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    ESTUDOS DE CLIMA URBANO COMO FERRAMENTAS PARAPLANEJAMENTO URBANO E ARQUITETURA1

    Lutz Katzschner, Dr. in Urban Climate and PlanningHead of the Departament of ClimatologyFaculty of Planning University of KasselHenschelstraBe 2, D-34127 Kassel GermanyTel. +495618042796 Fax +495618042388 E-mail: [email protected]

    RESUMO

    Estudos de clima urbano so cada vez mais usados como ferramenta para arquitetura e

    planejamento urbano. Os aspectos principais so o complexo de poluio do ar e ocomplexo de conforto trmico, ambos os quais tm de ser considerados no planejamento.Os mtodos de investigao buscam derivar classificaes espaciais de zonasclimaticamente caracterizadas, as quais conduzem a propostas de planejamento especficas.Com diferentes exemplos da Europa e da Amrica Latina o mtodo de trabalho introduzido e a combinao entre planejamento e clima urbano mostrada.

    1. INTRODUO

    As condies humano-biometeorolgicas so consideradas como mais e mais importantes

    no processo de planejamento urbano. Sendo assim, deve ser desenvolvido um critrio, deforma a avaliar as condies de clima urbano. A definio de clima urbano ideal dada

    por Mayer (Mayer, 1990) uma linha guia para determinar os atributos do clima urbano,do ponto de vista da poluio do ar, assim como do complexo trmico, os quais se definemnas condies humano-biometeorolgicas. Em muitos pases, programas de ar purodefinem os limites de concentrao da poluio do ar, os quais tm de ser respeitados.Para as condies trmicas no existem limites, tanto que as qualidades podem serdescritas atravs dos valores do complexo bioclimtico baseado no balano de calor dohomem como o PMV ou PET (VDI, 1995).

    Porm, como estes valores do rara informao sobre a situao dinmica dentro dacamada de cobertura urbana, as vezes parece mais fcil desenvolver uma descrio maisqualitativa, a qual pode ser usada por planejadores. Para planejadores urbanos as vezes difcil obter dados para concentraes de emisses ou para os valores do complexo

    bioclimtico. necessrio tambm, um mapeamento nico do clima, com toda ainformao. Assim, o clima urbano como tal tomado como uma base para uma polticade ar puro, atravs da descrio da rea de troca de massas de ar e os sistemas decirculao local existentes, que podem melhorar a qualidade do ar. Para a qualidade

    1 Artigo original intitulado Urban Climate Studies as Tools for Urban Planning and Architecture, publicadonos Anais do IV Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construdo, Salvador, FAUFBA/LACAM -ANTAC, 1997, p. 49-58. Traduo de Jos Dias de Medeiros Filho e Prof. Roseane Dias de Medeiros VidalDARQ/CT/UFRN.

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    trmica o padro da ilha de calor analisado e combinado com a freqncia de tenso decalor ou frio.

    Assim, o mtodo introduzido para avaliar as condies de clima urbano atravs de umadescrio qualitativa e um sistema de classificao baseado nos padres trmicos edinmicos de clima urbano.

    2. CLIMA URBANO E PLANEJAMENTO

    Para implementar a qualidade do ar, assim como, as condies de conforto trmico noplanejamento da cidade importante ter uma descrio do clima urbano em uma variaoespacial. Todos os dados meteorolgicos devem ser orientados para uma classificaoqualitativa de reas concretas. Os critrios foram desenvolvidos para poluio do ar,atravs de uma descrio da possvel troca de massas de ar e, para o aspecto trmico, o

    padro da ilha de calor foi descrito.Os critrios para situao de ventilao so:

    - correntes de ar para uma troca de massas de ar;- a dimenso da produo de ar frio e movimento de descida dessas massas de ar,- sistemas locais de circulao.

    Os critrios para a ilha de calor so:- o padro da ilha de calor (padro de temperatura do ar), como critrio para tenso

    frio e quente,- a variedade climtica urbana em uma faixa de 150m,

    - a variao diria da temperatura do ar.

    Esta descrio qualitativa dos atributos do clima urbano requer que sejam traduzidos osdados meteorolgicos em critrios de planejamento e combin-los tambm com osobjetivos do planejamento. Os dados meteorolgicos podem ser obtidos por medidas,aproximaes tericas ou simulaes numricas. Velocidades e padres do vento, assimcomo os valores de temperaturas do ar, umidade e radiao tm de ser expressos em umdos critrios mencionados para as condies humano-biometeorolgicas. Os objetivos

    podem ser para melhorar os sistemas de circulao local dentro da camada de coberturaurbana, tentar aumentar a ventilao para melhoria da qualidade do ar ou diminuir a ilhade calor urbana e reduzir a radiao de ondas longas para um melhoramento das condies

    trmicas. Para qualquer sistema de classificao importante ter um estudo combinadodos dados meteorolgicos em uma rea, com os dados humano-biometeorolgicos,definido como um valor complexo.

    Indo mais alm, os critrios climatolgicos tm de ser conectados com as escalas e metasde planejamento. O clima urbano e o bem estar do homem esto to intimamente ligados,que o planejamento de qualquer espao livre tem de considerar estas circunstncias. O

    planejamento do espao livre refere-se a rea externa prxima das casas, considerando oconforto trmico do homem. A tenso do calor, assim como a tenso do frio, devem serevitadas e a variao climtica deve ser melhorada de modo a ser escolhido um possvelclima urbano adequado. Novamente isto segue diretamente a definio do clima urbano

    ideal (Mayer, 1990).

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    Alguns dos importantes objetivos do planejamento, combinados com as ferramentasclimticas urbanas e os nveis de planejamento, so apresentados na figura 1. Aqui pode-se ver os mtodos combinados com as escalas meteorolgicas, as quais devem ser adotadas

    para as metas do planejamento. Esta combinao muito importante para traduzir o climaurbano em uma linguagem de planejamento, de modo a implementar os resultados doclima urbano.

    Metas deplanejamento

    ferramentas climticas urbanas escalas de planejamento

    reduo da poluio doar

    anlise do padro de circulao local,anlise das correntes de ar e zonas deventilao, localizao das zonas de

    produo de ar frio, localizao dosefeitos de barreiras causados por prdiosou usinas

    planejamento dedesenvolvimento urbano1:25.000 a 1:10.000

    desenvolvimento davida urbana

    anlise da diversidade do clima urbano,localizao das reas com tenso fria equente, extremos climticos

    planejamento de espaoslivres 1:2.000 a 1:500

    melhorias na qualidadede vida no entorno dasedificaes

    criao de condies bio-climticasmoderadas com poluio do ar reduzida;anlise das condies micro-climticas,dependendo do uso de espaos livres nasquadras; reduo da ilha calor urbana

    planejamento de espaoslivres 1:2.000 a 1:500

    Figura 1: Conexo entre os aspectos de planejamento e o clima urbano

    3. FERRAMENTAS METEOROLGICAS E PLANEJAMENTO URBANO

    3.1 Uma descrio qualitativa dos atributos do clima urbano

    Para alcanar as metas propostas, deve ser desenvolvido um mtodo de anlise do climaurbano, para descrever as caractersticas climticas urbanas em uma distribuio espacial e

    coloc-las num certo sistema de classificao. A figura 2 mostra um roteiro de trabalhopara tal investigao. O primeiro passo uma anlise geogrfica dos mapas de uso do solo,das estruturas da cidade, altura dos prdios, vegetao e sistemas de drenagem. Alm doconhecimento sobre as interaes das condies de superfcie com o ar perto do solo,

    pode-se derivar um sistema de classificao de rea potencial das condies trmicas edinmicas. Isto pode ser combinado e adotado para medidas ou dados existentes. Avalidao e correo destes mapas culmina em um padro climtico, que inclui todos osfatores de influncia em uma classe de sistema de classificao de clima urbano, de formaque cada ponto dedicado a uma certa caracterstica, a qual no apenas um valormeteorolgico, mas um resultado de uma discusso combinada. Na validao de curso ainfluncia do clima regional tem de ser considerado.

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    investigaes:anlise orogrficaanlise topogrfica

    classificaes de uso da terra

    classificao termalpotencial

    classificaodinmica potencial

    aproximao tericaincluindo um mapa climtico

    medidas de avaliao

    de dados

    validao e correoda aproximao terica

    anlise trmica emapa de avaliao

    climtica

    anlise dinmica emapa de avaliao

    climtica

    mapa do padro e estruturas climticas

    mapa final dos avisos de planejamentocom propostas climticas orientadas

    mapa das reasclimticas protegidas

    com prioridades

    mapa de reas paramelhoramentos com

    prioridades

    Figura 2: Roteiro de trabalho para investigaes do clima urbano

    Um possvel mtodo de como classificar o clima urbano demonstrado na figura 3. Aclassificao segue a qualidade do clima urbano em termos de ilha de calor e ventilao. A

    base de anlise a distribuio na rea, de diferentes tipos de uso e ocupao do solo,estruturas urbanas e situao topogrfica. Isto define claramente as condies de grau defechamento, altura e densidade das edificaes, bem como a extenso da rugosidade.Dessa forma, isto leva a uma classificao urbana em termos da intensidade da ilha decalor, correntes de ar e as condies micro-climticas. E mais, as imagens eminfravermelho so teis para conseguir as taxas de resfriamento da superfcie, que indicam

    a zona de produo de ar frio.

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    Fatores condicionantes do clima urbano

    classificao doclima urbano

    situaogeogrfica

    condies dasuperfcie

    extenso darugosidade

    (zo)

    grau defechamento

    estrutura dacidade

    Mx. da ilha decalor principalmenteem vales concreto >1,5 60% prdios altos,reasdensamenteconstrudas

    Intensidade maisbaixa da ilha decalor

    indefinido concreto,ruas comrvores

    1,5 50% reasdensamenteconstrudas

    Intensidade dailha de calor

    moderada

    limites dacidade

    indefinidos

    casas comjardins

    0,5-1 40% prdiospequenos

    Clima industrial indefinido principalmente asfalto

    1 60% edifciospblicos e deproduo

    Zonas deventilao parasistemas decirculaoregional

    reas deventilaodentro dacidade

    asfalto ouvegetao

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    Alm destes procedimentos de trabalho possvel determinar zonas de diferentesqualidades climticas para o padro trmico e dinmico. O segundo passo odesenvolvimento de uma proposta de planejamento climtico orientado com diferentescategorias, que so:

    I) reas que devem ser protegidas ou melhoradas por razes climatolgicas:

    - reas que so importantes para ventilao, reas com movimento de descida dasmassas de ar frio, sistemas de circulao local como ventos urbano-rural, reasonde o vento regional penetra na cidade, a extenso da rugosidade deve ser menorque 0,2.

    - reas que so importantes para produo de ar fresco e frio com as massas de arinfluenciando a vizinhana ou penetrando na cidade.

    II) reas que so importantes para o micro-clima urbano e as condies de confortotrmico, e para o desenvolvimento de circulaes trmicas locais induzidas como estas:

    - reas com alta porcentagem de vegetao como produo de ar fresco comentrada na cidade.

    III) reas que tm condies climticas negativas com recomendaes paramelhoramentos, tais como:

    - reas com baixa ventilao e alta poluio do ar dentro de espaos densamenteconstrudos, ou reas com ventilao reduzida devido a diferentes efeitos de

    barreira.

    - reas com uma alta intensidade de ilha de calor ou com temperaturas extremas.

    Para propostas de planejamento urbano mesmo estas trs categorias principais tm umaacuracidade de rea muito incerta, ento uma descrio mais detalhada necessria.Sendo assim, no exemplo da cidade Frankfurt/Main, uma classificao mais detalhada foidesenvolvida. Com base em uma proposta de planejamento climtico orientado foramdefinidas 8 categorias de as reas concretas (figura 4). O sistema fixou uma prioridade de

    manejamento de advertncias, que mais tarde levado a uma distribuio espacial (vejafigura 7). Neste as reas seriam divididas naquelas que deveriam ser interditadas dequalquer desenvolvimento, e naquelas onde o desenvolvimento possvel respeitando asituao climtica local.

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    rea climtica protegida; correntes de ar (I)Isto significa reas com importncia para sistemas de ventilao, que ou

    so espaos livres ou reas com efeitos de canalizao de vento. Estasreas so interditadas para construo e os espaos livres devem serprotegidos.

    1 rea climtica protegida; zona de produo de ar frio(principalmente reas usadas para agricultura) (II)Estas so as zonas dominantes de produo de ar frio com um alto efeitodinmico sobre o movimento de descida das massas de ar frio durante anoite. reas com construes interditadas.

    2 rea climtica protegida; produo de ar fresco(florestas) (I)reas florestais, que produzem ar fresco e criam um clima de tampobioclimtico. reas com produo de ar fresco e transporte para dentrodas reas urbanas pelos processos de adveno. reas com construes

    interditadas.3 rea climtica protegida; climas midos (I)reas de clima sereno sem situaes extremas. Contudo estas reas soimportantes para correntes de ar num nvel de micro e meso-escala.Entretanto eles contam para as reas climticas protegidas.

    4 rea climtica protegida; espaos livres dentro da cidade(I)reas verdes da cidade dentro de reas densamente construdas. Estasreas devem ser mantidas livres para sistemas de circulao trmicainduzido e efeitos bio-climticos positivos. Todas as reas de parque,quadras ou ptios de igrejas devem ser protegidos.

    5 Zona de tampo; zona de produo de ar frio (II)Ao contrrio da zona 1, esta zona de produo de ar frio no tem um efeito

    dinmico importante. Assim, aqui novos prdios so permitidos se ossistemas de circulao regional forem considerados. So proibidas asconstrues de novas fontes de emisso.

    6 Zona de tampo; limites da cidade (II)Existem reas verdes nos limites da cidade que so uma importanteconexo climtica entre a cidade e as cercanias. Novas construesdevem considerar os sistemas de circulao entre reas urbanas e ascercanias.

    7 rea para melhoramento; efeitos da ilha de calormenoresEstas so as reas construdas com prdios menores e algum verde entreeles. Aqui a importncia acentuada, para introduzir mais verdes nestasreas e considerar os sistemas de circulao de meso-escala e trilhas dear.

    8 rea para melhoramento; alta intensidade da ilha de calore troca reduzida de massas de ar (III)Aqui o mximo da ilha de calor ocorre com quase nenhum verde dentro darea. Ainda mais a velocidade do vento reduzida, com alta freqncia deventos calmos combinados com altas concentraes de imisso. Asemisses tm de ser reduzidas dentro da rea.

    Figura 4: Sistema de classificao do clima urbano para propostas de planejamento

    (nmeros I - III so definidos pelas trs categorias principais veja o texto).

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    3.2 Uma descrio semi-quantitativa dos atributos dos climas urbanos

    Especialmente para uma discusso detalhada do planejamento urbano necessria umadescrio mais quantitativa do clima urbano. Isto est ocorrendo principalmente naconexo com problemas de poluio do ar local e dentro do planejamento do espao livre.Aqui possvel calcular as qualidades do clima urbano, as quais so expressas emdiferentes valores e freqncias. Um procedimento de trabalho possvel apresentado nafigura 5, onde valores diferentes so propostos para discusso. Para a condio trmica osvalores de PMV, PET (VDI, 1995) ou um Weg-Zeit-Faktor (Katzschner, 1994), queconsideram as variaes do clima urbano, podem ser tomados, uma vez que seguem muitode perto a definio anteriormente mencionada de um clima urbano ideal. Para asituao de poluio do ar existem diferentes limites, que esto muito dependentes da leinacional.

    Semelhante s descries qualitativas mencionadas acima importante combinar os dadose valores meteorolgicos aos nveis de planejamento e apresent-los com uma variao notempo e no espao, pois, tanto a poluio do ar, como o conforto trmico, tem umaconsidervel amplitude diria, que deve ser considerada na utilizao dos espaos livres.

    Julgamento humano-biometeorolgicoferramentas climatolgicas e

    seus papis a nvel deplanejamento

    complexo trmico complexo de poluio

    do arapresentao em espao e

    tempo

    PMV, PETvalor-tempo-espao

    concentraes deemisses de EEC,WHO, nacionais

    avaliao com respeito sadee a definio de um clima

    urbano ideal

    meso- e micro-escala;planejamento de espao

    livre no entorno dasedificaes

    meso-escala;planejamento dedesenvolvimento

    urbano

    dados de entrada em processode planejamento urbano

    valorao e designao atravs do climatologista humano-biometeorologia

    valorao dos diferentes aspectos de planejamento,

    corpos administrativos eresultado final

    plano urbano ambiental geral

    Figura 5: Cenrio de trabalho para destinao do clima urbano em conexo com oprocesso de planejamento.

    Comparando-se duas quadras com um canyon de rua, pode-se ver como os dadosmeteorolgicos podem ser traduzidos para atributos de planejamento. Na figura 6 apresentada uma tabela, onde os dados meteorolgicos so avaliados e cruzados com um

    julgamento de planejamento qualitativo. A quadra um um espao altamente fechado com

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    predominncia de estacionamentos, enquanto a quadra 2 possui uma alta diversidade deusos. Este novamente comparado a um canyon de rua na vizinhana.Os atributos foram calculadas em termos das freqncias, os valores mdios ou os valorescomplexos e os resultados foram comparados com um possvel uso dos espaos livres.Esses valores mdios, assim como as variaes dirias e espacial dos dados, foramconsiderados e traduzidos para aspectos de planejamento, dessa forma que possvelcombinar as condies de clima urbano com estruturas da cidade.

    Na tabela 6 pode-se ver que nos valores mdios a quadra altamente fechada o lugar maisquente e tambm tem altos valores de PMV. Isto indica uma alta freqncia da tenso decalor. Tambm a taxa de resfriamento durante a noite baixa. Embora o tamanho daquadra 2 seja similar a da quadra 1, o percentual elevado de vegetao diminui atemperatura do ar e PMV. Atravs de alguns espaos entre as casas ocorre uma ventilao,o que diminui o PMV no vero. Alm disso a poluio do ar reduzida. O que foiimportante para o uso dos espaos livres foi a introduo do valor-tempo-espao, que

    uma simples diferena horizontal da temperatura do ar em um determinado momento.Assim, pode ser expressada a possibilidade de uso do espao livre num determindado dia.Com isto, uma simples comparao dos locais da cidade pode ser desenvolvido pararecomendaes de planejamento.

    4. EXEMPLOS

    Como visto desde o comeo, para qualquer uso prtico, os resultados do climaurbano tm de respeitar os diferentes nveis de planejamento. Em dois exemplos, mostrado o aspecto de unio do clima e do planejamento. Um est no nvel dedesenvolvimento urbano (plano mestre urbano) e o outro est lidando com um

    planejamento de espao livre de pequena escala em uma quadra.Na avaliao o foco est nas advertncias para o plano mestre urbano com respeitoa edifcios futuros, zonas industriais, e tambm planejamento do verde. Sendo assim aanlise qualitativa assim com a quantitativa tem de ser dirigida quele nvel de

    planejamento. Especialmente o planejamento do verde, que se constitui no maisreconhecido dficit na maioria de nossas cidades, se torna uma regra importante, uma vezque os sistemas de circulao local e as condies de conforto trmico so fortementeafetados.

    4.1. Planejamento da cidade

    Neste nvel, so feitas proposies de um zoneamento indicando os locais ondedevem ser permitidos ou interditados a construo de novos edifcios, onde as indstriasdevem ser implantadas e onde mais reas verdes devem ser introduzidas, de forma amelhorar as trilhas de ar e zonas de ventilao, assim como reduzir a ilha de calor. Comousar os resultados climatolgicos como uma base para planejamento do verde mostradono exemplo Frankfurt/Main. Atravs do mtodo de investigao mencionado acima (vejafigura 2 e 3) foi derivada uma anlise espacial da ilha de calor, produo de ar frio e zonasde ventilao. Na figura 7 o sistema de classificao sado da figura 4 levado a umadistribuio espacial, de forma que cada local da cidade seja descrito por um critrio declima urbano.

    Alm disso, na figura 7 as importantes zonas de ventilao foram mapeadas. As

    reas de drenagem e produo de ar fresco foram combinados a um plano de cinturoverde. Na figura ambos os aspectos so avaliados. A partir disto verificou-se que a

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    distribuio espacial de importantes zonas climticas cobriu as reas de cinturo verdeplanejadas. Atravs deste aspecto, poderia ser proposto um melhoramento das trilhas de arque so capazes de penetrar as reas densamente construdas. Tambm foram mapeadas eidentificadas as barreiras contra a troca de massas de ar, para que pudessem ser removidas.Verificou-se ainda que a plano de rea verde no suficientemente grande para protegertodas as trilhas de ar vindas das montanhas ao redor.

    Parmetros meteorolgicos valoresptio 1

    valoresptio 2

    valorescan-yon derua

    interpretao bioclimatolgica eadvertncias no planejamento

    1. Situao trmica expressaatravs da temperatura do aroC

    valores mdios do perodo deinvestigao

    mdia mxima

    mnimo mdio

    nmero de dias quentes> 25oC

    nmero de dias frios < 0oC

    variaes mdias dirias deabril a outubro

    variaes mdias dirias emabril

    variaes mdias dirias emoutub.

    8,1

    12,1

    4,1

    25

    71

    7,9

    9,2

    5,2

    7,3

    10,5

    3,9

    13

    69

    8,3

    10,4

    5,6

    7,8

    11,2

    4,3

    21

    70

    7,8

    9,4

    5

    possvel tempo de utilizao deespaos livres

    valores mais altos indicam maissimulaes de tenso de calor;reduo atravs da colocao devegetao

    valores baixos indicam boas taxasde resfriamento combinadas comtenso do frio

    tenso de calor

    tenso do frio

    valores altos indicam boas taxasde resfriamento noturno

    2. Descrio qualitativa da situaode ventilao atravs de medidas dopadro do vento

    fracaventi-lao

    boaventi-lao

    altabrisa dovento ealtas

    turbulncias

    alta velocidade do vento indicautilizao difcil dos espaoslivres; vento fraco com reduzidatroca de ar indica altas

    concentraes de poluio;desenvolvimentos de mais trilhasde ar.

    3 Valor de espao tempo;diferenas da temperatura do arhorizontal divididas pela rea.

    agosto

    julho

    0,2

    0,4

    0,6

    1,2

    0,9

    0,5

    valores mais altos indicam melhorutilizao de espaos livres e umasituao de ilha de calor reduzida;altos valores causam efeito emuma circulao trmica induzida

    4 Valor complexo (PMV) emagosto

    meio-dia

    a noite

    2,7

    1,4

    1,8

    0

    2,4

    0,9

    valores mais altos indicam tensode calor; reduo atravs dacolocao de reas verdes nasquadras (ptios) e canyons de rua

    Figura 6: Comparao de trs espaos na cidade de Kassel.

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    5. Planejamento de espao livre

    Na tabela da figura 6, trs diferentes estruturas de cidades foram comparadas.Agora necessrio propor recomendaes de planejamento dentro da estrutura da cidadequanto plantao de rvores, condies de superfcie ou uma discusso dos espaamentosentre as edificaes. As recomendaes de planejamento foram tomadas a partir de umconhecimento micro-climtico de uma quadra, com o objetivo de propor um plano deespao livre. Na quadra 2 sado da figura 6 medidas ainda mais detalhadas foramconduzidas de forma a se conseguir informao sobre o micro-clima. As qualidadesmicro-climatolgicas foram determinadas a partir de 23 pontos de medidas em umavariao diria das principais condies de tempo. A partir daqueles dados, diferentesdados climticos podem ser derivados dentro de um critrio de condies de confortotrmico e qualidade de ventilao. Em detalhes para todos os pontos de medidas, umvalor-tempo-espao, como definido acima, o PMV foram calculados e mapeados juntoscom a situao do vento. O resultado foi uma distribuio de diferentes zonas climticas

    em tempo e espao, e a proposta derivada de planejamento (figura 8). Especialmente avariao no tempo, que define lugares quentes de manh e noite so importantes para autilizao daquelas reas. Aqui a descrio qualitativa, mas tambm semi-quantitativa, do

    ptio foi conduzida e termina em um plano climatolgico baseado em espao livre, onde ofoco estava no aspecto humano-biometeorolgico em termos do conforto trmico evitandoa poluio do ar ao mesmo tempo, que pode ocorrer atravs da troca reduzida de massa dear.

    6. CONCLUSO

    Como um resultado final desta discusso pode-se dizer que, aquele conhecimento

    sobre clima urbano s pode ser integrado ao processo de planejamento se for fechada umacombinao entre planejamento e climatologia. Isto deve ser feito pela traduo de dadosclimatolgicos em instrumentos de planejamento urbano. Estes instrumentos so umsistema de classificao climatolgica, que implementa advertncias de planejamento.Ento para cada estrutura da cidade uma qualidade climtica orientada pode ser definida.Este padro espacial capacita planejadores a comparar diferentes estruturas da cidade nadependncia do clima urbano.

    7. BIBLIOGRAFIA

    Katzschner, L., 1994: Stadtklima und Stadtstrukturen, Hrsg. AG Luft der

    GesamthochschuleKassel, Fachbereich Stadt und Landschaftsplanung

    Mayer, H.,1990: Die humanbiometeorologische Bewertung des Stadtklimas, in: VDIBerichtUmweltmeteorologie, Bd. 15, Dsseldorf

    Katzschner, L.; Reinhold, M.; Bier,P. 1995: Klimaanalyse Frankfurt am Main, Hrsg.Umweltschutzamt der Stand Frankfurt

    Verband Deutscher Ingenieure, 1995: Methoden zur human-biometeorologischen

    Bewertung von Klima und Lufthygiene fr die Stand-und Regionalplanung, VDI Richtlinie37 87, Dsseldorf.

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