universidade federal da bahia instituto de … · geologia, universidade federal da bahia, pela...

73
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA LUANA AMARAL DA CRUZ ASPECTOS DE CAMPO, PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DAS PRAIAS JARDIM DE ALAH, PACIÊNCIA E ONDINA, SALVADOR - BA Salvador 2013

Upload: buithuy

Post on 12-Oct-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

7

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOLOGIA

LUANA AMARAL DA CRUZ

ASPECTOS DE CAMPO, PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA

PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DAS PRAIAS JARDIM DE

ALAH, PACIÊNCIA E ONDINA, SALVADOR - BA

Salvador

2013

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

LUANA AMARAL DA CRUZ

ASPECTOS DE CAMPO, PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA

PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DAS PRAIAS JARDIM DE

ALAH, PACIÊNCIA E ONDINA, SALVADOR - BA

Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de

Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia.

Orientadora: Profª. Angela Beatriz de Menezes Leal

Salvador

2013

ii

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

LUANA AMARAL DA CRUZ

ASPECTOS DE CAMPO, PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA

PRELIMINAR DOS DIQUES MÁFICOS DAS PRAIAS JARDIM DE

ALAH, PACIÊNCIA E ONDINA, SALVADOR - BA

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

ANGELA BEATRIZ DE MENEZES LEAL - Orientadora

Doutora em GEOCIÊNCIAS pela UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ANA CAROLINA OLIVEIRA PINHEIRO

Mestre em GEOLOGIA pela UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO

DA BAHIA- IFBA

JAILMA SANTOS DE SOUZA

Mestre em GEOLOGIA pela UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

iii

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

A meus pais

iv

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família. À minha mãe que sempre foi minha amiga,

sempre me deu forças, sempre me guiou, sempre me deu conselhos e me emprestou seu

ombro nos momentos que eu pensei que não seria capaz de seguir em frente. À meu pai que

sempre batalhou para que eu tivesse tudo do bom e do melhor e me incentivou a ser alguém

na vida, sempre foi meu referencial da pessoa que queria ser quando crescesse, sempre me

deu os melhores conselhos e sempre me deu as broncas que eu precisava para me tornar quem

eu sou hoje. A meu irmão que apesar da menor idade sempre foi um referencial de disciplina

e motivação.

Agradeço à minha orientadora Prof.ª Ângela por ter me aceitado como orientanda, por

ter me ajudado com a iniciação científica por três anos, obrigada pela ajuda, orientação,

paciência e conselhos para o melhor resultado deste trabalho e por ter disponibilizado tanto de

seu tempo para mim nesses três anos.

Aos meus amigos e colegas de faculdade que fizeram dos cinco anos de estudo os

melhores da minha vida.

Ás minhas amigas de colégio Tasha, Suzy, Xuxu, Baby, Nikes e Isinha por terem

continuado na minha vida mesmo com a distância, por terem me escutado nos momentos

difíceis. Obrigada pela amizade, pelo carinho, pelos conselhos, pela torcida para o meu

sucesso e pelo apoio e incentivo.

Às minhas amigas Lai e Vane por serem pacientes comigo, por não deixarem de ser

minhas amigas mesmo quando preciso me ausentar por causa dos estudos. Obrigada por todos

os momentos maravilhosos que passamos juntas, por não me esquecerem mesmo com a

minha ausência.

Aos amigos Clarinha, Dan, Daniel Alves, Paulão, MV, Lucas Salles, Carol e

Bunnyman por terem me ajudado em todos os aspectos que precisei com esse trabalho final de

graduação. Sem vocês, provavelmente, eu não conseguiria concluí-lo a tempo. Obrigada.

Aos meus familiares que sempre acreditaram em mim.

Aos professores Haroldo Sá, Maria José, Flávio, Amalvina, Carlson, César, Simone,

Johildo, Olivia, Débora, Jailma, Gisele, Michel, Cristovaldo e Felix, obrigada pelo

conhecimento que tenho hoje e por terem sido responsáveis pelo crescimento da minha

vontade de ser geóloga.

v

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Obrigada, muito obrigada a todos que cruzaram meu caminho e que foram importantes

para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje e que contribuíram para que minha jornada

chegasse a esse ponto.

vi

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

RESUMO

Os diques máficos das praias de Jardim de Alah, Paciência e Ondina (atrás do Othon

Palace Hotel) estão inseridos no contexto tectônico do Cráton do São Francisco, intrudindo os

terrenos granulíticos polideformados arqueanos e paleoproterozoicos pertencentes à Cinturão

Salvador-Esplanada. Estes diques máficos fazem parte da Província Litorânea dos Diques

Máficos do Estado da Bahia e ocorrem na orla marítma de Salvador, Bahia.

De modo geral os diques máficos preenchem fraturas distensivas na encaixante

granulítica, principalmente, em direções N-S e E-W e apresentam coloração cinza a preta,

granulometria variando de afanítica a média, são isotrópicos e maciços. Seus contatos com a

encaixante variam de reto a sinuosos com espessuras predominantes variando de poucos

centímetros a 50 metros.

O estudo petrográfico permitiu observar a evolução dos diques da Praia de Jardim de

Alah da encaixante ao centro do corpo filoniano caracterizando texturas porfiríticas com

matriz afanítica até matriz de granulometria fanerítica fina. Nas praias da Paciência e Ondina

os diques máficos possuem granulometria fanerítica fina a média.

Nos litotipos em questão foram identificadas as texturas ofítica, subofítica e

intergranular que mineralogicamente são compostos por plagioclásios que variam de andesina

a labradorita, clinopiroxênio (augita) e subordinadamente têm-se hornblenda, biotita, minerais

opacos e apatita. Processo de alteração como a uralitização está presente nos diques das praias

da Paciência e Ondina transformando augitas em hornblenda + biotita + minerais opacos.

Os diques máficos apresentam, de forma geral, enriquecimento em FeOt em relação

ao MgO (trend de Fenner) e baixas razões sílica/álcalis, características de suítes toleíticas.

Através do comportamento geoquímico dos elementos maiores e traço foi constatada a

importância das fases minerais plagioclásio e clinopiroxênio no fracionamento magmático.

Diagramas de ambiência tectônica utilizando como parâmetros Zr e Zr/Y sugerem que a

colocação dos diques máficos ocorreu em ambiente intraplaca.

Palavras-chave: diques máficos; petrografia; geoquímica.

vii

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

ABSTRACT

The mafic dykes from the Jardim de Alah, Paciência e Ondina beaches (behind the

Othon Palace Hotel) beaches are placed in the tectonic context of São Francisco Craton,

intruded in granulitic terrains with multiples deformations with Archean and

Paleoproterozoic ages belonging to Salvador-Esplanada belt. These mafic dikes are part of the

Coastal Province of Mafic Dykes of Bahia state and they occur on the edge maritime of

Salvador, Bahia.

Generally the mafic dikes fills dintensive fractures in the granulitic rocks mainly in N-

S and E-W directions and are colored gray to black, with sizes ranging afanítica to average,

are isotropic and massive. Its contacts with the granulitic rocks are from straight to sinuosos

with thicknesses ranging from 1 cm predominant 50 meters.

The petrographic study allowed us to observe the evolution of the center to middle of

the dikes from Jardim de Alah beach and allowed to observe the processes of change in the

minerals due to the presence of water (uralitização) that occurs in the dykes of beaches of

Patience and Ondina.

Were identified ophitic textures, subofítica and intergranular and mineralogically are

composed of andesine to labradorite, clinopyroxene (augite) and in minor scale hornblende,

biotite, opaque minerals and apatite. Change process like uralitização turnes augitas to

hornblende and biotite due to the presence of water. The mafic dykes have, in general,

enrichment FeOt compared to MgO (of Fenner trend) and low ratios silica/alkali tholeiitic

suites features.

Through the geochemical behavior of major and trace elements was observed the

importance of mineral phases plagioclase and clinopyroxene at magmatic fractionation.

Diagrams tectonic atmosphere using as parameters Zr and Zr / Y suggest that placing of mafic

dikes occurred in intraplaque environment.

Keywords: mafic dykes; petrography; geochemistry.

viii

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Localização e delimitação geográfica das áreas das principas províncias (1

a 6) e ocorrências (A a D). dos Diques Máficos do Estado da Bahia. Adaptado de

Menezes Leal et al. (2012) 17

Figura 1.2: Mapa de localização da área de estudo no Estado da Bahia (A) e

localização das praias estudadas, representadas por pontos vermelhos (B) 18

Figura 2.1: Mapa Geológico do Cráton do São Francisco destacando as faixas

orogênicas móveis. (Bizzi et al., 2001) 27

Figura 2.2: Mapa de localização do Cinturão Salvador-Esplanada (Barbosa et al.,

2012) 29

Figura 3.1: Mapa de Localização da Praia de Jardim de Alah, Salvador 32

Figura 3.2: Mapa de localização da Praia da Paciência, Salvador 36

Figura 3.3: Mapa de localização da Praia de Ondina, Salvador 38

Figura 5.1: Diagrama de classificação (Cox et al., 1979) para os diques máficos das

praias de Jardim de Alah e Ondina 59

Figura 5.2: Diagrama Nb/Y versus Zr/TiO2 de Winchester & Floyd (1977) para os

diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos como na fiigura 5.1 59

Figura 5.3: Diagrama A (Na2O), F (FeOt), M (MgO), segundo Irvine & Baragar (1971)

para os diques máficos da Praia de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos como na figura

5.1 60

Figura 5.4: Diagrama Zr versus Zr/Y de Pearce & Norry (1979) para os diques máficos

das praias de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos como na figura 5.1 61

Figura 5.5: Diagrama de variação entre MgO (% em peso) versus elementos maiores

para os diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos como na

figura 5.1 63

Figura 5.6: Diagrama de variação entre MgO (% em peso) versus elementos traço

(ppm) para os diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos como

na figura 5.1 64

ix

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

LISTA DE FOTOS

Foto 3.1: Dique máfico com espessura média de 70 centímetros. Praia de Jardim de

Alah 33

Foto 3.2: Dique máfico com espessura de 19 metros. Praia de Jardim de Alah. 33

Foto 3.3: Esquema de localização das duas direções de diques máficos da Praia de

Jardim de Alah: (1) N-S e a outra (2) E-W 33

Foto 3.4: Foliação incipiente no corpo filonenano. Praia de Jardim de Alah. 34

Foto 3.5: Contato reto entre dique máfico (lado direito) e encaixante granulítica (lado

esquerdo). Praia de Jardim de Alah 34

Foto 3.6: Contato demonstrando mistura mecânica de magma máfico e félsico. Praia

de Jardim de Alah 34

Foto 3.7: Contato reentrante demonstrando mistura mecânica de magma máfico e

félsico. Praia de Jardim de Alah 34

Foto 3.8: Dique máfico cortado por veio de composição granítica. Praia de Jardim de

Alah 34

Foto 3.9: Esfoliação esferoidal. Praia de Jardim de Alah 34

Foto 3.10: Dique máfico com espessura de 1 metro aproximadamente. Praia da

Paciência 37

Foto 3.11: Contato do dique máfico e encaixante granulítica. Praia da Paciência 37

Foto 3.12: Encaixante granulítica com típico bandamento composicional. Praia da

Paciência 37

Foto 3.13: Feição de mistura mecânica de magma máfico e félsico. Praia da Paciência 37

Foto 3.14: Contato curvo de dique máfico e encaixante granulítica. Praia da Paciência 37

Foto 3.15: Dique máfico com espessura de aproximadamente 50 metros na Praia de

Ondina 39

Foto 3.16: Detalhe do dique máfico com 50 metros de espessura (linha vermelha).

Praia de Ondina 39

Foto 3.17: Contato reto entre dique máfico e encaixante granulítica. Praia de Ondina 39

Foto 3.18: Estrutura indicadora de direção de fluxo magmático. A seta amarela indica a

direção do fluxo e aponta do martelo aponta para o N. Praia de Ondina 39

Foto 4.1: Furo feito pela máquina perfuratriz para coleta de amostras. Praia de Jardim

de Alah 46

x

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS

Fotomicrografia 4.1: Textura subofítica, onde os plagioclásios englobam os piroxênios.

Polarizadores cruzados. Aumento 100 X. Amostra JA-02 43

Fotomicrografia 4.2: Textura porfirítica com matriz fina a afanítica. Sem analisador.

Aumento 25 X. Amostra JA-01 43

Fotomicrografia 4.3: Aglomerado de plagioclásio com geometria em “Y”. Sem

analisador. Aumento de 100 X. Amostra JA-01 44

Fotomicrografia 4.4:. Aglomerado de pagioclásio com geometria em “T”. Sem

analisador. Aumento 100 X. Amostra JA-01 44

Fotomicrografia 4.5: Aglomerado de plagioclásio com geometria em “V”. Sem

analisador. Aumento 100 X. Amostra JA-01 44

Fotomicrografia 4.6: Plagioclásio maclado possinteticamente com geminação albita-

Carlsbad em forma de agulha. Polarizadores cruzados. Aumento 100 X. Amostra JA-

02 45

Fotomicrografia 4.7: Textura ofítica representando plagioclásios (Pl) inclusos em

cristais de augita (Aug). Polarizadores cruzados. Aumento 100 X. Amostra JA-02 45

Fotomicrografia 4.8: Cristal de olivina (Ol) circundado por matriz afanítica, presença

de cristais de plagioclásio (Pl). Polarizadores cruzados. Aumento de 25 X. Amostra

JA-01 46

Fotomicrografia 4.9: Mosaico mostrando a gradação da matriz afanítica junto à

encaixante para matriz fina mais para o centro do dique. Polarizadores Cruzados.

Aumento 25X. Amostra JA-01c 47

Fotomicrografia 4.10: Granulito com presença de piroxênio e biotita. Polarizadores

cruzados. Aumento de 25 X. Amostra JA-03 48

Fotomicrografia 4.11: Contato entre dique máfico e encaixante granulítica.

Polarizadores cruzados. Amento 25 X. Amostra JA-01c 48

Fotomicrografia 4.12: Granulito, rocha encaixante dos diques máficos. Sem analisador,

aumento 25 X. Amostra JA-03 48

Fotomicrografia 4.13: Representação dos piroxênios, anfibólios e plagioclásios com

granulometria média. Sem analisador. Aumento 25 X. Amostra RV-02a 49

Fotomicrografia 4.14: Glômero de plágioclásios em forma triangular caracterizando a

textura intergranular. Polarizadores cruzados. Aumento de 100 X. RV-02b 50

xi

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Fotomicrografia 4.15: Glômero de plagioclásios em forma de “V”. Polarizadores

cruzados. Aumento de 25 X. Amostra RV-02b

50

Fotomicrografia 4.16: Glômero de plagioclásios com geometria disforme.

Polarizadores cruzados. Aumento de 25 X. Amostra RV-02b 50

Fotomicrografia 4.17: Plagioclásio com geminação polissintética em forma de agulha

indicado pelo círculo vermelho. Polarizadores cruzados. Aumento de 25 X. Amostra

RV-02 51

Fotomicrografia 4.18: Visão geral da lâmina do dique da Praia de Ondina. Sem

analisador. Aumento 25 X. Amostra OT-01 52

Fotomicrografia 4.19: Aglomerado de plagioclásio em forma triangular envolvendo

piroxênio, anfibólios e biotitas caracterizando a textura intergranular. Sem analisador.

Aumento 100X. Amostra OT-02 53

Fotomicrografia 4.20: Glômero de plagioclásio em forma de “V”. Sem analisador.

Aumento 100X. Amostra OT-02 53

Fotomicrografia 4.21: Glômero de plagioclásio em forma de cruz. Sem analisador.

Aumento 100 X. Amostra OT-02 53

Fotomicrografia 4.22: Grão de plagioclásio com centro mais alterado que borda, dando

um aspecto nublado ao mesmo. Polarizadores cruzados. Aumento de 200 X. Amostra

OT-01

54

Fotomicrografia 4.23: Augita (Aug) sofrendo processo de uralitização e se

transformando em anfibólio (Anf). Sem analisador. Aumento de 100 X. Amostra OT-

01 54

Fotomicrografia 4.24: Contato entre augita (Aug) e anfibólio (Anf) no processo de

uralitização. Sem analisador. Aumento 100 X. Amostra OT-02 55

Fotomicrografia 4.25: Biotita (Bt) associada a anfibólio (Anf) e piroxênio (Aug). Sem

analisador. Aumento 100 X 55

xii

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1: Relação dos pontos visitados na área de estudo. Amostras com abreviação

60_ e 63_, extraídas de Moraes Brito (1992) 21

Tabela 4.1: Composição modal das lâminas petrográficas estudadas. JA=Jardim de

Alah, RV- Praia da Paciência, OT- Praia de Ondina, Pl= Plagioclásio, Ol= Olivina,

Px= Piroxênio, Op= Minerais Opacos, Bt= Biotita, Hbl= Hornblenda, Qtz= Quartzo 42

Tabela 5.1: Análises químicas de elementos maiores (% em peso) e traço (em ppm)

dos diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina. P.F. = Perda ao Fogo, mg#

= [MgO/(MgO + FeOt)] 58

xiii

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

v

RESUMO vii

ABSTRACT viii

LISTA DE FIGURAS ix

LISTA DE FOTOS x

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS xi

LISTA DE TABELAS xii

1 CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 16

1.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 18

1.2. OBJETIVOS 19

1.2.1. Objetivo Geral 19

1.2.2. Objetivos Específicos 19

1.3. MATERIAIS E MÉTODOS 20

2. CAPÍTULO II – GEOLOGIA REGIONAL 22

2.1. GEOLOGIA REGIONAL 22

2.1.1. Cráton do São Francisco 22

2.1.2. Cinturão Salvador-Esplanada 24

2.1.3. Granulitos da Região de Salvador 29

3. CAPÍTULO III – GEOLOGIA LOCAL 30

3.1. DIQUES MÁFICOS DE SALVADOR 30

3.2. PRAIA DE JARDIM DE ALAH 30

3.3. PRAIA DA PACIÊNCIA 34

3.4. PRAIA DE ONDINA (ATRÁS DO OTHON PALACE HOTEL) 37

4. CAPÍTULO IV – PETROGRAFIA 39

4.1. CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA 39

4.2. ASPECTOS PETROGRÁFICOS DOS DIQUES MÁFICOS MÁFICOS 40

4.2.1. Praia de Jardim de Alah 40

4.2.2. Praia da Paciência 48

4.2.3. Praia de Ondina 51

5. CAPÍTULO V – GEOQUÍMICA PRELIMINAR 56

5.1. CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA 56

5.2. AMBIÊNCIA TECTÔNICA 59

xiv

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

5.3. COMPORTAMENTO GEOQUÍMICO DOS ELEMENTOS MAIORES E

TRAÇO 60

6. CAPÍTULO VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS 64

7. CAPÍTULO VII - REFERÊNCIAS 66

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

1. CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

Diques máficos são uma das diversas formas que podem ser encontradas as rochas de

composição basáltica. Estão presentes em todo o mundo em períodos que variam desde o

Arqueano até o Eoceno (HALLS, 1982; HALLS & FAHRIG, 1987; PARKER et al., 1990;

BAER & HEIMANN, 1995). Os diques são importantes marcadores de ambiente tectônico e

permitem que se faça um estudo da variação química que o manto sofreu durante sua

formação auxiliando na reconstrução da dinâmica evolutiva de determinada região, sendo,

portanto, de destacada relevância o estudo dos mesmos.

No Estado da Bahia existem diversas províncias filonianas que foram classificadas

inicialmente por Corrêa Gomes et al. (1996). Posteriormente, Menezes Leal et al. (2012)

redividiram os diques máficos do Estado da Bahia em províncias e ocorrências. O termo

província foi aplicado ao conjunto de rochas filonianas que apresentam peculiaridades em

termos de localização e abrangência geográfica, posição cronoestratigráfica e, principalmente,

relação com um determinado evento de tafrogênese. Desta forma, essas províncias foram

classificadas de acordo com suas características químico-mineralógicas, idades, localizações

geográficas e distribuições geométricas (CORRÊA-GOMES, 2000) em número de seis:

Província Uauá - Caratacá (PUC), Província Metamáfica de Salvador (PMS), Província

Chapada Diamantina - Paramirim (PCDP), Provincia Litorânea (PLT), Província Caraíba -

Curaçá (PCC) e Província Itabuna - Itaju do Colônia (PIIC). As ocorrências de diques máficos

do Estado da Bahia abrangem àqueles corpos cartografados, mas que não possuem estudos de

campo, petrográficos, geoquímicos e/ou geocronológicos detalhados (MENEZES LEAL et

al., 2012), são elas : Ocorrência Feira de Santana - Lamarão (OFSL), Ocorrência São José do

Jacuípe - Aroeira (OJA), Ocorrência Juazeiro-Sobradinho (OJS), Ocorrência Coronel João Sá

(OCJS) (Figura 1.1).

Os diques máficos metamórficos e não-metamórficos da cidade de Salvador

pertencem, respectivamente, as Províncias Metamáfica de Salvador e Litorânea (CORRÊA-

GOMES et al., 1996, MENEZES LEAL et al., 2012). O presente trabalho irá abordar as

rochas filonianas localizadas em Salvador nas praias Jardim de Alah, Paciência e Othon nos

aspectos de campo, petrográficos e de geoquímica preliminar, com ênfase nos diques não

metamórficos.

16

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

17

Figura 1.1: Localização e delimitação geográfica das áreas das principas províncias (1 a 6) e ocorrências (A a D).

dos Diques Máficos do Estado da Bahia. Adaptado de Menezes Leal et al. (2012).

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

18

1.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A área de trabalho localiza-se na porção centro-leste do Estado da Bahia,

compreendida entre os paralelos 12°30’ e 13°00’ e os meridianos 38°00’ e 38°30’,

correspondentes a Folha Topográfica de Salvador (SD-24-X-A-V e SD-24-X-A-VI) (Figura

1.2).

Figura 1.2: Mapa de localização da área de estudo no Estado da Bahia (A) e localização das praias estudadas, representadas por pontos vermelhos (B).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

19

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo principal caracterizar os diques máficos não

metamórficos da Província Litorânea, mais especificamente da região de Salvador, quanto aos

aspectos geológicos, petrográficos e geoquímicos preliminares.

1.2.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho são:

1. Levantamento bibliográfico sobre os diques máficos que ocorrem na Orla de

Salvador, especialmente nas Praias Jardim de Alah, Paciência (Rio Vermelho) e Ondina, bem

como da geologia regional e local que envolve a colocação desses corpos filonianos, através

de consultas a publicações em eventos técnico-científicos, periódicos, dissertações, teses,

livros acessados através de bibliotecas físicas ou virtuais (internet);

2. Realizar missões de campo objetivando: (i) cartografia das principais unidades

geológicas que englobam os corpos filonianos da orla de Salvador (praias acima referidas);

(ii) caracterizar a forma de ocorrência dos diques máficos, incluindo medidas de atitude,

espessura, comprimento dos corpos; (iii) criar acervo fotográfico de campo dos diques

máficos e, (iv) coleta de amostras dos diques máficos para estudos petrográficos e

geoquímicos;

3. Estudo petrográfico sistemático das amostras coletadas (identificação dos

minerais constituintes, assim como a descrição de suas relações texturais nos diferentes tipos

de rochas), registrando através de fotografias as relações geométricas e as principais

características mineralógicas;

4. Estudos geoquímicos preliminares, através de diagramas discriminantes

binários e ternários envolvendo elementos maiores e traço, a partir dos dados amostrais

apresentados por Moraes Brito (1992).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

20

1.3. MATERIAIS E MÉTODOS

A sistemática utilizada para atingir os objetivos propostos foi desenvolvida em cinco

etapas distintas: (i) Revisão Bibliográfica; (ii) Trabalhos de Campo, (iii) Estudo Petrográfico;

(iv) Estudo Geoquímico e (v) Elaboração da Monografia.

i. Revisão Bibliográfica

Nessa fase foi feita uma pesquisa na literatura existente sobre o contexto geológico

regional, abrangendo especificamente o Cráton do São Francisco e o Cinturão Salvador-

Esplanada, incluindo os granulitos que são as rochas encaixantes dos diques máficos.

Após essa fase de pesquisa sobre o contexto geológico regional/tectônico foi feita

uma busca sobre informações dos diques máficos do Estado da Bahia contemplando os diques

da região de Salvador. Durante essa etapa, o objetivo foi fazer uma seleção de dados mais

específicos das rochas em foco na pesquisa, entre eles petrografia, geoquímica preliminar,

geocronologia, entre outras informações e reuní-los em um banco de dados para facilitar a

consulta posterior.

ii. Trabalhos de Campo

Foram realizadas várias visitas de campo as praias de Jardim de Alah, Paciência e

Ondina (atrás do Othon Palace Hotel) para reconhecimento do contexto geológico no qual os

diques estão inseridos, além de efetuar amostragens sistemáticas das rochas granulíticas

encaixantes, do contato do dique máfico com encaixante e das faces internas do dique para

análises petrográficas e químicas. Para tal utilizou-se a máquina perfuratriz na Praia de Jardim

de Alah e marreta nas Praias da Paciência e Ondina. Foram coletadas doze amostras, dentre as

quais apenas umas delas corresponde a rochas encaixante granulítica, e outra que representa o

contato litológico. A tabela 1.1 mostra a localização dos pontos visitados, as atitudes e as

espessuras dos diques máficos.

Durante essas visitas também foram realizadas medidas de direção, de tamanho e

espessura e registro fotográfico das principais feições destes corpos filonianos e suas

encaixantes. Nas atividades de campo participaram a Professora e Orientadora Ângela Beatriz

de Menezes Leal, MSc. Jailma Souza e os estudantes de graduação em geologia Daniel Alves,

Lucas Salles, Maria Clara Duarte, Letícia Gouveia e Luana Cruz.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

PONTO

LOCALIZAÇÃO LITOLOGIA ATITUDE ESPESSURA (m)

LÂMINA

PETROGRÁFICA

ANÁLISE QUÍMICA

DE ROCHA TOTAL

JA-01 Jardim de Alah Dique Máfico E-W 0,70 m X -

JÁ-01a Jardim de Alah Dique Máfico E-W 0,70 m X -

JA-01c Jardim de Alah Contato dique máfico e encaixante E-W 0,70 m X -

JA-02 Jardim de Alah Dique Máfico E-W 0,80 m X -

JA-03 Jardim de Alah Granulito - - X -

6053 Jardim de Alah Dique Máfico N05W 1,2 m - X

6344 Jardim de Alah Dique Máfico N-S 18 m - X

6345 Jardim de Alah Dique Máfico N-S 18 m - X

6348 Jardim de Alah Dique Máfico N-S 18 m - X

6346 Jardim de Alah Dique Máfico N-S 1,4 m - X

RV-01a Rio Vermelho Dique Máfico N100W 1 m X -

RV-01b Rio Vermelho Dique Máfico N100W 1 m X -

RV-01c Rio Vermelho Dique Máfico N100W 1 m X -

RV-02a Rio Vermelho Dique Máfico N75W 1,5 m X -

RV-02b Rio Vermelho Dique Máfico N75W 1,5 m X -

RV-02c Rio Vermelho Dique Máfico N75W 1,5 m X -

OT-01 Ondina Dique Máfico N-S 50 m X -

OT-02 Ondina Dique Máfico N-S 50 m X -

6056 Ondina Dique Máfico N02E 1,5 m - X

6057 Ondina Dique Máfico - - - X

6396 Ondina Dique Máfico N10E 50 m - X

6397 Ondina Dique Máfico - - - X

6398 Ondina Dique Máfico - - - X

6399 Ondina Dique Máfico - - - X

Tabela 1.1: Relação dos pontos visitados na área de estudo. Amostras com números de identificação iniciados com 60_ oue 63_, extraídas de Moraes Brito (1992), a título de

complementação do trabalho.

21

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

iii. Estudo Petrográfico

As amostras coletadas durante as campanhas de campo (12 amostras dos diques

máficos, dentre as quais uma delas corresponde ao contato dique máfico/rocha encaixante)

foram enviadas para o Laboratório de Preparação de Amostras do Instituto de Geociências

(IGEO) da UFBA para confecção de lâminas delgadas.

O estudo petrográfico foi realizado com auxílio do microscópio binocular da marca

Olympus, modelo BX41, do Laboratório de Mineralogia Óptica e Petrografia do IGEO/UFBA

e consistiu na identificação e estimativa da composição modal das principais fases minerais, e

no reconhecimento das suas relações texturais que são de fundamental importância para a

classificação da rocha e estabelecimento da sequência de cristalização.

iv. Estudo Geoquímico

O estudo geoquímico foi realizado a partir das análises químicas de rocha total de onze

amostras do trabalho de Moraes Brito (1992).

Com as análises químicas de elementos maiores e traço foram feitos diagramas

binários (HARKER, 1909), de classificação e filiação magmática, bem como diagramas de

ambiência tectônica utilizando o programa petrológico Minpet for Windows (versão 2.02,

Minpet Geological Software; RICHARD, 1985), seguida de interpretação desses dados para

conclusão do trabalho.

v. Elaboração da Monografia

Utilizando os dados adquiridos nos trabalhos de campo, juntamente com os estudos

petrográficos e geoquímicos dos diques máficos que ocorrem na Orla de Salvador (praias de

Jardim de Alah, Paciência e Ondina (atrás do Othon Palace Hotel), foi elaborado a

monografia final, que compreende o Trabalho Final de Graduação do curso de graduação em

Geologia.

22

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

23

2. CAPÍTULO II – GEOLOGIA REGIONAL

2.1. GEOLOGIA REGIONAL

O arcabouço geológico dos filões máficos está inserido na parte sul do Cinturão

Salvador-Esplanada (BARBOSA, 1990) no domínio dos migmatitos e granulitos da Zona

Salvador-Conde, que está contido na parte leste do Cráton do São Francisco (ALMEIDA,

1977).

2.1.1. Cráton do São Francisco

Compreende as partes mais estáveis dos continentes em que o substrato cristalino

(Precambriano) não foi envolvido nas orogêneses do Fanerozoico e que se consolidou em

tempos pré-brasilianos. Possui formas geométricas constituídas de contornos em geral

elípticos e com diâmetros variáveis chegando até milhares de quilômetros. Seu substrato é

formado por núcleos arqueanos e também por rochas mais jovens de idade paleoproterozoica,

ambos submetidos às deformações do Ciclo Transamazônico e metamorfismo variando de

xisto verde a anfibolito chegando a granulito nas porções do Cinturão Itabuna-Salvador-

Curaçá e Cinturão Salvador-Esplanada, nos quais os diques máficos da área de estudo estão

inseridos. Possui relevo, em geral, pouco pronunciado sendo isostaticamente positivo, porém

constituindo baixos topográficos e suas coberturas metassedimentares exibem idades desde o

Paleoproterozoico ao recente, alojando-se em bacias de antepaís, aulacógenos e sinéclises.

Pode ocorrer também antéclises, grandes domos e zonas arqueadas. Possue espessura crustal

superior a média dos continentes devido as suas raízes mantélicas serem espessas e antigas.

O Craton do São Francisco (CSF) (Figura 2.1) é um componente importante da

Plataforma Sul-Americana e abrange os Estados da Bahia e Minas Gerais. Segundo Almeida

(1977) o Cráton do São Francisco representa uma das porções continentais em que o substrato

de rochas cristalinas, mais antigas que 1.8 Ga, foi poupado das deformações brasilianas no

final do Neoproterozoico. Assim como todos os outros crátons dos continentes sul-americano

e africano, é de entendimento geral que eles são as porções mais interiores e estáveis das

placas que, ao final do Neoproterozoico, se amalgamaram através de uma série de colisões

diacrônicas para formar a porção ocidental do continente de Gondwana (BRITO NEVES et

al., 1999; CAMPOS NETO, 2000; ALKMIM et al., 2001).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

24

Bordejando essa entidade tectônica, Almeida (1977) individualizou as Faixas de

Dobramentos: (i) Faixa Araçuaí, cujo contorno original está posicionado, aproximadamente,

no limite entre os estados da Bahia e Minas Gerais; (ii) a Faixa Brasília; (iii) as Faixas Rio-

Preto e Riacho do Pontal e, (iv) a Faixa Sergipana. Essas faixas foram dobradas durante a

orogênese Brasiliana.

O CSF é constituído por rochas pré-cambrianas e coberturas fanerozóicas. Esses

domínios geológicos são descritos a seguir:

Terrenos graníticos-gnáissicos-magmatíticos arqueanos de médio a alto grau

metamórfico. Estes terrenos formam segmentos crustais, representados pelos Blocos Gavião,

Guanambi-Correntina, Paramirim, Serrinha, Mairi e Jequié (BARBOSA & DOMINGUEZ,

1996; BARBOSA & SABATÉ, 2004). Barbosa et al., (2012) a partir de atualização de dados

individualizou os Blocos Arqueanos em: Jequié, Gavião (norte, sul, oeste e leste), Serrinha e

Uauá.

Sequências vulcanossedimentares do tipo greenstone belts, formadas durante o

Arqueano a Paleoproterozoico, associadas aos terrenos graníticos-gnaissicos-migmatíticos

arqueanos, tendo como exemplo os Greenstone Belts de Mundo Novo, Riacho de Santana,

Umburanas, entre outros (e.g., BASTOS LEAL et al.,1998; BARBOSA et al., 2012);

Cinturão móvel de idade Paleoproterozoica denominado de Itabuna-Salvador-

Curaçá, corresponde a uma mega estrutura existente ao longo da costa brasileira que, no

Estado da Bahia bifurca-se no segmento Salvador-Curaçá, exposto na porção nordeste,

enquanto o segmento Itabuna-Salvador ocorre no sudeste do Estado. Estes segmentos são

formados, principalmente, por tonalitos e charnockitos com enclaves máfico-ultramáficos e,

mais raramente, por rochas supracrustais (Barbosa & Dominguez, 1996; Barbosa & Sabaté,

2004; Barbosa et al., 2012);

Coberturas plataformais de idade Paleo/Mesoproterozoica, constituída por

rochas de origem siliciclástica representadas pelo Supergrupo Espinhaço e as de idade

Neoproterozoica, compostas por rochas de natureza carbonática do Supergrupo São Francisco

(BARBOSA et al., 2003);

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

25

Coberturas Fanerozoicas, representadas pelo grupo Barreiras na área de estudo,

constituído por arenitos que apresentam baixa maturidade textural e mineralógica, sendo mal

selecionados, com intercalações argilosas e conglomeráticas que ressaltam o acamadamento

horizontalizado. Corresponde a depósitos de leques aluviais amalgamados que se associam a

um sistema fluvial do tipo entrelaçado (PAIXÃO, 2008). São encontradas também as

unidades: Grupo Santa Fé (Permo-Carbonífero) composto pelas Formações Floresta e

Tabuleiro; Grupo Areado (Eocretáceo) constituído pelas formações Abaeté, Quiricó e Três

Barras; Grupo Mata da Corda (Neocretáceo) composto pelas formações Patos e Capacete;

Grupo Urucuia (Neocretáceo), sub-dividido nas formações Posse e Serra das Araras e

Formação Chapadão (Cenozóico), representando as coberturas arenosas inconsolidadas

recentes, de caráter eluvio-coluvionar ou aluvionar (CAMPOS & DARDENNE, 1997).

O metamorfismo associado ao CSF reequilibrou estas rochas de diferentes idades nas

fácies granulito, anfibolito e xisto-verde, constituindo cinturões móveis polideformados como

os de Itabuna, Salvador-Curaçá e Salvador-Esplanada.

2.1.2. Cinturão Salvador-Esplanada

A região mais oriental do Cráton São Francisco, na faixa costeira que se estende de

Salvador (Bahia) até o norte da cidade de Buquim (Sergipe), consiste de um segmento crustal

estruturado na direção NE-SW e limitado por zonas de cisalhamento transcorrentes sinistrais

(SILVA et al., 2002) (Figura 2.2). Oliveira Junior (1990) o subdividiu em dois domínios

tectônicos, a saber:

i) O primeiro domínio ocupa a porção extremo oeste do cinturão e foi

subdividido em: (a) milonitos da Zona Aporá-Itamira e (b) Suíte Granitóide Teotônio-Pela

Porco;

ii) O segundo é composto pela Zona Salvador-Conde que fica próximo a Costa

Atlântica com rochas tanto da fácies anfibolito quanto granulito.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

26

a) MILONITOS DA ZONA APORÁ-ITAMIRA

Nessa zona predominam os milonitos retrógrados, porém em regiões com menor

deformação são identificados migmatitos com estruturas dobradas, schilieren e estromáticas

(MEHNERT 1968 apud BARBOSA et al., 2012). Está limitada, a leste, pela Zona de

Cisalhamento de Aporá, de expressão regional e profunda.

Considera-se que migmatitos e granitoides mais antigos foram tranformados em

protomilonitos e augen-milonitos nas partes menos deformadas e ultramilonitos nas partes

mais deformadas. Nos ultramilonitos observam-se boudins e bandas de anfibolitos

(plagioclásio, hornblenda e traços de clinopiroxênio) e bandas quartzo-feldspáticas (quartzo,

plagioclásio, feldspato alcalino e hornblenda) intercaladas. Veios de quartzo e de pegmatitos

aparecem, às vezes, atravessando essas bandas. Oliveira Junior (1990) caracterizou mais

detalhadamente esses cisalhamentos, mostrando que os processos de deformação foram

acompanhados de retrometamorfismo, notando-se que nas partes menos cisalhadas as

paragêneses são de fácies anfibolito, enquanto que nas mais cisalhadas são da fácies xisto-

verde (BARBOSA et al., 2012).

b) SUITE GRANITÓIDE TEOTÔNIO-PELA PORCO

É composta por monzogranitos e quartzo- monzogranitos que estão deformados.

Foram identificados por Silva et al. (2002) núcleos magmáticos nos zircões com idade de

cristalização 207

Pb/206

Pb de 2.924 ±25 Ma e as bordas dos mesmos com idades de 1.926±25

Ma, que pode ser a idade do metamorfismo associado a milonitização, devido a semelhança

dessa idade com a idade K-Ar obtida por Silva Filho et al., (1977) que foi de 1.750±90 Ma.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

27

Figura 2.1: Mapa Geológico do Cráton do São Francisco destacando as faixas orogênicas móveis. (Bizzi et al.,

2001).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

28

ii) MIGMATITOS E GRANULITOS DA ZONA SALVADOR-CONDE

A região de Salvador se situa ao sul da Zona Salvador-Conde. Segundo Fujimori &

Allard (1966), Fujimori (1968), Sighinolfi & Fujimori (1974), Fujimori & Fyfe (1984) e

Fujimori (1988), as rochas de Salvador foram classificadas como granulitos ácidos e básicos,

incluindo metabasitos e charnockitos.

Verifica-se que as rochas presentes em Salvador mostram uma história geológica

complexa com presença de diversos litotipos de alto grau metamórfico muito deformados de

modo polifásico, tanto no estado dúctil quanto rúptil (BARBOSA et al., 2012). Esses litotipos

são cortados por corpos de monzo-sienogranitos e diques máficos com dimensões

centimétricas a métricas.

Trabalhos recentes (e.g. SOUZA, 2009) identificaram que o embasamento de Salvador

é composto por: (i) granulitos paraderivados, onde estão incluídos os granulitos alumino-

magnesianos, granitos granadíferos, granulitos básicos e quartzitos; (ii) enclaves de granulitos

ultramáficos e máficos (OLIVEIRA, 2010 apud BARBOSA et al., 2012); (iii) granulitos

ortoderivados, compostos de granulitos tonalíticos, granulitos charnoenderbíticos, granulitos

monzo-charnockíticos e granulitos quartzo monzodioríticos (SOUZA et al., 2010); (iv) corpos

e veios monzo-sienograníticos; e (v) diques máficos, metamórficos e não metamórficos

(BARBOSA et al., 2005, 2012).

Fujimori (1988) mostrou que a granulitização dessas rochas atingiu seu pico a 7,5-9

kbar e 800-900 °C concomitantemente às deformações dúcteis. Esse pico é identificado pela

presença de biotita vermelha, ortopiroxênio, plagioclásio e clinopiroxênio em equilíbrio. Já a

etapa regressiva é marcada pela presença de minerais secundários como biotita e hornblenda

esverdeada, formados a partir de piroxênios e opacos (Barbosa et al., 2012).

Na região de Conde, situada ao norte da Zona Salvador-Conde, são encontrados

migmatitos, gnaisses, granitoides e anfibolitos, contendo relíquias de granulitos (BARBOSA

et al., 2012).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

29

Figura 2.2: Mapa de localização do Cinturão Salvador-Esplanada. Modificado de Barbosa et al. (2012).

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

30

2.1.3. Granulitos da Região de Salvador

Barbosa et al. (2005) dividiram os litotipos de Salvador em: (i) encraves ultramáficos

e máficos granulitizados; (ii) granulitos paraderivados; (iii) granulitos ortoderivados; (iv)

diques máficos; e (v) corpos e veios monzo-sienograníticos e Souza (2009) descreveu

detalhadamente os granulitos tonalíticos, granulitos charnoenderbíticos, granulitos

monzocharnockíticos e granulitos quartzo-monzodioríticos, conforme resumo a seguir:

- Os granulitos tonalíticos foram mapeados entre o Porto da Barra e a Praia da

Paciência. São rochas leucocráticas, com textura de xenoblástica a granoblástica, constituídos

por plagioclásio, quartzo, ortopiroxênio, clinopiroxênio e mesopertita além de minerais

opacos, em geral, a magnetita e em menor proporção a apatita e zircão. A biotita aparece

como produto retrometamórfico nas bordas dos piroxênios e minerais opacos;

- Granulitos charnoenderbíticos predominam no Alto de Salvador e os melhores

afloramentos ocorrem preferencialmente nas pedreiras desativadas de Salvador. São rochas

leucocráticas, com textura granoblástica fina a média, praticamente todos os minerais

possuem extinção ondulante, em função de metamorfismo pós–pico metamórfico,

constituídos por plagioclásio antipertítico, quartzo, mesopertita ou microclina pertítica,

ortopiroxênio e clinopiroxênio, às vezes algumas granadas são observadas no contato com os

granulitos paraderivados. Biotita e hornblenda são secundárias;

- Granulitos monzocharnockíticos são encontrados nas praias de Jardim de Alah e

Costa Azul. São rochas holo a leucocráticas, textura xenoblástica a granoblástica, mineralogia

principal composta por plagioclásio, quartzo, mesopertita, clinopiroxênio e ortopiroxênio,

enquanto a apatita é o mineral acessório mais frequente. Biotita e hornblenda são produtos do

retrometamorfismo;

- Por fim, os granulitos quartzo-monzodioríticos são observados no bairro de Santa

Mônica, no túnel da Avenida Luis Eduardo Magalhães e na Praia de Amaralina. São rochas

leuco a mesocráticas de textura xenoblástica a granoblástica média, constituídas por

plagioclásio, ortopiroxênio, microclina, quartzo, hornblenda verde e clinopiroxênio e em

menores proporções encontra-se apatita e zircão. Biotita e hornblenda são interpretadas como

produtos retrometamórficos.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

31

3. CAPÍTULO III – GEOLOGIA LOCAL

3.1. DIQUES MÁFICOS DE SALVADOR

A cidade de Salvador apresenta, pelo menos, duas famílias de rochas filonianas

máficas. A mais antiga é representada por diques máficos metamorfizados que são tabulares

no centro e boudinados nas bordas, pertencem a Província Metamáfica de Salvador e datam

de 1,5 Ga (método K-Ar) (MASCARENHAS et al., 1986).

A família de diques mais jovens, pertencentes a Província Litorânea, ocorrem tanto na

orla de Salvador (FUJIMORI & ALLARD; 1966, FUJIMORI, 1968; TANNER DE

OLIVEIRA & CONCEIÇÃO, 1982; FARIAS & CONCEIÇÃO, 1985; MESTRINHO et al.,

1988; MORAES BRITO, 1992; CORRÊA-GOMES, 1992; CORRÊA-GOMES et al., 1996;

BARBOSA et al., 2012; SOUZA, 2009), como no seu interior (MORAES BRITO, 1992;

CORRÊA-GOMES, 2000; BARBOSA et al., 1996; BARBOSA et al., 2012; SOUZA, 2009) e

possuem idade de 1021±8 Ma a partir de datação da biotita (método 40

Ar/39

Ar) (MORAES

BRITO, 1992).

Trabalhos mais recentes (e.g. CRUZ et al., 2011; CRUZ & MENEZES LEAL, 2012)

envolveram retrabalhamento de dados geoquímicos existentes dos diques máficos

metamórficos e não metamórficos. Trabalhos envolvendo a geologia estrutural em

afloramento da orla marítima de Salvador têm sido realizados, envolvendo fotos aéreas de

detalhe (escala 1:300) (e.g. BARBOSA et al., 2005; SOUZA, 2009; SOUZA et al., 2010;

SOUZA & BARBOSA, 2011) os quais permitiram um detalhamento das encaixantes dos

diques máficos.

Neste capítulo serão detalhados os diques máficos não metamórficos que ocorrem nas

praias de Jardim de Alah, Paciência e Ondina nos aspectos de campo destacando as relações

de contato com a encaixante, determinação de espessura e direção, bem como suas principais

características.

3.2. PRAIA DE JARDIM DE ALAH

A praia de Jardim de Alah está localizada no bairro do Costa Azul, Salvador – Bahia e

está situada no extremo leste da área de estudo (Figura 3.1). Nessa praia são encontrados

diques máficos encaixados em granulitos, principalmente em monzocharnockitos (SOUZA,

2009).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

32

Figura 3.1: Mapa de Localização da Praia de Jardim de Alah, Salvador.

Os diques máficos variam de centimétricos a métricos (espessura máxima = 19m)

(Fotos 3.1, 3.2 e 3.3), são finos a afaníticos, por vezes apresentam leve orientação (Foto 3.4),

possuem contatos retos (Foto 3.5) com a encaixante e, subordinadamente, contatos curvos e

reentrantes demonstrando uma mistura mecânica de magma máfico e félsico (Fotos 3.6 e 3.7),

por vezes se mostrando cortados por fraturas e falhas com deslocamento dextral e sinistral e

também por veios de composição granítica (Foto 3.8).

Nesta praia foram observadas duas direções de diques: uma com direção N-S e outra

com direção E-W (Foto 3.3).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

33

Foto 3.2: Dique máfico com espessura de 19 metros.

Praia de Jardim de Alah.

Foto 3.3: Esquema de localização das duas direções de diques máficos da Praia de

Jardim de Alah: (1) N-S e a outra (2) E-W ambas com espessura aproxiada de 0,70

m.

Foto 3.1: Dique máfico com espessura média de

70 centímetros. Praia de Jardim de Alah.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

34

Foto 3.4: Foliação incipiente no corpo filonenano.

Praia de Jardim de Alah.

Foto 3.5: Contato reto entre dique máfico (lado direito) e encaixante granulítica (lado esquerdo).

Praia de Jardim de Alah.

Foto 3.6: Contato demonstrando mistura mecânica de magma máfico e félsico. Praia de

Jardim de Alah.

Foto 3.7: Contato reentrante demonstrando

mistura mecânica de magma máfico e félsico.

Praia de Jardim de Alah.

Foto 3.8: Dique máfico cortado por veio de

composição granítica. Praia de Jardim de Alah.

Foto 3.9: Esfoliação esferoidal. Praia de Jardim

de Alah.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

35

Foi observado a presença de esfoliação esferoidal resultante da desagregação da rocha

gerando, a princípio, formatos poliédricos, segundo um formato arredondado “descascando”

de forma concêntrica. Geralmente a esfoliação esferoidal ocorre em rochas de estrutura

maciça e granulação uniforme e lembra o descascamento de uma cebola (Foto 3.9).

3.3. PRAIA DA PACIÊNCIA

A praia da Paciência se localiza no bairro do Rio Vermelho, Salvador – Bahia, na

parte mais centro-sul da área de estudo (Figura 3.2).

Os diques encontrados nessa praia estão bastante deformados e boudinados

dificultando a diferenciação entre o que é realmente dique e o que é enclave máfico dentro das

encaixantes granulíticas do tipo tonalíticas (SOUZA, 2009).

Os corpos filoneanos aí presentes possuem uma coloração acinzentada, granulometria

fina a afanítica, com espessuras que chegam até um metro aproximadamente (Fotos 3.10 e

3.11). A rocha encaixante granulítica apresenta, muitas vezes, um bandamento composicional

(Foto 3.12), e observam-se frequentemente feições de mistura mecânica de magmas

imiscíveis, entre o magma máfico e o félsico (Foto 3.13). Os contatos dos diques máficos com

as rochas encaixantes são, de forma geral, curvos a sinuosos (Foto 3.14).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Figura 3.2: Mapa de localização da Praia da Paciência, Salvador.

36

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Foto 3.10: Dique máfico com espessura de 1

metro aproximadamente. Praia da Paciência.

Foto 3.11: Contato do dique máfico e encaixante

granulítica. Praia da Paciência.

Foto 3.12: Encaixante granulítica com típico

bandamento composicional. Praia da Paciência.

Foto 3.13: Feição de mistura mecânica de magma

máfico e félsico. Praia da Paciência.

Foto 3.14: Contato curvo de dique máfico e

encaixante granulítica. Praia da Paciência.

37

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

38

3.4. PRAIA DE ONDINA (ATRÁS DO OTHON PALACE HOTEL)

A praia de Ondina se localiza na porção mais oeste da área de estudo (Figura 3.3) e é

onde está localizado o dique mais espesso de toda região litorânea do município de Salvador,

com aproximadamente 50 metros de espessura (Fotos 3.15 e 3.16), localizado mais

precisamente atrás do Othon Palace Hotel.

O dique máfico apresenta granulometria fina a afanítica, coloração cinza-escuro a

preto, contatos retos com a encaixante granulítica (Foto 3.17). Foi possível caracterizar

estruturas indicadoras de fluxo magmático, através da relação dique máfico e encaixante, ou

seja, partes da encaixante granulítica dentro do dique com indicação da direção de

englobamento da mesma (Foto 3.18).

Figura 3.3: Mapa de localização da Praia de Ondina, Salvador.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

39

Foto 3.17: Contato reto entre dique máfico e

encaixante granulítica. Praia de Ondina.

Foto 3.15: Dique máfico com espessura de

aproximadamente 50 metros na Praia de Ondina. Foto 3.16: Detalhe do dique máfico com 50 metros

de espessura (linha vermelha). Praia de Ondina.

Foto 3.18: Estrutura indicadora de direção de fluxo

magmático. A seta amarela indica a direção do

fluxo e a ponta do martelo aponta para o N. Praia de

Ondina.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

40

4. CAPÍTULO IV – PETROGRAFIA

4.1. CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA

Durante as análises petrográficas foram observadas as relações de contato,

granulometria, feições de alterações, entre outras características, que auxiliaram a descrição

das mesmas.

Abaixo estão apresentadas as principais definições (e.g. SIAL & MCREATH, 1984;

WERNICK, 2004; WINTER, 2009) das características petrográficas observadas nesse

trabalho:

Texturas:

- Ofítica: Refere-se a ripas de plagioclásio englobadas por cristais grandes de

piroxênios;

- Sub-Ofítica: Grandes ripas de plagioclásio parcialmente envoltos pelos cristais de

piroxênios;

- Intergranular: Pequenos cristais de piroxênio, olivina, produtos de alteração, etc.,

preenchem interstícios entre as hastes de plagioclásio. A textura dolerítica é um equivalente

de grão mais grosso de textura intergranular das rochas vulcânicas.

Processos de alteração:

- Saussuritização: É a alteração do plagioclásio para minerais de epídoto e saussurita;

- Sericitização: É o processo pelo qual minerais de feldspato são hidratados para

produzir sericita. Estágios incipientes podem ser reconhecidos pelo surgimento de uma fina

poeira de feldspatos em luz plano polarizada;

- Uralitização: Alteração deutérica de piroxênio para anfibólio, devido à entrada de

água numa temperatura moderada;

Granulometria

- Muito fina (O ≤ 0,1 mm);

- Fina (0,1 < O ≤ 1,0 mm)

- Média ( 1,0 < O ≤ 5,0 mm)

- Grossa ( 5,0 < O ≤ 20,0 mm)

- Muito Grossa (O ≥ 20,0 mm)

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

41

Tamanho do Cristal

- Matriz (O ≤ 0,1 mm)

- Microfenocristal (0,2 < O ≤ 0,5 mm)

- Fenocristal (0,5 < O ≤ 2,0 mm)

- Macrofenocristal (2,0 < O ≤ 10,0 mm)

Conteúdo em Fenocristal (F)

- Fracamente porfirítica: F ≤ 5%

- Moderadamente porfirítica: 5,0 < F ≤ 10%

- Fortemente porfirítico: F ≥ 10%

Convém ressaltar que as abreviações dos minerais seguiram as recomendações de

Kretz (1983); Spear (1993); Fettes (2007).

Na Tabela 4.1 é apresentada as proporções modais dos diques máficos das praias de

Jardim de Alah, Paciência e Ondina.

4.2. ASPECTOS PETROGRÁFICOS DOS DIQUES MÁFICOS

4.2.1. Praia de Jardim de Alah

Foram confeccionadas quatro lâminas dos corpos filoneanos da praia de Jardim de

Alah, as saber JA-01, JA-01a, JA-01c, JA-02, enquanto apenas uma representa a rocha

encaixante granulítica, a JA-03. Observou-se os que diques máficos são holocristalinos e

granulometria predominantemente fina (tamanho máximo = 1,0 mm) e subordinadamente

média. Há predominância de textura subofítica (Fotomicrografia 4.1) a intergranular e,

subordinadamente, a textura ofítica. Em geral, os cristais estão dispostos como micro

(tamanho médio <0,4 mm) a fenocristais (tamanho médio = 1 mm). Frequentemente observa-

se também nas lâminas a textura porfirítica (Fotomicrografia 4.2) com fenocristais de

plagioclásio (tamanho médio= 0,8 mm), piroxênio (tamanho médio= 0,5 mm) e olivina com

iddingsita (tamanho médio = 0,5 mm) dispersos em uma matriz fanerítica muito fina a

afanítica de plagioclásio e piroxênio.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Tabela 4.1: Composição modal das lâminas petrográficas estudadas. JA=Jardim de Alah, RV- Praia da Paciência, OT- Praia de Ondina, Pl= Plagioclásio, Ol= Olivina, Px=

Piroxênio, Op= Minerais Opacos, Bt= Biotita, Hbl= Hornblenda, Qtz= Quartzo.

JA-01 JA-01a JA-01c JA-02 JA-03 RV-01a RV-01b RV-01c RV-02a RV-02b RV-02c 0T-01 0T-02

Matriz Pl 57% 30% 80%

Matriz

Afanítica

22%

- - - - - - - - -

Ol 1% 5% 4% - - - - - - - - -

Px 14% 15% - - - - - - - - - -

Op 3% 10% 16% - - - - - - - - -

Fenocristais

Pl 15% 25% 5% 20% 2% 70% 65% 59% 42% 37% 41% 43% 42%

Ol 4% 1% - 8% - - - - - - - - -

Px 5% 10% 69% 25% 80% - - - 20% 42% 40% 30% 35%

Bt - - 2% 2% 5% 13% 15% 20% 1% 1% 1% 2% 1%

Hbl - - - - - 15% 18% 20% 6% 10% 8% 15% 10%

Op 1% 4% 1% 2% 4% 2% 2% 1% 5% 10% 10% 10% 12%

Qtz - - 25% 21% 9% - - - - - - - -

42

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

A associação mineralógica de fenocristais é constituída por plagioclásio (compõem

aproximadamente 20% do volume da rocha), piroxênio (5% da rocha total) e olivina (< 3%).

A matriz ocorre em maior proporção na rocha chegando até 75% do volume total, formada

por cristais de plagioclásio, piroxênio, olivina e minerais opacos.

Os cristais de plagioclásio representam cerca de 20% da rocha, com dimensões

variando de 0,5 a 1,5 mm quando fenocristais e, com tamanho de 0,2 mm (microfenocristais)

quando presentes na matriz. De um modo geral, apresentam-se como ripas euédricas a

subédricas com hábitos curtos ou alongados, dispostos em glômeros formando a geometria

em “Y” (Fotomicrografia 4.3), em forma de “T” (Fotomicrografia 4.4) e em forma de “V”

(Fotomicrografia 4.5). Possuem contatos entre si retos e bordas corroídas e os contatos com os

piroxênios são curvos.

Fotomicrografia 4.1: Textura subofítica, onde os

plagioclásios englobam os piroxênios. Polarizadores

cruzados. Aumento 100 X. Amostra JA-02.

Fotomicrografia 4.2: Textura porfirítica com matriz

fina a afanítica. Sem analisador. Aumento 25 X.

Amostra JA-01.

43

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

44

Os cristais de plagioclásio encontram-se maclados polissinteticamente segundo a lei

albita e albita-Carlsbad, sendo que muitas vezes as lamelas de geminação mostram-se

completas, parciais, ausentes ou em formato de agulha (Fotomicrografia 4.6) formando nos

grãos áreas não geminadas e microfraturadas. Suas composições obtidas através dos

geminados albita, pelo método Michel-Levy (KERR, 1959) forneceram valores que se

referem a variação andesina-labradorita (An 60-41%). Os cristais apresentam-se

microfraturados e com extinção ondulante.

Fotomicrografia 4.3: Aglomerado de plagioclásio com

geometria em “Y”. Sem analisador. Aumento de 100 X.

Amostra JA-01.

Fotomicrografia 4.4: Aglomerado de plagioclásio

com geometria em “T”. Sem analisador. Aumento

100 X. Amostra JA-01.

Fotomicrografia 4.5: Aglomerado de plagioclásio com geometria em “V”. Sem analisador. Aumento 100 X.

Amostra JA-01.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

45

Os piroxênios são classificados como augita e ocupam cerca de 10% da rocha total.

São representados predominantemente por microfenocristais (tamanho médio = 0,5 mm) e

fenocristais (tamanho médio = 1,5 mm) de augita.

Os cristais de augita com tamanho variando entre 0,5 a 1,5 mm caracterizam-se por

seu relevo médio. Geralmente apresentam-se anedrais a subedrais e frequentemente são

circundadas pelos plagioclásios gerando a textura subofítica e, subordinadamente, englobam

parcialmente os plagioclásios caracterizando a textura ofítica (Fotomicrografia 4.7). Os

cristais apresentam-se microfraturados.

Os cristais de olivina ocupam cerca de 3% da rocha quando estão presentes na matriz e

cerca de 4% quando fenocristais. Possuem tamanho médio em torno de 1,0 mm quando

fenocristais e tamanho médio de 0,3 mm quando presentes na matriz. Apresentam-se anedrais,

com formatos arredondados (Fotomicrografia 4.8).

Fotomicrografia 4.6: Plagioclásio maclado

possinteticamente com geminação albita-Carlsbad em

forma de agulha. Polarizadores cruzados. Aumento 100

X. Amostra JA-02.

Fotomicrografia 4.7: Textura ofítica representando

plagioclásios (Pl) inclusos em cristais de augita (Aug).

Polarizadores cruzados. Aumento 100 X. Amostra JA-

02.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

46

Foi possível coletar amostras representativas do contato com a rocha granulítica

(Amostra JA-01c) com a ajuda da máquina perfuratriz (Foto 4.1). As amostras JA-03, JA-01c,

JA-01 e JA-02 representam respectivamente a migração da borda para o centro do dique

máfico (Fotomicrografias 4.9 e 4.11). A amostra JA-01c mostra claramente a gradação da

matriz afanítica para fina a medida que se afasta do contato com a encaixante

(Fotomicrografia 4.9).

Foto 4.1: Furo feito pela máquina perfuratriz para coleta de

amostras. Praia de Jardim de Alah.

Fotomicrografia 4.8: Cristal de olivina (Ol) circundado por

matriz afanítica, presença de cristais de plagioclásio (Pl).

Polarizadores cruzados. Aumento de 25 X. Amostra JA-01.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Fotomicrografia 4.9: Mosaico mostrando a gradação da matriz afanítica (B) junto à encaixante (A) para matriz fina (C) mais para o centro do dique. Polarizadores Cruzados.

Aumento 25X. Amostra JA-01c.

A B C

47

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

A encaixante granulítica (Fotomicrografias 4.10 e 4.12) é caracterizada pela presença

de piroxênio (80% da rocha total), quartzo (9%), biotita (5%), minerais opacos (4%) e

plagioclásio (2%).

Fotomicrografia 4.11: Contato entre dique máfico e

encaixante granulítica. Polarizadores Cruzados. Aumento

25 X. Amostra JA-01c.

Fotomicrografia 4.10: Granulito com presença de orto e

clinopiroxênio e biotita. Polarizadores Cruzados.

Aumento de 25 X. Amostra JA-03.

Fotomicrografia 4.12: Granulito, rocha encaixante dos

diques máficos. Sem analisador. Aumento 25 X. Amostra

JA-03.

47

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

49

4.2.1.1. Ordem de Cristalização

As relações texturais indicaram a seguinte ordem de cristalização: olivina –

plagioclásio – augita – minerais opacos (raros) – alteração das fases primárias (plagioclásio,

piroxênio e olivinas).

4.2.2. Praia da Paciência

Os diques da Praia da Paciência são representados por seis lâminas, com

granulometria média (tamanho máximo = 1,5 mm). Predomina a textura subofítica e

intergranular e os cristais estão dispostos na forma de micro a fenocristais.

A associação mineralógica é constituída em média por plagioclásio (45%), piroxênio

(34%), anfibólio (10%), biotita (6%) e minerais opacos(5%) (Fotomicrografia 4.13).

Os cristais de plagioclásio possuem uma representação volumétrica em torno de 45%

da rocha total, com dimensões variando de 0,1 a 3 mm, com predomínio médio de 1,5 mm.

Ocorrem dominantemente como fenocristais. Apresentam-se em ripas euédricas a subédricas

com hábitos curtos a alongados ou como grãos arredondados nas amostras mais deformadas.

São observados na forma de glômeros com geometria triangular (Fotomicrografia 4.14), na

forma de “V” (Fotomicrografia 4.15) ou em glômeros disformes (Fotomicrografia 4.16).

Fotomicrografia 4.13: Representação dos piroxênios

(Px), anfibólios (Anf) e plagioclásios (Pl) com

granulometria média. Sem analisador. Aumento 25 X.

Amostra RV-02a.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

50

Possuem contatos retos, curvos, embaiados ou com bordas corroídas entre si e curvos,

embaiados com os piroxênios e anfibólios e retos, curvos ou embaiados com as biotitas.

Nas amostras RV- 02a/b e c, os cristais de plagioclásio encontram-se com geminação

albita e albita-Carlsbad, sendo que muitas vezes as lamelas mostram-se completas, parciais

ou em forma de agulha (Fotomicrografia 4.17). Os grãos encontram-se microfraturados.

Fotomicrografia 4.14: Glômero de plagioclásios (Pl)

em forma triangular caracterizando a textura intergranular. Polarizadores cruzados. Aumento de 100

X. RV-02b.

Fotomicrografia 4.15: Glômero de plagioclásios (Pl) em

forma de “V”. Polarizadores cruzados. Aumento de 25 X. Amostra RV-02b.

Fotomicrografia 4.16: Glômero de plagioclásios (Pl) com

geometria disforme. Polarizadores cruzados. Aumento de

25 X. Amostra RV-02b.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

51

Os cristais de piroxênio estão presentes em todas as amostras. Ocupam em média 34%

do volume total da rocha, moda feita pela média das lâminas da respectiva praia. São

representados por macro a fenocristais. São classificados como augita, devido a sua extinção

inclinada, ângulo 2V em torno de 43°, sua birrefringência alta e relevo médio.

O anfibólio, nas amostras RV-01a, b e c, encontra-se disperso pela lâmina e associado

às biotitas. Já nas amostras RV-02a, b e c ocorre nas bordas dos piroxênios caracterizando o

processo de uralitização. É classificado como hornblenda, apresenta-se anédrico e possue

coloração esverdeada.

Os cristais de biotita se encontram na forma de grãos subédricos a anédricos

associados ou não à hornblenda (processo de uralitização) nas amostras RV-01a, b e c.

Ocupam cerca de 3% do volume da rocha.

A apatita está inclusa nos plagioclásios, biotitas e anfibólios. É pouco expressiva nas

lâminas, ocupa menos de 1% do volume total das lâminas.

4.2.2.1. Ordem de Cristalização

As relações texturais indicaram a seguinte ordem de cristalização: plagioclásio –

augita – minerais opacos – alteração das fases minerais primárias (plagioclásio –

saussuritização, augita – hornblenda – biotita e minerais opacos).

Fotomicrografia 4.17: Plagioclásio com geminação

polissintética em forma de agulha indicado pelo círculo

vermelho. Polarizadores cruzados. Aumento de 25 X.

Amostra RV-02c.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

52

4.2.3. Praia de Ondina

O dique máfico da Praia de Ondina é representado por duas lâminas (OT-01 e OT-02),

com granulometria média (tamanho máximo 1,5 mm). Predomina a textura subofítica e,

subordinadamente, a intergranular e ofítica, sendo que os cristais estão dispostos em macro

(tamanho médio = 5 mm), fenocristais (tamanho médio = 1mm) e microfenocristais (tamanho

médio = 0,5 mm).

A associação mineralógica principal da rocha é constituída por plagioclásio, piroxênio

e anfibólio, tendo a biotita e minerais opacos de forma subordinadas (Fotomicrografia 4.18).

Os cristais de plagioclásios possuem uma representação expressiva (em média 43% do

volume da rocha), dimensões variando entre 0,3 e 5 mm, com predomínio médio em torno de

1 mm e ocorrem dominantemente como macro e fenocristais. Apresentam-se em ripas

subédricas a anédricas, mas ocorrem na forma euédrica também. Hábitos curtos a alongados

dispostos em aglomerados englobando piroxênio e anfibólio, em forma triangular, caracteriza

a textura intergranular (Fotomicrografia 4.19). Ocorrem também em glômeros na forma de

“V” (Fotomicrografia 4.20) e na forma de cruz (Fotomicrografia 4.21). Possuem contatos

retos, curvos e embaiados entre si e contatos curvos, reentrantes e com bordas corroídas com

cristais de piroxênio.

Fotomicrografia 4.18: Visão geral da lâmina do dique da Praia de Ondina. Sem analisador. Aumento 25 X. Amostra

OT-01.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

53

Os cristais de plagioclásio encontram-se ainda maclados polissinteticamente segundo a

lei da albita e albita-Carlsbad, sendo que muitas vezes as lamelas mostram-se completas ou

parciais. Suas composições obtidas através dos geminados albita-Carlsbad, pelo método

Michel-Levy (KERR, 1959) forneceram valores que se referem a variação andesina-

labradorita (An 46-64%). Os grãos encontram-se bastante microfraturados. Alguns grãos

apresentam o centro mais alterado do que as bordas dando um aspecto nublado, classificado

Fotomicrografia 4.19: Aglomerado de plagioclásio em

forma triangular envolvendo piroxênio (Px), anfibólio

(Anf) e biotitas caracterizando a textura intergranular.

Sem analisador. Aumento 100X. Amostra OT-02.

Fotomicrografia 4.20: Glômero de plagioclásio (Pl) em

forma de “V”. Ocorre ainda piroxênio (Px), anfibólio

(Anf) e biotita (Bt). Sem analisador. Aumento 100X.

Amostra OT-02.

Fotomicrografia 4.21: Glômero de plagioclásio (Pl) em

forma de cruz. Sem analisador. Aumento 100 X. Amostra OT-02.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

54

como saussurituzação, ao centro do cristal, lembrando um zoneamento (Fotomicrografia

4.22).

Os cristais de piroxênio ocupam cerca de 32% do volume da rocha, são representados

dominantemente por macrofenocristais (tamanho médio = 5mm). São classificados como

augita, possuem extinção inclinada, ângulo 2V em torno de 56°. Ocorrem em cristais

anédricos e mostram-se muito fraturados. Observa-se a alteração dos cristais de piroxênio

para anfibólio caracterizando o processo de uralitização (Fotomocrografia 4.23).

Fotomicrografia 4.22: Grão de plagioclásio com centro mais

alterado que borda, dando um aspecto nublado ao mesmo. Polarizadores cruzados. Aumento de 200 X. Amostra OT-01.

Fotomicrografia 4.23: Augita (Aug) sofrendo processo de

uralitização e se transformando em anfibólio (Anf), mineral

opaco (Op) presente. Sem analisador. Aumento de 100 X.

Amostra OT-01.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

55

O anfibólio ocupa 12% do volume da rocha total e restringe-se as bordas da augita,

normalmente em lamelas anédricas de coloração verde com fraco pleocroísmo, às vezes

aparecendo interdigitado com cristais subédricos a anédricos de biotita. O contato com o

piroxênio sugere que são produtos de alteração dos mesmos (Fotomicrografia 4.24).

A biotita ocupa 1% do volume da rocha total e ocorre como grãos subédricos a

anédricos, com coloração castanha a castanho-esverdeada interdigitados com os cristais de

anfibólio (Fotomicrografia 4.25).

Fotomicrografia 4.24: Contato entre augita (Aug) e

anfibólio (Anf) no processo de uralitização. Sem

analisador. Aumento 100 X. Amostra OT-02.

Fotomicrografia 4.25: Biotita (Bt) associada a anfibólio

(Anf) e piroxênio (Aug), minerais opacos (Op) presentes.

Sem analisador. Aumento 100 X.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

56

Os minerais opacos representam 11% do volume total da rocha. Apresentam-se

preferencialmente na forma de micro a fenocristais de forma subédrica a anédrica

(Fotomicrografias 4.21 e 4.23).

A apatita é pouco representativa na rocha, não passando de 1% do volume total da

amostra. Ocorre em forma acicular como inclusões no plagioclásio.

4.2.3.1. Ordem de Cristalização

As relações texturais indicaram a seguinte ordem de cristalização: plagioclásio –

augita – minerais opacos – alteração das fases minerais primárias (plagioclásio –

saussuritização, augita – hornblenda + biotita+ minerais opacos).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

57

5. CAPÍTULO V – GEOQUÍMICA PRELIMINAR

Para análise do comportamento geoquímico dos diques máficos das praias de Jardim

de Alah e Ondina foram utilizados os dados químicos de elementos maiores e traço de Moraes

Brito (1992) (Tabela 5.1). Para a Praia da Paciência não foi possível fazer esse estudo, devido

à falta de dados químicos.

Devido ao número restrito de análises químicas (seis análises dos diques máficos da

praia de Jardim de Alah e seis análises químicas da Praia de Ondina), o tratamento de dados

foi realizado em conjunto.

5.1. CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA

Para a classificação e nomenclatura foram utilizados os diagramas sílica versus álcalis

total (TAS) (COX et al., 1979), A (Na2O + K2O) – F (FeOt) – M (MgO) (IRVINE &

BARAGAR, 1971) e Log Nb/Y versus Log Zr/TiO2 (WINCHESTER & FLOYD, 1977).

O diagrama TAS, proposto por Cox et al. (1979), foi recomendado pela Subcomissão

de Sistemática de Rochas Ígneas como um esquema classificatório internacionalmente aceito

para todas as rochas vulcânicas. Para seu uso, todos os óxidos de elementos maiores foram

normalizados para 100%, em base anidra.

Na Figura 5.1, observa-se que os diques máficos das praias de Jardim de Alah e

Ondina plotam no campo dos basaltos. De forma geral, as razões álcalis/sílica mostram-se

baixas, caracterizando o caráter toleítico das amostras estudadas.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Praia Praia de Jardim de Alah Praia de Ondina

Elementos Maiores

Amostra 6053 6344 6345 6346 6348 6056 6057 6396 6397 6398 6399

SiO2 44,42 48,32 48,86 46,16 48,73 46,6 45,77 48,33 50,48 47,88 52,18

TiO2 2,74 2,68 2,64 2,51 2,58 2,88 3,32 3,55 2,37 3,37 2,42

Al2O3 13,51 14,82 14,98 13,29 15,14 14,3 13,26 13,01 16,98 12,37 13,38

Fe2O3 3,82 0,91 3,58 2,78 1,76 2,86 3,22 3,24 2,37 3,36 2,98

FeO 10,6 11,32 8,79 9,94 11,18 11,32 11,98 12,07 8,91 11,87 10,47

FeOT 14,04 12,14 12,01 12,44 12,76 13,89 14,88 14,99 11,04 14,89 13,15

Fe2O3T 15,6 13,49 13,35 13,82 14,18 15,44 16,53 16,65 12,27 16,55 14,61

MnO 0,23 0,21 0,21 0,23 0,2 0,24 0,24 0,24 0,19 0,24 0,23

MgO 6,87 5,76 5,52 6,48 5,71 5,33 5,63 5,32 3,73 6,73 4,22

CaO 8,66 9,41 9,51 10,04 9,56 9,49 9,21 9,14 9,1 8,83 6,84

Na2O 2,54 2,99 2,99 2,61 3,03 2,67 2,59 2,53 3,05 2,25 2,82

K2O 0,71 0,59 0,51 0,41 0,52 0,81 0,83 0,89 0,84 0,75 1,63

P2O5 0,92 0,51 0,48 0,3 0,49 0,64 0,54 0,76 0,64 0,57 0,98

P.F. 3,80 1,56 1,01 4,72 1,19 1,59 2,07 1,15 1,49 2,03 2,06

mg# 0,33 0,32 0,31 0,34 0,31 0,28 0,27 0,26 0,25 0,31 0,24

Total 98,82 99,08 99,08 99,47 100,09 99,74 98,67 100,23 100,15 100,25 100,21

Elementos Traço

Cr 63 114 95 164 107 103 109 61 18 61 20

Ni 108 48 57 55 51 53 57 37 20 35 14

Rb 23 20 17 23 20 24 28 24 23 22 43

Ba 537 243 271 187 271 419 400 337 366 302 708

Sr 302 282 284 284 286 268 246 285 369 269 323

Nb 21 22 21 23 21 24 23 28 24 24 35

Zr 187 185 177 183 178 184 197 280 251 243 416

Y 44 46 39 46 44 55 55 52 46 47 69

La 36 25 28 22 25 30 32 19 18 13 46

Ce 76 51 39 38 41 64 69 46 43 36 76

Nd 0 32 27 26 24 0 0 24 26 19 39

Tabela 5.1: Análises químicas de elementos maiores (% em peso) e traço (em ppm) dos diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina.

P.F. = Perda ao Fogo, mg# = [MgO/(Mgo + FeOt)].

58

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

O diagrama da Figura 5.2 mostra a classificação e nomenclatura baseada nos

elementos Nb/Y versus Zr/TiO2 * 0,001, segundo Winchester & Floyd (1977), no qual as

amostras dos diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina plotaram no campo dos

basaltos sub-alcalinos, com apenas uma amostra (6396) tendendo ao campo dos andesitos.

Figura 5.2: Diagrama Nb/Y versus Zr/TiO2 de Winchester & Floyd

(1977) para os diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina.

Símbolos como na fiigura 5.1.

Figura 5.1: Diagrama de classificação SiO2 versus álcalis (TAS) (Cox et. al., 1979) para os

diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina.

59

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

60

No diagrama AFM (Figura 5.3), as amostras de diques das praias de Jardim de Alah e

Ondina seguem o trend da suíte toleítica do Havaí, destacando um enriquecimento em FeOt

em relação ao MgO, típica de suítes evoluídas a baixa fO2. Percebe-se que os diques de

Jardim de Alah são menos evoluídos que os diques da Praia de Ondina, isso é notado pelo

número de magnésio (Tabela 5.1).

5.2. AMBIÊNCIA TECTÔNICA

O ambiente tectônico para as rochas filoneanas foi definido pelo diagrama Pearce &

Norry (1979) que relaciona Zr versus Zr/Y (Figura 5.4), e mostrou que todos os diques

máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina são intraplaca.

Figura 5.3: Diagrama A (Na2O),F (FeOt), M (MgO),

segundo Irvine & Baragar (1971) para os diques máficos

da Praia de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos como na figura 5.1.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

61

10 100 10001

10

20

A - Basaltos Intraplaca

B - Basaltos de Arco de Ilha

C - Basaltos de Cordilheira Meso

Oceânica

A

B C

Zr

Zr

/Y

5.3. COMPORTAMENTO GEOQUÍMICO DOS ELEMENTOS MAIORES E

TRAÇO

Para a análise da evolução magmática dos filões máficos das praias de Jardim de Alah

e Ondina foram feitos diagramas binários que permitiram analisar o comportamento dos

elementos maiores e traço em relação ao magnésio (MgO), utilizado como índice de evolução.

Os valores de MgO são inversamente proporcionais à evolução magmática, ou seja à

medida que vai diminuindo a concentração de magnésio, maior é o fracionamento do magma.

Em Jardim de Alah os teores de MgO variaram de 5,52 % a 6,87 %, e os valores de SiO2 entre

46,16 % a 48,86 %, enquanto que para os diques máficos da praia de Ondina, os teores de

MgO foram de 3,73% a 6,73% e SiO2 entre 45,77% a 52,18% (Tabela 5.1), comprovando o

que foi dito no AFM.

O número de magnésio (mg# = [MgO/(Mgo + FeOt)]) para magmas basálticos

primários variam de 0,74 a 0,95 (JACQUES & GREEN, 1980). Os diques máficos das praias

de Jardim de Alah (mg# = 0,31 a 0,34) e Ondina (mg# = 0,24-0,31) são mais evoluídos. No

entanto, observa-se que os diques máficos de Jardim de Alah são menos evoluídos que os de

Ondina, corroborando com a descrição petrográfica, na qual, os diques máficos de Jardim de

Figura 5.4: Diagrama Zr versus Zr/Y de Pearce & Norry (1979) para

os diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos

como na figura 5.1.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

62

Alah possuem olivina presente e nos diques máficos de Ondina não foi observada essa fase

mineral.

A partir da análise dos elementos maiores de acordo com os diagramas binários

Harker (1909) (Figura 5.5), percebeu-se, para ambos os grupos, que Al2O3, Na2O, K2O e SiO2

aumentam seus teores à medida que o magma vai fracionando, apresentando, portanto, um

comportamento esperado sendo que é notável a diferença no comportamento entre os dois

diques. Já os elementos CaO e FeOt mantêm suas concentrações estáveis durante a evolução

magmática, com uma leve tendência ao empobrecimento refletindo o fracionamento da

olivina, piroxênio e plagioclásio. O TiO2 e P2O5 apresentam comportamento difuso mas

percebeu-se acompanham o sentido da evolução. O comportamento de CaO e Al2O3 sugere a

importância do plagioclásio no fracionamento magmático.

Os elementos traço compatíveis (Figura 5.6) como Ni e Cr diminuem seus teores à

medida que diminui o teor de MgO, isso sugerindo a cristalização de minerais como olivina e

clinopiroxênio. Os elementos incompatíveis chamados HFS (High Field Strenth – Alto Carga

de Valência) como Zr, Ti e Nb aumentam seus teores à medida que o magma vai fracionando.

O terra rara leve Ce apresenta uma leve dispersão porém é possível admitir um trend

crescente à medida que o magma evolui, comprovando a incompatibilidade do mesmo.

Para os elementos incompatíveis chamados LIL (Large Ion Litophile – Grandes Íons

Litófilos) como o Ba, Sr e Rb há um aumento de seus teores durante o fracionamento. O

comportamento do Ba e do Rb sugere a pouca importância do k-feldspato no fracionamento

dos diques máficos, e o Sr ao fracionamento de plagioclásio. O Nb e o Y apresentam o mesmo

comportamento dos LILE.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

63

Figura 5.5: Diagrama de variação entre MgO (% em peso) versus óxidos de elementos maiores para os

diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina. Símbolos como na figura 5.1.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

Figura 5.6: Diagrama de variação entre MgO (% em peso) versus elementos traço (ppm) para os diques máficos das praias de Jardim de

Alah e Ondina. Símbolos como na figura 5.1.

64

Y

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

6. CAPÍTULO VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho foi apresentado o estudo dos aspectos de campo, petrográfico e

geoquímico preliminar dos diques máficos não metamórficos das praias de Jardim de Alah,

Paciência e Ondina. O tratamento desses dados permitiu fazer as seguintes considerações:

- Os diques máficos não-metamórficos das Praias de Jardim de Alah, Paciência e

Ondina pertencem a Província Litorânea, de idade 1021 ± 8 Ma datada a partir de biotita pelo

método Ar-Ar, são encaixados em rochas metamórficas de alto grau que estão inseridas na

Faixa Salvador-Esplanada na porção leste do Cráton do São Francisco;

- Os aspectos de campo dos diques máficos das praias de Jardim de Alah, Paciência e

Ondina mostraram que, de forma geral, são de cor preta, finos a afaníticos, tabulares, verticais

com contatos retos, curvos a sinuosos com a encaixante e suas espessuras podem variar de

poucos centímetros a 50 m (Praia de Ondina);

- Os diques máficos da Praia de Jardim de Alah são porfiríticos, com fenocristais de

plagioclásio, augita e olivina, com matriz afanítica a fina de plagioclásio, augita e minerais

opacos. Apresentam além da textura porfirítica, a subofítica, intergranular e ofítica. As

relações texturais permitiram indicar como ordem de cristalização dos minerais: olivina –

plagioclásio – augita – minerais opacos, seguida dos minerais de alteração, provenientes da

diminuição da temperatura;

- Os diques máficos da Praia da Paciência são compostos por cristais de plagioclásio,

augita e minerais opacos e apresentam granulometria média. Apresentam textura subofítica e

intergranular. Observou-se o processo de uralitização responsável pela alteração da fase

mineral primária (plagioclásio – saussuritização, augita – hornblenda+biotita+minerais

opacos). As relações texturais permitiram indicar a seguinte ordem de cristalização dos

minerais: plagioclásio – augita – minerais opacos – minerais de alteração (hornblenda, biotita,

minerais opacos e saussuritização).

- Os diques máficos da Praia de Ondina são compostos por plagioclásio, augita e

minerais opacos e apresentam granulometria média. Apresentam textura subofítica,

intergranular e ofítica. As relações texturais permitiram indicar a ordem de cristalização dos

minerais: plagioclásio – augita – minerais opacos – alteração das fases minerais primárias

(processo de uralitização: augita – hornblenda – biotita – minerais opacos);

- A geoquímica preliminar dos diques máficos das praias de Jardim de Alah e Ondina,

permitiu classificá-los como basaltos intraplaca de caráter toleítico. Observou-se que os

65

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

66

diques máficos da praia de Jardim de Alah são menos evoluídos que àqueles da praia de

Ondina;

- O comportamento dos elementos SiO2, Na2O, K2O e Al2O3 aumentam seus teores

com a evolução magmática, enquanto que FeOt e CaO mantêm seus valores estáveis ou com

leve empobrecimento. Este comportamento caracteriza a cristalização de plagioclásio e

piroxênio como fases minerais importantes e está de acordo com o esperado;

- Cr e Ni possuem comportamento compatível com a evolução magmática o que

sugere a cristalização de olivina e clinopiroxênio, enquanto que os elementos HFS (Zr e Nb) e

LIL (Ba, Sr e Rb) se comportam de forma incompatível, tendo seus teores aumentados no

líquido residual.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

67

7. CAPÍTULO VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALKMIM, F.F.; MARSHAK, S.; FONSECA, M.A. Assembing West Gondwana in the

Neoproterozoic: Clues from the São Francisco Craton region, Brazil. Geology, 29: 2001.

p. 319-322.

ALKMIM, F.F. & MARTINS-NETO M.A. A Bacia intracratônica do São Francisco:

arcabouço estrutural e cenários evolutivos. In: C.P. Pinto & M.A. Martins-Neto (eds.)

Bacia do São Francisco: Geologia e Recursos Naturais, SBG/Núcleo MG. 2001. pp.: 9-30.

ALMEIDA, F.F. O Cráton do São Francisco. Revista Brasileira Geociências. vol. 4: 1977.

p. 349-364.

BAER, G. & HEIMANN, A. (eds.). Physics and Chemistry of Dykes. Selected papers at

III Third International Dyke Conference, Jerusalém, Israel, A. A. Balkema, 1995. 339 p.

BARBOSA, J.S.F. The granulites of the Jequié Complex and Atlantic Mobile Belt,

Southern Bahia, Brazil - An expression of Archean Paleoproterozoic Plate Convergence.

In: D VIELZEUF AND PH VIDAL (Ed.), Granulites and Crustal Evolution. 1990. Springer-

Verlag, Clermont Ferrand, France, 1990. p. 195-221.

BARBOSA, J.S.F. & DOMINGUEZ J.M.L. (Eds.). Texto Explicativo para o Mapa

Geológico ao Milionésimo. SICM/ SGM, Salvador, (Edição Especial), 1996. 400 pp.

BARBOSA, J. S. F.; SABATÉ, P.; MARINHO, M. M. O Cráton do São Francisco: uma

síntese. Revista Brasileira de Geociências, 33: 2003. p. 3-6.

BARBOSA, J.S.F. & SABATÉ, P. Archean and Paleoproterozoic crust of the São

Francisco Craton, Bahia, Brazil: geodynamic features. Precambrian Research, 133: 2004.

p. 1–27.

BARBOSA J.S.F.; CORRÊA-GOMES, L.C.; DOMINGUEZ, J.M.L.; CRUZ, S.A.S.;

SOUZA, J.S.de Petrografia e litogeoquímica das rochas da parte oeste do alto de

Salvador, Bahia. Revista Brasileira de Geociências, 35(4): 2005. p. 9-22.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

68

BARBOSA, J.S.F.; CRUZ, S.S.P.; SOUZA, J.S. de 2012. Terrenos Metamórficos do

Embasamento. In: BARBOSA, J.S.F. (Coordenação Geral). Geologia da Bahia. Pesquisa e

Atualização. Salvador. Volume 1, 2012. pag. 101-201.

BASTOS LEAL, L.R.; TEIXEIRA, W.; CUNHA, J.C.; MACAMBIRA, M.J.B. Archean

Tonalitic–Trondhjemitc and Granitic Plutonism in the Gavião Block, São Francisco

Craton, Bahia , Brazil : Geochemical and Geochronological Characteristics. Revista

Brasileira de Geociências, v. 2, n.2, 1998. p. 209–220.

BIZZI, L. A.; SCHOBBENHAUS, C.; GONÇALVES, J.H.; BAARS, F.J.; DELGADO, I.M.;

ABRAM, M.B.; LEÃO NETO, R.; MATOS, G.M.M.; SANTOS, J.O.S. (coords.). Mapas de

Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil: Sistema de Informações

Geográficas – SIG. 4 CD-Rom (Escala 1:2.500.000), CPRM, Brasília: 2001.

BRITO NEVES, B.B. America do Sul: Quatro fusões, Quatro fissões e o Processo

Acrescionário Andino. Revista Brasileira de Geociências, v. 29, 1999. p. 379-392.

CAMPOS, J.E.G. & DARDENNE, M.A. Origem e Evolução Tectônica da Bacia

Sanfranciscana. Revista Brasileira de Geociências, v. 27, 1997. P. 283-294.

CAMPOS NETO, M.C. Orogenic Systems from Southwestern Gondwana, an approach to

Brasiliano-Pan-African cycle and orogenic collage in southeastern Brazil. In: CORDANI

UG ET AL. (Eds), Tectonic Evolution of South America, Rio de Janeiro, RJ, Brazil. 2000. p.

335–365.

CORRÊA-GOMES, L.C. Diques máficos: Uma reflexão teórica sobre o tema e o seu uso

no entendimento prático da geodinâmica fissural. Dissertação de Mestrado, IG/UFBa,

1992. 196p.

CORRÊA-GOMES, L.C; TANNER DE OLIVEIRA, M. A. F.; MOTA, A.C.; CRUZ, M.J.M.

Província de Diques Máficos do Estado da Bahia. Mapa, estágio atual do conhecimento

e evolução temporal. Salvador: Superintendência de Geologia e Recursos Minerais –

SGM/SICM. 1996.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

69

CORRÊA-GOMES, L.C. Evolução Dinâmica da Zona de Cisalhamento Neoproterozóica

de Itabuna-Itaju do Colônia e do Magamatismo Fissural Alcalino Associado (SSE do

Estado da Bahia, Brasil). Tese de Doutorado. 2000. 239 p.

COX, K.G.; BELL, J.D.; PUNKHURST, R.J. The interpretation of igneous rocks. Ed.

George Allen –Unwin (Publishers) Ltda. London, 1979. 450p.

CRUZ, L.A.; MENEZES LEAL, A.B.; SANTOS, M.C.P.; DAMASCENO, G.C.;

PINHEIRO, A.C.O.; VARJÃO, L.M.P. Diques Máficos da Província de Salvador – BA.

XXIV Simpósio de Geologia do Nordeste, Aracaju – SE. Anais, 2011. p. 339.

CRUZ, L.A. & MENEZES LEAL, A.B. DIQUES MÁFICOS DA PROVÍNCIA DE

SALVADOR NO ESTADO DA BAHIA. Congresso Brasileiro de Geologia, Santos – SP.

Anais, 2012. p. 24.

FARIAS J. S. & CONCEIÇÃO H. Estrutura ampulheta em pigeonitas: as condicionantes

de seu crescimento em hialo-diabásios. In: UFBA, Sem. Est. Pesq., 5, Bol. Res., 1985. 26-

27 p.

FETTES, D., DESMONS, J. Metamorphic rocks. A classification and glossary of terms.

Cambridge: Cambridge University Press, 2007. 244 p.

FUJIMORI, S. Granulitos e charnockitos de Salvador (Ba). Anais Acad. Bras. Ciências.

40: 1968. p. 181-202.

FUJIMORI, S. Condições de P-T de formação dos granulitos do Farol da Barra,

Salvador, Bahia, Brasil. Rev. Bras. Geoc., 18: 1988. p. 339-344.

FUJIMORI, S. & ALLARD G.O. Ocorrência de safirina em Salvador, Bahia. Bol. Soc.

Bras. Geol., 15: 1966. p. 67-81.

FUJIMORI, S. & FYFE W.S. Almanditic garnet-rich metamorphic rocks as an original

soil developed during Precambrian. Rev. Bras. Geoc., 14: 1984. p. 194-202.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

70

HALLS, H.C. The Importance and Potencial of Mafic Dyke Swarms in the Studies of

Geodynamics Processes. Geosc. Canada, 9: 1982. p. 145-154.

HALLS, H.C. & FAHRIG, W.F. Mafic Dyke Swarms. Geol. Assoc. Canada, Speacial Paper,

V.34, (Editors). 1987. 503pp.

HARKER, A. The natural history of igneous rocks. London: Methuen, 1909. p.384.

IRVINE, T.N. & BARAGAR, W.R.A. A guide to the chemical classification of common

rocks. Canadian Journal Earth Science, 8: 1971. p. 523-548.

JACQUES, A.L. & GREEN, D.H. Anydrous melting of peridotite 0-15 kb pressure and

the genesis of tholeiitic basalts. Contrib. Mineral. Petrol., 73: 1980. p. 287 – 310.

KERR, P.F. Optical Mineralogy. McGraw-Hill. New York, 3ed., 1959. 442p.

KRETZ, R. Symbols for rock-forming minerals. American Mineralogist, v.68, 1983. p.277-

279.

MASCARENHAS, J. de F.; JOHILDO, J.F.; CORDANI, U.G.; SATO. K. Mapa

Geocronológico do Estado da Bahia. Escala 1:1.000.000. Salvador, Governo do Estado da

Bahia, SME/SGM. 1986.

MEHNERT, K.R. Migmatites and the Origin of Granitic Rocks. Elsevier, Amsterdam,

Netherlands. 1968. 393 p.

MENEZES LEAL, A.B.; CORRÊA-GOMES, L.C.; GUIMARÃES, J.T. Diques Máficos. In:

BARBOSA, J.S.F. (Coordenação Geral). Geologia da Bahia. Pesquisa e Atualização.

Salvador. 2012, Volume 2, 2012. pag. 199-231.

MESTRINHO S.S.P.; LINHARES P.; CARVALHO, I.G. Geoquímica de elementos

principais e traços do dique de diabásio da praia de Ondina, Salvador, Bahia. In: Congr.

Bras. Geol. 32, Anais, 4: 1988. 1862-1877 p.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

71

MORAES BRITO, C. Caracterização geológica, geoquímica e petrográfica dos diques

máficos proterozóicos da região de Salvador-BA. Dissertação (Mestrado), IAG-USP,

1992. 153p.

OLIVEIRA JUNIOR, T. R. Geologia do extremo nordeste do Cráton do São Francisco,

Bahia. Dissertação de Mestrado, IG/UFBa, 1990. 126p.

PAIXÃO, R.C. Caracterização Petrográfica e Geoquímica do Complexo Itapetinga, nos

Municípios de Potiraguá e Itarantim, Sul do Estado da Bahia. Monografia (Geologia) -

UFBA/IGEO. 2008. 123p.

PARKER, A.J.; RICKWOOD, P.C.; TUCKER. D.H.(eds.). Mafic dykes and emplacement

mechanisms. A.A. Balkema/ Rotterdam/ Brookfield. Publ. 23, Inter. Geol.Correl. Prog.,

Project 257, .2nd

Inter. Dyke Conf., Adelaide / South Austrália, 1990. 506 p.

PEARCE, J. A. & NORRY, M.J. Petrogenetic implications of Ti, Zr, Y and Nb variations

in volcanic rocks. Contrib. Mineral. Petrol., 69: 1979. 33- 47 p.

PINHEIRO, A.C.O. Geologia e Petrografia do Enxame de Diques Máficos de Itapé, ahia.

Monografia de Graduação. IGEO/UFBA, 2009. 103 p.

RICHARD, L.R. Minpet for Windows – version 2.02 – Reference Manual Minpet.

Geological Software, Quebec, Canadá. 1985.

SIAL & MCREATH. Petrologia Ígnea. Bureau Gráfica e Editora, Salvador, 1984. 181 p.

SIGHINOLFI, G. P. & FUJIMORI, S. Petrology and chemistry of diopsidic rocks in

granulitis terrains from the Brazilian basement. Atti della Soc. Tosc. Di Sci. Natur., Serie

A, LXXXI: 1974. 130-140p.

SILVA, L.C.; ARMSTRONG, R.; NOCE, C.M.; CARNEIRO, M.A.; PIMENTEL, M.;

PEDROSA SOARES, A.C.; LEITE, C.A.; VIEIRA, V.S.; SILVA, M.A.; PAES, V.J.C.;

CARDOSO FILHO, J.M. Reavaliação da Evolução Geológica em Terrenos Pré-

Cambrianos Brasileiros com Base em Novos Dados U-Pb Shrimp, Parte I: Limite

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

72

Centro-Oriental do Cráton São Francisco na Bahia. Revista Brasileira de Geociências,

São Paulo, 32, n. 4, 2002. p. 501-512.

SILVA FILHO, M.A. Geologia da Geossinclinal Sergipana e do seu embasamento.

Projeto Baixo São Francisco/ Vaza Barris, Relatório Final. Convênio DNPM/CPRM, vol.

1. 1977.

SOUZA, J.S. de. Petrografia e litogeoquímica dos litotipos granulíticos ortoderivados da

cidade de Salvador, Bahia. Dissertação de Mestrado. IGEO/UFBA. 2009. 60 p.

SOUZA, J.S. de & BARBOSA, J.S.F. Os Litotipos da Cidade de Salvador, Bahia: Estágio

Atual do Conhecimento. In: 13 Simpósio Nacional de Estudos Tectônicos e VII

International Symposium on Tectonics, 2011, Campinas. Anais do 13 Simpósio Nacional de

Estudos Tectônicos e VII International Symposium on Tectonics, 2011.

SOUZA, J.S. de ; BARBOSA, J.S.F. ; CORRÊA-GOMES, L.C. Litogeoquímica dos

granulitos ortoderivados da cidade de Salvador, Bahia. Revista Brasileira de Geociências,

v. 40, 2010. p. 339-354

SPEAR, F.S. Metamorphic Phase Equilibria and Pressure-Temperature-Time Paths.

Mineralogical Society of America, Washington, D. C. 1993. 799 p.

TANNER DE OLIVEIRA M. A. F. & CONCEIÇÃO H. Metamorfismo de Alto Grau da

Faixa Costeira de Salvador, Bahia. In: SBG, Congr. Bras. Geol. 32, Anais, 2: 1982. p. 41-

42.

WERNICK, E. Rochas Magmáticas: Conceitos Fundamentais e Classificação Modal,

Química, Termodinâmica E Tectônica. São Paulo-SP, Ed. Unesp. 2004. 655 p.

WINCHESTER, J.A. & Floyd, P.A. Geochemical Discrimination of Different Magma

Series and Their Differentiation Products Using Immobile Elements. Chemical Geology.

Elsevier Scientific Publishing Company, Amsterdam, v. 20, 1977. p. 325—343.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE … · Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: ... The mafic dykes have, in general, enrichment FeOt compared

73

WINTER, J.D. An Introduction to Igneous and Metamorphic Petrology. Prentice Hall, 2ª.

Edition, 2009. 720p.