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1 Curso de Jornalismo Artigo Original O Caderno de Cidades do Correio Braziliense 30 anos depois: uma análise comparativa das fontes jornalísticas antes e depois da internet Notebook of cities of Correio Braziliense 30 years later: a comparative analysis of journalistic sources before and after the internet Otávio Augusto Pereira da Silva 1 , Heloísa da Silva Almeida², Ana Maria Fleury Seidl Pinheiro³ 1 Aluno do Curso de Jornalismo 2 Aluna do Curso de Jornalismo 3 Professora Especialista do Curso de Jornalismo Resumo Com o passar do tempo os jornais, sobretudo os impressos, sofreram modificações que vão desde a modernização do layout até a aproximação do conteúdo do público. Se antes a mídia pautava os veículos de comunicação, hoje acontece justamente o inverso. Por meio das redes sociais, surgiram líderes, personagens e pautas que ditam a tendência no jornalismo brasileiro. O objetivo deste artigo é mostrar o impacto no jornal impresso com o surgimento da internet e se algo mudou nas fontes jornalísticas consultadas pelo jornal. Para isso, foi realizada a análise técnica de conteúdo de seis cadernos de Cidades do Correio Braziliense. Três exemplares de 1985, período quando não havia internet nas redações e três unidades de 2015 nas quais a internet já se tornou ferramenta de trabalho do jornalista moderno. Os cadernos foram escolhidos de forma aleatória obedecendo apenas a regra de serem do primeiro bimestre dos anos já citados. A análise mostra que aumentou o número de fontes independentes no jornal, enquanto o índice de fontes oficiais consultadas ficou estável. Palavras-Chave: fontes jornalísticas; internet; jornalismo; Correio Brasiliense. Abstract With the passage of time the newspapers , especially the printed suffered modifications ranging from the modernization of the layout to the approach of content to the public. If before the media was ruled the media, today just happens the other way around . Through social networks , leaders emerged , characters and guidelines that dictate trend in Brazilian journalism . The purpose of this article is to show the impact on the printed newspaper with the rise of the internet and if anything has changed in journalistic sources consulted by the newspaper . For this, we performed a technical analysis of content six notebooks Cities Correio . Triplicate 1985 period where there was no internet in newsrooms in 2015 and three units where the internet has become a working tool of the modern journalist. The notebooks were chosen randomly obeying only rule being the first two months of the year already mentioned . Journalistic sources; internet ; journalism; Keywords: journalistic sources; internet; journalism; Correio Braziliense. Contato: [email protected] INTRODUÇÃO A internet está cada vez mais presente na vida dos brasileiros e faz parte de um canal de comunicação sem fronteiras e democrático que altera a forma de comunicar, antes baseada apenas em veículos tradicionais, como rádio, revista, jornal e televisão. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de internautas no país passou de 49,2%, em 2012, para 50,1%, em 2013, do total da população. As informações fazem parte da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referente a 2013. O momento atual da comunicação, chamado de era digital, considerada a maior revolução posterior à revolução industrial, remete a um verbo que é símbolo desta época, “compartilhar”. E as mídias sociais que antes eram utilizadas pelo cidadão comum em seu dia a dia passaram a ser também um dos veículos de comunicação para captação de pautas e de fontes. O email e as redes sociais como Facebook e Whatsapp são ampliadores do diálogo e da interatividade. Esse artigo realiza uma análise de conteúdo que mostra a aproximação dos meios de comunicação das fontes independentes. Tornando assim, o jornalismo mais interativo com a sociedade brasileira. Para isso foram mapeada as fontes ouvidas pelo caderno de Cidades do Correio Braziliense em três edições de 1985, quando não havia a internet nas redações brasileiras e três exemplares de 2015, quando a rede mundial de computadores já se tornou ferramenta de trabalho

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Curso de Jornalismo Artigo Original

O Caderno de Cidades do Correio Braziliense 30 anos depois: uma análise comparativa das fontes jornalísticas antes e depois da internet Notebook of cities of Correio Braziliense 30 years later: a comparative analysis of journalistic sources before and after the internet

Otávio Augusto Pereira da Silva

1, Heloísa da Silva Almeida², Ana Maria Fleury Seidl Pinheiro³

1 Aluno do Curso de Jornalismo 2 Aluna do Curso de Jornalismo 3 Professora Especialista do Curso de Jornalismo

Resumo

Com o passar do tempo os jornais, sobretudo os impressos, sofreram modificações que vão desde a modernização do layout até a aproximação do conteúdo do público. Se antes a mídia pautava os veículos de comunicação, hoje acontece justamente o inverso. Por meio das redes sociais, surgiram líderes, personagens e pautas que ditam a tendência no jornalismo brasileiro. O objetivo deste artigo é mostrar o impacto no jornal impresso com o surgimento da internet e se algo mudou nas fontes jornalísticas consultadas pelo jornal. Para isso, foi realizada a análise técnica de conteúdo de seis cadernos de Cidades do Correio Braziliense. Três exemplares de 1985, período quando não havia internet nas redações e três unidades de 2015 nas quais a internet já se tornou ferramenta de trabalho do jornalista moderno. Os cadernos foram escolhidos de forma aleatória obedecendo apenas a regra de serem do primeiro bimestre dos anos já citados. A análise mostra que aumentou o número de fontes independentes no jornal, enquanto o índice de fontes oficiais consultadas ficou estável.

Palavras-Chave: fontes jornalísticas; internet; jornalismo; Correio Brasiliense.

Abstract

With the passage of time the newspapers , especially the printed suffered modifications ranging from the modernization of the layout to the approach of content to the public. If before the media was ruled the media, today just happens the other way around . Through social networks , leaders emerged , characters and guidelines that dictate trend in Brazilian journalism . The purpose of this article is to show the impact on the printed newspaper with the rise of the internet and if anything has changed in journalistic sources consulted by the newspaper . For this, we performed a technical analysis of content six notebooks Cities Correio . Triplicate 1985 period where there was no internet in newsrooms in 2015 and three units where the internet has become a working tool of the modern journalist. The notebooks were chosen randomly obeying only rule being the first two months of the year already mentioned . Journalistic sources; internet ; journalism; Keywords: journalistic sources; internet; journalism; Correio Braziliense.

Contato: [email protected]

INTRODUÇÃO

A internet está cada vez mais presente na vida dos brasileiros e faz parte de um canal de comunicação sem fronteiras e democrático que altera a forma de comunicar, antes baseada apenas em veículos tradicionais, como rádio, revista, jornal e televisão. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de internautas no país passou de 49,2%, em 2012, para 50,1%, em 2013, do total da população. As informações fazem parte da mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referente a 2013.

O momento atual da comunicação, chamado de era digital, considerada a maior revolução posterior à revolução industrial, remete a um verbo que é símbolo desta época,

“compartilhar”. E as mídias sociais que antes eram utilizadas pelo cidadão comum em seu dia a dia passaram a ser também um dos veículos de comunicação para captação de pautas e de fontes. O email e as redes sociais como Facebook e Whatsapp são ampliadores do diálogo e da interatividade.

Esse artigo realiza uma análise de conteúdo que mostra a aproximação dos meios de comunicação das fontes independentes. Tornando assim, o jornalismo mais interativo com a sociedade brasileira.

Para isso foram mapeada as fontes ouvidas pelo caderno de Cidades do Correio Braziliense em três edições de 1985, quando não havia a internet nas redações brasileiras e três exemplares de 2015, quando a rede mundial de computadores já se tornou ferramenta de trabalho

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do jornalista moderno. A intenção é verificar o quanto o jornalismo se aproximou do público alvo, e fazer uma reflexão para identificar até que ponto as redes sociais são uma ferramenta com potencial de comunicação.

Nesse sentido, o objetivo deste artigo é avaliar se as redes sociais contribuíram para a aproximação das pessoas na divulgação de pautas e na participação de reportagens.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a análise de conteúdo e a revisão bibliográfica. Este Artigo Científico de Conclusão de Curso foi realizado a fim de alcançar cidadãos comuns, estudantes de comunicação; além de professores da área e interessados no assunto.

O foco da pesquisa foi a influência da

internet nas fontes consultadas pelo jornal. Quem pauta a mídia? A própria mídia, os governos, os empresários, os políticos, os astros, a sociedade organizada e, também, o público. Este, ou a massa, quando organizado ou unido em torno de um ideal/interesse comum, tem o poder de pautar os meios de comunicação. Veja os recentes panelaços, uma clara manifestação do público contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT. Toda a mídia noticiou ao vivo e repercutiu no dia seguinte o ato. O movimento dos caras-pintadas (contra o ex-presidente Fernando Collor em 1992) também foi espontâneo, oriundo do público jovem, e foi amplamente divulgado. O público é capaz de pautar a mídia tanto quanto os outros atores.

Para provar o ponto proposto, foi feito uma

análise de conteúdo a partir da coleta, da organização, da interpretação e da estruturação de dados reais de seis cadernos de Cidades do Correio Braziliense. Três exemplares de 1985, período quando não havia internet nas redações e três unidades de 2015 quando a internet já se tornou ferramenta de trabalho do jornalista moderno. Os cadernos foram escolhidos de forma aleatória obedecendo apenas à regra de serem do primeiro bimestre dos anos já citados, ou seja, um estudo quantitativo, mas também considerado qualitativo.

O objetivo da análise é a representação condensada da informação, para a consulta e armazenagem; o da análise de conteúdo, é a manipulação de mensagens conteúdo e expressão desse conteúdo, para evidenciar os indicadores que permitam inferir sobre uma outra realidade que não a da mensagem (BARDIN, 2004).

Fonseca (2009, p.290) divide a análise de

conteúdo em três etapas: “pré-análise, que consiste no planejamento do trabalho; a

exploração do material, ou seja, a análise propriamente dita; e por fim, o tratamento dos resultados obtidos e interpretação, quando os dados são organizados de maneira compreensível.”

A análise de conteúdo pode ser empregada em estudos exploratórios, descritivos ou explanatórios. Os pesquisadores que utilizam a análise de conteúdo são como detetives em busca de pistas que desvendem os significados aparentes ou implícitos dos signos e das narrativas jornalísticas, expondo tendências, conflitos, interesses, ambiguidades ou ideologias nos materiais examinados. (MOTTA, 2007, p. 127)

Neste artigo as fontes foram divididas em

cinco tipos para o mapeamento das reportagens, seguindo a definição de Lage (2001). São elas:

Fontes oficiais: são mantidas pelo Estado,

por instituições ligadas a ele ou por empresas e organizações. No meio jornalístico, são tidas como as mais confiáveis. Lage (2001) chama a atenção para o fato de que as fontes oficiais podem falsear a realidade para preservar interesses estratégicos e políticas duvidosas, para beneficiar grupos dominantes, por corporativismo, militância, ou em função de lutas internas pelo poder. Exemplo: Presidente do Banco do Brasil, Ministro da Educação, Governador etc.

Fontes oficiosas: são aquelas

reconhecidamente ligadas a uma entidade ou indivíduo, mas não estão autorizadas a falar em nome dela ou dele. No jornalismo, podem ser preciosas, porque evidenciam manobras escondidas pelas fontes oficiais. Exemplo: agente administrativo da Companhia de Energia Elétrica do Estado faz denúncia contra administradores.

Fontes independentes: são desvinculadas

de uma relação de poder ou interesse específico. Atualmente são conhecidas também como personagem. Exemplo: dona de casa é parada na rua para falar sobre o aumento do pão ou povo fala.

Fontes documentais: são fotos, textos,

vídeos e qualquer material que forneça informações de um período ou determinado assunto. Podem ser público ou privados. Exemplo: pesquisas, levantamentos, livros, diários, correspondências, periódicos etc.

Fontes experts (especialistas): são,

geralmente, fontes que o jornalista procura em busca de versões ou interpretações de eventos, fatos e situações. Exemplo: um neurologista fala sobre problemas de dores de cabeça, um arquiteto fala sobre problemas urbanísticos de uma cidade etc.

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Segundo a Teoria do Agendamento ou

Agenda-setting theory, no original, em inglês, uma teoria da Comunicação formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw na década de 1970. De acordo com a agenda-setting, a mídia determina a pauta para a opinião pública ao destacar determinados temas e preterir, ofuscar ou ignorar outros.

A acentuada relação positiva entre as ênfases da cobertura mediática e a importância assumida por esses assuntos para os indivíduos que compõem o público. Mais, esse princípio é formulado em termos causais: a saliência acrescida de um assunto nos media provoca o aumento da importância desse assunto na consciência das pessoas (WEAVER; McCOMBS; SPELLMAN, 2000, p. 65).

Pesquisadores da escola de Birmingham,

que fundamentaram a Teoria dos Estudos Culturais, se inspiraram na Teoria da Hegemonia, desenvolvida pelo italiano Antonio Gramsci. Segundo essa teoria, determinados povos, quando unidos em torno de um ideal comum, ou de uma cultura comum, são capazes de fazer frente ao poderio militar e econômico de nações mais fortes. Transposta para a área de comunicação, poderia se dizer que determinadas camadas da população, quando unidas em torno de um interesse comum, podem enfrentar com sucesso o poderio dos meios de comunicação.

O que os une é uma abordagem que insiste em afirmar que através da análise da cultura de uma sociedade – as formas textuais e as práticas documentadas de uma cultura – é possível reconstituir o comportamento padronizado e as constelações de ideias compartilhadas pelos homens e mulheres que produzem e consomem os textos e as práticas culturais daquela sociedade. É uma perspectiva que enfatiza a “atividade humana”, a produção ativa da cultura, ao invés de seu consumo passivo (Storey, 1997, p. 46).

A escolha desta metodologia se deu pela

mesma oferecer meios que auxiliam na discussão do tema. Este tem papel fundamental no trabalho acadêmico, pois é através da revisão que você situa seu trabalho dentro da grande área de pesquisa da qual faz parte, contextualizando-o.

Conforme Severino (2002) “[...] o papel dos

artigos científicos é fundamentalmente a comunicação dos resultados dos trabalhos de pesquisa à comunidade científica e à própria sociedade como um todo.” Tem o propósito de registrar, preservar e disseminar as informações disponibilizadas por seus artigos, obedecendo a intervalos de tempo específicos.

Neste artigo serão apresentados conceitos

de notícia, reportagem, fontes jornalísticas, referencial histórico do jornal Correio Braziliense

e a análise das fontes utilizadas por este periódico.

O INÍCIO

Em nossa história, aprende-se que o Brasil é um país repleto de peculiaridades. Nossa Independência foi declarada pelo filho do imperador português. Enquanto o resto do continente era republicano, passamos a maior parte do século XIX sob uma Monarquia. Por essas razões, não é espantoso o fato de que o primeiro jornal brasileiro tivesse sido publicado em Londres.

Segundo Martins (2008), “O Correio Braziliense surgiu em 1808. Oposicionista e crítico, o periódico era feito na Inglaterra, mas discutia os problemas da Colônia e atravessava o oceano Atlântico para circular por aqui”.

Com a chegada da Corte, a vida da colônia mudou radicalmente tornando-se sede da monarquia portuguesa. Além da abertura dos portos e a fundação do Banco do Brasil, houve a criação da Impressão Régia, responsável, a médio prazo, pela impressão dos vários periódicos em terras brasileiras.

Somente em São Paulo foram registrados cerca de 1.500 títulos no fim do século XIX. Em geral, jornais simples, com duas páginas, eles foram ganhando simpatia da população letrada (MARTINS e LUIZA, 2008).

Porém, três meses após o começo das publicações do Correio Braziliense, em Londres, foi fundada, em 10 de setembro de 1808, a Gazeta do Rio de Janeiro. O primeiro jornal impresso no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em máquinas da Imprensa Régia. Seu lançamento marcou o início da imprensa no país. Bahia (1990), afirma que “A administração colonial portuguesa impede a tipografia e o jornalismo até a chegada de D. João VI”, o que teria causado o atraso.

Segundo Bahia no começo o periódico era semanal, publicado aos sábados. Despois, a Gazeta torna-se bissemanal: às quartas e sábados. Por fim, o jornal era publicado às terças, quintas e sábados. As publicações consistiam, basicamente, de comunicados do governo, também eram publicados informes sobre política internacional.

A Gazeta não é um jornal de pauta variada, de seções e comentários, como o Correio Braziliense. Seu perfil é de um órgão criado para informar sobre a vida administrativa e a movimentação social do Reino e que, por ser o único aqui editado, absorve a história de forma

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documental: editais, pequenos anúncios, leilões, perdidos e achados, atos de governo. Às vezes registra por via indireta um escândalo, como o rapto de D. Eugênio Costa pela Chalaça (BAHIA, 1990).

Bahia afirma ainda que “Limitada às conveniências da administração, a Gazeta do Rio de Janeiro reflete, como pode, a sociedade da época. Desde as restrições à liberdade até à definição de regras culturais, comerciais e industriais que resultam de mudanças geradas na economia em geral e na produção agrícola ou mercantil”.

O autor destaca que nas páginas da Gazeta e de outros jornais que com o tempo vão surgindo, começam a aparecer anúncios que não se limitam à compra e venda de escravos.

Em 29 de dezembro de 1821, passou a ser denominada simplesmente de Gazeta do Rio. Com a independência, a Gazeta deixou de circular tendo a sua última edição em Dezembro de 1822. Diário Fluminense, de Pedro I, e o Diário do Governo, de Pedro II, o substituíram como órgãos oficiais de imprensa.

Já em Londres, o perseguido político e fundador do Correio Braziliense ou Armazém Literário, Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, sonha em estar no Brasil.

Sabe Hipólito que de nenhum lugar sob domínio português será viável o Correio. Assim, é Londres a opção; daqui ele pode defender a liberdade em Portugal e no Brasil. A capital inglesa é o centro da resistência a Napoleão e para ela convergem os interesses da política mundial. Nela Hipólito é observador privilegiado (BAHIA,1990, p. 23).

Antes de ser preso e de fugir para Inglaterra, Hipólito da Costa esteve em Londres, em 1802, por delegação de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, ministro da Fazenda e presidente do Tesouro Público. Sua missão era adquirir livros, máquinas e material tipográfico para a Imprensa Régia de Portugal, da qual era diretor.

No final de julho desse ano regressa a Lisboa e três ou quatro dias depois é preso em sua casa, por ordem do intendente-geral de polícia, Diogo Inácio de Pina Manique, acusado de disseminar a maçonaria, que era condenada pela igreja. Passou três anos nos cárceres da Inquisição. Em 1805, fugiu da prisão com a ajuda de amigos maçons, estabelecendo-se na Inglaterra, onde se tornou amigo do príncipe herdeiro, o Duque de Sussex, filho do rei inglês Jorge III.

Para Bahia (1990), “O Correio associa à natureza de jornal brasileiro o caráter de um veículo de referência internacional. Igualmente nisso é pioneiro. Sua artilharia dispara contra a violência da polícia política, os atos discricionários

da administração colonial e a conspiração dos poderosos para reduzir ao silêncio as ideias liberais e democráticas”.

A diferença entre o Correio e a Gazeta não é somente as datas. O Brasil visto pela Gazeta “deveria ser considerado como o paraíso terrestre, onde nunca se tinha expressado nenhum queixume”. O Correio, ao contrário, questiona essa falsa realidade.

O CORREIO BRAZILIENSE

A marca Correio Braziliense simboliza o início da imprensa escrita no Brasil, há 200 anos, quando o primeiro jornal brasileiro, editado em Londres por Hipólito José da Costa, era trazido de navio para cá. Circulou no Brasil e em Portugal entre 1808 e 1822.

No século XX, a marca foi resgatada por Assis Chateaubriand e relançada na data de inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. Hoje, o Correio Braziliense é o jornal de maior circulação do Centro-Oeste e o mais influente do Distrito Federal e do Entorno.

É um jornal diário, editado no formato standard, formado por vários cadernos e suplemento, além de algumas publicações especiais.

No início dos anos 2000, o Caderno de Cidades foi totalmente reformulado para entregar a melhor informação aos leitores, traz cobertura completa não só do que é noticia nas cidades e no DF, mas também em todo o entorno. Destaque para política, economia local e assuntos de interesse das comunidades, com muito serviço e participação do leitor.

A INTERNET

Para Ferrari (2012), a internet foi concebida em 1969, quando a Agência de Pesquisas e Projetos Avançados (ARPA), uma organização do Departamento de Defesa norte-americano, focada na pesquisa de informações para o serviço militar, criou o Arpanet.

Uma rede nacional de computadores que servia para garantir comunicação emergencial, caso os Estados Unidos fossem atacados por outro país – principalmente a União Soviética.

Depois de inúmeros testes de conexão entre estados distantes, a Agência de Comunicações e Defesa, ganhou, em 1975, o controle da Arpanet. A missão da agência era facilitar a comunicação com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O foco era o serviço de informação militar. Novas redes começaram a surgir, como a Bitnet (Because It’s Time Network) e a CSNET (Computer Science Network – Rede de Ciência da Computação), que passaram a oferecer acesso para outras universidades e

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organizações de pesquisa dentro do país” (FERRARI,, 2012, p. 15).

A autora afirma que no final dos anos 80, muitos computadores já estavam conectados. Mas, principalmente, computadores acadêmicos instalados em laboratórios e centros de pesquisa. “A internet não tinha essa face didática e amigável de hoje em dia. Era uma interface simples e muito parecida com os menus dos BBS”. Ferrari destaca que enquanto o número de universidades e investimentos aumentavam em progressão geométrica, tanto na capacidade dos hardwares, como dos softwares usados nas grandes redes de computadores, outro núcleo de pesquisadores criavam, silenciosamente, a World Wide Web (Rede de Abrangência Mundial), que era baseada em hipertextos e sistemas de recursos para a internet.

Em 1980, Tim Berners-Lee, o inventor da World Wide Web (WWW), escreveu o Enquire, programa que organizava informações, inclusive as que continham links. Trabalhou durante anos na criação de uma versão demo¹ do programa e somente em 1989 propôs a WWW (FERRARI, 2012, p. 16).

Em 1992, Lee foi convidado pelo designer e pesquisador Jean François Groff, para ser o primeiro aluno do projeto InfoDesign, que implementou significativas inovações de design, arquitetura e protocolos. Para Ferrari, Groff teve importante contribuição na versão original da WWW. O designer também trabalhou para a nova configuração gráfica que a internet estava adquirindo.

No mesmo ano, o Grupo de Desenvolvimento de Softwares (Software Development Group) do Centro Nacional de Aplicações para Supercomputadores (National Center for Supercomputer Applications – NCSA), criou o College. Um grupo que reunia experts para explorar as possibilidades da nova World Wide Web. Marc Andreesen, membro do grupo, criou o Mosaic. O primeiro browser pré-Netscape. Ferrari afirma que em 1993, era a interface essencial para o ambiente gráfico por ser estável, fácil de instalar e trabalhar com imagens simples em formato gráfico bitmap.

Segundo Ferrari, os sites tinham quase sempre fundo cinza, imagens pequenas e poucos links, mas, para os visionários, como Lee e Andreessen, vivíamos o inicio da internet que conhecemos hoje. O crescimento da WWW foi rápido e não parou até hoje.

A autora afirma que em 1996 já existiam 56 milhões de usuários no mundo. E, no mesmo ano, cerca de 95 bilhões de mensagens eletrônicas foram enviadas nos Estados Unidos, em comparação a 83 bilhões de cartas convencionais postadas nos correios.

Para dar uma dimensão do crescimento da internet, o número de computadores conectados ao redor do mundo pulou de 1,7 milhão em 1993 para vinte milhões em 1997 (FERRARI, 2012, p.17).

A REDE NO BRASIL

Nos Estados Unidos, o surgimento dos portais decorreu da evolução dos sites de busca. No Brasil, diferentemente, os sites de conteúdo nasceram dentro das diversas empresas jornalísticas. Destes, alguns não tinham a concepção de portal e evoluíram posteriormente para o modelo. Ferrari destaca que o primeiro site jornalístico brasileiro foi o do Jornal do Brasil, criado em maio de 1995, seguido pela versão eletrônica do jornal O Globo. Logo em seguida, na mesma época, a Agência

1 Estado colocou na

internet sua página com notícias do Grupo Estado.

Para entender o surgimento dos portais brasileiros na segunda metade da década de 90, é necessário olhar um pouco a história da imprensa brasileira, composta por grandes conglomerados de mídia, na maioria oriundos de empresas familiares. Esses mesmos grupos detêm, também, a liderança entre os portais – e para isso são informalmente chamados de barões da internet brasileira (FERRARI, 2012, p. 27).

Depois de todos os altos e baixos da Era Vargas, e após a Segunda Guerra Mundial, começam a surgir no país os conglomerados na imprensa brasileira. As empresas tradicionais como Organizações Globo, Grupo Estado e Editora Abril são considerados, pela autora, como os maiores conglomerados de mídia do país, tanto em audiência quanto em receita com publicidade.

Foram eles que deram os primeiros passos na internet brasileira, seguidos pelo boom mercadológico de 1999 e 2000, quando todas as atenções se voltaram à Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotation), a bolsa de valores da Nova Economia (FERRARI, 2012, p. 28).

O JORNAL E A INTERNET

O modelo tradicional de jornalismo anda abalado pelo desenvolvimento da interne, que mudou a maneira como nos informamos. O jornalista do século XXI tem que ser multimídia, ou seja, deve dominar as tecnologias e estar permanentemente atualizado. Com tanta informação cada vez mais disponível na internet, é importante se atentar que é recomendável ser

1¹ Uma versão de demonstração ou demo é qualquer material

promocional, fração de um produto maior, lançado com a intenção de dar a oportunidade de o produto ser avaliado por possíveis clientes.

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feito um filtro. Talvez este seja o ponto que ainda mantêm a credibilidade do jornal impresso.

O leitor acredita que a notícia chega até ele de forma filtrada, e não compilada. Esta é uma ideia fixada há anos pelo hábito herdado das gerações passadas. Como na internet há espaço para motivações de notícias desvirtuadas, este filtro acaba ficando vulnerável e estendido ao entendimento, ao julgamento de cada um que as recebem. Para isto, existem várias ferramentas disponíveis para que os usuários consultem e tirem dúvidas com mais de uma fonte para ter certeza da informação.

Borges (2001) afirma que o Jornal do Brasil inaugurou, em 1995, uma homepage na internet. A página, que hoje seria considerada rudimentar, era produzida por apenas três profissionais e trazia algumas poucas notícias publicadas na edição do dia do jornal impresso. Porém, um ano após a primeira publicação, o JB Online começou a publicar todo o conteúdo do jornal, além de fórum de discussões que explorava o potencial de interatividade do meio.

Entre as inovações trazidas pelo webjornalismo, a principal foi a publicação de notícias em tempo real (NTR): noticias breves, notas extremamente factuais, que procuram dar conta de um fato no menor tempo possível entre a ocorrência e sua publicação (BORGES, 2009, p. 31).

O autor explica que as NTRs são publicadas em locais específicos no webjornal e são veiculadas à medida que os fatos acontecem ao longo do dia. Por conta disso, o conteúdo é alterado e atualizado constantemente. “A sensação ilusória de cobertura em tempo real que os webjornais pretendem oculta as relações de produção da notícia e o processo de elaboração da informação”.

Para Prado (2011), a última edição em papel do Jornal do Brasil, JB, como é conhecido, foi em 31 de agosto de 2010, após isso, o JB só manteve, até os dias atuais, sua versão digital. Atualmente, os webjornais pertencentes a empresas detentoras de jornais impressos reproduzem, diariamente, o conteúdo dessas versões na internet.

Prado afirma que o acesso aos portais cresce em 50% desde 1995, e que 80% das redações no mundo usavam a rede como fonte. Em 1995, o UOL lança o Brasil On-line, primeiro portal verdadeiramente em tempo real. A autora afirma ainda, que depois do lançamento do site da revista Isto É, as demais revistas digitais seguem a onda da segmentação on-line.

Para Prado, é em 2000 que o jornalismo on-line brasileiro ganha impulso. Nesse ano, são lançados o iG e o Último Segundo, e a Veja

publica suas notícias on-line. O fato de prover acesso gratuito fez o sucesso do iG. Sua logotipo inicialmente vermelha, mudou para o azul, no final de 2001, para marcar sua “saída do vermelho”.

“O portal iG abriga o noticiário Último Segundo, carro-chefe dos canais, cuja proposta, na época, de redação exclusiva para a internet foi então considerada ousada, pois todos os grandes noticiários on-line concorrentes vieram vinculados a veículos tradicionais”.

Em 2004, o iG foi adquirido pelo grupo Telecom, e fundido em 2006 aos portais iBest e BrTurbo. De acordo com a autora, em 2001 já haviam 500 milhões de computadores e 400 milhões de internautas.

Lançamentos de redes sociais e portais

2001 – É o ano de lançamento da Wikipedia;

2002 – É o ano do Messenger, dos blogs e fotologs;

2003 – A Mozilla Foundation lança o Firefox;

2003 – No mesmo ano são lançados o Skype e o iTunes;

2003- Surge o MySpace e, apartir dele, as demais redes sociais;

2004 – Os sites de relacionamentos Orkut e Facebook são criados.

Prado (2011) afirma que em 2005 as estatísticas apontam o número de um bilhão de internautas. O Brasil lidera em Messengers, e-mail residencial e tempo on-line. Também é em 2005 que Steve Chen e Chad Hurley criam o YouTube. Também é neste ano que a CBS transmite seu jornal noturno on-line e na TV simultaneamente. O Twitter, por sua vez, é a rede social mais nova, lançada em 2006.

JORNALISMO MULTIMÍDIA

Com o avanço tecnológico e a expansão da internet, surge uma nova maneira de trabalhar a notícia com todos os recursos audiovisuais. Para Prado, a multimídia é o elemento fundamental da era do webjornalismo. “Jamais poderíamos imaginar que em um único espaço teríamos a possibilidade de ler, assistir e ouvir o que se passa no mundo de forma tão convergente” (PRADO, 2011, p. 125).

A autora afirma ainda que, com tanta interatividade que os webjornais possuem, ler jornais apenas no papel está perdendo a graça.

Para Prado (2011), o webjornalismo mudou também a forma de receber conteúdo. Uma vez

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que os internautas conseguem customizar suas páginas, colocando em destaque apenas aquilo que lhes interessa "Trata-se de jornalismo personalizado: só se consome o que se quer". Para ela, a abundância de informações a cada segundo pode fazer que algo que teria relevância para o leitor, passe despercebido em meio ao turbilhão de informações.

Para Ferrari (2012), a web trouxe para o jornalismo a oportunidade de se reinventar, oferecendo aos jornalistas novas formas de produção e elaboração das matérias jornalísticas. Essa transformação acontece, sobretudo, em virtude dos elementos que a diferenciam como instrumento de informação, sendo um dos principais deles a convergência midiática.

Ainda segundo a autora, os elementos que formam o conteúdo on-line vão muito além daqueles utilizados, tradicionalmente, na cobertura impressa como as fotos, textos e gráficos. No jornalismo multimídia é possível adicionar, por exemplo, sequências de vídeo, áudio e ilustrações animadas.

Até mesmo o texto deixou de ser definitivo - um e-mail com comentários sobre determinada matéria pode trazer novas informações ou um novo ponto de vista, tornando-se, assim, parte da cobertura jornalística (FERRARI, 2012, p. 39).

Para Ferrari (2012), acessar um conteúdo

não é necessariamente a leitura de uma notícia, uma vez que engloba textos que trafegam pelas comunidades em redes sociais, fóruns, resenhas de livros e colunas.

O conteúdo não está apenas na área de notícias dos portais, mas sim espalhado em blogs, sites de relacionamento, redes sócias de música, entre outros (FERRARI, 2012, p. 40).

A ESTRUTURA DO JORNAL

NOTÍCIA

Ao comprar um jornal, abrir uma revista ou assistir a um telejornal, o que as pessoas procuram são notícias. Manter-se informado é tarefa de primeira obrigatoriedade nos dias de hoje. Do latim “notitia”, notícia é um fato antes desconhecido. Em outras palavras, a notícia consiste em mostrar ou transmitir algo novo, uma novidade. Essa é a matéria-prima do jornal. Fatos políticos, sociais, econômicos, culturais, naturais e outros podem ser notícias se afetarem várias pessoas. Geralmente, a notícia tem conotação excepcional, anormal ou de grande impacto social, como acidentes, tragédias, guerras, desastres naturais etc.

São critérios elementares para definir a importância de uma notícia:

Ineditismo: a notícia inédita é mais importante do que a já publicada. Improbabilidade: a notícia menos provável é mais importante do que a esperada. Interesse: quanto mais pessoas possam ter sua vida afetada pela notícia, mais importante ela é. Apelo: quanto maior a curiosidade que a notícia possa despertar, mais importante ela é. Empatia: quanto mais pessoas puderem se identificar com o personagem e a situação da notícia, mais importante ela é (Manual de Produção da Folha, 1991).

Notícias têm valor jornalístico apenas quando acabaram de acontecer, ou quando não foram noticiadas previamente por nenhum veículo, exceto quando são frias, aquelas que não tem data predefinida.

Toda a informação da comunicação social, seja impressa, radiofônica ou televisiva, obedece a critérios de seleção e de destaque. Há notícias que são dadas, outras que são omitidas; há umas a que se dá destaque a outras não. É o interesse público que define a informação, que seleciona o que é notícia e a destaca, que uniformiza de algum modo o conteúdo informativo dos diferentes órgãos de comunicação. Ora por mais amplo que seja o sentido de interesse público, por mais vulnerável que seja a interesses particulares, ela tem uma faceta formativa. A informação representa sempre uma integração dos receptores de informação na vida política, social, econômica e cultural da sociedade a que pertencem (RODRIGUES apud TRAQUINA, 1993, p. 2).

A REPORTAGEM

As notícias chegam às pessoas através da reportagem, o produto fundamental da atividade jornalística. Reportagem (do italiano reportagio) é um conteúdo de caráter informativo. A reportagem é o relato de um acontecimento importante, feito pelo jornalista que tenha estado no local em que o fato ocorreu, ou tenha apurado as informações relativas a ele. “Ela deve conter a descrição do fato a mais exata e objetiva possível, o relato das versões de todas as partes envolvidas no fato e, se possível, a opinião de especialistas” (Manual de Produção da Folha, 1991.)

Com várias estruturas, a reportagem permite diversos tipos de narrativas, desde que a veracidade do relato não seja comprometida. “A estrutura tradicional do texto noticioso é o da pirâmide invertida, composta pela organização hierárquica das informações referentes aos elementos básicos da narrativa, arrumação essa liderada pelo lead (liderar, em português). As sondagens, pesquisas e as entrevistas, por exemplo, são elementos auxiliares que ajudam a explicar os acontecimentos” (LAGE, 2006).

Antes de tudo, o repórter deve procurar se informar sobre o assunto que vai cobrir. No local, deve observar e registrar detalhes do ambiente e dos personagens e ter especial atenção ao anotar números e nomes. A qualidade do texto final depende

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em larga medida do rigor na apuração dos fatos e da elaboração de um roteiro que divida os temas e os encadeie ao longo do texto. (Manual de Produção da Folha, 1991.)

Para a construção e consolidação de um texto claro, coerente e coeso é necessário que o jornalista ouça os vários lados da história a ser contada. Isso significa que o profissional deve consultar diversas fontes envolvidas no fato.

Tudo o que possa ser notícia merece ser investigado. Em maior ou menor grau, toda reportagem implica trabalho de investigação. Em vez de simplesmente colecionar declarações, o repórter deve usar todos os recursos a seu alcance para revelar aspectos pouco conhecidos do assunto em pauta (Manual de Produção da Folha, 1991.)

Testemunhas, especialistas, levantamentos/pesquisas e dados disponibilizados pelo governo ou entidades são exemplos de fontes a serem procuradas pelo jornalista durante o processo de apuração da reportagem.

FONTES JORNALÍSTICAS

As fontes contribuem na apuração da notícia. Muitas vezes também produzem e oferecem conteúdos jornalísticos. Sua origem está associada à mitologia romana, fonte, Deus das nascentes, filho do Deus Jano e de Juturna, ninfeta das águas e mananciais. Do latim, “fonte: nascente de água”. A palavra está relacionada a vários significados e figuras de linguagem. Refere-se “aquilo que origina ou produz”.

No jornalismo a fonte produz a notícia, segundo o autor Aldo Antônio Schmitz. “A maioria das informações jornalísticas partem de organizações ou personagens que testemunham ou participam de eventos e fatos de interesse coletivo ...

Fontes de notícias são pessoas, organizações, grupos sociais ou referências; envolvidas direta ou indiretamente a fatos e eventos; que agem de forma proativa, ativa, passiva ou reativa; sendo confiáveis, fidedignas ou duvidosas; de quem os jornalistas obtêm informações de modo explícito ou confidencial para transmitir ao público, por meio de uma mídia (SCHMITZ, 2011, p. 9).

O contato entre a fonte e o jornalista é inerente ao fazer noticioso. Os jornalistas atuais certamente acham impossível trabalhar sem recorrer a uma fonte de informação. Porém, no chamado “primeiro jornalismo” (1789 até a metade do século XIX) não havia a figura da fonte como a que conhecemos hoje. Ela é uma consequência do ideal da objetividade, fruto da inovação tecnológica e dos jornais como empresas capitalistas - características do período conhecido como “segundo jornalismo” (Dicionário da Comunicação, 2009). A fonte passa a condicionar a existência da notícia.

Essa operação de apagamento e de impessoalidade assumida simultaneamente materializa a objetividade e a fonte como auxiliar direta do jornalista, que o ajuda a entender, descrever e apresentar uma “visão verdadeira” dos acontecimentos da “realidade” que o jornalista não pôde ver, pois não estava ali, ou que, mesmo tendo estado presente não poderia trazer à luz com o seu depoimento direto porque necessita manter sua posição de “neutralidade” discursiva (Dicionário da Comunicação, p. 143).

Cultivar fontes é fundamental para o jornalista. Esse relacionamento resulta em uma rede de informações (Sociologia do Jornalismo, 2006). Mas para Phillip Elliott, a notícia é procurada pelo jornalista.

As notícias são produzidas por jornalistas que cultivam rondas regulares, fontes de informação reconhecidas que têm o seu próprio interesse em tornar a informação disponível. (ELLIOT apud TRAQUINA, 2001, p.105)

Nelson Traquina (2001) destaca que para avaliar a confiabilidade de uma informação, o jornalista utiliza três critérios: a autoridade, a produtividade e a credibilidade da fonte. A autoridade da fonte está ligada à posição que ela ocupa na sociedade; quanto maior o prestígio, maior a confiança recebida. A produtividade está relacionada à qualidade e à quantidade de materiais e informações que as fontes oficiais estão aptas a oferecer. Esse aspecto facilita sobremaneira a vida do jornalista, que não precisa recorrer a um grande número de fontes. A credibilidade é outro aspecto que pesa na escolha da fonte. Quanto mais confiável ela for, menor a necessidade de checagem posterior da informação. Se uma fonte forneceu informações verdadeiras em uma ocasião, é grande a possibilidade de isso voltar a acontecer. A relação de confiança entre fonte e jornalista se constrói ao longo do tempo. Porém, se o informante errar, são grandes as chances de as portas se fecharem.

TIPOS DE FONTES

Classificar as fontes é tarefa imprescindível para o jornalista que preza por uma reportagem bem apurada. Estar seguro da confiabilidade destas é fundamental. Segundo o Manual de Produção da Folha de São Paulo, “cabe ao profissional, apoiado em critérios de bom senso, determinar o grau de confiabilidade de suas fontes e que uso fazer das informações que lhe passam” (Manual de Produção da Folha, 1991).

Lage (2006) define fonte. Para ele, o primeiro passo para entendê-la melhor é delimitar sua importância no jornalismo. Ele divide as fontes em oficiais, oficiosas, documentais, independentes e personagens.

Fontes oficiais são mantidas pelo Estado; por instituições que preservam algum poder de Estado,

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como juntas comerciais e os cartórios de ofício; e por empresas e organizações, como sindicatos, associações, fundações etc. Fontes oficiosas são aquelas que, reconhecidamente ligadas a uma entidade ou indivíduo, não estão, porém, autorizadas a falar em nome dela ou dele, o que significa que o que disserem poderá ser desmentido. Fontes independentes são aquelas desvinculadas de uma relação de poder ou interesse específico em cada caso (Lage, 2001, p.63).

Em uma segunda classificação, o autor as separa em fontes primárias e secundárias.

Fontes primárias são aquelas em que o jornalista se baseia para colher o essencial de uma matéria; fornecem fatos, versões e números. Fontes secundárias são consultadas para a preparação de uma pauta ou a construção das premissas genéricas ou contextos ambientais. (Lage, 2001, p.65)

Já Mário Erbolato (2006) classifica as fontes em dois grandes grupos: as fixas e as fora de rotina. “Fixas são aquelas às quais se recorre para o noticiário de todos os dias [...] Fora de rotina são as fontes procuradas excepcionalmente, quando o esclarecimento de um fato o exige” (Erbolato, 2006, p. 183).

Para o autor fonte é qualquer pessoa que fornece informações ao jornalista. São elas:

diretas, indiretas e adicionais. Segundo ele, as diretas são pessoas ou documentos envolvidos diretamente com o fato. As indiretas são pessoas ou documentos que sabem de um fato, mas não estão diretamente envolvidas com ele. Para conceituar as adicionais, Erbolato usa a definição de Octavio Bonfim, no livro “A Apuração da Notícia”, de 1969, as fontes adicionais são aquelas que fornecem informações complementares ou ampliam a dimensão da notícia.

Entre elas, citam-se os livros de referência, enciclopédias, almanaques, atlas e relatórios. Na mesma classificação são incluídas as pessoas, de qualquer forma ligados a acontecimentos atuais (BONFIM apud ERBOLATO, 2001, p. 184).

RESULTADOS

O jornal mais próximo do leitor

Os resultados a seguir foram gerados a partir de análise de conteúdo tendo como referência três edições do jornal Correio Braziliense de 1985 e três de 2015, selecionados como objeto de estudo deste trabalho.

Tabela 1: Mapeamento do número de reportagens

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

Tabela 2: Mapeamento do número de fontes

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

Edição Nº de matérias

17/1/2015 9

29/1/2015 12

3/2/2015 14

Total 35

Edição Nº de matérias

2/1/1985 15

3/1/1985 20

1/2/1985 29

Total 64

Edição Nº de fontes

17/1/2015 38

29/1/2015 64

3/2/2015 51

Total 153

Edição Nº de fontes

2/1/1985 30

3/1/1985 37

1/2/1985 39

Total 106

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Tabela 3: Mapeamento do número de fontes oficiais

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

Tabela 4: Mapeamento do número de fontes oficiosas

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

Tabela 5: Mapeamento do número de fontes independentes

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

Edição Nº de fontes oficiais

17/1/2015 19

29/1/2015 25

3/2/2015 19

Total 63

Edição Nº de fontes oficiais

2/1/1985 11

3/1/1985 17

1/2/1985 20

Total 48

Edição Nº de fontes oficiosas

17/1/2015 1

29/1/2015 3

3/2/2015 3

Total 7

Edição Nº de fontes oficiosas

2/1/1985 5

3/1/1985 9

1/2/1985 8

Total 22

Edição Nº de fontes independentes

17/1/2015 14

29/1/2015 23

3/2/2015 25

Total 62

Edição Nº de fontes independentes

2/1/1985 9

3/1/1985 7

1/2/1985 7

Total 23

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Tabela 6: Mapeamento do número de fontes documentais

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

Tabela 7: Mapeamento do número de fontes especialistas

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

A participação das fontes independentes

cresceu 169% em 30 anos. Isso mostra que os cidadãos estão cada vez mais próximos das reportagens. Antes aquilo que era a janela do mundo, agora é apenas uma extensão de pensamentos, ideologia e vivência. Em contrapartida, o número de fontes oficiais se manteve estável nessas três décadas, caiu de 45% na participação na produção do jornal em 1985, para 41% em 2105.

Isso mostra que cada vez mais o jornal está

mais próximo do cidadão que das notícias oriundas das canetas do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. A tendência é confirmada pela interatividade entre jornal e leitores.

Contudo, o número de reportagens

publicadas em cada edição caiu 45%, passando de 64 matérias publicadas nos exemplares de 1985 para 35 em 2015.

A participação das fontes oficiosas sofreu

severa queda. Se em 1985 elas tinham 21% de participação, hoje, representam apenas 5%.

Se por um lado a quantidade de

reportagens caiu, por outro, o número de fontes aumentou 44%. Hoje são 153 fontes consultadas ante 106.

Na análise executada neste trabalho o

maior aumento percentual foi de fontes experts, ou especialistas. O índice cresceu inacreditáveis 600%. Passou de um especialista ouvido nas edições analisadas da década de 80 para sete para os dias atuais.

Apesar do jornal Correio Braziliense ter se

aproximado do seu público, isso não significa que a qualidade das matérias tenham caído. Basta

Edição Nº de fontes documentais

17/1/2015 3

29/1/2015 7

3/2/2015 4

Total 14

Edição Nº de fontes documentais

2/1/1985 5

3/1/1985 4

1/2/1985 3

Total 12

Edição Nº de fontes especialistas

17/1/2015 1

29/1/2015 6

3/2/2015 -

Total 7

Edição Nº de fontes especialistas

2/1/1985 -

3/1/1985 -

1/2/1985 1

Total 1

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ponderar que o número de fontes oficiais se manteve estável, de especialistas teve um aumento significativo e que o número de fontes independentes, foco deste artigo, cresceu sensivelmente. Desse modo, o jornal está mais próximo do leitor, mas sem perder seu caráter informativo.

Hoje, o Correio Braziliense é líder absoluto

no Distrito Federal e o jornal de maior influência no Centro-Oeste. São 683 mil leitores semanais, cer-ca de 55 mil exemplares vendidos diariamente. O Correio representa 84% da circulação total de jornais na capital federal. De cada 10 leitores, sete

preferem o Correio, de acordo com dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC). Entre os leitores, 53% são homens e 47% mulhe-res.

Gráfico 1: Porcentagem das fontes do Correio Braziliense 1985

Note que na época 45% das fontes do jornal eram oficiais e apenas 22% independentes.

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

Gráfico 2: Porcentagem das fontes do Correio Braziliense 2015

Após três décadas as fontes oficiais e independentes estão equilibradas com 41% e 40% respectivamente.

Fonte: Otávio Augusto Silva e Heloísa Almeida (2015)

45%

21%

22%

11% 1%

Composição do jornal 1985

Fontes oficiais

Fontes oficiosas

Fontes independentes

Fontes documentais

Fontes especialistas

41%

5%

40%

9% 5%

Composição do jornal 2015

Fontes oficiais

Fontes oficiosas

Fontes independentes

Fontes documentais

Fontes especialistas

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CONCLUSÃO

Este artigo surgiu da intenção de avaliar a

aproximação do jornal Correio Braziliense do público na produção e execução de pautas. A opção por esse tema foi motivada pela possibilidade de estudar a evolução da mídia digital e incorporação deste novo segmento junto ao tradicional jornal impresso.

Este novo modelo de fazer jornalismo é

opção com potencial de crescimento no mercado de trabalho para profissionais da área de comunicação, em especial os jornalistas.

Para se tornar acessível o Correio

Braziliense teve que se aliar às novas tecnologias. Antes as notícias chegavam por meio de um produtor, um apurador, um editor e das anotações de um repórter. Hoje, elas ganham notoriedade mais rapidamente. As informações chegam por email ou por uma mensagem de whatsapp, métodos inovadores para um veículo tradicional de comunicação.

Sem dúvida, as mídias sociais contribuem

na divulgação das notícias. Os elementos aqui avaliados mostram que é evidente a colaboração das redes sociais na construção de cada edição do jornal.

Muita coisa mudou, sobretudo as fontes

consultadas pelo jornal. Por exemplo, o índice de fontes independentes ouvidas pelo Correio Braziliense aumentou em 30 anos 169% enquanto o número de fontes oficiais permaneceu praticamente estável. Cresceu apenas 31%, abaixo da média.

Os dados levantados reforçam o quanto a

internet ganhou espaço na produção do periódico. Além disso, percebe-se uma participação ativa do internauta tanto para concordar como para criticar as reportagens. Esse tipo de posicionamento é um elemento que reforça a questão da transparência e aumenta a credibilidade.

O posicionamento é válido não só para o

Correio Braziliense como para outros veículos que ainda não avançaram nessa direção. Mas é necessário trabalhar com profissionalismo no que diz respeito à gestão de conteúdo e à interatividade. Não se pode utilizar a internet apenas com publicação de informações superficiais e instantâneas. De todo modo, o avanço digital é válido e favorece a contribuição da sociedade com tendência para crescer cada

vez mais na participação da construção das notícias.

AGRADECIMENTOS

Essa foi uma longa caminhada.

Encontramos as mais diversas intempéries a cada passo. Não há definição que explique a sensação de concluir essa fase. Sem sombra de dúvidas, os professores desempenharam um papel durante essa graduação fundamental: lapidar as habilidades para que tornássemos profissionais competentes. Sobretudo, a prática foi essencial para entender o que realmente é comunicar. Isso vai bem além de contar histórias em um jornal ou programa de TV.

Com cada uma das pessoas que passaram pela gente aprendemos algo. Até mesmo o que não devemos ser. Agradeço aos mestres que foram pacientes ao lidarem com o ímpeto de jovens estudantes que nada sabiam. Ensinar talvez seja a virtude mais valiosa de um ser humano e para desempenhá-la é preciso ser generoso. Por isso, deixo um carinhoso abraço a minha orientadora, professora e jornalista Ana Seidl, que durante toda essa jornada foi mais que uma professora.

Para chegar até aqui e escrever cada um desses parágrafos foi preciso muita fé. A cada stress um motivo para continuar. Tirar forças de onde já não enxergamos possibilidades. E claro, poder contar com o apoio incondicional da família, sobretudo dos meus pais. Os amigos também foram fundamentais neste período. Agradeço a minha parceira Heloísa Almeida pela paciência. Espero que esse seja apenas mais um dos nossos projetos em comum.

Parto agora para um desafio diferente, porém já conhecido. Mas não temo os caminhos que o destino me reserva. Pois com autenticidade e alegria é possível ultrapassar quaisquer obstáculos. Nem que a estratégia seja a água: que desvia, contorna e quando não há opções, confronta.

Por fim deixo um pensamento da ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher. “Vigie seus pensamentos, pois eles se tornam palavras. Vigie suas palavras, pois elas se tornam ações. Cuidado com suas ações, porque elas se tornam hábitos. Cuidado com seus hábitos, por que eles formam seu caráter. Vigie seu caráter, pois ele será o seu destino. O que pensamos nos tornamos."

Muito obrigado, Otávio Augusto Silva.

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Eu, Heloísa da Silva Almeida, gostaria de agradecer primeiramente a Deus, que sempre me manteve de cabeça erguida e com muita coragem para enfrentar todas as adversidades até chegar aqui no final do curso de jornalismo.

Em segundo lugar, gostaria de agradecer meu saudoso pai, João Bosco Adelino de Almeida, que foi e sempre será minha grande inspiração, não só no jornalismo, mas na vida. Gostaria de agradecer ainda, a minha mãe, Maria Cristina da Silva, por todo amor e apoio que sempre me deu.

Aos meus irmãos, Kelly Crisitine da Silva Almeida, pela inspiração e companheirismo que sempre tive em casa, e Guilherme da Silva Almeida, por todo amor e pureza que sempre me transmitiu. Ao meu amado namorado, William Rodrigues da Silva Sousa, agradeço pelo cuidado, carinho e paciência de sempre. Ao meu parceiro, de trabalho e vida, Otávio Augusto, meus mais sinceros agradecimentos por toda nossa reciprocidade e irmandade que chegaram até aqui, mas que vão muito além.

Agradeço ainda, todos os professores que

estiveram juntos comigo ao longo da graduação. Em especial a professora Ana Seidl, pela paciência, ajuda e compreensão que teve conosco ao longo desse semestre. Agradeço também, aos meus padrinhos que apoiaram e jamais desistiram de mim, sempre prontos a me ajudar em qualquer dificuldade: Zuleide da Silva, Marcos e Salete.

Muito obrigada, Heloísa Almeida.

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REFERÊNCIAS

1 - BAHIA, Juarez. Jornal, História e Técnica: História da Imprensa Brasileira. 4. ed. São Paulo: Ática, 1990.

445 p.

2 - BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa, Edições 70, 2004.

3 - BORGES, Juliano. Webjornalismo: política e jornalismo em tempo real. Rio de Janeiro: Apicuri, 2009.

4 - ERBOLATO, Mário L. Técnicas de Codificação em Jornalismo. 5ª Ed. São Paulo, Ática, 2006.

5 - FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2012.

6 - LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 6ª ed. Rio de Janeiro,

Record, 2006.

7 - Manual de Produção da Folha de São Paulo, disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_producao_i.htm>. Acesso em 28 de março de 2015)

8 - Manual de Produção da Folha de São Paulo, disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_producao_r.htm> Acesso em 29 de março de 2015)

9 - Manual de Produção da Folha de São Paulo, disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_producao_c.htm>. Acesso em 29 de março de 2015.

10 - MARCONDES FILHO, Ciro. Dicionário da Comunicação. São Paulo, Paulus, 2009.

11 - MARTINS, Ana Luiza, e LUCA, Tania Regina de. (orgs.). História da imprensa no Brasil. São Paulo:

Contexto, 2008, 304 p.

12 - NEVEU, Érik. Sociologia do Jornalismo. São Paulo, Edições Loyola, 2006.

13 - PRADO, Magaly. Webjornalismo. Rio de Janeiro: Ltc, 2011.

14 - RODRIGUES, Adriano Duarte "O acontecimento". In TRAQUINA, Nelson, Org., Jornalismo: Questões,

Teorias e 'Estórias', Lx: Vega, 1993.

15 - SEVERINO AJ. Metodologia do trabalho científico. 22ª ed. São Paulo, Cortez; 2002.

16 - SCHMITZ, Aldo Antônio. Fontes de notícias: ações e estratégias das fontes no jornalismo. Florianópolis,

Combook, 2011.

17 - SODRÉ, Nelson Werneck. História da Imprensa no Brasil. São Paulo: Mauad, 1994.

18 - STOREY, John (org.) 1996: What is Cultural Studies? A Reader, London:Arnold.

19 - TRAQUINA, Nelson. O estudo do jornalismo no século XX. São Leopoldo, Unisinos, 2001.

20 - WEAVER, David H.; McCOMBS, Maxwell; SPELLMAN, Charles. Watergate e os media. In: TRAQUINA,

Nelson. O poder do jornalismo: análise e textos da teoria do agendamento. Coimbra: Minerva, 2000.

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ANEXOS

Fac-símile de reportagem publicada em 2 de janeiro de 1985

17

Fac-símile de reportagem publicada na página 12 em 2 de janeiro de 1985

18

Fac-símile de reportagem publicada em 3 de janeiro de 1985

19

Fac-símile de reportagem publicada na página 22 da edição de 3 de janeiro de 1985

20

Fac-símile de parte da página 13 da edição de 1º de fevereiro de 1985

21

Fac-símile da página 14 da edição de 1º de fevereiro de 1985

22

Fac-símile da página 15 da edição de 1º de fevereiro de 1985

23

Reprodução da página 19 da edição de 17 de janeiro de 2015

24

Reprodução da página 23 da edição de 17 de janeiro de 2015

25

Reprodução da página 23 da edição de 29 de janeiro de 2015

26

Reprodução da página 17 da edição de 3 de fevereiro de 2015

27

Reprodução da página 20 da edição de 3 de fevereiro de 2015