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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM SAÚDE COLETIVA MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE COLETIVA ANA KARINA BEDÊ CIRÍACO INDICADORES DA SAÚDE INFANTIL: ANÁLISE EM UM MUNICÍPIO DO NORDESTE DO BRASIL FORTALEZA-CEARÁ 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE COLETIVA

ANA KARINA BEDÊ CIRÍACO

INDICADORES DA SAÚDE INFANTIL: ANÁLISE EM UM MUNICÍPIO DO

NORDESTE DO BRASIL

FORTALEZA-CEARÁ

2017

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ANA KARINA BEDÊ CIRÍACO

INDICADORES DA SAÚDE INFANTIL: ANÁLISE EM UM MUNICÍPIO DO

NORDESTE DO BRASIL

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Saúde Coletiva do

Centro de Ciências da Saúde da

Universidade Estadual do Ceará, como

requisito parcial para obtenção do Título

de Mestre em Saúde Coletiva. Área de

concentração: Saúde Coletiva.

Orientadora: Profa. Dra. Thereza Maria

Magalhães Moreira

FORTALEZA – CEARÁ

2017

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me guiar e me fortalecer em todos os momentos da minha vida.

A minha (MÃE), Velma Lúcia Bedê Ciríaco (In Memoriam), pelo exemplo de vida e

por seus ensinamentos, que se fizeram presentes nos momentos firmes e

hesitantes, transferindo-me a segurança necessária para enfrentar o caminho a

seguir.

Meu agradecimento especial ao meu esposo, amigo e companheiro Waldemir Farias

de Sousa Júnior, que sempre me incentivou, acreditou, me deu forças e não mediu

esforços para proporcionar a minha trajetória acadêmica que me fez chegar até aqui.

Aos Meus Amados filhos razões de minha vida Yann e Yvna, que tantas vezes foram

privados da minha companhia para poder concluir esta trajetória.

Ao meu irmão Rhagma Bedê Ciríaco (In Memoriam), que acreditava e torcia pelo

meu crescimento profissional

A minha muito mais que orientadora, um Anjo da Guarda que Deus colocou no meu

caminho, Profa.Dra.Thereza Maria Magalhães Moreira, que acompanhou, incentivou

e compreendeu todo este processo, deste a minha qualificação até o dia de hoje.

Obrigada pelo seu carinho e ajuda nos momentos que precisei, pelo conhecimento

transmitido, atenção e compreensão.

Ao Prof. Dr. Paulo César Almeida, pela sua importante contribuição neste trabalho,

dedicação, sabedoria e paciência.

A minha tia e madrinha (segunda mãe) Lúcia Maria Ciríaco Coelho, pelo amor,

atenção e carinho a mim dispensados.

A minha grande amiga Fga. Ms.Cláudia Sobral de Oliveira Uchoa, que sempre me

deu força e acreditou que seria possível. Valeu pela amizade e experiências

compartihadas.

Aos membros da Banca Examinadora, que tão gentilmente aceitaram o nosso

convite.

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“Se o desejo de alcançar a meta estiver

vigorosamente vivo dentro de nós, não

nos faltarão forças para encontrar os

meios de alcançá-la e traduzi-la em atos

de nossos projetos”

(Albert Einstein)

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RESUMO As políticas públicas de saúde na área infantil têm como foco principal a atenção

integral no primeiro ano de vida, visando garantir a saúde da criança, além de

prevenir a morte infantil. As ações de saúde nesta área têm sido priorizadas e

apresentam avanços ao longo das últimas décadas. O objetivo deste estudo foi

analisar, a partir do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), as

informações do serviço de saúde infantil contidos nos últimos oito anos em um

município do Nordeste brasileiro. Trata-se de um estudo analítico, de base

secundária, com dados públicos, disponíveis no SIAB, com abordagem quantitativa.

O estudo foi realizado em Horizonte-Ceará-Brasil, com coleta de dados realizada de

setembro a dezembro de 2016, referente ao período de janeiro de 2009 a dezembro

de 2015. A população foi composta pelas crianças de zero a menores de dez anos,

cadastradas no SIAB do município no período. Fez-se a análise dos principais

indicadores da saúde infantil no programa SPSS, versão 22.0.0.0, divididos em

quatro blocos: 1-características sociodemográficas e de nascimento, 2-

características de óbito, 3-características de aleitamento, vacinação, desnutrição e

adoecimento e 4-características de hospitalização e consulta médica, todos

organizados em tabelas e gráficos. No período estudado, ocorreu uma variação

positiva nas taxas da maior parte dos Indicadores de Saúde Infantil analisados no

Município, principalmente no que se refere ao Aleitamento materno-AM e redução da

Taxa de Mortalidade infantil-TMI. Os resultados mostraram que a cobertura dos

serviços de saúde infantil conseguiu contemplar índices satisfatórios na assistência.

Conclui-se que o município apresenta dados compatíveis com o Programa Prefeito

Amigo da Criança e também com o Selo Unicef. O estudo permitiu realizar uma

análise da situação de saúde das crianças nos últimos oito anos em Horizonte,

contribuindo para que as equipes da estratégia saúde da família possam refletir

sobre a necessidade de mudanças e de melhor planejar as intervenções no território

adscrito sob sua responsabilidade sanitária, favorecendo, assim, o maior alcance

das metas propostas pelos serviços ofertados.

Palavras-chave: Indicadores de Saúde. Saúde Materno-Infantil. Sistema de

Informação da Atenção Básica.

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ABSTRACT Public health policies in the children's area have as main focus the integral attention

in the first year of life, aiming to guarantee the health of the child, besides preventing

the death of children. The health actions in this area have been prioritized and

presented advances over the last decades. The objective of this study was to

analyze, from the Basic Attention Information System (SIAB), the evolution of child

health in the last eight years in a municipality in the Northeast of Brazil. This is a

secondary, analytical, publicly available data study, available on the SIAB, with a

quantitative approach. The study was carried out in Horizonte-Ceará-Brazil, with data

collected in January 2017, for the period from January 2009 to December 2015. The

population was composed of children from zero to less than ten years old, enrolled in

SIAB Of the municipality in the period. The main indicators of child health were

analyzed through tables and graphs produced in Microsoft Office Word and Excel

programs. Dividing them into four blocks1-sociodemographic and birth

characteristics, 2 - death characteristics, 3 - characteristics of lactation, vaccination,

malnutrition and illness, and 4 - characteristics of hospitalization and medical

consultation. In the period studied, there is a positive variation in the rates of most of

the Child Health Indicators analyzed in the Municipality. The results showed that the

coverage of the Child Health services can include satisfactory levels of care. It is

concluded that the Municipality presents data compatible with the Child Friendly

Mayor Program and also with the Unicef Seal. The study allowed an analysis of the

health situation of children in the last eight years in Horizonte, helping the family

health strategy teams to reflect on the need for changes and to better plan the

interventions in the territory under their responsibility, Favoring the greater reach of

the goals proposed by the offered services.

Keywords: Maternal Infant Health. Information System of Primary. Family Health

TeamsStrategy.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 - Condições de requisitos iniciais para o título Município

amigo da Criança......................................................................

27

Quadro 2 - Eixos, diretrizes e objetivos estratégicos.............................. 28

Figura 1 - Mapa do Município de Horizonte-Ce...................................... 33

Figura 2 - Saúde Infantil distribuída em blocos no Município de

Horizonte-Ce............................................................................

36

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1- Proporção de Nascidos Vivos por Sexo, Horizonte, 2009-

2015...........................................................................................

39

Gráfico 2- Proporção de Crianças assistidas na ESF, por Faixa

Etária, Horizonte 2009 a 2015.................................................

39

Gráfico 3- Proporção de nascidos vivos por percentagem,

Horizonte, 2009-2015...............................................................

40

Gráfico 4- Proporção de Óbitos com menos de 28 dias, nas áreas

cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015.........................

41

Gráfico 5- Proporção de Óbitos entre 28 dias à 11 meses e 29 dias,

nas áreas cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015........

42

Gráfico 6- Proporção de Óbitos com menos de 01 ano, nas áreas

cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015.........................

42

Gráfico 7- Proporção de Crianças de 0 a 03 meses e 29 dias com

AME e Aleitamento Misto, nas áreas cobertas pelas eSF,

Horizonte,2009 – 2015.............................................................

44

Gráfico 8- Proporção de Crianças de 0 a 11 meses e 29 dias com

Vacinas em dia, Pesadas e Desnutridas, nas áreas

cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015.........................

45

Gráfico 9- Proporção de Crianças de 12 meses a 23 meses e 29 dias

com Vacinas em dias, Pesadas e Desnutridas, nas áreas

cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015.........................

45

Gráfico 10- Proporção de Crianças com menos de 02 anos, que

tiveram Diarréia, IRA ou usaram TRO, nas áreas cobertas

pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015.........................................

46

Gráfico 11- Proporção de Crianças com menos de 05 anos, que

foram Hospitalizadas por Pneumonia ou Desidratação,

nas áreas cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015........

47

Gráfico 12- Proporção Média de Consultas Médicas por ano, que

foram realizadas com crianças de menos de 01 ano a 09

anos, nas áreas cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 –

2015..........................................................................................

48

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AB Atenção Básica

ABRINQ Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos

ACS Agente Comunitário de Saúde

AME Aleitamento Materno Exclusivo

APS Atenção Primária à Saúde

BPN Baixo Peso ao Nascer

CAA Coordenação de Acompanhamento e Avaliação

CE Ceará

CMI Coeficiente de Mortalidade Infantil

CNDSS Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde

CNS Conselho Nacional de Saúde

DAB Departamento de Atenção Básica

DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

ESF Estratégia Saúde da Família eSF Equipes de Saúde da Família IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISA Inquérito de Saúde

IRA Insuficiência Respiratória Aguda

MIP Mortalidade Infantil Proporcional

MS Ministério da Saúde

NV Nascidos Vivos

ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

OMS Organização Mundial de Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

PACS Programa dos Agentes Comunitários de Saúde

PNAB Política Nacional de Atenção Básica

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde

PNI Programa Nacional de Imunização

PPAC Programa Prefeito Amigo da Criança

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RIPSA Rede Interagencial de Informática para a Saúde

SAS Secretaria de Atenção à Saúde

SERs Secretarias Executivas Regionais

SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica

SIM Sistema de Informação sobre Mortalidade

SINASC Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos

SIS Sistema de Informação em Saúde

SISPRENATAL Sistema de Acompanhamento do Programa de Humanização no

Pré-Natal

SMS Secretaria Municipal de Saúde

SUS Sistema Único de Saúde

TMI Taxa de Mortalidade Infantil

TRO Terapia de Reidratação Oral

UBS Unidade Básica de Saúde

UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………… 13

2 OBJETIVOS…………………………………………………………………… 17

2.1 OBJETIVO GERAL…………………………………………………………… 17

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS………………………………………………… 17

3 REVISÃO DE LITERATURA………………………………………………... 18

3.1 SAÚDE INFANTIL…………………………………………………………….. 18

3.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE NO CONTEXTO DO SUS.. 20

3.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA – SIAB................ 23

3.4 ASSOCIAÇÃO ABRINQ (PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA

CRIANÇA).................................................................................................

24

3.5 SELO UNICEF (MUNICÍPIO APROVADO)……………………………….... 30

4 MÉTODO………………………………………………………………………. 32

4.1 TIPO E NATUREZA DO ESTUDO........................................................... 32

4.2 LOCAL DA PESQUISA………………………………………………………. 32

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA…………………………………………………. 34

4.4 COLETA DE DADOS……………………………………………………….... 35

4.5 VARIÁVEIS E ANÁLISE DOS DADOS..................................................... 35

4.6 ASPECTOS ÉTICOS................................................................................ 37

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………………….. 38

6 CONCLUSÃO…………………………………………………………………. 51

REFERÊNCIAS………………………………………………………............. 53

APÊNDICES............................................................................................. 57

APÊNDICE A – ROTEIRO DE COLETA DE DADOS............................... 58

APÊNDICE B – TABELAS........................................................................ 59

ANEXO…………………………………………………………………………. 62

ANEXO A – TERMO DE ANUÊNCIA........................................................ 63

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1 INTRODUÇÃO

As políticas públicas de saúde na área infantil têm como foco principal a

atenção integral à criança no primeiro ano de vida, visando garantir a saúde da

criança, além de prevenir a morte infantil. No Brasil, as ações de saúde nesta área

têm sido priorizadas e apresentaram avanços ao longo das últimas décadas. Para a

análise das informações sobre este tema no país, tem sido utilizado o Sistema de

Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) de base populacional e outros sistemas

de informações do Sistema único de Saúde (SUS), como o Sistema de Informação

da Atenção Básica (SIAB). Todavia, informações obtidas a partir de inquéritos

domiciliares, possibilitam o aprofundamento da análise nesta área de conhecimento,

pois permitem detalhar a utilização dos serviços de saúde no acompanhamento do

desenvolvimento da criança (SÃO PAULO, 2011).

No Brasil, a mortalidade infantil na última década tem diminuído. A Taxa

de Mortalidade Infantil (TMI) nacional, medida pela proporção entre mortes de

crianças menores de um ano, por mil nascidos vivos, caiu de 47,1 para 19,3, uma

redução de 59%, que colocou o Brasil no estrato de mortalidade infantil média, pelos

parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) (RIPSA, 2008).

A mortalidade infantil tem ganhado maior evidência pela adesão do Brasil

aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), programa da Organização das

Nações Unidas (ONU) para os países em desenvolvimento, que tem como um de

seus objetivos reduzir a mortalidade infantil nesses países a patamares mais

aceitáveis, no mínimo em dois terços entre 1990 e 2015 (UNITED NATIONS, 2009).

Devido à redução geral da mortalidade infantil, o Brasil subiu nove

posições no ranking internacional nas últimas duas décadas e está a caminho de

cumprir a meta de diminuir a mortalidade infantil em dois terços, apesar de ainda

ocupar o 90º lugar dentre os países do mundo quanto mortalidade na faixa etária de

0 a 5 anos e apresentar situação ainda distante daquela dos países desenvolvidos

(RAJARATNAM, 2010).

A mortalidade infantil persiste afetando as regiões mais atingidas pela

desigualdade social em todo o mundo, onde milhões de crianças morrem antes de

completarem um ano de vida. Na América Latina, com exceção de Cuba, Chile e

Costa Rica, as taxas ainda são elevadas, mas verifica-se uma redução geral nas

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últimas décadas, podendo observar melhor desempenho em países que optaram por

eleger a saúde como direito social e adotar sistemas universais baseados na

Atenção Primária à Saúde (APS), como o Brasil (UNICEF, 2008).

O SUS possui relevantes Sistemas de Informação em Saúde (SIS), de

base individual e abrangência nacional, que constituem instrumentos estratégicos de

planejamento, pois permitem refletir, mensurar, investigar, avaliar os dados e tomar

decisões que contribuam para prevenir agravos à saúde e diminuir os índices de

morbimortalidade. Dentre eles, está o SIAB, já mencionado (LIMA, 2010).

O SIAB foi implantado em 1998 em substituição ao Sistema de

Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (SIPACS), pela então

Coordenação da Saúde da Comunidade/Secretaria de Assistência à Saúde, hoje

Departamento de Atenção Básica/Secretaria de Atenção à Saúde, em conjunto com

o Departamento de Informação e Informática do SUS/Datasus, para o

acompanhamento das ações e dos resultados das atividades realizadas pelas

equipes do Programa Saúde da Família (PSF)(BRASIL, 2009).

Esse sistema surgiu a partir da necessidade da disponibilização de

informações aos profissionais, gestores e comunidade sobre as condições de saúde

da população e objetiva gerar informações para contribuir de forma decisiva na

avaliação e planejamento das ações a serem desenvolvidas pelos gestores e

profissionais que compõem a Estratégia Saúde da Família (ESF) (BRASIL, 2009).

Assim, as informações disponibilizadas pelo SIAB representam a possibilidade de

planejar ações e atividades em todos os níveis de saúde (promoção, prevenção,

cura e reabilitação). Porém, se a cobertura e a qualidade dos dados não forem boas,

sua utilidade será limitada.

A sociedade atual tem demonstrado maior preocupação em avaliar o nível

de vida e saúde da população. Para tanto, faz-se necessária a utilização de medidas

que expressem essa realidade. No Brasil os métodos mais utilizados como

indicadores básicos de saúde são medidas que, em sua maioria, limitam-se à

dimensão da vida biológica. Dentro desse aspecto, a evolução do corpo possui

grande visibilidade pelos estudiosos e os tópicos de maior interesse para a saúde

pública têm sido os eventos referentes ao ciclo vital, com enfoque sobre o

nascimento, ocorrências mórbidas e o óbito (LIMA; PORDEUS; ROUQUAYROL,

2013).

Nessa perspectiva, observa-se que os indicadores são fontes importantes

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de informação para o desenvolvimento de medidas que propiciem o aprimoramento

da qualidade de vida e saúde da população, além de um meio para a avaliação da

assistência prestada pelos serviços de saúde (MOTA; KERR, 2012).

No Brasil, muito se tem discutido acerca da multiplicidade dos Sistemas

de Informação em Saúde, bem como sobre os investimentos em recursos humanos

e materiais para alimentar grandes massas de dados que, muitas vezes, são

questionadas quanto à qualidade e ao uso. Incitar mecanismos de utilização das

informações rotineiramente produzidas nos serviços de saúde contribui para

aperfeiçoar processos de melhoria da qualidade da própria informação e orientar a

gestão do sistema de saúde (LEITE, 2010). Apesar de criado um sistema integral (e-

SUS – estratégia do departamento de Atenção Básica para reestruturar as

informações em nível nacional), ele ainda não está implantado na grande maioria

dos municípios do estado e do país, permanecendo a multiplicidade de sistemas de

informação.

Neste contexto, para assegurar a confiança dos usuários na informação

gerada, é fundamental monitorar a qualidade dos indicadores, revisar

periodicamente a consistência da série histórica de dados, e disseminar a

informação com oportunidade e regularidade. Sendo assim, os profissionais

responsáveis pelo preenchimento desse sistema devem ter consciência da

relevância destas informações para um diagnóstico de saúde preciso da população

(BRASIL, 2009).

Assim, ressalta-se a necessidade da completude das variáveis contidas

no SIAB para proporcionar informações epidemiológicas relevantes sobre a atenção

primária em saúde e, especificamente neste trabalho, sobre a saúde infantil. O

interesse pela saúde infantil é decorrente de minha atuação no município como

fonoaudióloga desde o ano de 2008, desenvolvendo atividades no acompanhamento

direto das crianças, observando atentamente a importância da complexidade do

desenvolvimento infantil.

Diante do exposto, as inquietações advindas desse contexto nortearam a

elaboração dessa dissertação, que pretende responder aos seguintes

questionamentos: como se configuram os indicadores da saúde infantil de um

município do Nordeste brasileiro? Os dados disponíveis na internet e em

documentos públicos têm denotado um bom contexto, uma vez que o município é

considerado amigo da criança?

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16

O estudo se torna relevante porque propiciará uma descrição da situação

de saúde do município no tocante à saúde infantil, relevante variável a ser

considerada na atenção primária em saúde. Pretende-se, portanto, chamar a

atenção para a situação do município nessa seara, visando em um momento

posterior otimizar os resultados até então produzidos.

O conhecimento dos indicadores de saúde infantil é de fundamental

importância para a avaliação e planejamento em saúde. As informações sobre estes

indicadores de saúde permitirão que gestores, profissionais de saúde e comunidade

possam avaliar e planejar estratégias para melhoria dos programas e serviços de

saúde (LEITE, 2010). O objeto desta pesquisa foi analisar alguns indicadores da

situação de saúde infantil, a partir do Sistema de Informação da Atenção Básica

(SIAB) e, assim, no futuro contribuir para o planejamento de intervenções que

possam aperfeiçoar a atenção prestada aos usuários. Desta forma, é que

desenvolvemos o presente trabalho.

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17

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as informações sobre a saúde infantil a partir do SIAB, em um

município do Nordeste brasileiro.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Caracterizar os indicadores de saúde infantil no município de

Horizonte- Ceará-Brasil;

• Relacionar tais indicadores com o ano de recebimento do título de

município amigo da criança - Abrinq;

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18

3 REVISÃO DE LITERATURA

O presente capítulo foi dividido nos seguintes tópicos: Saúde Infantil,

Sistemas de Informação em Saúde no contexto do SUS, Sistema de Informação da

Atenção Básica (SIAB), Associação Abrinq (Prefeito Amigo da Criança) e Selo

Unicef (Município Aprovado).

3.1 SAÚDE INFANTIL

Os primeiros anos de vida são importantes porque o que ocorre na

primeira infância faz diferença por toda a vida. Desde a gravidez e ao longo da

primeira infância, todos os ambientes em que a criança vive e aprende, assim como

a qualidade de seus relacionamentos com adultos e cuidadores têm impacto

significativo em seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social. A infância é o

período da vida no qual a preocupação com o desenvolvimento deve ser prioritária.

Tal fato se dá porque nesta etapa da vida os indivíduos estão com o sistema

nervoso em intenso desenvolvimento, sendo, portanto, mais susceptíveis às

doenças ou a agravos à saúde (CAMPERO, 2010).

Ainda de acordo com Campero (2010), nas últimas décadas, o interesse

pelo desenvolvimento integral da criança tem crescido mundialmente como resultado

do aumento constante da sobrevivência infantil e do reconhecimento de que a

prevenção de problemas ou de doenças nesse período exerce efeitos duradouros

para o ser humano.

Está garantido na Constituição Federal: “A Saúde é um direito de todos e

um dever do Estado” (BRASIL, 1988). E, de acordo com os princípios que regem o

Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência deve ser universal, igualitária e

equitativa. Ou seja, além de oferecer o atendimento indiscriminado, a pessoa deve

ser tratada na sua individualidade.

Mas, apesar dos avanços alcançados, os indicadores de saúde

demonstram faltar um longo caminho a percorrer para garantir às crianças

brasileiras o direito integral à saúde, como assumido em nossas leis. As taxas de

mortalidade infantil, embora reduzidas nas últimas décadas, ainda são altas, em

especial no Nordeste brasileiro (IBGE, 2014). Na maioria dos casos, os óbitos

poderiam ser evitados se as crianças fossem encaminhadas para um serviço de

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saúde qualificado, com equipe profissional preparada para atender com eficiência e

agilidade.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE-2014),

apontam diminuição progressiva e significativa do Coeficiente de Mortalidade Infantil

(CMI) entre os anos de 1980 e 2013. A redução alcançou a marca de 78,3%. Em

1980 os valores encontrados foram de 69,1 óbitos por 1000 nascidos vivos e em

2013 foram registrados 15 óbitos por 1000 nascidos vivos. Contudo, esse indicador

ainda se apresenta como um fator preocupante para a saúde pública e elevado,

quando comparado a outros países do mesmo bloco econômico do Brasil (IBGE,

2014).

O quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que pretendia

reduzir a mortalidade em crianças menores de 5 anos, em dois terços, até 2015 foi

alcançado e hoje o país oferece melhores condições de vida e sobrevivência de

suas crianças. Essa conquista deve-se ao desenvolvimento de ações que visam

minimizar os fatores condicionantes associados à mortalidade infantil. Assim, o

aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios com

saneamento básico adequado, a diminuição da desnutrição infanto�juvenil e o maior

acesso da população aos serviços de saúde, além das campanhas de vacinação em

massa, atenção ao pré natal, incentivo ao aleitamento materno, aumento do número

de agentes comunitários de saúde, entre outras medidas, foram essenciais para o

alcance dessa meta (IBGE, 2014).

Foram desenvolvidas ações nos diversos níveis de atenção a saúde a fim

de minimizar esses fatores e seus efeitos sobre a saúde neonatal. Entre elas está a

“Rede Cegonha” (RC), que objetiva a implementação de um modelo assistencial

focado na atenção ao parto, nascimento e desenvolvimento infantil de zero aos 24

meses; além de garantir acesso, acolhimento e resolutividade na rede de atenção à

saúde materna e infantil; e reduzir a mortalidade desse público, com enfoque no

componente neonatal (BRASIL, 2011).

Uma das diretrizes da RC visa à garantia de vinculação da gestante à

unidade de referência e ao transporte seguro (BRASIL, 2011). Essa ação pode e

deve evitar o processo de peregrinação durante o trabalho de parto, caracterizado

por diversas idas e vindas à maternidade, até que a mulher seja admitida no serviço

hospitalar (FIGUEIREDO et al, 2010).

A saúde infantil está muito vinculada à saúde materna, sobretudo em

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seus primeiros anos. É necessário olhar o hoje planejando o amanhã para que se

tenham crianças cada vez mais saudáveis.

3.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE NO CONTEXTO DO SUS

Os Sistemas de Informação em Saúde (SIS), são instrumentos

padronizados de monitoramento e coleta de dados, que têm como objetivo o

fornecimento de informações para análise e melhor compreensão de importantes

problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis

municipal, estadual e federal. São sistemas que evoluem rapidamente, sendo

definidos como um conjunto de componentes que atuam de forma integrada, por

meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e transmissão de

informação necessária e oportuna para implementar processos de decisão no

sistema de saúde (MELLO e JORGE, 2010). São desenvolvidos e implantados com

o objetivo de facilitar a formulação e avaliação das políticas públicas, planos e

programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões, para

contribuir com a situação de saúde individual e coletiva.

Além das mudanças tecnológicas, os conceitos e métodos para

armazenar, tratar e disseminar informações, para que sejam utilizadas da melhor

forma por diferentes públicos (gestores, acadêmicos, sociedade em geral), também

têm se desenvolvido com muita rapidez. Importantes diferenças são identificadas

entre as experiências de diferentes países, que correspondem aos processos

históricos e às características das instituições e das necessidades dos sistemas de

atenção (LIMA, 2010).

“Por Atenção Primária à Saúde (APS) compreende-se os cuidados

essenciais à saúde, baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente

bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de

indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação, e a um custo

que estas comunidades e os países possam manter em cada fase do seu

desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e determinação” (ALMA ATA, 1978).

A APS (atenção básica), assim expressa na Declaração de Alma-Alta, já

era apontada como a “chave” para o cumprimento de uma das principais metas dos

países, das organizações internacionais e de toda a comunidade mundial para o

ano 2000 - o alcance, por parte de todos os povos do mundo, de um nível de saúde

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que lhes permitisse levar uma vida social e economicamente produtiva (OMS, 1978,

apud JAIME et al; 2011).

Os cuidados primários com a saúde, conforme Declaração de Alma-Ata

são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas,

cientificamente fundamentadas e socialmente aceitáveis, ao alcance universal de

indivíduos e famílias, da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo

que a comunidade e o país possam manter. Entre os cuidados primários estão a

promoção da nutrição apropriada e os cuidados de saúde infantis.

Segundo Jaime et al (2011), os grandes marcos da Atenção Básica no

Brasil foram a criação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) em

1991 e o Programa de Saúde da Família (PSF), nomeado em 1994 como Estratégia

de Saúde da Família (ESF), os quais se constituíram nas principais estratégias para

organização das ações da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) em 2006.

A Atenção Básica é caracterizada por um conjunto de ações de saúde

que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o

diagnóstico e o tratamento. É desenvolvida com o trabalho em equipe e dirigida a

populações localmente definidas, para resolver os problemas de saúde de maior

frequência e relevância em seu território (BRASIL, 2009). É o contato inicial dos

usuários com os sistemas de saúde e considera o sujeito em sua singularidade,

complexidade, integralidade e inserção sociocultural.

O Brasil tem experimentado, desde a criação do SUS, mudanças

importantes no seu sistema público de saúde. Neste contexto, princípios importantes

vêm norteando a política de saúde do país, tais como universalidade do acesso,

integralidade da atenção e equidade (BRASIL, 2009).

A universalidade trouxe consigo a ampliação do acesso da população aos

serviços de saúde. Neste aspecto, a Atenção Básica à Saúde (ABS) tem-se

constituído em prioridade governamental na reorientação das políticas de saúde em

nível local com a finalidade de fortalecer a "porta de entrada" do sistema. Nesse

sentido, a ABS toma força na década de 1990 com a implantação do PSF em 1994,

estabelecendo a Unidade de Saúde da Família (USF) como a principal via de acesso

da população ao sistema público de saúde (BRASIL, 2009).

Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm

informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de

saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem

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refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das

condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja

complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de

determinada doença até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais

sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.

A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes

utilizados em sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco)

e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão

dos dados). O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua

validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os

mesmos resultados quando aplicado em condições similares). Em geral, a validade

de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o

fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno

analisado). Outros atributos de um indicador são: mensurabilidade (basear-se em

dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de

saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e

recursos). Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com

facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da informação,

especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistema de

saúde.

A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é

condição essencial para a análise objetiva da situação sanitária, assim como para a

tomada de decisões baseadas em evidências e para a programação de ações de

saúde. A busca de medidas do estado de saúde da população é uma atividade

central em saúde pública, iniciada como registro sistemático de dados de

mortalidade e de sobrevivência.

Com os avanços no controle das doenças infecciosas e a melhor

compreensão do conceito de saúde e de seus determinantes sociais, passou-se a

analisar outras dimensões do estado de saúde, medidas por dados de morbidade,

incapacidade, acesso a serviços, qualidade da atenção, condições de vida e fatores

ambientais, entre outros. Os indicadores de saúde foram desenvolvidos para

facilitar a quantificação e a avaliação das informações produzidas.

Um conjunto de indicadores se destina a produzir evidências sobre a

situação sanitária e suas tendências, como base empírica para identificar grupos

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humanos com maiores necessidades de saúde, estratificar o risco epidemiológico e

identificar áreas críticas. Se gerados de forma regular e manejados em um sistema

dinâmico são instrumentos valiosos para a gestão e avaliação da situação de saúde,

em todos os níveis. Constitui, assim, insumo para o estabelecimento de políticas e

prioridades melhor ajustadas às necessidades da população.

3.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA – SIAB

Para gerenciar e acompanhar os indicadores e ações da ESF, em 1998 o

Departamento da Atenção Básica/Secretaria da Atenção à Saúde (DAB/SAS), em

conjunto com o Departamento de Informática e Informação do SUS (DATASUS)

implantaram o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB).

O SIAB é um sistema de informação territorializado, cujos dados são

gerados por profissionais de saúde das equipes da ESF. As informações são

coletadas em âmbito domiciliar e em unidades básicas nas áreas cobertas pelos

programas Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde. O fato da coleta de

dados se referir a populações bem delimitadas possibilita a construção de

indicadores populacionais referentes às áreas de abrangência dos programas, que

podem ser agregadas em diversos níveis. A territorialização do sistema possibilita,

ainda, a localização espacial de problemas de saúde e a identificação de

desigualdades, constituindo-se em ferramenta importante para a implementação de

políticas de redução de iniquidades, favorecendo, também, a avaliação da

efetividade das ações desenvolvidas pelo serviço de saúde (GERHARDT, 2011).

No SIAB é possível utilizar o Programa de Agentes Comunitários de

Saúde (PACS) cujo objetivo é melhorar por meio dos Agentes Comunitários de

Saúde, a capacidade da população de cuidar da sua saúde, transmitindo-lhe

informações e conhecimentos, e contribuir para a construção e consolidação dos

Sistemas Locais de Saúde (SILOS). Além do PACS, o SIAB utiliza a ESF (BRASIL,

2009).

Por meio dele obtêm-se informações sobre cadastros de famílias,

condições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e composição

das equipes de saúde. É considerado como principal instrumento de monitoramento

das ações do PSF e tem sua gestão na Coordenação de Acompanhamento e

Avaliação (CAA), cuja missão é monitorar e avaliar a Atenção Básica,

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instrumentalizando a gestão como também fomentar e consolidar a cultura avaliativa

nas três instâncias de gestão do SUS (MELLO e JORGE, 2010).

O SIAB tem características que o diferenciam dos demais, como um

território definido, fornecendo indicadores que contribuem para o diagnóstico de

saúde das áreas de responsabilidade sanitária das equipes da ESF. Dessa forma, o

SIAB contribui de forma decisiva para a avaliação e planejamento das ações a

serem desenvolvidas pelos gestores e profissionais que compõem a ESF (BRASIL,

2009).

A Estratégia Saúde da Família (ESF) serve para reorientar o modelo

assistencial, a partir da atenção básica, possibilitando a reorganização dos sistemas

municipais de saúde. A Atenção Primária de Saúde (APS), cuja área de abrangência

está delimitada territorialmente, possui uma clientela registrada, considerada a porta

de entrada do sistema (BRASIL, 2009).

Para se compreender o SIAB, é fundamental ressaltarmos alguns

conceitos importantes. Na ESF, o menor nível de atenção é a família. Os níveis

maiores correspondem à microárea, área, segmento e município. A microárea é

formada por um conjunto de famílias que congrega aproximadamente 450 a 750

habitantes, constituindo a unidade operacional do agente de saúde. A área na ESF é

formada pelo conjunto de microáreas, nem sempre contíguas, onde atua uma equipe

de saúde da família, e residem em torno de 2.400 a 4.500 pessoas. Em alguns

documentos do PSF, define-se a área de atuação de uma equipe segundo o número

de famílias entre 600 e 1.000 famílias. A última unidade é chamada segmento

territorial considerado um conjunto de áreas contíguas que pode corresponder à

delimitação de um Distrito Sanitário, ou a uma Zona de informação do IBGE, ou a

outro nível de agregação relevante ao planejamento e à avaliação em saúde.

(FONSECA; CORBO, 2007).

3.4 ASSOCIAÇÃO ABRINQ (PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA)

Em 1989, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos

(Abrinq) cria, dentro de sua estrutura, uma Diretoria de Defesa dos Direitos da

Criança, núcleo da futura Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do

Adolescente, fundada oficialmente em 1990. Hoje atua como uma organização sem

fins lucrativos cuja missão é promover a defesa dos direitos e o exercício da

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cidadania de crianças e adolescentes, conforme definido na Convenção

Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (ONU, 1989), na

Constituição Brasileira (1988) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990).

Para isso, trabalha priorizando a articulação e mobilização da sociedade civil e do

poder público, além de dar visibilidade a ações bem sucedidas que possam ser

disseminadas (ABRINQ, 2010).

Pautada pela Convenção Internacional dos Direitos da Criança (ONU,

1989), Constituição Federal Brasileira (1988) e Estatuto da Criança e do

Adolescente (1990), a Fundação tem como estratégias: estímulo e pressão para

implementação de ações públicas, fortalecimento de organizações não

governamentais e governamentais para prestação de serviços ou defesa de direitos,

estímulo à responsabilidade social, articulação política e social na construção e

defesa dos direitos e conhecimento da realidade brasileira sobre direitos da criança

e do adolescente.

Para cumprir a missão de promover a defesa dos direitos e o exercício da

cidadania de crianças e adolescentes, a Fundação Abrinq conta com diversos

programas e projetos nas áreas de Saúde, Educação e Proteção, entre eles, o

Programa Prefeito Amigo da Criança (PPAC), criado em 1996 para mobilizar e

apoiar tecnicamente prefeitos e gestores públicos para que priorizem crianças e

adolescentes em seu mandato, por meio de políticas públicas intersetoriais. Além

disso, o PPAC estimula o fortalecimento, a participação, a transparência e a

articulação das iniciativas promovidas pelo poder público e pela sociedade civil, por

meio do diálogo constante entre diversas instâncias e do fortalecimento dos

Conselhos Municipais de Direitos da Criança e do Adolescente e dos Conselhos

Tutelares.

Sobre o Programa Prefeito Amigo da Criança, ele envolve um longo

processo. Começa com a sensibilização dos candidatos a prefeito, seguindo com o

monitoramento dos compromissos a partir da posse do prefeito eleito, terminando

em prazo compatível com as restrições impostas pela legislação eleitoral, cobrindo

toda uma gestão municipal.

A cada edição, o PPAC propõe um conjunto de ações destinadas a

garantir os direitos de crianças e adolescentes - o que significa, na prática, melhorar

as condições de vida dessa população a serem desenvolvidas durante a gestão

municipal que, sem prejuízo de outras, de iniciativa do município, serão avaliadas,

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de acordo com resultados e metas fixados localmente. Ao longo de sua existência, o

PPAC tem melhorado seu método para aprimorar e facilitar o diálogo e a relação

com os municípios participantes e potencializar os resultados alcançados pelos

prefeitos (ABRINQ, 2015).

Ao final da gestão, são avaliados os resultados obtidos pelos municípios.

Esse processo, denominado avaliação técnica, busca aferir os avanços nas linhas

de ação propostas, a partir de comparação com a situação inicial. O reconhecimento

dos esforços dos gestores municipais no cumprimento dos compromissos

assumidos e, especificamente, na promoção e na proteção dos direitos de crianças

e adolescentes que se dá de três formas: 1) Por reconhecimento pleno: atribuído

aos municípios que, realizando as ações propostas pelo programa, avançam

significativamente nas políticas e ações em benefício de crianças e adolescentes; 2)

Por destaque nacional: atribuído às gestões municipais que, merecedoras do

Reconhecimento Pleno, se destacam por implementar políticas integradas, de

caráter estruturante e permanente, que fortalecem o sistema de garantia de direitos

e desenvolvem ações de impacto, modificando a realidade da infância e da

adolescência. E, a partir da gestão 2009- 2012, outra categoria foi instituída, 3) O

reconhecimento de Boas Práticas, destinado a valorizar iniciativas municipais que,

analisadas sob vários critérios, contribuem para a efetivação dos direitos de crianças

e adolescentes. Vale destacar que essa categoria reconhece iniciativas simples,

criativas e pontuais, e está à parte do processo de Reconhecimento Pleno e de

Destaque Nacional.

A Adesão ao Programa Prefeito Amigo da Criança se faz mediante

assinatura, pelo prefeito, de Termo de Adesão, que expressa os compromissos que

assume com o Programa e que lhe é apresentado na condição de candidato e/ ou

após sua eleição. Em caso de descontinuidade administrativa, a permanência do

município no Programa é permitida se o novo prefeito assumir até o final do primeiro

ano de governo e assinar o Termo de Adesão.

Ao assinarem o Termo de Adesão, gestores municipais de todo o País

passam a integrar a “Rede Prefeito Amigo da Criança”, que tem como propósito

estimular e facilitar a troca de informações, conhecimentos e experiências entre os

municípios. A assinatura do Termo de Adesão, contudo, não é condição suficiente

para que os municípios sejam considerados efetivamente participantes do Programa

Prefeito Amigo da Criança, concorrendo ao reconhecimento de suas ações em

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benefício da infância e da adolescência. Essa condição é adquirida a partir do

cumprimento de alguns requisitos iniciais (Quadro 1).

Quadro 1 - Condições de requisitos iniciais para o título Município amigo da Criança

Nomeação de um interlocutor

Denominado articulador municipal, consiste no representante do governo indicado como referência para interlocução, no município, a respeito de todo e qualquer aspecto do Programa.

Constituição da Comissão Municipal de Acompanhamento e Avaliação - CMAA

O objetivo desse grupo é o acompanhamento e a avaliação da execução do Programa, em âmbito municipal, cabendo-lhe, também, promover ou fortalecer o diálogo entre a gestão pública e a sociedade civil. Multissetorial e de composição paritária entre poder público e sociedade civil, a Comissão deve, de acordo com recomendação do Programa, ser presidida pelo presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Ao presidente compete, representando os membros da Comissão, assinar o Termo de Validação, juntamente com o prefeito e com o articulador municipal, atestando a fidedignidade de todas as informações fornecidas pelo município ao Programa.

Comprovação da existência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA

Órgão deliberativo de existência obrigatória, instituído pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 88, incisoII).

Comprovação da existência do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

Instituído, em caráter obrigatório, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 88, inciso II), o Fundo Municipal deverá ser criado por lei municipal (sendo sua regulamentação objeto de decreto do prefeito), observados os preceitos de ordem geral contidos na Lei nº 4.320/1964 (arts. 71 a 74), (ABRINQ, 2015).

Fonte:Elaborado pela autora

O Brasil é referência mundial na legislação destinada à infância e

adolescência, sendo o primeiro país da América Latina e um dos primeiros do

mundo a implementar um Estatuto com o que há de melhor na norma internacional

sobre a promoção e defesa de seus direitos.

As diretrizes estabelecidas pelo ECA, relativas à política de atendimento,

são consideradas como a origem do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e

do Adolescente (Quadro 2). Três grandes eixos ou linhas de ação configuram o

Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente: a promoção dos

direitos, a defesa dos direitos e o controle social das ações levadas a cabo no

âmbito dos dois eixos anteriores (ABRINQ, 2011).

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Quadro 2- Eixos, diretrizes e objetivos estratégicos

EIXO DI

OBJETIVO ESTRATÉGICO

1.1 Promover o respeito aos direitos da criança e do adolescente na sociedade, de modo a consolidar uma cultura de cidadania.

1.2 Desenvolver ações voltadas à preservação da imagem (e) da identidade, observando a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento de crianças e adolescentes nos meios de comunicação, conforme dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente.

1.3 Fortalecer as competências familiares em relação à proteção integral e educação em direitos humanos de crianças e adolescentes, no espaço de convivência familiar e comunitária.

1.4 Promover ações educativas de prevenção de violências e acidentes com crianças e adolescentes nas famílias e nas instituições de atendimento.

1.5 Implementar o ensino dos direitos humanos de crianças e adolescentes com base no ECA, ampliando as ações previstas na Lei no. 11.525/07, também para a educação infantil, ensino médio e superior.

01 Promoção da cultura do respeito e da garantia dos direitos humanos

de crianças e adolescentes no

âmbito da família, da sociedade e do

Estado, consideradas as

condições de pessoas com

deficiência e as diversidades

de gênero, orientação sexual,

cultural, étnico-racial, religiosa,

geracional, territorial, de

nacionalidade e de opção política.

1.6 Fomentar a cultura da sustentabilidade socioambiental no processo de educação em direitos humanos com crianças e adolescentes.

PROMO ÇÃO DOS DIREITOS

DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

02 Universalização do acesso a

políticas

2.1 Priorizar a proteção integral de crianças e adolescentes nas políticas de desenvolvimento econômico sustentável, inclusive com cláusulas de proteção nos contratos comerciais nacionais e internacionais.

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2.2 Erradicar a pobreza extrema e superar as iniquidades que afetam o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes e suas famílias, por meio de um conjunto articulado de ações entre poder público e sociedade, com justiça social.

2.3 Erradicar a fome e assegurar a alimentação adequada de crianças, adolescentes, gestantes e lactantes, por meio da ampliacão de políticas de segurança alimentar e nutricional.

2.4 Ampliar o acesso de crianças e adolescentes e suas famílias aos serviços de proteção social básica e especial por meio da expansão e qualificação da política de assistência social.

2.5 Universalizar o acesso ao registro civil e à documentação básica de crianças e adolescentes e suas famílias.

2.6 Priorizar e articular as ações de atenção integral a crianças de 0 a 6 anos, com base no Plano Nacional pela Primeira Infância.

2.7 Expandir e qualificar políticas de atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias.

2.8 Universalizar o acesso e assegurar a permanência e o sucesso de crianças e adolescentes na educação básica, expandindo progressivamente a oferta de educação integral, com a ampliação da jornada escolar, dos espaços e oportunidades educacionais.

2.9 Implementar na educação básica o ensino da cultura afro-brasileira, africana e indígena, em cumprimentos das Leis de nºs 10.639/03 (e) 11.645/08.

2.10 Fomentar a interação social de crianças e adolescentes com deficiência auditiva, por meio do ensino da língua de sinais na comunidade escolar, garantido sua inclusão no currículo da educação básica.

Fonte: Elaborado pela autora

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A promoção dos direitos se faz por meio da efetiva implementação da

política de atendimento prevista no artigo 86 do Estatuto da Criança e do

Adolescente (ECA), de maneira transversal e intersetorial, mediante articulação de

todas as políticas públicas associadas à garantia dos direitos fundamentais: à

liberdade, ao respeito e à dignidade; à vida e à saúde; à educação; ao não trabalho;

à convivência familiar e comunitária. A defesa dos direitos consiste na garantia do

acesso à justiça. O controle social das ações de promoção e defesa dos direitos é

atribuição soberana da sociedade, por meio de suas organizações e representações,

em especial, conselhos de direitos e conselhos setoriais de formulação e controle de

políticas públicas (ABRINQ, 2011).

3.5 SELO UNICEF (MUNICÍPIO APROVADO)

Para contribuir no fortalecimento da gestão municipal no cumprimento de

seu papel constitucional, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF),

lança o Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2013-2016 para o Semiárido (4ª

edição) e a Amazônia Legal Brasileira (2ª edição).

Assim, dará continuidade à parceria bem-sucedida com os municípios

para assegurar os direitos de todas as crianças e adolescentes, especialmente as

meninas e meninos mais vulneráveis, de comunidades rurais, quilombolas e

indígenas, com algum tipo de deficiência ou mais afetados por emergências e

desastres. O Selo tem como objetivo posicionar o tema da proteção integral – um

dos pilares do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8.069/1990) – no

centro da agenda pública dos municípios (UNICEF).

Trata-se de uma estratégia do UNICEF realizada em parceria com os

municípios do Semiárido e da Amazônia Legal Brasileira, para melhorar a qualidade

de vida das crianças e adolescentes dessas regiões. Quando o município consegue

alcançar avanços reais na garantia dos direitos de cada menina e cada menino,

pelos resultados de avaliações das condições de vida das crianças e adolescentes,

pode conquistar um reconhecimento internacional.

A partir de um diagnóstico e de dados levantados pelo UNICEF, os

municípios que se inscrevem no programa, passam a conhecer melhor sua realidade

e as políticas voltadas para infância e adolescência. Com dados concretos e

participação popular, o município tem condições de rever suas políticas e repensar

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estratégias de forma a alcançar os objetivos buscados, relacionados aos Objetivos

de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

O Selo 2013-2016 inicia um novo ciclo de trabalho possuindo quatro

fundamentos: 1) comunicação para o desenvolvimento e mobilização social; 2)

desenvolvimento de capacidades técnicas de atores locais para que apoiem o

fortalecimento das políticas públicas; 3) monitoramento de indicadores sociais; 4)

avaliação do desempenho e certificação dos municípios que alcançam os melhores

resultados (UNICEF).

O UNICEF oferece apoio aos municípios do Semiárido para que

implementem um conjunto de Ações Estratégicas de Políticas Públicas e de

Participação Social, garantindo a equidade no acesso aos direitos para cada criança

e cada adolescente, sem distinção de cor, gênero, credo, situação

socioeconômica,local de nascimento ou condição pessoal.

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4 MÉTODO 4.1 TIPO E NATUREZA DO ESTUDO

Trata-se de um estudo analítico de base secundária com dados públicos,

disponíveis no SIAB, com abordagem quantitativa. No estudo analítico, a intenção é

esclarecer uma dada associação entre exposição e um efeito específico (GIL, 2010).

E, quanto à natureza quantitativa, envolveu coleta sistemática de dados numéricos,

mediante condição de controle, além da análise desses dados utilizando

procedimentos estatísticos (POLIT; BECK, 2011).

“A análise quantitativa se efetua com toda informação numérica resultante

da investigação, que se apresentará como um conjunto de quadros, tabelas e

medidas” (SABINO, 1996 apud MARCONI, 2010). Ela é a mais utilizada na avaliação

em saúde, pelo fato de que é maior a identidade e a facilidade de compreensão e

diálogo entre os distintos sujeitos envolvidos no processo de atenção a saúde, e,

principalmente, das audiências das avaliações, com resultados expressos por

números. Nos serviços de saúde, sejam públicos ou privados, o uso da abordagem

quantitativa é também facilitado pela maior disponibilidade e transparência das

informações numéricas. No caso do SUS, existem bancos de dados constituídos

durante os últimos vinte anos que estão disponíveis online e podem ser úteis. A

facilidade para a obtenção de dados quantitativos permite também a busca da

representatividade das relações que se revelam através dos números (TANAKA;

MELO, 2008).

4.2 LOCAL DA PESQUISA

O estudo foi realizado em Horizonte, município do estado do Ceará,

situado no Nordeste do Brasil. Localiza-se na microrregião de Pacajus, Região

Metropolitana de Fortaleza, localizado a 42 km da capital cearense. Segundo o

Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Horizonte foi a cidade no

Estado do Ceará que mais cresceu em população entre 2000 e 2010. É dividido em

4 distritos: Horizonte (sede), Aningas, Dourado e Queimadas.

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Figura 1 - Mapa do Município de Horizonte - Ce

Fonte: Google

Encontra-se entre as cinco maiores economias do Estado do Ceará, em

razão de um grande esforço dispensado pela Prefeitura Municipal em parceria com o

Governo do Estado, para atrair novas indústrias. Devido a sua proximidade com

Fortaleza, o município detém posição estratégica, o que facilita o escoamento de

toda produção. Nos últimos anos, Horizonte construiu um ambiente favorável a

novos negócios, tornando-se um dos maiores sucessos no processo de

industrialização do Ceará. Com localização privilegiada, topografia plana, excelente

infra-estrutura e uma população qualificada para o mercado de trabalho.

Horizonte conta hoje com mais de 40 grandes indústrias e mais de mil

estabelecimentos comerciais, que geram juntos cerca de 20 mil empregos diretos. O

sistema de comunicação em fibra ótica, a disponibilização de gás industrial pelo

gasoduto Guamaré/Pecém e os incentivos das três esferas governamentais

completam os atrativos desse município que não para de avançar.

Em 2013, sua população foi estimada em 60.584 pessoas (IBGE, 2013),

População Economicamente Ativa (PEA), 55% ,PIB 2010 R$ 995.679.000 (8º do

Ceará) Renda Per Capita 2010 R$ 18.052 (5ª do Estado).

Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM), 56,57(a média do Ceará é

28,00). Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 0,679 (o maior do CE é 0,8).

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De clima tropical quente, sub-úmido, com precipitação pluviométrica anual

média de 780,7 mm, tem temperatura variando entre 26ºC e 38ºC, solo

predominante do tipo areia quartzosas e bruno não-calcíco, sob tabuleiros pré-

litorâneos e depressões sertanejas. A vegetação é composta basicamente por

serrado e complexo vegetacional da zona litorânea (IBGE, 2013).

O crescimento médio anual influenciou significativamente na intensa

urbanização, aumento de demanda por bens e serviços públicos. A proximidade com

a capital do Estado, a oferta de serviços através do parque Industrial e a qualidade

dos serviços públicos prestados potenciam este crescente aumento populacional.

Verifica-se certo equilíbrio nas faixas etárias iniciais, demonstrando recuo

na natalidade e um aumento proporcional de adultos entre 20 a 29 anos. Embora a

população tenha crescido em termos absolutos no período de 2000 a 2010, é

notável o progressivo envelhecimento dos habitantes, confirmando assim a aumento

da expectativa de vida do povo nas últimas décadas, o que desperta para a

ampliação das ações voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças

de adultos e idosos, sem, no entanto, reduzir a atenção para as primeiras faixas

(IBGE, 2013).

Neste momento de transição do perfil etário de Horizonte não permite

estabelecer prioridades nas medidas de cuidados por faixa etária, exigindo esforços

redobrados para atender as demandas de saúde integralmente.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

O estudo teve como população todos os cadastros de crianças de zero a

menores de dez anos no SIAB no período 2009 a 2015, disponível na rede web.

A ficha do SIAB é preenchida em duas vias, sendo a primeira enviada aos

Distritos de Saúde para digitação e a segunda anexada ao prontuário do paciente.

Esse preenchimento no Ceará é realizado, em sua grande maioria, pelo enfermeiro

durante a consulta de rotina na Unidade Básica de Saúde.

As variáveis incluídas para análise de completude foram àquelas

consideradas como campo de preenchimento obrigatório e não obrigatório, pelo

Ministério da Saúde, que estavam relacionadas às características sóciodemográficas

(data de nascimento, sexo, faixa etária, peso); características clínicas (aleitamento,

vacinação, desnutrição e adoecimentos), situação de óbito (por diarréia, por

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35

Insuficiência Respiratória Aguda-IRA e Terapia de Reidratação Oral-TRO) e situação

de hospitalização e consultas médicas. Os dados foram tabulados em um banco de

dados e analisados, valendo-se das informações contidas no SIAB.

4.4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados aconteceu no período de setembro a dezembro de

2016. Toda a coleta de dados somente aconteceu após assinatura de Carta de

Anuência por parte do gestor municipal, ainda que os dados fossem públicos,

dispensando a aprovação e um comitê de ética em pesquisa (Anexo A).

Foram utilizados como referência os relatórios de Situação de Saúde e

Acompanhamento das Famílias alimentadas pelas equipes da ESF no período de

2009 a 2015, disponíveis online. A escolha desse relatório se deu por ele

disponibilizar um grande número de indicadores da saúde materno- infantil das áreas

cobertas pelas equipes da ESF.

O SIAB é o sistema que reflete a realidade do processo de trabalho da

Estratégia Saúde da Família. Apresenta as informações sobre o cadastro das

famílias, que são indispensáveis para o diagnóstico de saúde da comunidade,

disponibilizando as condições sócio-econômicas, de moradia, saneamento, situação

de saúde, além da composição das equipes da ESF.

4.5 VARIÁVEIS E ANÁLISE DOS DADOS

Inicialmente, agrupou-se as variáveis em blocos e realizou-se a análise

descritiva (frequências absoluta e relativa, além de medidas paramétricas –

mediana, média e desvio padrão das mesmas. As variáveis foram organizadas em

quatro blocos: 1) características sociodemográficas e de nascimento; 2)

características de óbito; 3) características de aleitamento, vacinação, desnutrição e

adoecimento, 4) características de hospitalização e consulta médica, conforme

(Figura – 2):

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36

Figura- 2 Distribuição da Saúde Infantil

Fonte:Elaborado pela autora

BLOCO 1 – Variáveis Sociodemográficas e de nascimento: Sexo

(Masculino/Feminino), Faixa etária (< 1 ano, 1 a 4 anos, 5 a 6 anos e 7 a 9 anos),

Nascidos vivos (Recém-Nascidos pesados ao nascer e Recém-Nascidos com peso

< 2.500 gramas).

BLOCO 2 – Óbito: Óbito< 28 dias (d), Óbito 28 dias a 11 meses e 29 d e Óbito < 1

ano, sendo todos por diarréia, IRA ou outras causas.

BLOCO 3 – Aleitamento, vacinação, desnutrição e adoecimento: Crianças de 0-3 m

e 29 d (Aleitamento materno exclusivo/Aleitamento misto), Crianças de 0-11 m e 29

d (Com vacina em dia, Pesadas, Desnutridas), Crianças de 12-23 m e 29 d (Com

vacina em dia, Pesadas, Desnutridas), Crianças de 0-11 m e 29 d (Com vacina em

dia, Pesadas, Desnutridas), Crianças < 2 anos (Que tiveram diarréia, Que usaram

TRO, Que tiveram IRA).

BLOCO 4 – Hospitalização e consulta médica: Crianças< 5 anos (Hospitalizada por

pneumonia, Hospitalizada por desidratação), Média de consultas médicas por ano (<

SAÚDE INFANTIL HORIZONTE-CEARÁ

BLOCO - 1 SÓCIODEMOGRÁFICAS E DE

NASCIMENTO

BLOCO - 2

ÓBITO

BLOCO - 3

ALEITAMENTO, VACINAÇÃO, DESNUTRIÇÃO E ADOECIMENTO

BLOCO - 4 HOSPITALIZAÇÃO E

CONSULTAS MÉDICAS

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37

1 ano, 1 a 4 anos e 5 a 9 anos).

Na segunda fase foram utilizadas a Correlação e a Regressão Linear,

para se verificar a tendência ao longo do período estudado, das seguintes

variáveis: Óbitos<1 ano, <2 anos por IRA, < 2 anos por Diarréia e <2 anos por TRO.

4.6 ASPECTOS ÉTICOS

Por se tratar de estudo de base secundária, essas informações são de

domínio público e não apresentam variáveis relacionadas à identificação dos

indivíduos. Desta forma, não foi necessário submeter este projeto para apreciação

de um Comitê de Ética em Pesquisa, seguindo-se os outros preceitos da ética em

pesquisa com seres humanos (CNS: 466/2012), (BRASIL, 2002a) e foi solicitada a

anuência do gestor municipal, para fins de ciência sobre sua realização.

Quanto aos riscos da pesquisa, pode haver constrangimento em algum

dado, com consequente exposição do município.

Com relação aos benefícios, acredita-se que o conhecimento a ser gerado

com essa pesquisa, contribuirá para o desenvolvimento de alternativas efetivas para

futuras intervenções na mesma clientela.

Ainda sobre os resultados da pesquisa, será entregue como produto final

um relatório com a situação da saúde infantil à gestão municipal, que poderá

fomentar e desenvolver ações que subsidiem aprimoramento dos indicadores

estudados.

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38

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo irá descrever, interpretar e analisar os resultados decorridos

durante a fase de coleta. Horizonte é uma cidade que reflete de forma positiva o que

se refere a cobertura do Programa de Estratégia de Saúde da Família (ESF),

atingindo mais de 80% da população. Segundo dados da Secretaria Municipal de

Saúde 70% da população da cidade depende, exclusivamente, do Sistema Único de

Saúde (SUS), portanto a cidade oferece amparo aos munícipes em relação a ESF.

De 13 equipes de Saúde da Família em 2009, Horizonte passou a ter no ano de

2015, 18 equipes completas, com médicos, enfermeiros, dentistas e agentes

comunitários de saúde.

O acompanhamento das crianças e gestantes e o desenvolvimento das

ações de prevenção de agravos e assistência são objetivos das equipes de ESF, e

sinalizam para o compromisso de se prover a ampliação do acesso, a qualificação e

a reorientação das práticas de saúde embasadas na sua promoção.

O Hospital e Maternidade Municipal de Horizonte, Venâncio Raimundo de

Sousa (HMVRS), foi qualificado como Hospital Amigo da Criança, recebendo o título

nas edições de 2012 e 2016, desenvolvendo um esforço contínuo para fortalecer a

assistência a gestante, ao parto e puerpério.

Dentre as iniciativas, destaca-se o Ambulatório de Aleitamento Materno,

serviço especialmente dedicado a gestantes, lactantes e puérperas com a finalidade

de orientar sobre a importância do ato de amamentar, como também estimular a

doação de leite humano, funcionando como Posto de Coleta de Leite Materno, que

em seguida é encaminhado para o banco de Leite do Hospital Infantil Albert Sabin.

Com isso podemos visualizar o crescimento positivo do indicador de saúde referente

a prática de AM no município, conforme os dados do gráfico 7, comprovando o

recebimento do título de Prefeito Amigo da Criança.

Sobre o recebimento do Selo Unicef, pode-se comprovar que o município

foi contemplado tanto na edição de 2009-2012, como na de 2013-2016.

Conforme mencionado no método, a análise dos principais indicadores da

saúde materno-infantil se deu de forma descritiva e os resultados foram distribuídos

em tabelas (Apêndices) e gráficos, conforme veremos a seguir:

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39

Gráfico 1- Proporção de Nascidos Vivos por Sexo, Horizonte, 2009-2015.

Fonte: SIAB

O Gráfico 1 mostra que a proporção de Nascidos Vivos no período

estudado foi discretamente mais prevalente o sexo masculino em quase todo o

período, atingindo índices pouco acima de 50%, exceto no ano de 2009 onde a taxa

de nascimento para o sexo feminino alcançou quase 51% do total dos NV.

Gráfico 2 - Proporção de Crianças assistidas na ESF, por Faixa Etária, Horizonte 2009 a 2015

Fonte: SIAB

51

50,5

50

49,5

49

48,5

48

2009

Masculino % 49,1

Feminino % 50,9

2010

50,7

49,3

2011

50,5

49,5

2012

50,3

49,7

2013

50,3

49,7

2014

50,6

49,4

2015

50,7

49,3

4000

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0 2009

Menos de 1 Ano 41

1 a 4 anos 628

5 a 6 anos 353

7 a 9 anos 608

2010

345

3.928

2.033

3.025

2011

165

3.168

1.823

2.659

2012

266

3.596

2.078

3.067

2013

127

3.294

2.219

3412

2014

167

2.891

2.323

3525

2015

252

2.798

2.385

3875

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40

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

No Gráfico 2 é possível observar grande abrangência no

acompanhamento das crianças no Programa de Saúde da Família, envolvendo

todas as faixas etárias menores de 10 anos de idade o que demonstra uma eficácia

do serviço de saúde oferecido na rede municipal.

Gráfico 3- Proporção de nascidos vivos por pesagem, Horizonte, 2009 – 2015

Fonte: SIAB

*Recém-nascidos pesados até a 5ª hora de vida com peso < 2500 g.

O gráfico 3 apresenta a proporção de Baixo Peso ao Nascer (BPN) nas

áreas cobertas pelas Equipes de Saúde da Família (eSF), em Horizonte, no período

de 2009 a 2015. No período analisado ocorre uma variação de 95% a 100%de RNs

pesados ao nascer dentro da faixa de peso satisfatória, enquanto que RNs que se

encontram abaixo de 2.500g, apresentou baixas frequências com exceção do ano de

2010, onde este índice atingiu quase 50% das crianças que apresentaram BPN.

A redução nos índices de BPN, a partir de 2010, provavelmente se deve à

ampliação da cobertura das equipes da estratégia saúde da família no município,

levando à expansão no monitoramento deste indicador, pelo registro das equipes de

saúde da família. O BPN é uma das condições mais relevantes na determinação da

sobrevivência infantil, pois crianças com baixo peso (< 2.500 g) apresentam risco

mais elevado de morrer ou adoecer no primeiro ano de vida (HORTA et al.,1996).

A prevalência de BPN no Brasil é de 9,2%, existindo variações regionais

importantes dentro do país, mostrando uma situação mais grave nos Estados do

Norte (12,2%) e Nordeste (12,0%), região em que se encontra o município de

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

RN Pesados ao Nascer % 98,57 98,53 99,68 99,88 99,11 99,44 98,87

Menos de 2.500 gramas % 8,4 49,3 7,95 6,34 8,52 7,85 8,63

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41

Horizonte. Pode-se ainda atribuir este percentual a má alimentação das mães como

também pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde. As estimativas regionais

indicam maior prevalência de BPN nas áreas rurais (11,2%) do que nas áreas

urbanas (8,6%). Apesar de muitos países em desenvolvimento atingirem meta da

Cúpula Mundial em Favor da Infância (taxas menores de 10% dos nascidos vivos de

baixo peso), ainda são considerados insatisfatórios, devido às condições em que

nascem estas crianças que na sua maioria apresentam retardo decrescimento

intrauterino (GUIMARÃES; VALÁSQUEZ-MELÉNDEZ, 2002).

De 2011 a 2015 verificou-se em Horizonte uma proporção de BPN inferior

a 8%, sendo esta menor que a prevalência do Brasil (9,2%) e da meta da Cúpula

Mundial em Favor da Infância (taxas menores de 10% dos nascidos vivos de baixo

peso). Pode-se então inferir que Horizonte apresenta um bom desempenho neste

indicador de saúde.

Gráfico 4- Proporção de Óbitos com menos de 28 dias, nas áreas cobertas

pelas eSF, Horizonte, 2009-2015

Fonte: SIAB

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42

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

Gráfico 5 - Proporção de Óbitos entre 28 dias a 11 meses e 29 dias, Horizonte,

2009-2015

Fonte: SIAB

Gráfico 6 - Proporção de Óbitos com menos de 01 ano, nas áreas cobertas

pelas eSF, Horizonte, 2009 – 2015

Fonte: SIAB

“A mortalidade infantil tem dois componentes: o neonatal, compreendendo

os óbitos ocorridos do nascimento até os 27 dias de vida; e o infantil tardio, incluindo

os óbitos ocorridos do 28º dia até um dia antes de completar um ano” (RIBEIRO;

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Por Diarréia % 55,56 45,45 0 0 0 0 0

Por IRA % 0 0 0 0 0 0 0

Outras Causas % 44,44 54,55 100 100 100 100 100

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10

0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Por Diarréia % 57,14 62,5 0 0 0 0 0

Por IRA % 0 0 0 0 0 0 0

Outras Causas% 42,86 37,5 100 100 100 100 100

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43

SILVA, 2000).

De acordo com os gráficos 4, 5 e 6 no período analisado, a proporção de

óbitos por outras causas foi sempre superior à proporção de óbitos por diarréia e por

IRA em crianças menores de um ano. Para a diarréia, a proporção variou entre 45%

a 55% nos anos de 2009 e 2010 com declínio nos anos subsequentes, e apesar da

sua importância em saúde pública, não existiram no município dados relativos as

ocorrências por IRA. Ressalta-se que a prevenção dessas doenças estão centradas

na promoção da saúde no município, que é um campo prioritário para as eSF.

A morbidade por diarréia é um indicador utilizado na avaliação do nível de

saúde de uma população. Essas variações regionais estão intimamente relacionadas

com a profunda desigualdade de vida de seus habitantes referentes às condições

socioeconômicas (VANDERLEI; SILVA, 2004). “A mortalidade infantil reflete as

condições de vida e de saúde das populações e o seu coeficiente é utilizado como

indicador do nível de desenvolvimento e da qualidade de vida das nações”

(BERCINI, 1994).O componente da mortalidade infantil mais associado com a

qualidade de vida é o pós-neonatal. A mortalidade neonatal reflete mais a

assistência à saúde recebida pelas crianças e mães do que o bem- estar social,

estando associada tanto a fatores como à assistência pré-natal, ao parto e ao

recém-nascido (RIBEIRO; SILVA, 2000).

“A mortalidade neonatal tem se configurado como crescente preocupação

para a saúde pública no Brasil desde os anos 90, quando passou a ser o principal

componente da mortalidade infantil, em decorrência da redução mais acentuada da

mortalidade pós-neonatal” (LANSKY; FRANÇA; LEAL, 2002). “A redução da

mortalidade peri e neonatal tem sido mais difícil e lenta do que a da mortalidade

pós-neonatal, já que esta última é mais vulnerável às melhorias globais da condição

de vida e às intervenções do setor de saúde” (DUARTE, 2007)

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44

80

70

60

50

40

30

20

10

0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Aleitamento Materno Exclusivo %

Aleitamento Misto %

72,2 71,88 71,79 70,78 66,77 72,7 70,56

25,48 26,74 26,02 27,27 29,15 23,96 25,63

Gráfico 7- Proporção de Crianças de 0 a 3 meses e 29 dias com AME e Aleitamento Misto (AMM), nas áreas cobertas pelas eSF, Horizonte 2009 a 2015. Fonte: SIAB

O Gráfico 7 mostra claramente a prática da realização do AME que atingiu

quase 80% das crianças acompanhadas na rede de saúde em relação as que

fizeram uso do AMM.

Além disso, no período pesquisado (2009 a 2015), Horizonte apresentou

índice de prevalência de AME satisfatório ao que é preconizado pela Rede Cegonha

e pela Organização Mundial de Saúde, que é de 80%, o que nos leva a inferir que as

equipes da ESF trabalham intensamente para garantir esta prática, onde o AME

deve ser realizado até o sexto mês de vida com demanda livre.

Há evidências de que o aleitamento materno seja a estratégia isolada de

maior impacto na mortalidade na infância, com capacidade de reduzir em 13% as

mortes de crianças menores de cinco anos por causas preveníveis em todo o mundo

(BRASIL, 2010).

No Brasil, o Ministério da Saúde vem desenvolvendo ações de incentivo

ao aleitamento materno há 25 anos. As pesquisas revelam que a prevalência de

aleitamento materno exclusivo em crianças menores de 6 meses é de 39,8%, bem

abaixo dos 80% recomendados pela OMS (BRASIL, 2010).

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100 90 80 70 60 50 40 30 20 10

0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Com Vacina em Dia % 97,65 96,79 96,4 95,73 90,17 90,5 92,45

Pesadas % 86,14 71,31 56,53 62,8 61,21 62,41 70,1

Desnutridas % 6,75 7,51 5,38 2,72 2,25 0 0

Gráfico 8 - Proporção de Crianças de 0 a 11 meses e 29 dias com Vacinas em dia, Pesadas e Desnutridas, nas áreas cobertas pelas eSF, Horizonte, 2009 a

2015.

Fonte: SIAB

*Crianças com vacinas em dia são aquelas que receberam as doses das vacinas previstas para

sua idade, segundo o esquema básico de vacinação.

Gráfico 9 - Proporção de Crianças de 12 meses a 23 meses e 29 dias com Vacinas em dias, Pesadas e Desnutridas, nas áreas cobertas pelas eSF,

Horizonte 2009 a 2015

Fonte: SIAB

*Crianças com vacinas em dia são aquelas que receberam as doses das vacinas previstas para sua idade, segundo o esquema básico de vacinação.

Os Gráficos 8 e 9 mostram a proporção de crianças menores de um

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ano e de 12-23 meses e 29 dias com esquema vacinal básico em dia, nas áreas

cobertas pelas ESF, em Horizonte, no período de 2009 a 2015. Para crianças

menores de um ano com esquema vacinal básico em dia, houve uma variação

de 98,49% (2009) a 93,77% (2015), enquanto que para crianças de 12 a

23 meses esta variação foi de 97,65% (2009) a 92,45% (2015).

No período pesquisado (2009 a 2015), Horizonte apresentou para as duas

faixas etárias investigadas, índice de cobertura vacinal menor que 95%. Pode-se

inferir que ainda existem dificuldades de acesso às vacinas, bem como falta de

informação da população e mitos quanto à aplicação das mesmas, o que dificulta o

trabalho das equipes da ESF neste quesito.

“A vacinação das crianças no primeiro ano de vida é fundamental para a

prevenção de várias doenças transmissíveis e é um dos fatores associados à

redução da taxa de mortalidade infantil” (SILVA et al., 1999).

A partir de 1973, quando o Ministério da Saúde implantou o Programa

Nacional de Imunizações (PNI), têm sido realizadas pesquisas de avaliação da

cobertura vacinal para monitorar o cumprimento da meta de vacinar 100% das

crianças menores de 1 ano com todas as vacinas do esquema básico.

Gráfico 10 - Proporção de Crianças com menos de 02 anos, que tiveram

Diarréia, IRA ou usaram TRO, nas áreas cobertas pelas eSF, Horizonte 2009 a 2015

Fonte: SIAB

O gráfico 10 apresenta a proporção de crianças menores de dois anos

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que tiveram diarréia, usaram Terapia de Reidratação Oral (TRO) e apresentaram

IRA nas áreas cobertas pelas ESF, em Horizonte, no período de 2009 a 2015. No

período analisado verificou-se uma variação de 8,61% (2009) a 2,56% (2015) em

relação as ocorrências de diarréia em crianças menores de 02 anos, havendo um

declínio neste índice. Em relação as taxas de crianças menores de 02 anos que

fizeram uso de TRO, os índices alcançaram mais de 70% em todo o período, porém

em relação a IRA nesta mesma faixa etária, pode-se atribuir que os índices tiveram

uma variação de 13,54% (2009) a 10,28% (2015), demonstrando também um

declínio nesta ocorrência. No país encontraram-se proporções de crianças menores

de dois anos que tiveram diarréia e usaram TRO de 74,5%, enquanto que em

Horizonte, a proporção apresentou-se com valores em decréscimo estatisticamente

significativos, podendo inferir que isto ocorreu pelo município ter sido precursor na

implantação do Programa dos ACS, onde a redução dos casos de diarréia e uso da

TRO eram metas prioritárias no trabalho desenvolvido pelos Agentes Comunitários

de Saúde (BRASIL 2005,2009).

Segundo Costa e Silva (2010), poucas descobertas tiveram tanto impacto

na redução da gravidade e letalidade de uma afecção como a introdução da TRO no

manejo da doença diarreica aguda, no final da década de 1970.

“Com o uso da terapia de reidratação oral, estima-se que cerca de 1

milhão de crianças abaixo de 5 anos sejam salvas em todo o mundo, através deste

procedimento” (SENA; MARANHÃO; MORAIS, 2001).

Gráfico 11- Proporção de Crianças com menos de 05 anos, que foram Hospitalizadas por Pneumonia ou Desidratação, Horizonte 2009 a 2015

Fonte: SIAB

0

1

2

3

4

5

6

H o sp ita liza d a p o r

P n eu m o n ia (% )

5 ,5 2 1 ,7 4 2,2 2 0 ,5 5 2 ,0 4 1,1 5 0 ,5 4

H o sp ita liza d a p o r

D esid ra ta çã o (% )

0 ,4 6 0 ,3 3 0,2 9 0 ,0 7 0 ,2 6 0,0 6 0

2 0 0 9 2 0 1 0 20 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 20 1 4 2 0 1 5

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48

“Nos últimos anos, tem ocorrido um decréscimo na mortalidade infantil

atribuída a essas patologias. Essa diminuição é possivelmente devida a

intervenções específicas, sociais e de saúde, e não somente a uma melhoria nas

condições socioeconômicas” (VÁZQUEZ et al., 1999), como pode-se ver

claramente no gráfico 11.

“A IRA, especialmente a pneumonia, é a principal causa de morte em

crianças menores de cinco anos de idade, matando cerca de dois milhões de

crianças anualmente. Corresponde a 25 a 33% do total das mortes observadas

nos cinco primeiros anos de vida” (FAÇANHA; PINHEIRO, 2004).

Gráfico 12- Proporção Média de Consultas Médicas por ano, realizadas com

crianças de menores de 01 ano até 09 anos, Horizonte 2009 a 2015

Fonte: SIAB

O gráfico 12 apresenta a proporção de crianças com consultas

médicas com inicio no decorrer do primeiro ano de vida até os 09 anos de idade

em Horizonte, nos anos de 2009 a 2015. No período analisado, pode-se inferir

que o acompanhamento das crianças menores de 01 ano é bem superior as

outras faixas etárias analisadas, seguindo com a faixa etária de 01 a 04 anos e

por fim a faixa etária entre 05 e 09 ano.

3,5

3

2,5

2

1,5

1

0,5

0 2009

Menos de 01 ano (%) 3,17

01 a 04 anos (%) 0,68

05 a 09 anos (%) 0,42

2010

0,35

0,08

0,06

2011

0,73

0,15

0,07

2012

0,52

0,1

0,06

2013

1,77

0,15

0,07

2014

1,32

0,15

0,06

2015

1,07

0,14

0,05

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49

Tabela 1 - Análise multivariada (Regressão Linear) das características

significantes por ano. Horizonte-Ceará-Brasil.

Variáveis b p

Obitos < 1 ano -0,189 0,837

< 2 anos IRA -0,162 0,703

< 2 anos diarreia

0,764 0,006

< 2 anos TRO 0,817 0,003

Fonte:Elaborado pela autora

Existiu correlação linear e inversamente proporcional (p=0,006),

significando dizer que, para cada ano a mais, o número de casos de diarreia

diminuiu em aproximadamente 12 crianças.

Existiu também correlação linear e inversamente proporcional (p=0,003),

significando dizer que, para cada ano a mais, o número de casos de uso de TRO

diminuiu em dez crianças.

De acordo com Levine (2005), a correlação entre as variáveis mede o

grau de relacionamento entre duas variáveis, a regressão dá uma equação que

descreve o relacionamento em termos matemáticos. Assim, a regressão

compreende a análise de dados amostrais para identificar a relação entre duas ou

mais variáveis, demonstrando uma equação matemática que descreva o

relacionamento. A modelagem matemática pode ser usada para estimar, ou predizer

valores futuros de uma variável quando se conhecem ou se supõem conhecidos

valores das outras variáveis.

O estudo do relacionamento entre um conjunto de variáveis pode ser

realizado aplicando diversas técnicas, desde os coeficientes de correlação de

Pearson, de Spearman, Análise Fatorial, dentre outras.

Segundo Hair Jr. et al (2005), o conceito de correlação é baseado em

uma relação linear, o que a torna uma questão crucial na análise de regressão. A

linearidade é facilmente examinada por meio de gráficos de resíduos. Destarte,

qualquer padrão curvilíneo consistente nos resíduos indica que uma ação corretiva

aumentará a precisão preditiva do modelo, bem como a validade dos coeficientes

estimados.

A análise de correlação é relevante para demonstrar a existência de

colinearidade entre as variáveis independentes, ou seja, a interferência que uma

variável sofre e recebe das demais variáveis. Nos resultados obtidos na análise de

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50

regressão que considerou as variáveis relativas às taxas de óbitos no município,

pode-se verificar declínio ao longo do período estudado, principalmente em relação

ao número de casos de diarréia e de uso de TRO. Desta forma, o município

apresenta resposta favorável no acompanhamento da saúde infantil, significando

eficácia nos serviços ofertados.

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51

6 CONCLUSÃO

A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é

condição essencial para a análise objetiva da situação sanitária, assim como para a

tomada de decisões baseadas em evidências e para a programação de ações de

saúde. A busca de medidas do estado de saúde da população é uma atividade

central em saúde pública, iniciada como registro sistemático de dados de

mortalidade e de sobrevivência. Com os avanços no controle das doenças

infecciosas e a melhor compreensão do conceito de saúde e de seus determinantes

sociais, passou-se a analisar outras dimensões do estado de saúde, medidas por

dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da atenção,

condições de vida e fatores ambientais, entre outros. Os indicadores de saúde foram

desenvolvidos para facilitar a quantificação e a avaliação das informações

produzidas com tal finalidade.

Além de prover matéria-prima essencial para a análise, um conjunto

básico de indicadores tende a facilitar o monitoramento de objetivos e metas em

saúde, estimular o fortalecimento da capacidade analítica das equipes e promover o

desenvolvimento de sistemas de informação intercomunicados e se gerados de

forma regular e manejados em um sistema dinâmico, os indicadores são instrumen-

tos valiosos para a gestão e avaliação da situação de saúde, em todos os níveis. Um

conjunto de indicadores se destina a produzir evidência sobre a situação sanitária e

suas tendências, como base empírica para identificar grupos humanos com maiores

necessidades de saúde, estratificar o risco epidemiológico e identificar áreas críticas.

Constitui, assim, insumo para o estabelecimento de políticas e prioridades melhor

ajustadas às necessidades da população.

Nas últimas décadas, o Ministério da Saúde desenvolveu sistemas

nacionais de informação sobre nascimentos, óbitos, doenças de notificação, atenção

hospitalar, ambulatorial e básica, orçamento público em saúde e outros. Há ampla

disponibilidade eletrônica desses dados, cada vez mais utilizados no ensino de

saúde pública.

O presente estudo permitiu concluir que no período de 2009 a 2015, o

município de Horizonte apresentou indicadores de saúde variáveis, com taxas que

indicam a necessidade de melhoria na qualidade de atenção à saúde em alguns

pontos tais como a cobertura vacinal, visando o fortalecimento da atenção primária à

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saúde neste quesito, com ênfase no trabalho desenvolvido pelas equipes de saúde

da família, como também demonstrou eficácia nos indicadores de aleitamento

materno e em relação as taxas de regressão linear referentes a mortalidade infantil,

ocorrências de IRA, Diarréia e TRO, pode-se verificar uma diminuição significativa

no período estudado.

Acredita-se que os indicadores de saúde fornecidos pelo Sistema de

Informação da Atenção Básica (SIAB), possam contribuir de forma decisiva para o

planejamento, monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas pelas diversas

redes de atenção à saúde. O estudo permitiu realizar uma análise da situação de

saúde das crianças nos últimos oito anos em Horizonte, podendo contribuir para que

as equipes da estratégia saúde da família possam refletir sobre a necessidade de

mudanças e de melhor planejar as intervenções no território aditado sob sua

responsabilidade sanitária em alguns aspectos. Porém de forma geral o Município

vem apresentando índices satisfatórios no acompanhamento da Saúde Infantil, o

que preconiza o Programa Prefeito Amigo da Criança e o Selo Unicef Município

Aprovado.

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53

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de Coleta de Dados ANOS Variáveis

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Sexo Masculino Feminino Faixa etária < 1 ano 1 a 4 anos 5 a 6 anos 7 a 9 anos Nascidos vivos RN pesados ao nascer

Sociodemo- gráficas e de nascimento

< 2.500 gramas Óbito < 28 dias (d) Por diarréia Por IRA Outras causas Óbito 28 dias a 11 meses e 29 d

Por diarréia Por IRA Outras causas Óbito < 1 ano Por diarréia Por IRA

Óbito

Outras causas Crianças de 0-3 m e 29 d Aleitamento materno exclusivo

Aleitamento misto Crianças de 0-11 m e 29 d Com vacina em dia Pesadas Desnutridas Crianças de 12-23 m e 29 d

Com vacina em dia Pesadas Desnutridas Crianças de 0-11 m e 29 d Com vacina em dia Pesadas Desnutridas Crianças < 2 anos Que tiveram diarreia Que usaram TRO

Aleitamento

vacinação

desnutrição

adoecimento

Que tiveram IRA Crianças < 5 anos Hospitalizada por pneumonia

Hospitalizada por desidratação

Média de consultas médicas por ano

< 1 ano 1 a 4 anos

Hospitalização e consulta

médica

5 a 9 anos

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APÊNDICE B - Tabelas

Tabela A

Descrição das características sociodemográficas e de nascimento 2009 a 2015.

Horizonte-Ceará-Brasil

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variáveis fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%)

Sexo 1630 9331 7815 9007 9052 8906 9310 Masculino 801

(49,1) 4724 (50,7)

3945 (50,5)

4534 (50,3)

4556 (50,3)

4506 (50,6)

4715 (50,7)

Feminino 829 (50,9)

4607 (49,3)

3870 (49,5)

4473 (49,7)

4496 (49,7)

4400 (49,4)

4595 (49,3)

Faixa etária < 1 41 345 165 266 127 167 252 1 a 4 628 3.928 3.168 3.596 3.294 2.891 2.798 5 a 6 353 2.033 1.823 2.078 2.219 2.323 2.385 7 a 9 608 3.025 2.659 3.067 3.412 3.525 3.875 Nascidos vivos 628 814 946 868 900 1076 1148 RN pesados ao nascer

619 (98,57)

802 (98,53)

943 (99,68)

867 (99,88)

892 (99,11)

1070 (99,44)

1135 (98,87)

< 2.500 gramas 52 (8,40)

60 (7,48)

75 (7,95)

55 (6,34)

76 (8,52)

84 (7,85)

98 (8,63)

Tabela B

Descrição das características de óbito (BLOCO 2) por ano. Horizonte-Ceará-Brasil

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variáveis fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%)

Óbito < 28 dias (d)

7 (77,78)

8 (72,73)

9 (100,00)

5 (62,50)

3 (50,00)

11 (68,75)

3 (37,50)

Por diarréia 4 (57,14)

5 (62,50)

- - - - -

Por IRA - - - - - - - Outras causas 3

(42,86) 3

(37,50) 9

(100,00) 5

(100,00) 3

(100,00) 11

(100,00) 3

(100,00) Óbito 28 dias a 11 meses e 29 d

2 (22,22)

3 (27,27)

- 3 (37,50)

3 (50,00)

5 (31,25)

5 (62,50)

Por diarréia 1 (50,00)

- - - - - -

Por IRA - - - - - - - Outras causas 1

(50,00) 3

(100,00) - 3

(100,00) 3

(100,00) 5

(100,00) 5

(100,00) Óbito < 1 ano 9

(6,52) 11

(6,11) 9

(4,59) 8

(3,72) 6

(2,39) 16

(6,25) 8

(2,93) Por diarréia 5

(55,56) 5

(45,45) - - - - -

Por IRA - - - - - - - Outras causas 4

(44,44) 6

(54,55) 9

(100,00) 8

(100,00) 6

(100,00) 16

(100,00) 8

(100,00)

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60

Tabela C

Descrição das características de aleitamento, vacinação, desnutrição e

adoecimento 2009 a 2015.

Horizonte-Ceará-Brasil.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variáveis

fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) Crianças de 0-3 m e 29 d

259 288 319 308 319 394 394

Aleitamento materno exclusivo

187 (72,20)

207 (71,88)

229 (71,79)

218 (70,78)

213 (66,77)

261 (72,70)

278 (70,56)

Aleitamento misto 66 (25,48)

77 (26,74)

83 (26,02)

84 (27,27)

93 (29,15)

86 (23,96)

101 (25,63)

Crianças de 0-11 m e 29 d

795 854 923 896 963 1.035 1.171

Com vacina em dia

783 (98,49)

830 (97,19)

886 (95,99)

860 (95,98)

880 (91,38)

958 (92,56)

1.098 (93,77)

Pesadas 708 (89,06)

657 (76,93)

661 (71,76)

721 (80,47)

779 (80,89)

863 (83,38)

1.016 (86,76)

Desnutridas 2 (23,11)

1 (62,44)

1 (11,66)

8 (1,11)

7 (0,90)

7 (0,81)

6 (0,59)

Crianças de 12- 23 m e 29 d

808 840 888 820 946 979 980

Com vacina em dia

789 (97,65)

813 (96,79)

856 (96,40)

785 (95,73)

853 (90,17)

886 (90,50)

906 (92,45)

Pesadas 696 (86,14)

599 (71,31)

502 (56,53)

515 (62,80)

579 (61,21)

611 (62,41)

687 (70,10)

Desnutridas 4 (76,75)

4 (57,51)

2 (75,38)

1 (42,72)

1 (32,25)

5 (0,82)

6 (0,87)

Crianças < 2 anos

1.603 1.694 1.811 1.716 1.909 2.014 2.151

Que tiveram diarréia

138 (8,61)

107 (6,32)

98 (5,41)

60 (3,49)

77 (4,03)

70 (3,48)

55 (2,56)

Que usaram TRO 107 (77,54)

89 (83,18)

86 (87,76)

51 (85,00)

62 (80,52)

57 (81,43)

43 (78,18)

Que tiveram IRA 217 (13,54)

179 (10,57)

215 (11,88)

161 (9,38)

193 (10,11)

210 (10,43)

221 (10,28)

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61

Tabela D

Descrição das características de hospitalização e consultas médicas.

Horizonte-Ceará-Brasil

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Variáveis fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%) fi (%)

Crianças < 5 anos 669 4.273 3.333 3.862 3.421 3.058 3.050 Hospitalizada por pneumonia

60 (5,52)

21 (1,74)

31 (2,22)

8 (0,55)

31 (2,04)

20 (1,15)

10 (0,54)

Hospitalizada por desidratação

5 (0,46)

4 (0,33)

4 (0,29)

1 (0,07)

4 (0,26)

1 (0,06)

-

Média de consultas médicas por ano

< 1 ano 41 (3,17)

345 (0,35)

165 (0,73)

266 (0,52)

127 (1,77)

167 (1,32)

252 (1,07)

1 a 4 anos 628 (0,68)

3.928 (0,08)

3.168 (0,15)

3.596 (0,10)

3.224 (0,15)

2.891 (0,15)

2.798 (0,14)

5 a 9 anos 961 (0,42)

5.058 (0,06)

4.482 (0,07)

5.145 (0,06)

5.631 (0,07)

5.848 (0,06)

6.260 (0,05)

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ANEXO

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ANEXO A – Termo de Anuência