universidade federal do paranÁ · 1 universidade federal do paranÁ setor de ciÊncias humanas,...
TRANSCRIPT
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA
- PPGA / UFPR
Disciplina: HA745– Teoria Arqueológica
Semestre: 1o sem / 2013
Curso: Mestrado em Antropologia Social
Carga Horária total: 60h
Professor: Laercio Loiola Brochier
Ementa
Discussão sobre o processo de produção de conhecimento arqueológico a partir das diferentes perspectivas teóricas desenvolvidas pela Arqueologia para lidar com estudos de dinâmica cultural, tendo por referencia as teorias sociais e culturais, bem como, problemáticas específicas dessa ciência no contexto mundial e sulamericano.
Objetivo
Serão discutidos textos clássicos e complementares sobre Arqueologia e estudos de cultura material, em uma perspectiva multidisciplinar, considerando temas e conceitos centrais da disciplina, tais como cultura, cultura material, tempo, mudança, sistema e estrutura. Serão utilizadas referências mistas, com exemplos sulamericanos, visando discutir o lugar da arqueologia nas ciências sociais e suas relações com a antropologia, história, geografia, e outras ciências. Pretende-se uma revisão crítica das principais correntes teóricas que se desenvolveram ao longo do século XX e verificar seu alcance em contextos sulamericanos e brasileiros, atentando para temáticas transversais como as noções de agência, prática e fenomenologia; identidade, personificação, etnicidade, nacionalismo; corporalidade e gênero; memória, paisagem, lugar e materialidade.
Programa
1. Apresentação do curso e debates iniciais: a adoção acrítica de escolas teóricas no contexto da arqueologia na América do Sul;
2. Antropologia ecológica e neoevolucionismos: persistências e novas abrangências nos estudos de subsistência e complexidade.
2
3. As posições normativas e sistêmicas na história do pensamento arqueológico: cultura e informação, diversidades e discursos.
4. O mapeamento teórico das abordagens etnoarqueológicas: o potencial dos estudos ameríndios
5. Técnica, corpo, atividades e interações
6. Espaços, lugares e paisagens
7. A dimensão simbólica na arqueologia: rituais e sistemas de crenças
8. Temporalidade e o Perspectivismo do Tempo
9. Prática e agencia: indivíduos, instituições e estrutura na pesquisa arqueológica
10. Arqueologia, etnicidade e abordagens simétricas
Procedimentos didáticos
Aulas expositivas
Trabalhos e seminários de alunos
Aula de campo (1)
Formas de Avaliação
Participação em sala
Apresentação de seminários
Produção de trabalho escrito
Bibliografia Básica
Bailey, G. 1983. Concepts of Time in Quaternary Prehistory. Annual Review of Anthropology, 12: 165-192.
3
Bailey, G. Time perspectives, palimpsests and the archaeology of time. Journal of Anthropological Archaeology 26 (2007) 198–223
Binford, L. Behavioral Archaeology and the Ponpeii Premisse. Jornar of anthropological research, v.37, n.3, 1981
Binford, L.R. Archaeological Systematics and the Study of Culture Process. American Antiquity, Vol.31, No.2, Part 1, 203-210, 1965.
Dunnell, Robert . 1982. Science, Social Science, and Common Sense: The Agonizing Dilemma of Modern Archaeology. Journal of Anthropological Research 38(1):1-25.
Fabian, Joahnnes. 1983. Time and the Other: How Anthropology Makes its Object. New York : Columbia University Press
Gillespie, Susan D. Personhood, Agency, and Mortuary Ritual: A Case Study from the Ancient Maya. Journal of Anthropological Archaeology 20, 73–112 (2001)
Gosden, Chris. 1999. Anthropology and Archaeology: A Changing Relationship. London ; New York : Routledge.
Heckenberger, M. J., Petersen, J. B.; neves, E. G. . Village size and permanence in Amazonia: Two archaeological examples from Brazil. Latin American Antiquity 10:353-376. 1999
Hegmon Michelle. Theoretical Egos Aside: Issues and Theory in North American Archaeology. American Antiquity, Vol. 68, No. 2 (Apr., 2003), pp. 213-243
Hodder, Ian, ed. 2001.Archaeological Theory Today. Cambridge, UK: Polity Press.
Hodder, Ian. Agency and Individuals in Long-Term Processes. In Agency in Archaeology, edited by Marcia- Anne Dobres & John E. Robb, London: Routledge. 2000. Pp. 21-33.
Hodder, Ian. Interpretación en Arqueología: corrientes actuales. Barcelona: Crítica. 1994.
Ingold, T. The Perception of Environment. Essays in Livelihood, Dwelling and Skill London: Routledge. 2000.
Ingold, T. The Temporality of the Landscape. World Archaeology, Vol. 25, No. 2, Conceptions of Time and Ancient Society (Oct., 1993), pp. 152-174
Jones, Sian. 1997. The archaeology of ethnicity: constructing identities in the past and present. London ; New York : Routledge.
Knapp, A. Bernard. 1996. Archaeology without Gravity: Postmodernism and the Past. Journal of Archaeological Method and Theory 3(2):127-158.
La Motta, v. M. & Schiffer, m. B. Behavioral Archaeology: toward a new synthesis. In: Hodder, I. (Ed.) Archaeological Theory Today. Cambridge: Polity Press. 2001, p. 14 – 64.
Lyman, R. L.; O’Brien, M. J.. A History of Normative Theory in Americanist Archaeology. Journal of Archaeological Method and Theory, Vol. 11, No. 4, December 2004
Marlowe, F W. Hunter-Gatherers and Human Evolution. Evolutionary Anthropology 14:54 –67. 2005.
Meltzer, David. 1979. Paradigms and the Nature of Change in American Archaeology. American Antiquity 44:644-657.
4
Meneses, U. B. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, n.15:103-117. 1983
Murray, T. (ed.). 1999. Time and Archaeology. London: One World Archaeology Series, Routledge.
Patty Jo Watson. Archaeology, Anthropology, and the Culture Concept. American Anthropologist, New Series, Vol. 97, No. 4, (Dec., 1995), pp. 683-694
Pluciennik, Mark. Archaeology, Anthropology and Subsistence. The Journal of the Royal Anthropological Institute, Vol. 7, No. 4 (Dec., 2001), pp. 741-758
Politis, Gustavo.– Arqueología de la infancia: una perspectiva etnoarqueológica. Trabajos de Prehistoria. 55, n. 2, 1998, pp. 5 a 19
Ritzer, George, and P. Gindoff Agency–structure, micro–macro, individualism–holism–relationism: A metatheoretical explanation of theoretical convergence between the United States and Europe. In Agency and structure: Reorienting social theory, edited by Piotr Sztompka, pp. 3–23. 1994 Gordon and Breach, Yverdon Switz.
Sanjuán, L.G,. Introdución al reconocimiento y análisis arqueológico Del território. Ariel: Barcelona, 2005
Schiffer M. B. The Structure of Archaeological Theory American Antiquity, Vol. 53, No. 3. (Jul., 1988), pp. 461-485.
Schiffer, Michael B; SKIBO, James M. 1997. “The explanation of artifact variability”. American Antiquity 62(1): 27-50.
Shanks, M. Symmetrical archaeology. World Archaeology Vol. 39(4): 589–596. Debates in World Archaeology. Taylor & Francis, 2007
Suárez, C. E. P. Arqueología, Espacio y Tiempo: uma Mirada desde Latinoamérica. Arqueología Suramericana / Arqueologia Sul-americana 2(1):3-25, 2006
Taylor, W. 1983 (1948). A Study of Archaeology. Carbondale: Center for Archaeological Investigations.
Thomas, J. 1996. Time, Culture and Identity: an interpretative archaeology. London: Routledge.
Thomas, J. Archaeologies of Place and Landscape. In: Hodder, I. (Ed.) Archaeological Theory Today. Cambridge: Polity Press. 2001, p. 165-186
Trigger, B. História do Pensamento Arqueológico. São Paulo: Odysseus. 2004
Watson, P. 1995. Archaeology, Anthropology, and the Culture Concept. American Anthropologist 97(4): 683-694.
Witmore, Christopher L. Symmetrical archaeology: excerpts of a manifesto', World Archaeology,39:4, 546 -562. 2007.
Zedeno, M.I. Landscapes, land use, and the history of territory formation: an example from puebloan southwest. Journal of Archaeological Method and Theory, 4(1):63-103. 1997
Bibliografia Complementar
Araujo, A.G.M. As Geociências e suas implicações em teoria e métodos arqueológicos. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Suplemento 3: 35-45, 1999.
5
Arcuri, M. M. Tribos, Cacicados ou Estados? A dualidade e centralização da chefia na organização social da América pré-colombina. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 17: 305-320, 2007.
Binford, Lewis. 1962. Archaeology as Anthropology. American Antiquity 28: 217-225.
De Blasis, P., Kneip, A., Scheel-Ybert, R., Giannini, P., Gaspar, M. 2007 Sambaquis e Paisagem. Dinâmica natural e arqueologia regional no litoral do sul de Santa Catarina. Arqueologia Sul-Americana. 3:29-61.
Fausto, C.; Heckenberger, M. (ed) Time and Memory in Indigenous. Amazonia. Anthropological Perspectives. University Press of Florida, 2007.
Gil, L. P. Cuerpos en transformación: sobre La noción de persona y el control alimentar entre los Yaminawa Bodies in transformation: on the notion of the person and food control among the Yaminawa. Tellus, ano 10, n. 19, p. 53-82, jul./dez. Campo Grande – MS . 2010
Guimarães, M. S. Do lixo ao luxo: as premissas teórico-metodológicas e a noção de sambaqui. boletim do museu nacional, antropologia no 63 18 de novembro de 2003
Heckenberger, Michael. Forma do espaço, língua do corpo e história xinguana. In: Bruna Franchetto (org). Alto Xingu : uma sociedade multilíngüe. Rio de Janeiro : Museu do Indio - FUNAI, pp.235-279. 2011 .
Heckenberger, M.. Estrutura, História e transformação: a cultura xinguana na longue durée, 1000-2000 d.C. In.: Franchetto, Bruna e Heckenberger, M.(Org.) Os povos do Alto Xingu. História e Cultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2001.
Meneses, U. 1983 A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, n.15:103-117.
Neves, W. Evolução Darwiniana e Ciências Sociais. Texto disponível em www.iea.usp.br/artigos, em 05/03/2013.
Silva, Fabíola A. A variabilidade dos trançados dos Asurini do Xingu: uma reflexão etnoarqueológica sobre função, estilo e frequência dos artefatos. Revista de Arqueologia, v.22, n.2, (ago-dez.2009): 17- 34, 2009
Trigger, B. Monumental Architecture: a thermodynamic explanation of symbolic behaviour, World Archaeology,22,2, 1990,pp.119-132
Velho, O. De Bateson a Ingold: passos na constituição de um paradigma ecológico Mana vol.7 no.2 Rio de Janeiro Oct. 2001.