revista rock post 16º ed. - abril 2010

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Revista Rock Post - ANO 02 - Nº 16 - Distribuição Gratuita E MAIS: METAL É A LEI * THE ROCKER * NEWS * GUITARRAS & AFINS * ROCK DA GEMA * OLD REVOLUTION * BONUS TRACK * RE- LEASES * EVENTOS * CURIOSIDADES + Entrevistas Paulo Monte (Rock da Gema) * Sérgio Heepster (The Rocker) + Biografia Journey (Old Revolution) UGANGA uma super matéria sobre a banda Mulheres no Rock: Entrevistas Drenna Andrea Amorim A Biografia de

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tuita

E MAIS: METAL É A LEI * THE ROCKER * NEWS * GUITARRAS & AFINS * ROCK DA GEMA * OLD REVOLUTION * BONUS TRACK * RE-

LEASES * EVENTOS * CURIOSIDADES

+ Entrevistas Paulo Monte (Rock da Gema) * Sérgio Heepster (The Rocker)

+ Biografia Journey (Old Revolution)

UGANGA uma super

matéria sobre a banda

Mulheres no Rock: Entrevistas

Drenna Andrea Amorim

A Biografia de

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Editorial

A Rock Post sempre visa trazer o

melhor do heavy/rock que rola no país

para o site e para a revista, mas nem

sempre é possível conseguir as mel-

hores coberturas, as fotografias mais

interessantes. Tudo tem um custo para

se manter e a Rock Post por enquanto

conta com a ajuda de seus colabora-

dores para as matérias e se mantém

sozinha, sem nenhum tipo de apoio

cultural ou financeiro de outras partes.

Mas independente disto, contamos

com você leitor para que nossa revista

cresça cada vez mais e junto leve o

nome de bandas do cenário nacional

que precisam de apoio e com certeza

o encontrarão aqui.

Fernanda Duarte Editora-Chefe

02 – Metal é a Lei - Lula Mendonça 04 – Biografia: iCED eARTH 12 - curiosidades 14 – entrevista: ANDREA AMORIM 16-old revolution - biografia journey

19 - NEWS 20 - eventos 22 - entrevista: drenna

24 – THE ROCKER - entrevista: sérgio heepster

26 - Releases 29 - rock da gema - entrevista paulo monte

32 – GUITARRAS E AFINS - ANSELMO PIRAINO

35 - uganga

37 - bonus track

Nº 16 ANO 02 ABRIL 2010

Equipe Rock Post(Colaboraram nesta edição)

Fernanda Duarte(Redação e Edição)

Douglas Santos (Artes)

Gabriel Gardini (Redação)

André Luis Ferreira(Colaborador)

Lula Mendonça (Redação Maceió)

Anselmo Piraino(Colaborador)

The Rocker(Colaborador)

Renata Brant (Redação Rio de Janeiro)

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BOLETIM NACIONAL - úultimas noticias Por Lula Mendonça Imagens: Divulgação Bandas

TROPA DE SHOCK assina contrato com a gravadora Apollo Music A banda paulista TROPA DE SHOCK acabou e assinar um impor-tante contrato para o lançamento do seu oitavo álbum de estúdio, “Immortal Rage”. O grupo firmou parceria com a gravadora Apollo Music, juntamente com a Play Rec produtora, que agora cuidarão da distribuição do vindouro material no mercado brasileiro.Segundo o vocalista Don: “Enviamos cópias promocionais do nosso novo CD para alguns dos principais selos do país, e o resultado tem sido mara-

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Tropa de Shock vilhoso. De todas as propostas que recebemos, optamos por fechar com a Apollo Music e a Pay Rec produtora, pois trabalharão de forma integrada junto com a nossa empresa de assessoria de imprensa, a MS Metal Press, todos objetivados em dar o melhor suporte possível ao lançamento de ‘Immortal Rage’. O lançamento de “Immortal Rage” está agendado para o final do primeiro semestre de 2010.

KHROPHUS: “Presages World Tour” confirmada A banda KHROPHUS segue divulgando seu último álbum “Presages” dessa vez em uma turnê mundial: “Presages World Tour“. A Tour, que já passou por várias cidades do Brasil e se apresentou com bandas consagra-das como Ratos de Porão, Korzus, Torture Squad, Violator e Master, agora fechou as seguintes datas:

- 01/06/2010 A 31/07/2010 – NORTE/NORDESTE BRASIL

- 17/09/2010 A 17/10/2010 – EUROPA (COM BENEATH THE FLESH -USA)

- 21/10/2010 A 15/11/2010 – SUL/SUDESTE BRASIL (COM BENEATH THE FLESH -USA)

- 03/03/2011 A 28/03/2011 – ESTADOS UNIDOS (COM BENEATH THE FLESH -USA)

Mais informações sobre a turnê serão liberadas em breve. O álbum “Presages” conta com 8 faixas e foi produzido por Alexei Leão (vocalista da STORMENTAL). A banda disponibilizou 2 músicas completas, além de samples de todas as outras faixas para audição no Myspace oficial. Interessados em adquirir o novo álbum ou todos os outros materiais da banda, poderão entrar em contato através do e-mail [email protected]

Mais informações: www.myspace.com/khrophus

SITE: www.tropadeshock.com

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Madness Factory: lançado debut EP A banda de Thrash Metal de João Pessoa, Madness Factory, acaba de lançar seu EP de estréia: "The Madness Factor". O formato escolhido foi o SMD (semi metalic disc) que tem excelente qualidade e um custo bastante acessível. A musicalidade da banda agrega influências que vão do Heavy Metal tradicional, Hard Rock, Punk até o Blues, Rock n’Roll e Metal Extremo convergindo esse mix de influências em apenas um

estilo, o Thrash Metal apesar de ter grandes pitadas de Crossover em suas musicas. Track list: 1 - The Madness Factory (instrumental)2 - Insane World of Thrash3 - Hangover4 - Never Trust a Good Man Conheça o poder letal da banda: www.myspace.com./madnesssfactory Para adquirir o EP: [email protected]

5 - GxOxDX (Guides of Death)6 - Satanic Western7 - Intoxicated8 - Possessed9 - Damned Children

HOLLOW GROUND: novo álbum disponível no myspace A banda mineira HOLLOW GROUND anuncia o lançamento de seu novo álbum “Devir” e, para comemorar, o disponibilizaram na íntegra em sua página do Myspace. O álbum, gravado no Unimusic Studios e produzido por Rodrigo Nepomu-ceno, a masterização ficou por conta de Brendan Duffey (Black Crowes, System of a Down, Tool, Maroon 5 e muitos outros) no Norcal Studios em São Paulo e ainda recebeu a ilustração do artita francês Nicolas “Or-

ganick” Michel sendo lançado em digipack. Para os que não conhecem a banda, o HOLLOW GROUND é uma daquelas bandas indescritíveis, que só ouvindo para entender. Conheçam o Myspace Oficial da banda: http://www.myspace.com/hollowgroundofficial Mais informações: www.metalmedia.com.br

KROW: Turnê europeia iniciada e Blog Oficial A banda mineira de Death Metal, Krow, já iniciou sua turnê de divulgação de seu recente trabalho, 'Before The Ashes', pelo continente europeu. Nas palavras de Guilherme Miranda: "Finalmente o sonho será realizado! Na hora que embarcarmos no avião não tem mais jeito, é o Krow destruindo os gringos!!! Metal brasileiro novamente provando seu valor!" A banda iniciou seus shows dia 26 de Março na Bélgica e se extende até meados ou final de Maio. Junto com a turnê, a banda lançou também um Diário de viagem para manter os apreciadores e amigos da banda informados sobre os shows e detalhes da tour e pode ser conferido nesse link: http://kroweurope.blogspot.com/ Mais informações:www.myspace.com/krowmetal

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Em 1985, um jovem guitarrista chamado Jon Schaffer, de ape-nas 16 anos, monta uma banda na cidade de Indianápolis. Jon, estan-do em idade escolar, reúne alguns amigos de escola para formar a banda The Rose. Começaram to-cando covers, inspirados em ban-das de Heavy Metal que começa-vam a surgir na época. Depois de algum tempo se apresentando em diversos clubes da região de Indi-anápolis, resolvem trocar o nome da banda uma vez que “The Rose” não se adaptava para o nome de uma banda de Heavy Metal. O novo nome escolhido para a banda foi “Purgatory”, e algumas mudanças na formação da banda aconteceram. Com essa mudança a banda começa a trabalhar em suas composições. Ainda em 1985, eles lançam a demo tape produzida em 4 canais, intitulada “Burning Oasis”, e no final do ano mais uma demo “Psychotic Dreams”gravada no estúdio Mor-

risound contando agora com duas faixas. Em 1986 veio outra demo chamada “Horror show”. Um fato curioso é que os próprios inte-grantes da banda montavam as capas para as demos e copiavam a capa para seus encartes, também compravam fitas cassetes e grava-vam as músicas em um gravador. Apesar dos recursos limitados, a banda fazia o máximo que podia. Essa criatividade transparecia nas performances ao vivo, usando fan-tasias e dando um grande efeito tanto visual quanto musical. No palco usavam explosões, truques

simulando derramamento de sangue e vários outros elementos teatrais. Tudo isso ajudou a banda a se distinguir dos demais grupos da época.Nesta fase, Schaffer convenceu os outros integrantes a se mudarem para a Flórida, pois lá a banda te-ria mais oportunidades de crescer. Eles partem então para Flórida sem saber direito o que os es-pera. Mesmo com a mudança não conseguiram nada de concreto. A demora para garantir os primeiros shows e contatos fez com que al-guns integrantes decidissem voltar para casa. Schaffer com sua deter-minação conseguiu novos músicos e a formação da banda estava completa com Randy Shawver na segunda guitarra, Gene Adam nos vocais, Dave Abel no baixo e Mike McGil na bateria. Nesta ép-oca descobriram que outra banda com nome Purgatory havia assi-nado contrato com uma gravadora independente, forçando assim uma

O Iced Earth é formado por Seele, Vidales, Schaffer, Barlow, Smedley (foto por Ross Halfin)

“Perceberam que a única forma de

conseguirem o que queriam era fazer uma grande divul-

gação..”

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mudança no nome do grupo. Após varias sugestões, Jon se lembrou de um amigo que faleceu em um acidente de moto que sempre dizia que as palavras Iced e Earth formariam um belo nome para uma banda, assim surgiu o nome Iced Earth. Perceberam que a única forma de conseguirem o que queriam era fazer uma grande divulgação, então começaram a trabalhar em sua próxima demo-tape. Entra-ram no Mirrosound Estúdios para a gravação da demo “Enter The Realm”, onde o foco principal era a qualidade sonora. Juntaram suas economias para que fossem feitas 1.000 cópias da demo, sendo que 500 era para serem usadas na pro-moção da banda e as outras 500 foram vendidas aos fãs. Começou a jornada de Jon atrás de seus contatos para conseguir endereços onde podiam mandar seu mate-rial para divulgação, ele saia de casa com um saco plástico cheio de fitas até os correios onde as mandava para todo lugar. A demo foi enviada por toda América do norte, Europa, Ásia. A tática de di-vulgação funcionou, pois a demo

teve uma ótima repercussão no underground Europeu e começou a receber ótimas resenhas na Alemanha, Itália, Bélgica, França, Grécia e outros países. A resposta mais forte foi na Alemanha onde a demo foi votada como demo do mês na revista “Hard Rock Magazine”. A qualidade do mate-rial chamou muito a atenção de várias gravadoras que estavam à procura de novas bandas, e no ano seguinte a banda assinou contrato com a Century Media Records, que estava iniciando seu trabalho naquele momento. O grupo esteva então mais seguro para gravar seu debut intitulado apenas como “Iced Earth”. O álbum foi lançado em novembro de 1990 sobre grande expectativa por parte dos inte-grantes da banda. Foi produzido pelo guitarrista Jon Schaffer e bem recebido tanto pelo público quanto pela crítica que já havia feito ótimas resenhas das demos já lançadas. Após o lançamento do álbum, Jon foi para Europa para promover o álbum e lá teve a chance de conhecer Hansi Kursch, líder da banda Blind Guardian.

Os dois traçavam planos de uma turnê em conjunto, o que aconte-ceu após o lançamento do álbum. A turnê teve início em fevereiro de 1991 e terminou em março de 1991. O primeiro show da turnê foi na cidade de Hamburgo na Alemanha, após o fim da turnê a banda voltava para casa triunfante pelo sucesso, e esse era um ótimo momento para trabalhar em novas composições. Com os integrantes de volta ao estúdio, ficou claro para Jon que algumas músicas re-queriam mais habilidades para sua execução, o que alguns integran-tes não tinham. Por isso algumas alterações na formação da banda foram feitas. Agora com John Greely no vocal e Richey Sec-chiari na segunda guitarra. Apesar das críticas feitas pela imprensa, Jon manteve sua posição e não deixou que críticas atrapalhassem o desenvolvimento do segundo álbum da banda. Eles lançam então em novembro de 1991 “Night of the Stormrider”, exatamente 12 meses após o lançamento do primeiro álbum. O trabalho teve melhor recepção que seu anterior, tendo

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sucesso quase que absoluto, sendo tocado em praticamente todas as rádios especializadas em rock e metal nos EUA, também con-quistou espaço no Japão, onde a faixa “Angels Holocaust” tocou sem parar nas principais rádios do pais. “Night of Stormrider” também recebeu nota 92 (de 100) na respeitada revista “Burrn! Magazine”. O disco se tornou o mais vendido pela banda, e o mais vendido no Japão, e se manteve assim até ser ultrapassado por “Something Wicked This Way Comes” lançado mais tarde. Após o lançamento do disco a banda voltou novamente para Europa para mais uma turnê ao lado do Blind Guardian. A turnê foi mais produtiva que a anterior, visto que as duas bandas tinham crescido desde a última turnê. A banda desta vez contava com uma maior estrutura de som e iluminação, conseguindo assim uma melhor performance de palco para a legião de fãs havia trazido.Mas, apesar do sucesso que a banda estava fazendo, Jon se deu conta que mais da metade dos lu-cros obtidos pelos shows e álbuns lançados não estavam indo para o bolso da banda, eles tinham que fazer até mesmo um grande es-forço para se manterem, e que não estavam recebendo o benefício do trabalho pesado, mesmo com dois álbuns de sucesso girando. Além disso, a gravadora usava dos ganhos que teve com a banda para cobrir negócios que não deram certo. Jon e a banda exigiram uma renegociação no contrato antes que isso acabasse com a banda. Nesta mesma época mudanças na formação também estavam acontecendo, desavenças entre o vocalista John Greely e o restante do grupo motivaram sua saída, no seu lugar entra o reno-mado vocalista Matthew Barlow. Junto aos problemas Jon começou a compor material para o próximo

disco da banda, mas devido a es-ses problemas o disco saiu apenas 3 anos depois. Em abril de 1995 é lan-çado o terceiro álbum da banda “Burnt Offerings”. O álbum fazia uma reflexão sobre os tempos difíceis que a banda estava pas-sando, o que resultou em um disco obscuro e amargo. Entre todas as músicas a que mais se destacou foi a faixa “Dante’s Inferno”, uma suíte musical com mais de 16 minutos. A música contava a jornada de Dante ao inferno de uma maneira que ninguém nunca

contou, era cheia de passagens contendo riffs pesados e rápidos e melodias assustadoras. O álbum foi bem recebido nos EUA, mas em outros países não chegou a grandes proporções. Após todos os problemas com a gravadora serem resolvi-dos, Jon começa as composições para o próximo álbum da banda, desta vez Jon preparava um álbum conceitual, inspirado na história de Todd McFarlane. O álbum tinha várias razões de existir para Jon, porque ele poderia explorar ao máximo suas composições

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dentro de uma complexa linha de história, e de todas as músi-cas estarem conectadas a um único tema. “The Dark Saga” foi lançado em 1996, sendo muito bem recebido pelo público e pela crítica do mundo todo. O álbum foi um grande sucesso na Europa, onde a banda passou a se apresen-tar como principal em uma longa turnê por praticamente todos os países do velho continente. Mas, durante a turnê batizada de “Sum-mer Metal Meetings” ainda em 1996, em um show na cidade de Berlin, Jon sentiu uma forte pontada no pescoço sentindo que havia algo errado, mas ele con-tinuou a turnê e sua performance em palco continuou do mesmo jeito. Estava certo que alguma coisa não estava bem com sua saúde. Quando retornou aos EUA, foi constatado que ele havia machucado três vértebras do pescoço, o que o impediria de fazer shows normalmente se não fizesse uma cirurgia para corrigir o problema. Mas não havia tempo a perder visto que o disco “The Dark Saga” estava conquistando muito sucesso e atraindo uma legião de fãs pelo mundo inteiro. A banda resolveu que iria regravar algumas faixas de seus primeiros álbuns e também da demo “Enter The Realm”, a for-

mação contava agora com Brent Smedley na bateria, Jimmy Mac-donough no baixo e Matthey Bar-loy nos vocais. O projeto recebeu o nome de “Days of Purgatory”, esta foi uma forma da banda não perder tempo com a recuperação de Jon e ainda assim divulgar aos fãs os primeiros trabalhos do gru-po. Após o lançamento do disco Jon decide que vai sair em turnê mesmo tendo que enfrentar uma grande dor nas apresentações. A banda sai pela primeira vez em turnê por algumas cidades do EUA em agosto de 1997, e depois em uma mini turnê para promoção de “The Dark Saga” no centro-oeste dos EUA. Nesta época mais uma mudança na formação na banda aconteceu, o guitarrista solo Randy Shawver não estava demonstrando muita empolgação nos shows e também se focava em outros projetos de vida decidindo

assim deixar a banda no começo de 1998. O Iced Earth por sua vez, foi em busca de um novo guitar-rista. Após uma audição, a banda recrutou Larry Tarnowski, de Chicago, para substituir Randy. Em junho de 1998 lançam o álbum “Something Wicked This Way Comes”, sendo mais um grande sucesso, este disco chegou à lista dos 20 mais vendidos na Alemanha logo na sua estreia, Uma das músicas mais famosas da banda “Watching Over Me” faz parte deste álbum. A banda, aproveitando a boa maré, sai para mais uma turnê promo-cional referente ao último álbum. Começaram com uma aparição no Dynamo Festival organizado pela gravadora Dynamo Records. A banda também participou de vários festivais famosos na Eu-ropa como o “Bang Your Head” e como headline no reverenciado festival “Wacken Open Air”. O Iced Earth passou também por várias regiões dos EUA, incluindo o festival Milwaukee Metalfest. A turnê também passou pelo Ca-nadá, sendo a primeira vez que a banda se apresentava em terras canadenses. O próximo passo da banda era um álbum ao vivo. Após uma visita a vários lugares, Jon es-colheu a Grécia como o local para a gravação do álbum, devido

Fotos Todd Brown e Robert Zembrzycki

Em junho de 1998 a banda lança o álbum “Something Wicked This Way Comes”... este disco chegou à

lista dos 20 mais ven-didos na Alemanha

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a grande quantidade de fãs que os receberam calorosamente em turnês anteriores, e também por ser um pais cheio de mitologia, um ao vivo em um país como esse poderia destacar a banda. Tocaram por duas noites seguidas na cidade de Atenas, o set list de ambos os shows foi diversificado, afim de que poderiam ter mais de 30 músi-cas a sua disposição para depois lançar um ao vivo. O resultado final desta empreitada foi o álbum “Live In Athenas” lançado em junho de 1999. O álbum mostra um monstruoso desempenho da banda em um show ao vivo. Lançado em diferentes formatos pelo mundo todo, nos EUA foi lançado um CD duplo, na Europa um álbum Triplo, e no Japão foi lançada uma quíntupla de LPs, e continha um vasto conteúdo de músicas do catálogo da banda, incluindo “Dante’s Inferno”, “Travel in Stygian” e a trilogia “Something Wicked This Way Comes”. O dis-co fez tanto sucesso que recebeu disco de ouro na Grécia, algo que não acontecia com uma banda de

Heavy Metal desde “Fear of the Dark” do Iron Maiden em 1992. Após o lançamento do disco Jon decide dar um tempo com a banda para se envolver em um projeto junto a Hansi Kursch, líder do Blind Guardian. O Projeto foi batizado de “Demons & Wiz-ards” e foi resultado de algumas composições que os dois fizeram anos antes. A parceria resultou em um CD de mesmo nome e uma turnê pela Europa, que carregou os fãs das duas bandas por onde passou. Um dos shows desta turnê foi no “Gods of Metal” em Monza, na Itália, onde a banda fez a abertura de um show para o Iron Maiden. Também foram indicados para o Echo Awards na Alemanha. Após o sucesso de “Demons & Wizards” Jon tornou a se focar no próximo álbum do Iced Earth. De volta aos EUA, Jon fez a cirurgia necessária em seu pescoço, e novamente voltou cheio de composições para o próximo álbum. Ele pensou em uma nova temática para o disco, que desta vez seria sobre um filme de terror. Foi uma maneira

da banda se lembrar dos velhos tempos onde o horror era um dos elementos chave do Purgatory, uma vez que os personagens de terror são uma área de interesse pessoal de Jon. O disco foi lan-çado em junho de 2001 e foi tão bem recebido quanto seu anteces-sor, alcançando pela primeira vez na história da banda o 1º lugar em vendas na Grécia e mais uma vez estava entre os 40 mais vendidos na Alemanha e Holanda. O álbum também teve boa repercussão nos EUA, fazendo parte de listas dos álbuns de rock mais vendidos e também conseguiu sua primeira marca na Billboard. A banda se preparava para mais uma turnê quando receberam o convite para tocar junto ao Judas Priest e Megadeth, como o convite do Judas Priest veio primeiro, es-tavam compromissados a cumprir. Quando estava tudo certo para saírem em turnê, um ataque terror-ista no dia 11 de setembro de 2001 faz com que as bandas cancelem a turnê. Meses depois a banda sai na segunda parte da turnê Americana ao lado do Megadeth.

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Nesta época a banda lança o cd “Tribute to the Gods”, um álbum somente com covers de bandas que fazem parte das principais influências da banda como Kiss, Judas Priest, AC/DC, Black Sab-bath e Iron Maiden. Em seguida, lançam também uma Box Set chamada “Dark Genesis” conten-do a primeira demo da banda e os três primeiros álbuns totalmente remixados e remasterizados, com um novo trabalho gráfico. Esses dois álbuns foi a forma ho-menagear seus ídolos e também mostrar ao público o material mais antigo da banda. Após a turnê ao lado do Megadeth e dos lançamentos já citados, Jon e o grupo começam a compor para o próximo álbum da banda, porém os atentados de 11 de setembro mexeram muito com o psicológico dos integrantes do Iced Earth, que ficaram muito ab-alados pela situação que o pais es-tava passando, e o medo de novos ataques crescia em todos. Inspi-rados nesse tema, a banda decide fazer um álbum contando histórias de guerras civis americanas e de outros fatos importantes para o país. Se reuniram para os ensaios e as músicas começavam a ganhar forma, quando o inesperado acon-teceu: a saída de Larry Tarnowski, sem muitas explicações, pegou a banda de surpresa. Foi dito a imp-rensa especializada que Larry era um excelente guitarrista e que era muito jovem e por isso tinha um futuro muito promissor pela frente e que ele ia se dedicar mais aos estudos. Mas, depois foi dito que

Larry saiu da banda porque gos-taria de participar mais das com-posições, o que não se encaixava com a maneira de pensar de Jon. Mas, passado esse problema a banda entrou em estúdio para a gravação do álbum. O guitarrista Ralph Santolla foi convidado para gravar solos de algumas músicas substituindo Larry. Ele já havia tocado na banda Death e era velho conhecido de Jon. As gravações estavam indo de vento em popa, quando começaram a gravar as linhas vocais, a banda sentiu que Mat-they Barlow não estava dando tudo de si nas gravações, o grupo sentiu que ele não estava trans-mitindo seu “feeling”, que podia ser sentido claramente nos álbuns anteriores. Após algumas ses-sões de gravação, Jon resolveu ter uma conversa com Matthey, uma conversa que resultou em uma das piores baixas na formação da banda: A saída de Matthey Bar-low. Ele explicou que não estava saindo da banda por desavenças com seus colegas, mas sim que não queria mais levar a vida que estava levando e que não queria mais se dedicar a música, ele dizia que Heavy Metal, turnê e dis-cos não eram o caminho que ele estava disposto a percorrer. Disse também que queria voltar a estu-dar Direito Civil. Jon que já havia divulgado datas de lançamento para o CD e fechado um grande show no Wacken Open Air em 2003, acabou mudando os planos e cancelando todos os compromis-sos da banda naquele ano, fazendo

com que milhares da fãs ficassem desapontados. Este era um mo-mento de reflexão sobre que rumo tomar para o futuro da banda de agora em diante. O Iced Earth se lança a procura de um novo vocalista a altura de Matthey, quando veio a noticia que Rob Halford estava voltando para o Judas Priest e que consequentemente o vocalista Tim “Ripper” Owens estava fora da banda, mas de uma maneira amigável, tanto pelo lado de Tim tanto pela banda. Mais do que depressa Jon ligou para Tim e lhe ofereceu uma vaga no Iced Earth, o que deixou o vocalista feliz com a noticia, mesmo tendo recém saído do Judas Priest e pensando qual seria a reação do público no geral, e também pelo fato de seu filho ter nascido. Mas ele não demorou muito a se decidir e na semana seguinte retornou a ligação para Jon dizendo que aceitaria o convite da banda para ser o novo vocalista do Iced Earth. Já com Tim em seu posto, a gravadora lança o single “The Reckoning” em novembro de 2003 contendo 4 faixas, uma prévia do que seria o novo álbum com a presença do lendário vocalista. E finalmente em 12 de janeiro de 2004 sai o álbum “The Glorious Burden”. Mais uma vez a banda aposta em um ál-bum conceitual, contando vários momentos da história militar americana como a declaração da independência, a primeira guerra mundial e até os atentados de 11

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de setembro, tudo isso regado a muito Heavy Metal, além da lend-ária voz de Tim “Ripper” Owens. A banda sai mais uma vez em turnê por toda Europa, EUA e Ca-nadá, e tocar ao lado de Tim era um sonho, além de excelente vocalista, Tim era uma grande influência a todos os músicos da banda. Ao final da turnê mais uma mudança na formação da banda acontece com a saída do bateri-sta Richard Christy. Ele decidiu sair da banda para se dedicar a sua carreira de comediante de rádio. Richard é logo substituído por Bobby Jarzombek. Ainda em 2004, lançam uma coletânea dupla contendo 23 faixas remasteriza-das de todas as fases da banda chamada “The Blessed and the Damned”. Em 2007 depois de quase uma década, Jon resolve dar continui-dade a história de “Something Wicked”, canção dividida em três partes que encerrava o disco “Something Wicked This Way”. Em 11 de setembro de 2007 a banda lança “Framing Armagedon”, este álbum teve suas músicas pensadas para a ma-neira de cantar de Ripper, já que o álbum anterior foi originalmente pensado para o vocal de Matthey. O álbum vem repleto de introduções, algumas canções curtas com ritmos tribais e sonori-dades orientais, com muitas vozes de fundo, músicas transmitindo toda uma atmosfera, muito dife-rente dos registros anteriores, demonstrando de forma diferente a maneira de se contar uma epo-peia cósmica dos Setians e do An-ti-Heroi Abominae. Mas, além dos

climas e atmosferas, o disco não deixa de mostrar o peso e veloci-dade, mesmo com toda atenção focada na parte épica e conceitual, é natural que a força do Heavy Metal seja ofuscada. Esse fato fez com que alguns fãs antigos repro-vassem o álbum que contava em sua gravação instrumentos não característicos do Heavy Metal como o Hammond usado na faixa “The Domino Decree”. Quando Matthey saiu da banda, tornou-se oficial de polícia em Georgetown, lá ele desenvol-via um trabalho de orientação a crianças e adolescentes na escola com a banda First State Force Band, que era composta por ofi-ciais de polícia de outros departa-mentos. Em abril de 2007 Mat-they volta definitivamente para a música com a banda Pyramaze, mas só entrou para banda porque ainda nos palcos poderia continuar na polícia. Enquanto isso o Iced Earth estava em turnê pela Europa, e o assunto entre os fãs não era outro: a falta que estava fazendo Matthey Barlow. Mesmo a banda contando com um grande vo-calista como Tim, a voz do Iced Earth para muitos fãs continuava a ser de Matthey. Após o fim da turnê europeia para promoção do álbum “Framing Armagedon”, Jon decide ligar para Matthey e depois de uma longa conversa, veio a notícia que todos os fãs espera-vam: Matthey estava de volta para o Iced Earth. Consequentemente Tim estava fora da banda, apesar desta notícia ter pego o lendário vocalista de surpresa, sua saída da banda aconteceu de forma amigável, disse ele mais tarde que as coisas não deveriam acontecer dessa forma, mas que não guarda nenhum tipo de ressentimento com a banda. A banda entra mais uma vez em estúdio para contar a

última parte da trilogia “Someting Wicked”. O álbum é lançado em 2008 sob o título de “The Crucible Man”, seguindo a mesma linha do seu anteces-sor, com vários elementos, como no disco anterior o peso não prevalece na maioria das músi-cas, mas ainda assim pode-se ver riffs furiosos em músicas como “Behold the Wicked Child”. No álbum vários elementos como sinos, corais, e violinos podem ser claramente ouvidos entre uma música e outra, mostrando uma fase experimental que a banda está passando, mas sem deixar as suas principais características. O vocal de Matthey Barlow é bem característico e marcante em todas as músicas, sejam elas mais leves ou mais pesadas. Após o lançamento a banda sai em turnê mundial para a promoção do álbum, percor-rendo os EUA, Europa e Países da América do sul, incluindo o Bra-sil, que recebeu a banda com duas datas: uma em São Paulo e outra em Curitiba. Os dias 06 e 07 de fevereiro eram as duas datas mais esperadas pelos fãs brasileiros do Iced Earth, já que pela primeira vez a banda iria se apresentar em solo brasileiro. Em ambos os shows tiveram grande receptivi-dade por parte dos fãs. No show do Via Funchal iniciado com a introdução “In Sacred Flames”, no refrão de algumas músicas, a voz de Matthey ficava encoberta pelo coral incansável dos fãs. Mostra-ram que estavam com o mesmo gás de quase 25 anos atrás, nos resta agora esperar pelo próximo álbum e pelo próximo show.

Texto: Gabriel Gardini Fonte: Wikipedia

Imagens: www.icedearth.com

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coisas estranhas acontecem...

CURIOSIDADES Se você lembra de algum fato curioso no mundo do rock envie um e-mail para nossa redação (rockpost@rockpost.

com.br) com seu texto.

• Randy Rhoads só viajava de ônibus, pois tinha medo de avião. Sua morte ocorreu dentro de um ônibus atingido por um avião. • A hippie Janis Joplin quando apresentada ao empresário de Bob Dylan caiu dura no chão, num estado deplorável de embriaguez. Foi contratada no dia seguinte. • Em função da situação precária em seu início, a banda Cafe Racers decidiu mudar seu nome para Dire Straits, que significa “finanças em ruínas”.

Fonte: jovempanfm.virgula.uol.com.br/musica

• John Bonham, baterista do Led Zepelin, morreu sufocado pelo próprio vômito após consumir 40 doses de vod-ca com suco de laranja acompanhadas de três enroladinhos de presunto.

• Para gravar a canção "Good Vibrations", de cerca de três minutos de duração, The Beach Boys gastaram 4.320 horas (cerca de seis meses), tendo passado por dez estúdios diferentes!

• Ao ser internado pela primeira vez na clínica de desintoxicação Betty Ford Center (não tendo sido avisado que se tratava de uma clínica de desintoxi-cação) a primeira pergunta de Ozzy Osbourne ao chegar ao local foi "Aonde fica o bar?"

• As crianças que cantam em "An-other Brick in the Wall, Part 2" do álbum "The Wall" do Pink Floyd eram estudantes em uma escola vizinha do estúdio. Cada uma delas recebeu uma cópia do álbum como pagamento.

• Originalmente o álbum de estreia do Metallica deveria se chamar "Metal Up Your Ass". Entretanto, a gravadora não concordou com este nome, então a banda mudou-o para "Kill 'Em All", que de acordo com os membros do grupo, era exatamente o que eles tinham vontade de fazer com os caras da gravadora.

12 Rock Post - Abril 2010

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Andrea Amorim

De Pernambuco ao Programa do Jô,

Andrea por onde passa deixa um

pouco do seu rock lírico.

Natural de Garanhuns, interior de Pernambuco, a vocalista de rock lírico Andrea Amorim, participa este mês de nossa edição em uma super entrevista contando sobre como tudo começou até a sua participação no Programa do JÕ Soares, transmitido pela Rede Globo. Andrea já gravou quatro CD´s (Cúmulo - 2006, Amuleto - 2007, Milagre – 2008 e Frag-mentos - 2009), com canções assinadas por ela mesma. A can-tora também participou e ganhou prêmios em vários festivais com suas músicas que agora chegam a várias partes do país e se dirigem a um público misto. Graduada em jornalismo, Andrea mostra que tem personalidade e que seu lugar é nos palcos. Sua trajetória não foi fácil, como não é para nenhum músico, e hoje, ela consegue expressar em sua música tudo que sempre alme-jou. Na entrevista a cantora fala sobre este caminho percorrido até aqui, confira!

Entrevista: Andrea Amorim

Rock Post: Olá Andrea, em nome da revista Rock Post te agradeço por nos conceder esta entrevista e trazer um pouco mais do seu trabalho para nos-sas páginas.Andrea: Eu que agradeço. É uma honra pra mim. Rock Post: Em primeiro lugar gostaria que você comentasse como começou sua carreira e como foi fazer esta junção do rock com o lírico?Andrea: Eu sempre gostei de música lírica, desde pequena, mas não tinha acesso. Quando eu estava com 13 anos, conheci o rock e me interessei por música, de tal forma que comecei a apren-der a tocar violão e a compor, e já nas primeiras músicas eu inseria alguns vocais líricos em algumas pequenas partes. Com 19 anos, participei da minha primeira banda na minha cidade Garan-

huns e aos poucos fui tentando fazer evoluir esse estilo. Só que eu imaginava que já existiam milhões de pessoas fazendo isso no Brasil e depois eu descobri que não. Enfrentei muito preconceito e estranheza por parte de muitas pessoas, mas nunca deixei de acreditar na minha verdade. Aos poucos, fui conquistando meu es-paço e ganhando alguns festivais de música em Pernambuco, o que veio a concretizar meu trabalho, ao longo desses 11 anos. Hoje sou feliz porque faço o que eu amo. Costumo dizer que esse estilo foi nascendo naturalmente com o meu amadurecimento musical e pessoal e eu não saberia fazer outra coisa.

Rock Post: Que influências mu-sicais fazem parte de sua vida? Cite algum artista que você tem ouvido recentemente.Andrea: Minhas influências são muito diversificadas. Além de rock, eu escuto desde MPB à

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Por Fernanda Duarte

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música erudita. Elas vão desde Renato Russo, que fez com que eu despertasse meu lado composi-tora, até Maria Callas - minha inspiração na música erudita. Mesmo com meu pouco ou quase nenhum conhecimento musical, procuro respirar a música com a minha sensibilidade. Recente-mente e sempre escuto Callas.

Rock Post: Você acaba de lançar seu álbum “Ao meio por in-teiro!”. Fale um pouco sobre a produção do álbum, a temática das canções...Andrea: O CD Ao meio por in-teiro está sendo produzido desde novembro e agora em março fica pronto. Na produção, tivemos o envolvimento de alguns amigos. Primeiro surgiu a ideia de colo-carmos para o público do sudeste músicas minhas que já tínhamos gravado em CD’s anteriores, mas que não eram conhecidas. Não é uma coletânea e sim músi-cas com uma nova roupagem. As músicas são todas compos-tas por mim e, nesse trabalho, os arranjos ficaram por conta de Marcos Cabral (guitarrista pernmabucano),além de Joãoz-inho Souza, Daniel Figueiredo e Joel Terinha que são músicos que me acompanham em São Paulo. Convidamos para participar desse trabalho, músicos que respeitam e gostam do meu trabalho, como foi o caso de Roberto Menescal que está participando tocando violão na música Penso, logo insisto e Nil Bernardes, na música Cúmulo. Quanto à temática das

minhas músicas, ela sai um pouco do óbvio, e adentra no mundo das metáforas, o que possibilita várias formas de interpretação.

Rock Post: Quando você realiza shows pelo Brasil, tem perce-bido um público específico ou há uma mistura da galera que curte seu som?Andrea: Graças a Deus, per-cebo um público diversificado nas minhas apresentações, e isso me faz muito feliz, porque o meu intuito dentro da música é justa-mente abranger o maior número de pessoas, de todos os gostos, de todas as idades e de todos os níveis, pois minha forma de compor não é específica. Procuro falar de sentimentos, mágoas, anseios e sensações inconscien-tes que ladeiam a nossa vida em todos os momentos. Rock Post: Você foi entrevis-tada no Programa do Jô (Rede Globo), em setembro passado, e sabemos que é um programa de grande público. Como surgiu este convite e como foi partici-par do programa? Andrea: Foi um sonho participar do Jô Soares. Certamente um dos dias mais felizes da minha vida. O convite surgiu depois de meu produtor deixar meu material na Globo São Paulo, o qual foi analisado. Duas semanas depois, nos ligaram e eu fiquei sabendo dessa grande conquista.

Rock Post: Quais seus planos para 2010, além da divulgação do novo CD?Andrea: Pretendo gravar um DVD e tentar fazer com que a minha música chegue a mais lugares possíveis. Quero que as pessoas conheçam o meu trab-alho e na medida do possível, o reconheçam. Não existe melhor recompensa para o artista do que o reconhecimento.

Rock Post: Andrea foi um prazer poder entrevistá-la e saber um pouco mais sobre essa carreira que nasceu no Nordeste e vem conquistando o Brasil. Fique a vontade para enviar sua mensagem aos fãs e leitores da Rock Post...Andrea: Somente tenho a agra-decer pelo carinho que pessoas de todo o Brasil têm me rece-bido e me tratado. Agradeço, em especial, à equipe da Rock Post pela oportunidade. Espero que os leitores dessa grande revista con-heçam um pouco meu trabalho, que é feito com toda a sinceridade da minha alma. Muita luz e um forte abraço pra todo mundo!

Imagens: Divulgação

www.andreaamorim.com.br

www.myspace.com/andreaamorim

Abril 2010 - Rock Post 15

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BIOGRAFIA JOURNEY Por: André Luis

Columbia, trazia Steve Smith no lugar de Aynslay Dunbar e foi bem impulsionado pelo single "Lovin', Touchin', Squeezin'" , superado anos mais tarde pelo hino dos anos 80 "Don't Stop Believin”. Em 1980 com o mesmo line-up a banda lança em 23 de março Departure que seguia da turnê do ao vivo “Capture” lançado em fevereiro daquele ano, ambos pela Columbia, parceria essa que duraria ate o álbum Trial by Fire de 1996.Desgastado pelas frequentes turnês, Rollie sai da ban-da dando lugar a Jonathan Cain. Com isso o ápice da carreira do Journey veio a seguir com o lançamen-to de Escape em 31 de julho de 1981. Recheado de hits, o álbum chegou nos primeiros lugares dos charts americanos uma posição acima de seu sucessor o multi-platinado “Frontiers”, lançado em 22 de fever-eiro de 1983.

Em 1971 o jovem Americano Gregg Rolie (teclado e vocal) estava insatisfeito com Carlos San-tana e resolve deixar sua banda. Pouco tempo depois, seu parceiro de banda, o guitarrista Neal Schon, toma a mesma decisão. Ambos haviam acabado de gravar Santana 3, uma obra prima do guitarrista latino Carlos Santana. Neste momento aparece Walter Herbie, em-presário de Santana que havia se tornado amigo de Schon, e sugere ao amigo formar uma nova banda. O empresário convida George Tickner para a guitarra, Prairie Prince como baterista e Ross Valori no baixo. Para o posto de vocalista lembrou do amigo Gregg que aceitou na hora. Estava formado em São Fran-cisco Golden Gate Rhythm Section. Após as grava-ções de algumas demo-tapes a banda resolve mudar o nome e assim nasceu o Journey no inicio de 1973. Prince resolve deixar a banda antes mesmo do primeiro registro, dando lugar para Aynsley Dunbar que participou do primeiro lançamento da banda, o autointi-tulado e ótimo Journey em 1975, pela Columbia Records. Musical-mente o álbum contêm influências de rock, jazz e progressivo, algo bem diferente do que a banda faria nos anos 80, a banda faria algo semelhante nos álbuns Look into the Future de 1976, também lançado pela Columbia, e Next lançado em 1977 pela Columbia. Nessa fase o Journey era um quarteto com a saída de Tickner. Com vendagens apenas medi-anas a banda fez novas alterações em seu line up. O vocalista Robert Fleischman chegou a ser contratado mas durou muito pouco tempo gravan-do apenas a música “For You” lançada muito tempo depois no Boxset Time 3. Para seu lugar chamaram Steve Perry que gravou seu primeiro álbum ao lado do Journey em 1978, Infinity, lançado mais uma vez pela Columbia e que seria o último com o baterista Aynsley Dunbar. O novo disco contava com uma so-noridade diferente dos outros trabalhos, mais acessív-el, mais melódico e menos experimental, o sucesso comercial foi crescente. Evolution, lançado em abril de 1979 pela

Mais mudanças viriam na formação, Ross Valory e Steve Smith deixam surpreendente-mente a banda, antes das grava-ções de Reised on Radio de 1986. Chamados apenas para essa épo-ca, Larrie Londie bateria e Randy Jackson baixo e vocal, mesmo com o sucesso do álbum, Perry

que havia assumido o controle total do grupo decide dar fins as atividades da banda. Após um hiato de dez anos, a banda volta a ativa com sua formação de maior sucesso: Steve Perry, Neal Schon, Jonathan Cain, Steve Smith e Ross Valory, com o lançamento de Tri-al by Fire, em 22 de outubro de 1996

pela Columbia, houve grandes vendagens logo na primeira semana de lançamento. Mas como nem tudo foram flores para Steve Perry no Journey , o mesmo precisou sair por motivos de saúde (Perry sofreu um acidente no Hawai enquanto praticava alpinismo e machucou-se seriamente, estava sofrendo de artrite devido ao acidente e precisava urgente de cirurgia) portanto, foi substituído por Steve Augeri do Tyketto (uma ótima banda de hard rock) para a turnê do disco.Uma outra mudança foi a entrada do baterista Deen Castronovo no lugar de Steve Smith. Com esse line-up a banda lançou “Remember

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Fonte Texto: dontstopbelievinblog.blogspot.com Wikipedia

pode conferir Soto no Bootleg Live in Atlanta (2006). Soto fez uma ótima participação com excelentes vo-calizações para clássicos como Separete Ways, Don’t Stop Believin e Stone in Love.” Com a saida de Soto a banda recruta Arnel Pineda, ex Zôo. Agora pela Universal Music eles lan-çam Revelation, em 3 de junho de 2008, com Arnel Pineda nos vocais, Neal Schon na guitarra, Ross Val-ory no baixo, Deen Castronovo na bateria e Jonathan Cain no teclado. Em recente entrevista, Neal chegou a declarar que esse é o seu melhor lançamento desde Frontiers em 1983. Atualmente a banda está trabalhando em uma bem sucedida turnê pelos Estados Unidos que ocu-para todo o mês de março. Agora ficamos na torcida por um novo álbum e aproveitam para curtir os velhos clássicos.

Me” que teve grande explosão como trilha sonora do filme Armageddon. Em 2006, Steve Augeri foi obrigado a sair do Journey, após o lançamento de Generations em 29 de agosto de 2005, que obteve boas vendas o primeiro trabalho pela Frontiers, sedendo seu lugar tempo-rariamente a Jeff Scot Soto (ex Axel Rudi Pell, Yn-gwye Mamlsteein, Talisman) e que teve uma carreira solo brilhante. No entanto, desde que Soto entrou e começou a cantar os clássicos da banda na bem su-cedida turnê com o Def Leppard, sabia-se que a volta de Augeri era impossível. Jonathan Cain falou para a Show Bizz sobre a saída de Soto: “Desejamos toda sorte para ele, apenas quería-mos seguir uma direção sonora diferente, estamos interessados em nosso legado, agora queremos soar como nossos discos, como os 65 milhões que estão mundo afora se referindo aos álbuns vendidos. Você

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www.journeymusic.com

Imagens: dontstopbelievinblog.blogspot.com

Formação da banda com Arnel Pineda no vocal

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Setembro 2009 - Rock Post 21

GAMMA RAY NO BRASIL EM MAIO Os alemães do Gamma Ray passarão pelo Bra-sil em maio para uma única apresentação. O ex-helloween Kay Hansen e sua trupe estão di-vulgando através da agenda no MySpace que trarão a nova turnê para a América do Sul. O show na capital paulista será no dia 09 de maio no Santana Hall, os ingressos já estão a venda

MEGADETH TAMBÉM NO BRASIL

CONFIRMADA NOVA DATA PARA SHOW DO GUNS NO RIO DE JANEIRO Após a tempestade que fez com que o show do Guns fosse cancelado no Rio de janeiro, os fãs do Guns N’Roses da cidade maravilhosa já po-dem comemorar. A banda e a TIME FOR FUN têm grande prazer em anunciar um novo show no local. A apresentação está confirmada para dia 04 de abril (domingo). E para maior alegria

Quer colaborar? Envie notícias para [email protected]

e você pode ter mais informações no site www.radiocorsario.com.br . Segundo a agenda da banda, a turnê pela América do Sul começa em 30 de abril com um show em Bogotá, na Colômbia. Depois o grupo se apresentará no Equador, Peru, Chile, Argentina e, finalmente, Brasil.

dos fãs Sebastian Bach acaba de confirmar que fará a abertura do show no Rio de Janeiro. “Nós fizemos quatro grandes shows no Brasil e voltaremos para completar a turnê com a apresentação do Rio de Janeiro, onde tocamos pela última vez em 2001. Os fãs podem se preparar”, afirma convicto Axel Rose.

Abril 2010 - Rock Post 19

Dave Mustaine traz sua banda para apresen-tações no Brasil e passará por várias cidades tocando o álbum “Rust in Peace” na íntegra, segundo afirmações do próprio Dave. A turnê passará pelas cidades abaixo nas seguintes da-tas, e nos sites você confere detalhes sobre os ingressos: 20/04/2010 - Recife/PE www.ticketsforfun.com.br 22/04/2010 - Brasília/DF www.ticketsforfun.com.br 24/04/2010 - São Paulo/SP www.ticketsforfun.com.br 26/04/2010 - Porto Alegre/RS www.pepsionstage.com.br

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EVENTOS

Quer divulgar seu evento também? Envie seu flyer

para [email protected] e o flyer poderá ser publicado tanto

na revista quanto no site. Faça seu

evento ficar conhe-cido no Brasil todo através de nossa

revista.

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Rock Post: Olá Drenna, é um prazer enorme poder entrevistá-la e ver como a força jovem vem acrescentando muito ao cenário nacional, com esta entrevista poderemos levar aos leitores um pouco mais de sua car-

reira e seu projeto.

Rock Post: Você é uma cantora muito jovem e deve ter começado cedo na música. Quando foi que você decidiu: “Quero tocar e cantar”?

Drenna: Foi quando entrei pra Escola de Música Villa Lobos. Lá tive a opor-tunidade de fazer algumas práticas de conjunto, como formar uma banda tem-porária pra tocar no final do semestre. No início eu só tocava guitarra e assim

que saí da Escola participei de algumas bandas apenas como guitarrista. Depois comecei a escrever minhas letras, e aprender a cantar

foi conseqüência, hoje em dia não me vejo mais sem cantar.

Rock Post: Quais são as influências musicais que você carrega e, você se utiliza delas na hora de criar suas

composições?Drenna: Bom, comecei ouvindo Guns n’ Roses, Aero-smith, Perl Jam, mas hoje em dia ouço rock anos 70 como: Led Zeppelin, The Jefferson Airplane, Lynyrd

Skynyrd, e rock nacional como: Raul Seixas, Paralamas, Nando Reis.

Na hora de compor, sim, sempre utilizo essas bandas como referência, mas as experiências

pessoais que são minha maior fonte de inspi-ração.

Rock Post: Seu debut álbum foi lançado agora em 2010 e teve nomes importantes

envolvidos como Marcelo Yuka e Fred Inglez. Como foi realizar este trabalho independente e poder contar com pes-

soas de talento te auxiliando?Drenna: Pessoas experientes te dão out-ras visões, outras perspectivas auditivas, contar com pessoas que têm o que acres-

centar no seu trabalho é realmente mara-vilhoso.

Estávamos buscando exatamente isso, quali-dade na gravação e outros pontos de vistas

A carioca Drenna, que recentemente lançou o seu primeiro álbum, autointitulado, numa produção independente, veio figurar aqui em nossas páginas e contar mais sobre sua carreira, seus projetos e falar sobre este recente trabalho. O

álbum foi gravado no estúdio Observatório dos Ecos, do músico Marcelo

DRENNA O CHARME A SERVIÇO DO ROCK

Yuka, e contou com nomes importantes da cena do rock nacional em par-ticipações especialissímas na produção musical. O trabalho que levou quase

um ano para ser produzido foi muito aguardado pela cantora e pelos fãs que a acompanham. Confira este bate-papo super legal com Drenna.

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e fomos presenteados com a am-izade do Fred que produziu o disco e com a participação mais que especial do Yuka que colocou um teclado muito bonito na música “gelo coração”. Rock Post: Hoje já não temos um cenário muito favorável en-tre bandas e gravadoras, por isso que a cena independente vem crescendo. Você acha que esta forma independente de trabal-har influencia no som que temos hoje em geral?Drenna: Com certeza, por que as bandas de forma independentes são mais livres, podem investir e arriscar no que elas acreditam, sendo popular ou não. Às vezes dá certo às vezes não. Mas o impor-tante é que hoje em dia a liberdade de expressão do artista é muito maior do que há 10 anos atrás. Rock Post: Quanto a shows,

como você vê este segmento no Brasil? É complicado ser inde-pendente e conseguir shows por contra própria?Drenna: Não é difícil não, tem que ter estratégia. Uma boa assesso-ria de imprensa, um trabalho de qualidade, cd, release, videoclipe, ter uma boa estrutura de banda. Isso te proporciona maior credi-bilidade e visibilidade perante aos produtores, tornando mais fácil, fechar shows e fechar eventos. Rock Post: Mais planos para 2010...Drenna: Trabalhar na divulgação do disco, terminar nosso vídeo cli-pe, fechar uma turnê que envolva interior do Rio, Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul e tentar agru-par boas parcerias.

Rock Post: Drenna agradeço em nome da Revista Rock Post por nos conceder esta entrevista

e deixo o espaço agora em suas mãos...Drenna: Eu que agradeço o espa-ço concedido. É muito importante o espaço que a revista dá para os novos artistas, fiquei muito feliz com esse papo até por que sou uma leitora assídua da Rock Post. Que-ro deixar aqui o convite para todos os leitores conhecerem nosso som e saberem das novidades. Vocês podem ouvir uma prévia do disco no Myspace www.myspace.com/drennarock. Deixem suas men-sagens e comentários. Gostamos muito de ouvir e trocar informa-ções com fãs. E para quem adora twittar, não deixe de nos seguir no @Drenna_rock. Além do Myspace e Twitter estamos em todos os can-tos da internet. Vai lá procurar pela gente! Um beijo para todos e muito rock, sempre!

www.myspace.com/drennarockAcesse:

Abril 2010 - Rock Post 23

Drenna em show acompanhada por seus músicos de apoio.

Entrevista por Fernanda Duarte

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COLUNAPor João Messias (THE ROCKER)

Entrevista – Sérgio Heepster

Nesse universo do Rock And Roll, muitas pessoas conhecem as bandas, que são grande parte no meio, mas muitos esquecem que existe uma gama imensa de pessoas que colaboram para que elas possam "acontecer", desde os roadies, empresários (alguns), fãs, e principalmente os donos dos bares, que aguentam esse povo no maior alto astral! E nesta edição resolvi fazer algo diferente, trazendo uma pessoa deste segmento, estou falando de Sérgio Heepster, proprietário do bar A Gruta, que fica localizado no Centro de Santo André, que já é um point fiel dos fãs do estilo. Nesta exclusiva para a Rock Post, foram abordados assuntos sobre gostos musicais, bandas favoritas e claro o porquê de abrir um espaço destinado ao rock. Confiram:

The Rocker: Olá Sérgio, é um grande prazer entrev-istá-lo! Conte-nos como surgiu a oportunidade de montar um bar especializado em rock/metal e num empreendimento que fundem gostos e trabalhos, como é possível separar o lado profissional e pessoal?Sérgio Heepster: Eu sempre trabalhei em empresas na área de engenharia, porém sempre tive vontade de mon-tar um bar Rock’n Roll, claro, em função da paixão pela música e também por gostar muito de me reunir com os amigos e bater um bom papo regado a uma boa cerveja. Há 10 anos atrás eu cheguei muito perto de realizar esse sonho, porém em função de alguns problemas na época, esse sonho veio se concretizar apenas 6 anos depois, quando eu montei A GRUTA. A concretização

desse sonho se deu através de muito amor ao Rock’n Roll aliado a muita determinação e trabalho. Quanto a separar o lado profissional do pessoal, quando se trab-alha no que gosta, elas se fundem em sua vida não hav-endo mais a necessidade de separar uma coisa da outra. The Rocker: O bar fica bem localizado no centro da cidade, mas não fica próximo de nenhuma casa de shows de rock. Qual o lado positivo e negativo do es-tabelecimento estar situado um ponto distante das casas de espetáculos?Sérgio: O lado positivo é de se criar uma clientela fiel ao conceito do bar. O lado negativo talvez seja não ter

Sérgio Heepster

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E nesta edição resolvi fazer algo diferente, trazendo uma pessoa deste segmento, estou falando de Sérgio Heepster, proprietário do bar A Gruta, que fica localizado no Centro de Santo André, que já é um point fiel dos fãs do estilo. Nesta exclusiva para a Rock Post, foram abordados assuntos sobre gostos musicais, bandas favoritas e claro o porquê de abrir um espaço destinado ao rock. Confiram:

a publicidade sem custos que se teria se a casa fosse ao lado de uma casa de espetáculos. The Rocker: Visto que é um estabelecimento de rock, qual é o público que mais comparece a casa? O pes-soal "das antigas" ou o pessoal mais jovem?Sérgio: Ambos, mas um pouco mais para a galera por volta dos 30/40 anos, talvez porque a sonoridade do bar se concentre mais nos anos 70/80. The Rocker: E além de empreendedor, você é um grande fã de Heavy Metal, queria que você comen-tasse seus álbuns e bandas favoritas e a sua opinião sobre o futuro da música "física"(CD'S/DVD'S).Sérgio: Top 5 Álbuns: Powerslave (Iron Maiden), War-riors of the World (Manowar), Into the Mirror Black (Sanctuary), Balls to the Wall (Accept) e Between the Walls (Axel Rudi Pell).Top 5 Bandas: Iron Maiden, Manowar, Uriah Heep, Black Sabbath e Survivor.Eu sou um adepto total da música física (CD’s/DVD’s), pois gosto dos encartes e das embalagens. Mas o que gera um enorme transtorno com relação a música física são os volumes gerados pela enorme quantidade de cd’s e dvd’s e consequêntemente para armazená-los. Já na música “virtual”, consegue-se armazenar 25000 músi-cas em um Ipod. Não sei responder o destino da música física, mas uma coisa é fato, cada vez vai perder mais espaço. The Rocker: E acredito que nestes anos você tenha muita história para contar. Há alguma história que marcou a história do A Gruta?Sérgio: Não, nada de extraordinário, fora o cotidiano normal, que já é uma história engraçada, (risos)! The Rocker: Além da música e dos serviços do esta-belecimento, você promove alguns shows acústicos. Como é manter este tipo de entretenimento, e quais os resultados?, Sérgio: Os shows acústicos são na verdade uma real-ização pessoal minha, como cantor amador, de fazer versões acústicas para músicas do Blues/Rock/Heavy. E claro, conseqüentemente promover o bar. The Rocker: Um dos dias que de certa forma de-ixaram o A Gruta mais conhecido fora com uma noite em que o pessoal das bandas holandesas God Dethroned e Elexorien aportaram para bater um papo com os fãs e claro, conhecer as bebidas nacio-nais. Como surgiu a oportunidade de promover a vinda das bandas e se você já havia feito este tipo de evento antes?Sérgio: Não, nunca havia feito. A oportunidade se deu através de um cliente do bar que organizou a vinda deles ao Brasil.

The Rocker: Nesta questão citarei alguns ícones de muitos rockers e queria sua opinião a cada um deles: Galeria do Rock, Ufologia, Futebol e Revista Rock Brigade.Sérgio: • Galeria do Rock: Maior centro comercial de Rock’n Roll que eu já conheci e acredito que é um dos maiores do Mundo. Lugar mágico!!! Freqüento a Gale-ria assíduamente desde meus 14 anos até hoje, com 34 anos!• Ufologia: Acredito que há vida fora da Terra, e que em um momento que eles julgarem oportuno se revelarão à nós. Não acredito que há evidência física que constate essa veracidade, como área 51 ou captura do ET de Varginha.• Futebol: A coisa mais importante das menos importantes. Uma diversão, nada mais!• Revista Rock Brigade: Uma GRANDE revista, com uma história incrível, que eu colecionei muito! Porém hoje, já não tem a mesma qualidade de outros tempos. The Rocker: Para encerrar: conte-nos (se possível) as músicas que você mais gosta de ouvir no bar e as que menos gosta!Sérgio: Tudo dentro do BOM Rock’n Roll, desde a raiz Blues ao Rock/Hard/Heavy! The Rocker: Obrigado pela entrevista! Deixe uma mensagem para os leitores da Revista Rock Post!Sérgio: Eu que agradeço a oportunidade da entrevista, e muita saúde e Rock’n Roll à todos!

Endereço: Rua. Cel Abílio Soares, 426 Sto. André – Centro (Travessa da Perimetral em frente a Tintas

MC)Tel: (11) 44367828

Sobre o Colunista: João Messias THE ROCKER é formado em Publicidade e Propagande e foi editor dos fan-zines Clepsidra e Da Pacem Domine. Atualmente está no primeiro ano de

Jornalismo e edita o fanzine New Horizons, e desde janeiro de 2010 está na Revista Rock Post.Também escreve colunas para os portais Scypher Magazine, Rede Ultra e Rádio Shock Box, além de ser um apaixonado por todos os estilos do rock, desde o metal extremo de bandas como Unleashed, Morbid Angel e Mortification a bandas pop dos anos 80 como Debbie Gibson e Paula Abdul, tudo envolto em nu-ances Thrash, Hard, Prog e todos os estilos musicais que o rock possa agrupar!

Abril 2010 - Rock Post 25

Page 28: Revista Rock Post 16º ed. - Abril 2010

A Dynamus nasceu em 2004, na cidade de Valença/BA, como um quinteto: Eldo Luiz (Vocal), Aislan França (Bateria) – Funda-dores originais – João Reis (Guitarra) , Le-andro Duarte (Guitarra) e Cosme Novais (Baixo). Após algumas apresentações no interior do estado a primeira formação é dis-solvida. Entra uma nova dupla de guitarras: Darlan Pinto e Kiko Vay assumem o carga. No fim de 2004 gravam o primeiro registro. Uma demo com 5 músicas intitulada Acel-dama ... lands of blood- Aceldama significa terras de sangue, onde , conta a historia, se-ria o local do suicídio de Judas-. Com esse

releasessua banda em destaque

A Rock Post volta com a seção Releases para dar espaço as ban-

das nacionais e promover o Underground sempre. Envie o release

da sua banda para sair aqui nas páginas da Rock Post para o e-mail

[email protected] .

registro conseguem apresentar-se fora do estado da Bahia em alguns festivais com bandas de nome da cena metal nordestina como Insantification, Ungodly e Headhunter D.C, alem de outras do sul, The Joke?, Trino e Confronto. Por motivos pessoais, a banda volta a se desestabiliza em meados de 2005, alguns integrantes voltaram-se ao trabalho e outros, ao acessarem, a faculdade puderam mais dedicar mais seu tempo a Dynamus. No fim de 2005 a banda entra em férias indeterminadas. Eldo Luiz muda-se para Salvador e ali em 2007 reúne dois amigos e começa cogitar a volta da banda. No inicio de 2008 a volta, e agora como um trio. Nessa rápida passagem apresentam-se apenas três vezes e no inicio de 2009 Ticiano Lima assume o posto de contrabaixista do grupo. Em 2009 gravam e lançam pelo selo Os quinze Records o EP Nosce te ipsum – Conheça a ti mesmo em latim, frase do filosofo F. Nietszche do livro Alem do bem e do mal. Em 2009 a formação é a seguinte: Eldo Luiz (Guitarra/Vocal), Amarildo Santos (Bateria) e Ticiano Lima (Baixo). Nosce te ipsum tem cinco faixas, todas de autoria da banda.

Perfil Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?rl=mp&uid=2230950149376668281

Site: http://www.dynamus.tk

Form Spring Me : http://www.formspring.me/dynamusrock

Palco mp3: http://palcomp3.com/dynamus

Trama virtual: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=96089

Myspace: www.myspace.com/dynamusxxx

Flirck: http://www.flickr.com/photos/43854861@N05

Msn:[email protected]

e-mail: [email protected]

Dynamus

26 Rock Post - Abril 2010

Page 29: Revista Rock Post 16º ed. - Abril 2010

Mais forte que nunca na cena mu-sical, a banda Burning Brains The

releasessua banda em destaque

Band, de volta com a proposta de mostrar um bom hard rock, com fiffs pesados, e baladas românticas, trazendo junto as influências de bandas como : Ratt, Dokken, Keel, Wasp, AC/DC, Ozzy Osbourne, Judas Priest. A banda surgiu no ano de 2005 com várias apresenta-ções e abrindo grandes shows de bandas como Dr. Sin e Angra, conquistando fãs e tendo o seu lugar na cena musical de Belém. Com nova formação, a banda conta com JR.THUNDER - Vocal, NELSON TORRES- Bass, Guitar and Drums. As canções da banda trazem a re-alidade do dia-a-dia, e nunca esquecendo as baladas românticas, o que mostra a verdadeira história de uma banda de hard rock.

Contato: [email protected]

Links http://www.trifame.com/VoteEntry.aspx?v=19354

http://www.trifame.com/VoteEntry.aspx?v=19353

www.jamwave.com/burningbrainstheband

www.palcomp3.com.br/burningbrainstheband1

Burning Brains The Band

O conteúdo publicado nesta seção é fornecido pelas bandas e não sofrem qualquer tipo de alteração.

Alcyete Caracciolo (minha esposa), está ao meu lado como letrista da banda, e em cada letra, a força de um bom e velho Rock and Roll. Stay metal and long live rock and roll.

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venda em shows, venda direta através do site. A maioria dos trabalhos a gente acaba se envolvendo um pouco na produção. Tem coisa que a gente faz na gravação, na captação, mas como conhecemos muitos amigos que produzem e cada banda já tem seu próprio produtor, nós ajudamos na parte de gravação e divulgação, até mesmo na orientação de carreira. Por exemplo, o Binário lançou um DVD de forma promocional, que foi gravado todo ao vivo. Tudo está crescendo e esperamos continuar lançan-do coisas novas que estão acontecendo, principal-mente no Rio, que é a cidade que moramos e onde a gente acaba tendo contato diário com as bandas, músicos e projetos. RP – Como é feita a escolha dos artistas para gra-vadora?

Entrevista Paulo Monte – Bolacha Discos

Selo independente lança artistas novos no Rio

Entrevista: Renata BrantFotos: Divulgação

O Bolacha Discos é um selo interdependente radica-do no Rio de Janeiro criado e gerenciado por músi-cos, DJs e produtores, uma equipe ligada à música em todos os seus estágios. O Bolacha acredita em artistas pro ativos, que tomam as rédeas de sua produção, permitindo a eles um produto democrático e acessível, distribuído na rede de shows das bandas por módicos R$ 5,00. Criando uma maior circulação dos títulos e um diálogo maior entre os diferentes estilos que passeiam por seu catálogo. E foi durante o Festival Grito Rock 2010, que encontramos com um dos sócios da Bolacha no Circo Voa-dor. Cenário perfeito para uma boa conversa com Paulo Monte. RockPost – Quando e como surgiu a Bola-cha Discos?Paulo Monte – A Bola-cha é um selo indepen-dente que existe desde 2006, um selo do Rio. Temos pretensão de trabalhar com artistas a nível nacio-nal, mas nosso repertório é mais de artistas do Rio. Começou com o disco da banda Binário, que é do meu sócio Bernardo Palmeira, baterista da banda. Nós lançamos o primeiro disco e depois começamos a lançar discos de trabalhos de amigos. Agora são 15 projetos, sendo que 12 deles estão em catálogo. Tem dois discos do Songoro Cosongo, também tem dois do Binário e agora fizemos o lançamento do disco da Letuce. Estamos ganhando volume, e espe-ramos ficar ocupando esse território independente e ajudando as bandas a darem um salto na carreira. RP – Como é feita a distribuição dos discos? A gravadora também se envolve na produção dos artistas?PM - Queremos fazer uma distribuição legal, uma

PM – Varia muito de caso a caso. Tem ca-sos que são projetos de amigos nossos, então, é quase que uma escolha pessoal. Mas tem pro-jetos que chegam pron-tos. Escutamos, gosta-mos e lançamos. Tem trabalhos que temos pouco envolvimento, mas conhece e gosta. Tem sempre um jogo e

por isso rola sempre uma conversa. Preferimos sem-pre aquele artista que já tem uma consciência de mercado, isso é o ponto mais importante, indepen-dente se gostamos ou não do trabalho do artista. O importante é que o artista tenha consciência do que está fazendo, saber como as coisas acontecem hoje, que acabou essa história do “vou lançar meu disco e ficar famoso”. Então, tentamos nos envolver com uma galera que sabemos que vai dar algo em troca e crescer junto. Até porque somente o nosso trabalho sozinho não vai dar em lugar nenhum. Se não cir-cular, se não abrir oportunidades, se não fizer par-ceria, se não tiver o contato com o público, se não tiver esse circuito todo fechado, o nosso trabalho vai acabar não funcionando. Por isso que a gente tenta procurar uma galera que está com essa consciência. RP – Festivais, então, é uma maneira de fazer a

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4 Cabeça

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coisa girar?PM – A estratégia da Bolacha sempre foi muito em venda de show. O nosso sucesso veio sempre de vender o disco do artista no próprio show do ar-tista. Mas sempre quando tem shows ou eventos que nossos artistas não estão, a gente tenta estar junto para movimentar o circuito, para estabelecer esse hábito de a galera que vem para o show poder com-prar nossos discos. Saber que “vou levar dez reais a mais, pois sei que vai ter uma banquinha da Bola-cha para comprar”. Então, acaba sendo importante estar presente nos eventos e festivais para mostrar os trabalhos da Bolacha. Apresentar bandas que o público não conhece. Festival é uma vitrine legal para todo mundo, por isso tem que estar presente. Tem que chegar cedo, separar dos discos, sair por último, às vezes vende e às vezes não, gasta mais be-bendo do que vendendo, mas tem que estar presente. É estratégico. Se não juntar a galera e unir forças, vai ser sempre um andando na frente e a outra parte para trás. Então, festival acaba sendo importante pra gente. Além de estar com os produtores, preten-demos daqui pra frente, entrar no circuito da Abra-fin, e começar a mandar os artistas daqui do Rio

para circular nos festivais que são fora do estado. No final do ano, estamos planejando de ir a Recife, mas por enquanto estamos montando uma estrutura melhor, para quando chegar à feira, valer à pena a viagem. RP – Para quem está fora do Rio, como faz para comprar um disco da Bolacha?PM – Pode comprar pela internet, com PagSe-guro, cartão de crédito, boleto, é super tranqüilo. Mandamos para qualquer lugar do Brasil, não tem problema. Mas os artistas também circulam com os discos. Onde tiver show do artista, vai ter um disco para comprar. Mas tentamos também ter o disco sempre disponível na internet, que onde achamos que está o mercado hoje. Estamos até buscando par-ceria com alguma distribuidora nacional, com gra-vadora grande, com fábrica, mas neste momento, tendo o disco na internet, o público encontra e pode comprar numa boa. Não precisa necessariamente ter numa loja. E a maioria dos discos da Bolacha você encontra para baixar na internet. Quando não for no nosso site, são em blogs. É um conteúdo que a gente não protege. Então, está sempre circulando. O disco do Baile Convulsão pode baixar de graça no myspace da banda. O disco do Letuce saiu na lista dos melhores discos de 2009 no site da URBe. Não tem muita proteção, desejamos que a galera con-heça, freqüentem nossos shows, comprem os discos e aumentando sempre o boca-boca dos artistas. RP – Montar um coletivo de venda para shows é uma estratégia da Bolacha?PM – Vender discos nos shows é uma tarefa árdua. Às vezes tem dois shows no mesmo dia e tem que separar a equipe. É complicado. Nós vamos em um show que é lançamento e no outro não pode ir, e isso dá briga entre os artistas. Por isso estamos tentando montar as equipes para poder ter isso automático. Tem um evento e termos a certeza que terá alguém representando a Bolacha. O importante é ter sempre um coletivo que justifique o trabalho. RP – A Bolacha vende dos discos a preço popu-lar...PM – Nós começamos usando a história do SMD, que tem vantagens e desvantagens de ter um preço

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Baile Convulsão

Material da banda Binário

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Renata Brant é jornalista formada pela Uni-verCidade no Rio de Janeiro. Idealizadora do Programa Na Veia. Adora seu Golden Re-triever e biscoito waffer. Livro de cabeceira

tabelado a cinco reais. Por termos conseguido fab-ricar, em um formato mais profissional através do SMD, nós conseguimos vender muitos discos, já que era barato. Por exemplo, o Songoro Consogo, que foi o segundo disco que produzimos, nós fizemos seis prensagens, então a vantagem de ter o disco a cinco reais foi de conseguir sobreviver e girar a banda. Crescemos o catálogo muito rápido e a maior van-tagem foi ter circulado bastante. Se somar todos os discos que vendemos, teremos um resultado de venda legal. Tem discos que vendem mais do que artistas consagrados. Eu e Bernardo trabalhamos em gra-vadora. Sabemos que tem artistas que vendem mil

guns artistas da Bolacha. Fale um pouco mais so-bre o Letuce. PM – A nossa relação com a Letícia é bem antiga, até mesmo por causa do Lucas, que é namorado e também toca com ela. Nós sempre tivemos uma rela-ção com eles e agora as coisas cresceram um pouco mais, tomaram mais consistência. Eles resolveram investir no projeto. Antes, o projeto principal do Lu-cas era o Binário, agora é o Letuce. Demos sorte em algumas coisas, o trabalho estava acontecendo, tem um produto bom, a Letícia é interessante, gosta-mos muito da qualidade, é um produto bem gravado, bem produzido. A embalagem está bonita, o materi-

cópias, então, seis mil discos vendidos para um artista indepen-dente, é uma marca ex-celente. Só que tem um preço baixo. A margem é pequena, ao mesmo tempo em que facilita a circulação. Nós lim-itamos alguns tipos de estratégia. Vender em lojas, por exemplo, é complicado, porque o cara quer ter um lu-cro em cima dos cinco reais, e nisso a gente acaba abrindo mão de um ou dois reais do nosso produto. Mas esses dois últimos lançamentos da Bo-lacha, que são o Letuce e o 4 Cabeça, já não custam mais cinco reais. São em formatos diferentes, não é mais em SMD, a embalagem é mais cuidadosa, com encarte, justamente para poder aumentar a margem de preço, não ficar preso aos cinco reais e ter um preço barato que é de dez reais. Estamos começan-do a mudar este formato, para ter produtos e em-balagens mais sofisticados, produtos que tenham

al gráfico também. É um dos projetos que estamos mais apostando agora e estamos tratando com muito carinho. A Letícia agora é nossa meni-na dos olhos, mas tem muita coisa para vir por aí. Se tudo der certo e fecharmos as par-cerias certas, vamos contin-uar 2010 lançando cada vez mais. Se depender da gente, vamos lançar mais 10 ou 12 projetos. O que queremos é lançar o trabalho de muita gente boa que tem por aí, que está precisando de uma opor-

www.twitter.com/NaVeiawww.myspace.com/donabrant

mais valor agregado e um encarte diferencia-do. RP – Você citou al-

“O mundo de Sofia”. Amante do velho e novo rock. É fã de todos os filmes do Almodóvar.

www.myspace.com/bolachadiscos www.bolachadiscos.com.br/loja

twitter.com/bolachadiscos

tunidade para circular e fazer acontecer.

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Letuce

Songoro

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Guitarras & Afins Por Anselmo Piraino

Este mês vamos falar de uma obra prima do indiscutível Steve Vai. A música For The love of God foi lançada no álbum Passion and Warfare(1990) e é considerada um dos maiores clássicos do guitarrista. Vamos abordar, com exemplos em vídeo, algumas das técnicas que fazem parte da identidade de Vai, encon-tradas nesta música. Tema (1ª Parte): Aqui encontramos a idéia melódica

principal, essa idéia é repetida (com variações) out-ras vezes na música. O tema é executado na primei-ra parte com Slides, o destaque fica para a troca de dedos dentro de uma mesma casa. Isso acontece de-pois do slide da nota A(casa 10 corda 2) para a nota B(casa12), esse slide é feito com o dedo 3 que deve ser substituído em seguida pelo dedo 1 NA MESMA CASA. Cuidado para não “apagar” a nota ou gerar trastejamentos durante a troca de dedos.

Guitarras & Afins

Figura 1

Tema (2ª Parte): A mesma idéia se repete agora, mas com mudanças na interpretação. O elemento utilizado agora é o Bend em lugar dos Slides do verso ante-rior. A atenção agora deve ser voltada para a afinação (Pitch) dos Bends. O ouvido é muito importante nesta hora para que você não passe do ponto!

Fique atento também à Ligadura (Pull Off) da casa 15(D) para casa 10(A) na corda 2.Outro ponto inter-essante são os Harmônicos usados no final do verso. São Harmônicos Artificiais, gerados pelo atrito da corda com o polegar direito logo após a palhetada, esta deve ser executada com a ponta da palheta.

For The Love Of God - Steve Vai (Parte I)

As melhores matérias, entrevistas e colunas você só encontra aqui

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Figura 3

Figura 2

Bridge: A maior parte dos slides pode ser executada com um único dedo deslizando sobre a corda 2 da casa 15 para a 12, em seguida casas 10, 8 e 12. Essa mesma idéia se repete com algumas variações. Na seqüência os Bends na casa 15 da corda 2(D) prosseguem com uma frase em ligaduras entre as ca-

sas 12 e 13 e slides para casas 10 e 8 ainda na mes-ma corda. A próxima frase foi criada utilizando-se de notas Oitavadas, outro recurso bastante explorado por Vai seguido de um arpejo em D. Após a última nota da Bridge (um D na casa 15 da corda 2) aparece um Tapping na casa 24 da mesma corda.

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Acesse www.anselmopiraino.com e veja mais dicas

Sobre o colunista: Anselmo Piraino é professor com 22 anos de experiência e mais de 15 anos na área didática. Sua forma-ção vem do Conservatório Nossa Senhora do Sion: Guitarra e Violão Erudito. EM&T: Graduado pelo Instituto de Guitarra e Tecnologia (IG&T).

Tema (3ª Parte): Neste trecho a idéia principal se repete com um pouco mais de agressividade, muitos Harmônicos na primeira frase e em seguida um lick na Penta de Em. Os Bends que se seguem, na casa 10 da corda 2(A), sobre a melodia principal devem ser motivo de atenção já mudam de pitch na mesma

"puxada". O primeiro Bend sobe 2 tons e meio!! Vol-ta a nota original(A) e sobe um tom, tudo com ap-enas uma palhetada. O segundo também saí com 2,5 tons(D) volta 1,5 tom(B) desce mais 1 tom(A) e volta para B um tom acima!!!

Figura 4

Para ver os vídeos é só acessar o meu canal: www.youtube.com/user/6stringsmaniacOs vídeos estão em andamento mais lento que o original para facilitar o entendimento de cada frase.

Continuamos na próxima edição... Até lá!!!

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Uganga

A Repercussão do álbum

“Volume 3: Caos, Carma, Conceito e

Turnê Europeia

baterista da banda, afirmou que a expectativa deles é muito grande e que estão trabalhando forte junto com o manager Eliton Tomasi (Som do Darma) para que essa tour seja muito produtiva. Em palavras do próprio Marcos: “Já temos alguns shows marcados em países como Bélgica, Suíça, Alemanha, Espanha e Portugal, e estamos fechando mais coisas. A intenção é fazer uma média de 15 shows. É um sonho se realizando e daremos o nosso melhor para que o Triângulo Mi-neiro e Brasil sejam bem representados na gringa”.

Em julho de 2009 tivemos a participação praz-erosa do UGANGA em nossas páginas, falando sobre o álbum que estava prestes a ser lançado “Volume 3: Caos, Carma, Conceito” e que foi concluído e vem apresentando hoje um grande sucesso, falaram tam-bém na época sobre a carreira em ascensão constante, entre outras pautas. Voltamos agora em 2010 o nosso contato com este destaque nacional, para obter maio-res informações sobre o que anda rolando no mundo UGANGA. São 15 anos dedicados ao trabalho musi-

“...É um sonho se realizando e dare-mos o nosso mel-hor para que o

Triângulo Mineiro e Brasil sejam bem representados na

gringa.”

cal e que tem colhido cada vez mais frutos tanto no Brasil como lá fora, através da turnê europeia que já está agendada para o segundo semestre deste ano. A banda, que nasceu em Minas Gerais, criou seu estilo que passa por diversas vertentes entre metal, hardcore, hip-hop e dub, com letras reflexivas e certas vezes retratando o cotidiano duro dos homens, alça voo para lugares mais altos e rep-resenta o Brasil com muita intensi-dade em seus projetos musicais. Com três CD’s oficiais no currículo - Atitude Lótus (2003), Na Trilha do Homem de Bem (2006) e Volume 3: Caos, Carma, Conceito, a banda já ganhou destaque e tem seu lugar ao sol no cenário nacional, onde a cada dia mais aparecem excelentes bandas e que, como o UGANGA, lutam por reconhecimento e para mostrar um trabalho feito através de muito es-forço e dedicação. Durante esta nova conversa com os integrantes do UGANGA, perguntei como estava a expectativa para a primeira turnê europeia da carreira deles e Marco,

Manu (Jocker), vocalista da banda, ainda completa: “Tem também o Fernando da Metal Soldiers de Por-tugal, que está lançando nosso cd na Europa e ajudando na tour. Não queremos fazer shows só pra falar que estivemos lá, estamos fechando datas com cachê, tudo certinho pra que nossa ida seja a mais produti-va possível. A ideia é começar um trabalho sério agora pra voltar-mos várias vezes depois.” É fácil ver bandas irem e

voltarem da Europa e simplesmente comentar: “Ah que bacana a banda tem sucesso lá fora e tal...”, mas ninguém vê todo esforço que é feito por trás, nos bas-tidores, antes de tudo acontecer. O pior é que, por mais que a gente não queira falar disso, acaba sendo inevitável, mas quantos empresários por aqui só de-ixam a banda tocar em troca de venda de ingressos, e não são poucos ingressos. Bandas como o UGANGA mostram que talento não depende disso, depende de esforço, competência e principalmente de união. Quando os questionei sobre a repercussão do álbum lançado em 2009, se era o que

Por Fernanda DuarteFoto: Luana Magrela

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eles realmente esperavam, eles se disseram felizes com o resultado, até porque foi empregado muito tempo de trabalho e muito esforço, como eu já havia dito. Segundo Manu - O nosso comprometimento foi total, assim como a união e isso resultou na força desse material. Fizemos uma pré-produção com toda calma, separamos as mel-hores músicas e gravamos da ma-neira que queríamos, sem pressa e sem maquiagens de estúdio - e ressalta - ... quem quiser comprar o cd terá seu dinheiro bem em-pregado pagando um preço justo e levando um produto de qualidade pra casa. (referindo-se a capa, en-carte e o álbum em si). O UGANGA também prova que falar que não existe público para shows é um mito já desfeito há muito tempo. Marco comentou sobre a receptivi-dade do público durante os shows - A receptividade tem sido foda! Em todos os shows os comentários tem sido ótimos, tanto sobre o show quanto sobre o novo CD. Tocamos em Cuiabá recentemente, nunca havíamos tocado lá e ficamos de cara com a receptividade, galera

gritando o nome da banda, al-guns já cantando as músicas... E isso está se repetindo em várias cidades. É muito bom ver que as pessoas reconhecem e dão valor ao seu trabalho. Só temos a agra-decer! - afirma o batera. No decorrer da carreira as conquistas foram chegando e uma delas é a tour que a banda fará pela Europa, a parceria com a Metal Soldiers de Portugal, representada pelo Fernando, é uma das respon-sáveis por este sonho a se realizar em breve, parceria esta que nasceu da amizade entre Manu e Fernando lá nos anos 80, e em palavras do próprio Manu: “Nenhum dos dois lados é formado por aventureiros, ambos estamos nessa por amor a camisa e tenho certeza que essa

parceria vai longe”. Questionei também sobre o retorno ao Bra-sil após a turnê, perguntei o que eles esperam encontrar na volta, e primeiramente Marco me respon-deu: “...isso será um ponto posi-tivo em nossa carreira e ajudará a alavancar mais o nome da banda, mas estamos mais preocupados em fazer bons shows pela Europa do que esperar que isso mude as coisas pra gente no Brasil” e em seguida Manu completou: “Acho que será um grande aprendizado pois lá tudo é mais profissional. Nossa meta é fortalecer o nome do Uganga pelos países que passar-mos e a partir disso começar uma base de fãs por lá. Sobre se vai mu-dar algo por aqui quando voltar-mos, não tenho essa ilusão, apesar de que passa a ser mais uma boa credencial...” O papo foi extremante proveito-so, ficamos sabendo mais ainda sobre a banda e esperamos que na volta dessa tour eles passem pela Rock Post para contar as novas ex-periências no velho continente.

“É muito bom ver que as pessoas

reconhecem e dão valor ao seu trab-alho. Só temos a

agradecer!”

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www.myspace.com/uganga

Imagens: Divulgação Banda

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BONUSTRACKBONUSTRACK

Vida Convicta Frontal(2009) Defender um ideal ou um ponto de vista não é uma tarefa fácil para nenhum cidadão. E quando se decide fazer isto através da música? O Fron-tal faz isso com muita responsabilidade e personalidade, transmistindo em suas letras e sons tudo aquilo que sentem que pode ser mudado e acreditando em um futuro melhor para os que estão por vir. Peso, riffs bem trabal-hados e uma pancadaria na bateria é o primeiro impacto do álbum Vida Convicta. Gravado no Dog Estúdio, o som ficou realmente bem trabalhado e se houve os instrumentos nitidamente sem embolação, o que geralmente não vemos neste tipo de música. As letras são fortes e realmente muito expres-sivas, o trabalho de arte ficou a cargo de Wil Minetto, que fez uma excelente capa.

Latino Revolution Choke (2009) A mistura do hardcore com metal pode soar estranho para alguns, mas o Choke sabe conduzir o barco, ainda apresentando também a carac-terística forte latina nas composições. A banda de Curitiba (PR) sabe bem o que faz. Muita expressão, peso, os elemen-tos essenciais de um bom som, trazem na atmosfera englobada pela banda uma musicalidade interessante e inova-dora. A faixa 4 que intitula o álbum Latino Revolution é umas das que mais chama atenção no álbum, seguida da faixa rápída e precisa“Cultura y Fu-siles”. Para os que curtem um hardcore mais pesado, é garantia de uma boa aquisição.

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Presages Khrophus (2009) Desde 1993 o nome Khrophus é sinônimo de brutalidade e peso no cenário nacional, este ano a banda já está com a agenda bem animada e fará tours pela Europa além de passar pelos EUA e pelo Brasil com sua turnê que divulga o álbum Presages. A banda que voltou as atividades em 2007 desde então já fez dois lançamentos, este úl-timo Presages merece grande destaque na cena nacional, pois o trabalho é bem elaborado, riffs marcantes, peso na bateria e tudo mais que o estilo pede. O trabalho de Alex Pazetto comandando o baixo e o vocal, mostra a habilidade do cara, pois para tocar e cantar se requer talento e competência e isso ele mostra muito no álbum, Adriano Ribeiro leva os riffs pesados e marcantes na guitarra enquanto Carlos Fernandes detona tudo na batera. Parabéns ao trio, excelente trabalho.

www.myspace.com/khrophus www.frontalonline.com

www.myspace.com/chokebrazil

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