projetos de inclusao digital estaduais

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descricao de projetos de governo nos estados do Brasil

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Dos 27 estados da federação e Distrito Federal, só sete não têm programas de inclusão digital im-plantados. E, destes, três já começaram seus pro-jetos este ano. Um quadro bastante diferente do início desta década, quando os projetos estaduais não passavam de meia dúzia. Eram tímidos. Nada parecido com a rede do Acessa São Paulo, do go-verno do estado de São Paulo, que tem 509 pos-tos espalhados pela Grande São Paulo e interior do estado e que, este ano, ganhou a companhia do Acessa Escola, programa de abertura das sa-las de informática de escolas para a comunidade. Ou com a também tradicional rede Paranavegar, do Paraná, com cerca de 150 unidades, a maio-ria instalada em bibliotecas, onde a população aprende noções básicas de informática, acessa a internet, aprende a navegar, usa programas de governo eletrônico, faz pesquisas escolares e se diverte. Ou ainda com a rede de 101 Escolas de Inclusão e Cidadania, do Rio Grande do Norte, criada em 2006 pelo Instituto para Assistência Técnica e Extensão Rural (ex-Emater), para aten-der ao homem do campo, embora este não seja um público-alvo exclusivo.

Mesmo os estados que ainda estão estruturan-do seus programas – Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rondônia – são atendidos pelo Programa Na-cional de Tecnologia Educacional para Escolas Brasileiras (ex-Proinfo), do governo federal, para informatizar suas escolas. Como acontece em Rondônia, onde o programa, em parceria com a secretaria estadual de Educação, começou em 1998. Hoje, quatro Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs) coordenam as escolas com laboratórios de informática de sua área e dão as-sessoria pedagógica e técnica aos educadores.

Os NTEs de Rondônia já atenderam cerca de 3 mil professores que já treinaram 90 mil estudan-tes, de acordo com o coordenador do Programa

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E de Inclusão Digital

Conexões em expansãoQuase todos os estados têm projetos próprios, com foco em infraestrutura para acesso à internet.

de Tecnologia Educacional da secretaria, Valmir Souto. Das 307 escolas estaduais de ensino Fundamental e Médio, 274 têm laboratório de in-formática, 75% com acesso à internet. Em 2010, todas devem estar equipadas e conectadas. O maior problema no estado, segundo Souto, está nas escolas municipais, que só agora começam a aderir ao programa.

Novos programasAlagoas anunciou, em julho de 2009, que vai repassar R$ 1,5 milhão do Fundo Estadual de Combate e Erradicação à pobreza para o projeto Telecentros do Digita Alagoas e R$ 4,3 milhões para o projeto Alfabetização Digital e Empre-endedorismo. A partir dos 235 laboratórios de informática das escolas estaduais, em convênio com o Ministério da Educação, o Alfabetização Digital pretende levar conhecimentos básicos de informática à população do entorno das escolas. O projeto prevê ainda convênios com lan houses e escolas de informática e a construção de 60 te-lecentros em comunidades carentes do estado. Coordenado pelo Instituto Técnico de Informáti-ca de Alagoas (Itec), o programa, que começou a ser executado em agosto, vai usar o sistema de gestão dos telecentros do Acessa São Paulo.

O Piauí está investindo na criação de pontos de acesso público à internet em bibliotecas – antes dois espaços distintos, bibliotecas e telecentros vêm se unindo em vários estados. Além da biblio-teca central de Teresina, Desembargador Cromwell de Carvalho, que após reforma ganha acesso aberto à internet, outras cinco bibliotecas de cida-des do interior também foram contempladas com telecentros. Aliás, a rede de bibliotecas do Piauí ganhou, em 2009, 79 novas unidades, dentro do programa do Ministério da Cultura de zerar o dé-ficit de bibliotecas nos municípios brasileiros até 2010. Hoje, o estado tem 204 bibliotecas.

Das 78 cidades do Mato Grosso do Sul, 41 vão integrar a Rede Estadual de Inclusão Digital (Reid), que começou a ser desenvolvida pelo es-tado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, Planejamento e Ciência e Tecnologia (Semac), em parceria com a Secretaria do Desenvolvimen-to do Centro-Oeste do Ministério da Integração.

A rede começa por Bonito, famosa pelo ecotu-rismo. A cidade será coberta por uma rede sem-fio, que vai interligar os órgãos públicos, escolas e unidades de saúde e abrir o sinal da internet à população. Em cada prédio público haverá um totem para acesso à rede.

Com investimentos de R$ 150 mil do Ministério da Integração, a rede de Bonito, que deve entrar em operação em dezembro de 2009, vai ter sete an-tenas, nas tecnologias WiMAX e WiFi, instaladas em pontos estratégicos na sede do município e na localidade de Balneário. De acordo com Zenon Lopes Rodrigues, consultor e gerente da Secreta-ria do Desenvolvimento do Centro-Oeste, 20 cida-des do Mato Grosso do Sul estão desenvolvendo projetos para receber a banda larga sem-fio e ou-tras 21 vão lançar editais para telecentros.

Vários estados investem na construção de redes próprias, algumas em parceria com empresas de energia elétrica.

Em função da deficiência de infraestrutura de banda larga em diversas regiões do país, vários estados estão investindo na construção de redes próprias, algumas em parceria com empresas de energia elétrica. Por isso mesmo, alguns dos pro-jetos mais robustos de inclusão digital passam também pelo investimento em infraestrutura.Desses, o projeto mais avançado é o Navegapa-rá, uma rede pública estadual de comunicação de dados do Pará, que está sendo implementada em parceria com empresas e entidades que já dispõem de infraestrutura de telecomunicações, como Eletronorte, Vale e Rede Nacional de Pes-quisa (RNP), do Ministério de Ciência e Tecno-logia. O projeto do Pará, iniciado em 2007, usa a capacidade ociosa do backbone da Eletronorte para integrar o estado. Na primeira fase, já con-cluída, atende 16 municípios, incluindo a capital Belém, onde vivem 45% da população do esta-do. Na segunda etapa, em execução, o governo

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do Pará vai cobrir mais 45 municípios, atendendo outros 15% da população.

O governo do Ceará pretende leiloar, em janeiro, três cotas de participação na empresa de trans-porte de dados que vai gerir o Cinturão Digital do Ceará – uma rede de fibra óptica que vai interligar 92 sedes de municípios, em uma parceria com a Coelce, empresa de energia, e a RNP. Quase a metade do total de 184 existentes no Ceará, essas cidades abrigam 90% da população do es-tado. O Cinturão Digital tem dez pares de fibras e 2,3 mil quilômetros de extensão nessa primeira fase. O lançamento dos cabos começou em agos-to e deve terminar em maio de 2010. O governo pretende criar uma empresa na qual terá, desde a formação, uma participação menor que 50%. E realizar um leilão para escolher três outros sócios do empreendimento. Existe, também, a possibili-dade de lançar ações, correspondentes a cerca de 10% de seu capital.

O estado Rio de Janeiro lançou o Rio Digital, que começa pela Baixada Fluminense. O sinal já foi ativado e está em teste em parte dos municípios da Baixada, que deverá estar totalmente coberta até 2010, atendendo a 2,3 milhões de pessoas. O sinal será aberto e gratuito à população e caberá às prefeituras adquirir o acesso de última milha para interligar os órgãos públicos. O projeto prevê interligar todos os municípios do estado, que foi dividido em 15 regiões, por meio de uma rede pública que usa o backbone da Rede Rio. A partir

do backbone o sinal é distribuído por rede sem-fio, com tecnologia WiMAX e WiFi. O custo total do projeto é estimado em R$ 60 milhões.

Minas Gerais iniciou seu projeto-piloto por cidades pequenas, com menos de 10 mil habitantes. Em outubro de 2009, concluiu a implantação de redes sem-fio em dez cidades. A iniciativa faz parte do programa Minas Digital, cuja meta é instalar redes de banda larga de última milha em todos os mu-nicípios mineiros com menos de 20 mil habitantes – são 688 dos 853 municípios daquele estado. A justificativa para o projeto é que as cidades peque-nas não são contempladas pelos investimentos das operadoras, por gerarem baixo retorno econômico. Para levar a internet até essas primeiras cidades, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Supe-rior (Sectes) usou o backhaul (rede de acesso) da Infovias (rede com participação da Cemig), pois as teles não chegam até lá. Mas, no futuro, na medi-da que as operadoras expandam seu backhaul, a ideia é contratar links no atacado e prover acesso banda larga (pago) às prefeituras.

Tanto os técnicos da Sectes, de Minas Gerais, como os da Companhia de Processamento de da-dos do Pará (Prodepa), responsável pelo Navega-pará, dizem que o fato de as concessionárias de telefonia estarem obrigadas a levar o backhaul a todos os municípios brasileiros até o final de 2010, dentro do contrato de troca de metas de universa-lização, não resolve o problema de infraestrutura, porque a capacidade de transmissão de dados fixada é baixa frente às necessidades dos órgãos estaduais e prefeituras.

Também o Rio Grande do Sul segue no mesmo caminho. Quer construir uma rede pública de te-lecomunicações, usando várias tecnologias, para atender a administração estadual e municipal. O projeto-piloto, no qual o estado está investindo R$ 1,2 milhão, abrange os municípios de Piratini, Can-diota e Camaquã. Foram escolhidos pois se encon-tram no Sul do estado, próximos da rede de fibra óptica da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Em 2010 o programa deverá ser estendido para mais quatro municípios. Além de interligar os serviços públicos, a rede deverá ser utilizada para prover serviços como o de telessaúde.

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Como queria Chico Mendesprogramas de inclusão digital e cultural estão atrelados

a um plano de desenvolvimento sustentável do estado

Os 150 mil quilômetros qua-drados do estado do Acre ain-da estão quase completamente cobertos por mata virgem. Dos cerca de 700 mil habitantes, 68% vivem em áreas urbanas – muitos em zonas rurais das áreas urbanas – e a metade está em Rio Branco, a capital. Cerca de 300 mil pessoas vi-vem na floresta, basicamente do extrativismo, sem contar as reservas indígenas. Como pro-mover a inclusão social de toda essa gente?

O ousado programa de inclusão digital do governo do Acre parte do bom princípio de que a tec-nologia, por si só, não resolve nada e de que é preciso integrá-la a um projeto mais amplo de desenvolvimento sustentável.

“Um projeto assim só é viável se tiver adesão da sociedade e se a sociedade tiver capacida-de para ser protagonista”, avisa o governador Arnóbio Marques, o Binho. “Não é possível reali-zá-lo com uma educação de péssima qualidade. É preciso uma boa educação no sentido mais amplo – não só a boa es-cola, mas também o acesso a bens culturais e tecnológicos”, diz. É por isso que Rio Branco ganhou duas bibliotecas de alta qualidade: a Biblioteca Pública do Estado e a Biblioteca da Flo-resta, esta especializada em temas indígenas, extrativistas e botânicos.

No Acre, portanto, o projeto de inclusão digital é apenas parte (e ferramenta) do Programa Go-

verno Único, um plano abran-gente de desenvolvimento e de promoção da cidadania – ou de florestania, no neologismo cria-do pelo grupo político que está no poder desde 1999, quan-do foi eleito (e depois reeleito) o primeiro governador do PT, Jorge Viana. Binho, que iniciou sua atividade política em me-ados dos anos 1970, ao lado do seringueiro Chico Mendes, assassinado por um pistoleiro em 1988, administra a terceira gestão petista do estado.

“Chico Mendes compreendeu a importância de coisas como educação e saúde. Naquele tempo, nós já trabalhávamos em mutirão com a comunida-de para construir escolas, por exemplo”, conta o governador.

O dinheiro disponível então para o material de construção eram exíguos US$ 17 mil, vindos de doações. Hoje, o Acre tem US$ 150 milhões do Banco Mundial para executar o Pró-Acre.

A grosso modo, o Pró-Acre vai comprar barcos equipados com antenas de satélite, para visitar cem comunidades-pólo já iden-tificadas: pequenas vilas que constituem pontos de referência para famílias isoladas na mata. Os barcos carregarão pessoal, equipamento e materiais das áreas de educação e saúde, expandindo o programa que já existe, o Asas da Florestania, para capacitar professores e pro-mover vacinações, por exemplo.

Na área de saúde, os barcos também acessarão um vasto sistema online, que é baseado no programa de saúde públi-ca do governo da província da Andaluzia, na Espanha, com o qual o governo do Acre firmou um convênio para absorver a tecnologia. Entre outros re-cursos, o sistema permitirá o diagnóstico a distância e a uni-ficação do prontuário médico de cada habitante. Também vai permitir uma iniciativa inédita no país: a venda, nas farmá-cias, a preços populares, de remédios normalmente forne-cidos pelo governo em postos de saúde.

Os barcos do Pró-Acre vão atender o cidadão nos moldes do programa já em operação experimental em Rio Branco, onde funciona a Tenda de Aten-dimento ao Cidadão, projeto-pi-loto de um serviço semelhante

ao Poupatempo de outros esta-dos. A partir de 2010, a tenda provisória será substituída pela Organização Central de Atendi-mento (OCA), um vasto edifício já em construção, onde todos os serviços da tenda serão am-pliados e acrescidos de brin-quedoteca, cafeteria e outras instalações desse tipo. Uma vez ancorados e com a ante-na de satélite ligada, os barcos

ação de US$ 700 mil, um es-tudo de viabilidade técnica já em andamento. Esse estudo vai determinar até o início de 2010 qual é a melhor tecno-logia – satélite, rádio ou fibra óptica – para interconectar to-das as concentrações popula-cionais do Acre. Uma vez rea-lizada essa conexão, o projeto Floresta Digital será realidade, o que está previsto para o final

Barcos equipados com antenas de satélite vão visitar comunidades-pólo

de 2010. Serão quase 1.700 escolas conectadas, mais de 300 unidades de saúde (pos-tos, hospitais) e cerca de 90 unidades de segurança, sem contar todos os prédios públi-cos. O objetivo final é realizar o Governo Único, sob o qual estão tanto o Pró-Acre como o Floresta Digital e o Comunida-de Digital, que é o programa de telecentros (o estado já tem 32 telecentros: 11 na capital e um em cada um dos demais mu-nicípios, todos visitados regu-larmente e amparados pelo go-verno). Tudo isso está integrado em um projeto de desenvolvi-mento econômico sustentável, com justiça social e controle ambiental – exatamente o que pregava Chico Mendes.

também acessarão os sistemas de emissão de documentos da OCA para expedi-los in loco.

Melhorar o atendimento ao ci-dadão, lembra o governador, não pode ser uma iniciativa iso-lada: “Os dois lados do balcão têm de melhorar ao mesmo tempo”. Para isso, o governo vai rever, modernizar e otimizar todos os procedimentos buro-cráticos. É por isso que a Se-cretaria de Gestão Administra-tiva abriga, há mais de um ano, um grupo de especialistas da E-stratégia pública, consultoria paulistana especializada em gestão pública. Outra consulto-ria de São Paulo, a Res Publi-ca, orienta a formação e a ca-pacitação dos funcionários que lidam com público.

Além disso, as cem comunida-des-pólo serão conectadas à internet diretamente. Para isso, a agência dos Estados Unidos para o desenvolvimento e o comércio (United States Trade and Development Agency ou USTDA) patrocina, com a do-

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As cem comunidades-pólo identificadas pelo pró-Acre vão ser conectadas à internet

Projetospró-Acre, Floresta Digital, Comunidade Digital.

Responsabilidade e gestãoGoverno do estado

ParceirosBanco Mundial, prefeituras

Mais informaçõeswww.ac.gov.br

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A escola que vai até o alunoem muitos lugares, a educação a distância é a única oportunidade

para os jovens terem o diploma do ensino Médio.

As aulas são à noite, com programas produzidos em um estúdio de tV de Manaus.

o governo fez três grandes contratos para compra de antenas VsAt

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Com 3,7 milhões de habitantes distribuídos por uma área de 1,5 milhão de quilômetros qua-drados, o Amazonas desafia qualquer projeto de inclusão di-gital. Pelas dificuldades com a infraestrutura de comunicação terrestre, o estado tem sido la-boratório de novas tecnologias de banda larga sem-fio, como satélite e rádio, e também de projetos de educação a distân-cia e telemedicina.

Em 2005, o Comitê de Política de Informática do Amazonas, ligado ao governo do estado, iniciou o projeto Amazonas Di-gital, para oferecer acesso à internet e serviços online via satélite à população. A primeira fase levou banda larga sem-fio a 15 municípios. “Até 2011, a conexão chegará às demais ci-dades”, afirma o secretário do Comitê, Fabiano Castanhola. A tecnologia é a banda satelital

C, distribuída por meio de equi-pamentos de rádio pré-WiMAX e hotspots com sinal de Wi-Fi nos pontos de maior circulação. Nessa primeira fase, o governo investiu R$ 14 milhões dentro de um orçamento total de R$ 51 milhões, até o final de 2011. As prefeituras ficam responsáveis pela integridade dos equipa-mentos e pela construção de um telecentro. Também se respon-sabilizam pela remuneração dos monitores para a capacitação de pessoas da comunidade.

Curso pela tVUm destaque da estratégia de inclusão digital do governo do estado é o projeto Ensino Médio Presencial com Mediação Tec-nológica, desenvolvido e geren-ciado pela Secretaria do Estado de Educação (Seduc). Criado em 2007, com base em uma rede de transmissão via satélite, o projeto amplia as oportunida-des de estudo em comunidades rurais e de difícil acesso.

Hoje, pelo projeto, 26 mil ama-zonenses cursam o ensino Mé-dio em 740 salas de aula, de 400 escolas, em 62 municípios do interior do estado. São jo-vens e adultos que não haviam continuado os estudos por di-ficuldade de locomoção para localidades providas de escolas que tivessem o ensino Médio. Agora, frequentam aulas à noi-te, em escolas de suas próprias

regiões, transmitidas pela TV. Os conteúdos são produzidos pelo Centro de Mídias, da Se-duc, que abriga a equipe de professores especialistas, tem estúdios de gravação. As aulas são gravadas ou transmitidas ao vivo dos estúdios. Porém, não se trata de um modelo de en-sino passivo. Os estudantes se comunicam com os professores do estúdio por videoconferência e também são assistidos por um professor da região, presente na classe, para acompanhar as ta-refas, tirar dúvidas e aplicar as provas.

O curso tem a mesma carga ho-rária, currículo e validação dos cursos presenciais – com direito a certificado de conclusão reco-nhecido pelo Ministério da Edu-cação. Segundo o professor José Augusto de Melo Neto, coorde-nador geral do Ensino Médio Presencial, o governo investiu R$ 18 milhões no projeto. Além da infraestrutura de comunica-ção – foram feitos três grandes contratos para o fornecimento das antenas VSAT, com a empre-sa Hughes – esse investimento incluiu serviços técnicos e aqui-sição de equipamentos.

“A demanda inicial, que era de apenas 260 salas de aula, tripli-cou. Até 2010, esperamos ter mais de mil salas de aula em 500 escolas”, diz Melo Neto. Dados da Seduc registram 77,5% de aprovação das tur-mas do projeto em 2007, ante 60% de aprovação no ensino convencional do Amazonas, em 2005. Por conta desse sucesso, este ano foi iniciado um projeto

para começar a oferecer, nos mesmo moldes, o sexto ano do ensino Fundamental.

Além da educação, a saúde é outro foco da ação do es-tado. A telemedicina é prati-cada em vinte postos de ci-dades afastadas dos centros urbanos. Uma conexão wireless interliga os profissionais locais a especialistas em Manaus e a equipes da Universidade de São Paulo (USP). Em 2008, fo-ram realizadas 356 consultas e 1,3 mil exames por meio do sistema.

Também são oferecidos cursos, palestras e treinamentos para profissionais da saúde, em es-pecial aos que residem em pe-

quenas cidades do interior do Amazonas. Esse projeto foi fruto de um convênio do governo do estado com a Superintendên-cia da Zona Franca de Manaus (Suframa), a Seduc, e os minis-térios da Educação, de Ciência e Tecnologia e da Defesa.

ProjetosAmazonas Digital, ensino Médio presencial com Mediação tecnológica

Responsabilidade e gestãosecretarias de planejamento e Desenvolvimento econômico, de Ciência e tecnologia, da educação do Amazonas e empresa de processamento de Dados do Amazonas.

ParceirosMinistérios da educação e da Ciência e tecnologia, da educação, prefeituras, Zona Franca de Manaus.

Mais informaçõeswww.amazonas.am.gov.br

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Com diversos prêmios no cur-rículo, o programa Cidadania Digital, do governo da Bahia, já passou por algumas transfor-mações, em seis anos de exis-tência. Avançou de tal forma que alguns usuários começam a sentir necessidade de uma nova evolução, para patamares mais abrangentes de cursos e criação de conteúdo. Essa nova etapa, no entanto, ainda não está prevista.

A prioridade, no momento, é ampliar a inclusão, levando o serviço básico ao maior número

A ordem é ampliar a inclusãoo estado planeja levar os Centros Digitais de Cidadania para

todos os municípios, até o final deste ano.

possível de localidades. O pro-grama tinha, em julho de 2009, 688 Centros Digitais de Cidada-nia (CDCs) em funcionamento. Até o final do ano, a expectativa era de implantar mais 320, com ao menos um CDC em cada município baiano.

Criado em 2003 com o nome de Identidade Digital, o progra-ma foi rebatizado e remodelado no governo Jaques Wagner. Vol-tou o foco para a inclusão so-ciodigital, investindo em ações de capacitação e de geração de renda adicional para as comu-

nidades. Os CDCs, criados em parceria com as prefeituras, en-tidades do tereiro setor e a co-munidade, já foram instalados em templos católicos e evangé-licos, terreiros de candomblé, comunidades quilombolas, as-sentamentos de trabalhadores rurais e escolas na sede e na zona rural dos diversos muni-cípios baianos.

O Cidadania Digital é coordena-do e executado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e tem parce-ria com as universidades esta-

duais - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que promovem a articulação dos CDCs com a comunidade, por meio dos Núcleos de Gestão Colaborativa.

Kit para instalaçãoQuando uma localidade reivin-dica um CDC, o pedido precisa ser aprovado pela Secti. Após a avaliação, os técnicos da secre-taria vão ao local e instalam os equipamentos (dez computado-res, impressora e internet com acesso em banda larga), mobi-liário e o sistema de gerencia-mento Berimbau Linux, basea-do no Debian. Também cabe a eles fazer a capacitação de mo-nitores e gestores dos centros.

A instituição parceira passa a ter acesso a uma central de atendimento e suporte técnico. Sua contrapartida é oferecer o espaço, gerenciar as ações e se responsabilizar pelos custos de manutenção e conectivida-de. Cada parceiro busca apoio local para implantar a unidade.Em média, cada CDC custa R$ 50 mil para o estado. Mas o Cidadania Digital também tem apoio do Fundo de Combate à Pobreza, do Ministério de Ciên-cia e Tecnologia, e de emendas parlamentares.

Aberto a todos os cidadãos, o CDC recebe crianças menores de dez anos, desde que acom-panhadas por um responsável. Jovens entre dez e 18 anos de-vem ser cadastrados pelos pais

os estudantes correspondem a 84% dos usuários, três em cada quatro para fazer trabalhos escolares.

As atividades são diversas: artesanato, música, alimentação, entre outras.

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Unidade avança e quer mais

“O programa de inclusão digital cresceu de tal forma em algumas regiões do estado que precisa de mais investimentos. Os frequen-tadores já passaram pelos cursos básicos e agora querem outras coisas. Precisamos de aulas mais avançadas, criação de páginas, código de jogos etc. Os jovens estão até se profissionalizando na área”, conta Jones Ribeiro da Silva, que atuou como monitor no CDC Nordeste de Amaralina, bairro de Salvador com quase cem mil habitantes. Funcionário do governo estadual e estudante de filoso-fia, Silva afastou-se do CDC, mas planeja retornar.

Segundo ele, como não é possível buscar patrocínio de empresas privadas, o aporte tem que ser do estado. “Estou pedindo isso há seis anos. Eles nos dizem que seguem um modelo padrão de aten-dimento. Mas alguns centros, como o nosso, acabam superando esse padrão, podem ir além”, diz. A argumentação do governo é que se fizer um upgrade em uma unidade terá de fazer em todas. Silva afirma que são necessários mais cinco computadores na uni-dade, mais espaço físico e capacitação dos técnicos (monitores), pois tudo que sabe aprendeu sozinho, em casa. A unidade registra 180 acessos/dia e 2,5 mil a 3 mil/mês.

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ProjetoCidadania Digital

Responsabilidade e gestãosecretaria estadual de Ciência, tecnologia e Inovação (secti); Núcleos de Gestão Colaborativa (Nugecs), administrados pelas universidades estaduais - Universidade estadual do sudoeste da Bahia (Uesb), Universidade estadual de santa Cruz (Uesc) e Universidade do estado da Bahia (Uneb); parceiros gestores.

ParceirosMinistério da Ciência e tecnologia, prefeituras e instituições da comunidade.

Mais informaçõeswww.cidadaniadigital.ba.gov.br

ou responsáveis. Cada usuário pode usar o computador por até 30 minutos, que pode ser estendido se não houver fila de espera. Os estudantes corres-pondem a 84% dos usuários

escola pública. Em média, 43 mil pessoas passam pelas uni-dades a cada dia.

A produção de conteúdos em geral atende as demandas lo-

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os estudantes correspondem a 84% dos usuários, três em cada quatro para fazer trabalhos escolares.

A instituição parceira oferece o espaço, gerencia a unidade e responde pela manutenção e conectividade.

pesquisados. Três em cada quatro estudantes buscam os centros para fazer trabalhos e pesquisas escolares, segundo um estudo feito pela Funda-ção Getúlio Vargas. Comunicar-se com outras pessoas, bater papo e aprender coisas novas foram apontados como atrati-vos dos centros para 59% dos cidadãos. Do total de estudan-tes nos CDCs, 93% frequentam

cais. As atividades variam entre oficinas de informática básica, artesanato, música, saúde pú-blica, saúde da família, alimen-tação, educação a distância e formações profissionais. O Ci-dadania Digital foi contemplado, em 2008, com o Prêmio ARede, como melhor programa estadual de inclusão digital do Brasil. Em 2007, o programa foi ganhador do Top Social, mais importante

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prêmio de responsabilidade so-cial do Norte e Nordeste. Rece-beu, ainda, o Certificado Espe-cial Fome Zero, como parceiro do programa federal nas ações de inclusão digital.

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Fibras ópticas iluminam banda largaA infraestrutura do Cinturão Digital vai atender cidadãos e empresas

de 82% da área urbana do estado

O alto custo da banda larga fez com que o governo do estado do Ceará anunciasse, em 2007, o Cinturão Digital, programa que oferece infraestrutura de fibras ópticas para cobrir 82% da po-pulação urbana. O projeto está em fase de instalação, com o lançamento dos cabos. “O ob-jetivo é fornecer infraestrutura capaz de servir ao governo e às empresas que desejem explorar

serviços digitais no estado, em ambiente de competição”, diz Fernando Antonio de Carvalho Gomes, presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), companhia ligada à Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão, um dos parceiros do projeto. Também participam do programa a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que fornece fibras nas suas

redes metropolitanas, e a Com-panhia de Eletricidade do Ceará (Coelce), que fornece o com-partilhamento de infraestrutura de postes, torres e dutos.

A Etice garante a manutenção e dois pares de fibras para a Coelce. De início, serão 2,3 mil quilômetros de fibras em anel redundante, cobrindo 140 lo-calidades e 92 sedes de mu-nicípios, quase a metade das 184 existentes no Ceará, que abrigam 90% da população do estado. O Cinturão Digital tem dez pares de fibras – o lança-mento dos cabos começou em agosto de 2009 e deve ser con-cluído em maio de 2010. Para a segunda fase está prevista a expansão a todas as sedes de municípios. O projeto terá in-vestimentos de R$ 65 milhões.

O governo do Ceará pretende leiloar, em janeiro de 2010, três cotas de participação na em-presa de transporte de dados que vai gerir o Cinturão Digital do Ceará. A ideia é criar uma empresa na qual terá, desde sua formação, uma participa-ção menor que 50%. E realizar um leilão para escolher três ou-tros sócios do empreendimento. Existe, também, a possibilidade de lançar ações, correspon-dentes a cerca de 10% de seu capital. “Queremos uma explo-ração em que as empresas pri-vadas, selecionadas no modelo

de concessão, possam usar até três pares de fibras ópticas e fornecer manutenção em con-trapartida”, afirma o presidente da Etice.

Cada sócio receberá uma fran-quia de 3 Gbps, poderá usar a rede para transportar sinais de seus próprios serviços ou ven-der capacidade. E vai participar da gerência técnica da rede e do conselho de administração, além de assumir a obrigação de prover conexões para hos-pitais, escolas, telecentros e outros pontos considerados so-cialmente importantes. Caberá aos acionistas realizar a manu-tenção e a expansão da rede, que o governo pretende ver im-plantada em todo o estado. De acordo com Carvalho, o custeio anual da rede, nessa primeira fase, será de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões.

O modelo da empresa foi apre-sentado, para discussão, a re-presentantes de operadoras de telefonia fixa, celular e telefonia IP em um encontro realizado no início de outubro de 2009. “As operadoras sabem que a tendência é compartilhar infra-estrutura”, diz Carvalho. A Etice ainda estuda como incluir, nes-se modelo, os pequenos prove-dores, responsáveis pela oferta de serviços de conexão local. A decisão de incluir os provedores no projeto reconhece seu papel nas pequenas localidades mas não ignora que, em alguns anos, conforme a banda larga che-gar à casa das pessoas, essas empresas não vão sobreviver sem oferecer outros serviços. A esses provedores não será

oferecida uma participação so-cietária, mas acesso à rede de transporte de dados, em condi-ções ainda em debate.

A expectativa do governo ce-arense é de que a existência de infraestrutura e a presença de três empresas no capital do Cinturão Digital estimulem a oferta de serviços no interior do estado e tornem os preços de conexões em banda larga equivalentes aos oferecidos em

encontro em Beberibe. Alguns telecentros serão transferidos para dentro de bibliotecas, en-quanto outros, quando a infra-estrutura permitir, receberão também uma biblioteca. As-sim, as Ilhas Digitais passarão a integrar o programa e-Ler. Também os monitores dos tele-centros serão capacitados para trabalhar os dois espaços.

O Ceará também tem os Cen-tros de Inclusão Digital (CIDs),

Governo planeja integrar postos de acesso à internet a bibliotecas

ProjetosCinturão Digital, Ilhas Digitais

Responsabilidade e gestãoMinistério da Ciência e tecnologia,

empresa de tecnologia da Informação do Ceará (etice), rede Nacional de pesquisa (rNp), Companhia de eletricidade do Ceará (Coelce), Fundação de teleducação do Ceará (Funtelc), Companhia de Gestão de recursos Hídricos (Cogerh)

Mais informaçõeswww.ceara.gov.br

Projetos Estaduais CeArá

Anuário AREDE de Inclusão D

igital

O custeio anual da rede, na primeira fase, será de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões.Fortaleza. No interior, o gover-no chega a pagar R$ 800,00 ao mês por uma conexão de 128 kbps. “O ambiente será de competição e o preço, regulado pelo mercado”, prevê Carvalho.

Outro programa do estado é o Ilhas Digitais, uma rede de 89 pontos de acesso à internet — vários deles em locais de pas-sagem, principalmente para atender turistas. Esse projeto, que está sendo reformulado para incorporar o conceito de acesso público à informação, era coordenado pela Secre-taria da Ouvidoria-Geral e do Meio Ambiente do governo do Ceará, e foi transferido para a Secretaria da Cultura. Mas a mudança de conceito só acon-tece em 2010. A ideia, segundo Raimundo Alves Ferreira Neto, coordenador editorial da Secre-taria da Cultura, é que o pro-jeto se aproxime das iniciativas de difusão da leitura, dentro do pacto social pelo livro, firmado em janeiro de 2008, em um

em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (Veja a página 23). Até dezembro de 2008, foram abertos 39 centros em 18 municípios cearenses. Em 2009, mais nove entraram em operação. Em 2008, os CIDs capacitaram 825 alunos nos cursos de informática bási-ca e instalações elétricas.

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telecentros para educação a distância Com unidades-escola oferecendo cursos e acesso livre,

o DF Digital investe na formação de jovens.

O Programa DF Digital - Inclu-são Digital, Social e Tecnológi-ca foi lançado em 2007. Hoje, tem 72 unidades-escolas com estrutura de telecento, que funcionam em associações de bairro, administrações regionais e igrejas. Todas têm banda larga e oferecem ensino a distância. Até 2008, o governo do estado investiu R$ 17 milhões no pro-jeto. Para 2009 e 2010, o orça-mento é R$ 24 milhões.

O forte do programa é a capa-citação profissional de jovens – inclusive em parceria com a rede de ensino público e o foco das unidades é em cur-sos, não na navegação livre na internet. A primeira unidade foi inaugurada em junho de 2007, na cidade de Brazlândia. Mais dez foram abertas ainda nesse ano. Em 2008, surgiram mais 61, das quais 46 em convênio

com a Mitra Arquidiocesana de Brasília.

Os cursos vão de informática básica, com Linux, Excel, Po-werPoint, Corel Draw e Auto-CAD. Mais de 120 mil pessoas já obtiveram 508 mil certifica-ções de formação em softwa-re. O aprendizado é interativo, com tutores online e monitores locais. Em breve, as unidades deverão adotar a plataforma Moodle, agregar tecnologias de redes sociais e recursos de vi-deomonitoramento.

Os monitores são concursados pelo governo do DF, com salá-rios de R$ 700,00 a R$ 800,00. Em telecentros onde há até dez computadores, como nas igre-jas, o público é atendido por dois monitores e há um coordenador local. Nos prédios das adminis-trações regionais são instalados de 20 a 40 computadores, com duas pessoas para apoio admi-nistrativo, dois monitores e um coordenador local.

O portal do projeto está em reformulação. Mas continua a exibir as cidades que integram a rede comunitária digital e os cursos disponíveis em cada unidade. Em 2009, a grade será ampliada com a oferta de cursos da Universidade Aber-ta de Brasília (UAB) e Cursos Técnicos à Distância do Minis-tério da Educação.

Após dois anos e meio, o progra-ma passou para a segunda eta-pa, cuja meta é implantar mais 30 telecentros em parceria com o Ministério das Comunicações e 17 em áreas rurais, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A Secretaria de Ciência e Tecnologia também está expandindo as parcerias para associações de classe, pre-feituras e federações. “É uma forma de ampliar os espaços de acesso à internet e cursos”, in-forma Sílvio Sakata, subsecretá-rio de Inclusão Digital, Inovação e Gestão da Infraestrutura.

Recentemente, a secretaria fir-mou convênio com a Associação Telecentros e Negócios e com os Telecentros de Informação e Negócios, coordenados pelo Mi-nistério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior. Outra parceria recente foi com opera-dora Oi, que implantou o projeto OiTodomundo, de telecentros, nas escolas públicas do DF.

ProjetoDF Digital – Inclusão Digital, social e tecnológica

Responsabilidade e gestãosecretaria de Ciência e tecnologia, Fundação de Apoio a pesquisa do DF.

ParceirosFundação Gonçalves Ledo, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e tecnologia (IBItCt), Associação telecentro de Informação e Negócios (AtN), oi, prefeituras, associações de classe.

Mais informaçõeswww.dfdigital.df.gov.br

existem 72 unidades-escolas que funcionam em espaços comunitários

Projetos Estaduais DIstrIto

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O ano de 2010 promete tra-zer um novo brilho a Crista-lina, cidade conhecida pela riqueza em pedras preciosas e semi-preciosas, a 280 km de Goiânia (GO). O município vai receber um Centro Tecno-lógico com cursos superiores de tecnologia gratuitos, uma renomada empresa francesa está se instalando por lá e já se negocia uma parceria entre os governos federal, estadual e

Novas fronteiras digitaisprograma de inclusão goiano passa por reformulação para aumentar

abrangência e integrar o atendimento ao púbico

municipal para cobrir toda a ci-dade com uma rede sem-fio de acesso gratuito à internet. Para apoiar a formação de jovens e adultos que vão se beneficiar de todo esse progresso, a ideia é ampliar, com a implantação de novos telecentros, o progra-ma de inclusão digital do esta-do de Goiás – que passa por uma total reformulação, inclu-sive com revisão dos contratos com os parceiros.

Criado em 2004 como Goiás Digi-tal, o projeto tornou-se tão amplo que suas ações se tornaram pro-gramas, diz Cássia Victoi, coor-denadora do Oficina Digital – Es-colas de Informática e Cidadania, uma das ações que assumiu o papel de programa macro. Outra iniciativa que se tornou indepen-dente foi o Vapt Vupt (semelhante ao Poupatempo, de São Paulo), que nasceu para ser virtual, mas cresceu bastante. Foram tantas as mudanças que o nome Goiás Digital desapareceu durante a transição. Agora o governo tenta resgatá-lo. A proposta está no plano plurianual e depende de aprovação.

O Goiás Digital ficava sob res-ponsabilidade da Agência Goi-ânia de Administração e Ne-gócios Públicos (Agan), extinta em julho de 2008 e absorvida pela Secretaria da Fazenda, por questão de economia. Os pro-jetos foram distribuídos. A Fa-zenda ficou com alguns, como o Vapt Vupt e a Nota Fiscal Online (em implantação até o fechamento desta edição, outu-bro de 2009). A Secretaria de Ciência e Tecnologia de Goiás (Sectec) assumiu outros: Ofici-na Digital e Escola Corporativa para servidores do estado. A Escola Corporativa depois se transformou em uma Superin-tendência da Sectec. O orça-mento do projeto é de R$ 310 mil, de 2009 a 2011, de acordo

tos das demais oficinas, além de ministrar curso de redes e montagem de computadores. Os links para acesso à internet são fornecidos pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, com capacidades que variam de

Para apoiar a formação de jovens e adultos a ideia é ampliar a implantação de telecentros

com previsão no plano pluria-nual do governo estadual.

O Oficina Digital começou, efe-tivamente, em 2005, com esco-las de informática que oferecem cursos e acesso livre e gratuito aos computadores. Essas uni-dades foram implantadas em vários bairros de Goiânia, prin-cipalmente em regiões onde o acesso à internet é mais difícil, e em cidades do interior. Algumas oficinas funcionam em telecen-tros mantidos em parceria com outras instituições.

O governo do estado entra como parceiro também nos telecen-tros do Ministério das Comuni-cações – assume o pagamento dos monitores, quando as prefei-turas locais não têm como arcar com essa despesa. Os monito-res foram capacitados para dar aula de informática e cidadania, por meio de uma parceria com o Comitê para Democratização da Informática (CDI), que for-necia material didático, princi-palmente referente à cidadania. Os contratos terminaram e em agosto foi feita a seleção de 80 novos profissionais. Dos 50 que trabalhavam no Oficina Digital, ficaram apenas dez, de nível médio e superior, com salário de R$ 465,00 a R$ 809,00. O prazo do contrato foi reduzido de três para um ano, não renovável.

A Sectec oferece de um a três educadores para ministrar os cursos de informática, depen-dendo de quantos turnos a unidade mantém, além de via-bilizar parcerias para aquisição e manutenção de equipamen-

tos, em convênio com o Banco do Brasil e com o Comitê dos funcionários do Banco do Bra-sil. Quatro servidores da Sectec trabalham no programa. Este ano, serão lançadas mais cinco Oficinas Digitais, em parceria

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Unidades são criadas prioritariamente em regiões onde o acesso à internet é mais difícil

Projetooficina Digital – escolas de Informática e Cidadania

Responsabilidade e gestãosecretaria de Ciência e tecnologia de Goiás (sectec)

ParceirosMinistério da Ciência e tecnologia, Banco do Brasil, Comitê para Democratização da Informática (CDI), prefeituras e órgãos estaduais e governo federal.

Mais informaçõeswww.sectec.go.gov.br

com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que liberou R$ 200 mil para cobrir todos os custos. A contrapartida do estado será de R$ 20 mil para a compra de equipamentos, ar condicio-nado, mobiliário etc. Todos os sistemas serão Linux, novidade no projeto.

Atualmente estão em funcio-namento 20 Oficinas Digitais e dez telecentros. Quatro dentro de prisões (três no complexo prisional de Aparecida e um na Casa do Albergado), onde os in-ternos usam os computadores apenas para escrever. Este ano, foi inaugurada uma unidade no Hospital de Doenças Tropicais do Estado de Goiás, que aten-derá pacientes, funcionários e a comunidade local.

Como o projeto de inclusão não é exclusivamente profis-sionalizante, pois tem ativida-des para idosos, crianças e adolescentes, apenas uma das oficinas participa do programa Centro de Recondicionamen-to de Computadores (CRC). Fica, assim, responsável pela manutenção dos equipamen-

512 kbps a 1Gb, dependendo do tamanho da unidade.

No período de 2005 a 2007, foram feitas 7.174 inscrições para os cursos de informática básica e cidadania e 113.577 acessos livres foram oferecidos pelo programa Oficina Digital. Em 2008, foram mais de 2.493 alunos inscritos para os cursos de informática básica e cidada-nia e 73.621 acessos livres. As unidades funcionam todos os dias, das 8h às 22h (nem to-das abrem à noite), e algumas abrem apenas aos sábados.

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território com desafios a vencerenfrentando problemas de infraestrutura, programa se fortalece para

combater alto índice de analfabetismo digital.

A inclusão digital, no Mato Grosso, tem uma trajetória di-fícil pela frente. Será preciso muito esforço para reduzir o índice de analfabetismo digi-tal do estado, que em 2004 era nada menos do que 90%. O território é grande, muitas estradas são de terra, a infra-estrutura de comunicação é precária. Não existe rede de fibra óptica e há casos em que uma cidade inteira conta ape-nas com um link de 2 Mbps. Metade dos 141 municípios do

estado tem pelo menos um te-lecentro. O governo pretende estender o benefício à outra metade, até 2010. “Um desafio a ser vencido. Porque não é só analfabetismo digital, é falta de comunicação mesmo”, destaca Cesar Fernando Berriel Vidot-to, o homem que coordena um programa cuja meta – “ousa-da”, reconhece – é exatamente mudar esse cenário.

Com foco principal nas popula-ções em situação de vulnerabi-

lidade social, o programa Ação Digital foi criado pelo governo do estado do Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs). Desde 2004, quando foi inau-gurado o primeiro telecentro do programa em Cuiabá, foram abertos 78 telecentros, em 73 municípios, em locais de fácil acesso à população. Estima-se que mais 12 serão inaugurados até o final do ano. Nessas uni-dades, já foram atendidas mais

Sucesso em Cuiabá

Por mais que haja acesso cultural e digital disponível no município, sempre haverá pessoas sem computador e com dificuldade para usar o equipamento e a internet. Por isso, o telecentro sempre terá seu espaço, pois tem infraestrutura e monitor para apoiar os usuários. A opinião é de Salime Daige Marques, coordenadora do telecentro instalado no Palácio da Instrução em Cuiabá, onde fica a biblioteca estadual. A unidade, que funciona desde 2005, recebe de 1.600 a 2.000 pessoas por mês. A maioria quer fazer pesquisas na internet e conversar nas redes sociais. Predominam os adolescentes, mas os idosos participam cada vez mais, interessados em informações sobre concursos públicos ou para ler jornais e revistas.

Cada usuário tem 30 minutos no computador. Dois dos dez equi-pamentos ficam reservados para quem vai digitar trabalhos e pre-cisa de mais tempo. As filas são constantes. “O programa dá opor-tunidade a todos. Muitos que estão na biblioteca aproveitam para usar o telecentro. Vem até usuário do Ganha Tempo (semelhante ao Poupatempo, de São Paulo), quando aquele espaço está lota-do”, diz Salime.

O telecentro tem um monitor da Secretaria de Estado da Cultura. Será contratada mais uma pessoa com perfil de informática e um pedagogo, para que em 2010 comece um curso básico de infor-mática. O horário de atendimento, hoje, é de segunda a sexta, das 8h às 18h, com intervalo de duas horas para o almoço. Com a entrada do novo funcionário, não haverá interrupção. A Setecs equipou o telecentro e é responsável pelo sinal da internet e ma-nutenção. A Secretaria da Cultura mantém os monitores e custeia as despesas internas.

de 1,8 milhão de pessoas. Até agora foram investidos no pro-grama R$ 2,59 milhões, com recursos do governo estadual e do Fundo Partilhado de In-vestimentos Sociais, sendo R$ 900 mil em 2009. Para 2010, o orçamento previsto é de R$ 400 mil, para novas unidades e adequações das existentes.

Segundo Vidotto, o projeto vem sendo ampliado fortemente para cobrir todas as cidades do esta-do até o próximo ano: “A meta é ousada, mas aceleramos bas-tante. Forçaremos um pouco a responsabilidade para o muni-cípio ajudar, pois atuamos em parceria”. O acesso à internet, por exemplo, não chega a todos os locais. Em alguns, a conexão é por rádio, em outros por sa-télite, mas a maior abrangência é da rede fixa da Oi, que agora também é parceira no projeto. A regra é que não seja instalado telecentro onde não há internet e de preferência também não em escolas, que já têm proje-to semelhante com a Secretaria de Educação.

Vidotto garante que o analfa-betismo digital diminuiu mui-to, desde 2004, mas não tem dados atualizados. “Em alguns municípios, as lan houses até se rebelaram achando que o negócio seria prejudicado pelos telecentros. Com o tempo, per-ceberam o contrário”, conta o coordenador. O movimento au-mentou – houve caso de 40% ao mês – porque muitas pesso-as aprendiam a usar o compu-tador no telecentro e, como o tempo era limitado, acabavam

indo para as lan houses. Não existe contrapartida das comunidades que recebem o telecentro. Cada unidade tem de um a dois monitores capa-citados por técnicos do gover-no estadual nos próprios locais de funcionamento. Todos são remunerados pelo parceiro, ge-ralmente uma prefeitura.

No início do ano passado, a Setecs firmou um termo de cooperação técnica com a Se-cretaria de Justiça e Segurança Pública para a instalação de

já foram atendidas mais de 1,8 milhão de pessoas nos 73 municípios que dispõem de telecentrosunidades de inclusão digital em 16 Bases Comunitárias de Se-gurança nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, por meio do projeto Ação Digital.

ProjetoAção Digital

Responsabilidade e gestãosecretaria de estado de trabalho, emprego, Cidadania e Assistência social (setecs)

Parceirossecretaria da Cultura, prefeituras, oi.

Mais informaçõeswww.acaodigital.mt.gov.br

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Anuário AREDE de Inclusão D

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Foi dado o primeiro passo para a banda larga chegar a todos os cidadãos do estado de Minas Gerais. Com investimentos de R$ 1 milhão, o programa Minas Digital levará acesso à internet em alta velocidade às cidades com mais de 20 mil habitantes situadas em áreas urbanas. O programa, que será implemen-tado por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), começa com uma operação-piloto em dez municípios: Antônio Dias, Casa Grande, Fama, Iguatama, Itu-mirim, Maravilhas, Prudente de Moraes, Queluzito, Ribeirão Ver-melho e São Sebastião da Bela Vista. Durante o lançamento do Minas Digital, em setembro, o governador Aécio Neves anun-ciou que em cada município haverá duas horas de internet gratuita para a população.

A licitação para a compra de equipamentos de transmissão de dados já foi feita – vencida pela Minas Control, distribuido-ra da Motorola. O custo de im-plantação por cidade, segundo o secretário Alberto Portugal, da Sects, gira em torno de R$ 100 mil. As prefeituras vão gerenciar a rede e contratar um provedor de acesso. Em contrapartida ao investimento do estado, terão de criar e manter espaços gra-tuitos de inclusão digital, como os telecentros, e implementar ações do Projeto Tecnologia,

Usuários ganham mais qualificaçãoComposta por telecentros e CVts, a rede de inclusão digital mineira

é forte em capacitação de jovens

Empreendedorismo e Inovação Aplicados (Teia), da Sectes.

O provedor contratado pela pre-feitura também terá uma con-trapartida a cumprir: 10% do que arrecadar deverá ir para um fundo que vai financiar a amplia-ção da rede para áreas rurais. O governo avisa que vai aprovar os preços a serem praticados, para evitar abusos na cobrança.

O Minas Digital deve dar impul-so a um projeto de inclusão digi-tal já em andamento, a Rede de Formação Profissional Orienta-da Pelo Mercado, que oferece mais de cem cursos a distân-cia e acesso a mais de 1,2 mil serviços disponíveis no portal Minas Online. Integram a Rede os 84 Centros Vocacionais Tec-nológicos (CVTs) e os 487 tele-centros mantidos pelo governo

mineiros em parcerias com ór-gãos federais, prefeituras e or-ganizações da sociedade civil. O subsecretário de Inovação e Inclusão Digital da Sectes, Vi-cente José Gamarano, estima que essa seja a maior ação de inclusão digital do país. Só este ano, 400 mil pessoas fo-ram beneficiadas pelo acesso à rede e quase 300 mil alunos foram certificados em cursos ministrados nas unidades de inclusão. De 2005 a 2008, fo-ram investidos R$ 90 milhões na iniciativa. Até 2010, estão previstos mais R$ 27 milhões.

Cada telecentro tem uma sala de inclusão digital com cinco ou

das pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras), participaram de oficinas para aprender a confeccionar rou-pas e acessórios com material reciclável, bordado, crochê, corte e costura, entre outros. “A maioria são mulheres chefes de família, únicas responsáveis pelo sustento e formação dos filhos. Com a capacitação, te-rão oportunidade de atuar no mercado e aumentar a renda familiar. O objetivo é treiná-las e depois ajudá-las a montar uma cooperativa de costura. Além disso, estamos buscando recursos para realizar, até o fi-nal do ano, um desfile em São Paulo com as peças confeccio-

transição do poder público para as comunidades do estado de Minas Gerais. É o Cidadão.Net, do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (Idene), autarquia vinculada à Secretaria de Estado Extraor-dinária para o Desenvolvimen-to do Vale do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan). O programa recebeu investimentos de R$ 9 milhões dos governos estadual e federal, beneficiou 90 mil pessoas, das quais 30 mil fizeram cursos, reuniu 780 educadores capaci-tados e criou 340 empregos di-retos. Mas, com a saída de seus idealizadores, este ano, os bens e responsabilidades estão sen-

Há ainda o telecentro cultural, que além da estrutura básica tem uma televisão e um DVD para a projeção de filmes dez computadores conectados em rede e uma impressora jato de tinta. Há ainda o telecentro cultural, que além da estrutura básica tem uma televisão de 29 polegadas e um DVD para a projeção de filmes para a co-munidade. Os CVTs – programa do Ministério da Ciência e Tec-nologia – têm duas salas com dez computadores cada, um servidor com conexão em ban-da larga, impressora, sala para videoconferência e ensino a distância, salas de apoio ao de-senvolvimento do empreende-dorismo, laboratório vocacional para treinamento e prestação de serviços à comunidade.

No CVT de Itabira, em parceria com a prefeitura, 40 morado-ras dos bairros Santa Marta e Jardim das Oliveiras, atendi-

nadas”, disse o coordenador do CVT de Itabira, Rodolfo Sil-va, em entrevista concedida ao portal da Sectes.

Outro projeto abrigado pelos CVTs é o Tecnologia, Empre-endedorismo e Inovação Apli-cada (Teia), que provê salas de inclusão, laboratórios vocacio-nais com cursos práticos, sala de videoconferência e núcleo de apoio aos empreendedores, com metodologia do Sebrae. Os cursos são gratuitos e já existem 1.800 agentes Teia – pessoas que aprendem fazendo. Como desdobramento, surgiu o For-ma Minas, projeto que coloca os cursos abertos na internet.

Um projeto criado em 2003, hoje com 112 telecentros, pas-sa por um momento delicado de

do transferidos para as comuni-dades. Alguns núcleos pararam de funcionar.

Essas unidades estão localiza-das geralmente em áreas de intensa pobreza. Entretanto, Gamarano diz que existe uma articulação para que o governo absorva os telecentros. Enquan-to isso, diz, a Sectes assumiu o pagamento de bolsistas.

Governador promete duas horas de acesso livre gratuito para a população

ProjetosMinas Digital, rede de Formação orientada pelo Mercado

Responsabilidade e gestãoGoverno do estado, secretaria de Ciência, tecnologia e ensino superior (sectes)

ParceirosMinistério da Ciência e tecnologia, prefeituras, organizações da sociedade civil.

Mais informaçõeswww.inclusaodigital.mg.gov.br

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Uma proposta para o paíso estado aproveita fibras ópticas instaladas para universalizar

a conexão e potencializar a rede de infocentros

Webradio, rádio jornal escolar e rádio teatro comunicação para cidadania e imaginário social amazônico, informática básica e avançada. Usuários de sete a 70 anos frequentam essas oficinas, ministradas na rede de infocentros do estado do Pará, que começou a ser formada com ações isoladas, em 2007, por meio de parce-rias entre o governo do estado, prefeituras, órgãos federais e empresas públicas ou priva-das. Hoje, existem 40 unidades em funcionamento. Outras 36 deverão ser inauguradas ain-

da este ano, segundo Cláudio Alex Rocha, diretor de Suporte Computacional da Prodepa, companhia de processamento de dados do Pará.

No entanto, já não se trata mais de abrir espaços públicos para a população ter acesso às tec-nologias da informação e da co-municação. O governo do Pará executa, agora, um programa que estrutura uma política de inclusão sustentada. Em maio de 2008, foi lançado o Navega-Pará, projeto que abriga desde as iniciativas de ponta, como

os espaços para acesso livre à internet, até a construção de uma infovia de conexão que in-terliga estado e municípios por meio de rede de fibras ópticas.

O estado fez um acordo para compartilhar a rede de fibras ópticas da empresa de energia elétrica Eletronorte. Em troca, ofereceu equipamentos de bor-da. O governo usaria metade da capacidade em 16 cidades, beneficiando 2,8 milhões de habitantes. A rede tem 1.800 quilômetros de fibras já lança-das (só o backbone da Eletro-

norte). Existe mais um trecho de 180 km, na região metro-politana, em parceria com a Rede Metropolitana de Belém (Metrobel, da Rede Nacional de Pesquisa – RNP/MCT). Os dados trafegam à taxa de 13 Gbps a 20 Gbps.

Outra aliança, com a empresa Vale, possibilita o uso de um trecho de 240 quilômetros de fibras ópticas para ligar Para-gominas, no Nordeste do esta-do, à região metropolitana de Belém, onde há um ponto de convergência com a rede da Eletronorte. O uso dessa rede entrou como uma contrapar-tida social da empresa, que explora minério no Pará. Com a conclusão da segunda etapa da rede de fibras da Eletronor-te, prevista para dezembro, o governo cobrirá mais 45 muni-cípios, atendendo outros 15% da população. Em 2010, a pro-posta é integrar essa rede com a do estado.

A partir desse modelo, o pre-sidente da Prodepa, Renato Francês, propôs a criação de uma rede de dados nacional para atender o setor público. Para Francês, “o país deve considerar o uso do sistema elétrico para criar o programa NavegaBrasil”.

O NavegaPará oferece toda a infraestrutura necessária para o funcionamento e gestão dos infocentros e demais progra-mas sociodigitais paraenses, além de interligar mil unidades públicas – a maioria escolas e universidades, explica o diretor da Prodepa, Rocha. O serviço é em santarém, trabalhadores utilizam notebook para acessar a internet ao ar livre.

Projetos Estaduais pArá

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Parcerias aceleram as ações

A operação do NavegaPará está apoiada em uma rede de parceiros em que as contribuições se complementam.

Eletronorte -– Compartilhamento da infraestrutura de rede óptica so-bre os cerca de 1.800 km de cabos pára-raios (OPGW) da empresa para interligação dos municípios ao longo do sistema de transmis-são de energia.

Universidade Federal do Pará – Compartilhamento da rede de fibra óptica do consórcio Metrobel.

Ministérios da Educação; das Comunicações; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; do Desenvolvimento Agrário (Territó-rios Digitais); do Planejamento, Orçamento e Gestão; da Ciência e Tecnologia.

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Apoio para a construção do primeiro Centro de Recondicionamento de Computa-dores (CRC) da Região Amazônica.

Prefeituras – Atendimento por meio do NavegaPará, cessão de es-paços físicos para os infocentros.

Rede Celpa – Uso da infraestrutura de postes da empresa para su-porte aos cabos de fibra óptica implantados, além do uso de torres de telecomunicações.

Banco da Amazônia (Basa) – Financiamento das bolsas dos moni-tores do programa.

Banco do Estado do Pará (Banpará) – Financiamento da energia elétrica consumida pelos infocentros.

Procempa – Cooperação técnica relacionada aos equipamentos e serviços de comunicação multimídia empregados no programa.

Prodeb – Cooperação técnica no uso e desenvolvimento do software empregado na gestão dos infocentros.

Microsoft – Fornecimento de e-mail gratuito aos infocentristas, por meio da plataforma Live.

Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Hangar) – Apoio logís-tico e na realização de eventos relacionados ao NavegaPará, ou que necessitem da rede de comunicação do programa.

gratuito, inclusive para prefeitu-ras. A velocidade vai de 1Gbps até 10 Gbps no backbone. Os clientes de rádio têm 6 Gbps.

Nos infocentros – 60% com 20 computadores e os demais com 11 – o acesso é alto. Só no in-

focentro de Marabá (chamado Arquivo Público) são 800 aces-sos diários. E não é o maior. A demanda por infocentro é de 2 mil a 3 mil pessoas por mês, incluindo alunos da rede públi-ca. Há 900 mil cartões ativos, distribuídos para usuários, to-

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ProjetoNavegapará

Responsabilidade e gestãosecretaria de estado de Desenvolvimento, Ciência e tecnologia (sedect), empresa de processamento de Dados do estado do pará (prodepa).

Parceiroseletronorte; Universidade Federal do pará; Ministérios da educação, das Comunicações, da Ciência e tecnologia, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, do Desenvolvimento Agrário, do planejamento, orçamento e Gestão; rede Celpa; Banco da Amazônia (Basa), Banco do estado do pará (Banpará), procempa, prodeb, Microsoft, Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (Hangar), prefeituras e organizações do terceiro setor.

Mais informaçõeswww.navegapara.pa.gov.br, www.infocentros.pa.gov.br

Projetos Estaduais pArá

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A demanda é de 2 mil a 3 mil pessoas por mês, incluindo alunos da rede pública.

Congestionamento de notebook na praça

Antes de o NavegaPará chegar a Santarém, o serviço de internet era bem precário na cidade. O programa foi implantando no Mirante e Orla da cidade, com Wi-Fi em sinal aberto, sem necessidade de senha. Desde então, dezenas de pessoas passaram a acessar a internet a qualquer hora. O pedido partiu da iniciativa privada. Muitos trabalha-dores saem da empresa com notebook e vão trabalhar ao ar livre, de-pois voltam à empresa. “Tem congestionamento de notebook. As pes-soas usam até de madrugada”, conta o diretor da Prodepa, Cláudio Alex Rocha. Como a cidade ainda é pacata, não há roubos, diz ele.

O NavegaPará levou sete infocentros para a cidade. Segundo Rocha, essa infraestrutura será oferecida também à iniciativa privada. “Vários estados vieram nos visitar para ver a rede e o modelo jurídico”, diz Rocha. “Criamos um grande backbone.” A exceção é por conta de Belém, onde a parceria é com o Ministério da Ciência e Tecnologia para extensão da rede. Em outras cidades, isso é feito com tecnologia de rádio, e não fibras. O diretor explica que os municípios de Rurópolis e Pacajá, que não têm infraestrutura celular, usam banda larga pelo NavegaPará.

dos com um endereço de e-mail. As oficinas, que capaci-taram cerca de 5 mil pessoas em 200, são ministradas pelos monitores. Cada infocentro tem em média três monitores, que recebem R$ 415,00 do Banco da Amazônia.

Voz sobre IpAinda dentro do programa, a telefonia pela internet foi im-plantada nos infocentros e em órgãos públicos como Secre-taria de Estado de Desenvol-vimento, Ciência e Tecnologia, a Universidade do Estado do Pará (Uepa), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará e o Instituto de Gemas e Jóias da Amazônia – organi-zação social que administra o Pólo Joalheiro. A rede do esta-do dispõe de serviços de voz e de vídeo: NavegaFone e Nave-gaTube.

Com a conclusão do projeto, o estado estima uma redução

de 70% nos gastos em ligações fixas e móveis, que hoje conso-mem R$ 30 milhões por ano. O serviço de videoconferência, disponível na capital, é usado para capacitação de alunos da Uepa na área de saúde.

Foram destinados R$ 40 mi-lhões de orçamento ao Nave-gaPará, de 2007 a 2009. Para 2010, estão previstos R$ 10 milhões. Além dos recursos do estado, há financiamentos dos parceiros.

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Dobradinha de sucessoFazer a integração entre bibliotecas e telecentros foi a estratégia

bem-sucedida do governo para qualificar a inclusão digital

As Bibliotecas Cidadãs recebem um acervo inicial de 2 mil livros e um telecentro com cinco computadores

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Anuário AREDE de Inclusão D

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Projetoparanavegar

Responsabilidade e gestãosecretaria especial para Assuntos estratégicos (seae), Companhia de Informática do paraná (Celepar).

Parceirossecretaria da Cultura, prefeituras.

Mais informaçõeswww.telecentros.pr.gov.br, www.parana.pr.gov.br

Uma feliz combinação está potencializando as iniciativas públicas de inclusão digital no Paraná. O governo do estado resolveu juntar acesso às tec-nologias da informação e co-municação com acesso ao co-nhecimento, nas modalidades física e virtual. Ou seja, integrou telecentros a bibliotecas. Co-nectou o Programa Telecentros Paranavegar, lançado em 2003, pela Secretaria Especial para Assuntos Estratégicos (Seae), e pilotado pela Companhia de In-formática do Paraná (Celepar), com o programa Biblioteca Ci-

dadã, criado em 2004, pela Secretaria da Cultura, para esti-mular a leitura nas regiões mais carentes do estado.

Até julho deste ano, 146 tele-centros estavam em operação – 76 somente para uso de com-putador e acesso à internet, e 70 funcionando em parceria com o Biblioteca Cidadã. A previsão da gerente de Inclu-são Digital do Seae, Marilaide de Quadros, é de instalar mais 60 unidades até dezembro. Até meados do ano, foram entre-gues 68 bibliotecas e outras 15

já estavam com data marcada para inauguração. Além disso, mais 64 bibliotecas estão em construção. O governo preten-de entregar 207 bibliotecas até o final de 2010.

As Bibliotecas Cidadãs rece-bem um acervo inicial de 2 mil livros e um telecentro com cin-co computadores conectados à internet. O governo constrói o prédio de 184 metros quadra-dos, com salão comunitário, espaço cívico e de recreação, em terrenos oferecidos pelas prefeituras. A fusão entre te-

lecentros e bibliotecas é um processo natural, na opinião do governador Roberto Requião. “Bibliotecas são centros de difusão de cultura e conheci-mento. Logo, nada mais natural que também ofereçam acesso à internet, onde deságua quase toda a cultura e o conhecimen-to produzidos no dia-a-dia, em todo o mundo”, disse ele, em entrevista à revista ARede.

Bibliotecários e monitores inte-grantes do projeto foram pre-parados para promover a inte-gração entre o Paranavegar e as Bibliotecas Cidadãs. Cabe a eles orientar os usuários para que tirem o máximo proveito da “dobradinha”, de modo que um meio complemente o outro. “Ninguém mais é digitalmente excluído, no sentido de não ter nenhum contato com a tecnolo-gia”, declarou o secretário esta-dual de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, à revista ARede. “Tanto por parte dos usuários quanto do programa há uma noção maior de benefícios que a tecnologia da informação pode proporcionar aos cidadãos. Por isso, o governo trabalha com o conceito de acesso à tecnologia e seu usufruto. Não se fala mais em inclusão digital”, diz ele.

Os telecentros do Paranavegar, tanto os das bibliotecas quanto os demais, sempre oferecem espaço para lazer, pesquisas e capacitação com direito a certi-ficado. As unidades ficam aber-tas durante oito horas diárias, em média, mas em alguns luga-res a prefeitura destaca um fun-cionário e o horário é ampliado até as 22h. Para auxiliar a ges-

tão da unidade, uma equipe da Celepar desenvolveu o Sistema Gestor Paranavegar (SGP), total-mente em software livre. O SGP automatiza o cadastramento de telecentros, usuários, monitores e agendamento de usos e permi-te resgates das informações por meio de relatórios estatísticos.

Capacitação de monitoresUma parceria com a Eletrosul – Centrais Elétricas e com o Banco do Brasil garante a ca-pacitação dos monitores de as-

Um trabalho que se destaca é a inclusão de adultos em defa-sagem escolar. Em três escolas da rede pública, funcionam uni-dades do Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Cebe-ja), envolvendo 120 alunos – a maioria nunca teve acesso ao computador. A formação, inicia-da em setembro, ensina desde a manipular o mouse, com ati-vidades lúdicas no computador, até a digitar, formatar textos,

A Celepar criou o Sistema Gestor Paranavegar, em software livre.

sentamentos, acampamentos e áreas rurais. Até março, foram treinadas 35 pessoas. A Celepar também capacitou 50 monito-res para outros programas de inclusão digital das prefeituras. Em média, cada unidade rece-be dois monitores. Fora isso, cada telecentro tem dez funcio-nários e três estagiários para a parte operacional. Segundo Ma-rilaide, o governo estadual con-tratou 203 estagiários dentre os 1.112 alunos do ensino Médio para atuar como agentes de in-clusão digital. Esses estagiários recebem uma bolsa-auxílio de R$ 290,00 mensais.

O Paranavegar tem 96,4 mil usuários cadastrados e 1,3 mi-lhão de acessos registrados. As principais aplicações são: lazer (56,9%), correio eletrôni-co (26,6%), pesquisa (4,9%), negócios (1,2%), empre-go (0,8%), serviços públicos (0,5%) e outros (8,9%).

criar e-mail, anexar arquivos e gravar disquetes e CDs.

Outra iniciativa do programa, que começou no final de 2007, foi a Operação Viva o Verão, em conjunto com outros órgãos do governo. Foram instalados te-lecentros no litoral não apenas para atender os turistas e os moradores, mas também para apoiar os funcionários da Ope-ração na comunicação com seus respectivos órgãos. Ao tér-mino da Operação Viva o Verão, os telecentros permaneceram para a comunidade.

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escola que inclui e protejepioneiro na abertura das escolas à comunidade, governo expande a

inclusão por meio da rede pública de ensino.

O governo do estado de Pernam-buco foi pioneiro em uma ação estruturada de prevenção à vio-lência, que tira jovens e crianças das ruas e oferece à comunida-de opções de lazer, cultura e for-mação. Primeiro a abrir as portas das escolas para a comunidade nos finais de semana, o estado hoje integra o programa Escola Aberta, atualmente coordenado e financiado pelo Ministério da Educação (MEC), com apoio da

Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Implantado em quase todos os estados brasileiros, o programa consiste em abrir as escolas nos finais de semana para que a população participe de atividades orientas por dina-mizadores e voluntários.

Em Pernambuco, este ano, 5,5 mil pessoas já foram atendidas em cem laboratórios de infor-

mática escolas estaduais per-nambucanas. A meta é dobrar esse público até dezembro. O estado recebe recursos anuais de R$ 3,5 milhões, em média, para o programa. Paga, com recursos próprios, os oficinei-ros ou monitores, que ganham ajuda de custo no valor de R$ 150,00. O programa tem um coordenador pedagógico e 200 monitores. Os cursos (Windows, Word, Excel, PowerPoint e inter-

net) são ministrados das 9h às 17h, aos sábados e domingos.

Em 2007, havia 80 laboratórios utilizados por 11,6 mil pessoas. Em 2008, o número subiu para 95, com 10,1 mil pessoas atendi-das. O público é formado por alu-nos da escola onde está o labo-ratório e jovens da comunidade do entorno, entre 10 e 27 anos, com baixo grau de escolaridade. Na maioria, desempregados.

O programa está se estrutu-rando para oferecer também cursos de ensino a distância. A Secretaria de Estado da Educa-ção e a Secretaria da Juventude e Emprego firmaram convênio este ano para formação de 11 mil jovens e adultos, de 72 es-colas, em 62 cursos. Os interes-sados poderão se cadastrar até o final de novembro.

InfraestruturaPara garantir uma infraestrutura que suporte o tráfego de serviços de órgãos públicos estaduais e municipais, escolas e eventu-almente comunidades, há um projeto para expansão da rede in-tragoverno, a PE Multidigital, que interligará os 185 municípios, o escritório do governo em Brasília e um ponto de acesso em São Paulo com fibra óptica e banda larga. O plano é que o atendimen-to seja estendido à comunidade, interconectando as escolas regu-lares e de ensino técnico, informa Romero Guimarães, diretor da Agência Estadual de Tecnologia da Informação (ATI).

O projeto PE Multidigital subs-titui o anterior, PE Digital, que tem apenas oito salas de cida-

dania em funcionamento. A nova versão prevê banda larga de alta velocidade e 50 salas equipadas com dez computado-res. Guimarães, da ATI, garante que já existe verba para ativar essas unidades. “É só alguém querer administrar esse proces-so. Cada sala tem recursos de R$ 2.200,00 por mês” diz. Essa rede intragoverno se estende às 1.127 escolas públicas e salas de cidadania. O projeto tem parceria com iniciativa privada e organizações não-governa-mentais (ONGs), que oferecem e administram o espaço físico.

Para implantar as redes banda larga, a infraestrutura foi con-centrada em numa só licitação, o que reduziu substancialmente os custos, revela Guimarães. O tráfego intragoverno passa a ter custo zero, com diminuição de R$ 18 milhões por ano em cus-tos de telefonia, pelo uso de voz sobre IP. “E ainda incluímos 45 municípios que não tinham aces-so à internet. Outras cidades es-tavam com o PE Digital, que não tinha imagem, só dados. Agora entrou imagem e voz”, explica.

O serviço foi terceirizado para um consórcio formado por Sie-mens, Oi e Vectra, há quatro anos, por R$ 87 milhões/ano. Guimarães afirma que, no to-tal, a economia para o estado foi de R$ 156 milhões. Um edi-tal será publicado até o final do ano para novo contrato.

A educação está se tornando a principal plataforma de in-clusão, no estado de Pernam-buco. A secretária de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de

Pernambuco e ex-prefeita de Olinda, Luciana Santos, conta que até 2006 a secretaria tinha apenas 1.740 vagas em edu-cação profissional. “Hoje são quase 20 mil”, compara. Lu-ciana aponta como destaque o Centro Tecnológico de Cultura Digital (CTCD), no antigo Nas-cedouro de Peixinhos, bairro denso de Olinda, onde havia uma fábrica em um prédio abandonado. A população co-meçou a ocupar o lugar com o movimento Boca do Lixo. Hou-ve aporte financeiro do Banco Mundial e da prefeitura, e o local foi transformado. Inaugu-rado em 2008 com cursos gra-tuitos de software livre, o CTCD atende 2 mil pessoas por mês, de todas as faixas etárias, mas principalmente jovens.

A secretária relata que o mi-nistro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, prometeu re-cursos para ampliar a inclusão digital no estado. “Então, esta-mos montando um projeto para pedir contrapartida dos muni-cípios”, adianta ela. O objetivo é estimular a produção de con-teúdos voltados às vocações da região, como gesso e moda, por exemplo.

Projetosescola Aberta, pe Multidigital, Centro tecnológico de Cultura Digital.

Responsabilidade e gestãoGoverno do estado; Agência estadual de tecnologia da Informação; secretarias de Ciência, tecnologia e Meio Ambiente, da educação e da juventude e emprego.

ParceirosMinsitério da educação, prefeituras.

Mais informações: www.educacao.pe.gov.br

os usuários dos laboratórios no final de semana são jovens entre 10 e 27 anos, com baixo grau de escolaridade.fo

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Mais investimento nas áreas rurais

Funcionamento de no mínimo 10 horas por dia, em três turnos, de segunda a sábado. Assim estão estruturadas as Escolas de Inclusão Digital e Cidadania (EIDC), criadas pela então Empresa de Assistên-cia Técnica e Extensão Rural (Emater, antigo nome do atual Instituto para Assistência Técnica e Extensão Rural) em 2006, em uma ini-ciativa que impulsionou a inclusão digital no estado.

Na primeira etapa de funcionamento, a partir de 2006, a EIDC aten-deu 400 mil pessoas e ministrou cursos de informática básica para quase 30 mil alunos, de acordo com o coordenador estadual do projeto, Denilton Silveira de Oliveira. Na próxima fase, serão atendi-dos os bairros periféricos. Além dos cursos de informática, também existem serviços para a comunidade, como agendando o INSS, re-quisição de segunda via de contas, entre outros. Algumas escolas até executam o processo completo de emissão de documentos para a população, que antes precisava se deslocar para centros maiores em busca desses serviços, perdendo tempo. Sem falar na despesa com o transporte.

Os professores usam as escolas para fazer cursos de pós-graduação a distância e até idosos participam. O coordenador lembra de uma usuária de 70 anos “que tremia como vara verde” quando começou a usar o computador. Agora ela já escreve até receita de bolo: “Essa senhora veio aqui porque queria conhecer. Queria saber como era o computador. As pessoas veem as unidades na televisão e têm grande curiosidade”.

O projeto é mantido pelo governo estadual, com parcerias do gover-no federal e prefeituras. Recebeu investimento de R$ 10 milhões. Há planos para aplicar mais R$ 3 milhões na construção de outras 30 escolas, entre este ano e meados de 2010. Os laboratórios foram montados em convênios. O MEC apoiou o início da construção dos prédios e o Ministério das Comunicações firmou parceria para o Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac) para conexão à internet, que é via satélite na maioria das escolas – 20% ainda não são atendidas, geralmente no interior do estado, onde a estrutura é ruim, segundo Oliveira. A Emater busca apoio do Minicom para mais pontos do Gesac, e dos poderes públicos locais para viabilizar o acesso via rádio.

todo mundo conectadorede sem-fio gratuita se expande para mais municípios

e sistema de telefonia VoIp reduz custos do governo

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As escolas de Inclusão Digital e Cidadania já atenderam 400 mil pessoas, desde 2006.

Em seis dias, mais de 250 pesso-as ligaram seus laptops à web, na Praça das Flores, em Natal, onde foi instalado o primeiro ponto. O investimento inicial foi de R$ 1,4 milhão, com recursos do governo estadual para a primeira etapa.

A inclusão digital, no Rio Grande do Norte, começa mostrando que o governo leva a sério a de-mocratização do acesso às in-formações. No portal do Projeto Internet de Todos, programa de acesso gratuito a redes sem-fio, está muito bem explicado o que são, para que servem e quais os benefícios das tecnologias da informação e comunicação que a população potiguar co-meça a receber. Com crono-grama de ações aberto e tudo o mais. Para que a população cobre dos responsáveis.

Os primeiros passos rumo a um programa mais amplo foram dados em 2006, quando a Em-presa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater, antigo nome do atual Instituto para Assistência Técnica e Extensão rural) criou a Escola de Inclusão Digital e Cidadania (EIDC – Veja a página 108), para atender as comunidades do campo. Hoje, o público se ampliou nas 101 escolas de inclusão digital e ci-dadania que funcionam em 91 municípios, atendendo 1,2 mi-lhão de pessoas.

À frente de muitos estados bra-sileiros, o Rio Grande do Norte inaugurou, em agosto deste ano, o programa Internet de Todos, que provê acesso à internet gra-tuito, via Wi-Fi. A rede sem-fio é na frequência de 5,4 GHz para infraestrutura de backbone prin-

cipal e 2,4 GHz para hotspot pú-blico, usando tecnologia Mesh outdoor. O estado, como prove-dor, destaca um fragmento da banda para o serviço. As antenas se ligam com o ponto central da rede e o sinal sai de lá como link corporativo. Um centro de opera-

ções e controle garante a segu-rança e o isolamento do resto da rede estadual de informações.

A experiência com a conexão livre animou o coordenador de opera-ções de TI e Comunicação do go-verno do estado, Carlindo Lima.

ProjetosInternet de todos, escola de Inclusão Digital e Cidadania (eIDC).

Responsabilidade e gestãoInternet para todos – Gabinete Civil, secretaria da Administração e dos recursos Humanos, Coordenadoria de operações de tecnologia da Informação e Comunicação.

eIDC – empresa de Assistência técnica e extensão rural (emater-rN), conselhos gestores formado por instituições representativas da comunidade, como conselho tutelar, trabalhadores rurais, igrejas, representantes da emater e da prefeitura.

ParceirosMinistérios da educação, da Ciência e tecnologia, do Desenvolvimento Agrário, prefeituras.

Mais informaçõeswww.internetdetodos.rn.gov.br, http://sites.denilton.org/eidc

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O cronograma prevê a instalação da rede em quatro municípios, com 18 pontos de acesso, até novembro. Para a segunda fase do projeto, em 2010, estuda-se a aplicação de mais R$ 2 mi-lhões, em outras vinte unidades.

A ideia é colocar pontos de aces-so em áreas com instalações de órgãos do governo, como a Central do Cidadão, similar ao Poupatempo de São Paulo. Ini-cialmente, ficará disponível ape-nas a conexão mas, em uma fase posterior, pretende-se instalar hotspots com computadores para a população. As prefeituras ainda não participam do projeto, mas o objetivo é que ofereçam a infra-estrutura de antenas, enquanto o governo do estado arca com a conexão. O serviço fica disponível ininterruptamente, durante toda a semana, nas áreas cobertas, inclusive dentro das residências. Lima diz que a sustentabilidade é baseada na redução de cus-tos do próprio governo estadual, pois a infraestrutura permitirá a interligação de outros órgãos da administração à rede, inclusive escolas. Isso vai reduzir o custo de conectividade em serviços de operadoras de telefonia, na plata-forma de voz sobre IP.

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Interligação municipal e estadualprograma rs Digital prevê uma rede integrada com oferta de serviços

de telemedicina para todos os municípios

Uma rede pública de telecomu-nicações com serviços banda larga, que integre municípios e estado usando tecnologias como fibras ópticas, internet via rede elétrica, Wi-Fi, WiMAX e voz sobre IP. Para muitas capitais brasileiras, um projeto como esse ainda é um sonho para o futuro. No Rio Grande do Sul, já começou a ser testa-do. Com o nome de RS Digital, o projeto do governo gaúcho já tem operações-piloto previstas para três municípios. Além de desenvolver as cidades digitais no estado, interligando as re-des públicas municipais e a es-

tadual, o RS Digital vai oferecer também serviços de telemedi-cina – como exames remotos na área de cardiologia.

Não está claro ainda se a rede ficará restrita ao serviço público ou se depois será estendida à população. Para começar, o es-tado está investindo R$ 1,2 mi-lhão, por dois anos, em Cama-quã, Candiota e Piratini – cada cidade recebendo em torno de R$ 400 mil. As prefeituras ar-cam com 20% dos custos lo-cais. Os recursos vão aumentar de acordo com os objetivos e as parcerias firmadas. Em 2010,

mais quatro municípios entram para o programa.

Hoje, cada município tem um contrato isolado de acesso à in-ternet em baixa velocidade. No novo programa, todas as unida-des de serviços públicos serão interconectadas. Os municípios da fase piloto estão no Sul do es-tado, e próximos de uma rede de fibra óptica da Companhia Esta-dual de Energia Elétrica (CEEE), que fornecerá um par de fibras para atender as cidades.

Camaquã ainda avaliava o pro-jeto, até o fechamento desta

A princípio, infraestrutura vai atender órgãos públicos. Mas pode ser estendida para uso da população.

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edição, em outubro de 2009. Mas Candiota e Piratini já re-ceberam os projetos prontos e aprovados e o valor aproximado para o investimento, segundo o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Artur Lorentz. Os municípios são responsáveis por providenciar a licitação de compra dos equipamentos para interligar a estrutura pú-blica local.

“Queremos que o estado todo tenha, rapidamente, a melhor cobertura de banda larga. Te-mos projeto com recursos do BNDES para o programa de modernização dos municípios e identificamos oportunidades para as prefeituras buscarem financiamento para aquisição de software e hardware para inclusão”, diz o secretário. “O financiamento é via Banco do Brasil e Caixa-RS (antiga cai-xa estadual). Este ano, foram colocados à disposição R$ 30 milhões para esse programa”, acrescenta.

telemedicinaSituada a 350 quilômetros de Porto Alegre e a 100 quilôme-tros de Pelotas, Piratini vai se beneficiar do serviço de tele-medicina. Com recursos de webcam e teleconferência, os diagnósticos poderão ser feitos remotamente, com transmissão de exames para análise de es-pecialistas. “Teremos ambulató-rio virtual. Poderemos qualificar o atendimento e encaminhar os pacientes com precisão”, conta o vice-prefeito Vitor Ivan Gon-çalves Rodrigues. O assessor de Gestão e Planejamento e geren-

te do projeto em Piratini, Otávio Fernando Madruga Alves, infor-ma que a comunicação entre os órgãos públicos será por voz sobre IP – uma economia de R$ 8 mil nos custos mensais de telefonia, hoje em torno de R$ 12 mil.

O custo total para o município é de pouco mais de R$ 98 mil, por dois anos. O estado investe R$ 409 mil e a CEEE assume R$ 1,1 milhão em investimen-tos na parte técnica e estrutural da rede de transmissão dados. A rede de fibras já passa próxi-ma da Companhia de Processa-mento de Dados do Estado (Pro-cergs), que oferece a tecnologia de transmissão. Estima-se que o projeto entre funcionamento até o final do ano.

Projetors Digital

Responsabilidade e gestãosecretaria de Ciência e tecnologia

ParceirosCompanhia estadual de energia elétrica (Ceee), Companhia de processamento de Dados do estado (procergs), Companhia de Geração térmica de energia elétrica (CGte), prefeituras.

Mais informaçõeswww.estado.rs.gov.br

Capital do carvão

Conhecida como capital nacional do carvão, Candiota também já firmou convênio com o governo estadual, que depositou R$ 297,7 mil na conta da prefeitura. Serão atendidos 33 pontos na rede pú-blica, inclusive na área rural, conta o prefeito Luiz Carlos Folador. O investimento total é de R$ 844,6 mil. Os demais recursos são de responsabilidade da CEEE, R$ 298,9 mil; Procergs, R$ 149,7 mil; e prefeitura, R$ 98,2 mil.

De acordo com o gerente do projeto no município, Everaldo Lima Gonçalves, o ponto inicial para acesso à fibra óptica é em Guaíba. De lá, haverá conexão para a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTE) e depois o sinal será distribuído por rádio para todo o município.

A cidade tem quase dez mil habitantes, mais 3 mil trabalhadores em trânsito. Abriga a maior reserva de carvão mineral do Brasil, com 12 bilhões de toneladas, equivalentes a 89% da reserva do país.

Candiota tem cinco telecentros nas escolas municipais e estaduais e está firmando convênio com o governo federal para mais cinco unida-des. Em 2010, com a nova rede, o prefeito quer criar o conceito de lan house pública gratuita, para tirar os jovens carentes da ociosidade.

“Faremos o gerenciamento lo-cal; a contratação da banda lar-ga de 10 Mbps, com custo anu-al de R$ 18 mil; a instalação de 26 pontos de rede interna. Tam-bém vamos alugar a torre para implantar redes de distribuição e contratar gerente de projeto e técnico”, explica o vice-prefeito. Terminado o convênio, a prefei-tura vai manter o programa.

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cípios do estado replica a ex-periência de Piraí (RJ), cidade pioneira na abertura do sinal da internet em praça pública, na interligação em rede dos órgãos de governo e na oferta de serviços públicos pela rede. O governo do estado fornece a infraestrutura e a prefeitura é responsável pelo acesso de última milha.

Cada município deverá rece-ber 20 pontos de acesso, que serão instalados em escolas, postos de saúde e Centros Vo-cacionais Tecnológicos (CVTs) – unidades financiadas pelo Ministério da Ciência e Tecno-logia (MCT), com acesso à in-ternet e cursos de capacitação profissional. Também serão fornecidos programas já utili-zados com sucesso em outros municípios nas áreas de edu-cação, saúde e segurança. Ca-berá às prefeituras integrar os demais pontos públicos de sua administração, prover os servi-ços à população, implantar os sistemas de gestão e até cobrir as comunidades rurais.

A capilarização da banda lar-ga começou pela Baixada Fluminense, por ser uma das áreas mais carentes. “A arqui-tetura do projeto foi pensada para atender a necessidade de inclusão digital”, explica o secretário Alexandre Cardoso, de Ciência e Tecnologia. Em seguida, a expansão deve atin-gir os demais 14 regiões do es-tado. Já existe um corredor de cidades digitais no chamado Vale do Café, onde estão, por exemplo, Piraí, Rio das Flores e Conservatória.

Da favela ao shopping

Os projetos de inclusão digital avançam no Rio de Janeiro. Favelas, bairros carentes, áreas remotas e até shopping centers participam do programa desenvolvido pelo Centro de Tecnologia de Informa-ção e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj), que tem 80 Centros de Internet Comunitária (CICs). Um desses centros está instalado no Morro Dona Marta, onde a cooperativa local de costu-reiras, a Costurando Ideais, acessa seus e-mails. Para elas, também foi desenvolvido um site, onde dão visibilidade a seus produtos.

O site de tornou um mecanismo de desenvolvimento sócioeco-nômico e geração de renda. Agora, os monitores do centro estão sendo treinados para atualizá-lo. Acabam, assim, se qualificando também para outro mercado de trabalho. “Estamos muito ligados na vocação local”, afirma Paulo Coleho, diretor do Proderj. Além disso, o projeto-piloto das costureiras está sendo estendido para outros empreendedores.

Criado em 2001 como proposta de inclusão digital para o cidadão carioca, o programa Internet Comunitária funcionou, no início, com laboratórios itinerantes, que, em função da baixa eficácia, logo foram substituídos por unidades fixas. Os Centros de Internet Comunitária oferecem não apenas acesso livre aos computadores e à internet, mas também cursos.

O programa é desenvolvido pelo Proderj em parceria com prefei-turas e governo federal, por meio de universidades, organizações não-governamentais e associações de moradores. Normalmente, a instituição parceira oferece espaço físico, instalações, mobiliário e assume a responsabilidade por dois estagiários de nível médio que atuam como monitores. O Proderj fornece dez computadores, um servidor, uma impressora laser, um link de acesso à internet (512 kbps) da rede governo, um estagiário de nível superior, sistema operacional Linux, sistema de gestão e plano pedagógico. Cada um assume os seus próprios gastos e não há transferência de recursos entre os parceiros.

Agora, o Proderj planeja a evolução dessa estrutura. A ideia é adotar o sistema de voz sobre IP para facilitar a comunicação entre as uni-dades. Além disso, deve ser feita a adaptação de todas as unidades para receber portadores de deficiência física. Estima-se que mais 16 CICs sejam instalados nas comunidades carentes, com o Pro-grama Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), no Complexo do Alemão, Manguinhos, Rocinha, Vila Kennedy e Ilha do Governador. Também está prevista uma unidade de Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) em Niterói, em par-ceria com o governo federal, e expansão do projeto para os demais municípios do Rio.

A prioridade é a capacitaçãoestado todo iluminado e abundante oferta de cursos profissionalizantes

são as metas, que começam a ser cumpridas.

Para alguns, parece utopia. Mas a promessa é de ilumi-nar o estado do Rio de Janeiro inteiro, de modo que todos os cidadãos tenham conexão gra-tuita à internet. E não se trata de levar o serviço só às cida-des, mas também aos bairros rurais. O tiro de largada do projeto Rio Digital foi dado no final de outubro de 2009, ao ser ativado o sinal livre de in-ternet em vários municípios da Baixada Fluminense, onde vivem 1,5 milhão de pessoas.

A promessa da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect) do estado do Rio de Janeiro, ges-tora do projeto, é de que, até o final de 2010, todos os 2,7 mi-lhões de moradores da região terão o serviço gratuito.

Cumprida essa etapa, outras regiões serão contempladas. De acordo com Franklin Coe-lho, da Universidade Federal Fluminense, parceira tecno-lógica do projeto, para o de-senvolvimento do Rio Digital, o estado foi dividido em 15 regi-ões. São três espinhas dorsais paralelas – a partir da Baixada em direção ao litoral, à região serrana e ao contorno da divisa com Minas Gerais –, cortadas por duas outras – uma que co-bre a região sul fluminense e outra de Macaé para o Nordes-te. O custo total do projeto está estimado em R$ 60 milhões e o ritmo de implantação vai de-

pender da disponibilidade de recursos.

Antes de abrir o sinal na Bai-xada Fluminense, a Sect par-ticipou de outros projetos, que também fazem parte do Rio Digital, para levar a internet ao cidadão. Um deles foi a Orla Digital; outro, a iluminação de comunidades nos morros, am-bos na cidade do Rio de Janei-ro (Veja a página 140).

Para iluminar parte da Baixa-da, primeira parte do Projeto Rio Digital, o governo estadu-al investiu R$ 3 milhões na complementação do backbone (que usa dois enlaces da Rede Rio, saindo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Fiocruz em direção à Baixada), com instalação de uma antena WiMAX no Morro do Pau Bran-co. A partir da antena ponto-a-ponto, a distribuição do sinal segue por rádios em 5.8 Ghz. O acesso é feito por antena doméstica ou modem. Assim, para usar a internet, o cidadão tem de adquirir no comércio de varejo uma dessas antenas, que custa por volta de R$ 150. Se tiver um dispositivo móvel, como um computador portátil, o equipamento precisa de uma placa que capte o sinal ou é ne-cessário colocar um modem.

O modelo adotado para levar a banda larga a todos os muni-para a primiera parte do projeto rio Digital, o governo investiu r$ 3 milhões.

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A importância dada pelo go-verno do Rio de Janeiro à cria-ção de uma infraestrutura de banda larga está inserida na estratégia de dar musculatura à produção econômica do es-tado no segmento de serviços, especialmente na produção do conhecimento. Assim, uma das

realizada pela Secretaria.“Antes, nós tínhamos um pro-blema: o aluno chegava ao CVT, não sabia ler e sentia vergonha. Este CVT, com as turmas do EJA, é a primei-ra escola profissionalizante com os ensinos Fundamental e Médio. A pessoa que não

alunos podem participar de ví-deoconferências diretamente com as indústrias da região.

O investimento por escola varia de R$ 500 mil a R$ 1,25 mi-lhão (caso do CVT Correios). O MCT provê os computadores, os softwares e os sistemas de videoconferência; o governo do estado é responsável pelos professores e prédios. As par-cerias com prefeituras e inicia-tiva privada variam em cada unidade. Quando toda a rede estiver em operação, explica Cardoso, serão formados, por ano, cerca de cem mil alunos, em cursos gratuitos. Para dar uma noção do impacto do pro-jeto, Cardoso conta que esse número representa exatamente o número de evasão registrada no ensino público formal do estado: a cada ano, de 250 mil alunos matriculados, cem mil desistem do curso. E o público dos CVTs é exatamente esse: pessoas que se afastaram do ensino formal e querem se pro-fissionalizar.

Projetorio Digital, Centros de Internet Comunitária, Conexão educação.

Responsabilidade e gestãoGoverno do estado, Centro de tecnologia da Informação e Comunicação do estado do rio de janeiro (proderj), secretarias de Ciência e tecnologia e da educação.

ParceirosGoverno federal, Ministério da Ciência e tecnologia, universidades Federal Fluminense e Federal do rio de janeiro, prefeituras, organizações da sociedade civil.

Mais informaçõeswww.governo.rj.gov.br

Antes de abrir um CVT, o governo faz uma reunião com as empresas da região para saber qual é a demanda.vertentes mais fortes da inicia-tiva é a capacitação profissio-nal. A parceria da Secretaria de Ciência e Tecnologia com o MCT vai viabilizar a instalação de 40 CVTs até o final de 2010, contemplando as mais diversas profissões e regiões.De outubro de 2007 a maio de 2009, cerca de 5 mil jovens se formaram nos cursos dos CVTs do estado do Rio de Janeiro. Só em 2009, quase 18 mil jovens devem passar pelos 15 CVTs já implantados com recursos do MCT. O CVT Correios, em Manguinhos, é o número 15. Foi inaugurado dia 29 de maio de 2009 e tem duas caracte-rísticas especiais: é, de acor-do com a Sect, a maior escola profissionalizante do país, com capacidade para formar 2.445 alunos por ano. E é também a primeira escola profissiona-lizante a ter turmas de alfa-betização e ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A decisão de abrir tur-mas de EJA em todos os CVTs do estado foi tomada com base em uma pesquisa de evasão

souber ler pode se matricular no ensino Fundamental, fazer um curso profissionalizante e seguir estudando no ensino Médio, fazendo outros cur-sos”, afirma Cardoso.

Outro fator de sustentabilida-de, acredita o secretário, é a articulação com os arranjos produtivos locais. Antes de abrir as unidades, o governo faz uma reunião com as em-presas da região para avaliar que profissionais necessitam. Das duas unidades inaugura-das em Campos, uma é volta-da à área de cerâmica, indús-tria que emprega 7 mil pessoas no Norte fluminense.

A iniciativa privada contribui com equipamentos para os cursos, como o caso da Peu-geot Citroën em Porto Real, que cedeu motores e caixas de marcha para aulas práticas. No primeiro CVT inaugurado no Rio, do Polo Gás-Químico de Duque de Caixas, em Sa-racaruna, há cursos técnicos de polímeros – todos voltados para o setor petroquímico. Os

O projeto de informatização da Secretaria da Educação do Estado do Rio de Janeiro, que conta, como todos os estados, com laboratórios de informática e também laptops para profes-sores, ganhou, em 2009, um novo programa, o Conexão Educação. Lançado em setembro, em 54 escolas, até 2010 o Conexão cobrirá todas as quase 1,5 mil escolas estaduais, com cerca de 1,5 milhão de alunos. Cada um terá um cartão de identificação que vai registrar o desempenho escolar, a frequência às aulas, o acesso ao re-feitório. O cartão do aluno ainda será usado na rede de transporte coletivo – é só passar o cartão e o aluno não paga a passagem no ônibus.

Com essa estratégia, a Secretaria da Educação quer melhorar a gestão escolar, reduzir o índi-ce de evasão (atualmente em torno de 10%) e dispor de dados atualizados para a tomada de decisões, tanto em nível central, como em cada unidade da rede. “Com as escolas e professores conectados, ganha-se agilidade para desenvol-ver projetos importantes para a área pedagógica, como a capacitação de professores”, observa Teresa Porto, secretária estadual de Educação.

Cada aluno da rede estadual terá um cartão de identificação RFID (Identificação por Radiofre-quência, em inglês), que deverá passar no leitor do computador na sala de aula, no leitor instala-do no refeitório e nos ônibus da Transurb, com-panhia de transportes fluminense. A presença no restaurante é importante para a gestão ad-ministrativa. Hoje, as escolas recebem o dinhei-ro relativo à merenda com base no número de alunos matriculados. A partir da implantação do projeto, passam a receber por refeição servida.

O controle do acesso aos ônibus vai permitir a gestão dos créditos carregados no cartão do alu-no, que já viaja gratuitamente. Hoje, são 60 cré-ditos para viagens intermunicipais e 156 crédi-tos para o município do Rio de Janeiro. “Com os dados a serem coletados relativos às viagens re-alizadas, será possível definir se esse é mesmo o número necessário de créditos”, explica Sergio Mendes, responsável técnico pelo projeto.

O cartão é um dos cinco módulos do Conexão Educação, que inclui a pauta eletrônica, onde são registradas as informações escolares de cada estudante – matérias que cursa, notas, observações sobre o comportamento em sala de aula. Outros módulos são o sistema de ges-tão escolar; o da infraestrutura física da escola (computadores e demais equipamentos, carac-terísticas da rede etc.) e o de ponto de acesso, para gerenciamento de todo o conjunto de infor-mações registradas nos leitores ópticos.

Para implantar o Conexão Educação, que vai consumir R$ 93 milhões, a Secretaria da Edu-cação realizou uma licitação, vencida pela Oi. A empresa será responsável pela implemen-tação da rede e pela prestação do serviço. As informações captadas pelos leitores ópticos são transmitidas vai GPRS (tecnologia celular) para o servidor da secretaria da escola e de lá, via rede de banda larga, para o servidor central da Secretaria da Educação.

Com os dados captados pelo projeto, será pos-sível consolidar indicadores por unidade, para otimizar a gestão escolar e traçar políticas pe-dagógicas. “O sistema tem um módulo de bu-siness inteligence, que gera informações para a tomada de decisão dos professores e diretores, o que lhes dará uma autonomia que não têm hoje”, avalia Mendes.

Cartão do aluno para controle pedagógico e de gestão

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o desempenho escolar, no cartão.

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ProjetoUniversidade Virtual de roraima (Univirr)

Responsabilidade e gestãoGoverno do estado, secretaria de educação.

ParceirosMinistérios da educação, do planejamento, Gesac, Fundação Banco do Brasil.

Mais informaçõeswww.univirr.com.br/roraima

A Univirr está ligada à Secretaria Estadual de Educação de Rorai-ma. Mas tem orçamento próprio – em 2009, de R$ 4,5 milhões. Estuda-se a possibilidade de a instituição obter mais autono-mia, com espaço e quadro de pessoal exclusivos. Mas esse

boratório em cada escola com mais de 100 alunos, chegando a 250 laboratórios em 2010.

Para conexão da rede de ensi-no estadual à internet, Rorai-ma dispõe de 111 antenas do Gesac. O estado todo tem 179

Este ano, havia um plano de empregar, pela Secretaria de Educação, 474 estudantes que foram capacitados. Mas as con-tratações foram adiadas devido à crise econômica. Mais de 30 mil pessoas já foram capacita-das com 60 horas de informáti-

A Univirr combate um analfabetismo digital da ordem de 80% oferecendo desde cursos de informática básica em escolas municipais até graduação a distância.passo exigiria recursos em torno de R$ 30 milhões, investimento que depende de um projeto de lei que está sendo elaborado. Embora os recursos diretos ve-nham do governo de Roraima, as parcerias com os programas de inclusão digital do governo federal, dos ministérios das Co-municações, da Educação e do Planejamento, além da Funda-ção Banco do Brasil, foram im-portantes para a universidade consolidar sua presença nos 15 municípios do estado.

São 14 cursos em convênio com universidades federais e particu-lares, além de pós-graduação.

Nas escolas estaduais, por exemplo, foram criado pólos da Universidade Aberta do Bra-sil (UAB), dotados de centros multimídia. Hoje existem 180 laboratórios instalados em es-colas de ensino fundamental e médio, com 10 a 50 computa-dores (50 nos pólos e 10 a 20 nas escolas), num total de 3 mil máquinas. Segundo Abadi, no final deste ano haverá 230 laboratórios, com 3.500 mi-cros. A meta é instalar um la-

antenas, incluídos as de quar-téis, fronteira etc. Nos pólos da UAB, a transmissão chega a 2 Mbps. Nas escolas, a velocida-de é de 256 kbps. Onde não tem energia elétrica, a Univirr providencia a instalação, por conta do estado. Em alguns lugares, como na região Ya-nomami, só existe gerador ou energia solar.

À espera de vagasNa base da política de tecno-logia social do governo de Ro-raima, está um trabalho de in-clusão digital. “Não adianta um curso superior se pessoas não têm computador”, diz Abadi. Por isso, uma equipe de vin-te pessoas na Univirr trabalha diretamente com o projeto de inclusão. Cada professor mi-nistra um curso de 60 horas nas escolas, formando multi-plicadores. Abadi informa que serão feitos convênios com o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) e o Instituto Eu-valdo Lodi (IEL – entidade do sistema indústria que promove a interação entre a indústria, universidade e demais centros geradores de conhecimento).

ca no estado – o que facilitou a oferta de cursos a distância. Ain-da há muito por fazer. Segundo Abadi, é preciso adequar as es-colas e criar centros multimídia para incluir os subprojetos.

Porém, o grande desafio atual não é mais computador. “Tenho 80 professores Tuxauas. Agora trabalhamos a formação de uma rede para eles”, conta Abadi. Os indígenas estão em treinamen-to na Univirr. Eles têm e-mails e os contatos das redes sociais que possam lhes interessar. O curioso é que em algumas co-munidades distantes não há telefone, mas tem internet via satélite. Todo sábado e domin-go, cem professores indígenas fazem curso de informática de 40 a 100 horas na instituição.

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No estado de menor densida-de demográfica do país – 1,7 habitantes por quilômetro qua-drado, enquanto esse índice é de 400,7 no Distrito Federal; e de 352 no Rio de Janeiro –, em um território onde é preci-so educar e prestar serviços a comunidades que vivem sem energia, a 500 quilômetros da capital, praticamente dentro da selva, falar em tecnologia da comunicação e da informação representa muito. Muito a ga-nhar e muito a fazer. Foi com esse propósito que surgiu, em

Distâncias ficam mais curtasUniversidade Virtual se torna veículo para inclusão digital

e leva ensino a distância para todo o estado

2006, a Universidade Virtual de Roraima (Univirr), um gran-de guarda-chuva sob o qual se agregam e se articulam as ações de inclusão digital e edu-cação a distância do governo.

Convocado pelo então gover-nador Ottomar Pinto para to-car o projeto da universidade, o pedagogo Adejalmo Moreira Abadi, hoje diretor da Univirr, confessa que sentiu o peso da responsabilidade: “Eu não entendia nada de computa-dor, muito menos de satétile,

que fica lá pra cima... e o go-vernador me disse: você pega aí uns meninos e pede ajuda, que eles sabem tudo!”. Hoje, a Univirr combate um analfabe-tismo digital da ordem de 80% oferecendo desde cursos de informática básica em escolas municipais até graduação a distância, além serviços como governo interativo, pré-vestibu-lar, capacitação de docentes, entre outros. São 14 cursos em convênio com universidades públicas e particulares, além de pós-graduação.

são oferecidos 14 cursos de graduação, em convênios com universidades públicas e particulares.

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As comunidades e prefeituras têm autonomia na administra-ção do espaço. Os telecentros funcionam cinco ou sete dias por semana, em geral todos os períodos, com um ou dois mo-nitores capacitados por técnicos da SAR e da Secretaria Estadual de Educação (SED). Os monito-res fazem palestras e ministram

ao bom desempenho do progra-ma”, explica Feliciano.

Os usuários, na maioria, são agri-cultores ou seus filhos. Predomi-nam os jovens em idade escolar. Como acontece na comunidade de Navegantes, constituída ma-joritariamente por pescadores, mas que tem também área ru-

Projetoprograma de Inclusão Digital Beija-Flor

Responsabilidade e gestãosecretaria da Agricultura e Desenvolvimento rural

ParceirosBanco do Brasil; Caixa econômica Federal; Comitê de Democratização da Informática de santa Catarina (CDI-sC); Companhia de Desenvolvimento Agropecuário de santa Catarina (Cidasc); Companhia de processamento de Dados de santa Catarina (Ciasc); empresa de pesquisa e extensão do estado de santa Catarina (epagri); Fundação de Amparo à pesquisa de santa Catarina (Fapesc); Instituto Virtual de estudos Avançados (Instituto Vias); Instituto Voluntários em Ação; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior; secretarias da Agricultura e Desenvolvimento rural, da educação, Ciência e tecnologia, da saúde, da segurança pública, do Desenvolvimento social, trabalho e renda, de Desenvolvimento regional, prefeituras, serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.

Mais informaçõeswww.beijaflor.agricultura.sc.gov.br

uma escola rural mantida pelos governos estadual e municipal para formar jovens em agrone-gócio. Como a prefeitura não renovou o contrato para forne-cer monitores, os professores da Casa assumiram a tarefa no telecentro, mas os cursos es-tão parados. Oito professores se revezam para atender aos

Os usuários, na maioria, são agricultores ou seus filhos. Predominam os jovens em idade escolar.cursos (informática, cidadania e inclusão digital, melhores prá-ticas, entre outras) e contam com a ajuda de voluntários do Instituto Voluntários em Ação. São oferecidos ainda cursos de interesse local, como artesanato baseado em fibra de bananeira e culinária de base açoriana. Todas as atividades, com carga mínima de 20 horas, são certifi-cadas pela SED.

No pelotão de apoio, uma equi-pe se dedicada às atividades do Beija-Flor. Na SAR, há cinco téc-nicos exclusivos. Na Educação, um técnico com dedicação ex-clusiva e outros três com dedica-ção parcial. Santa Catarina tem 36 Secretarias de Desenvolvi-mento Regional, cada qual com um técnico que atua nas ações do programa, embora não em dedicação exclusiva. Além disso, em cada prefeitura há um res-ponsável pelas ações de inclu-são digital. “Temos um quadro de profissionais diferenciados: sociólogo, pedagogos, bibliotecá-ria, programador, administrador, que, em conjunto, desenvolvem todas as atividades necessárias

ral. A monitora Claudine Deni-se de Souza conta que alguns pescadores já mostraram inte-resse nos computadores, mas estão “ganhando coragem”. Por enquanto, somente seus filhos marcam presença.

No telecentro, localizado na Colô-nia de Pescadores Z-06, há cur-sos uma vez por semana, com duração de uma hora e meia. Atualmente existem cinco tur-mas, no total de 30 alunos, apren-dendo informática básica. Denise de Souza diz que o movimento é tranquilo, e não há necessidade de limitar tempo de uso nos sete computadores. Moradores de 9 a 57 anos participam dos cursos, embora predominem crianças e jovens. Os monitores, contratados pela prefeitura como professores, recebem salário de R$ 1.030,00 por 40 horas semanais.

Às vezes a comunidade precisa se ajustar às condições dispo-níveis no momento. É o caso, por exemplo, do Telecentro de Quilombo, na Casa Familiar Rural, que conta com 150 usu-ários cadastrados. Trata-se de

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Novos horizontes no campotelecentros fornecem conteúdos e sistema de gestão para

qualificar a atuação de pequenos agricultores

Os computadores são doados, uma equipe técnica faz o re-condicionamento e instala um conjunto de softwares livres para produção de conteúdos e gestão de telecentro. Junta-se a isso uma grade de capacitação para monitores. Pronto. O paco-te é simples e barato. Mas pode fazer muita diferença na vida de uma comunidade agrícola de baixa renda e baixa escolarida-de. A prova de que a fórmula dá certo é o Programa de Inclusão Digital Beija-Flor, do governo do Estado de Santa Catarina.

O projeto surgiu com o objetivo de dar a agricultores e pesca-dores catarinenses oportunida-de de acesso ao conhecimento, por meio do uso de computa-

dores conectados à rede mun-dial. Mas não apenas isso. A proposta é fornecer também ferramentas de tecnologia da informação que ajudem essas populações a ampliar suas al-ternativas de atuação no mer-cado de trabalho – o que re-sulta em mais renda e mais qualidade de vida. Por isso, são eleitas, para receber os telecentros Beija-Flor, localida-des que tenham menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), carência de serviços pú-blicos e de conectividade.

Criado em 2004, o programa hoje atende quase 16 mil pesso-as em 129 centros de inclusão digital distribuídos por diversos municípios. A gestão do projeto

cabe à Secretaria Estadual de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SAR), que administra o orçamento anual do programa, em torno de R$ 120 mil. Sem dúvida, não é muito. Mas o pro-grama se viabiliza por conta das várias parcerias como minis-térios, secretarias de estado e empresas públicas. No entanto, a demanda é alta. “Há necessi-dade de maior participação de parceiros e investimentos finan-ceiros”, avalia o sociólogo Mar-cos Feliciano, autor e gestor téc-nico operacional do programa.

No primeiro ano, foram monta-dos 19 telecentros. Mas o ritmo logo aumentou: são implanta-dos entre 25 e 29 unidades por ano, sendo que a estimativa para 2009 é de 29. Para uma cidade receber um telecentro Beija-Flor, a prefeitura precisa manifestar o interesse e firmar uma parceria com a Secretaria.

O kit de cada unidade inclui computadores recuperados, ser-vidores de rede novos, serviço de manutenção ou substituição das estações de trabalho, softwares de gestão de pequena proprie-dade agrícola e contabilidade agrícola. Os telecentros usam produtos baseados em código aberto, Linux educacional e BR Office. As conexões à internet são via rádio e satélite. Em con-trapartida, a prefeitura arca com o pagamento dos monitores.

os usuários, na maioria, são agricultores ou seus filhos.

estudantes e à comunidade, explica a professora e secretá-ria da escola, Rosemeri Santin, que também cumpre sua cota na monitoria.

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entra com equipamentos, in-fraestrutura e treinamento para os monitores, cuja remunera-ção é estabelecida pelas pre-feituras. Nas unidades instala-das em secretarias de estado e nos postos do Poupatempo, os monitores são servidores dos respectivos órgãos.

Pala além de uma rede de tele-centros, o Acessa São Paulo pre-tende ser um agente dissemina-dor e articulador de iniciativas das comunidades. Por isso, um dos diferenciais do programa é a Rede de Projetos. Os usuários são estimulados a desenvolver um projeto local, que pode ser um blog, um curso, uma inicia-tiva cultural. Os monitores são preparados para estimular e acompanhar o desenvolvimento desses projetos entre os usuá-rios da unidade. E quem tem um projeto, ganha mais tempo de uso das máquinas, além dos 30 minutos de praxe.

“Com isso, damos condições para um uso mais qualificado da internet”, diz Hernani Dimantas, um dos coordenadores do Labo-ratório de Inclusão Digital e Co-municação Comunitária (Lidec), na Escola do Futuro – Universi-dade de São Paulo, responsável pelo acompanhamento da Rede de Projetos do Acessa SP. Um exemplo de projeto bem-suce-dido é o Mulheres On Line, um site elaborado por um grupo de usuários da cidade de Iepê, que começou com um curso de in-formática para mulheres corta-doras de cana, em 2006. “Pas-samos de 50 projetos online para 390, em um ano”, conta Dimantas.

Avaliação permanente

O Acessa SP realiza, desde 2004, a Ponline, uma pesquisa anual sobre o uso dos infocentros do estado. É o único projeto de inclusão digital a realizar, sistematicamente, esse tipo de avaliação em seus pontos de acesso. Os resultados são um importante instrumento de gestão do Acessa SP e constituem, hoje, uma preciosa série histó-rica sobre o desenvolvimento dos postos públicos de acesso e as mudanças na maneira de serem usados pela população.

A pesquisa realizada no final de 2008 e divulgada em 2009 teve 8.268 respondentes. Os questionários foram aplicados nos Postos Acessa SP (509), no e-Poupatempo (6), no Ponto.SP (5) e nos pos-tos do Poupatempo móvel (7). Nesta 6ª edição, os dados da Ponline mostram pela primeira vez a emergência de ‘diferentes perfis’ de usuários, consolidados ao longo dos anos entre os frequentadores dos postos de atendimento. Os perfis de usuários do Acessa SP, de acordo com a Ponline 2008, são os seguintes:

Perfil: O frequentador típico do Acessa SP é jovem, em média com 22 anos, renda familiar de até 2 salários mínimos e do sexo masculino. Mais da metade vai ao Posto no mínimo três vezes por semana.

E-Gov: Para os respondentes, a relação governo-cidadão vai além da oferta de serviços públicos via internet. É também uma forma de aproximação entre a administração pública e o indivíduo. Os mais jovens acreditam que a comunicação com o governo poderia se dar também via redes sociais.

O jovem e a rede: Mais da metade dos usuários mais jovens estão nas redes sociais e consideram-se indivíduos atuantes na rede; pri-vilegiam a troca de informação, o aprendizado e o entretenimento. Recados no Orkut, mensagens instantâneas e e-mail são os princi-pais meios de comunicação.

Além disso, a Ponline constata que é relativamente alto o núme-ro de frequentadores com algum tipo de deficiência (4,1%). Esses usuários necessitam de atendimentos apropriados a seu perfil e esta constatação estimula, ao mesmo tempo, novos campos de ação no Acessa SP. “A Ponline tem gerado importantes indicadores de de-sempenho, permitindo identificar prioridades e parâmetros objetivos para decidir como e onde concentrar ações para aprimoramento”, explica Drica Guzzi, coordenadora do Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária (Lidec), responsável pela Ponline.

A pesquisa de 2009 foi concluída em outubro e registrou uma parti-cipação recorde de 10.065 respondentes. Os dados ainda estavam sendo compilados até o fechamento desta edição. Os resultados serão postados no portal do Acessa SP.

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estímulo aos projetos regionaistelecentros do governo paulista servem de apoio a trabalhadores

e valorizam iniciativas comunitárias

Como se estivesse em seu es-critório, Norberto Edgard da Silva, de 67 anos, senta para trabalhar, com regularidade, diante de um dos computado-res da unidade do Acessa São Paulo instalada no Parque da Juventude, zona Norte de São Paulo. O consultor econômico faz pesquisas sobre títulos de valores negociados na Bolsa de Mercadoria. Formado em Eco-nomia, ele trabalhou durante vinte anos na Bolsa de Valores de São Paulo. “Levei uns tom-bos e saí da cidade. Quando voltei, há dois anos e meio, descobri que poderia fazer esse trabalho sem gastar com internet”, conta ele.

Um dos diferenciais do programa é a rede de projetos, que estimula iniciativas das comunidades.

Esse é um dos dois típicos per-fis de usuários dos 499 tele-centros do programa de inclu-são digital do governo paulista, o Acessa São Paulo. O outro é o jovem que não tem computa-dor em casa e vai ao telecentro para se comunicar ou fazer tra-balhos escolares. Desde a cria-ção do programa, em 2000, foram cadastrados 1,68 milhão de usuários e registrados mais de 38 milhões de atendimen-tos nos 3.832 computadores da rede, que conta com 936 monitores. Em uma estratégia de expansão do programa, de 2007 até 2009, o governo pau-lista investiu R$ 18,9 milhões para aquisição de equipamen-

tos e mobiliário; custeio de ges-tão e operação; manutenção e suporte; capacitação continua-da e construção de um portal na internet.

Vinculado à Secretaria de Ges-tão Pública do Estado e gerido pela Companhia de Processa-mento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), o Aces-sa SP tem parceria com 400 prefeituras. A prioridade para instalação de telecentros é de localidades com baixos índices de desenvolvimento. A cidade parceira deve fornecer o espa-ço físico e manter o posto aber-to por um período mínimo de oito horas diárias. O governo

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Para o secretário de Gestão Pú-blica, Sidney Beraldo, o Acessa SP tem os três pilares da ges-tão pública: “A eficiência, que é fazer mais, com menos; a eficácia, que significa fazer o que é preciso; e, por último, a efetividade, ou seja, atender a quem mais precisa. É um programa de baixo custo que tem um grande alcance social, na medida que atendemos ci-dadãos de todas as idades. O usuário utiliza esse recurso até mesmo para trabalhar, como os autônomos que fazem dos postos seus escritórios virtu-ais”. Como faz Laurindo Ro-drigues Mecenas, de 55 anos, outro usuário do Acessa SP no Parque da Juventude, unidade que frequenta há mais de três anos. Ele trabalha com instala-ção de antenas, montagem de sistemas de radiodifusão e ins-talações elétricas. Seus clien-tes, contata pela internet. Que também usa para fazer pesqui-sas e cursos a distância.

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salários mínimos; e 25,8%, en-tre dois e quatro salários. Além disso, 61,8% apresentam renda familiar de até dois salários mí-nimos. Quanto ao grau de ins-trução, 52,9% estão concluindo ou concluíram o ensino médio. E 26,5% declararam que desco-briram novas oportunidades de trabalho pela internet.

o Acessa escola pretende levar para a rede ensino a metodologia do Acessa sp

rede de projetos, inclusive.

Este ano, outra novidade para as crianças: começou a funcio-nar, no Parque da Juventude, o Acessinha SP, exclusivamente para o público de até 11 anos. As regras são as mesmas dos adultos, mas os monitores vão além da alfabetização digital – ensinam a fazer pesquisas es-colares e localizar sites educati-vos. Na unidade, também serão realizadas atividades como leitu-ras lúdicas, exercícios de com-preensão de palavras, oficinas e cursos adequados à faixa etária dos pequenos usuários.

Este ano, começou a funcionar uma unidade exclusiva para crianças de até 11 anos, com monitoria especializada e atividades lúdicas.jovens e de baixa rendaOs jovens são maioria numérica no Acessa SP. Segundo a Pes-quisa Ponline (Veja o texto na página 123), 75% dos frequen-tadores têm até 24 anos – 39% entre 15 e 19 anos, 21,6%, entre 11 e 14 anos e 14,8% entre 20 e 24 anos. No aspecto econômico, predomina o jovem de baixa ren-da – 42% têm renda de até dois

Uma ramificação do Acessa São Paulo, que começa a dar frutos, é o Acessa Escola, de-senvolvido pelas Secretarias de Estado da Educação e de Ges-tão Pública, sob a coordenação da Fundação para o Desenvol-vimento da Educação (FDE). A proposta é transpor para o am-biente escolar a metodologia dos telecentros do Acessa – a

ProjetoAcessa são paulo

Responsabilidade e gestãosecretaria de Gestão pública, Companhia de processamento de Dados do estado de são paulo (prodesp)

Parceirosprefeituras

Mais informaçõeswww.acessasp.sp.gov.br

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Projetos Estaduais serGIpe

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o foco é a educaçãoAções do estado equipam e formam professores, incentivando

o uso das novas tecnologias no ambiente escolar.

Sergipe aparece entre os dez estados do Brasil que pagam salários acima da média nacio-nal aos professores da educação básica, segundo um estudo feito pelo Ministério da Educação, em 2008. Na rede de escolas públi-cas sergipana, os docentes rece-bem salário médio de R$ 1.611, enquanto a média do país é de R$ 1.527. Esse é um indicador do quanto a Educação é levada a sério, em uma terra onde cerca de 40% da população tem entre zero e 19 anos (censo do IBGE).

Outro sinal da disposição do go-verno em investir em um ensino de qualidade é o Programa de Inclusão Digital (Proid), que pro-move a doação de computadores novos para os professores da rede pública estadual. Até o final de 2008, 2.879 professores tinham recebido seus equipamentos. O segundo lote, para mais 4.500 professores, deverá ser entre-gue até 2010. Além de ganhar a máquina,o professor recebe capa-citação para uso dos programas.

O financiamento dos computa-dores é do Banco do Estado de Sergipe (Banese), que assumiu 100% do valor do equipamen-to. Cada professor contemplado pode escolher um equipamento no valor de até R$ 1,2 mil. Os investimentos para o progra-ma foram de cerca de R$ 4,5 milhões. A ideia inicial era que os educadores pagassem pelo

equipamento financiado. Mas o governo optou pela doação, ao perceber que eles não tinham condições de assumir a dívida.

Também está sendo implantado o Programa de Informática na Educação Especial (Proinesp), voltado a estudantes com ne-cessidades especiais. Há 800 alunos cadastrados nessas con-dições, mas acredita-se que o número seja maior, em torno de 1.700, informa Galvani Alves Mota, gestor da Divisão de Tec-nologia e Ensino da Secretaria de Estado da Educação de Ser-gipe (Dite/Seed) e coordenador estadual do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ex-Proinfo). A divisão de educação especial está percorrendo as instituições de ensino do estado para fazer um levantamento es-

pecífico. Foram capacitados 321 professores de escolas de ne-cessidades especiais do estado para atuar no programa.

O estado de Sergipe é parceiro, ainda, do Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cida-dão (Gesac), que já instalou 190 antenas em telecentros e esco-las; e do Ministério da Educação, para instalação de laboratórios de informática nas escolas.

os professores receberam computadores gratuitamente

Projetosprograma de Inclusão Digital (proid) e programa de Informática na educação especial (proinesp)

Responsabilidade e gestãosecretaria da educação, Divisão de tecnologia e ensino (Dite).

ParceirosBanco do estado de sergipe, ministérios das Comunicações e da educação.

Mais informaçõeswww.se.gov.br

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Page 27: projetos de inclusao digital estaduais

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Projetos Estaduais toCA

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s Anuário ARED

E de Inclusão Digital

A caminho da integraçãoestado mantém ações isoladas de inclusão digital e prepara

rede de banda larga para ampliar iniciativas

O governo do Tocantins elabo-rou o projeto Centro Popular de Inclusão Digital e Informação, chamado To-Digital, uma pro-posta de inclusão digital que reflete a convicção de que é preciso promover o acesso às tecnologias mantendo a sinto-nia com a preservação da cultu-ra local. Criado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect), o programa, para o qual estão previstos investimentos de R$ 1,24 milhão, na primeira fase, consiste em um guarda-chuva que vai abrigar diversas ações. Algumas dessas iniciativas es-tão em negociação. Como o projeto Cidades Iluminadas, que prevê a utilização de uma rede de fibras ópticas da Ele-tronorte para interconectar to-

linas, com investimento de R$ 938,88 mil. O governo informa que também está nos planos oferecer à população pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que ministra cursos a distância; das Escolas Técni-cas Agropecuária de Nativida-de e Agrícola de Pedro Afonso, que servirão como unidades de inclusão digital.

Existem dois pólos da UAB no estado, um em Porto Nacional e o outro em Palmas. A meta é implantar nove pólos. O go-verno federal liberou R$ 1,48 milhão para o programa e os equipamentos já foram adqui-ridos, de acordo com Osmar Nina Garcia Neto, que na épo-ca desta reportagem, setembro de 2009, era o secretário de Ciência e Tecnologia do estado. Garcia informou ainda que para o pólo E-Tec o governo federal liberou R$ 4,2 milhões. Na área de Educação, há parceria com o Ministério da Educação para equipar laboratórios das esco-las públicas estaduais.

ProjetoCentro popular de Inclusão Digital e Informação (to-Digital)

Responsabilidade e gestãosecretaria estadual de Ciência e tecnologia

ParceirosGoverno federal, secretarias de estado, prefeituras municipais.

Mais informaçõeswww.tecnologia.to.gov.br

dos os municípios, começando pela capital, Palmas.

A Secretaria da Juventude for-neceu equipamentos para te-lecentros comunitários. Atual-mente, 99 unidades estão em funcionamento. O objetivo do governo é implantar telecen-tros nos 139 municípios nos próximos dois anos, em parce-ria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e outros, secre-tarias estaduais e prefeituras. Em parceria com o governo federal, há ainda unidades dos Centros Vocacionais Tecnológi-cos (CVTs), projeto do Ministé-rio do Planejamento. Deverão ser instaladas unidades a se-rem instaladas unidades em Miracema do Tocantins e Co-

o programa tem orçamento de r$ 1,2 milhão na primeira fase

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