universidade tuiuti do parana carla maffei...

25
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei REABILITACAO FONOAUDIOLOGICA POS-LARINGECTOMIA SUBTOTAL COM EPIGLOTECTOMIA PARCIAL - RELATO DE CASO Curitiba 2004

Upload: lythuan

Post on 28-Jan-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Carla Maffei

REABILITACAO FONOAUDIOLOGICA POS-LARINGECTOMIA

SUBTOTAL COM EPIGLOTECTOMIA PARCIAL - RELATO DE CASO

Curitiba

2004

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

Carla Maffei

REABILITACAO FONOAUDIOLOGICA POS-LARINGECTOMIA

SUBTOTAL COM EPIGLOTECTOMIA PARCIAL - RELATO DE CASO

Monografia apresentada ao Curso deEspecializ3c;ao em Motricidade Oral I Disfagia daUniversidade Tuiuti do Parana, como requisitoparcial para obtenlYflo do Titulo de Especialista.

Orientadora: Maria Ines Rebelo Gonc;alves

Curitiba

2004

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

'. !'

Curiliba, 03 de novembro de 2003

Of. CEP-UTP n.' 83/2003

Sra. Pesquisadora

o Comite de Etica em Pesquisa daUniversidade Tuiuti do Parana, CEP-UTP, apes aprecia<;:Elodo Projeto dePesquisa, de sua autoria, intitulado "Achados videoflurioscopicos dadegluti~ao em paciente com laringingectoma nas situa~6es de pre e pos-tratamento fonoterapicos - relato de caso" considerou-o APROVADO.

"~I~~'M'"adora do~P-UTP

J

ProP Dr.a BEATCoorde

Il.ma. Sra.Maria Ines Rebelo Gon~alvesPesquisadora Responsavel

41 33)1_7644

R. Sydnei Antonio Rangel Santos. 238 Santo Inacio 82010-330 Curiliba PR

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

A ProIa. Dra. Maria Ines Rebelo Gon9alves

pelo seu brilhantismo, empenho, dinamismo

que conduz a pesquisa cientifica,

muito obrigada.

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

LISTA DE QUADROS ..

1 INTRODUgAO ..

2 REVISAO DE LlTERATURA ....

3 DESCRlgAO DO CASO ..

4 RESULTADOS ...

5 COMENTARIOS ....

6 CONCLUSAO ..

REFERENCIAS ..

SUMARIO

. 2

. 3

. 4. 6

. 10

. 12

. 16

. 17

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

LlSTA DE QUADROS

QUADRO 1 - TIPO DE CONSTRIi;AO LARiNGEA SOB AVALlAi;AO

NASOFIBROSCOPICA NAS SITUAi;OES PRt: E POS-

TRATAMENTO FONOAUDIOLOGICO, NO CASO ESTUDADO 10

QUADRO 2 -ACHADOS VIDEOFLUOROSCOPICOS DA FASE ORAL DA

DEGLUTIi;AO NAS SITUAi;OES PRt: E POS-TRATAMENTO

FONOAUDIOLOGICO, NO CASO ESTUDADO... ......10

QUADRO 3 - ACHADOS VIDEOFLUOROSCOPICOS DA FASE FARiNGEA DA

DEGLUTIi;AO NAS SITUAi;OES PRt: E POS- TRATAMENTO

FONOAUDIOLOGICO, NO CASO ESTUDADO 10

QUADRO 4 -ANALISE PERCEPTIVO-AUDITIVA VOCAL NAS SITUAi;OES PRE

E POS-TRATAMENTO FONAUDIOLOGICO, EM RELAi;AO AO

CASO ESTUDADO .. .. 11

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

Este estudo foi realizado com urn paciente do sexo feminin~, 64 anos, p6s

laringectomia subtotal, com epiglotectomia parcial a direita e com cirurgia de

reconstrur;aode retalho miocutaneo de platisma, em situayc30de p6s-radioterapia. A

paciente apresentava os sintomas de afonia e disfagia, com aspira9ao traqueal e

pulmonar para todas as consistencias.

Objetivo: verificar a eficacia da aplicayc30da tecnica da fonar;c30reversa associada a

manobra corporal de rnaos em gancho, para a reabilitar;ao da voz e da degluti9ao

por meio das avaliar;6es nasolaringol6gica, videofluorosc6pica e analise perceptivo-

auditiva vocal,

Metoda: Realizou os exames de videofluoroscopia da degluti9ao apresentando

aspira9ao para todas as consistencias, e de nasolaringoscopia que dentre as varias

provas da funl(ao fonat6ria, somente a fonar;ao reversa associada a rnaos em

gancho e a emissao da vogal Iii foi a que apresentou constri9ao laringea. A

fonoaudi61oga orientou a realiza9ao de dez series de dez emissoes diarias pelo

periodo de dois meses. Ap6s foi encaminhada para as reavalia96es

nasolaringol6gica, videofluoroscopica e para a analise perceptivo-auditiva.

Conclusao: A aplicaCc30da tecnica da fonacao reversa associada a manobra de

maos em gancho demonstrou ser eficaz para 0 restabelecimento das fun((oes da

degluti9ao e fona9ao.

Palavras - chave: laringectomia subtotal, epiglotectomia parcial, disfagia , voz.

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

Introduction: The patient studied was a 64 years old female, submitted to a

subtotat laryngectomy with right partial epiglotectomy and reconstruction with

plathysm myocutaneous nap, and radiotherapy afterwards. Patient's complaints

were aphonia and dysphagia, with pulmonar aspiration for all consistencies.

Goal: to verify the efficacy of the reverse phonation with hooked hands techniques

in voice and swallowing rehabilitation, through nasolaryngoscopy, videofluoroscopy

and auditory-perceptive vocal analysis.

Method: Patient was submitted to videofluoroscopic evaluation of swallowing

which showed aspiration for all consistencies. She was referred to

nasolaryngoscopic evaluation which showed no vibration of supraglottic structures

and was asked to perform several vocal techniques and only reverse phonation

with hooked hands saying the vowel /il presented betler results showing laryngeal

constriction. The patient was then referred to voice therapy and was oriented to

realize ten series of the technique ten times daily. Voice therapy lasted two months

and then she was referred to another nasolaryngoscopy, videofluoroscopy and

auditory-perceptual vocal analysis.

Results: after voice therapy exams showed no aspiration for all consistencies,

ariepiglotlic vibration and hoarse/breath vocal quality.

Conclusion: The association of reverse phonation and hooked hands techniques

was efficient to reestablish vocal and swallowing functions in this case.

Key words: subtotal laryngectomy; parcial epiglotectomy; dysphagia and voice.

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

1 INTRODUCAo

o planejamento cirurgico para 0 tratamento da neoplasia de laringe deve ser

baseado em urn minucioso conhecimento da tisralogia, pois esla regiao eanatomicamente complexa e esta posicionada entre as tratos respirat6rio e

digestiv~, desempenhando quatro importantes fun90es: respira9ao, esfincterica,

fona9ao e prote9ao das vias aereas (ROBBINS; COTRAN; KUMAR, 1991).

A laringectomia vertical subtotal refere-se a uma ressecC;8o equivalente ahemilaringectomia bilateral, com exerese dos dois ten;os anteriores de ambas as

laminas da cartilagem tire6idea e seu conteudo interno, isla e, as pregas vocais,

ventriculos e pregas vestibulares. E preservada, pelo men OS, uma cartilagem

aritenoidea, podendo incluir a regiao subgl6tica anterior com cricoidectomia parcial,

na margem do peric6ndrio externo (BRASIL, 1994).

Quando as laringectomias subtotais sao ampliadas, abrangendo estruturas

vizinhas, 0 impacto sobre as fun~6es laringeas e maior, sendo necessaria a

realiza~ao de microcirurgia de reconstru~ao, com a finalidade de minimizar a disfonia

eo nivel de aspira9ao (OGURA et aI.,1975; SOM,1975).

o objetivo do presente estudo foi verificar a eficacia da aplica~ao da tecnica

da fona~ao reversa, associada a manobra corporal de maos em gancho, para a

reabilitac;ao da voz e da degluti~ao, em uma paciente submetida a laringectomia

subtotal com epiglotectomia parcial a direita, por meio de avalia,oes

videofiuorosc6pica da degluti9ao, laringol6gica e perceptivo-auditiva vocal.

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

2 REV/sAo DE LlTERATURA

Kosztyla-Hojna et al. (2001) analisaram a qualidade da voz em 39 pacientes

p6s-laringectomizados supragl6tico subtotal. 0 padrao vocal foi analisado de modo

objetivo, por meio de espectrografia acustica antes e depois da cirurgia, observando-

se a deteriora~ao vocal ap6s a cirurgia. A analise espectrografica revelou reduc;:ao

dos niveis da freqii{mcia dos formantes F3 e F4, bern como a presen,a de

componente de ruida gerado na regiao 916tic8.

lang et al. (2002) realizaram estudo longitudinal com 182 pacientes

oncol69ic05 que foram submetidos a laringectomias parciais no periodo de 1979 a

1999, em varios estagios da doen,a. A proposta para 0 tratamento cirurgico foi

preservar a fun,ao laringea. Destes 182 pacientes, 36 realizaram laringectomia

parcial de pequeno porte, 85 realizaram laringectomia parcial maior com

laringoplastia, 22 realizaram laringectomia parcial subtotal e 39 foram submetidos a

laringectomia total. Os autores concluiram que a preservac;:ao da laringe para 0

carcinoma laringeo supraglotico e de importElncia relevante para naD comprometer a

qualidade de vida do paciente no p6s~operat6rio. Sendo assim, 0 cirurgiao deve

procurar aumentar a probabilidade da preservac;ao laringea durante 0 ate cirurgico.

Vigili et al. (2002) relatam que a oncologia precisa se preocupar com a

qualidade de vida do paciente no p6s-tratamento cirurgico e no tratamento

adjuvante, pois as medidas para tal devem envolver tres conceitos

multidimensionais: medico, pSicol6gico e social. Foram entao aplicados testes

especificos de qualidade de vida em pacientes que realizaram um destes tres tipos

de cirurgia conservadora da laringe: laringectomia horizontal, laringectomia

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

5

supragl6tica e laringectomia subtotal com reconstru,ao. Cada paciente foi

acompanhado par uma equipe multiprofissional, que realizou: analises subjetiva e

objetiva da fala (analise espectrografica computadorizada da frequencia

fundamental, porcentagem de ruido e intensidade); avalia,ao da degluti,iiO

(parametres videofluorosc6picos e medidas quantitativas); avaliaC;8o medica,

emocional e funcional (utilizando para isto a escala ~University of Washington Quality

of Llife Scale - UWQOL"). Na analise dos resultados obtidos foi confirmada a

necessidade da utilizayao de um protocolo combinando a percep,ao subjetiva do

paciente as avaliac;6es mais objetivas das fum;6es laringeas no pos-operatorio. Os

auto res comentaram ainda que, apesar do pequeno numero de casas analisados,

este cuidado com a qualidade de vida deve ser praticado pois, nos varios tipos de

cirurgias laringeas, 0 comprometimento da fonaC;8oe da deglutiC;80 e evidente.

Schoreder et al. (2003) estudaram 19 pacientes submetidos a laringectomia

supragl6tica e a cricohiodoepiglotopexia (CHEP), seguidos ou nao de radioterapia,

como forma adjuvante de tratamento. Observaram que 17 pacientes nao

apresentaram aspiraryc10e permaneceram sem traqueostomia, sendo desta forma a

CHEP uma indicaryc10positiva como tecnica cirurgica anti-aspirativa para os tumores

extensos da laringe e que mostra a eficiencia na correc;:c1odos disturbios da

degluti,ao.

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

3 DESCRIQAO DO CASO

Foi avaliada uma paciente de 64 anos, pos-Iaringectomia subtotal e

epiglotectomia parcial a direita, com reconstrut;ao com retalho mio-cutaneo de

platisma e pos-radioterapia. A paciente foi encaminhada para avalia9ao

fonoaudiol6gica, na qual foi observada a presen98 de sanda nasogastrica devido ao

risco de aspira980 pulmonar de alimentos e, quanta a fona98.0, apresentava emissao

afona, ou seja, desprovida de sonoridade, emitindo somente a tala cochichada,

sendo posteriormente encaminhada para a realizac;ao dos exames de laringoscopia

e de videofluoroscopia, para melhor defini9ao quanto II conduta na reabilita980

fonoaudiologica.

A avaliac;ao laringosc6pica foi realizada de acordo com a metoda classica,

com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e

envolvida em gaze e mantida em posi9ao de pin9a digital. Apos a aspersao com

xilocaina spray, para anestesia t6pica da parte oral e da faringe, foi introduzido 0

laringosc6pio rigido ate se abter uma completa visao da laringe. Durante a avalia9aO,

a paciente foi orientada a respirar pela boca sem esfor90 e, quando solicitado, a

emitir a vogal I E I, de modo sustentado, com intensidade e freqOEmcia 0 mais

proximo de sua emissao habitual. Durante 0 exame, 0 otorrinolaringologista verificou

a ausencia de coapta9ao das estruturas remanescentes (hemi-epiglote direita, prega

ariepiglotica direita, pregas ventriculares e aritenoide direita), ocorrendo somente

emiss6es vocais afonas ou desprovidas de sonoridade. Realizamos entao. em

conjunto com 0 otorrinolaringologista, provas de fun9ao fonatoria (BEHLAU,

GONC{ALVES & PONTES, 1991), durante a nasofibroscopia, visibilizando as

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

7

estruturas da supraglote e da glote, durante varias emissoes vocais e manobras

corporais, especificos na tentativa de verificar S8 havia alguma emissao que

promovesse a vibrac;ao das estruturas remanescentes. Das provas aplicadas

(emissoes expirat6rias da vogal/if de modo continuo, e em siaccaito, com a cabec;a

voltada para os lad os direito e esquerdo, e flexao de pescoyo; emissao de modo

expiratoria de sons plosivos com movimentos de socos com as punhos com a

rotayao de cabeya para os lados direito e esquerdo e flexao de pescoyo), a (mica

que apresentou aproxirnac;ao das estruturas remanescentes e algum grau de

sonoridade foi a fonayao inspirada da vogal/il de modo continuo (POWERS, HOLTZ

e OGURA, 1964), tambem conhecida como fonayao reversa (BEHLAU; PONTES,

1995), associ ada a manobra corporal de maos em gancho.

Nesta avaliayao foram utilizados:

Telesc6pio rigido, da marca MACH lOA, com lente de 70 graus.

Nasofibrosc6pio flexivel da marca MACHIOA.

Micro-camera TOSHIBA, modele 1k-C30 com 0 sistema CCO.

Fonte estroboscopica da marca BROEl - KJAEl.

Videocassete da marca Panasonic, modelo AG1730, em velocidade de

gravayao SP.

Fita de videocassete, magnetica, da marca JVC.

Monitor de video marca Sony, modelo ICV1311CR.

Apes a avaliac;ao laringol6gica, a paciente foi encaminhada para avaliac;ao

videofluoroscopica da deglutiyao, com 0 objetivo de verificar a conduyao do bolo

alimentar nas fases oral, faringea e esofagica, bem como a presenya de penetrayao

laringea e/ou aspirac;ao traqueal, a elevac;:ao da laringe, a constriy2lo da',faringe, a

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

8

necessidade e a eficacia das manobras facilitadoras da deglutiyao, a fim de definir a

conduta fonoaudiol6gica quanta a retamada da alimentac;ao par via oral.

Quanto a avaliac;ao videofluoroscopica, 0 exame foi realizado com a

paciente sentada, nas posiyoes lateral e frontal (BILTON e LEDERMAN, 1998). Foi

ministrada a consistencia liquida fina, nos volumes de 1ml, 3ml, 5ml e 10ml e, a

seguir, as consistencias pastosa e salida. A consistencia liquida fina foi obtida a

partir da mislura de 20ml de sulfato de bario e 20ml de agua; a consistencia pastosa,

da mistura de 20 ml de agua, 20ml de sulfato de bario e adicionando 20 mg de

espessante para liquidos Nutylis, da marca Support®. 0 s61ido (pao de queijo) foi

cortado em 10 pedayos com dimensoes de 1cm X 1cm X 1cm e corado com 20 ml

de sulfato de bario, obedecendo-se a esta ordem de ingestao. Durante a exame, a

paciente foi orientada a realizar manobras de proteC;80de vias aereas, posturais e

de limpeza dos recessos faringeos (Gonyalves e Vidigal, 1999) tais como:

(deglutiyao supragl6tica, associada a rotayao cervical para ambos os lados,

realizando logo ap6s a manobra de limpeza dos recessos faringeos, 0 escarro,

manobra de Masako associ ada a rota9aO cervical para ambos as lad OS, executando

apos a manobra de limpeza dos recessos faringeos como 0 escarro). Nenhuma das

manobras citadas anteriormente surtiu efeito durante 0 exame, sendo a paciente

orientada a manter a alimentar;ao via sonda nasogastrica e a prosseguir em

tratamento fonoaudiol6gico, para posterior reavaliar;ao videofluoroscopica da

deglutiyao e analise comparativa dos achados.

Os materia is utilizados para a videofluoroscopia foram:

Radioscopio;

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

9

Video-filmadora da marca JVC, modele compact VHSm procision 5 Head

System, com monitor colorido em tela de cristal liquido, 50x digital hyper

Zoom;

Tripe da marca Triton;

Fita de videocassete da marca JVC, com dura9ao de 30 minutos,

utilizando 0 tempo de grava9ao real em SP;

1 copo de 200 ml de bariogel (sulfato de bario);

2 seringas de 20 ml;

2 abaixadores de lingua.

Espessante para liquido da Nutylis da marca Support®;

Medidor de 5 mg do espessante para liquidos da Nutylis, da marca

Support®;

A seguir, a paciente foj submebda a avaliac;ao vocal perceptivo-auditiva, com

a realizac;:aodas provas terapeuticas a tim de detectar qual delas apresentava maior

eficacia com relac;:aoa facilit8c;:aoda sonorizac;ao. Na reabilitac;ao fonoaudiol6gica

propriamente dita utilizamos a tecnica da fona9ao reversa da vogal Iii (POWERS et

al.,1964; BEHLAU e PONTES, 1995), associada a manobra corporal de maos em

gancho, seguida da emissao dos meses do ana, sendo a paciente orientada a

realizar dez series de dez emissoes diiuias, de hara ern hera, pelo periodo de dais

meses. Ap6s este periodo, a paciente foi reencaminhada para analise perceptiva

auditiva da voz e reavaliac;5es videofluorosc6pica da deglutic;ao e laringol6gica,

sendo as imagens registradas em fila de videocassete para posterior analise dos

achados no pre e p6s-tratamento fonoterapico. A manobra demonstrou auxiliar de

modo indireto na das vias aereas inferiores.

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

4 RESULTADOS

QUADRO 1 - TIPO DE CONSTRI<;AO

NASOFIBROSCGPICA NAS

LARiNGEA

SITUA<;OES

SOB

PRE

AVALlA<;Ao

E PGS-

TRATAMENTO FONOAUDIOLGGICO, NO CASO ESTUDADO

FonoterapiaClFE

Pre ausenteP6s ausenteLegenda

CLFE= Conslri.yao laringea durante a fonar;ao expirat6ria

elFI = Constriyao Jaringea durante a fo"a980 inspirat6ria

QUADRO 2 -ACHADOS VIDEOFLUOROSCGPICOS DA FASE ORAL DA

DEGLUTI<;AO NAS SITUA<;OES PRE E PGS-TRATAMENTO

FONOAUDIOLGGICO, NO CASO ESTUDADO.

Fonoterapia Achados videofluorosco ·cos da fase oralRCO EP NDB CMO

Pre A A 1 PPas A A 1LegendaRCO = residuos em cavidade oralEP = escape prematuroNOB = numero de deglutityOeslboloCMO = coordenayao motora o(alP = presenteA = ausente

QUADRO 3 -ACHADOS VIDEOFLUOROSCGPICOS DA FASE FARiNGEA DA

DEGLUTI<;AO NAS SITUA<;6ES PRE E PGS- TRATAMENTO

FONOAUDIOLGGICO, NO CASO ESTUDADO

Fonoterapia Achados videofluorosc6 ices da fase farin eaMPVAI AEES Pel AsT

Pre A P P PP6s P P A AlegendaMPVAI = mecanisme de prote.yao das vias aereas inferieresAEES = abertura do esffncter esofagico superiorPeL = penetra9ao laringeaAsT = aspirar;ao traquealP = presente ~A = ausente

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

11

QUADRO 4 - ANALISE PERCEPTIVO-AUDITIVA VOCAL NAS SITUA<;OES PRE E

POS-TRATAMENTO FONAUDIOLOGICO, EM RELA<;AO AO CASO

ESTUDADO

Fonoterapia erce tivo-auditiva vocalQVFI

Pre So rosaP6s Rouca/so rosalegendaQVFE = qualidade vocal em fonacao expirat6riaQVFI = qualidade vocal em fona9llo inspiral6ria

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

5 COMENTARIOS

As func;oes da voz e da deglutic;ao envolvem varias estruturas da orofaringe

de modo dinamico, por necessitar da integridade do sistema nervO$O central, do

tonus muscutar, da mobitidade e do requinle da precisao dos movimenlos, da

sensibilidade geral e especifica, de urn estado mental preservado, alem da vontade

e motivaryao para a alimentac;ao, 0 controle corporal eo prazer da gustac;ao.

A voz e uma fun9ao que ocupa um papet importanle denlro do ambito sociat,

sendo utilizada como instrumento de comunicac;ao e de trabalho, permitindo que

nassas emoc;oes e pensamentos sejam expressas, bern como nossa personalidade.

De modo resumido, a produ9ao da voz e dada peta pressao aerea putmonar sob as

pregas no momento expirat6rio, denominada de pressao aerea subgl6tica. Esta

pressao aerea associ ada a comandos nervosos centrais produz a vibrac;ao das

pregas vocais. Assim sendo, a voz e 0 resuttado do equilibrio entre duas for9as - a

for9a do ar que sai dos putm6es (aerodinamica) e a for9a muscutar da taringe

(mioetastica), principatmente das pregas vocais. Quatquer desequilibrio nesse jogo

poden3 acarretar uma disfonia. Se 0 f1uxo pulmonar for excessiv~, a voz sera

soprosa; se, ao contrario, a fon;;:a muscular for maior que a necessaria, 0 som ticara

comprimido em pouco ar e a voz soara tensa (BEHLAU e PONTES, 1995).

Ja a degtuli980 utitiza estruturas da orofaringe e do esofago, as quais sao

interdependentes, interligadas ao mecanisme neural de modo dinamico, a tim de

satisfazer 0 individuo quanto ao aspecto nutricional. Didaticamente, a deglutit;:2Io esubdividida em qualro fases: preparatoria (masliga9ao), a orat, a faringea e a

esofagica.

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

13

Na lase oral hi! a organiza,80 do bolo sobre a lingua em sua por,ao central,

o acoplamento do apice e das laterais junto ao rebordo alveolar e 0 movimento

antero-posterior da lingua, conduzindo 0 bolo por pressao negativa oral para a

faringe. Quando 0 bolo atinge as areos palatinos anteriores, inieia-s8 a fase faringea

atraves do reflexo de degluti<;ao, iniciando varies ajustes motores concomitan-

temente: a mobilizac;ao vertical de elevalf80 e anterioriza<;8o da laringe e osso hiode;

a horizontalizac;ao da epiglote e a aduc;ao das pregas vocais e fechamento

velofaringeo, evitando 0 refluxo do bolo para a rinofaringe.

Na lase laringea, inicia-se a propulsao do bolo em dire,80 a laringe.

Sincronicamente durante a deglutic;ao, a respirac;ao cessa, e 0 esfincter esofagico

superior abre-se, com a relaxac;ao do musculo cricofaringeo, e 0 bolo e entao

propelida para 0 es6lago.

Nas laringectomias subtotais, 0 desequilibrio das lun,oes de voz e da

deglutic;:ao e grande, prineipalmente em easos de resseec;:ao mais ampla, como neste

estudo, onde pudemos observar 0 eomprometimento aeentuado dessas func;:6es,

impossibilitando a produ,ao vocal sonora e a degluti,80 sem aspira,8a pulmonar.

Comparando os quadros 1 e 4 podemos observar que a tecnica da lona,ao

reversa eontribuiu para 0 restabelecimento da func;:ao fonatoria. Segundo Behlau e

Pontes (1995), esta manobra e considerada fisiologicamente atipica ao engrama

pneumof6nieo, havendo neeessidade de mais estudos que fornec;:am maiores

informa,oes sobre 0 ajuste motor utilizado pelo individua durante a mesma. Esta

tecnica lai descrita inicialmente por Powers et al. (1964), por meio de analise

radiologiea da laringe, sendo observada a relaxac;:ao dos ventrieulos e, em segundo

plano, a amplia,ao do vestibula laringeo, alem de melhor defini,ao dos recessos

piriformes. Na aplicac;:ao da teenica, 0 paeiente e orientado a expirar e a e~itica.""

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

14

vogal IiI de modo prolongado, durante a inspiraIYao oral. Nao e necessaria que

durante a emissae deste som a qualidade vocal seja boa, porque nosse objetivo everifiear a eficacia da aplica(fBOda tecnica da fonary8o reversa, associada a manobra

corporal de maos em gancho, para a reabilita9ao da voz e da degluti980, na tentativa

de conseguir que as estruturas remanescentes realizem algum tipo de constriry8o

gl6tica, haja vist~ que na fase do pre-tratamento a paciente encontrava-se

completamente afoniea e disfagica.

Com a associac;ao da fonaryc3o reversa a tecnica de maos em gancho,

verificamos 0 aumento da tensao da musculatura remanescente, permitindo assim

urn novo ajuste motor laringeo compensat6rio, coordenando a respiraC;8o,

favorecendo a vibrary80 das estruturas remanescentes (epiglote remanescente e

pregas ariepigI6ticas), possibilitando a emissao sonorizada com um tempo maximo

de fonac;:ao aumentado e restabelecendo a comunicac;:ao oral. Os exercicios

fonaudiol6gicos possibilitam 0 restabelecimento do equilibrio entre a fon;:a

proveniente do fluxo aereo pulmonar (aerodinamica) e a forc;:amuscular da laringe

(mioelastica), fundamentais para que 0 individuo utilize a voz como instrumento de

comunica9ao (BEHLAU e PONTES, 1995).

A paciente automatizou 0 padrao da fonac;:ao reversa durante a fona9ao com

uma qualidade vocal rouca-soprosa, porem com born grau de inteligibilidade.

Observamos por meio da avalia9ao videofluoroscopica da degluti9ao que a

lase oral (Quadro 2) nao apresentou mudan9as de comportamento no pre e pos-

tratamento fonoaudiologico.

Em rela9ao a lase faringea, com base nos resultados observados, podemos

afirmar que, neste caso, a reconstru9ao com retalho mio-cutaneo associ ada a

tecnica da fona9ao reversa com as maos em gancho, propiciou a constri9ao das

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

15

estruturas supragl6ticas remanescentes e, desta forma, promoveu a protec;ao das

vias aereas inferiores e contribuiu para 0 aumento do grau de constriC;80da faringe,

impulsionando e direcionando 0 bolo atraves do esfincter esofagico superior em

dire9ao ao esofago (Quadro 3). Embora promovesse um movimento inverso a

fisiologia normal da fona980, a tecnica da fona<;80 reversa associ ada as maDS em

gancho propiciou tambem a melhora da qualidade vocal e, consequentemente, a

melhora da vida no pos-operatorio. (Quadros 1 e 4).

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida
Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

6 CONCLUSAO

A aplica9ao da lecnica da fona9ao inspirada ou fona9ao reversa, associada

a manobra corporal de maDS em gancho, neste casa de laringectomia subtotal

associada a epiglotectomia parcial, mostrou-se eficaz para 0 restabelecimento das

fun9i5es da degluti9ao, respira9ao e fona9ao.

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

REFERENCIAS

BEHLAU, M. S., GON<;ALVES, M. I.; PONTES, PA 0 uso das provas terapeuticasna seley80 de abordagens para 0 treinamento vocal. In: CONGRESSO BRASILEIRODE FONOAUDIOLOGIA, 4; ENCONTRO NACIONAL DE FONOAUDI6LOGOS, 6;JORNADA DE FONOAUDIOLOGIA DA UFSM, 12; ENCONTRO REGIONAL DEPAIS E PROFESSORES DE DEFICIENTES AUDITIVOS, 1, Santa Maria, 1991. p.60Resumo.

BEHLAU, M. S.; PONTES, P. A. Avaliacao das dislonias. Sao Paulo: EditoraLovise, p. 151,186,207,215,258-9,1995.

BILTON, T. L.; LEDERMAN, H. M. Descriyao da padronizayao normal davideofluoroscopia da deglutiyao. Revista Disturbios da Comunic3y3o, v.1 0, n.1, p.111-116,1998.

BRASIL, O. O. C. Laringectornias parciais verticais com reconstruc;ao parretalho miocullineo de plalisma: avaliayao oncologica e funcional. 1994. (Tese deDoutorado: Campo Otorrinolaringologiaj Setor de ciencias da Saude, UniversidadeFederal de Sao Paulo, Escola Paulista de Medicina. Sao Paulo, 1994.

FER LITO, A.; OLOFSSON, J.; RINALDO, A. Barrier between Ihe supraglolic andIhe glottis: Mylh or reality? Ann.Olol.Rhinol. Laryngol. 106:716, 1997.

GON<;ALVES, M. I. R., VIDIGAL, M. L. N. Avaliayao videofiuoroscopica dasdisfagias. IN: Disfagias Orolaringeas. Furkim, A. M.; SANTINI, C.S., cap.12,pag.189-201, Pro-fono Departamento Editorial. Sao Paulo, 1999.

KOSZTYLA-HOJNA, B.; ROGOSKI, M.; PEPINSKI, W. RUTKOWSKI, R.;LAZERCZYK, B. Voice analysis after the partial laryngectomy in patients with thelarynx carcinoma. Folia Histochem. Cytobiol. 39 suppl. 2:136-8,2001.

OGURA, J.H.; SESSIONS, D.G., SPECTOR.G.J. Conservation surgery forepidermoid carcinoma of the supraglottis larynx. Laryngoscope 85: 1808,1995.

POWERS, W. E.; HJOL TZ, S., OGURA, J. Contrast examination of the larynx andpharynx: inspiratory phonation. Amer. J. Roentgenol.,92:40-2,1964.

ROBBINS, S. L; COTRAN, R. S.; KUMAR, V. Robbins - Patologia Estrutural eFuncional. 4. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.

SCHOREDER, U.; JUNGEHULSING, M.; KLUSSMANN, JP; ECKEL, H.P.Cricohiodopexia (CHPj and cricohioidoepiglotopexia (CEPj. Indication,complications, funcional und oncological results. HNO, jan.; 51 (1 ):38-45, 2003.

SOM, M.L. Conservative surgery for carcinoma of the supraglottis. J. Laryngol. 0101.84: 655,1975.

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Carla Maffei ...tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/REABILITACAO-FONO...com a paciente posicionada sentada, com a boca aberta, lingua protraida e envolvida

18

VIGllI, M. G., COLACCI, A. C.;MAGRINI, M.;CERRO, P.; MARlEnl, A. Quality oflife after conservative laryngeal surgery: a multidimensional method of evaluation.Eur. Ar ch. Olorhinolaryngol. Jan. 259 (1): 11-6,2002.

WELSH, L. W., WELSH, J. J., RlllO, T. A. Internal anatomy of the larynx and thespread of cancer. Ann. 0101. Rhinol, 1987.

ZANG, L.; LUAN, X.; PAN, X., XIE, G.; XU, F.; lIU, D.; LEI, D. Surgical managementof supraglottic laryngeal carcinoma in 182 patients with special emphasis onfunctional preservation. lhonga long liu za zhi. Jan.:24(1): 59-61, 2002.