!odo delutas pela especificidade da História e pelo aanço dos Estudos Sociais nocurr!culo escolar. Podem5se identificar dois momentos significatios nesse

    processo o primeiro ocorreu no conte4to da democratização do pa!s com o fimda ditadura Iargas e o segundo durante o goerno militar.  

    7os anos imediatos ao pós5guerra% a História passou a ser considerada% pelapol!tica internacional% como uma disciplina significatia na formação de umacidadania para a paz% merecendo cuidados especiais tanto na organizaçãocurricular ,uanto na produção dos materiais didáticos. A

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    7as escolas primárias% apesar das propostas de Estudos Sociais% prealeciamos con6ecimentos 6istóricos baseados nas festiidades c!icas e nas s*riesfinais preparaam5se os alunos com resumos da História colonial% imperial erepublicana para atender o programa dos e4ames de admissão. 

     A consolidação dos Estudos Sociais em substituição a História e @eografiaocorreu a partir da lei =.J'K(1% durante o goerno militar. "s Estudos Sociaisconstitu!ram5se ao lado da Educação >oral e C!ica em fundamentos dosestudos 6istóricos% mesclados por temas de @eografia centrados nos c!rculosconc;ntricos. Com a substituição por Estudos Sociais os contedos de Históriae @eografia foram esaziados ou dilu!dos% gan6ando contornos ideológicos deum ufanismo nacionalista destinado a 8ustificar o pro8eto nacional organizadopelo goerno militar implantado no pa!s a partir de 1JL. 

     A organização das propostas curriculares de Estudos Sociais em c!rculosconc;ntricos tin6a como pressuposto ,ue os estudos sobre a sociedade

    deeriam estar inculados aos estágios de desenolimento psicológico doaluno% deendo pois partir do concreto ao abstrato em etapas sucessias. Assim iniciaa5se o estudo do mais pró4imo% a comunidade ou o bairro% indosucessiamente ao mais distante% o munic!pio% o estado% o pa!s% o mundo. "scontedos ordenados 6ierar,uicamente deeriam respeitar a fai4a etária doaluno% por isso a 6istória do mundo não deeria ser ensinada na escolaprimária% por ser considerada distante e abstrata. 

    Essa isão da disciplina gerou os c6amados pr*5re,uisitos de aprendizagem%configurando5se a necessidade da a,uisição de noç/es e de conceitosrelacionados 2s Ci;ncias Humanas. Para compreender a História o alunodeeria dominar% em princ!pio% a noção de tempo 6istórico. 7o entanto% odesenolimento dessa noção no ensino limitaa5se a atiidades deorganização do tempo cronológico e de sucessão como dataç/es% calendário%ordenação temporal% se,;ncia passado5presente5futuro. A lin6a do tempo%amarrada a uma isão linear e progressia dos acontecimentos% foisistematicamente utilizada como refer;ncia para distinguir os -per!odos6istóricos-. 

    >as as transformaç/es ocorridas durante o goerno militar não se limitaram 2smudanças no curr!culo e nos m*todos de ensino. " fim do e4ame de admissão

    e o ensino obrigatório de oito anos da escola de primeiro grau trou4erammudanças significatias no pblico escolar. Bodaia% 2 medida ,ue eramampliadas as oportunidades de acesso 2 escola para a maioria da população%ocorria uma parado4al deterioração da ,ualidade do ensino pblico. 

    Para atender 2 demanda de profissionais da área de Estudos Sociais osgoernos militares permitiram a criação dos cursos de $icenciatura Curta o ,uecontribuiu para o aanço das entidades priadas no ensino superior e umades,ualificação profissional do docente. Al*m disso% os Estudos Sociais% ,uepraticamente ignoraam as áreas de con6ecimentos espec!ficos em faor desaberes puramente escolares% contribu!ram para um afastamento entre as

    uniersidades e as escolas de primeiro e segundo graus. )sso pre8udicou odiálogo entre pes,uisa acad;mica e o saber escolar% bem como atrasou as

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    necessárias introduç/es de reformulaç/es do con6ecimento 6istórico e dasci;ncias pedagógicas no Fmbito escolar. 

    7o decorrer dos anos (? as lutas de profissionais% desde a sala de aula at* auniersidade% gan6aram maior e4pressão com o crescimento das associaç/es

    de 6istoriadores e geógrafos 0A7P

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    como su8eito comum% de se sentir parte integrante e agente de uma 6istória ,uedesconsideraa sua i;ncia% e era apresentada como um produto pronto eacabado. )ntroduziu5se a c6amada História Cr!tica% pretendendo desenolercom os alunos atitudes intelectuais de desmistificação das ideologias%possibilitando a análise das manipulaç/es dos meios de comunicação de

    massas e da sociedade de consumo. 

    Paralelamente 2s análises 6istoriográficas% ocorreram noos estudos no Fmbitodas ci;ncias pedagógicas% especialmente no campo da psicologia cognitia esocial. #ifundiam5se estudos sobre o processo de ensino e aprendizagem nos,uais os alunos eram considerados como participantes atios do processo deconstrução do con6ecimento. uitas ezes no ensino fundamental% em particular na escola primária% aHistória tem permanecido distante dos interesses do aluno% presa 2s fórmulasprontas do discurso dos liros didáticos ou relegada a práticas esporádicas

    determinadas pelo calendário c!ico. eafirmar sua importFncia no curr!culonão se prende somente a uma preocupação com a identidade nacional% mas

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    sobretudo no ,ue a disciplina pode dar como contribuição espec!fica aodesenolimento dos alunos como su8eitos conscientes% capazes de entender aHistória como con6ecimento% como e4peri;ncia e prática de cidadania. 

    1.'. " con6ecimento 6istórico caracter!sticas e importFncia social 

    7as ltimas d*cadas% o con6ecimento 6istórico tem sido ampliado porpes,uisas ,ue t;m transformado seu campo de atuação. Houe,uestionamentos significatios% por parte dos 6istoriadores% relatios aosagentes condutores da 6istória N indi!duos e classes sociais N% sobre ospoos aos ,uais os estudos 6istóricos deem se concentrar% sobre as fontesdocumentais ,ue deem ou podem ser usadas nas pes,uisas e ,uais asordenaç/es temporais ,ue deem ou podem prealecer. 

    Bem sido criticada% simultaneamente% uma produção 6istórica ,ue legitimadeterminados setores da sociedade% istos como nicos condutores da pol!tica

    da nação e de seus aanços econ9micos. Bem sido considerada% por sua ez%a atuação dos diersos grupos e classes sociais e suas diferentes formas departicipação na configuração das realidades presentes% passadas e futuras. 

     A apro4imação da História com as demais ci;ncias sociais% em especial com a Antropologia% ampliou os estudos de poos de todos os continentes%redimensionando os estudos de populaç/es não europ*ias. A multiplicidade depoos e de culturas em tempos e espaços diferentes t;m sido estudada%considerando5se a diersidade de i;ncias no interior de uma dada sociedade%na medida em ,ue grupos e classes sociais manifestam especificidades delinguagens% de representaç/es de mundo% de alores% de relaç/esinterpessoais e de criaç/es cotidianas. 

    " ,uestionamento sobre o uso e4clusio de fontes escritas leou ainestigação 6istórica a considerar a importFncia da utilização de outras fontesdocumentais% aperfeiçoando m*todos de leitura de forma a abranger as áriasformas de registros produzidos. A comunicação entre os 6omens% al*m deescrita% * oral% gestual% figurada% musical e r!tmica. 

    " aprofundamento de estudos de diersos grupos sociais e poos trou4e comoresultado tamb*m transformaç/es nas concepç/es de tempo% rompendo com a

    id*ia de um nico tempo cont!nuo e eolutio para toda a 6umanidade. "sestudos consideram ,ue% no confronto entre poos% grupos e classes% arealidade * moldada por descontinuidades pol!ticas% por rupturas nas lutas% pormomentos de perman;ncias de costumes ou alores% por transformaç/esrápidas e lentas. 

    " con6ecimento 6istórico% como área cient!fica% tem influenciado o ensino%afetando os contedos e os m*todos tradicionais de aprendizagem. Contudo%não t;m sido essas transformaç/es as nicas a afetarem o ensino de 6istória. As escol6as do ,ue e como ensinar são proenientes de uma s*rie de fatores enão e4clusiamente das mudanças 6istoriográficas. elacionam5se com a s*rie

    de transformaç/es da sociedade% especialmente a e4pansão escolar para umpblico culturalmente diersificado% com a intensa relação entre os estudantes

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    com as informaç/es difundidas pelos meios de comunicação% com ascontribuiç/es pedagógicas N especialmente da Psicologia social e cognitia Ne com propostas pedagógicas ,ue defendem trabal6os de naturezainterdisciplinar. 

    " ensino de História possui ob8etios espec!ficos% sendo um dos maisreleantes o ,ue se relaciona 2 constituição da noção de identidade. Assim% *primordial ,ue o ensino de História estabeleça relaç/es entre identidadesindiiduais% sociais e coletias entre as ,uais as ,ue se constituem comonacionais. 

    Para a sociedade brasileira atual% a ,uestão da identidade tem se tornado umtema de dimens/es abrangentes% uma ez ,ue se ie um e4tenso processomigratório ,ue tem desarticulado formas tradicionais de relaç/es sociais eculturais. 7esse processo migratório% a perda da identidade tem apresentadosituaç/es alarmantes% desestruturando relaç/es 6istoricamente estabelecidas%

    desagregando alores cu8o alcance ainda não se pode aaliar. #entro dessaperspectia% o ensino de História tende a desempen6ar um papel maisreleante na formação da cidadania% enolendo a refle4ão sobre a atuação doindi!duo em suas relaç/es pessoais com o grupo de con!io% suasafetiidades e sua participação no coletio. 

    Surgem% a partir dessa dimensão% desafios para o trabal6o 6istórico ,ue isa aconstituição de uma identidade social do estudante% fundada no passadocomum do seu grupo de con!io mas articulada 2 6istória da populaçãobrasileira. Assim% os estudos 6istóricos deem abranger tr;s aspectosfundamentais. 

    )nicialmente% a inclusão da constituição da identidade social nas propostaseducacionais para o ensino de História necessita um tratamento capaz desituar a relação entre o particular e o geral% ,uer se trate do indi!duo% sua açãoe seu papel na sua localidade e cultura% ,uer se trate das relaç/es entre alocalidade espec!fica% a sociedade nacional e o mundo. 

    #o trabal6o com a identidade decorre% tamb*m% a ,uestão da construção dasnoç/es de diferenças e de semel6anças. 7esse aspecto% * importante acompreensão do -eu- e a percepção do -outro-% do estran6o% ,ue se apresenta

    como algu*m diferente. Para e4istir a compreensão do -outro-% os estudosdeem permitir a identificação das diferenças no próprio grupo de con!io%considerando os 8oens e os el6os% os 6omens e as mul6eres% as crianças eos adultos% e o -outro- e4terior% o -forasteiro-% a,uele ,ue ie em outro local.Para e4istir a compreensão do -nós-% * importante a identificação de elementosculturais comuns no grupo local e comum a toda a população nacional e% ainda%a percepção de ,ue outros grupos e poos% pró4imos ou distantes no tempo eno espaço% constroem modos de ida diferenciados. 

    " trabal6o com identidade enole% um terceiro aspecto a construção denoç/es de continuidade e de perman;ncia. O fundamental a percepção de ,ue

    o -eu- e o -nós- são distintos de -outros- de outros tempos% ,ue iiam%compreendiam o mundo% trabal6aam% estiam5se e se relacionaam de outra

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    maneira. Ao mesmo tempo% * importante a compreensão de ,ue o -outro- *%simultaneamente% o -antepassado-% a,uele ,ue legou uma 6istória e um mundoespec!fico para ser iido e transformado. 

    " con6ecimento do -outro- possibilita% especialmente% aumentar o

    con6ecimento do estudante sobre si mesmo% 2 medida ,ue con6ece outrasformas de ier% as diferentes 6istórias iidas pelas diersas culturas% detempos e espaços diferentes. Con6ecer o -outro- e o -nós- significa compararsituaç/es e estabelecer relaç/es e% nesse processo comparatio e relacional% ocon6ecimento do aluno sobre si mesmo% sobre seu grupo% sobre sua região eseu pa!s aumenta consideraelmente. 

    Essas consideraç/es são importantes para e4plicitar os ob8etios% os contedose as metodologias do ensino de História ,ue estão sendo propostos% nestedocumento% para os dois primeiros ciclos do ensino fundamental. 

    Considera5se% então% ,ue o ensino de História enole relaç/es ecompromissos com o con6ecimento 6istórico% de caráter cient!fico% comrefle4/es ,ue se processam no n!el pedagógico e com a construção de umaidentidade social pelo estudante% relacionada 2s comple4idades inerentes 2realidade com ,ue conie. 

    1.:. Aprender e ensinar História no ensino fundamental 

    " ensino e a aprendizagem de História enolem uma distinção básica entre osaber 6istórico% como um campo de pes,uisa e produção de con6ecimento dodom!nio de especialistas% e o saber 6istórico escolar% como con6ecimentoproduzido no espaço escolar. 

    Considera5se ,ue o saber 6istórico escolar reelabora o con6ecimentoproduzido no campo das pes,uisas dos 6istoriadores e especialistas do campodas Ci;ncias Humanas% selecionando e se apropriando de partes dosresultados acad;micos% articulando5os de acordo com seus ob8etios. 7esseprocesso de reelaboração% agrega5se um con8unto de -representaç/es sociais-do mundo e da 6istória% produzidos por professores e alunos. As-representaç/es sociais- são constitu!das pela i;ncia dos alunos eprofessores% ,ue ad,uirem con6ecimentos dinFmicos proenientes de árias

    fontes de informaç/es eiculadas pela comunidade e pelos meios decomunicação. 7a sala de aula% os materiais didáticos e as diersas formas decomunicação escolar apresentadas no processo pedagógico constituem a o,ue se denomina de saber 6istórico escolar. 

    " saber 6istórico escolar% na sua relação com o saber 6istórico% compreende%de modo amplo% a delimitação de tr;s conceitos fundamentais o de fato6istórico% de su8eito 6istórico e de tempo 6istórico. "s contornos e as definiç/es,ue são dados a esses tr;s conceitos orientam a concepção 6istórica%enolida no ensino da disciplina. Assim% * importante ,ue o professor distingaalgumas dessas poss!eis conceituaç/es. 

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    "s fatos 6istóricos podem ser traduzidos% por e4emplo% como sendo a,uelesrelacionados aos eentos pol!ticos% 2s festas c!icas e 2s aç/es de 6eróisnacionais% fatos esses apresentados de modo isolado do conte4to 6istórico em,ue ieram os personagens e dos moimentos de ,ue participaram. 

    Em uma outra concepção de ensino% os fatos 6istóricos podem ser entendidoscomo aç/es 6umanas significatias% escol6idas por professores e alunos% paraanálises de determinados momentos 6istóricos. Podem ser eentos ,uepertencem ao passado mais pró4imo ou distante% de caráter material ou mental%,ue desta,uem mudanças ou perman;ncias ocorridas na ida coletia. Assim%por e4emplo% dependendo das escol6as didáticas% podem se constituir em fatos6istóricos as aç/es realizadas pelos 6omens e pelas coletiidades ,ueenolem diferentes n!eis da ida em sociedade criaç/es art!sticas% ritosreligiosos% t*cnicas de produção% formas de desen6o% atos de goernantes%comportamentos de crianças ou mul6eres% independ;ncias pol!ticas de poos. 

    "s su8eitos da História podem ser os personagens ,ue desempen6am aç/esindiiduais ou consideradas como 6eróicas% de poder de decisão pol!tica deautoridades% como reis% rain6as e rebeldes. A História pode ser estudada%assim% como sendo dependente do destino de poucos 6omens% de aç/esisoladas e de ontades indiiduais de poderosos% em ,ue pouco se percebe adimensão das aç/es coletias% das lutas por mudanças ou do poder e4ercidopor grupos sociais em faor das perman;ncias nos costumes ou nas diis/esdo trabal6o. 

    " su8eito 6istórico pode ser entendido% por sua ez% como sendo os agentes deação social% ,ue se tornam significatios para estudos 6istóricos escol6idoscom fins didáticos% sendo eles indi!duos% grupos ou classes sociais. Podemser% assim% todos a,ueles ,ue% localizados em conte4tos 6istóricos% e4primemsuas especificidades e caracter!sticas% sendo l!deres de lutas paratransformaç/es 0ou perman;ncias mais amplas ou de situaç/es maiscotidianas% ,ue atuam em grupo% ou isoladamente% e ,ue produzem para si oupara uma coletiidade. Podem ser trabal6adores% patr/es% escraos% reis%camponeses% pol!ticos% prisioneiros% crianças% mul6eres% religiosos% el6os%partidos pol!ticos% etc. 

    " conceito de tempo 6istórico pode estar limitado ao estudo do tempo

    cronológico 0calendários e datas% repercutindo em uma compreensão dosacontecimentos como sendo pontuais% uma data% organizados em uma longa einfinita lin6a num*rica. "s acontecimentos% identificados pelas datas% assumema id*ia de uniformidade% de regularidade e% ao mesmo tempo% de sucessãocrescente e acumulatia. A se,enciação dos acontecimentos sugere ainda,ue toda a 6umanidade seguiu ou deeria seguir o mesmo percurso% criandoassim a id*ia de poos -atrasados- e -ciilizados- e ainda limitando as aç/es6umanas a uma ordem eolutia% representando o tempo presente um estágiomais aançado da 6istória da 6umanidade. 

    " tempo 6istórico pode ser dimensionado diferentemente% considerado em toda

    sua comple4idade cu8a dimensão o aluno apreende paulatinamente. " tempopode ser apreendido a partir de i;ncias pessoais% pela intuição% como no

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    caso do tempo biológico 0crescimento% enel6ecimento e do tempo psicológicointerno dos indi!duos 0id*ia de sucessão% de mudança. E precisa sercompreendido% tamb*m% como um ob8eto de cultura% um ob8eto socialconstru!do pelos poos% como no caso do tempo cronológico e astron9mico0sucessão de dias e noites% de meses e s*culos. 

    " tempo 6istórico compreendido nessa comple4idade utiliza o tempoinstitucionalizado 0tempo cronológico% mas tamb*m o transforma 2 suamaneira. )sto *% utiliza o calendário% ,ue possibilita especificar o lugar dosmomentos 6istóricos na sucessão do tempo% mas procura trabal6ar tamb*mcom a id*ia de diferentes n!eis e ritmos de duraç/es temporais. 

    "s n!eis das duraç/es estão relacionados 2 percepção das mudanças ou dasperman;ncias nas i;ncias 6umanas. As mudanças podem ser identificadas%por e4emplo% apenas nos acontecimentos pontuais% como no caso da ,ueda deum goerno% da implantação de uma lei% do in!cio de uma reolta popular.

    Podem ser identificadas% por outro lado% a partir de acontecimentos ,uepossuem duraç/es mais longas% como nas perman;ncias e nas transformaç/esecon9micas regidas por goernos ou partidos pol!ticos% na perman;ncia decrises financeiras ou na duração de uma lei ou costume. Podem% ainda% seridentificadas em acontecimentos de longu!ssimo tempo% como oscomportamentos coletios mais enraizados% os alores e as crenças ,uepermanecem por geraç/es% as relaç/es de trabal6o ,ue atraessam s*culos. 

     A )ndepend;ncia do +rasil% por e4emplo% representou no plano pol!tico umamudança no regime de goerno% ,ue pode ser relacionada a uma data 0( desetembro de 1&''. 7o plano econ9mico% as mudanças não foram todaiaimediatas% 8á ,ue o rompimento com dominação portuguesa se manifestou%inclusie% nas pol!ticas de #. oão I) no +rasil% desde 1&?&. 7o plano dasrelaç/es de trabal6o% por sua ez% a )ndepend;ncia não representou mudançassignificatias% 8á ,ue a escraidão permaneceu ainda por muitas d*cadas0s*culo DI) ao final do D)D. 

    "s ritmos da duração% por sua ez% possibilitam identificar a elocidade em ,ueas mudanças ocorrem. Assim% podem ser identificados tr;s tempos o tempo doacontecimento bree% o da con8untura e o da estrutura. 

    " tempo do acontecimento bree * a,uele ,ue representa a duração de umfato de dimensão bree% correspondendo a um momento preciso% marcado poruma data. Pode ser% no caso% um nascimento% a assinatura de um acordo% umagree% a independ;ncia pol!tica de um pa!s% a e4posição de uma coleçãoart!stica% a fundação de uma cidade% o in!cio ou o fim de uma guerra. 

    " tempo da con8untura * a,uele ,ue se prolonga e ,ue pode ser apreendidodurante uma ida% como o per!odo de uma crise econ9mica% a duração de umaguerra% a perman;ncia de um regime pol!tico% o desenrolar de um moimentocultural% os efeitos de uma epidemia ou a alidade de uma lei. 

    " tempo da estrutura * a,uele ,ue parece imutáel% pois as mudanças ,ueocorrem na sua e4tensão são ,uase impercept!eis nas i;ncias

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    contemporFneas das pessoas. O a duração de um regime de trabal6o como aescraidão% de 6ábitos religiosos e de mentalidades ,ue perduram% o uso demoedas nos sistemas de trocas ou as coni;ncias sociais em organizaç/escomo as cidades. 

    "s diferentes conceitos N de fato 6istórico% su8eito 6istórico e tempo 6istóricoN refletem distintas concepç/es de História e de como ela * estruturada econstitu!da. "rientam% por e4emplo% na definição dos fatos ,ue serãoinestigados% os su8eitos ,ue terão a oz e as noç/es de tempo 6istórico ,ueserão trabal6adas. 

    " con6ecimento 6istórico escolar% al*m de se relacionar com o con6ecimento6istórico de caráter cient!fico nas especificaç/es das noç/es básicas da área%tamb*m se articula aos fundamentos de seus m*todos de pes,uisa%adaptando5os para fins didáticos. 

     A transposição dos m*todos de pes,uisa da História para o ensino de Históriapropicia situaç/es pedagógicas priilegiadas para o desenolimento decapacidades intelectuais aut9nomas do estudante na leitura de obras 6umanas%do presente e do passado. A escol6a dos contedos% por sua ez% ,ue possamlear o aluno a desenoler noç/es de diferença e de semel6ança% decontinuidade e de perman;ncia% no tempo e no espaço% para a constituição desua identidade social% enole cuidados nos m*todos de ensino. 

     Assim% os estudos da 6istória dos grupos de con!io e nas suas relaç/es comoutros grupos e com a sociedade nacional% considerando i;ncias nosdiferentes n!eis da ida coletia 0sociais% econ9micas% pol!ticas% culturais%art!sticas% religiosas e4igem m*todos espec!ficos% considerando a fai4a etária eas condiç/es sociais e culturais dos alunos. E4iste uma grande diersidadecultural e 6istórica no pa!s% e4plicada por sua e4tensão territorial e pela 6istóriade seu pooamento. As diferenças sociais e econ9micas da populaçãobrasileira acarretaram formas diersas de registros 6istóricos. Assim% 6á umgrande nmero de pessoas ,ue não fazem uso da escrita% tanto por,ue nãotieram acesso a processos formais de alfabetização como por,ue pertencema culturas ágrafas% como no caso de populaç/es ind!genas. 7esse sentido% otrabal6o pedagógico re,uer estudo de noos materiais 0relatos orais% imagens%ob8etos% danças% msicas% narratias ,ue deem se transformar em

    instrumentos de construção do saber 6istórico escolar.  Ao se recuperar esses materiais% ,ue são fontes potenciais para construção deuma 6istória local parcialmente descon6ecida% desalorizada% es,uecida ouomitida% o saber 6istórico escolar desempen6a um outro papel na ida local%sem significar ,ue se pretende fazer do aluno um -pe,ueno 6istoriador- capazde escreer monografias% mas um obserador atento das realidades do seuentorno% capaz de estabelecer relaç/es% comparaç/es e relatiizando suaatuação no tempo e espaço. 

     A escol6a metodológica representa a possibilidade de orientar trabal6os com a

    realidade presente% relacionando5a e comparando5a com momentossignificatios do passado. #idaticamente% as relaç/es e as comparaç/es entre

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    o presente e o passado permitem uma compreensão da realidade numadimensão 6istórica% ,ue e4trapola as e4plicaç/es sustentadas apenas nopassado ou só no presente imediato. 

    '. "b8etios gerais da área de História 

    Espera5se ,ue% ao longo do ensino fundamental% os alunos gradatiamentepossam ler e compreender sua realidade% posicionar5se% fazer escol6as e agircriteriosamente. 7esse sentido% os alunos deerão ser capazes de 

    • identificar o próprio grupo de con!io e as relaç/es ,ue estabelecemcom outros tempos e espaços3 

    • organizar alguns repertórios 6istórico5culturais ,ue l6es permita localizaracontecimentos numa multiplicidade de tempo% de modo a formulare4plicaç/es para algumas ,uest/es do presente e do passado3 

    • con6ecer e respeitar o modo de ida de diferentes grupos sociais% em

    diersos tempos e espaços% em suas manifestaç/es culturais%econ9micas% pol!ticas e sociais% recon6ecendo semel6anças ediferenças entre eles3 

    • recon6ecer mudanças e perman;ncias nas i;ncias 6umanas%presentes na sua realidade e em outras comunidades% pró4imas oudistantes no tempo e no espaço3 

    • ,uestionar sua realidade% identificando alguns de seus problemas erefletindo sobre algumas de suas poss!eis soluç/es% recon6ecendoformas de atuação pol!tica institucionais e organizaç/es coletias dasociedade ciil3 

    utilizar m*todos de pes,uisa e de produção de te4tos de contedo6istórico% aprendendo a ler diferentes registros escritos% iconográficos%sonoros3 

    • alorizar o patrim9nio sociocultural e respeitar a diersidade%recon6ecendo5a como um direito dos poos e indi!duos e como umelemento de fortalecimento da democracia. 

    :. Contedos de História crit*rios de seleção e organização 

    O consensual a impossibilidade de se estudar a História de todos os tempos esociedades% sendo necessário fazer seleç/es baseadas em determinados

    crit*rios para estabelecer os contedos a serem ensinados. A seleção decontedos programáticos tem sido ariada% mas geralmente * feita segundouma tradição de ensino% ,ue * rearticulada e reintegrada em noas dimens/ese de acordo com temas releantes para o momento 6istórico da atual geração. 

     A escol6a dos contedos releantes a serem estudados% feita nestedocumento% parte das problemáticas locais em ,ue estão inseridas as criançase as escolas% não perdendo de ista ,ue as ,uest/es ,ue dimensionam essasrealidades estão enolidas em problemáticas regionais% nacionais e mundiais. As informaç/es 6istóricas locais releantes a serem selecionadas e4pressam%assim% a intencionalidade de fornecer aos alunos a formação de um repertório

    intelectual e cultural% para ,ue possam estabelecer identidades e diferençascom outros indi!duos e com grupos sociais presentes na realidade iida N no

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    Fmbito familiar% no con!io da escola% nas atiidades de lazer% nas relaç/esecon9micas% pol!ticas% art!sticas% religiosas% sociais e culturais. E%simultaneamente% permitir a introdução dos alunos na compreensão dasdiersas formas de relaç/es sociais e a perspectia de ,ue as 6istóriasindiiduais se integram e fazem parte do ,ue se denomina de História nacional

    e de outros lugares. 

    "s contedos propostos estão constitu!dos% assim% a partir da 6istória docotidiano da criança 0o seu tempo e o seu espaço% integrada a um conte4tomais amplo% ,ue inclui os conte4tos 6istóricos. "s contedos foram escol6idosa partir do tempo presente no ,ual e4istem materialidades e mentalidades ,uedenunciam a presença de outros tempos% outros modos de ida sobreientesdo passado% outros costumes e outras modalidades de organização social% ,uecontinuam% de alguma forma% presentes na ida das pessoas e da coletiidade."s contedos foram escol6idos% ainda% a partir da id*ia de ,ue con6ecer asmuitas 6istórias% de outros tempos% relacionadas ao espaço em ,ue iem% e de

    outros espaços possibilita aos alunos compreenderem a si mesmos e a idacoletia de ,ue fazem parte. 

     A proposta priilegia% assim% no primeiro ciclo% a leitura de tempos diferentes notempo presente% em um determinado espaço% e a leitura desse mesmo espaçoem tempos passados. 7o segundo ciclo% sugere estudos sobre 6istórias deoutros espaços em tempos diferentes. A predominFncia está oltada para as6istórias sociais e culturais% sem e4cluir as ,uest/es pol!ticas e econ9micas. 

    "s temas ligados 2 ,uestão urbana% 2 sua dominFncia sobre o modo de idarural% 2 predominFncia da cidade sobre o campo e 2 imposição do ritmo detempo da fábrica sobre o ritmo de tempo da natureza são problemas comuns 2maioria da população brasileira e 2 grande maioria dos indi!duos ,ue iem noplaneta na atualidade. Pode5se dizer% tamb*m% ,ue são problemas ,ue estãopresentes na realidade local das crianças e ,ue são temáticas comuns 2smltiplas realidades nacionais. 7ão se pode negar ,ue% 6o8e em dia% a idarural tem sofrido forte influ;ncia do modo urbano% iendo modificaç/es oupersistindo em suas particularidades. 7esse sentido% esta proposta opta portrabal6ar com temas relacionados 2s ,uest/es urbanas% mas estabelecendo asarticulaç/es constantes com as ,uest/es rurais locais ou nacionais. 

    " estudo dos problemas urbanos% na contemporaneidade% orientam% assim% apossibilidade de escol6as de grandes ei4os temáticos sobre as ,uest/es locais%inserindo5as em dimens/es espaciais de maior grandeza e dimens/estemporais amplas% ,ue abarcam a possibilidade de diálogos mltiplos entre opresente e o passado. 

    "s contedos escol6idos% ,ue fundamentam esta proposta% estão articulados%ainda% com os temas transersais 

    • as relaç/es de trabal6o e4istentes entre os indi!duos e as classes%atra*s do con6ecimento sobre como se processam as produç/es% as

    comercializaç/es e a distribuição de bens% as desigualdades sociais% as

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    transformaç/es das t*cnicas e das tecnologias e a apropriação ou adesapropriação dos meios de produção pelos trabal6adores3 

    • as diferenças culturais% *tnicas% de idade% religião% costumes% g;neros%sistemas econ9micos e pol!ticos3 

    • as lutas e as con,uistas pol!ticas% traadas por indi!duos% por classes e

    moimentos sociais3 • as relaç/es entre os 6omens e a natureza% numa dimensão indiidual e

    coletia% contemporFnea e 6istórica% enolendo discernimento ,uanto2s formas de dominação e preseração da fauna% flora e recursosnaturais3 

    • refle4/es sobre a constituição da cidadania% em diferentes sociedades etempos% relacionadas 2 sade% 2 6igiene% 2s concepç/es sobre a ida ea morte% 2s doenças end;micas e epid;micas3 

    • as imagens e os alores em relação ao corpo% relacionados 2 6istória dase4ualidade% dos tabus coletios% da organização das fam!lias% daeducação se4ual e da distribuição de pap*is entre os g;neros nas

    diferentes sociedades 6istoricamente constitu!das. 

    Considerou5se ,ue% diante da diersidade de contedos poss!eis% osprofessores deem fazer as escol6as da,ueles ,ue são mais significatios paraserem trabal6ados em determinados momentos ou determinados grupos dealunos% no decorrer da escolaridade. "s contedos de História% como sãopropostos neste documento% não deem ser considerados fi4os. As escolas eos professores deem recriá5los e adaptá5los 2 sua realidade local e regional. 

    L. Primeiro ciclo 

    L.1. Ensino e aprendizagem 

    " ensino e a aprendizagem da História estão oltados% inicialmente% paraatiidades em ,ue os alunos possam compreender as semel6anças e asdiferenças% as perman;ncias e as transformaç/es no modo de ida social%cultural e econ9mico de sua localidade% no presente e no passado% atra*s daleitura de diferentes obras 6umanas. 

     As crianças% desde pe,uenas% recebem um grande nmero de informaç/essobre as relaç/es interpessoais e coletias. Entretanto% suas refle4/es

    sustentam5se% geralmente% em concepç/es de senso comum. Cabe 2 escolainterferir em suas concepç/es de mundo% para ,ue desenolam umaobseração atenta do seu entorno% identificando as relaç/es sociais emdimens/es mltiplas e diferenciadas. 

    7o caso do primeiro ciclo% considerando5se ,ue as crianças estão no in!cio daalfabetização% dee5se dar prefer;ncia aos trabal6os com fontes orais eiconográficas e% a partir delas% desenoler trabal6os com a linguagem escrita.#e modo geral% no trabal6o com fontes documentais N fotografias% mapas%filmes% depoimentos% edificaç/es% ob8etos de uso cotidiano N% * necessáriodesenoler trabal6os espec!ficos de leantamento e organização de

    informaç/es% leitura e formas de registros. 

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    " trabal6o do professor consiste em introduzir o aluno na leitura das diersasfontes de informação% para ,ue ad,uira% pouco a pouco% autonomia intelectual." percurso do trabal6o escolar inicia% dentro dessa perspectia% com aidentificação das especificidades das linguagens dos documentos N te4tosescritos% desen6os% filmes N% das suas simbologias e das formas de

    construç/es dessas mensagens. 

    )nterenç/es pedagógicas espec!ficas% baseadas no trabal6o de pes,uisa6istórica% proocam significatias mudanças nas compreens/es das criançaspe,uenas sobre ,uem escree a História. Por e4emplo passam a considerar adiersidade de fontes para obtenção de informaç/es sobre o passado%discernindo sobre o fato de ,ue *pocas precedentes dei4aram%intencionalmente ou não% ind!cios de sua passagem ,ue foram descobertos econserados pelas coletiidades. Podem compreender ,ue os diferentesregistros são fontes de informação para se con6ecer o passado. 

    7a organização de dados 6istóricos obtidos% cabe ao professor incentiar osalunos a compreenderem os padr/es de medida de tempo% como calendários%,ue permitem entender a ordenação temporal do seu cotidiano e compararacontecimentos a partir de crit*rios de anterioridade ou posteridade esimultaneidade. 

    L.'. "b8etios para o primeiro ciclo 

    Espera5se ,ue ao final do primeiro ciclo os alunos se8am capazes de 

    • comparar acontecimentos no tempo% tendo como refer;nciaanterioridade% posteridade e simultaneidade3 

    • recon6ecer algumas semel6anças e diferenças sociais% econ9micas eculturais% de dimensão cotidiana% e4istentes no seu grupo de con!ioescolar e na sua localidade3 

    • recon6ecer algumas perman;ncias e transformaç/es sociais%econ9micas e culturais nas i;ncias cotidianas das fam!lias% da escolae da coletiidade% no tempo% no mesmo espaço de coni;ncia3 

    • caracterizar o modo de ida de uma coletiidade ind!gena% ,ue ie ouieu na região% distinguindo suas dimens/es econ9micas% sociais%culturais% art!sticas e religiosas3 

    identificar diferenças culturais entre o modo de ida de sua localidade eo da comunidade ind!gena estudada3 • iniciar refle4/es sobre a amplitude do tempo% estabelecendo relaç/es

    entre o presente e o passado3 • con6ecer alguns documentos 6istóricos e fontes de informaç/es

    discernindo algumas de suas funç/es. 

    L.:. Contedos 

    L.:.1. Ei4o temático História local e do cotidiano 

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    "s contedos de História para o primeiro ciclo enfocam% preferencialmente%diferentes 6istórias pertencentes ao local em ,ue o aluno conie%dimensionadas em diferentes tempos. 

    Prealecem estudos comparatios% distinguindo semel6anças e diferenças%

    perman;ncias e transformaç/es de costumes% modalidades de trabal6o% diisãode tarefas% organizaç/es do grupo familiar% formas de relacionamento com anatureza. A preocupação com os estudos de 6istória local * a de ,ue os alunosampliem a capacidade de obserar o seu entorno para a compreensão derelaç/es sociais e econ9micas e4istentes no seu próprio tempo e recon6eçama presença de outros tempos no seu dia5a5dia. 

     Ao ingressarem na escola% as crianças passam a diersificar os seus con!ios%ultrapassando as relaç/es de Fmbito familiar e interagindo% tamb*m% com umoutro grupo social N estudantes% educadores e outros profissionais N%caracterizado pela diersidade% e% ao mesmo tempo% por relaç/es entre iguais.

     A própria classe possui um 6istórico do ,ual o aluno terá participação atia.Sendo um ambiente ,ue abarca uma dada comple4idade% os estudos 6istóricosaprofundam% inicialmente% temas ,ue dão conta de distinguir as relaç/essociais e econ9micas submersa nessas relaç/es escolares% ampliando5as paradimens/es coletias% ,ue abarcam as relaç/es estabelecidas na sualocalidade. 

    "s estudos da 6istória local conduzem aos estudos dos diferentes modos deier no presente e em outros tempos% ,ue e4istem ou ,ue e4istiram no mesmoespaço. 

    7esse sentido% a proposta para os estudos 6istóricos * de permitir atitudes dediferenciação% de identificação e de distinção% com a intenção de e4por asperman;ncias de costumes e relaç/es sociais% as mudanças% as diferenças eas semel6anças das i;ncias coletias% sem 8ulgar depreciatiamente grupossociais% classificando5os como mais -eolu!dos- ou -atrasados-. 

    Como se trata de estudos% em parte% sobre a 6istória local% as informaç/espropiciam pes,uisas com depoimentos e relatos de pessoas da escola% dafam!lia e de outros grupos de con!io% fotografias e grauras% obseraç/es eanálises de comportamentos sociais e de obras 6umanas 6abitaç/es%

    utens!lios caseiros% ferramentas de trabal6o% estimentas% produção dealimentos% brincadeiras% msicas% 8ogos% entre outros. 

    Considerando o ei4o temático -História local e do cotidiano-% a proposta * a de,ue% no primeiro ciclo% os alunos iniciem seus estudos 6istóricos no presente%atra*s da identificação das diferenças e das semel6anças e4istentes entreeles% suas fam!lias e as pessoas ,ue trabal6am na escola. Com os dados dopresente% a proposta * ,ue desenolam estudos do passado% identificandomudanças e perman;ncias nas organizaç/es familiares e educacionais. 

    Con6ecendo as caracter!sticas dos grupos sociais de seu con!io diário% a

    proposta * de ,ue ampliem estudos sobre o ier de outros grupos da sualocalidade no presente% identificando as semel6anças e as diferenças

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    e4istentes entre os grupos sociais e seus costumes3 e desenolam estudossobre o passado da localidade% identificando as mudanças e as perman;nciasnos 6ábitos% nas relaç/es de trabal6o% na organização urbana ou rural em ,ueconiem% etc. 

    )dentificando algumas das caracter!sticas da sociedade em ,ue os alunosiem% pode5se introduzir estudos sobre uma comunidade ind!gena ,ue 6abitaou 6abitaa a mesma região onde moram atualmente. A opção de introduzirestudos de poos ind!genas * releante por terem sido os primeiros 6abitantesdas terras brasileiras e% at* 6o8e% terem conseguido manter formas de relaç/essociais diferentes das ,ue são predominantes no +rasil. A preocupação emidentificar os grupos ind!genas ,ue 6abitam ou 6abitaram a região pró4ima docon!io dos alunos * a de possibilitar a compreensão da e4ist;ncia dediferenças entre os próprios grupos ind!genas% com especificidades decostumes% l!nguas diferentes% eitando criar a imagem do !ndio como poonico e sem 6istória. " con6ecimento sobre os costumes e as relaç/es sociais

    de poos ind!genas possibilita aos alunos dimensionarem% em um tempo longo%as mudanças ocorridas na,uele espaço onde iem e% ao mesmo tempo%con6ecerem costumes% relaç/es sociais e de trabal6o diferentes do seucotidiano. 

    #iante da proposta ampla de possibilidades de aprofundamentos de estudos%cabe ao professor 

    • fazer recortes e selecionar alguns aspectos considerados maisreleantes% tendo em ista os problemas locais eKou contemporFneos3 

    • desenoler um trabal6o de integração dos contedos de 6istória comoutras áreas de con6ecimento3 

    • aaliar o seu trabal6o ao longo do ano% refletindo sobre as escol6as doscontedos priorizados% as atiidades propostas e os materiais didáticosselecionados% para replane8ar a sua proposta de ensino de um ano parao outro. 

    L.:.1.1. A localidade 

    L.:.1.1.1. A classe e a escola no presente 

    #iferenças e semel6anças indiiduais% sociais% econ9micas e culturais entre osalunos da classe e entre eles e as demais pessoas ,ue coniem e trabal6amna escola 

    • idade% se4o% origem% costumes% trabal6o% religião% etnia% organizaçãofamiliar% lazer% 8ogos% interação com meios de comunicação 0teleisão%rádio% 8ornal% atiidade dos pais% participação ou con6ecimento art!stico%prefer;ncias em relação 2 msica% 2 dança ou 2 arte em geral% acesso aseriços pblicos de água e esgoto% 6ábitos de 6igiene e dealimentação. 

    L.:.1.1.'. As fam!lias e a escola no passado 

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    Bransformaç/es e perman;ncias dos costumes do presente e do passado dasfam!lias das crianças 0pais% aós e bisaós e nas instituiç/es escolares 

    • nmero de fil6os% diisão de trabal6os entre se4o e idade% costumesalimentares% estimentas% tipos de moradia% meios de transporte e

    comunicação% 6ábitos de 6igiene% preseração da sade% lazer% msicas%danças% lendas% brincadeiras de infFncia% 8ogos% os antigos espaçosescolares% os materiais didáticos de outros tempos% antigos professorese alunos. 

    L.:.1.1.:. A localidade no presente 

    #iferenças e semel6anças entre as pessoas e os grupos sociais ,ue coniemna coletiidade% nos aspectos sociais% econ9micos e culturais 

    • diferentes profiss/es% diisão de trabal6os e atiidades em geral entre

    idades e se4os% origem% religião% alimentação% estimenta% 6abitação%diferentes bairros e suas populaç/es% locais pblicos 0igre8as% prefeitura%6ospitais% praças% mercados% feiras% cinemas% museus% locais priados0resid;ncias% fábricas% lo8as% 6igiene% atendimento m*dico% acesso asistemas pblicos de água e esgoto% usos e aproeitamento dosrecursos naturais e fontes de energia 0água% terra e fogo% locais eatiidades de lazer% museus% espaços de arte% diferentes msicas edanças. 

    L.:.1.1.L. A localidade no passado 

    Bransformaç/es e perman;ncias nas i;ncias culturais 0materiais e art!sticasda coletiidade no tempo 

    • diferentes tipos de 6abitaç/es antigas ,ue ainda e4istem% obseraç/esde mudanças no espaço% como reformas de pr*dios% construç/es deestradas% pontes% iadutos% metr9s% diferenciação entre produtosmanufaturados e industrializados% mecanização da agricultura%ampliação dos meios de comunicação de massa% sobrei;ncia deprofiss/es artesanais 0ferreiros% costureiras% sapateiros% oleiros%seleiros% mudanças e perman;ncias de instrumentos de trabal6o%

    manifestaç/es art!sticas% mudanças nas estimentas% sistema deabastecimento de alimentos% t*cnicas de construção de casas e suasdiis/es de trabal6o% as msicas e danças de antigamente% as formas delazer de outros tempos. 

    L.:.1.'. Comunidade ind!gena 

    L.:.1.'.1. A comunidade ind!gena 

    )dentificar o grupo ind!gena da região e estudar o seu modo de ida social%econ9mico% cultural% pol!tico% religioso e art!stico 

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    • o território ,ue 6abitam e ,ue 8á 6abitaram% organização das fam!lias eparentesco% a produção e distribuição de alimentos% a diisão de trabal6oentre os se4os e as idades% as moradias e a organização do espaço% osrituais culturais e religiosos% as relaç/es materiais e simbólicas com anatureza 0os animais e a flora% a l!ngua falada% as estimentas% os

    6ábitos cotidianos de 6igiene% a medicina% as t*cnicas de produção deartefatos% as t*cnicas de coleta ou de produção de alimentos% adelimitação do território geográfico e de dom!nio da comunidade% osespaços ,ue são pblicos e os espaços considerados priados% astransformaç/es sofridas pela cultura no contato com outros poos% asrelaç/es de amizade% trocas ou identidade com outras comunidadesind!genas% as brincadeiras e as rotinas das mul6eres% dos 6omens% dascrianças e dos el6os% a medição do tempo% o contar 6istórias% ascrenças% lendas e mitos de origem% as manifestaç/es art!sticas% comomsicas% desen6os% artesanato% danças. 

    L.:.1.:. Semel6anças e diferenças entre o modo de ida da localidade dosalunos e da cultura ind!gena 

    L.:.1.:.1. #iferenças culturais 

    E4istem ários aspectos da coletiidade dos alunos ,ue são diferentes domodo de ida da comunidade ind!gena estudada 

    • na ocupação do território% no relacionamento com a natureza 0produçãode alimentos% uso da água% do solo e da egetação% mitos% medicina%preseração% nas construç/es de moradias 0materiais% t*cnicas%construtores% distribuição e uso do espaço interno% na diisão de tarefasentre as pessoas na realização de trabal6os% nos tipos e confecção deestimentas% nos tipos de lazer% na religiosidade% nos mitos de origem%nas t*cnicas de fabricação e uso de instrumentos nas mais diersasatiidades de trabal6o% no uso do espaço geográfico% nos 6ábitos de6igiene% nos meios de comunicação% nos meios de transporte% nosdiferentes modos de medir o tempo. 

    L.L. Crit*rios de aaliação 

     Ao final do primeiro ciclo% depois de terem ienciados inmeras situaç/es deaprendizagem% os alunos dominam alguns contedos e procedimentos. Paraaaliar esses dom!nios% esta proposta destaca% de modo amplo% os seguintescrit*rios 

    • econ6ecer algumas semel6anças e diferenças no modo de ier dosindi!duos e dos grupos sociais ,ue pertencem ao seu próprio tempo eao seu espaço. 

    Este crit*rio pretende aaliar se% a partir dos estudos desenolidos% o aluno sesitua no tempo presente% recon6ece diersidades e apro4imaç/es de modo de

    ida% de culturas% de crenças e de relaç/es sociais% econ9micas e culturais%pertencentes 2s localidades de seu próprio tempo e localizadas no espaço

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    mais pró4imo com ,ue conie 0na escola% na fam!lia% na coletiidade e emuma comunidade ind!gena de sua região. 

    • econ6ecer a presença de alguns elementos do passado no presente%pro8etando a sua realidade numa dimensão 6istórica% identificando aparticipação de diferentes su8eitos% obras e acontecimentos% de outros

    tempo% na dinFmica da ida atual. 

    Este crit*rio pretende aaliar as con,uistas do aluno no recon6ecimento de ,uesua realidade estabelece laços de identidade 6istórica com outros tempos% ,ueenolem outros modos de ida% outros su8eitos e outros conte4tos. 

    =. Segundo ciclo 

    =.1. Ensino e aprendizagem 

    7o segundo ciclo permanecem as preocupaç/es de ensino e aprendizagem

    anteriores% com a alorização dos con6ecimentos dos alunos e a preocupaçãode o professor interir% com situaç/es pedagógicas particulares para ampliar oscon6ecimentos 6istóricos. 

     A particularidade do segundo ciclo reside no fato de os alunos dominaremmel6or a linguagem escrita% possu!rem e4peri;ncias de trocas de informaç/ese terem ienciado momentos de ,uestionamentos% comparaç/es e trabal6oscom ordenação temporal. 

    Como no primeiro ciclo% os ,uestionamentos são realizados a partir do entornodo aluno% com o ob8etio leantar dados% coletar entreistas% isitar locaispblicos% incluindo os ,ue mant;m aceros de informaç/es% como bibliotecas emuseus. 

    Ialorizando os procedimentos ,ue tieram in!cio no primeiro ciclo% apreocupação de ensino e aprendizagem no segundo ciclo enole um trabal6omais espec!fico com leitura de obras com contedos 6istóricos% comoreportagem de 8ornais% mitos e lendas% te4tos de liros didáticos% documentáriosem !deo% tele8ornais. 

    " desta,ue para a leitura das obras de cun6o 6istórico sustenta5se no

    diagnóstico feito por inmeros educadores% ,ue afirmam ,ue as crianças naatualidade t;m acesso a um grande nmero de informaç/es% atra*s dos meiosde comunicação de massa% con!io social% sem contudo selecionarem oucompararem com informaç/es proenientes de outras fontes% acreditando ,uetudo o ,ue ouem ou l;em constitui5se em -erdades absolutas-. 

    7esse sentido% cabe ao professor criar situaç/es instigantes para ,ue osalunos comparem as informaç/es contidas em diferentes fontes bibliográficas edocumentais% e4pressem as suas próprias compreens/es e opini/es sobre osassuntos e inestiguem outras possibilidades de e4plicação para osacontecimentos estudados. 

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    Borna5se importante desenoler a preocupação de se diagnosticar acomple4idade de entendimento dos temas pelos alunos% respeitando suasid*ias e interindo sempre com ,uestionamentos% com noas informaç/es ecom propostas de socialização de suas refle4/es no grupo. 

    7as dinFmicas das atiidades% prop/e5se ,ue o professor considere as 8ácitadas para o primeiro ciclo% e% ainda% selecione materiais com argumentos%opini/es e e4plicaç/es diferentes% sobre um mesmo acontecimento atual ou6istórico% e promoa debates% trocas de opini/es e s!nteses coletias. 

    =.'. "b8etios para o segundo ciclo 

    Espera5se ,ue ao final do segundo ciclo os alunos se8am capazes de 

    • recon6ecer algumas relaç/es sociais% econ9micas% pol!ticas e culturais,ue a sua coletiidade estabelece ou estabeleceu com outras

    localidades% no presente e no passado3 • identificar as descend;ncias das pessoas ,ue pertencem 2 sua

    localidade% ,uanto 2 nacionalidade% etnia% l!ngua% religião e costumes%conte4tualizando seus deslocamentos e confrontos culturais e *tnicos%em diersos momentos 6istóricos nacionais3 

    • identificar as relaç/es de poder estabelecidas entre a sua localidade eos demais centros pol!ticos% econ9micos e culturais% em diferentestempos3 

    • utilizar diferentes fontes de informação para leituras cr!ticas3  • alorizar as aç/es coletias ,ue repercutem na mel6oria das condiç/es

    de ida das localidades. =.:. Contedos 

    =.:.1. Ei4o temático História das organizaç/es populacionais 

    "s contedos de História para o segundo ciclo enfocam as diferentes 6istórias,ue comp/em as relaç/es estabelecidas entre a coletiidade local e outrascoletiidades de outros tempos e espaços% contemplando diálogos entrepresente e passado e os espaços locais% nacionais e mundiais. 

    Prealece% como no primeiro ciclo% os estudos comparatios para a percepçãodas semel6anças e das diferenças% das perman;ncias e das transformaç/esdas i;ncias 6umanas no tempo% em um mesmo espaço% acrescentando ascaracterizaç/es e distinç/es entre coletiidades diferentes% pertencentes aoutros espaços. 

    7essa fase% * importante ,ue os alunos dimensionem as relaç/es sociais%econ9micas% pol!ticas e culturais ,ue ienciam enri,uecendo seu repertório6istórico com informaç/es de outras localidades para ,ue possamcompreender ,ue seu espaço circundante estabelece diferentes relaç/eslocais% regionais% nacionais e mundiais. 

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    7a localidade% onde as crianças moram% e4istem problemáticas ,ue só podemser entendidas na medida em ,ue elas con6ecem 6istórias de outros espaços ede outros tempos populaç/es ,ue c6egam de outros lugares% com outroscostumes% outras l!nguas% outras religi/es% em diferentes momentos dopassado e do presente3 ;4odos de pessoas de sua coletiidade ,ue ocorrem

    por diferentes raz/es3 completo ou parcial desaparecimento de populaç/esnatias% proocado por ,uest/es 6istóricas nacionais e internacionais3modalidades de regime de trabal6o e de diisão de ri,uezas ,ue são comuns%tamb*m% em outras localidades e a outros tempos3 modos de produção dealimentos intercambiados com outras populaç/es3 com*rcio de mercadoriasrealizados com grupos ou empresas instalados fora de sua localidade3 modelosde administração pblica ,ue são comuns a outras coletiidades e ,ueestabelecem% com a sua localidade% !nculos de identidade regional ou nacional0organizaç/es municipais% estaduais e federais3 organizaç/es das populaç/esem cidades% comuns a muitos poos% mas diferenciados nas suas soluç/esurbanas e nas suas especificidades funcionais 0distribuição da população nos

    bairros% localização de centros administratios% atendimento de seriçospblicos% estilos ar,uitet9nicos e urban!sticos3 lutas sociais de grupos ouclasses ,ue e4trapolam o Fmbito local 0partidos pol!ticos% organizaç/essindicais% organizaç/es ambientalistas% lutas dos sem5teto e dos sem5terra%lutas por direitos das mul6eres% das crianças ou da terceira idade3organizaç/es estruturais econ9micas de esfera mundial 0urbanização%industrialização3 atiidades culturais ,ue e4trapolam o Fmbito local 0festasnacionais% festas religiosas% eentos culturais e esportios3 eentos difundidosatra*s de meios de comunicação% ,ue ocorrem em outras localidades3 oupol!ticas nacionais e regionais% decididas em outros locais% ,ue interferem nadinFmica da sua localidade. 

     A opção por estudos ,ue relacionam as problemáticas locais com outraslocalidades e4plica5se pelo fato de ,ue% nos estudos 6istóricos% * fundamentallocalizar o maior nmero poss!el de relaç/es entre os acontecimentos e ossu8eitos 6istóricos% estabelecidas% tamb*m% al*m de seu próprio tempo eespaço% em busca de e4plicaç/es abrangentes% ,ue d;em conta de e4por ascomple4idades das i;ncias 6istóricas 6umanas. " fato * ,ue se registra% na6istória de inmeras sociedades% intensos intercFmbios 6umanos% culturais%econ9micos% pol!ticos% sociais e art!sticos. 7a sociedade contemporFnea% pore4emplo% pode5se dizer ,ue * dif!cil de serem encontradas coletiidades ,ue

    iem de modo isolado% permanecendo fiel unicamente a tradiç/es de seusantepassados diretos% 8á ,ue os meios de comunicação% as relaç/escapitalistas de produção% a organização da ida social em cidades t;m crescidoassustadoramente. Assim% só numa dimensão de tempo ,ue se alarga emdireção ao passado e numa dimensão de espaço ,ue contempla outraslocalidades% * ,ue se eidencia as particularidades locais e o ,ue nela e4isteem comum ou recriado em relação aos outros lugares. 

    Em uma outra perspectia% pode5se dizer ,ue * somente no alargamento defronteiras temporais e espaciais ,ue os su8eitos 6istóricos podem dimensionara sua inserção e a sua identidade com os grupos sociais maiores% como no

    caso das classes sociais% das etnias dos g;neros% das cultura ou dasnacionalidades. Assim% por e4emplo% * pelo do con6ecimento do deslocamento

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    de grandes leas de trabal6adores africanos para o +rasil% em conte4tosespec!ficos ,ue os colocaram na situação de escraidão e% posteriormente% nasituação de cidadão de -segunda classe- 0atra*s da discriminação constru!dapara as especificidades de sua cor% de sua raça% de sua cultura% ,ue os afro5descendentes podem dimensionar% na sua indiidualidade e na sua identidade

    coletia% a abrang;ncia de suas lutas sociais e pol!ticas. O atra*s% pore4emplo% do con6ecimento sobre o ,ue 6á de comum entre as diferenteslocalidades% ,ue se espal6am pelo território brasileiro% o ,ue 6á de comum oude particular entre as populaç/es regionais e locais% o ,ue 6á de espec!fico nosconflitos% nos gan6os e nas perdas ,ue marcaram a 6istória% ,ue se pode dizercomo sendo de -um poo- 0,ue fornece um caráter de identidade nadiersidade% * ,ue um indi!duo% ,ue nasceu e ie no +rasil% podedimensionar a sua inserção dentro desta nação. 

    Como no primeiro ciclo% a proposta * a de ,ue os estudos 6istóricos nãoretrocedam 2s origens dos eentos e não tracem tra8etórias 6omog;neas do

    passado em direção ao presente. Bamb*m não alorizem a organização dosacontecimentos no tempo a partir de uma perspectia de eolução. Aocontrário% a proposta * de ,ue os estudos 6istóricos possibilitem estudoscr!ticos e refle4ios% e4pondo as perman;ncias% as mudanças% as diferenças eas semel6anças das i;ncias coletias. 

    Cabe ao professor% ao longo de seu trabal6o pedagógico% integrar os diersosestudos sobre as relaç/es estabelecidas entre o presente e o passado% entre olocal% o regional% o nacional e o mundial. As i;ncias contemporFneas seconcretizam a partir destas mltiplas relaç/es temporais e espaciais% tanto nodia5a5dia indiidual% familiar% como no coletio. Assim% a proposta * de ,ue osestudos se8am disparados a partir de realidades locais% gan6em dimens/es6istóricas e espaciais mltiplas e retornem ao local% na perspectia dedesendá5lo% de desconstru!5lo e de reconstru!5lo em dimens/es maiscomple4as. 

    Considerando o ei4o temático -História das organizaç/es populacionais-% aproposta * de ,ue% no segundo ciclo% os alunos estudem 

    • a proced;ncia geográfica e cultural de suas fam!lias e as 6istóriasenolidas nos deslocamentos e nos processos de fi4ação3 

    os deslocamentos populacionais para o território brasileiro e seusconte4tos 6istóricos3 • as migraç/es internas regionais e nacionais% 6o8e e no passado3 • os grupos e as classes sociais ,ue lutam e lutaram por causas ou

    direitos pol!ticos% econ9micos% culturais% ambientais3 • diferentes organizaç/es urbanas% de outros espaços e tempos3 • as relaç/es econ9micas% sociais% pol!ticas e culturais ,ue a sua

    localidade estabelece com outras localidades regionais% nacionais emundiais3 

    • os centros pol!tico5administratios brasileiros3 • as relaç/es econ9micas% sociais% pol!ticas e culturais ,ue a sua

    localidade estabelece ou estabeleceu com os centros administratiosnacionais% no presente e no passado3 e 

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    • mediç/es de tempo% calendários% ,uadros cronológicos% lin6as de tempoe periodizaç/es% para organizarem s!nteses 6istóricas das relaç/es entreas 6istórias locais% regionais% nacionais e mundiais. 

    Como no primeiro ciclo% seguem sugest/es amplas de possibilidades de

    estudo. Cabe% então% ao professor • fazer alguns recortes e escol6er alguns temas% priorizando os contedos

    mais significatios para ,ue os alunos interpretem e reflitam sobre asrelaç/es ,ue sua localidade estabelece ou estabeleceu com outraslocalidades situadas na região% no pa!s e no mundo% 6o8e em dia e nopassado3 

    • desenoler um trabal6o de integração dos contedos de História comoutras áreas de con6ecimento3 

    • aaliar o seu trabal6o ao longo do ano% refletindo sobre as escol6as doscontedos priorizados% as atiidades propostas e os materiais didáticosselecionados% para replane8ar a sua proposta de ensino de um ano para

    o outro. 

    =.:.1.1. #escend;ncias e deslocamentos populacionais 

    =.:.1.1.1. #escend;ncia *tnicas e sociais da população local 

    #iferenças e semel6anças de descend;ncias entre os indi!duos ,uepertencem 2 localidade% ,uanto 2 nacionalidade% etnia% l!ngua% religião ecostumes 

    estudo das fam!lias dos alunos origem geográficas das fam!lias 0pa!ses%continentes ou outras regi/es nacionais% *poca de deslocamento dafam!lia para região% lembranças da fam!lia sobre as raz/es e astra8etórias de deslocamentos% *poca de c6egada na localidade%pro4imidade temporal com o tempo da c6egada% costumes mantidoscomo tradição 0comida% estimentas% l!ngua% religião% modalidades detrabal6o% festas% tradiç/es% lendas e mitos% especificidades noocabulário3 

    • estudo dos costumes de diferentes regi/es identificação de populaç/eslocais ,ue possuem descend;ncia diferenciada% suas descend;ncias ecostumes espec!ficos. 

    =.:.1.1.'. Conte4tos 6istóricos de descend;ncia da população nacional 

    Conte4tualização dos processos de deslocamento de populaç/es para oterritório nacional 

    • momento da c6egada e formas de dominação dos portugueses noterritório nacional3 

    • identificação das populaç/es natias locais 0ind!genas% seu modo deida e os confrontos com populaç/es europ*ias3 

    • formas de deslocamentos de populaç/es africanas para a Am*rica%

    origens dos poos africanos e seu modo de ida% as condiç/es de ida

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    estabelecidas para os africanos no +rasil% locais de fi4ação%deslocamentos posteriores% em diferentes *pocas% no território nacional3 

    • conte4tos de deslocamentos de outros grupos de imigrantes 0europeus easiáticos nos s*culos D)D e DD% seu modo de ida e sua inserção nasatiidades econ9micas nacionais. 

    =.:.1.1.:. Conte4tos 6istóricos de deslocamentos populacionais • #eslocamentos populacionais locais% no passado e no presente% as

    migraç/es regionais e nacionais • identificação das origens das populaç/es nacionais ,ue comp/em a

    população local% estudo dos conte4tos 6istóricos de fi4ação no local esuas motiaç/es3 

    • identificação das raz/es de deslocamentos populacionais para outrasregi/es do pa!s ou para o e4terior3 

    • identificação das áreas para onde as populaç/es se deslocaram numposs!el regresso ao seu lugar de origem% seus conte4tos 6istóricos%especificidades de costumes ,ue permanecem ou ,ue se transformamnos deslocamentos. 

    =.:.1.'. "rganizaç/es e confrontos de grupos sociais e *tnicos 

    =.:.1.'.1. "rganizaç/es pol!ticas e sociais de grupos *tnicos e sociais% nopresente e no passado 

    #iferenças e semel6anças entre grupos sociais% ,ue lutam por causas pol!ticas%sociais% culturais% *tnicas ou econ9micas 

    • moimentos de Fmbito local tra8etória do moimento% lutas traadas%con,uistas e perdas% relaç/es mantidas com grupos nacionais ou deoutras regi/es% meios de diulgação de id*ias% pessoas e gruposenolidos% ideais de luta 0moimentos ambientalistas% feministas% deidosos% de ind!genas% de classes sociais% de liberdade de e4pressão% dedireitos 6umanos% de organização religiosa% dos negros% dos sem5terra%de construção de moradias ou de saneamento básico% em prol da sadeou da educação. 

    =.:.1.:. "rganizaç/es pol!ticas e administraç/es urbanas 

    =.:.1.:.1. #iferentes tipos de organizaç/es urbanas 

    Semel6anças e diferenças entre organizaç/es urbanas% destacando suasfunç/es e origens 

    • cidades ,ue nasceram com função administratia% religiosa% comercialou de paragem% de diferentes lugares do mundo e de *pocas 6istóricasdiferentes% como Cuzco% Benoc6titlán% >ac6u Pic6u% Atenas% Pe,uim% Amsterdã% Paris% 7oa )or,ue eKou do +rasil% como ecife% Porto Alegre%+elo Horizonte% São $u!s% "uro Preto% #iamantina% Campinas% etc.3 

    • estudos de organizaç/es e distribuiç/es dos espaços urbanos e rurais%sistemas de defesa% de abastecimento de alimento% de fornecimento de

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    água e escoamento de esgoto% sistemas de comunicação% as relaç/escomerciais% as atiidades econ9micas e administratias% as i;nciascotidianas da população em diferentes *pocas% mediç/es de tempo. 

    =.:.1.:.'. "rganização urbana local 

    Caracter!stica do espaço urbano local e suas relaç/es com outras localidadesurbanas e rurais 

    • crescimento urbano% atiidades urbanas e4ercidas pela população esuas relaç/es ou não com a ida rural% relaç/es comerciais praticadascom outras localidades% atiidades econ9micas% processos deindustrialização 0internos e e4ternos% organização administratia%desenolimentos do atendimento de seriços nos seus diferentesespaços 0esgoto% água% escolas% 6ospitais% ritmos diferenciados detempo na organização das rotinas diárias. 

    =.:.1.:.:. As capitais brasileiras 

     As transformaç/es e as perman;ncias ,ue ocorreram nas tr;s capitaisbrasileiras 0Salador% io de aneiro e +ras!lia e as diferenças e assemel6anças entre elas e suas 6istórias 

    • as origens das cidades% suas organizaç/es e crescimento urban!stico%seu papel administratio como capital% as relaç/es entre as capitaisbrasileiras e $isboa 0num conte4to de relaç/es entre metrópole ecol9nia% as ,uest/es pol!ticas nacionais ,uando eram capitais% suapopulação em diferentes *pocas% as suas relaç/es com outraslocalidades nacionais e internacionais% as mudanças em suas funç/esurbanas% seu crescimento ou estagnação% suas funç/es na atualidade% o,ue preseram como patrim9nio 6istórico. 

    =.:.1.L. "rganização 6istórica e temporal 

    =.:.1.L.1. Construção de s!nteses 6istóricas 

     As relaç/es entre os momentos significatios da 6istória local com os da

    6istória regional e nacional 

    • estudos de calendários e mediç/es de tempo ,ue possibilitem localizaracontecimentos de curta% m*dia e longa duração 0anos% d*cadas%s*culos3 

    • construção de s!nteses cronológicas% incluindo e relacionandoacontecimentos da 6istória local% regional% nacional e mundial3 

    • construção de lin6as de tempo% relacionando a 6istória local com a6istória regional e a 6istória nacional3 

    • construç/es de diferentes periodizaç/es 6istóricas% ,ue d;em conta decaracterizar predom!nios e mudanças nos modelos econ9micos% nas

    organizaç/es pol!ticas% nos regimes de trabal6o% nos costumes% nosmoimentos sociais e *tnicos% no modelo de ida rural ou de ida

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    urbana% nas relaç/es entre as pol!ticas locais e as pol!ticas nacionais%comparando5as com a,uelas tradicionalmente utilizadas nos estudosdidáticos da disciplina 0+rasil Col9nia% +rasil )mp*rio% +rasil epblica. 

    =.L. Crit*rios de aaliação 

     Ao final do segundo ciclo% depois de terem ienciados inmeras situaç/es deaprendizagem% os alunos dominam alguns contedos e procedimentos. Paraaaliar esses dom!nios% destacam5se os seguintes crit*rios 

    • econ6ecer algumas semel6anças e diferenças ,ue a sua localidadeestabelece com outras coletiidades de outros tempos e outros espaços% nosseus aspectos sociais% econ9micos% pol!ticos% administratios e culturais. 

    Este critério pretende avaliar se, a partir dos estudos desenvolvidos, o aluno reconhecealgumas relações que a sua coletividade estabelece, no plano político, econômico,social, cultural e administrativo, com outras localidades, no presente e no passado,criando com elas vínculos de identidade, de descendência e de diferenças.

    • econ6ecer alguns laços de identidade eKou diferenças entre os indi!duos%os grupos e as classes% numa dimensão de tempo de longa duração. 

    Este critério pretende avaliar se o aluno identifica, em uma dimensão histrica, algumasdas lutas e identidades e!istentes entre grupos e classes sociais, discernindo as suascaracterísticas e os seus conte!tos histricos.

    econ6ecer algumas semel6anças% diferenças% mudanças e perman;nciasno modo de ida de algumas populaç/es% de outras *pocas e lugares. 

    Este critério pretende avaliar o discernimento do aluno na identificação dasespecificidades das realidades histricas, relacionando"as com outros conte!tostemporais e espaciais.

    #. $rientações did%ticas

     &as din'micas das atividades, propõe"se que o professor(

    • valori)e, inicialmente, os saberes que os alunos *% possuem sobre o temaabordado, criando momentos de trocas de informações e opiniões+

    • avalie essas informações, identificando quais poderiam enriquecer seusrepertrios e suas refle!ões+

    •  proponha novos questionamentos, informe sobre dados desconhecidos eorgani)e pesquisas e investigações+

    • selecione materiais de fontes de informação diferentes para que se*am estudadosem sala de aula+

    •  promova visitas e pesquisas em locais ricos em informações+•  proponha que os estudos reali)ados se materiali)em em produtos culturais, como

    livros, murais, e!posições, teatros, maquetes, quadros cronolgicos, mapas, etc.

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    $ professor deve ter consciência de que as produções dos alunos não são semelhantesquelas construídas pelos historiadores e nem devem dar conta de e!plicar a totalidadedas questões que, possivelmente, poderiam decorrer de estudos mais sofisticados.

    #.-. erais

    Esta proposta baseia"se na idéia de que os conhecimentos histricos tornam"sesignificativos para os alunos, como saber escolar e social, quando contribuem para queeles reflitam sobre as vivências e as produções humanas, materiali)adas no seu espaçode convívio direto e nas organi)ações das sociedades de tempos e espaços diferentes,reconhecendo"as como decorrentes de contradições e de regularidades histricas.

     &esse sentido, propõe"se, para o ensino de /istria, conte0dos e situações deaprendi)agem que possibilitem aos alunos refletir criticamente sobre as convivências eas obras humanas, ultrapassando e!plicações organi)adas a partir unicamente deinformações obtidas no presente e a partir unicamente de dados parciais. 1ropõe"se,

    assim, que os alunos conheçam e debatam as contradições, os conflitos, as mudanças, as permanências, as diferenças e as semelhanças e!istentes no interior das coletividades eentre elas, considerando que estão organi)adas a partir de uma multiplicidade desu*eitos, grupos e classes 2com alguns interesses comuns e outros diferentes3, de umamultiplicidade de acontecimentos 2econômicos, sociais, políticos, culturais, científicos,filosficos3 e de uma multiplicidade de legados histricos 2contínuos e descontínuos notempo3.

    1ara que os alunos dimensionem a sua realidade historicamente é importante que o professor crie situações de aprendi)agem escolares para instig%"los a estabelecerrelações entre o presente e o passado, o específico e o geral, as ações individuais e ascoletivas, os interesses específicos de grupos e os acordos coletivos, as particularidadese os conte!tos, etc.

    4onsiderando a formação mais ampla dos alunos e a import'ncia de desenvolverematitudes de autonomia em relação aos seus estudos e pesquisas, é necess%rio que o

     professor, através de rotinas, atividades e pr%ticas, os ensine como dominar procedimentos que envolvam questionamentos, refle!ões, an%lises, pesquisas,interpretações, comparações, confrontamentos e organi)ação de conte0dos histricos.

     &esse sentido, o professor deve considerar, cotidianamente, a participação dos alunosnas decisões dos encaminhamentos das diferentes atividades, lembrando, contudo, que,

    inicialmente, é ele, como educador, quem define o tema de estudo, quem aponta asquestões a serem investigadas, quem orienta e sugere onde e o que pesquisar, quem propõe questões e aprofundamentos, quem aponta as contradições entre as idéias, as pr%ticas e as obras humanas. 1articipando e opinando, aos poucos, os alunos aprenderãocomo proceder de modo autônomo no futuro.

    $s procedimentos de pesquisa devem ser ensinados pelo professor medida quefavoreçam, de um modo ou de outro, uma ampliação do conhecimento e dascapacidades das crianças( trocas de informações, sociali)ação de idéias, autonomia dedecisão, percepção de contradições, construções de relações, atitudes deconfrontamento, domínios ling5ísticos, escritos, orais, iconogr%ficos, cartogr%ficos e

     pictricos.

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    6 importante que o professor retome, algumas ve)es, a proposta de trabalho inicial, paraque os alunos possam tomar decisões sobre novos procedimentos no decorrer dasatividades. 7ssim, por e!emplo, é a problem%tica inicial que orienta o *ulgamento dasfontes de informação que são mais significativas. Entre as entrevistas coletadas,algumas podem ser descartadas e outras confrontadas, por registrarem informações

    conflituosas ou complementares. Em uma pesquisa nos arquivos, fotografias podem serselecionadas, entre as muitas recolhidas, para reforçarem argumentos defendidos ou porrevelarem situações não imaginadas. 8e!tos *ornalísticos, sobre episdios do passado,

     podem ser organi)ados para demonstrarem pensamentos da época, por e!pressaremconflitos entre grupos sociais, ou dispensados por abordarem questões específicas quenão serão desenvolvidas.

    7 pesquisa e a coleta de informação devem fundamentar a construção de uma ou maisrespostas para os questionamentos disparados no início do trabalho. Essas respostas, que

     podem ser individuais, em dupla ou em grupos maiores, devem ser, de algum modo,registradas( te!to, %lbum de fotografia, livro, vídeo, e!posição, mural, coleção de

    mapas, etc.

    #.9. 1roblemati)ações

    7 abordagem dos conte0dos insere"se numa perspectiva de questionamentos darealidade organi)ada no presente, desdobrando"se em conte0dos histricos, queenvolvem e!plicitações e interpretações das ações de diferentes su*eitos, da seleção eorgani)ação de fatos e da locali)ação de informações no tempo histrico. 7se!plicações para os questionamentos implicam, por sua ve), a e!posição dos conflitos,das contradições e da diversidade de possibilidades de compreensão dessa realidade.

     &esse sentido, é importante que o professor crie situações rotineiras, nas suas aulas, deatitudes questionadoras diante dos acontecimentos e das ações dos su*eitos histricos,

     possibilitando que se*am interpretados e compreendidos a partir das relações 2decontradições ou de identidade3 que estabelecem com outros su*eitos e outrosacontecimentos do seu prprio tempo e de outros tempos e outros lugares, isto é,relações que estabelecem por suas semelhanças, suas diferenças, suas pro!imidades,suas dependências, suas continuidades. 7s e!plicações dos alunos para osquestionamentos devem considerar, assim, uma multiplicidade de entendimentos, deabrangências, de confrontamentos e de relações, revelando tramas conflituosas para ahistria estudada.

    :ão favorecidas, assim, as diferentes leituras de *ornais e revistas, o debate sobre problemas do bairro ou da cidade e as pesquisas de cunho social e econômico entre a população+ a identificação de diferentes propostas e compreensões defendidas nasociedade para solucionar seus problemas+ as situações em que as crianças organi)am assuas prprias soluções e estratégias de intervenção sobre a realidade 2escrever cartas sautoridades, fa)er e!posições para informar a população3+ o aprendi)ado de como lerdocumentos variados, tanto aqueles que podem ser encontrados na realidade social2construções, organi)ação urbana, instrumentos de trabalho, meios de comunicação,vestimentas, relações sociais e de trabalho3 como também produções escritas, imagens efilmes.

    #.;. 8rabalho com documentos

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    $ conhecimento histrico não se confunde com a realidade passada, pois é construídoem uma determinada época, comprometido com questões de seu prprio tempo. 6 umconhecimento que envolve escolha de abordagem, refle!ão e organi)ação deinformações, problemati)ação, interpretação, an%lise, locali)ação espacial e ordenaçãotemporal de uma série de acontecimentos da vida coletiva, que ficaram registrados, de

    algum modo, através de escritas, desenhos, memrias individuais e coletivas,fotografias, instrumentos de trabalho, fragmentos de utensílios cotidianos e estilosarquitetônicos, entre outras possibilidades.

    $s documentos são fundamentais como fontes de informações a serem interpretadas,analisadas e comparadas. &esse sentido, eles não contam, simplesmente, comoaconteceu a vida no passado. 7 grande maioria não foi produ)ida com a intenção deregistrar para a posteridade como era a vida em uma determinada época+ e os que foram

     produ)idos com esse ob*etivo geralmente tendem a contar uma versão da /istriacomprometida por visões de mundo de indivíduos ou grupos sociais. 7ssim, osdocumentos são entendidos como obras humanas que registram, de modo fragmentado,

     pequenas parcelas das comple!as relações coletivas. :ão interpretados, então, comoe!emplos de modos de viver, de visões de mundo, de possibilidades construtivas,específicas de conte!tos e épocas, estudados tanto na sua dimensão material 2elementosrecriados da nature)a, formas, tamanhos, técnicas empregadas3, como na sua dimensãoabstrata e simblica 2linguagens, usos, sentidos, mensagens, discursos3.

    :ão cartas, livros, relatrios, di%rios, pinturas, esculturas, fotografias, filmes, m0sicas,mitos, lendas, falas, espaços, construções arquitetônicas ou paisagísticas, instrumentos eferramentas de trabalho, utensílios, vestimentas, restos de alimentos, habitações, meiosde locomoção, meios de comunicação. :ão, ainda, os sentidos culturais, estéticos,técnicos e histricos que os ob*etos e!pressam, organi)ados através de linguagens2escrita, oralidade, n0meros, gr%ficos, cartografia, fotografia, arte3.

     &o caso do livro, por e!emplo, a leitura pode recair tanto sobre o modo como ele éconfeccionado 2caligrafia, tipografia, computador3, as técnicas empregadas 2artesanal,industrial3 e o material utili)ado 2papel, couro, chip3 como sobre a linguagem escrita,enquanto universo simblico que abarca signos, símbolos, conte0dos, mensagens,sentidos, construção argumentativa, estrutura ling5ística, etc.

    7 utili)ação da fotografia, como fonte de pesquisa, deve levar em consideração que aimagem impressa no papel não se confunde com a realidade. :e o pesquisador

    considerar que tudo o que pode ser visto na foto era costume da época, pode chegar aconclusões equivocadas sobre como, por e!emplo, as pessoas se vestiam antigamente. &o século

  • 8/19/2019 PCN Fund Hist

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    técnicas de revelação, as interferências feitas no negativo, podem propiciar informaçõesinteressantes sobre o conte!to da época.

    7s refle!ões sobre a linguagem fotogr%fica são importantes de serem consideradas emrelação s outras fontes documentais, quando se fala na organi)ação de situações

    did%ticas com conte0dos histricos escolares. 7ssim, entre muitos aspectos, o professor pode ensinar a seus alunos a preocupação que se pode ter com as técnicas, os materiais eos estilos de vestimentas, habitações e transportes, as diferentes lembranças das pessoassobre uma mesma época, o arquivamento de documentos, as diferenças de atendimentosde serviços p0blicos na cidade, o que envolve a confecção de um *ornal ou de umarevista, as funções sociais de uma escritura de terra ou a de uma propaganda divulgadaem um *ornal. 7 intenção é que os alunos não aceitem facilmente as informações,considerando apenas significativas aquelas que estão mais evidentemente e!plicitadas ee!postas na realidade ou nos documentos, ou se*a, que construam atitudesquestionadoras, procurem informações em detalhes não facilmente observados,identifiquem informações não apenas através daquilo que imaginam inicialmente, mas,

    também, a partir de detalhes que não foram considerados e que aprendam a comparar ea confrontar as informações obtidas em uma pesquisa.

    7 leitura dos documentos, em um trabalho did%tico, pode implicar na coleta deinformações que são internas e e!ternas a eles. 7 histria do autor e a histria da técnicade registro são, por e!emplo, informações que podem ser obtidas em outras fontes,au!iliando os alunos a locali)arem o conte!to histrico do documento e as relaçõesentre os seus conte0dos e a época em que foi produ)ido. 1or sua ve), o material de que éfeito, os personagens histricos e os acontecimentos descritos podem ser identificados elocali)ados, por e!emplo, na leitura e an%lise do prprio documento.

    $ trabalho de leitura de documentos, considerando as particularidades de suaslinguagens, é favor%vel de ser desenvolvido nas séries iniciais do ensino fundamental,

     principalmente levando em consideração que as crianças pequenas estão tomandocontato com as diversas linguagens comunicativas, como língua escrita, matem%tica eartes. &esse caso, são favor%veis as atividades, inclusive, envolvendo estudos sobre ashistrias das ciências e dos meios de comunicação( histria da escrita, dos n0meros, doscalend%rios, da cartografia, da pintura, da fotografia, do cinema, do *ornal, do r%dio, datelevisão.

    #.>. 8rabalho com leitura e interpretação de fontes bibliogr%ficas

    4abe ao professor ensinar aos seus alunos a reali)ar uma leitura crítica de produções deconte0dos histricos, distinguindo conte!tos, funções, estilos, argumentos, pontos devista, intencionalidades. 7ssim, além das crianças terem a oportunidade de obter eorgani)ar informações diretamente das fontes de informação prim%rias 2construçõ