a influencia da rela
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A INFLUENCIA DA RELA<;:Ao PROFESSOR E ALUNO NAAPRENDIZAGEM DO ENSINO PRE-ESCOLAR
CURITIBA2005
VAGNA AN';:AY DA SILVEIRA
A INFLUENCIA DA RELA';:AO PROFESSOR E ALUNO NAAPRENDIZAGEM DO ENSINO PRE-ESCOLAR
Tmblliho de Conclusl§o de Cu~o IIpresentado130 curs.o de Pedagogia da Faculdade deCiencias Humanas, Letras e Artes dGUniversidade Tuiuti do Panmtl, como requisitoparcial par", obtcn<;'~o do grau de LicenciaturaPlen3 em Pedago!)ia.Orientadora Moria Elisa Sokoloski Winkielmnnn.
l~ Universidade Tuiuti do Parana/o~
FACULDADE DE CI~NClAS HUMANAS, LETRASEARTESCurso de Pedagogia
TERMO DEAPROVA<;:AO
NOME DO ALUNO: VAGNA AN<;:AYDA SILVEIRA
TfTULO: A infiuencia da re/afao professor e a/uno na aprendizagemdo ensino pre-esco/ar
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIALPARA A OBTEN<;:AODO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGIA, DO CURSO DEPEDAGOGlA, DA FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DAUNIVERSIDADETUIUTI DO PARANA.
MEMBROSDA COMISSAO AVALIADORA:
PROF(a). MARIA ELISASOKOL~~I WI~/KE~M~f'j, "ORIENTADOR(A) f!ht1.O..8(lbOJji). ~
PROF(a).OLGA MARIA SILVA MATTOS II/ ~ .'MEMBRODA BANCA rPROFTaY~UZAJOLIOMEMBRODA BANCA
DATA: 16/12/2005
CURITIBA - PARANA2005
Agrad~o a professora orientadora Maria Elisa
Sokoloski Winklelmann, palo acompanhamento e
revisao de estudo, a me us pais, a minha inn~
Patricia Anc;;ay da Silveira, a meu naivQ Tonny
Padilha e minha amiga Gisele Alice dos Santos
pel a ajuda nas leituras, mesma sem entender
multo do tema, a compreensao e 0 estimulo para
conclusao desse trabalho.
"A mente que se abre a IIl11anova
ideiajamais voltard ao sell tamallho
origillal ... "
Albert Einstein
SUMARIO
INTRODUC;;AO 11 CARACTERIZAC;;AO DA EDUCAC;;AO INFANTIL 420 PERFIL DO PEDAGOGO NO PROCESSO
ENSINO APRENDIZAGEM 103 CONHECIMENTO E RELAC;;AO
PROFESSOR E ALUNO NA TEO RIA CONSTRUTIVISTA 124 PSICANALISE E EDUCAC;;AO 194.1 0 ENSINO APRENDIZAGEM NA PRE-ESCOLA 214.2 CURIOSIDADE E APRENDIZAGEM 244.3 0 PAPEL DO PROFESSOR NA PRE-ESCOLA
E SUA RELAC;;AO COM 0 ALUNO .... .. .... 264.4 A INFLUENCIA DO PROFESSOR
NA ADAPTAt;AO DO ALUNO NA PRE-ESCOLA 285 METODOLOGIA 33CONSIDERAC;;OES FINAlS 35REFERENCIAS 38
RESUMO
A presente pesquisa trata da inf1u~ncia do professor no processo de ensino-aprendizagem na pre-escola. 0 objetivo geral desta pesquisa e contnbuir para 0trabalho do pedagogo e do professor procurando evidenciar que a rela9aOprofessor atuno interfere na aprendizagem do pre-escatar e como objetivosespecificos visou-se oferecer subsidios ao professor e ao pedagogo atraves dasleorias cognitiva e psicanatitica; evidenciar a importtlncia afetiva da escata e doensina sistematizado para a aprendizagem do pre-escolar; identificar aimport~ncia afeliva da ar;ao do professor e do pedagogo para a aprendizagem napre-escota. Para tanto se caracterizou a EduC89aO Infantil, rna is especificamente apre-escola alraves da analise do RCNEI/MEC (1998) e a LOB, Lei 9.394196,destacando 0 papel do pedagogo no processo de ens ina aprendizagem. Comometodologia para a desenvolvimento deste trabalha fez~se uma pesquisabibliografica sabre a Construtivismo e a Psicanalise, demonstrando que 0
emocional e 0 afetivo influenciam nos processos de ensino~aprendizagem.Palavras Chave: Relar;ao professor e aluno, ensino-aprendizagem, pedagogo,construtivismo e psicanalise.
INTRODU<;:Ao
No seculo XXI tem-S9 reconhecido a Educaryao Infantil como urn dos
componentes importantes para a estrutura~o do indivfduo na sociedade. Essa
estruturag80 perpassa pela interliga~o emocional cognitiva.
Essa jmbricayao entre 0 emocional e 0 cognitiv~ depende do
relacionamento social, pois a desenvolvimento da crian~ esla interligado com
o processo da aprendizagem. Esle processo inicia-se ja no nascimento da
crianc;:a e vao S9 estruturando ate a vida aduJta, sendo que na infancia,
notadamente de zero a seis anos de idade, ocorre 0 que ha de mais
significante para todo 0 desenvolvimento do ser humano.
Notadamente a escola passui um papel fundamental para esls proceSSD
de desenvolvimento que vai acontecer atraves do relacionamento estabelecido
pelo professor e 0 aluno, na dinamica do ensino-aprendizagem.
Sendo assim, segue-se a problematica desta Pesquisa: Como a relac;ao
professor aluno influencia a aprendizagem na pre-escola? Pois se tem que
tanto 0 professor quanto 0 aluno sao agentes na aquisic;ao do conhecimento na
pre-escola.
Desta forma tem-se como objetivo geral contribuir para 0 trabalho do
pedagogo e do professor procurando evidenciar que a relac;ao professor aluno
interfere na aprendizagem do pre-escolar.
Especificamente objetiva-se oferecer subsidios ao pedagogo e ao
professor atraves da teoria cognitiva e psicanalitica; evidenciar a importancia
afetiva da escola e do ensino sistematizado para a aprendizagem do pre-
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escolar; identificar a importancia afetiva da acyao do professor e do pedagogo
para a aprendizagem na pre-escola;
Para tanto S8 efetuou uma pesquisa bibliografica do construtivismo,
notadamente quanta a afetividade em sua relat;a,o com 0 desenvolvimento
cognitiv~, tendo como foco em Jean Piaget. Pesquisou-se de igual forma a
teoria psicanalftica, desenvolvida por Sigmund Freud, no que S8 refere aos
aspectos emocionais como interferentes na aprendizagem. Realizou-s8,
tambem, uma pesquisa documental do RCNEI - Referencial Curricular Nacional
para a Educac;:aoInfantil (1998) e da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da
Educac;:ao Nacional, Lei 9.394/96 para contextualizayao da proposta do
presente trabalho.
Este trabalho justifica-se pelo fato do professor, notadamente do
professor pre-escolar necessitar estabelecer uma rela~o afetiva harmoniosa
com seus alunos. No entanto percebe~se a necessidade desse professor ter
uma leHura mais aprofundada das teorias que estabelecem a junyao entre
aprendizagem e a afetividade. Justifica-se, tambem, pelo fato do Pedagogo, na
instituiyao escolar, ser um agente articulador entre os elementos que compoem
a escola, professores, alunos, diretores, funcionarios, familias dos alunos e
membros da comunidade, necessitando, portanto, ter um conhecimento
aprofundado, da importancia das questoes afetivas como motivadoras do
processo ensino-aprendizagern na pre~escolar. Percebe-se hoje, na grande
maioria das escolas a dificuldade do professor desempenhar este papel.
Para tanto 0 presente trabalho esta organizado em quatro capitutos. No
primeiro capitulo fez-se urna analise do Referendal Curricular Nacional para a
Educac;:aoInfantil- RCNEIIMEC juntamente com a Lei de Diretrizes e Bases da
3
Educagao Nacional - LDB 9394196 caracterizando a visao da Educagao
Infantil, mais especificamente a Pre-escolar.
No segundo capitulo descreveu-se 0 papel do Pedagogo na Pre-Escola
e a sua func;ao de articulador entre a relac;ao professor e atuno tendo em vista
o processo de ensina aprendizagem. 0 terceiro e quarto capitulo e uma
pesquisa bibliografica sabre as teorias Construtivista e Psicanalitica, na qual
procurou-se demonstrar a influencia da relac;ao afetiva professor/aluno no
processo de ensina - aprendizagem. No quarto capitulo descreveu-se a
metodologia utilizada neste trabalho, dOaJmental e bibliogn3fica. Conclui-se
com as considerac;Oesfinais a raspeito do tema pesquisado.
4
1 CARACTERIZACAO DA EDUCACAO INFANTIL
No presente s"culo tem-se dado grande imporlancia a educa9ao das
crian98S de zero a seis anos de idade. Ista S8 deve as mudanc;:as sociais que
vern ocorrendo no mundo do trabalho influenciando a estrutura familiar
retratado no Referencial Nacional para Educagao Infantil - RCNEI:
"A expansao da educa~Q infantil no Brasil e no mundo tern ocorrido de fonnacrescente nas ultimas decadas. 8companhando a intensifica~o da urbanizac!io, apanidpac;.:.o de mulher no mercado de trabalhO e as mudanryas na organizatytlo eestrutura das familias. Por oulro lado, a sociedOlde esta mais conscienle da importc1nciadas experil!ncias na primeira infc1nda, 0 que motiva demandas por urne educa~oinstiluclonal para crianyas de zero a seis anos.~(ReNEI, 1998, p. 11)
Para tanto, importantes pesquisas realizadas nas ultimas decadas, vem
demonstrando a importancia da educa«;ao na primeira inf~ncia como indicador
de realizagao pessoal e profissional na fase adulta. Desla forma, quanto mais
cedo as crianryas sao expostas a algumas formas de educac;ao mais aptas
estarao a um aprendizado com resultados eficientes ao longo da vida escolar.
A educa~o na primeira infimcia torna-se hoje objeto de intensas pesquisas
cientificas e a mercado se volta para este segmento educacional, cada vez
mais abrangente nesta sociedade em que as pais necessitam de espac;os
educativos para confiarem seus filhos.
Estas pesquisas aliadas as necessidades sociais levaram a Estado
Brasileiro a incorporar a Educagao Infantil como Direitos Sociais do Cidadao
conforme assegurado na Constituic;ao da Republica Federativa do BrasH, no
artigo 208, inciso IV, ~atendimento em creche e pre-escola as crianrras de zero
a seis anos de idade"
Estes acontecimentos da sociedade promoveram tambem que orgaos
governamentais atendessem de modo legal, as crianyas de zero a seis anos
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atraves de espa9Ds educacionais como creches e pre-aseDlas. (ReNEI, 1998,
p. 11) conforme assegurado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa<;ao
Nacional - LOB, lei de mimero 9394 promulgada no ana de 1996.
A organiza<;ao destes espa90s e distinta pelas faixas etarias sendo
creches para crianc;.as de zero a tres anos e pre-escolas para crian9fls de
quatro a seis anos de idade. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da
Educa<;ao, Tanto creches como pre-escolas s~o incorporadas a Educa<;aO
Infantil. (art. 30, cap. II, se<;ao 11.)
A educac;ao infantil a partir dessas leis adquiriu valor legal, porem para
atendimento das necessidades educacionais procurou-.se tambem desenvolver
documentos que instrumentalizassem 0 professor para ensinar crianyas de
acordo com as novas tendencias educacionais, ou seja, desvinculando do
carater assistencialista e higienisla que historicamente vern permeando a
concepyao educacional de crian9as pequenas.
Para tanto a Ministerio da Educa<;ao e do Desporto (MEG) desenvolveu
a Referencial Nacional para a Educa<;ao Infanlil - RGNEI. Sao tres volumes
que tratam da Educayao Infantil promovendo 0 desenvolvimento global da
crianya visando sua autonomia. 0 primeiro volume e a Introdu98o, 0 segundo
trata da Formac;.ao Pessoal e Social e 0 terceiro trata do Conhecimento de
Mundo.
Gomo se observa, a Educa<;ao Infantil como um todo e importante para
a formac;.ao do cidadao, porem considera-se interessante estudar a pre-escola,
mais especificamente as crianr;as de seis anos de idade, pois, considera-se a
porta de entrada nos proximos niveis educacionais. Interessante observar
6
como essa crianc;a conhece, como desenvolve sua intelig~ncia e como 0
professor influencia nessa forma de conhecer.
Na Educayao Infantil, como em lodas as Qutras modalidades de Ensino
previstas na LOB 9394/96, temos como organizayao escolar urn Projeto Pol itico
Pedag6gico que nele devem estar globalizadas as quest6es curriculares,
metodologicas, a visao de crianc;a, de educayao e do professor. Na Educayao
Infantil podemos observar esses dados no Referencial Nacional para Educar,;ao
Infantil - RCNEI/MEC
Nessa referendal tern-S8 como concep9ao de crianya que a mesma e
historicamente construfda, porem com diferenc;as culturais em uma mesma
epoca e sociedade. Era e urn ser humano social e historica, ou seja, e marcada
e marca 0 meio social em que ViV8, sua cultura e hist6ria. Tern a familia
biol6gica au naD como principal ponto de referenda apesar das varias
intera¢es sociais que estabelece.
As crianc;:as pensam e agem de forma particular, revelam urn esforc;:o
para compreender a realidade que as circunda, explicitando atraves da
brincadeira seus anseios, desejos e sua forma peculiar de ver 0 rnundo.
o conhecimento das crianc;:as se desenvolve de forma processual, a
partir da realidade que a ciraJnda, procuram se utilizar as mais diferentes
linguagens, desenvolvendo hipateses e ideias sobre 0 que procuram entender.
Constroern 0 seu conhecimento atraves das interary6es com crianc;as da
mesma idade, de pessoas mais velhas e espac;:o em que vive. Esse
conhecimento segundo 0 RCNEI, ~nao se constitui em c6pia da realidade, mas
sim, fruto de urn intense trabalho de criar;ao, significa<;ao e ressignificayao.-
(ReNEI 1998, p. 22). Segundo 0 ReNEI (1998) essa concep<;ao foi elaborada
grac;as a pesquisa com diferentes enfoques e abordagens psicol6gicas.
A criantya e 0 conhecimento sao aliados a forma de educar. Para 0
Referencial, a educa~o nas escolas deve ser de forma integrada nao
hierarquizando os profissionais da Educat;ao Infantil com outros profissionais
que atendem Qutras modalidades educacionais, Devern aliar a qualidade
educacional Jevando em considerayao padr6es sociais, ambientais e culturais
desenvolvendo linguagens atraves de interac;Oes praticas com 0 cotidiano
possibilitando a constru<;ao de sua identidade e autonomia. (ReNEI, 1998, p.
23).
A metodologia usada para desenvolver a aprendizagem e utilizar as
brincadeiras advindas de situa¢es pedag6gicas intencionais ou orientadas
pel os adultos como instrumentos da constru~o do conhecimento.
A construc;ao do conhecimento segundo 0 ReNEI deve aliar 0
desenvolvimento interpessoal das crianyas, lais como a respeito. confianya.
etc.
Essas metodologias tem como objetivo auxiliar as crianyas no
desenvolvimento das capacidades de apropria9Bo e conhecimento das
Npotencialidades corporais, afetivas, emocionais. esteticas e eticas. na
perspectiva de contribuir para a forma~o de crianr;as felizes e saudaveis.-
(ReNEI, 1998, p. 23).
Para a apJicabilidade dessas metodologias e indispensavel a presenga
do professor. 0 professor, para 0 ReNEI (1998), deve ser polivalente, ou seja,
trabalhar com as conteudos de naturezas diversas abrangendo desde as
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cuidados basicos ate "conhecimentos especfficos provenientes das diversas
areas do conhecimento." (RCNEI, 1998, p. 41).
Esse profissional devera ser ah~m de professor, urn eterno aprendiz.
refletindo sobre a realidade que 0 circunda, as crianyas com que trabalha e
comunicando-se com as familias e comunidade para que sua pratica
educacional traga bans resultados.
Para 0 Referencial a professor da pre-8scola precisa sempre estar em
cantata com seus colegas de trabalho para discutir a planejamento curricular,
desenvolver projetos educativos de qualidade junto a familiares e crian98s,
sendo instrumentos para refiexao sobre sua pratica a observaryao direta sabre
as crianyas, 0 registro, planejamento e a avaliayao.
Todo planejamento e avalia980 dependem de uma pro posta curricular, 0
RCNEI (1998), coloca como referencia para a Educac;ao Infantil que a escola
trabalhe ambitos de experiencia: WFormayao Pessoal e Social" e
"Conhecimento de Mundo·.
Na uForma~ao pessoal e SociaP' se trabalhara com as crian~as de
quatro a seis anos de idade as conteudos que tratam da imagem,
independencia e autonomia, respeito a diversidade, identidade de genera,
intera~o, jogos e brincadeiras e cuidados pessoais.
No ambito "Conhecimento de mundo" sugere-se que 0 professor
trabalhe atrav8s dos eixos: Identidade e autonomia, movimento, artes visuais,
musica, linguagem oral e escnta, natureza, sociedade e matematica.
Tanto no eixo "Forma<rAo Pessoal e Social" como no "Conhecimento
de MundoH procurou-se atraves desses dominios ou campos de ac;ao dar mais
visibilidade ao professor para trabalhar com seus alunos, possibilitando
9
criaQ6es de projetos e desenvolvimentos de atividades para 0 desenvolvimento
integral da crianya. Na Formayao Pessoal e Social especificamente refere~se a
construc;:ao do 5ujeito, procurando desenvolver as capacidades individuais e
sociais das crian<;as. Essa organizac;ao segundo a Referencial tambem passui:
"... urn carater instrumental e did.Hico, devcndo 0 professor ter consci~ncia, em suapratica educativa, que a construcao de conhecimentos se processa de maneirainlegrada e global e que h3 inlcr.rclaCOesentre as diferentes ambitos a seremtrabalhados com as crianfYas. (1998, p. arEsses dados para 0 planejamento curricular, podem ser trabalhados sob
forma de projetos estando inseridos na proposta pedagogica da escola. 0
professor deve levar em considera<.;ao e5sa proposta da escola esta sempre
em processo de elaborac;aoJreelabora<;2o mantendo a ideia que ele esta
sempre ~inacabado, provisorio e historicamente contextualizado que demanda
reflexao e debates constantes de todas as pessoas envolvidas e
interessadas.". (ReNEI, 1998, p. 41).
Em meio a essas mudanc;as historicas tanto 0 professor como os alunos
mudaram. Uma dessas mudanc;as e que a escola devera trabalhar de forma
integrada, nao sendo mais 0 professor ou 0 aluno 0 centro. Mas, sim que a
escola deve dar respostas a sociedade. Para tanto 0 conhecimento he de ser
reorganizado, he de se levar em conta as necessidades sociais e
especificamente as da comunidade que esta inserida. Nesse processo temos 0
Pedagogo como principal articulador entre a escola/comunidade,
aluno/professor, professor/familia, etc. Essa articulayao vai se desenvolver em
conjunto com a comunidade, alunos, professores, direyao e pais.
10
20 PERFIL DO PEDAGOGO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Para Lib,meo (1999), a escola nao existe apenas pela figura do
professor. Tem-s8 0 Pedagogo como 0 profissional dotado de uma formac;ao,
estudou as praticas educacionais e tern como dever, na escola, gerir 0
processo ensino aprendizagem. (LiBANEO, 1999, p. 30-31).
Para Nicolau (2000) as func;6es do Pedagogo na pre - escola sao de
organizador, mediador, incentivador, avaliador e pesquisador.
Na fun~a.o de organizador tern que conhecer as condic;oes socia
- culturais, 8xpectativas e competencias dos alunos, escolhendo
problemas que pas sibil item a construyao de conceitos e
procedimentos de ensina que viabilizem as condi¢es que desejam
atingir.
Na fun~ao de facilitador auxiliara na tarafa de ensina -
aprendizagem.
No papel de mediador promovera debates sobre resultados e
metodos didaticos, orientando e valorizando reformula90es adequadas
quanta a aprendizagern. Alem de sar urn incentivador da pri3tica
pedag6gica estimulando a coopera~o entre alunos e professores.
Como avaliador verificara 0 desempenho, identificara e
interpretara dados referentes ao processo ensino~aprendizagem
mediado pela escuta e 0 dialogo.
Segundo ° mesmo autor, para que tudo isso ocorra ° Pedagogo deve,
acima de tudo, planejar suas a90es e auxiliar os professores nessa pratica.
Sendo assim Nicolau (2000) afirma:
"ASSim, a maneira mais estimulante de planejar c sab a fanna de atividades, nao s6pelo fato de elas serem menas especificas e sistematicas, mas tambem porpossibilitarem 0 cantata direto da crianca pre - escolar com situa¢es diferenciadas
11
umas das outras - e, consequentemente, favoreceram a "iv~ncia de experiOnciasconcretas, abrongenles e abertas que conlribuam para 0 desenvolvimento dopensamenlo convergente e drvergente: (2000, P. 150).
Para que tudo isso ocorra 0 Pedagogo deve acima de tudo planejar
suas a¢es e auxiliar as professores nessa pratica. Aproveitando ainda a ideia
do mesmo autor:
MAssim, a maneira mais estimulante de planejar e sob a formn de atividades, ml0 56de pete fatc de etas serem menos especificas e sistemiHicas, mas tambem parpossibilitarem 0 cantata direto da crianya pr~ - escolar com situayOes diferenciadasumas das Dutras - e, conseqi.icntemente, favoreceram a viv~ncia de experi~nciasconcrelas, abrangenles e abertas que contribuam para 0 dcsenvolvimento dopensamento convergente e divergente".( 2000, P. 150).
Essas atividades sistematizadas tambem possibilitam que a criam;a
vivencie as dificuldades, pois situac;aes novas implicam no aluno defrontar-.se
com algo desconhecido promovendo a tomada de atitudes.
Para que 0 Pedagogo exerc;a sua fun~o teorico-pratica para 0
desenvolvimento do Projeto Pedagogico ele devera lanvar mao de referenciais
te6ricos praticos que auxiliem na aplicayao de sua pratica.
Sendo assim deve estar embasado nas teorias que tratam do
desenvolvimento humano tais como as desenvolvidas par Jean Piaget e
Sigmund Freud que marcam e modificam a modo de pensar a Educa~o e a
Ciencia para a sociedade moderna.
12
3 CONHECIMENTO E RElACAO PROFESSOR AlUNO NA TEORIA
CONSTRUTIVISTA
Para Wadsworth (1996) na Teoria de Jean Piaget a inteligencia existe
sob dais aspectos: Cognitiv~ e afelivo. Sendo 0 primeiro urn funcionamento
mental e 0 segundo urn impulsionador desse funcionamento. Oessa forma urn
depende do Dutro para desenvolver a inteligencia.
Sendo que para mesma aut ora as aspectos cognitiv~ e afelivo levam em
considera<;ao as dimens6es ffsicas, 16gico-matematicas e sociais, cada uma
dessas dimensoes passui urn conteudo, uma fun~o e uma eslrutura.
Wadsworth (1996) explica que essas dimens6es estao ligadas apercepvao e interayao da crian<;a com a meio em que vive.
A autora relata que a partir desses mecanismos descritos aeirna e que a
crian~ interage, experimenta e percebe 0 meio de formas diferenles. Constr6i
sua relaryao com a Dutro e com as objetos a partir de uma visao pessoal,
denominada como egocimtrica. Essas rela95es sempre est~o em constante
mudan<;a.
Piaget (2003) confirma essa vi sao acrescentando que essas mudan<;as
ocorrem a partir do contato da crianc;a com 0 meio em que vive. Esse meio vai
oferecer varias situac;6es de interesse ou curiosidade que iraQ leva-Ia a querer
experimentar, e a cada experimento novas impressoes iraQ surgir, alterando e
modificando as antigas. 1550 0 autor denominou como sendo urn processo de
assimilac;ao e acomodac;ao.
Para Flavell (2001) toda a assimila<;Bo e acomoda<;Bo levam a
modificac;oes e desenvolvimento de novos esquemas. Para esse autor os
esquemas sao eslruluras menta is que 0 individuo utiliza para organizar
13
intelectualmente 0 meio em que vive. Podem ser com par ad as a fichas de
arquilJospresentes na nossa mente. E para agregar novas "fichasM 0 individuo
passa par urn processo de desequilibrio, no qual resulta do processo de
assimila.,ao e acomoda.,ao levando a equilibra.,ao, como resume Wadsworth:
"Cada tipo de conhecimento depende das s«iies fisicas au menlais. As 8coes fisicnsau menials do de.senvolvimento sao aquelas Que geram desequilibrio e conduzem aoesfor.;o de eslabelecer 0 equilibrio (equilibra~o). Assim[la~o e acomOda~o sAoagentes de equifibraC!o, 0 auto regulador do desenvolvimenlo: (1996, p. 24).
Flavell (2001) diz que esses mecanismos acontecem segundo perfodos
de desenvolvimento nos quais S8 subdividem em estagios, como afirma:
-De acorda com 8S prefer6ncias mais recentes de Piaget (1955d, p. 36, nOla1), 0 tennoperiodo e usado para designar as principais epocas do desenvolvimento e 0 tennoeSlagio designa subdivisOes menores denlro dos periodos;~( 2001, p. 85).
Para 0 mesmo autor os periodos descritos por Piaget deverao servir
somente para favorecer a analise do desenvolvimento e n~o como
classificac;Oes concretas e imutaveis. Dessa forma 0 autor apresenta as
seguintes periodos descritos por Piaget:
- Periodo da intelig~ncia sensorio-motora (0 a 2 anos);
- Perfodo de prepara.,ao e de organiza.,ao das operac;6es concretas (2 a
11 anos). Este periodo possui dais subperfodos importantes:
Representac;iies pre-operacionais (2 a 7 anos) e Opera<;OesConcretas
(7 a 11 anos). No primeiro distingui-se tres estagios (1) prim6rdios do
pensamento representativo (2 a 4 anos); (2) representac;iies ou intui<;oes
simples (4 a 5 anas e meio); representa<;Oesou intui~oes articuladas (5
a 7 anos e meia).
- Periodo das opera~Oesformais (11 a 15 anos).
14
No casa da Educayao Pre-escolar as crian~s passam pelos perfodos
da Inteligencia sensoria-motora (0 a 2 anos) e no primeiro subperiodo da
prepararyao e de organizavao das operac;:oes concretas.
Para Dolle (2000) 0 periodo sensorio-molor, e 0 inicio do
desenvolvimento intelectual, que nao pode sar caf8cterizado como periodo
sem pensamento, sem linguagem e sem conceitos. Falta nesse perioco a
fun~o simb6lica, ou seja, representar a que percebe a partir da linguagem e
par imagens mentais. Para ele esse periodo:
MTrata-se, par conseguinte - positivamente desta vez -, de uma intelig6ncia que sedelennina em presem;;a do objeto, das situa¢es, das pessoas, tendo comoinstrumento a perceP9Ao. (DOLLE. 2000, p. 110).
Segundo 0 mesma aut or, esse periodo S8 caracteriza par urn
desenvolvimento fapido com importancia para todo desenvolvimento da
inteligencia nos pr6ximos perfodos.
Wadsworth (1996) diz que a crianc;a. nesse periodo, vai se desenvolver
afetivamente e aprender a se relacionar com as outros a partir da sua interayao
com as pessoas e com os objetos. Esse relacionamento vai se dar a partir de
a9iies repetidas.
Para Dotle (1996) essas agOes repetidas fazem com que a crian""
consolide seus esquemas, atraves de processos de assimila<;ao e
acomodagao.
o autor ainda relata que nesse perf ado podem ser observados a partir
de seis estadios:
1° 0 exercicio dos reflexos (ate um mes): A crianc;a somente possui os reflexos
hereditarios, e desprovida de recursos e sem a assistencia humana nao
sobreviveria.
15
2° Primeiras adapta90es adquiridas e a rea~o circular primaria (do 10 ao 4°
mes e meie): nesse estadio a crianc;:a elabora, a partir de seus primeiros
reflexos trazidos desde 0 nascimento, os seus esquemas. Neste periodo
observa-se a reflexo da sua;ao, da preen sao, etc. E com esses reflexos que a
crianya experimenta 0 meio, sente sens895es de dar, satisfayao e constr6i seu
relacionamento com as objetos e as Qutros. Essas relar;6es VaG acontecer com
a aplica,ao das a¢es em seu proprio corpo.
3° Adaptac;6es sensoria motoras intencionais (do 4° mes e meio a oito/nove
meses): Oepois de sentir e experimentar rela¢es com as objetos no proprio
corpo a crian<;a procura par objetos exteriores.
4° Coordena~o dos esquemas secundarios e sua aplica~o as novas
silua¢es (8'/go mes aos 11°/12' mes): A partir das aprendizagens aprendidas
com as relac;6es do periodo posterior, coordena os noves esquemas a
Situ8ya8S novas.
5° "Reac;ao circular terciaria" e a descoberta de noves meies par
experimenta,ao ativa (11'/12· aos 18° mes): Pode ser considerado como
estadio de experimentac;ao dos objetos com intencionalidade de ver suas
fun¢es. Neste estadio ela elabora 0 objeto e tem intensa procura por objetos
novas, modificando e alterando seus esquemas.
6° Invenc;ao de noves meio par combina~o mental (1 ana a 2 anos): Neste
estadio a crianya cria, inventa de forma original. Pode sar caracterizado como
uma fase de transir;ao da inteligenica sens6ria motara para a representativa.
Para Dolle (2000) esse periodo e considerado primordial, pois a crianc;a
desenvolve urn conceito do real, do simbalico e dos objetos, formulando idei8S
de causalidade e, espa<;oque sao especificos do campo logico-matematico.
16
Wadsworth (1996) concorda com a autor e acrescenta que
paralelamente a esses conceitos adquiridos a crianr;:a desenvolve suas
estruturas afetivas.
~ N6s jc\ vim os que ao nilscer as reayOes de um beM s..io basiCflmente reflexes (comochorar1 e sofrem da falla de diferencia¢es. Os prirneiros sentimentos adquiridos 5~O
observados com (15 prirneiras dilerellciae;()es cognitivas. Estes sentimentos estaointimarnente ligedos as a<;6es de cnanya." ('WADSWORTH, 1996, p. 48).
Para a autora esses primeiros sentimentos VaG S8 desenvolvendo no
decorrer do desenvolvimento. Mas, ao chegar ao segundo ana de vida e que
pode S8 observar na crianr;:a comportamentos que expressam sua vontade. E
essa vontade em rela~o ao Dutro, demonstrando os primeiros sinais de afeto
au rejei,ao.
Para Wadsworth (1996), durante as dais primeiros anos de vida, a bebe
dirige 0 areto para si pr6prio e suas atividades, pois 0 be be ainda nao construiu
uma visao de rnundo e de objetos independentes. Os relacionamentos
comecyarao a se complexificar durante 0 pr6ximo periodo. Que se caracteriza
pelo desenvolvirnento pre-operacional.
Para Dolle (2000), a desenvolvimento pre-opercional tern como
caracteristica principal 0 desenvolvimento da linguagem, passa a fazer
representac;6es mais complexas comparados ao estagio anterior. Essas
caracteristicas levam a crian<;a a ter urn rapido desenvolvimento conceitual.
Dolle (2000) relata que nesse est agio as representa90es nao se ligam
de forma 16gica e radonal na mente da criancya, somente reconhece imagens
que viu ou de situac;l)es que vivenciou, ou seja, "a crianr;a nao pensa -
propriamente fafando -, mas ve mentafmenie a que evoca." (DOLLE, p. 158.
2000).
17
Como se observa em Dolle (2000), a crian"", no estagio pre-
operacional, comeya a fazer representa¢es de imagens e vivencias em sua
mente, desenvolvendo a fala. ConseqOentemente, Wadsworth (1996) afirma
que a desenvolvimento da representavao e da linguagem propicia da mesma
forma uma estabilidade nos sentimentos que passam a poder representar 0
afeto tornando possivel 0 desenvolvirnento interpessoal.
Para Wadsworth (1996), e no estagio pre-operacional que surgem OS
primeiros sentimentos marais. Esses sentimentos sao vistas como pre-
normativDS, como especifica a autera:
Sentirnentos normativQs ~o Ilqueles que tern aver 'com 0 que e necessaria e nAocom 0 que e desejavel e preferivel de fazer" (Piaget1 b, p. 55). 0 r&lciocillio pre-normative baseia-5C na obedi&ncia a autofidade mais por mOOo do que por respeitomutua: (WADSWORTH, 1996, p. 75).
Esse raciocinio leva ao desenvolvimento dos conceitos infantis de
regras. Segundo a mesma autora, Piaget, atraves de perguntas feitas as
crian9as nessa fase, descobriu a existencia de quatro estagios de codificayao
de regras, conforme especificado abaixo:
1) ~Estagio "Motor: a crianr;.a nao apresenta nenhuma nOy8o de regras,
quando brinca e de acordo com 0 seu habito e desejo, nao existe
atividade social.
2) ~Estagio Egocentrico": dos 2 aos 5 anos mais ou menos, a crianya
passa a brincar imitando as mais velhas, inicia as primeiras n090es
de regras, ainda se conservam cognitivamente egoc~ntricas
brincando com si propria. Ainda nao possui interac;ao social com
eoopera<;ao. Quando imita as erianyas mais vel has jogando nao a faz
com intuito de veneer.
18
3) KEstagio de Coopera~oft: inicia mais ou menDS a partir dos 6 ou 8
anos, compreende que existem regras no j090 e passa a ter objetivo
de veneer.
4) "Estagio de Codifica\Oiio de Regras": passa a entender a necessidade
de regras, entendendo que as mesmas tambem podem sar rnudadas
pelo grupo.
Para a autora os pais e professores da pre-escola reconhecem que com
frequencia os alunos S8 desentendem na fase pre-operacional, segundo a
autora, isso aconteee, pais as crianyas ainda naG adquiriram 0 conceito de
Kintencionalidade" .
~Ecomum brigas fisicas e vernais em sals de auln provocadas par causa dessesacidentes ou fall3 de jeito. As criancas mais novas sao incapazes de apreciar asinleny6es de outras criam;as au de perceber as seus pontos de vista (egocentrismo), epais e professores acabam frustrados 80 tentar exp1icar a elas que os acidentes e afalta de jeito da parte de oulms crianc;;:as nao merecem puniyao. 0 problema ~ queestas crianl;Bs ainda na:o construiram as conceilos de inlencionalidade. Elas acreditamfirmemenle no credo moral ~olho par olho, dente par denle~ e em sua apljCCl~o emlodos as casas: (WADSWORTH, 1996, p. 77)
Segundo Wadsworth (1996), enquanto a crianc;a n~o adquirir 0 conceito
de intencionalidade nao ira se lmpressionar com atos agressivos.
Para a mesma autora, Pia get, nas suas pesquisas, tentou descobrir
quando a crianya adquire 0 conceito de intencionalidade e percebeu que passa
a ter esse jufzo sobre as coisas apas os sete anos de anos de idade.
Na abordagem construtivista 0 desenvolvimento segue ate a
adolescencia. to na adolesc{mcia 0 ultimo estagio do desenvolvimento do
individuo. Para essa teoria 0 relacionamento e a aprendizagem aparecem
junta mente com a desenvolvimento cognitiv~.
Existem outras abordagens que auxiliam no entendimento do
relacionamento humano e suas influencias na aprendizagern. Urna delas e a
Psicanallse desenvolvida por Sigmund Freud.
19
4 PSICANAuSE E EDUCA~AO
Ao pensar em Psicanalise lembra-se da Sexualidade e da Repressao
que foram lemas trabalhados com afinco por Sigmund Freud.
Inicialmente Freud tentava descobrir a origem das neuroses1
principalmente da histeria2. A partir desses estudos entendeu que a origem dos
Para Freud a Educayao tern uma grande parcela de culpa na origem
traumas era obtida pela repressao sexual iniciada na infancia.
das neuroses, sendo par meio del a que a repressao acontece. Porem 0 proprio
aulor no decorrer de seus estudos admitiu que essa repressao torna-S8
necessaria para 0 desenvolvimento da civiliza<;.§o, como afirma nesta cit8<;aO:
·Vamos deixar daro para n6s mesmos qual a tarefa mais imediata dOl EduGatyiio. Acrianc;adeve aprender a dominar seus in5linl05. E impossivel the dar liberdade paraseguir sem restri¢es seus impulsos. Seria uma experiencia multo inslruliva para 05psic6logos de criancas, mas para as paiS nolopoderiam viver, e as criam;.asmesmasteril'lm grande prejuizo, de imedil!lto e com 0 pl!l~r do tempo. Logo e Educac;.60 ternde inibir, proibir, reprimir, e Olssimfez em lodos os tempos.ft (FREUD, 1916, p. 1892)
Essa cita~o pode parecer agressiva para as educadores
contemporaneos que visam uma educa980 um pouco mais liberal do que
aquela do tempo de Freud. Sabe--se que uma educayao muito repressiva torna
o sujeito muito dependente e com medo de se desenvolver por si mesma.
Na visao de, outro autor, Nicolau (2000) percebe-se que a sociedade
neoliberal persiste na ideia de ensinar valores e habitos para 0 bom convivio na
sociedade, que de certa forma concorda com Freud ao dizer que:
1 Segundo Kaufmann (1996) eram tidas no inido do seculo XIX como doenyas de origemnervoS<),ou do sistema nervoso, a partir des pesquisas de Sigmund Freud, a neurose deixoude ser uma patologia de origem biol6gica e passou a ser uma estrutura da personalidadehumana. Essa estrutura, chamada neurose se caracteriza por comportamentos obsessivos, taiscomo 0 excesso quanto a higiene e seu contrario, fobias, culpa, etc. Para Freud (1905), es.sescomportamentos tern inido na inf~nda.Z Pari] KOlufmann (1996) a histeria caracteiza·se par mudanc;as no humor, tais como risos echaras, dcpres-s.l§oe euforia, frieza de scntimentos e veemlmda da linguagem. Possui tamMmamnesias e recordClciles detalhadas. 00 ponlo de vista sensorial e muscular 0 individuo fazquadros de paralisias e aneslesias. E.ssesquadros palol6gicos desenvolvidos pels histeria nAopossuem causas biol6gicas.
20
Para que a Cfian.ya e loons as crianyas a5-similem a idl!ia de Que a cultura e algo quese constr6i a partir do homem e de toda a humanidade, as holMos e valores,tradi¢es dos seU$ familia res devem ser valorizados. Sempre que possiver, a culturapopular deve ser resgatada pela escola. E, para tal, basta criar condi¢es para que apre - Mcola as-simile 0 $aber popu\~r. (NICOLAU, 2000, p. 185).
Esse resgate a cultur8 e a propria socializa9Bo do aluno que vira
at raves da interioriz898o de valores e habitos aeeites pala cultura e pel a
sociedade sendo constituldos no decorrer da sua formac;ao. Esse processo de
aculturac;ao nao e facit, pais precisa aceitar normas e regras presentes na
sociedade. Par exemplo, na infancia e comum brigas par brinquedos, ciumes
da mae e da professora e dificuldades para dividir que sao coisas necessarias
para a integra<;;ao social. Todos os educadores sabem que para trabalhar isso
na educar;ao nem sempre e bem aceitavel pelas crianr;as, muitas vezes 0
~choro· e necessario e esta presente nas relac;6es infantis.
Mas, a Psicanalise nao prop6e nenhuma metodologia de trabalho com
crianr;as no que diz respeito a educac;ao, essa repressao dita por Freud nao eum canselho aos Educadores que devam reprimir seus alunos, e apenas um
Segundo Souza, no prefacio do livro escrito por Kupfer (1997), Freud
reconhecimento de como a educac;.ao procede na formar;ao do sujeito.
postulou a educa~o como um dos seus tres impossiveis (educar, governar e
psicanalizar). Afirmando que nem sempre vai ser possivel educar sem
ocasionar traumas.
A Psicanalise considera a importancia do educador na construr;ao do
conhecimento provando a necessidade dos mesmos, pais e a presenr;a do
outro que desenvolve pSicologicamente 0 sujeito. Como diz Lacan (1998, p.
97), "e na especula<;;ao da imagem do corpo do outro que se constr6i a si
proprio".
21
Considera-se como uma das principais contribui<;Oes da Psicanalise
para a Educa<;ao que a mesma possibilitou uma reflex~o sobre as origens das
relac;6es e que essas dependem de um aprendizado particular seguindo a
propria hist6ria do sujeito. Para 0 sujeito S8 relacionar depende
primordial mente da sua entrada no simb6lico, e a partir deste podera acontecer
o aprendizado. Nessa passagem para 0 simb6lico, segundo a lecria
psicanalitica, a sujeito t8m que S8 ver primeiramente com a origem do
Complexo de Caslra9"lo'.
4.1 0 ENSINO - APRENDIZAGEM NA PRE-ESCOLA
Em lodas as obras de Freud nao existe especificamente urn texto sabre
o ensino-aprendizagem, sua preocupac;ao era de urn clinico interessado em
~Iivrar" as pessoas das suas neuroses. Porem pela sua propria condic;ao frente
ao conhecimento questionou 0 que habilita uma crianc;:a a conhecer e a partir
de quais condi90es ela ira conseguir. (KUPFER, 1995, p. 78).
No lexto "Uma recorda9iio de inftmcia de Leonardo Da Vinci" (1910, p.
9) Freud questionava 0 que levava urn sujeito a ser desejante de saber e
percebeu que antes deve·se questionar·se sobre "0 que se busca quando se
quer aprender algoT E sornente a partir dai se pode entender 0 que eaprendizado.
Para Kupfer (1995, p. 79) 0 aprender na Psicanalise depende da razao.
Quando a crianya pergunta: ·Por que e que vai chover?-, "Por que e que existe
dia e nOiteT, na verdade ela esta se questionando sobre sua propria vida,
sabre a realidade, sobre 0 nascirnento e a morte.
:I Para Kaufmann (1996) 0 cornplexo de castrac!io ~ urn conjunto d sentat;Oes p:siquicasde origem traumatica, ou seja, viv~ndas "de desprazer" no de tJd.1Jf'I . da que marcaramtomadas de iltitudes e comportamentos na rase adults. ~~ ~
~ c:-.
~
=> aUOTECA::O\._''"''',;;,,;)OrraI81.#
22
Para Freud (1910, p. 9) a origem dessa preocupayiio esta no que ele
chamou de Complexo de CastraiYBo, que inicia com a descoberta da diferenc;a
sexual anatomica. A partir desse momento a crianc;a percebe que 0 mundo S8
divide em homens e mulheres, au seja, seres com penis e sem penis, conforme
a visao da Psicanalise.
Para Kupfer (1995, p. 79) a importimcia desse fato nao esta na
observa~o da diferenc;:.a, mas na jnterpreta~o dada pela criane;,a a esse fato.
"Essa descoberta nilo propriamente umOl descoberta, ja que meninos e meninas{erno tido a oportunidade, antes dela, de observar que sao diferentes. A diferenc;aesttl na inlerprela~o dada a esse falo. Meninos poderiam pensar, par exemplo, quese as meninas nao silo iguais a eles, podem vir a se-Io, quando crescerem. Mas adescoberta imp/iell entender que, de feta, a'~umll: COiSB flllla. " (KUPFER 1995, p. 79-80).
Essa descoberta que h<i algo faltando causa angustia. Essa angustia
naO e apenas par saber que alga falta na men ina e pode vir a faltar no menino,
mas a compreensao, inconsciente, de perdas antigas a partir dessa nova
vivencia.
A essa angustia relacionada as perdas Freud denominou de "Angustia
de Castrayao". No inicio dos estudos de Freud ele aehava que essa angustia
S8 originava com 0 nascimento dos irmaos, porem essa teoria logo foi
superada, pais filhos unicos nao teriam estes problemas e todos apresentavam
esse senti menta.
-Freud mesmo percebeu 1550e buscou determinanles mais estruturais para isso que,a principia, ele apenas observou. Essa busca dos determinantes rna is eslruturaislevou-o justamente a desenvolver melhor um dos aspectos mais importantes de suatearia: 0 complexo de ~dipo.~ (KUPFER. 1995. p. 80)
o complexo de Edipo e urn processo atraves do qual a menina e 0
menino se definem sexual mente, depois de terem extraido sua escolha par
identificacyoes tendo como referenda a relac;ao com as pais. (Kaufmann, 1996,
P 138)
23
Em decorrencia destas descobertas que as angustiam e que vern a
vontade de saber. Isto demonstra que par mais insatisfa90es que cause 0
Complexo de CastrayAo e ele que faz 0 sujeito ir atras do conhecimento. IS50
pode ser observado em um exemplo dado pelos estudos de Klein (1970, p. 81):
Urn menino de mais ou menos 5 anos pergunta ~ mAe se Deus existe, ao que era,depois de algumas evasivas, responde 'nao'. Pergunta ao pai. que afirma acreditarem Deus. Mais tarde, andando nn rua com a irm~, ela Ihe diz que precisa perguntaras haras a urn passante. Entlio 0 menino Ihe diz: 'Vai perguntar a urn homem au aurn:. mulher?'. 'Ora', repliCl!l l'l irml§, 'tanto fllz'. E ele: ' Se pe~untar 8 urn homem,tera uma resposts. E se perguntar a uma mulher tera Dutra!. (KLEIN, 1970, p. 81)
Para Klein (1970, p. 81) mais do que extrair informagOes sobre a
existemcia de Deus essa criancya descobriu referencias do que e feminino e do
que e masculino. Isto demonstra que a diferen<;a sexual nao passa apenas pela
descoberta da diferen~ genital, e muito mais do que iSso, a crianya descobre a
partir de vivencias pessoais, que existem coisas que diferenciam 0 masculino
do feminino.
Essas sao as investigat;oes que sao naturais da infancia e necessarias
para definir seu lugar no mundo. 0 que tem muito a ver com a famosa pergunta
"de onde vim e para onde vou?". Esse questionamento infantil vai ter rela~o
com 0 desejo dos pais. 1550 tern uma grande importancia, pais e nos paiS a
princfpio de tudo, pois a crianya nasee primeiramente do desejo deles e esse
desejo vai influenciar na maneira de educar os tithos.
Segundo a Psicanalise esse conflito resolve-se por volta dos 7 (sete)
anos de idade. Sob uma analise mais psicanalitica, a resolut;ao desses
conflitos uma parte cai sob dominio do recalque" e 0 restante sublima~se5 em
pulsaoG de saber associada a de dominio e ao ver.
~ Mecanismo psiquico pelo qual um elemento, considerado pela censura como periooso, ~expulso do campo da consciencia e mantido no inconsciente. 0 que fol recalcado nao perdesua fon;a; continua tenlando ascender a consci~ncia e a motHldade. (CASTRO, 1992, p. 76).
o dominic e over tambem s~o considerados puls6es. A pulsao de ver
esta associ ada a fantasia da cena primaria, au seja, a cena da relac;ao sexual
dos pais. Kupfer coloca que esta cena primaria foi estudada par Freud, e
segundo ele esse e urn elemento central na constitui~o da sexualidade. A
fantasia dessa rena asta associada com a quastionamento da sua propria
origem. (KUPFER, 1995, p. 83). Quanto a put sao de dominio est;; relacionada
ao saber e para que isto ocorra a puls~o de ver esta presente.
4.2 A CURtOStDADE E 0 APRENDIZADO
A curiosidade da crian~ esta inicialmente no ver, depois vem a pulsao
de saber e para isso domina seu objeto. Demonstra-se a partir disso uma
agressividade no saber que esta relacionada ao dominio como no pensamento
de Machado de Assis in Kupfer:
"Um homem fica alucinado com 0 que v~ nas asas de uma mosca. Parasaber 0 que ha la denlro, disseca-a e a deslr6i." (KUPFER, 1995, p. 82).
Esse e urn exemplo que ocorre normalmente entre as crian<;as e par
vezes as educadores as chamam de sadicas e agressivas, 0 que, no entanto
somente est~o realizando sua pulsao de dominio para conhecer como funciona
a vida. Mas, a educayao demonstra a criant;a 0 modo Mcorreto· de conhecer e
agir, ou seja, aplica uma moral fazendo com que esta crian<;a mude seu foco
de conhecimento deixando de questionar sobre a propria vida para se
preocupar com outros interesses.
Porem, nao e somente a educac;ao a responsavel por ests processo.
5 Quando a crianca deixa de lado a quesUio sexual por uma necessidade pr6pria e inerente asua constitui~o. (KUPFER, 1995, p. 82).IS (trieb, em alemao) terma usado par Freud para designar forc;.aque impulsiona para aatividade, impelindo no sentido da satisfacao. Muitas vezes l! traduzido erroneamente JX)rinstinto, gerando rna compreensaa. A puls:lio e diferente do instinta, par nao ter, como este, umobjelo de sati5fa~o predeterminado. (CASTRO, 1992, p. 76).
24
25
"As crianlf85 deixam a questAo sexual par uma necessidade pr6pria e inerente a suaconsliluic;ao. N~o porque Ihes dizem que e 'feio', mas par que precissm renunciar aum saber sobre a sexualidade. Precisam nada saber sobre i550. E porque naopodem mais saber sabre a sexualidade, procedem (nao de modo consciente, e claro)a urn des\ocamenlo dos inleresses sexuais para os nao-sexuais. Desviam, por assimdizer, a energia ai concentrnda para objetos n.:io - sexuais." (KUPFER, 1995, p. 82).
Para Kupfer (1995) que na Teoria Psicanalitica a mola propulsora para
o conhecimento e a Sexualidade. A sexualidade sao as interesses pessoais
que levarn 0 individuo a se questionar sabre vida e a morie portanto esta
relacionado ao saber. Mas, na escola 0 saber tern vindo deslocado e distorcido
do seu pr6prio objetivo. Os conhecimentos passados pelas escolas, na maioria
das vezes, nao fazem referencia a propria vida. Pela Psicanalise a natureza
dos conhecimentos tem origem nos questionamentos sobre a vida e a morte e
"0 douto que faz a ci~ncia e tambem urn sujeito, ele pr6prio, e ate particularrnentequalificado em sua constitui~o, como 0 demonstra 0 falo de a ci~ncia nAo ter lIindo.1.10 mundo sozinha (de e parte nao ler side sem lIitissitudes, e de ter side precedidepar alguns fracassos: abortos ou premetur8l;Ao).- (LACAN, 1998, p. 808).
a partir disso foram se desenvolvendo ciemciase tecnologias para a explicac;ao
desses questionamentos inidais. Como afirma Lacan:
Percebemos que esse resgate da cienda e uma preocupat;:ao expressa
no Referencial Curricular Nacional para a Educac;ao Infantil - RCNEI no qual
existe a preocupac;ao de resgatar os conhecimentos desenvolvidos pelo
homem no decorrer da Hist6ria, dando-os 0 seu real sentido que e promoller 0
autoconhecimento do sujeito sobre sua propria vida e existencia, caminhando
Esse desenvolvimento sempre pressup6e a ajuda de alguem. Para
para 0 que chamam de cidadania.
Kupfer (1995, p. 84) toda a educa<;Bo implica na rela<;Bo com um professor,
pois ninguem aprende 5Ozinho, porem 0 mesmo pode ser colocado numa
posic;aoque propicie au nao a aprendizagem.
26
4.30 PAPEL DO PROFESSOR NA PRE-ESCOLA E SUA RELA9AO COM 0
ALUNO
Na literatura educacional, a pre-escola atende crian""s de 04 a 06 de
idade. Preocupa-se primeiramente com a formayao do professor. A educ8<';80
pre - escolar tern side considerada pelas leis da educa<;Ao e dos referenciais
como ponto principal para 0 desenvolvimento.
Para Nicolau (2000, p. 11) 0 professor nao deve tratar seus alunos
como meres repetidores e sim forma-los para serem sujeitos criativos.
·Se, pela contraria, desejannos contribuir para a forma~o de seres criticos,participantes, criativos e que busquem uma renova~o conslante de si mesmos e dasociedade, teremos as alunos como centro da at;ao educativa. A refTexAo, acriatividade, a crilica e a troca de experi~ncias comporno a nossa a~o educativa. Ea Didtl,tica que elegeremos sera a que favorece a troea ampla e abert'a deexperi&ncias atraves das varias linguagens do ser humano. E n65, educandos eeducadores, "cresceremos'junlos,- (NICOLAU. 2000, p. 11).
Essa seria uma pratica ideal na educa~o Pre-Escolar. Porem percebe-
se que muitas vezes a atuat;Ao do professor impede esse crescimento. 0
professor durante sua pratica age muitas vezes como urn moralista. Essa
preocupa~o e natural de todo 0 educador, encarar a crian98 na sua pratica e
percebe-Ia como urn 'pervers~ polimorfo,7 Essa perversao foi notada por Freud
e descrita da seguinte forma:
"e. instrutivo que a crian.ya, sob a influi!ncia da seduc;ao, possa tornar-.se perversapolimorfa e ser induzida a tOOasas transgressOes possiveis. Isso mostra que traz emsua disposi~o a aptidao para elas; por i550 sua execu~o encontra poucaresish~ncja. ja que, confonne a idade da crian.ya, os diques animicos contra osexcessos sexuais - a vergonha, 0 asco e a moral - ainda n:io foram erigidos ouesl!io em processo de construcao.~ (FREUD, 1905, p. 179).
o educador deve ter claro que essas fases nao demons tram que a
crianrya e imoral por apresentar algumas praticas que sao inaceitaveis
socialmente. As crianryas na verdade n~o possuern a conscil!mcia de que suas
praticas nao sao aceitaveis. Para 0 propria Freud estao em constru~o. Mas
1Express:io ulilizada por Sigmund Freud no lexto 'Sexualidade InfanH!'no ano de 1905.
27
tambem e fun<;:ao da educac;ao ensinar a crianya a dominar seus impulsos, i550
fara com que ela desenvolva 0 supereu como diz Kaufmann:
~Quanto ao objetivo buscado, 0 essencial de nossa educacao e ensinar a crianl;:3 adominar suas pulsOes. Dar-Ihe /iberdade de segurr irrestritamente lod05 as ,eusimpulsos e impassivel. 1550 seria uma experi~ncia muito instrullva para ospsic6logos, mas as pais nao poderinm suports-Ia e as pr6prias crian~s sofreriamgraves prejui2os, que em parte ~parecerjam de imediate e, em parte, ao lango dosanos posteriores. E preciso, portanto, que a Educac;:io inibs, proiba e reprima, e aliasela tern basicamenle veJado par isso em looas as epocas.-Urna objeyao apresenta-se de imediato. Com eferlo, ~a analise nos ensinou que eprecisamente essa represstio das pulslles que trnz 0 perigo de uma doencaneur6tica. Os senhores hao de estar lembrados de que examinamos detalhadamenlecomo isso se produz. A educay:io. portanto. deve buscar seu caminho entre Cila danao-interferencia e a Caribdis da frustracao'- (KAUFMANN. 1996. p. 624)
E uma tarefa dificil proposta par Kaufmann, paiS a mesmo afirma que
para que isso ocorra a educa~o deveria achar 0 ponto certo a fim de que
possa realizar a maximo sem prejudicar 0 minima.
Po rem. e uma tarefa ardua a do professor, pois a mesmo tern que
conhecer a carater individual de cada crianc;:a. descobrir atraves de pequenas
eoisas a que se passa no seu psiquismo inacabado, dar-I he uma justa medida
de amor e ainda reservar-Ihe certa dose de autoridade necessitaria como diz
Kaufmann [ ... ] "uma s61ida formayao psicanalitica"
Essa forma~o psicanalitica e a proprio fato do professor passar par
urn proeesso de analise pessoal, pois somente assim pod era chegar mais
proximo do que e ser crianc;:a. au melhor, falando, de sua pr6pria crianga. 1550
se tornaria uma medida profilatica na atua~o do educador.
Morgado (1995) afirma que:
... 0 desenrolar da relac,;ao pedag6gica. no que lange a questao dtl auloridade,depende de como foram sendo elaboradas e superadas as relacOes originais.(MORGADO, p. 28).
Essas -refagOes originais" meneionadas par Morgado dizem respeito a
28
Para a autora, 0 professor ao S8 relacionar com seus alunos traz, de
forma inconsciente, vivencias de seus traumas infantis, par isso hanecessidade de uma reflexao pessoal em analise par parte do professor. Como
nesta cita9Ao de Freud trazida par Kaufmann:
"f: nas maos de uma educay!!o pSicanalicamente esclarecida que repousa 0 quepodemos esperar de ums profilaxia individual das neuroses." (KAUFMANN, 1996, P.625).
A leoria psicanalftica nao prev~ metodos de estudos e uma cura para
os problemas, a mesma visa fazer uma reflexao sobre os fatos para uma
melhor analise da realidade sem tanta culpa. Nesse aspecto a mesma auxilia a
educa~o, na qual vai ajudar na reflexao pessoal do educador frente a sua
profissao.
A Psicanalise nao trabalha com tecnicas educativas, mas da urn
espa~ para a reflexao pessoal do sujeito e nessa reflexao percebera suas
diferenr;as em rela~o ao Dutro e que as mesmas sao necessarias, auxiliando
nesse aspecto muito a educac;ao, principalmente as crianc;as que iniciam 0
percurso num aprendizado freqOente e sistematico.
4.4 A INFLUENCIA DO PROFESSOR NA ADAPTAC;:AO DO ALUNO NA
PRE-ESCOLA
Segundo Niskier (1997) a Lei de Oiretrizes e Bases da Educa<;ao
Nacional - LOB, a pre - escola perlence ao nivel da Educa<;ao Infantil
incorporando a Educac;ao Basica.
A educa.,ao Infantil atende crian,<,!s de zero a 06 (seis) anos de idade.
Estil dividida em Maternal a idade de zero a 03 (tres) anos e pre-escola de 04
(quatro) a 06 (seis) anos (ReNEI, 1998).
29
Segundo 0 Referencial Nacional de Educa,ao Infanlil - RCNEIIMEC
(1998), para enlender 0 aluno Pre-Escolar precisa~se reflelir primeiramenle
sabre seu conceito e sua importancia no meio social.
"A cnao(f3 como todo ser humano, e um sLJjeito 5Qcial e hist6rico e faz parte de umaorganizacAo familiar que esta insenda em uma sociedade, com uma determinadacullura, em urn detenninado momento hist6rico.~ (ReNE1, 199B, p. 21).
Par isso considera-se que ate 0 aluno chegar a escola sua educayao
deu-se primordial mente no nivel familiar que vive uma cullura propria dentro de
uma determinada sociedade.
E nesse ambiente familiar que inicia a constituicyao do aparelho
psi qui co da crian9CI atraves do seu relacionamento com a mae. E na crianya
que a familia projeta sua descendencia, ou seja, sua perspectiva diante do
futuro. Nas palavras de Lacan aD discorrer sobre a constituiyao do eu afirma
que:
~Esse ato, lange de esgatar ... - urna vez adquirido - dOl inanidade da irnagern, logorepercute, na criant;:CI, urna serie de geslos em que ela experimenta ludicamente arela~a das mavimentas ilssumidas pela imagem com seu meio renetldo, e dessecamplexo virtual com a realidade que ele reduplica, ista e, com seu pr6prio corpo ecom 8S peSSOBS, au seja, os abjel05 que estejam em suas imedilu;lles.[... [A assun~o jubi1at6ria de sua imagem especular par esse ser ainda mergulhado naimpotlmcia motom e na depend~ncia da amamenlayao que e 0 filhote do homemnesse estagio de infans parecer-nos-a pois manifestar, numa situacAo exemplar, amalriz simb6lica em que a leu) se precipila numa forma primordial, antes de seobjetivar na dialelica da identificay:io com 0 outro e anles que a linouagem thereslilua, no universal, sua funyao de sujeilo'- (19ga, p. 96-97)
Essa imagem especular dita por Lacan diz respeito primeiro a
idenlificac;ao da crian9a com a m~e para conslilui,ao da imagem do propriO
corpo. Logo ap6s na identifica9llo com a m~e a crian~ estabelecera outras
identifica¢es que acabara por exercer sua fun~o de sujeito na sociedade.
Segundo a Psicanalise, se torna importante para a familia enviar essa
crian~ a escola para se deparar com 0 conhecido e 0 desconhecido, podendo
gerar conflilos.
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No ReNEI (1998) observamos que, no ingresso a Pre-Escola, esses
conflitos geram comportamentos diferentes lais como altera9ao do apetite,
regressao a algumas fases do desenvolvimento e ate 0 adoecer.
Mas sao necessarios, na medida do passivel, asses estados serem
analisados com cautela pelos professores e pelos pais au ate mesma fazer urn
encaminhamento a urn profissional da area para identificar 0 ponto conflitante e
restabelecer na crian~ sua confianc;a para continuar 0 processo de ensine -
aprendizagem.
Para Freud (1912), tudo isso resulta na incorporag8o da lei, au seja, a
desenvolvimento de uma Qutra inst~ncia dentro do psiquismo chamado
'Superego' au 'Supereu' 0 Superego e tudo a que e incorporado durante a
processo de educagiio. Os chamados 'naos', a 'poder' e a "nao poder' fazer
determinadas coisas. E e gra<;as ao desenvolvimento do Superego que a
sociedade comet;:ou a civilizar-se.
Segundo Freud, no desenvolvimento do Superego, a crianga passa par
urn processo que inicia ao nascer, usufruindo uma determinada circunstancia.
Essa crian9a ainda n~oe talante, porem no inconsciente das ma8S existem as
suposiy6es delirantes, consideradas normais, nas quais va a crian9a como um
ser maravilhoso, esperto, inteligente, tal ante, ou seja, atribui ao tilho uma serie
de qualidades que estao relacionadas ao seu desejo.
Essa maneira da mae considerar seu filho e que vai determinar a sua
entrada no mundo do simb6lico. Conforme 0 crescimento da crian9a
aparecerao juntos a lei e 0 desejo. Na medida em que aparece a lei, que da 0
limite, a crianya deixa de ser Kgozante" para ser WdesejanteM• A posi9ao de
"gozante" e aquela que conserva a crian9a em uma posic;80, como uma planta
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que precisa somente ser regada e que e enraizada na terra. A posi~o de
"desejante" e aquela que lunda uma curiosidade lazendo com que a crian<;a
saia da posiyao Wgozante- para perseguir urn determinado saber. A 1550 foi 0
que Freud chamou de Pulsao de Saber (FREUD, 1905).
E a mae que inicia entao a entrada da criancya no mundo simb6lico,
mas a participac;:ao do pai, que e a terceira figura dessa relayao, vai romper
com a rela~o incestuosa" da mae com 0 filho. 0 pai passui a lun980 paterna
de possuidor da lei da proibi9i3o desse incesto. 0 pai laz 0 corte desta rela980
psiquica que da inicio ao individuo a entrada numa cultura de leis, pois 56 ha
cultura com a existencia de leis. A partir deste ponto desenvolve-se 0
Superego.
A educayao Pre-Escolar encara a criancya como urn ser desejante,
possuidor de uma determinada autonomia. Porem urn dos abjetivos do ensina
pre - escolar e estimular a autonomia par completo na criancya, agucyando seus
desejos, pois todo a desejo levara urna crianya a constituir urn deterrninado
saber. Esse, segundo a visao psicanalftica decorre das seguintes posi~6es:
Ao professor, guiado par seu desejo, cabe 0 esfon;:o imenso de organizar, articular,lornar l6gico seu CClmpode conhecimento e transmiti-Io a seus alunos.A cCida aluno cabe desarticular, retalhar, ingerir e diger1r aqueles elementostransmitidos pelo professor, que se engancham em seu desejo, que fazem sentidopara ele, que, pela via de transmimo unica aberta entre ele e 0 profcs.sor - a via datransrer6ncia - encontram eco nas profundezas de sua exislencia de sujeito doinconsciente. (KUPFER, 1ggS, p. gg)
Para tanto, se observa que a Psicanalise nao se pauta em conceitos
morais. Para ela 0 que esta em pauta e 0 desejo. Esse desejo envolve os
questionamentos sobre a sua origem sua "mjss~o" Deve-se levar em
considera~o que nao e apenas a familia que fare com que a crianya tenha
• Para Kaufmann (1996) 0 incesto sao manobras inconscientes dos pais que tern par efeitocriar, um la~o de proximidade fantasioso como os filhos, de modo Que n;}o importe 0 quepense, seu corpo pertence sempre aos pilis.
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[...) a partir da interar;ilo da Ctian¥C1com 0 meio, onde seus interesses, suasnecessidades e potencialidades, seu conhecimento anterior, determinam-5e emelementos fundamentais na constru~o au reconstruyao de novos conhecimenios.(1994, p. 166-167)
uma posic;ao diante do mundo, a escola tambem 0 faz. No ensina pre - escolar
segundo Angotti 0 desenvolvimento pauta-se:
Essas interac;6es acontecerao com 0 apoio do professor que e a pec;a
chave no ensino-aprendizagem. Cabera ao Pedagogo auxiliar 0 professor
nesse processo.
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5 METODOLOGIA
o presente trabalho de pesquisa uti!izou como procedimento
metodol6gico a Pesquisa Bibliografia e a Pesquisa Documental.
Segundo Gil (1996) caracteriza-se pelo desenvolvimento de material a
partir de estudos elaborados anteriormente constituidos principal mente par
livres e artigos cientlficos.
Ja para Lakatos e Marconi (1996), a pesquisa bibliografica tambem se
constitui par toda a bibliografia tomada publica em relaC;8o ao tema
pesquisado. Segundo as autores isso envolveria:
~desde de publicayOes avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,monografias, teses, material cnrtografico, etc., ate meios de comunica9aoora is: radio, grava<;oes em fita magneliCCl e audiovisuais: fi1mes e televis:io.(ana, p. 183).
Para as autores jssa tern a finalidade de fazer com que a pesquisador
entre em contato com tudo que envoi va seu tema.
Para elabora~o desse trabalho foi utilizado, dentre todas esses tipos de
fontes, a publicay6es feitas em livros.
Para analise da atual realidade, no que diz respeito a leis e propria
Educa~o Infantil no Brasil optou-se pel a Pesquisa Documental, que para
Lakatos e Marconi (1996) caracteriza-se por fontes na qual esta restrito a
analise de documentos, sando escritos ou n~o escritos.
Partindo desse pressuposto a Pesquisa Documental foi feita a partir de
Documentos Oficiais qua para os mesmos auto res constituem:
geralmente a fanle rna is fidedignOl de dados. Pod em dizer respei10 a a10sindividuais, au, ao contrluio, a10s da vida po1ilicas, de alcance municipal, esladual aunacional. (ana, p. 178).
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Portanto procurou~se com essa metodologia buscar 0 entendimento
sobre 0 lema 0 mais proximo possivel da realidade a partir de bibliografia e
livros publicados.
CONSIDERA<;:OES FINAlS
Para que a intermedia9ao entre professor, aluno e conhecimento
aconteyam de forma satisfat6ria, e necessaria levar em conta a importancia da
afetividade no processo ensino-aprendizagem. Tem~se, ai, que 0 pedagogo na
execuc;ao de sua func;ao sistematizara 0 processo ensino-aprendizagem de
forma que as alunos possam S8 tornar pesquisadores do conhecimento
historicamente construido, junta mente com 0 professor. 0 professor, par sua
vez, esla numa relac;ao direta com seu aluno, e para que seus alunos atinjam
esses objetivos e necessaria que esta relac;ao seja afetivamente motivadora.
Para que issa ocorra de forma satisfat6ria e importante que tanto 0
pedagogo quanta 0 professor aprofundem seus conhecimentos relativos aafetividade e a aprendizagem, notadamente atraves da teoria construtivista e
psicanalitica. dada a enfase que pontua a inter-relal):i3;o aprendizagem
afetividade.
o construtivismo demonstra que 0 processo ensino-aprendizagem esta
baseada na afetividade e na experiencia. E a partir da experiemcia que a
crianc;a entra em cantato com a afetividade, evidenciada pelos resultados que
Ihe tragam ;,xito, atraves das repeti<;Oes das mesmas a\Xies, pelo olhar atento,
pela necessidade de manipular objetos.
De outro lado temos a Psicanalise que se tem mostrado import ante
para entender como 0 emocional influencia na vida do ser humano. Para a
Psicanalise 0 conhecimento vai se proceder de acordo com a sexualidade, que
envolve a curiosidade. podendo ser percebida na crianya e em suas
experiEmcias de prazer e desprazer.
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Para a psicanalise as experiemdas de prazer e desprazer estao ligadas
inicialmente as relac;6es familia res, passando pelas primeiras experiencias na
escola e seguindo no decorrer da vida do sujeito.
A partir do estudo da Psicanalise e do Construtivismo pode-se
possibilitar a refiex80 do professor sabre a importAncia da afetividade no
processo ensino-aprendizagem e urn melhor entendimento da crianc;a,
desenvolvendo urn olhar mais individualizado, observando as diferenc;as
existentes em cada aluno.
Esse olhar sobre as diferen<;asdos alunos torna 0 trabalho do
professor mais rico, pais as trocas serao maiores. Ao observar essas
diferen~s 0 professor auxiliara a aluno nas suas pr6prias escolhas
desenvolvendo suas reais habilidades, somente assim 0 trabalho do professor
sera focado no aluno. Mas isso 56 podera ser possivel quando a professor
alhar para si mesma e perceber nele urn ser diferente, a psicanalise e
construtivismo podem passibilitar esta perce~o ao professor.
Este conhecimento te6rico passibilitara ao pedagogo e ao professor
desenvolver atividades sistematizadas que tambem possibilitem que a crian98
vivencie as silua96es de conflita, pois situa96es novas implicam em defrontar 0
aluno com alga desconhecido promovendo a tamada de atitudes, isso seria a
experiencia.
Oessa forma, 0 pedagago e aquele que para exercer sua fun~o deve
ter potencial de escuta para fazer uma leitura das rela,oes pedag6gicas
existentes na escoJa. Estas rela96es se pronunciam de alguma maneira. 0 que
e confirmado por Lacan (1998, p. 248-249) "toda fala pede uma resposta" e
cabera ao pedagogo uma ayao que responda a necessidade evidenciada na
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rela,ao. Como 0 Pedagogo na prEH!Scolatern por fun9tio gerir 0 processo de
ensino-aprendizagem, 0 que vai envolver a articula~o entre as pessoas, a
psicanalise poden1i dar mais contribuig6es, pois ela analisa as talas da cultur8 e
do social.
Ao Pedagogo, na pre-escola, por sua fun9tio cabe analisar a cultura, 0
social, ao trabalhar as insatisfa<;6es existentes, au seja, a escola nunca sera
perfeita e sempre estara S8 reformulando atraves da hist6ria. Cada aluno
passui uma, e podera possibilitar urn processo de 8terna construyao ao saber.
Essa constru~o do saber tambem e apoiada pelo construtivismo de
ende 0 conhecimento e dado sob a forma de espiral ascendente, ou seja, a
crianc;a aprende aquilo que nilo conhece, avanc;a, se desenvolve. Porlanto
deve-se estimular a crian98 a experimentar, a questionar a realidade, tendO-S8
que as experiencias de prazer e desprazer sao inerentes ao ser humano
devendo a professora do pre-escolar desenvolver uma rela<,;Ao positiva de
compreensao e apoio ao seu aluno.
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