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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
A PRÁTICA DE ENSINO COMO FATOR MOTIVACIONAL NO ENSINO SUPERIOR
PAULO NATANAEL BRANCO GOMES NOGUEIRA
ORIENTADORA
Mª. DINA LÚCIA CHAVES ROCHA
Niterói
2010
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSO”
NITERÓI
2010
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Paulo Natanael Branco Gomes Nogueira
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Dedico este artigo em primeiro lugar à
Deus, pela oportunidade que Ele me deu de
chegar até aqui, e de reconhecer e entender
a importância dos valores e do amor ao
próximo. Dedico a minha família, pai e mãe, e
irmã, os dois primeiros por acreditarem em
mim como alguém disposto a vencer e de
persistir até o fim da jornada, que ainda não
acabou. Ao meu líder eclesiástico que sempre
me fez entender o valor da dedicação e dos
estudos. Aos professores e instrutores que
me mostraram um mundo de conhecimentos
e oportunidades.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus professores que muito
contribuíram com seus ensinamentos e
sugestões, bem como o incentivo a pesquisa,
a análise e ao conhecimento dos diferentes
pontos de vista. À professora Esther, ao
Professor Nilson e aqueles que
demonstraram que a prática de ensino podia
ir muito além do tradicional, e assim percebi
que ela pode ser motivadora. E agradeço à
orientadora Dina Lúcia, que esteve sempre
disposta a corrigir e analisar minha
monografia e pela contribuição a minha
prática de ensino através de suas dinâmicas
de grupo.
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RESUMO
Este trabalho consiste na pesquisa sobre a prática de ensino e a função da
mesma como fator motivacional. A monografia á ser apresentada, quanto aos
objetivos a que se propõe, dissertativo, sobre o tema “A Prática de Ensino
como Fator Motivacional no Ensino Superior” e a necessidade que o docente
tem de dinamizar suas aulas, tornando a sala de aula um espaço para
explorações, crítica e pesquisa, que também se dará fora da sala de aula.
Será, também, quanto aos procedimentos, do tipo bibliográfico, a fim de obter
melhor aproveitamento dos avaliadores e leitores, com enfoque qualitativo. A
prática de ensino é a situação em que o docente, após suas pesquisas e
dedicação, transmite aos alunos saberes práticos para sua vida e seu trabalho;
e com conhecimento e sabedoria, o professor pode torná-la um fator
motivacional.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8
CAPÍTULO I
A IDÉIA DO TRABALHO ................................................................................. 11
CAPÍTULO II
ENSINO DINÂMICO ........................................................................................ 14
CAPÍTULO III
A REALIDADE COMO OBJETO DE PESQUISA ............................................ 25
CAPÍTULO IV
AS NOVAS TENDÊNCIAS DO ENSINO SUPERIOR ..................................... 30
CONCLUSÃO .................................................................................................. 37
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 39
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8
CAPÍTULO 1
A IDÉIA DO TRABALHO ................................................................................. 11
1.1 O professor como Líder ............................................................................ 12
CAPÍTULO 2
ENSINO DINÂMICO ........................................................................................ 14
2.1 Dinâmica de Grupo ................................................................................... 15
2.2 Usando a Arte ........................................................................................... 19
2.3 Motivação .................................................................................................. 22
CAPÍTULO 3
A REALIDADE COMO OBJETO DE PESQUISA ............................................ 25
3.1 A Interdisciplinaridade ............................................................................... 26
3.2 A Questão Social ....................................................................................... 28
CAPÍTULO 4
AS NOVAS TENDÊNCIAS DO ENSINO SUPERIOR ..................................... 30
4.1 A Autonomia das Universidades ............................................................... 30
4.2 A Saúde do Professor ............................................................................... 32
4.3 As Novas Formas de Avaliação ................................................................ 34
CONCLUSÃO .................................................................................................. 37
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 39
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INTRODUÇÃO
Quando se fala em motivação, surge a idéia de felicidade, energia,
resistência... Pensa-se no ser que estuda porque sente prazer, prazer em
saber onde o que foi aprendido o levará, que caminhos o dito conhecimento o
fará trilhar. E trabalho. Um dos fatores que impulsionam um jovem, ou
adolescente, ou pessoas mais maduras, experientes, a trilharem um caminho
difícil, de surpresas e gastos, de disposição de energia, esforço contínuo,
horas perdidas de sono, de lazer, está relacionado ao termo “trabalho”. O
sucesso na vida profissional é o anseio na vida do universitário. Seja socialista
ou capitalista: todos querem produzir, fazer, mudar, modificar algo. O sonho do
sucesso motiva. A realização acadêmica na vida do professor também motiva.
A remuneração do ensino superior é visada. Porém, o poder de liderança, da
troca de experiências, da passagem, e troca, de conhecimento, que um
professor realiza num espaço acadêmico (sala de aula), estimula a motivação.
É isso que o universitário precisa: ter em seu interior os fatores que
estimularão a sua motivação. E o professor, precisa fazer de sua prática de
ensino uma fonte de satisfação sua e dos alunos. Para isso ele conta com
dinâmicas, exercícios de reflexão, discussão, investigação, pesquisa e
demonstrações da necessidade do aprendizado de tal conteúdo. O professor
precisa de motivação para dar aula. É um direito do docente ser bem pago
pelo seu precioso, e indispensável, trabalho. E boas condições de ensino.
Estes e outros motivos que serão vistos adiante, são necessários
para uma prática de ensino saudável, pouco estressante, estimulante. As
universidades cariocas precisam disso para serem ainda mais visadas. Muitas
investem pesado em qualidade. Mas ainda falta uma compreensão mais
abrangente do ensino. A visão holística, idéias sistemáticas, exercícios da vida
prática, farão da arte do ensino um objeto de valor inestimável, cujos
resultados serão vistos, sentidos, e vividos pelos professores, alunos e a
sociedade.
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O trabalho e a teoria de alguns autores, como Paulo Freire, Kester
Karrara e Hans Aebli serão algumas das bases deste estudo.
O desenvolver deste trabalho trata das dificuldades cotidianas e,
muitas vezes, as condições precárias a que são apresentadas aos professores
que levam a desmotivação, o que gera um ambiente de aprendizado ruim, com
alunos pouco interessados e professores pouco motivados. O resultado revela
o precário sistema de ensino ainda vigente em nossos dias, embora a
tecnologia tenha possibilitado o alcance de novos conhecimentos.
Então, como motivar os professores a fim de levá-los a eficácia na
prática de ensino e assim motivarem os alunos a se dedicarem ao
aprendizado?
O tema sugerido é de relevante importância, pois apresenta
métodos eficientes de tornar eficiente e motivadora a prática de ensino, através
de uma prática dinâmica e conquistadora, envolvendo pesquisas de campo,
dinâmicas de grupo, relação entre o conteúdo aprendido e a realidade do
discente, onde a liderança e o dinamismo do professor serão fundamentais.
São, portanto, os objetivos, demonstrar que é possível haver fatores
motivacionais na prática de ensino, e assim levar os professores a verem sua
atividade como algo mais que uma profissão, algo que esclarece, diverte e
orienta, além de desenvolver agentes de mudança na sociedade; motivar
professores a terem uma eficiente e dinâmica prática de ensino; demonstrar
diferentes formas de se praticar o ensino (dinâmicas de grupo, incentivo a
pesquisas, vínculos entre o que se aprende em sala de aula e o cotidiano do
discente, etc.) e incentivar professores a atuarem como agentes de mudança
da realidade social do seu país.
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1. A IDÉIA DO TRABALHO
O trabalho é o meio pelo qual o homem obtém o seu sustento e
realiza alguma atividade útil a sociedade, a um grupo, ou a algum indivíduo.
Por isso o aluno tem, durante o seu estudo, o pensamento no trabalho,
embora, na juventude, pense, e muito, na diversão, ele sabe que, sem
trabalho, será difícil obter a verba necessária para tanto. É neste ponto que o
professor universitário deve estar atento. Estimular a criatividade é uma grande
chance de estimular a motivação, uma vez que a atividade criadora aciona
diferentes mecanismos mentais, capazes de causar sensação de prazer, de
desafio e proporcionar a união entre os membros do grupo. O conteúdo pode
estar na atividade, oculto ou não.
Segundo Leandro Konder (1981, p. 23), Hegel percebe que o
trabalho é a mola que impulsiona o desenvolvimento humano; é no trabalho
que o homem produz a si mesmo; o trabalho é o núcleo a partir do qual podem
ser compreendidas as formas complicadas da atividade criadora do sujeito
humano.
O docente, líder, tem a consideração pelo trabalho. É o trabalho
que, conforme se aprende em sociedade, dignifica o homem, exigindo sua
ética, dedicação, fidelidade e esforço, além de competência e conhecimento. É
claro que o trabalho pode ser visto de formas diferentes entre universitários de
faculdades diferentes.
Um aluno da UERJ, num curso de formação de professores, sabe
que seu ganho diferenciará, em parte, de um bacharel, que atuará numa linha
de pesquisa, ou em alguma empresa, como forma de trabalho. Contudo,
alunos de licenciatura e bacharelado, de faculdades públicas e privadas,
pensam, e desejam, uma boa soma em dinheiro como ganho. Todos querem
um salário digno, realizar seus desejos e sonhos. É a chance de um professor,
de matemática, por exemplo, trabalhar o conteúdo financeiro, ou numérico,
para mensurar essa realidade. As chances são muitas. A realidade do aluno,
trabalhada como forma de aprendizado será mais interessante que, como
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escreveu Paulo Freire, ensinar sobre comida francesa numa comunidade
carente.
Se o trabalho é o que está em questão, isso envolve relação entre
empregador e empregado, chefe e subordinado, líder e liderado. Este último é
o ideal para o professor. O processo de transmissão de conhecimento não é
uma “mais-valia” educativa, onde o professor fica com 90% de posse do
conhecimento que ele tem e que seus alunos produzem. A relação é de troca.
A realidade lhe transmite essas informações e, assim, o professor (líder), fará o
possível para o discente adquirir o maior nível de conhecimento.
1.2 O Professor como Líder
O docente, por sua vez precisa atuar como um líder, diferente de um
chefe, capaz de canalizar as energias necessárias que levará o aluno a
usufruir tão incrível conhecimento. Ele precisa tornar sua aula interessante.
Isto também é o seu trabalho. Suas atitudes e movimentos devem ser
adaptados a um ambiente dinâmico de ensino. Assim ele será visto como
alguém além de um professor, um mestre, um líder.
A busca pela excelência é a energia de um líder. Jorge Linhares
(2006), ressalta alguns pontos fundamentais que fazem parte da vida de quem
busca a excelência, como um passo a passo de um líder:
• Fazer o certo é humano; acertar sempre é qualidade;
• É importante se avaliar e se deixar avaliar;
• Não tenha medo de mudar;
• Se não existir possibilidades, crie-as;
• O principal da equipe é o que é vencedor e quer que os outros
sejam;
• Um líder precisa ser observador;
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• O grande segredo é ser aluno, sempre;
• Se o que está errado não o incomoda, você não é líder;
• Não podemos ser sempre os melhores;
• Não basta ser líder, é preciso canalizar a força, a inteligência e a
sabedoria para o bem.
Portanto, o líder que busca a sabedoria e o conhecimento será
capaz de adquirir as armas fundamentais para encarar as dificuldades e os
desafios que constantemente tem que enfrentar, como salas de aulas sem
conforto, quentes, algumas com falta de reparos. É o caso de algumas
universidades públicas do Estado do Rio de Janeiro, basta visitá-las e observar
a realidade do que está escrito.
Porém, as armas de um líder são: a determinação e a competência.
E ele atua na IES dentro da visão da mesma, utilizando, com eficiência, os
fatores que não podem faltar em seu trabalho: a missão organizacional,
comunicação e a motivação.
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2. ENSINO DINÂMICO
A arte de ensinar, a didática, objeto fundamental da prática de
ensino, montam e remontam situações onde os movimentos corporais, a forma
de falar, o olhar, atuam em sincronia, numa harmonia capaz de prender a
atenção do discente e atiçar sua vontade de aprender. Os jogos dinâmicos
canalizam a energia do grupo para a realização da atividade proposta.
As dinâmicas são exercícios que levam as pessoas, alunos, grupos,
a interagirem e refletirem de diferentes formas, de acordo com o que é
ensinado. Pode ser uma brincadeira, um momento de reflexão, troca de
experiências, entre outros. Estes jogos transformam o aprendizado em algo
divertido, onde o conteúdo é trabalhado, explícita ou implicitamente, sem que o
aluno, no dado momento, sinta grandes dificuldades de aprender. O momento
da dinâmica é essencial para trabalhar a relação aluno/professor, aluno/aluno,
aluno/professor/espaço. É onde o docente descobre os mais tímidos, os mais
extrovertidos, os mais equilibrados. São esses comportamentos, e
temperamentos, que serão utilizados para instigar, provocar e buscar no aluno
o seu verdadeiro potencial.
Para tudo isso, o docente precisa buscar sempre novas formas de
informações. Há livros sobre dinâmicas de grupos, jogos para tornar uma aula
interessante, sobre psicologia da educação, práticas de ensino, entre outros.
As especializações são essenciais para trabalhar esses conteúdos. Alguns
exemplos são: Docência do Ensino Superior, Docência do Ensino Médio e/ou
Fundamental, mestrados na área de educação. Esses cursos são encontrados
em diversas universidades do Rio de Janeiro. Algumas públicas oferecem os
cursos gratuitamente, basta o interessado buscar informações através de sites,
network, professores, etc.
A duração desses cursos podem ter até 360 horas, que podem ser
muito bem aproveitadas por quem tem interesse em fazer da sua aula uma
interessante fonte de conhecimento e sonhos. E por que não trabalhar esses
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sonhos. As fantasias sobrevivem no imaginário humano, e se estas vêm com
conteúdo, fica mais interessante.
2.1 Dinâmica de Grupo
A comunicação é a troca de informações, entre pessoas, em forma
de mensagens, que pode ser verbal ou não-verbal, falada ou escrita. A falada
é feita pela linguagem, que por sua vez apresenta uma troca de códigos entre
receptor e emissor. Então, significa tornar comum uma mensagem ou
informação.
Segundo Chiavenato (2003, p. 128), a comunicação é a troca de
informações entre pessoas. Significa tornar comum uma mensagem ou
informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência humana.
A dinâmica de grupo é um poderoso instrumento de comunicação,
de levá-la a eficiência, bem como torná-la comum a todos. A interação entre os
componentes é essencial para aumentar a confiança do grupo, promovendo
um momento de descontração entre seus membros.
Abaixo estão dez exemplos de exercícios, para dinâmicas de
grupos, descrito por Silvino José Fritzen (1981, p. 12-37), interessantes para o
docente realizar em sala de aula:
1. Apresentação
Objetivo: começar a integração do grupo, estimular o conhecimento
mútuo, levar os participantes a expor seus pensamentos e idéias para o grupo.
Promover união.
2. Temores e esperanças
Objetivo: Conscientizar o grupo, desde o início do curso, sobre suas
motivações, desejos, esperanças, angústias e temores.
3. O encontro entre os grupos
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Objetivo: Melhorar as relações entre dois grupos de pessoas.
Explorar a interação de grupos.
4. Círculos concêntricos
Objetivo: Observar atentamente o comportamento de um
determinado componente do grupo, em nível grupal, para futuras observações.
5. Jogo da verdade
Objetivo: Conhecimento mútuo. A liberação da personalidade. A
desinibição, o desbloqueio.
6. Comunicação
Objetivos: Melhorar as habilidades de comunicação. Caracterizar os
três elementos de uma conversação: Invenção, Interjeição e Interrupção.
7. Exercício da confiança
Objetivos: Acelerar o processo de conhecimento mútuo do grupo.
Estudar as experiências da própria descoberta. Desenvolver a autenticidade no
grupo. Dar a todos a oportunidade de falar e de escutar.
8. Aulinha
Objetivo: Desenvolver nos participantes a capacidade de
improvisação, síntese, clareza e de avaliação.
9. Exercício da qualidade
Objetivos: Conscientizar os membros do grupo para observar as
boas qualidades nas outras pessoas. Despertar as pessoas para qualidade até
então ignoradas por elas mesmas.
10. Diagrama de interação
Objetivo: Apresentar uma ilustração gráfica do relacionamento dos
membros de um grupo.
Estes exercícios descritos por Silvino José não são apenas para
aulas de psicologia, ou sociologia, sejam elas da educação ou não, mas
podem ser usadas em aulas como: Comunicação Empresarial, Análise
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Combinatória (as pessoas podem ser parte das combinações), Economia; e
também em outras que envolvam a dinâmica da sociedade e suas
modificações.
É comum observarmos algumas reações de grupos durante uma
dinâmica de grupo e também durante a ministração das aulas. É uma boa
alternativa para o docente atuar e interagir sobre essas reações durante a
prática de ensino. Algumas destas estão listadas abaixo, e foram obtidas das
notas de aula da professora de Dinâmica de Grupo, Dina Lúcia, durante o
período de 08/agosto a 26/setembro de 2009, na Universidade Cândido
Mendes:
• Homeostase: O grupo procura sempre atingir um equilíbrio entre
as ansiedades, desejos e expectativas de seus diferentes membros;
• Mecanismos de defesa: O grupo procura manter, quando
possível, a sua homeostase. Quando se registra qualquer mudança na sua
maneira habitual de funcionar, os mecanismos de defesa passam a ser
processo seguro para se evitar as mudanças ou para se afastar a ansiedade;
• O acordo: Negociação de expectativas. Acordo de assumir as
expectativas dos papéis negociados;
• Apoio: Estimulado pelo grupo, que cria um clima propício e
protetor, o indivíduo despoja-se de seus sentimentos e expõe suas
experiências pessoais;
• Subgrupos: A divisão do grupo em subgrupos menores se dá, à
medida que pressões e tensões vividas no grupo vão criando sentimentos e
reações emocionais diferentes;
• Permissividade e socialização: A permissividade oferece a
oportunidade de o indivíduo realisticamente viver o seu aqui-e-agora, com
plena consciência de suas responsabilidades, de seus limites e respeitando o
limite do outro;
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• O porta voz: É, portanto, o depositário do grupo e, ao se
expressar, anuncia e denuncia a ansiedade grupal dominante;
• Ritmo e tensão: A maior força excitante no grupo é o seu
movimento. Um grupo nunca se encontra em estado de inércia; mesmo
quando aparentemente parado, ele está e movimento;
• Transferência múltipla: Transferência de sentimentos vividos
(mal resolvidos), para o facilitador e/ou membros do grupo;
• Ataque ao facilitador: Necessidade de contestar, contrariar e
agredir a autoridade do facilitador;
• O bode expiatório: Assim é chamado o fenômeno que se
caracteriza pela concentração e liberação da agressividade ou culpa em um
indivíduo ou em um determinado grupo;
• Ressonância: Um fato, uma experiência, um sentimento vivido,
ou revivido por um participante, atinge a cada um de forma e intensidade
diferentes.
• Representação: É uma das formas de defesa mais comum
dentro dos grupos;
• Reação ao estrangeiro: Qualquer novo elemento, que venha a
entrar em um grupo já estabelecido, poderá encontrar resistência, dependendo
da maturidade, da homogeneidade do grupo, diante de um novo elemento;
• Saída de um participante: A saída de um participante, cria um
nível de tensão no grupo, pois a perda de um participante é tão ameaçadora
quanto à chegada de um novo elemento;
• Transformações ou mudanças significativas em um membro
do grupo: Uma mudança expressiva no estado de um membro do grupo, tal
como a perda de emprego, casamento, uma doença grave, divórcio, que
ocasiona alterações significativas no seu modo de vida, repercute seriamente
na atmosfera do grupo;
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• Espelho: O indivíduo reflete no grupo a sua própria imagem, e
este devolve ao participante os seus diferentes aspectos, propiciando-lhe a
análise de algumas facetas dantes nunca vistas;
• Condensador: Apresenta-se após um determinado período de
improdutividade. O grupo permanece passivo e apático por algum tempo e, de
repente, há uma súbita explosão de emoções. Não é raro a explosão de
sentimentos agressivos, dirigidos ao facilitador ou a um membro específico.
Estas são algumas das muitas reações características de grupos em
sala de aula. O docente que se utiliza de dinâmicas precisa conhecer essas
reações e utilizar, delas, a energia necessária para criar um movimento
dinâmico a sua aula. O conteúdo associado à prática, a realidade e aos
sentimentos, se bem fundamentado e organizado, propicia uma prática de
ensino saudável, interessante e empolgante. E deixará no aluno a vontade de
aprender mais, tornando-o mais participativo. É importante notar que esta
mudança não acontece de uma só vez; pode ser a curto, médio e longo prazo.
2.2 Usando a Arte
A arte também é de fundamental importância na prática de ensino;
trabalhos artísticos simples enriquecem o conteúdo apresentado. É importante
ressaltar que o exagero pode levar o aluno à saturação, pois determinados
conteúdos demandam outra forma de trabalho.
Um aluno de psicologia, por exemplo, terá aprendido melhor sobre
os efeitos das cores nas pessoas se o mesmo sentir sobre si os efeitos durante
uma dinâmica. Ficar só na teoria não satisfaz, e a atmosfera estudantil é um
ótimo espaço para essa experiência, pois as salas de aula seguem
determinados padrões de estética, organização, cores, e isso tem uma
influência importante no comportamento dos alunos. Se estes perceberem
isso, estarão atuando, ao mesmo, numa relação prática-teórica, em que, o
professor, enquanto ministra sua aula, percebe, junto aos alunos, o conteúdo
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presente em suas vidas. É isso que é o grande “lance”: o cotidiano como forma
de estudo. Este método é conhecido como o método de Frener.
A matemática seria bem mais empolgante se o aluno soubesse
aplicar em seu cotidiano. Em atividades caseiras, como: pintar uma parede,
organizar um vaso de planta, ajeitar os móveis na sala, fazer reparos, onde a
arte é presente, empiricamente, a consciência matemática dará uma luz ao
indivíduo no processo de arrumação da casa. Por exemplo, aqueles que
trabalham com cálculos, orçamentos, análises, ações que envolvem o
raciocínio lógico matemático. E o que tem a arte com a matemática? A
matemática é uma arte. Basta o aluno aprecia-la como tal. E esta missão, o
docente, com habilidade, pode cumprir.
A questão biológica:
O ser humano é um ser social e, segundo Wallon (apud Carrara), as
pessoas tendem a subjetivar a realidade objetiva, ou seja, trazer para dentro
de si, como sua realidade, o que a sociedade demanda como comportamento,
crenças, costumes, entre outros. O ser humano tem essa necessidade de
socialização. As pessoas se associam, geralmente por interesses comuns,
como roupas, diversão, religião, entre outros. Porém há sempre algo que
chama a atenção do ser humano. O que atrai geralmente são os detalhes. Os
produtos no supermercado, por exemplo, são dotados de cores atraentes, com
alguns pontos fortes, como cores fortes, que atraem a atenção do indivíduo.
O docente precisa atentar quanto a estes detalhes. Muitas vezes
uma planilha pode não necessitar de cores, porém o texto bem selecionado, as
cores em negrito, itálico, sublinhado, os gráficos coloridos, serão marcantes na
mente do aluno. Será muito mais fácil ele lembrar desses detalhes. E se estes
virem associados ao conhecimento da disciplina, o professor terá um conteúdo
aprendido a longo prazo.
Construtivismo: O construtivismo é uma forma de ensino em que o
docente se utiliza de elementos da realidade na construção de sua aula. E vai
além, se aproveita da experiência da construção subjetiva do indivíduo durante
sua formação. E parte desta “formação” acontece em sala de aula, onde
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questões objetivas influenciam, e relacionam-se, à subjetividade do indivíduo.
Segundo Wallon (apud Carrara), o ser concentra seu desenvolvimento por
questões afetivas, associadas ao seu meio social. Parte do que acredita é
passada coercitivamente, enquanto outra parte é adquirida pelo interesse e
conforto do indivíduo por tal comportamento. É neste ponto que o docente
deve agir. É a hora de mostrar que seu conteúdo é uma realidade que,
aparentemente objetiva, é um componente associado a sua subjetividade. Não
há contagem de dinheiro sem cálculo, não há construção sem planejamento, e
cálculos. O táxi de cada dia, o orçamento familiar, a previsão de orçamento
para o ano seguinte, a relação hora/funcionário/valor na produção, entre
outros, demonstram que a realidade objetiva-subjetiva do sujeito enquanto ser
está relacionado ao que é transmitido em sala de aula. O professor de
matemática e/ou economia tem nessa relação um forte aliado. Os números
finalmente ganham vida, se destacam. O dia-a-dia do sujeito será uma escola,
sua fonte de consulta. Este estuda enquanto trabalha, se diverte, cuida da
casa, ou faz qualquer outra necessidade.
A forma de ensino que aqui examinaremos preocupa-se,
porém, em fazer que os alunos mesmos se encarreguem do
empreendimento. Nisto o professor lhe dá apenas uma
colaboração, o que significa que os processos de construção
são realizados pelos alunos com uma certa autonomia. Para
isto uma primeira condição deve ser preenchida. O aluno não
pode executar o processo de construção in abstracto, isto é,
mediante pura representação. Ele deve ser confrontado com a
realidade concreta e ser-lhe dada a possibilidade de, nesta
realidade, executar seu projeto (Hans Aebli. Prática de Ensino
– formas fundamentais de ensino elementar, médio e superior,
Editora Vozes, 1973, p. 87).
Eis então a arte. O talento natural do indivíduo pode se manifestar
neste processo. As cores, a construção e determinados aspectos individuais
são manifestados durante o processo artístico, seja esta arte surreal ou não.
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Os psicólogos compreendem bem isto. Sabem que as pessoas têm
prazer em soltar a imaginação em desenhos que manifestam sensações e
fatos vividos, que causam surpresa, medo, emoção.
O docente agora tem as ferramentas que farão da sua aula uma
fonte de conhecimento, de prazer e surpresas. A dinâmica, a arte, a
construção, a liderança e o amor pela profissão são a energia propulsora neste
caminho em que os resultados refletem um ser consciente de si e do mundo,
capaz de refletir, usar sua razão e emoção, capaz de amar, e se amar,
compreender as pessoas e o mundo em que vive.
2.3 Motivação
Conforme dito anteriormente, o ensino e a educação envolvem dedicação
e amor. E é este sentimento que motiva e canaliza a energia docente rumo ao
objetivo.
Segundo Paulo Freire, educar é um ato de amor. E o amor, por mais
reprimido que seja acompanha o indivíduo desde o início da vida, desde o
momento em que seu instinto o leva ao seio de sua mãe, para dele retirar a
energia para sua vida, e o instinto materno o mantém confortável durante este
processo. O ser começa então a compreender a beleza da relação dos seres,
e durante toda a vida experimenta novas sensações, mas não esquece o amor
materno. Assim é com o mestre que leva o discente a pesquisar, sugar toda
“energia” de sua disciplina. Se a experiência é boa, o ser não se esquece.
“Como os demais saberes, este demanda do educador um exercício permanente. E a convivência amorosa com seus alunos e na postura curiosa e aberta que assume e, ao mesmo tempo, provoca-os a se assumirem enquanto sujeitos sócio-histórico-culturais do ato de conhecer, (...).” (Paulo Freire. Pedagogia da Autonomia, 1996, página 10)
A motivação, porém, não conta somente com o amor, mas com a
esperança. Sem esperança não se espera um mundo melhor. O sujeito pára.
Fica sem forças para prosseguir.
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Há uma relação entre a alegria necessária à atividade educativa e a esperança. A esperança de que professor e alunos juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa alegria. Na verdade, do ponto de vista da natureza humana, a esperança não é algo que a ela se justaponha. A esperança faz parte da natureza humana. Seria uma contradição se, inacabado e consciente do inacabamento, primeiro, o ser humano não se inscrevesse ou não se achasse predisposto a participar de um movimento constante de busca e, segundo, se buscasse sem esperança. A desesperança é o aborto deste ímpeto. A esperança é um condimento indispensável à experiência histórica (Paulo Freire. Pedagogia da Autonomia, p. 72).
A esperança, o amor e a fé estimulam o processo motivacional.
Porém é o indivíduo que deve se motivar.
Segundo o dicionário, a motivação é um conjunto de fatores, os
quais agem entre si, e determinam à conduta de um indivíduo (AURÉLIO,
1993, p. 217).
São diversos os fatores motivacionais, mas vale ressaltar alguns
que são fundamentais para motivar o indivíduo: a satisfação de suas
necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto-realização (Chiavenato,
2003, p. 118).
É missão do professor saber como sua aula pode levar a satisfação
de algumas dessas necessidades. O ensino dinâmico é sua principal arma
nessa jornada. Sua humildade, seu bom relacionamento, seu sorriso e sua
confiança também estimulam o processo motivacional, principalmente daquele
aluno que não dispõe de grandes condições financeiras e familiares para estar
ali.
Ao entrar em uma universidade, principalmente pública, a
desigualdade social já é percebida no estacionamento, onde se vê carros
belíssimos, luxuosos, cujos donos têm, em sua maioria, “paitrocinadores”. De
outro lado, uma camada menos favorecida, que luta para estar em sala de
aula. São jovens que chegam de um dia de trabalho cansativo, outros mal
alimentados, com dificuldades de concentração, e outros sem esperança.
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É com esse público que o docente vai lidar em sala de aula, por isso
a sua energia, ousadia, alegria, esperança e amor estimularão a produção de
energia nestes jovens e adolescentes. Levá-los à crença de que é possível um
mundo melhor e de que é possível mudar de vida é um ato nobre do professor.
O pensamento positivo é um fator motivacional. E o amor levará a isso.
“Agora, pois, permaneçam a fé, a esperança e o amor, estes três;
porém o maior destes é o amor.” (1 Corintios 13:13. Bíblia Sagrada, ARA)
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3. A REALIDADE COMO OBJETO DE PESQUISA
A preocupação com o conteúdo, somente, pode afastar a realidade
que gerou aquele conhecimento; assim como gastar todo tempo de aula em
discussões, as vezes inconclusivas, sem sintetizar o conteúdo e passar o que
deve ser ensinado também não leva ao sucesso da prática de ensino. A
realidade é o fato gerador do que é ensino, portanto o professor terá a missão
de usar seu conteúdo para refletir sobre esta realidade; as discussões,
oposições e suposições são bem vindos. Tudo organizado e esquematizado
evita uma aula de apenas “blá blá blá”, impede que alguns utilizem isto como
motivo para não se dedicar ao conteúdo, esperando facilitação, onde seu
esforço continuo e sua pesquisa já não são necessários nem para uma prova.
Este processo vai além de uma simples discussão, onde o aluno
tem a autonomia de ir a campo fazer sua pesquisa. Vale então recordar que “A
forma de ensino que aqui examinaremos preocupa-se, porém, em fazer que os
alunos mesmos se encarreguem do empreendimento” (Hans Aebli, página 87)
O docente motivador tem a realidade como seu objeto de pesquisa.
A aplicabilidade de sua disciplina em questões realísticas leva os alunos a
conhecerem, e explorarem novos mundos; mundos estes que antes estavam
ocultos ao conhecimento, embora sempre estivessem presentes na vida de
todos. Pois a vida é muito mais empolgante do que muitos imaginam. O mundo
não é feito apenas de pessoas andando de um lado para o outro; mas de
força, energia, combinações, crenças, e muitos outros que levarão os jovens e
adolescentes, e adultos, universitários ao êxtase. A matemática é muito mais
empolgante quando se vê aqueles números, fórmulas e equações aplicadas à
vida, ao cosmos, a tudo. Isso é possível porque, segundo escreveu David
Berlinski, em sua obra, O advento do Algoritmo – a idéia que governa o
mundo, “existem receitas – disse um cosmólogo – equações que parecem
reger o mundo”. Eis aí um dos esquemas para o mestre “viajar” na
interdisciplinaridade.
26
3.1 A Interdisciplinaridade
O ensino interdisciplinar faz com que as “mentes” numa aula de
biologia, por exemplo, passe pela matemática, pelo português, pelo que mais
for necessário, levando o aluno à compreensão holística da realidade, ou seja,
a visão da mesma como um todo. Um exemplo, que poderia ser usado em
uma aula, foi descrito brilhantemente por David Berlinski:
As proteínas são moléculas complexas, compostas por sua vez de vários aminoácidos. Existem vinte aminoácidos no total, e a maioria das proteínas são cadeias de cerca de 250 resíduos de comprimento. (Um resíduo é um aminoácido do qual a água foi retirada, deixando um invólucro seco.) Isso permite à vida o luxo de escolher a partir de mais de 20250 proteínas possíveis, a multiplicação das possibilidades, outro exemplo de inflação combinatória, como quando as rotas crescem explosivamente entre as cidades, ou as frases se acumulam nas línguas naturais (David Berlinski, 2002, p. 355).
Apenas neste contexto pode-se envolver a biologia, o estudo da
linguagem, a matemática, a geografia, a química, e o que mais for necessário
ao aprendizado deste conteúdo. Assim o mundo fica muito mais empolgante; a
aula fica mais interessante; os alunos ficam mais interessados; o interesse leva
a vontade de aprender mais, e de ensinar mais, e melhor. Será uma novidade
para muitos alunos que, embora em nível superior, tiveram um ensino médio
pouco empolgante, por culpa, talvez, do professor, das condições físicas da
sala de aula, de suas próprias crenças e visão de mundo. Esta prática de
ensino ganhará a denotação “Prática de Ensino de Nível Superior”, pois
realmente é eficiente, pois permite levar o aluno a discussão, a reflexão, com
fundamento e pesquisa.
Fala-se hoje, com insistência, no professor pesquisador. No meu entender o que há de pesquisador no professor não é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescente à de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O de que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como pesquisador (Paulo Freire, 1996, p. 29).
27
Portanto, a vida ganha uma atmosfera diferente, ela agora é objeto
de pesquisa; e a vida, pelo que se sabe até hoje é real, como dois mais dois
são quatro. Isso é a realidade; e esta nos oferece a qualidade do ensino.
Abaixo estão três, das muitas disciplinas, que envolvem o ensino
superior. É possível, através destas, saber como vivenciar o ensino como
realidade.
Biologia
O docente pode ter uma bem elaborada base teórica para orientar
seus alunos sobre o nascimento de um gato, por exemplo, mas levá-los a
acompanhar este acontecimento, ao vivo, onde a teoria aparece na sua forma
mais viva, é empolgante. E todo processo descrito acontece ali, sem erros,
pois a natureza se responsabiliza pela perfeição, e a gata estará na posição
esperada, seus filhos nascerão como estudado, ela os limpará de acordo com
seu instinto, condensará a energia de sua placenta e os amamentará, como
todos os demais gatos. E os alunos terão a fundamentação do seu conteúdo.
Matemática
Qual é a idéia da matemática? Contar, refletir, analisar, pensar? A
matemática se encontra presente em todas as coisas. Portanto os alunos de
engenharia saberão na prática que, com apenas uma régua, capaz de produzir
sombra, num dia ensolarado, próximo do meio dia, será a ferramenta
necessária para se calcular a altura de um prédio, por exemplo, usando
apenas três medidas: a da régua, da sombra da régua e da sombra do prédio.
A proporção das relações matemáticas é tão perfeita, que o gigante prédio terá
sua medida nas mãos dos alunos. O Rio de Janeiro tem muitos prédios. As
faculdades, em sua maioria, concentram uma grande quantidade de edifícios.
Portanto, não falta objeto de estudo. Além disso, há os táxis que lembram
funções, relação de grupos que lembram matrizes, a temperatura e a
economia que precisam de função e gráfico.
Segundo Paulo Freire “ensinar exige reflexão crítica sobre a
prática”, e estes dados possibilitam essa reflexão.
28
Filosofia
É comum universitários de cursos de administração, matemática,
português, e outras que aparentemente não envolvam questões filosóficas,
acharem que a filosofia, ou a Filosofia da Educação, não seja necessária a sua
formação.
Isso pode ser um erro quando da necessidade que o aluno, como
um ser social, precisa refletir, criticar e conhecer melhor o seu mundo e saber
que é possível a mudança; e que o seu aprendizado, sua formação, tem papel
fundamental neste processo de transformação da realidade. A filosofia não
atrapalha, ajuda. Até o ensino religioso poderia explorar mais a questão
filosófica.
A filosofia é a arte pensar, refletir, a razão do saber prático e teórico
e, segundo Paulo Freire, “ensinar exige reflexão crítica sobre a prática”.
Este pensamento é tão importante que se desenvolveu durante
milhares de anos, não só na Grécia mas, conforme se lê em “Iniciação à
História da Filosofia”, de Danilo Marcondes, nos países ocidentais e asiáticos.
Se desenvolveu entre os cristãos, árabes, monoteístas e politeístas. Os
filósofos sempre tiveram importante influência na história da humanidade, e
seu saber e conhecimento era passado para seus discípulos, como uma
escola, e surgiram escolas. A prática de ensino já estava presente em suas
vidas.
Evidentemente, pode-se argumentar que vários desses filósofos, por sua originalidade e criatividade, destacaram-se como indivíduos excepcionais em sua época, questionando e rompendo com a tradição e com o saber estabelecido (Danilo Marcondes, 2006, p. 13).
3.2 A Questão Social
As universidades como UFF, UERJ, UFRJ se localizam próximas de
comunidades carentes. Este é um importante campo de pesquisa, não apenas
para comprovar teoria, mas para desenvolver ações de mudanças, pois a
29
mudança é possível quando se acredita nela e, segundo Paulo Freire, “ensinar
exige a convicção de que a mudança é possível”.
“Um dos saberes primeiros, indispensáveis a quem, chegando a favelas ou a realidades marcadas pela traição a nosso direito de ser, pretende que sua presença se vá tornando convivência, que seu estar no contexto vá virando estar com ele, é o saber do futuro como problema e não como inexorabilidade. É o saber da História como possibilidade e não como determinação. O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências (...) O conhecimento sobre os terremotos desenvolveu toda uma engenharia que nos ajuda a sobreviver a eles. Não podemos eliminá-los mas podemos diminuir os danos que nos causam” (Paulo Freire, 1996, p. 77).
O trote aplicado aos novos alunos pode, e deve, ser um trote
inteligente, em que o aluno assuma, pelo menos durante um dia, ajudar na
alimentação de uma creche, doar alimentos, levar alegria aos doentes nos
hospitais. Logo o aluno se sentirá como um sujeito que intervém no mundo.
Suas reclamações sobre aulas de filosofia, psicologia, sociologia, estatística,
entre outras, serão menores, ou nulas. Conviver com o próximo, compreender
seu sofrimento e saber que isso pode ser mudado, gera um universitário ativo,
interessado; e ele espera receber sua ferramenta de mudança durante a
prática de ensino.
30
4. AS NOVAS TENDÊNCIAS DO ENSINO SUPERIOR
As mudanças no sistema de ensino superior são reais, embora
sempre haja alguma mudança, a atual é mais forte, e vai comprometer toda a
estrutura universitária. A autonomia das universidades, férias unificadas, novas
formas de ingresso já são discutidas nas convenções em todo país, esse
conjunto de mudanças é mais conhecida como Reforma Universitária. O
ensino a distância, a adequação a realidade digital já ocupam um importante
espaço nas IES.
Por outro lado há professores lutando pelo aumento de salário e por
melhores condições de trabalho, conforme se pode observar no site da Sinpro-
Rio, www.sinpro-rio.org.br, lutando pela manutenção dos direitos obtidos na
CCT (Convenção Coletiva do Trabalho). Enquanto isso, aumenta o número de
alunos inadimplentes, as exigências sobre o profissional, levando-o a novas
especializações.
Diante deste fato, como a prática de ensino pode se manter como
um fator motivacional, visto que as dificuldades encontradas aumentam a cada
dia, e que as melhorias ainda, em sua maioria, estão apenas nas discussões?
Primeiro é preciso analisar cada item que envolve esta mudança, e
como o docente pode se adaptar e obter dessas mudanças os componentes
para sua motivação e dos seus alunos.
Um dos pontos fortes da Reforma Universitária é a autonomia das
universidades públicas e privadas, bem como de seus cursos.
4.1 A Autonomia das Universidades
A Reforma Universitária passou dos primeiros passos e já é motivo
de grandes debates. A proposta já foi encaminhada ao Congresso Nacional
pelo MEC (Ministério da Educação). Conforme escreveu Ryon Braga, em seu
artigo, na revista Linha Direta de dezembro/2004, página 26, esta reforma
31
apresenta preliminares como a necessidade da universidade promover a
cidadania, o respeito à dignidade humana, garantia dos direitos sociais, política
de igualdade; autonomia; financiamento; orçamento; desenvolvimento
institucional; hierarquia; duração dos cursos e educação e saúde.
De tudo o que foi apresentado, e que tem influência, de alguma
forma, na prática de ensino, o aspecto autonomia relembra bem o que deve
ser a realidade do professor em sala de aula. Segundo Ryon, cada
universidade terá autonomia para definir instancias decisórias; elaborar
estatuto e regimento; escolherá os dirigentes; etc. Dentre os diversos fatores
pode-se ressaltar a autonomia para “criar, organizar e extinguir cursos; fixar os
currículos e programas e seus objetivos pedagógicos, científicos,
tecnológicos, artísticos, culturais, sociais e de educação para a democracia e
cidadania”.
Uma vez que a universidade tem esta autonomia, o docente,
durante a participação da reunião para elaborar o plano pedagógico, poderá
propor o ensino do seu conteúdo baseado na realidade da região onde se
localiza a universidade, ou do próprio estado do Rio de Janeiro. O que isso
quer dizer é que a sua prática de ensino estará voltada a realidade social dos
universitários e seu método será a investigação, a pesquisa, a análise e a
proposta de melhoria das condições e respeito aos direitos humanos do aluno
e do meio em que ele vive. Já que as universidades não seguirão um plano
nacional, por que não focar a realidade do estado, região ou cidade onde ela
se localiza. O que não quer dizer que os alunos não terão conhecimento do
que acontece fora do seu estado ou país. Mas tudo será estudado e analisado
com o intuito de melhoria, a prática de ensino será para sintetizar esse
conhecimento, canalizar energia em prol da mudança.
A resposta a esse esforço virá dos alunos, seja ela positiva ou
diferente do esperado, o professor terá os dados suficientes para adaptar sua
prática de ensino a um nível satisfatório e motivacional. E este é o propósito,
usar a prática de ensino como um fator motivacional, ou seja, estimular a
motivação nos alunos e no professor. E a prática de ensino com autonomia é
32
motivador para o docente, lhe dá liberdade de interagir com os alunos,
trabalhando a realidade em que eles vivem.
4.2 A Saúde do Professor
O bem estar do professor também é um dos principais fatores
motivacionais, uma vez que o sucesso e o bom desempenho em sala de aula
dependem da qualidade de vida do mestre. Exames regulares, práticas
esportivas, acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, boa alimentação e
lazer estimulam a motivação do profissional. É por isso que há uma luta
constante do Sindicato dos Professores de todo estado do Rio de Janeiro para
garantir esses direitos. Um deles é o calendário unificado, que permitirá ao
docente usufruir dos recessos que ele obtém durante o ano letivo. Se antes
uma escola dava férias, mas outra escola ou universidade mantinha seu curso,
obrigando o professor a não ter férias, agora este período não poderá ser
burlado.
O Sinpro-Rio realizou, nos dias 25, 26 e 27 de junho, no auditório do MEC, o Seminário “Condições de Trabalho e Saúde do Professor”, com o objetivo de convocar os docentes à reflexão e á luta por melhores condições de trabalho e saúde (Jornal do Professor. Julho, Agosto e Setembro de 2009, p. 16).
As doenças provenientes da má condição de trabalho e a
desgastante rotina do professor, principalmente das mulheres docentes, que
tem dupla jornada (casa/escola), são causas perceptíveis da desmotivação em
sala de aula. Algumas doenças, como a LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e
a Síndrome do Esgotamento Profissional estão deixando professores cada vez
menos produtivos, refletindo nos alunos e numa qualidade de ensino ruim. A
nova “moda” é a Síndrome de Burnot que, segundo o site
www.saudedoprofessor.com.br, “A síndrome de Burnot caracteriza-se pelo
estresse crônico vivenciado por profissionais que lidam de forma intensa e
constante com as dificuldades e problemas alheios, nas diversas situações de
atendimento”.
33
Todos esses fatores prejudicam a prática de ensino, uma vez que a
mesma depende da energia e alegria do professor, do comprometimento e
tempo dedicado à pesquisa e do reflexo sobre os alunos.
Portanto, para uma prática de ensino de qualidade e estimulante,
motivacional, rica em eficiência, as IES e os professores devem atuar de forma
conjunta na manutenção da saúde do profissional. A prática esportiva é uma
das soluções, e falando em interdisciplinaridade, as aulas de condicionamento
físico, ou Educação Física, são fortes aliados nesta mudança de vida do
mestre.
Algumas empresas privadas do Rio de Janeiro, como a 1001, por
exemplo, investem na Ginástica Laboral, onde profissionais, pelo menos duas
vezes na semana, fazem exercícios e alongamentos que propiciam melhor
disposição física para o trabalho, bem como um momento de descontração
durante a rotina laborativa.
Segundo diziam os gregos, um corpo belo reflete uma alma bela.
Trazendo este pensamento a nossa realidade, um professor com a saúde
estável, com um bom condicionamento físico e uma boa vivência com a família
e amigos, terá uma alma “bela”, ou seja, terá maior disposição e energia para
atuar em sala de aula com alegria, vontade, determinação e motivação. E
como o ensino, segundo Paulo Freire, “é uma troca entre docente e discente”,
essa alegria logo contagiará os alunos, que também emitirão essa freqüência
positiva ao professor.
O docente também precisa de tempo para exercitar a sua fé, seja na
sua religião, crença ou na esperança de um mundo melhor. É de conhecimento
de todos que a fé também é um fator motivacional, uma vez que o indivíduo
passa a acreditar, e põe todas as suas forças nesta crença, de que é possível
melhorar sua atual situação.
As alternativas apresentadas acima representam uma rica fonte de
energia para a eficiente prática de ensino. Isso não quer dizer que o professor
não precisa se organizar, manter atualizado seu plano de aula e de estudo,
seu diário, suas avaliações; mas dá um novo ar, uma nova esperança ao
34
docente que vê, na educação, uma forma eficiente de intervenção, e mudança,
no mundo.
4.3 As Novas Formas de Avaliação
A prática de ensino deste século vem sofrendo fortes alterações; já
é comum professores de cursos superiores e de extensão adotarem a forma
de avaliação pelo desempenho total do aluno em sala de aula. São
dissertações, dinâmicas, trabalhos em grupos, provas objetivas e discursivas,
ou seja, um conjunto de ações que permitem ao professor avaliar seu aluno.
Isso não tira a responsabilidade do aluno de ter que conhecer o que está
proposto no plano pedagógico. Um aluno de um curso politécnico em petróleo
e gás, por exemplo, não pode sair da faculdade tendo apenas um bom
relacionamento e boa escrita, ele precisa conhecer a teoria e a prática do que
é trabalhar com petróleo e gás, pois esse é um trabalho de grande
responsabilidade, e erros não são aceitáveis, e os resultados destes podem
ser bem desagradáveis.
É neste momento que o docente, durante a prática de ensino,
precisa desenvolver em seu aluno a consciência de que, neste tipo de curso e
trabalho, o erro deve ser em sala de aula, preferencialmente no papel.
As universidades permitem, ao docente, a autonomia para a prática
de ensino, o que lhe permite trabalhar as diferentes formas de avaliação. É
neste ponto que o mestre deve atuar para tornar seus métodos de avaliação
um fator motivacional. O aluno precisa se sentir avaliado pelo que foi
coerentemente ensinado.
Um exemplo dessa “nova forma” de avaliação foi descrito por
Regina Cançado, diretora de Desenvolvimento do Instituto de Avaliação e
Desenvolvimento Educacional (Inade), em seu artigo “Avaliação como
instrumento de melhoria”.
Embora haja diferentes definições de Avaliação, a que
melhor se adapta a uma visão contemporânea é a seguinte:
35
avaliação é o processo de coleta de dados, síntese e
interpretação de informações e uso dessas informações para
programar melhorias (Regina Cançado, Revista Linha Direta,
2008, p. 22).
Durante o processo de avaliação o professor pode usar sua
experiência, seu conhecimento lógico e a razão, sempre deixando claro ao
aluno o que o docente espera dele. O aluno precisa se sentir a vontade para
se desenvolver; a liberdade, e não a libertinagem, está na disposição do
docente em manter a relação professor/aluno como um ato de confiança. A
avaliação não serve para o aluno se sentir ameaçado, mas fazê-lo expor a
vontade de demonstrar, da melhor forma possível, o que aprendeu, e o que
acha que aprendeu. Aquilo que o professor identifica que se distancia do
objetivo do seu ensino deve ser trabalhado para o entendimento do aluno, a
curto, médio ou longo prazo, ou dos alunos, se o problema persistir a nível
geral. Ele deve, também, verificar se a falha está no seu método de ensino
pois, o que é bom para um determinado grupo de alunos, pode são ser tão
adequado a outro. Esse é o processo de diagnosticar.
Com os resultados da avaliação em sala de aula, o professor pode, dentre muitas estratégias, motivar os alunos a se empenharem mais em aprender, informá-los sobre o que é esperado deles, analisar as abordagens de ensino, ajustar e orientar as suas intervenções pedagógicas e atender às diferenças individuais dos alunos (Regina Cançado, Revista Linha Direta, 2008, p. 25).
Outros métodos de avaliação também são apresentados em seu
artigo, alguns destes defendidos e descritos por Paulo Freire (1996, p. 30 e
31). Abaixo estão quatro métodos que favorecem a uma prática de ensino
eficiente, motivadora.
• Identificação de um objetivo específico: consiste em
realizar uma coleta de dados e interpretar as informações, a partir
daí o professor obtém os dados necessários para a escolha do
método a ser aplicado;
36
• Avaliar a qualidade da educação oferecida e as condições
em que ela se realiza: neste etapa pode-se utilizar o processo de
diagnosticar, onde é considerado o resultado da aprendizagem
(eficácia) e os recursos e processos educativos utilizados
(eficiência).
• Brainstorm, conhecida também como “tempestade
cerebral”: este tanto pode ser utilizado para a produção de idéias dos
alunos, quanto para o levantamento de soluções, pelo(s)
professor(es), para melhoria do sistema educacional.
• Utilização de provas objetivas e discursivas: estas não
precisam ser abandonadas, serão mais um item de avaliação.
37
CONCLUSÃO
Conforme estudado neste trabalho, a prática de ensino é mais que a
ação de estar em frente a uma sala de aula, baseado num plano de aula
delineado por uma equipe pedagógica, ou numa reunião e passar o conteúdo
da disciplina. É mais que isso. A prática de ensino, quando bem organizada e
com objetivos é um fator motivacional. Através desta o docente pode levar
seus alunos a pensarem criticamente, acreditarem na mudança de vida e da
sociedade, atuarem como agentes de mudança na sociedade e refletirem
sobre a realidade a sua volta.
Uma prática de ensino eficiente desenvolve no aluno a vontade de
aprender mais, e melhor. O mesmo se vê compromissado a pesquisar, estudar
e se envolver com a disciplina, uma vez que ele vê, nesta, uma ou mais
utilidade, e entende que o ensinado é para seu próprio bem e dos outros, seja
amigos, família ou sociedade.
Porém, para o docente manter uma prática de ensino eficiente ele
precisa identificar a real necessidade de aplicação de seu conteúdo, traçar
metas e objetivos, diagnosticar eventuais problemas relacionados ao sistema
de ensino da universidade ou do seu e desenvolver sua metodologia e propor
soluções.
Além do mais o mestre precisa cuidar da sua saúde física e mental,
pois estes interferem, e muito no processo de ensino, e se o professor não
estiver bem poderá passar essa imagem ao aluno, e assim, não motivar a si,
nem a eles, pois o ensino é um processo de troca.
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O docente deve estar atento e atualizado as novas tendências do
ensino superior no Brasil e no seu estado, e assim descobrir como as
mudanças interferirão direta ou indiretamente em sua prática de ensino.
Por fim, o professor deve fazer sua habilidade de orientação ser
uma arte de ensino, usar os métodos bons disponíveis, obter novos métodos;
deve conhecer seus alunos, as formas de comportamento grupal e suas
características. Deve ter amor e respeito pela profissão e pelo aluno. Deve ser
feliz, acreditar e sonhar, e fazer com que seus alunos pensem positivamente e
acreditem na mudança e vejam, na educação, uma forma de intervenção no
mundo e na história. E assim, motivado, e motivador, o docente fará da sua
prática de ensino um fator motivacional.
39
BIBLIOGRAFIA
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40
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http://www.saudedoprofessor.com.br/Calendario/pq.html < acessado em 27/02/2010, 15:30 >
http://www.sinpro-rio.org.br < acessado em 27/02/2010, 15:45 >