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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA DE TRÊS MÉTODOS DE BACILOSCOPIA DE ESCARRO PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA TUBERCULOSE PULMONAR PATRÍCIA ENEDINA DE LIMA QUINCÓ MANAUS 2012

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL MESTRADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA DE TRÊS MÉTODOS DE BACILOSCOPIA DE

ESCARRO PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA TUBERCULOSE

PULMONAR

PATRÍCIA ENEDINA DE LIMA QUINCÓ

MANAUS

2012

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PATRÍCIA ENEDINA DE LIMA QUINCÓ

AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA DE TRÊS MÉTODOS DE BACILOSCOPIA DE

ESCARRO PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA TUBERCULOSE

PULMONAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em Convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, para

obtenção do grau de Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Cordeiro dos Santos

Co-orientadora: Profª Dra. Samira Bührer-Sékula

MANAUS 2012

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Ficha Catalográfica

Q7a Quincó, Patrícia Enedina de Lima. Avaliação da acurácia de três métodos de baciloscopia de

escarro para diagnóstico laboratorial da tuberculose pulmonar /. -- Manaus : Universidade do Estado do Amazonas, Fundação de Medicina Tropical, 2012.

ix: 110 f. : il.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas – UEA/FMT, 2012. Orientador: Profº. Dr. Marcelo Cordeiro dos Santos. Co-orientadora: Prof.ª Dra. Samira Bührer-Sékula

1.Baciloscopia. 2.Centrifugação 3.Filtração I. Título.

CDU: 614.4

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Maria Eliana N. Silva - UEA

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RESUMO

A Tuberculose (TB) uma doença curável, ainda é um dos principais problemas de saúde pública. A baciloscopia direta de escarro é ferramenta de diagnóstico fundamental principalmente onde testes mais sensíveis não estão disponíveis. A sensibilidade da baciloscopia direta fica em torno de 50%, decrescendo em suspeitos de TB infectados pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). O objetivo do estudo foi avaliar acurácia de três métodos de baciloscopia para o diagnóstico laboratorial da TB pulmonar. Comparamos a acurácia dos métodos baciloscópicos (baciloscopia com e sem tratamento do escarro com NALC seguido por centrifugação, baciloscopia em Membranas de Filtração de Policarbonato - MFP) com a cultura em meio Ogawa Kudoh como padrão ouro. Os escarros foram obtidos de 508 suspeitos de tuberculose pulmonar, atendidos na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado e Policlínica Cardoso Fontes. Maioria HIV positivos. Comparando com a cultura o MFP foi o método de baciloscopia mais sensível. Em pacientes infectados pelo HIV a sensibilidade do MFP foi significativamente maior que após centrifugação do escarro tratado com NALC e sem NALC (61,9%, 47,6% e 45,2% p=0,001) respectivamente. Em pacientes não infectados pelo HIV o método MFP foi significativamente maior que com e sem NALC (81,8%, 63,6% e 57,5%, p=0,001). Nos dois grupos de estudo, HIV infectados ou não, não houve diferenças significativas entre as especificidades dos três métodos estudados. O incremento oferecido pela segunda amostra de escarro foi de 13%, 11% e 4% nas baciloscopias após centrifugação com e sem NALC e em MFP, respectivamente. A concordância entre as baciloscopias e a cultura foi boa (k>0.6<0.8), mas em HIV infectados foi regular (k>0.4<0.6). Análise microscópica de escarro tratado com NALC, comparado com sem NALC não aumentou a sensibilidade da baciloscopia. De modo geral a sensibilidade do MFP foi superior em comparação com os outros dois métodos estudados, sem perda de especificidade. Palavras-chaves: Baciloscopia. Centrifugação. Filtração.

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ABSTRACT

Tuberculosis (TB), a curable disease, still a major public health problem. Bacilloscopy test is yet important awaiting the development of more sensitive tests. The sensitivity of bacilloscopy test is around 50%, decreasing in suspected TB patient co-infected with HIV (Human Immunodeficiency). The objective of the study was to evaluate, the accuracy of three methods of sputum bacilloscopy for the diagnosis laboratorial of lung TB. We compared the accuracy of sputum baciloscopy methods (Sputa treated or untreated with NALC; Sputa filtered on Polycarbonate Membrane Filtration) to the culture in Ogawa-Kudoh medium as the gold standard method. The sputa were obtained from 508 patients with suspected pulmonary TB attending in Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado and Policlinica Cardoso Fontes. Most of the patients were HIV positive. Compared with gold standard culture, the MFP was the microscopy method more sensitive. In TB-HIV infected patients, sensitivity for MFP was significantly higher than after centrifugation of sputa treated with and without NALC (61.9%. 45.6% and 45.2%; p = 0.001) respectively. Similarly, in TB patients without HIV, the MFP smear sensitivity was significantly higher (81.8%, 63.6% and 57.5%; p = 0.001) respectively. In both study group, TB patients with or without HIV, no significant differences between the specificities of the three methods were observed. Handling of the second sputum sample similarly by centrifugation with or without NALC and MFP showed an increase of positivity by 13%, 11% and 4% respectively. The correlation between bacilloscopy and culture was good (k>0.6<0.8), but in TB-HIV infected was moderate (k>0.4<0.6). Microscopy evalution of sputum treated with NALC compared to sputum without NALC did not show any increase sensitivity. Altogether, the sensitivity of the MFP method is higher compared to the others studied without loss of specificity.

Keywords: Bacilloscopy. Centrifugation. Filtration.

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AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Marcelo Cordeiro dos Santos meu orientador, aos pacientes do estudo,

aos professores do programa pelo conhecimento passado durante as disciplinas. Ao

professor Marcus Vinícius G. Lacerda pela contribuição no estudo, pelos ótimos

conselhos, e por estar sempre disposto a discutir ciência, a professora Maria Paula

Gomes Mourão pelas sugestões apresentadas na aula de qualificação e pelas

palavras de incentivo.

Agradeço a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, a

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado Amazonas – FAPEAM pelo

financiamento, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(CNPQ), ao Instituto de Ciência Tecnologia em Tuberculose (INCT-TB). Aos

funcionários e aos alunos do Programa de Iniciação Científica - PAIC da Gerência de

Bacteriologia da FMT-HVD. Ao apoio, carinho e incentivo da professora Rossiclea

Lins Montes.

A Dra. Irineide Antunes diretora da Policlínica Cardoso Fontes e a Dra.

Marluce Garrido coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose do

Amazonas. Agradeço, aos pesquisadores Reynaldo Dietze e Moisés Palaci do

Núcleo de Doença Infecciosas da Universidade Federal do Espírito Santo.

Ao amigo Walber Brandão pela grande contribuição nos testes laboratoriais e

pelo apoio incondicional. Ao amigo Diego Rayan por ter me incentivado a não

desistir. A amiga Helena Coelho por ter estado presente nos momentos de alegria e

aflições durantes as disciplinas e por compartilhar seus conhecimentos.

Ao Dr. Tomàs Maria Pérez Porcuna pelo grande apoio, incentivo, por acreditar

no meu trabalho e pelos sábios conselhos sobre ciência e sobre a vida. A Dra.

Samira Bührer pelo árduo trabalho nesta dissertação e por mostra-se presente no

momento mais difícil desta trajetória. A minha mãe e amiga Esmeralda Ribeiro pela

compreensão, palavras de conforto e por ter estado sempre ao meu lado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa mundial com distribuição do número estimado de casos incidentes de tuberculose em 2010...............................

2

Figura 2: Distribuição da taxa de Incidência de tuberculose por unidades federais no Brasil em 2011.......................................

3

Figura 3: Imagem do Mycobacterium tuberculosis visualizado no microscópio eletrônico.............................................................

5

Figura 4: Ilustração do granuloma...........................................................

8

Figura 5: Imagem da aplicação do teste tuberculínico............................

10

Figura 6: Fluxograma da Técnica de execução do Quantiferon-TB e TSPOT.....................................................................................

11

Figura 7: Imagem do escarro com presença de BAAR..........................

12

Figura 8: Imagem do meio de cultura Ogawa Kudoh (OK) com colônias de Mycobacterium tuberculosis.................................

15

Figura 9: Imagem da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado...................................................................................

20

Figura 10: Fluxograma da metodologia dos testes realizados no estudo

23

Figura 11: Fluxograma do processamento do escarro ...........................

26

Figura 12: Imagem do suporte de filtros usado na filtração do escarro....

27

Figura 13: Imagem com a sequência da montagem do pré- filtro e do suporte de filtros.......................................................................

27

Figura 14: Imagem da montagem do sistema de filtração........................

28

Figura 15: Imagem com representação da coloração de membranas......

29

Figura 16: Fluxograma dos procedimentos laboratoriais.........................

30

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LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E UNIDADES DE MEDIDA

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

(Acquired Immunodeficiency Syndrome)

AMTD Teste Amplificado Direto (Amplifield Direct Test)

APC Célula Apresentadora de antígeno

a.C antes de Cristo

BAAR Bacilos Álcool-Ácidos Resistentes

BCG Bacilo Calmette-Guérin

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CFP 10 Cols. º C

(Cultura Filtrada de Proteína) Colaboradores Graus Celsius

DP Desvios Padrão

ELISA Ensaio Imuno-Enzimático (Enzyme Linked Immunosorbent Assay)

FMT-HVD Fundação de Medicina Dr. Heitor Vieira Dourado

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana (Human Immunodeficiency Vírus)

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IFN- Interferon-Gamma

IGRA Ensaio de Liberação de Interferon Gamma (Interferon Gamma Release Assay)

LAM Lipoarabinomanana

LJ Löwenstein Jensen

MFP MGIT

Membrana de Filtração de Policarbonato Tubo Indicador de Crescimento Micobacteriano

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MODS mL

Detecção e Susceptibilidade por Observação Microscópica (Microscopic-Observation Drug Susceptibility Mililitro

M. tuberculosis

Mycobacterium tuberculosis

mm Milímetros

mmHg Milímetros de Mercúrio

µm Micromilímetros

μL Microlitros

NALC- NaOH N-acetil-L-cisteína com Hidróxido de Sódio

NaOH Hidróxido de Sódio

NaOCl Hipoclorito de Sódio

OMS Organização Mundial de Saúde

OK Ogawa Kudoh

PCR Reação em Cadeia da Polimerase

(Polymerase Chain Reaction) PPD Derivado Protéico Purificado

(Purified Protein Derivative)

TAAN TB

Teste de Amplificação de Ácidos Nucléico Tuberculose

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UT Unidade Tuberculínica

UFC Unidade Formadora de Colônias

x g Força Centrífuga

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 1

1.1 Situação Epidemiológica da Tuberculose (TB).......................... 1

1.1.1 TB - Situação Mundial................................................................ 1

1.1.2 TB - Situação no Brasil............................................................... 2

1.1.3 TB - Situação no Amazonas....................................................... 3

1.2 O Complexo Mycobacterium tuberculosis.................................. 4

1.3 Características Gerais do Mycobacterium tuberculosis............. 5

1.4 Transmissão e Patogenia........................................................... 6

1.5 Instrumentos Diagnósticos para a Tuberculose Pulmonar......... 8

1.5.1 Teste Tuberculínico.................................................................... 9

1.5.2 Ensaios de liberação de Interferon – Gamma........................... 10

1.5.3 Baciloscopia............................................................................... 12

1.5.4 Cultivo de Micobactérias............................................................ 14

1.5.5 Testes Baseados na Amplificação de Ácido nucléico................ 16

2. OBJETIVOS............................................................................... 19

2.1 Geral.......................................................................................... 19

2.2 Específicos........................................................................... 19

3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................... 20

3.1 Tipo do Estudo........................................................................... 20

3.2 Local do Estudo.......................................................................... 20

3.3 Tipo da amostra......................................................................... 21

3.4 Critérios de Elegibilidade............................................................ 21

3.5 Critérios de Inclusão................................................................... 21

3.6 Critérios de Exclusão á Posteriori............................................. 22

3.7 Coleta dos Dados....................................................................... 22

3.8 Coleta das Amostras de Escarro................................................ 22

3.9 Procedimentos Laboratoriais...................................................... 23

3.9.1 Baciloscopia após Centrifugação sem NALC ........................... 23

3.9.2 Cultura........................................................................................ 24

3.9.3 Digestão e Descontaminação do Escarro.................................. 25

3.9.4 Baciloscopia Concentrada por Centrifugação com NALC ......... 25

3.9.5 Baciloscopia em MFP................................................................. 26

3.9.5.1 Processamento do Escarro........................................................ 26

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3.9.5.2 Montagem do Sistema de Filtros................................................ 26

3.9.5.3 Filtração dos Escarros Processados.......................................... 28

3.10 Leitura Cega dos Resultados..................................................... 31

3.11 Análise Estatística...................................................................... 31

3.12 Aspectos Éticos do Estudo......................................................... 32

4. RESULTADOS........................................................................... 33

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................... 49

6. ANEXOS.................................................................................... 59

ANEXO A – Ficha de Registro do Participante........................ 60

ANEXO B – Ficha de Registro da Baciloscopia........................ 62

ANEXO C – Ficha para Leitura da Baciloscopia....................... 65

ANEXO D – Parecer do CEP da FMT-HVD.............................. 67

ANEXO E – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...... 69

ANEXO F – Procedimento Operacional Padrão – POP............. 74

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1. INTRODUÇÃO

A tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa com evolução crônica

tendo como agente etiológico a bactéria denominada Mycobacterium tuberculosis

comumente chamado de bacilo de Koch, isolado e identificado pelo cientista

alemão Robert Koch em 1882 (1). A TB é uma das mais antigas doenças

transmissíveis do mundo que ainda acomete a humanidade, uma das primeiras

evidências da doença foi observada em Tebas (Egito) em 44 múmias bem

preservadas que datam de 3.700 a 1.000 a.C. (2).

A TB permanece como um problema de saúde pública, apesar de ser uma

doença totalmente curável (2). O diagnóstico ainda é um dos maiores problemas

referentes à doença, as ferramentas de diagnóstico disponíveis são insuficientes

para o diagnóstico da doença. As ferramentas com baixo custo são poucos

sensíveis, especialmente para detectar a doença em crianças e pacientes

infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e as que possuem

elevada sensibilidade são demoradas ou possuem elevado custo para serem

amplamente utilizadas em laboratórios de saúde pública de países com recursos

limitados (3,4).

1.1 Situação Epidemiológica da Tuberculose (TB)

1.1.1 TB - Situação Mundial

O Mycobacterium tuberculosis é considerado um patógeno humano bem

adaptado e de sucesso, devido sua capacidade de penetração dentro dos tecidos

do hospedeiro (5) e segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde

(OMS) mais de dois bilhões de pessoas têm teste cutâneo positivo para a

infecção sendo que uma em cada 10 pessoas infectadas ficará doente no

decorrer da sua vida (6).

Em 2010 ocorreram 12 milhões de casos prevalentes e 8,8 milhões de

casos incidentes de TB (Figura 1). A maior parte dos casos incidentes ocorreu na

Ásia (59%) e África (26%) e as menores proporções ocorreram no Leste da

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Região do Mediterrâneo (7%), na Região Europeia (5%) e na Região das

Américas (3%) (7). Os cinco países com os maiores números de casos incidentes

foram a Índia (2,0 – 2,5 milhões), China (0,9 – 1,2 milhões), África do Sul (0,40 –

0,59 milhões), Indonésia (0,37 – 0,54 milhões) e o Paquistão (0,33 – 0,48

milhões). No mesmo ano ocorreram cerca de 1,4 milhões de óbitos, sendo que

destes 1,1 milhões ocorreram entre os casos de TB que eram HIV negativo e 350

mil óbitos ocorreram entre os casos que eram HIV positivo (7).

Figura 1: Mapa mundial com a distribuição dos casos incidentes de TB em 2010.

Fonte: http://www.who.int/tb/publications/global_report/en/

1.1.2 TB - Situação no Brasil

O Brasil é o 17º país dentre os 22 países responsáveis por 82% do total de

casos de TB no mundo. A TB no Brasil é a 4ª causa de morte por doenças

infecciosas e a 1ª causa de mortes de pacientes com Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Em 2011 foram notificados 70 mil casos

novos, apresentando uma taxa de incidência de 36,0 por cada 100 mil habitantes

(Figura 2) (8).

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Em 2011 os estados do Amazonas e Rio de Janeiro apresentaram as

maiores taxas de incidência do país, enquanto Goiás (13,6) e Distrito Federal

(11,1) apresentaram as menores (Figura 2). Em 2010 a taxa de mortalidade no

Brasil foi de 2,4 óbitos para cada grupo de 100.000 habitantes. Os estados do Rio

de Janeiro (5,6) e de Pernambuco (4,0) apresentaram as maiores taxa de

mortalidade do país, enquanto Goiás (0,8) e Distrito Federal (0,5) apresentaram

as menores (8,9).

Figura 2: Distribuição da taxa de incidência de TB por unidades federais no Brasil em

2011.

Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/apresentacaodiamundial.pdf

1.1.3 TB - Situação no Amazonas

O estado do Amazonas apresentou a maior taxa de incidência do país em

2011(9). No mesmo ano no Amazonas ocorreram 2.216 casos novos de TB,

sendo o segundo estado com o maior número de casos novos entre os estados

da Região Norte (10). A taxa de mortalidade no Amazonas em 2010 foi de 3,2

óbitos por cada grupo de 100 mil habitantes, apresentando dentre os estados da

região norte a maior taxa de mortalidade (11).

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A capital do estado do Amazonas Manaus foi a 4ª capital com a maior taxa

de incidência do país em 2011 (8). Manaus concentra 50% da população do

estado e 68% dos casos notificados sendo estes distribuídos de forma desigual

nos bairros, observando-se uma alta concentração de casos positivos em bairros

deficientes dos aparatos urbanísticos e preferencialmente com Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos (13,12).

1.2 O Complexo Mycobacterium tuberculosis

As micobactérias pertencem à ordem dos Actinomycetales, família das

Mycobacteriaceae e ao gênero Mycobacterium. As espécies do complexo

Mycobacterium tuberculosis (M. bovis, M. bovis BCG, M. africanum, M.microti, M.

caprae, M. pinnipedii, M. canetti e M. tuberculosis), pertencem ao gênero

Mycobacterium, apresentam características genotípicas restritas apenas ao

complexo e diferenças fenotípicas, de patogenicidade e epidemiológicas (14,15).

O M. bovis causa TB em vários mamíferos, incluindo bovinos e seres

humanos, foi uma das principais causas da TB humana antes da pasteurização

do leite. O M. bovis - BCG é um derivado atenuado do M. bovis sendo utilizado

na vacina Bacilo Calmette-Guérin (BCG) (16). Anteriormente denominado de M.

tuberculosis Muris, o M. microti é um patógeno de ratazanas e raramente causa

doença em humanos (17). Isolado de leões marinhos e focas, o M. pinnipedii

também é patogênico em coelhos e possivelmente em gados (18).

O M. caprae foi isolado de caprinos e não está restrito somente a este

hospedeiro por ter sido também isolado de gado, javali e suínos, sua ocorrência

foi relatada na França, Áustria e Alemanha (19). Descrito pela primeira vez por

George Canetti em 1969 o M. canetti foi isolado de um paciente nascido na

Somália (20,21). O M. africanum é associado à TB em humanos na África, onde

provoca mais casos que o M. tuberculosis que é o principal responsável pela TB

em seres humanos (22).

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1.3 Características Gerais do Mycobacterium tuberculosis

O M. tuberculosis é um bacilo delgado ligeiramente encurvado, medindo

1,0 a 4,0 µm de comprimento e 0,3 a 0,6 µm de diâmetro (Figura 3). É um

microorganismo intracelular facultativo, sem flagelos, aeróbio estrito, apresenta

como principal característica o crescimento lento de colónias esbranquiçadas

com aspecto rugoso em meio de cultura sólido, duplicando sua população em 18

a 48 horas dependendo da oferta de nutrientes e oxigênio (15,23).

Figura 3: Imagem do M. tuberculosis visualizado no microscópio eletrônico. Fonte: http://njms.umdnj.edu/departments/medicine/divisions/infectious_disease

A parede celular micobacteriana possui alto teor de lipídeos que consiste

em ácidos graxos de cadeias longas, com 60 a 90 átomos de carbono

denominados ácidos micólicos (24). A notável capacidade de sobrevivência do M.

tuberculosis no hospedeiro infectado está relacionada à presença dos ácidos

micólicos na parede celular, evidenciado pelo fato das drogas isoniazida e

etionamida ao inibirem a biossíntese dos ácidos micólicos resulta em lise celular

(24, 25).

Outra propriedade relacionada aos ácidos micólicos é a resistência à

descoloração com álcool ácido. A parede celular micobacteriana retém o corante

fucsina e uma vez corada, resiste à descoloração, por isso o M. tuberculosis é

designado de Bacilo Álcool Ácido Resistente (BAAR) (23,26). Na parede celular

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das micobactérias os ácidos micólicos estão ligados covalentemente ao

arabinogalactana, que se liga ao peptideoglicano (27).

A arabinogalactana é uma macromolécula estrutural que funciona como

um andaime molecular ligando o peptideoglicano aos ácidos micólicos, formando

uma alta impermeabilidade e camadas hidrofóbicas em torno da célula (28). O

trealose 6,6-dimicolato é um glicolipídeo da parede micobacteriana conhecido

como fator corda, sendo um componente essencial da parede micobacteriana

que permite a sobrevivência da micobactéria dentro das células hospedeiras, por

produzir a formação de granuloma pulmonar in vivo (29,30).

O lipoarabinomanana (LAM) é um componente da parede celular do

Mycobacterium tuberculosis que está envolvido na inibição da maturação do

fagossoma. A inativação de genes envolvidos na biossíntese de LAM pode levar

a cepas atenuadas de M. tuberculosis podendo ser útil para o desenvolvimento

de novas vacinas (31,32).

1.4 Transmissão e Patogenia

A transmissão do M. tuberculosis ocorre de pessoa para pessoa, através

do ar, por núcleo de gotículas, partículas de 1-5 mm de diâmetros que contém 1 a

2 bacilos no seu interior, eliminadas pela tosse, espirro e fala de pessoas com

doença tuberculosa (33,34). Quatro fatores influenciam na probabilidade de

transmissão do M. tuberculosis: 1) o número de bacilos que estão sendo

expelidos no ar; 2) concentração de bacilos no ar por volume de espaço e grau

de ventilação; 3) a duração do tempo que a pessoa exposta respira o ar

contaminado e 4) estado imunológico do indivíduo exposto (33).

A infecção do hospedeiro pelo M. tuberculosis é iniciada após inalação de

gotículas contendo bacilos e pode ter três desfechos: 1) controle na porta de

entrada graças à imunidade inata, e apesar do indivíduo ser exposto não

apresenta nenhuma evidência imunodiagnóstica da infecção; 2) infecção latente

e 3) doença ativa (34-36).

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O bacilo é completamente eliminado em apenas 10% das pessoas, nos

90% o organismo controla, mas não elimina o patógeno, isso é chamado de

infecção latente (37). Dos indivíduos com infecção latente, apenas um pequeno

número (5%) irá desenvolver a doença ativa ao longo de sua vida. O restante dos

infectados permanece livre de desenvolver a doença, a menos que haja

diminuição da eficiência da resposta imunológica, seja por certas doenças

associadas à imunossupressão, ou uso de drogas imunossupressoras (37,38).

O M. tuberculosis evoluiu para evitar a sua destruição por mecanismos da

imunidade inata e adaptativa (39). O local inicial da infecção é geralmente o

pulmão, onde o bacilo é fagocitado por células apresentadoras de antígenos

(APCs), como os macrófagos alveolares e células dendríticas. Este processo

pode destruir apenas alguns bacilos, outros sobrevivem e podem replicar no

interior dos macrófagos alveolares (38).

Os macrófagos podem transportar os bacilos dos pulmões através do

sistema linfático para linfa, onde poderá ser transportado através do sangue e

tecido linfático para outras partes do corpo, dando origem a TB extrapulmonar

(38). Certos órgãos e tecidos são notavelmente resistentes à multiplicação dos

bacilos, porém a multiplicação do bacilo na medula óssea, fígado e baço é

excepcional (33).

Na TB pulmonar, a ativação contínua dos linfócitos T induz a formação do

granuloma. O bacilo é contido no granuloma e pode persistir por décadas nas

lesões em uma forma latente, sem desencadear a doença. O granuloma fornece

uma barreira à propagação da infecção e representa um equilíbrio entre o M.

tuberculosis e o sistema imunológico do hospedeiro (40,41).

No centro do granuloma residem os macrófagos não ativados contendo

bacilos (Figura 4). Acredita-se que os macrófagos ativados pelos linfócitos T, que

potencializam a capacidade de destruição dos macrófagos através da produção

de citocinas como interferon-gama (IFN-), residem na periferia do granuloma

(42,43). Os linfócitos T tornam-se indispensáveis para a formação de granulomas

estáveis, por isso em caso de imunodeficiência, onde a função dos linfócitos T é

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comprometida, pode levar ao aparecimento da doença ativa (42,43).

Figura 4: Ilustração do granuloma. Reproduzida de Jean Pieters 2008 (43).

1.5 Instrumentos Diagnósticos para Tuberculose Pulmonar

As principais medidas para conter a transmissão e conseqüentemente,

controlar a doença, são o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz (44). O

diagnóstico da TB pulmonar é realizado pela combinação de sinais e sintomas

clínicos, achados radiológicos, exames bacteriológicos, patológicos, teste

tuberculínico e testes moleculares (45).

As manifestações clínicas da doença são muitas vezes inespecíficas e

enganosas e estão ausentes em 5% dos doentes, limitando o seu uso para fins

de diagnóstico (46). Cerca de 85% dos doentes com TB apresentam padrões

radiológicos como cavitação e consolidação parenquimatosa, que estão

associados à maior probabilidade de baciloscopia positiva (47). A apresentação

radiológica da TB em pacientes infectados pelo HIV pode ser atípica e a clínica

não ajuda no diagnóstico de TB pulmonar em infectados pelo HIV com

baciloscopia negativa (48-51).

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A radiografia de tórax, apesar de ser considerado um método simples e

não invasivo, não confirma a doença, visto que lesões pulmonares semelhantes

às causadas pelo M. tuberculosis podem ocorrer em outras doenças (52). A

tomografia computadorizada do tórax é um método radiológico de alta resolução,

é mais sensível do que a radiografia de tórax, apresenta alto custo e deve ser

realizada nos casos de pacientes com baciloscopia negativa (53).

O teste tuberculínico é o instrumento padrão utilizado no diagnóstico da

infecção latente. Um teste tuberculínico positivo evidencia apenas a infecção por

micobactérias, não sendo suficiente para o diagnóstico da doença (54). A

confirmação diagnóstica da TB pulmonar é dada pela cultura por permitir

identificar o M. tuberculosis (54,55). Apesar de encurtarem o tempo requerido

para identificar o membro do complexo M. tuberculosis que causou a doença, as

técnicas moleculares não substituem a cultura e não podem ser utilizadas como

ferramenta para o monitoramento terapêutico (56).

Em situações onde o diagnóstico através da identificação da bactéria pela

baciloscopia ou cultura não é possível, o diagnóstico é baseado em critérios

clínicos, epidemiológicos e em achados radiológicos (55). Nesses casos, a

decisão de tratar pode ser difícil, visto que diagnosticar TB, quando na realidade

a doença é outra, irá atrasar o tratamento correto, enquanto que o subdiagnóstico

conduzirá a doença, a maior gravidade (57).

1.5.1Teste Tuberculínico

Descrito pela primeira vez em 1891 por Robert Koch, o teste tuberculínico

é baseado na reação celular desenvolvida após aplicação intradérmica do

derivado protéico purificado (“Purified Protein Derivative” PPD) do M. tuberculosis

na parte anterior do antebraço, na dose de 0,1mL (58).

A leitura do teste é realizada de 48–72 horas após aplicação do PPD

(Figura 5). Com base no tamanho da área endurecida no local da aplicação o

indivíduo é classificado como: 1)“não reator”, se o tamanho da área estiver entre

0 e 4mm; 2) reator fraco, se estiver entre 5 e 9mm e 3) reator forte se o diâmetro

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for igual ou superior a 10mm. Em pacientes infectados pelo HIV, a enduracão

menor ou igual a 5 mm reflete infecção latente, para qual deve ser iniciada

quimioprofilaxia (59).

Figura 5: Imagem da aplicação do teste tuberculínico. Ambulatório da FMT- HVD.

Apesar de ser amplamente utilizado para detectar infecção latente, o teste

tuberculínico apresenta importantes limitações. A sensibilidade do teste é limitada

em pacientes infectados pelo HIV (60,61), tanto a vacinação com a BCG quanto a

exposição por micobactérias ambientais podem causar resultado falso positivo,

pois o PPD contém antígenos compartilhados entre o M. bovis, M. bovis (BCG) e

micobactérias ambientais (62-64).

1.5.2 Ensaios de Liberação de Interferon- Gamma (IFN-)

Por terem potencial para superar algumas limitações do teste

tuberculínico, os ensaios de liberação de interferon gama (interferon gamma

release assay, IGRA) constituem uma alternativa para identificar infecção latente

(65-67). O QuantiFERON-TB® (Cellestis Limited, Carnegie, Austrália) e o T-

SPOT-TB® (Oxford Immunotec, Oxford, Inglaterra), são testes comercialmente

disponíveis que medem a produção de IFN- por células T em resposta aos

antígenos ESAT-6 e CFP 10 presentes exclusivamente no M. tuberculosis (68).

Embora os dois testes sejam baseados na quantificação da produção de

IFN- por células T, suas características operacionais são diferentes. No T-SPOT-

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TB® é utilizado células mononucleares periféricas e a quantificação da produção

do IFN- é realizada através do ensaio conhecido em inglês como “enzyme linked

immunospot” (ELISPOT) (68,69). No QuantiFERON-TB® Gold é utilizado sangue

total e ensaio imuno-enzimático (ELISA) para quantificar a produção de IFN-

(Figura 6) (69).

Figura 6: Fluxograma da execução do QUANTIFERON-TB e do T- SPOT.TB.

Reproduzida de Madhukar Pai 2004 e cols. (69).

A especificidade dos IGRAs é superior a especificidade do teste

tuberculínico e a mesma não é afetada pela vacinação com a BCG (70,71). Os

IGRAs são mais sensíveis do que o teste tuberculínico, entretanto o SPOT® TB

demostra ser mais sensível que o Quantiferon®-TB Gold (72,73). Os IGRAs não

são capazes de indicar doença tuberculosa e não possuem alta precisão para

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prever o desenvolvimento da doença (72,74). Apesar de reduzirem o número de

pessoas que iniciam o tratamento preventivo, os IGRAs não são marcadores

fiáveis para monitorizar o efeito terapêutico (74,75).

A maioria dos estudos sobre os IGRAs têm sido realizados em países de

alta renda e não há dados suficientes sobre o desempenho dos testes em países

de baixa e média renda. Quando comparados com o teste tuberculínico, os

IGRAs são mais caros e a execução é mais complexa. A substituição do teste

tuberculínico por IGRAs como uma intervenção de saúde pública em países com

recursos limitados ainda não é recomendado pela OMS (76).

1.5.3 Baciloscopia

A baciloscopia direta consiste na pesquisa de BAAR em um esfregaço de

amostra clínica, que pode ser corado pelo método Ziehl-Nielsen e visualizado em

de microscópio de campo claro (microscopia convencional) (Figura 7) ou pode

ser corado com auramina e visualizado em microscópico de florescência. É um

método rápido, de baixo custo, possui uma boa especificidade, mas baixa

sensibilidade que é ainda menor em infectados pelo HIV e em crianças (3,4).

Figura 7: Imagem do escarro com BAAR. Fonte: Bacteriologia da FMT-HVD.

BAAR

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Apesar de suas limitações a baciloscopia continua sendo uma ferramenta

amplamente utilizada no diagnóstico da tuberculose pulmonar e extrapulmonar,

principalmente em países com recursos limitados. Vários métodos para melhorar

a sensibilidade da baciloscopia foram desenvolvidos e estão sendo estudados,

entre eles está o exame de baciloscopia utilizando microscopia de fluorescência

(77).

A microscopia de fluorescência é 10% mais sensível que a microscopia

convencional com especificidade semelhante, no entanto em pacientes

infectados pelo HIV a especificidade da microscopia de fluorescência é menor

(77,78). É um método mais caro que a microscopia convencional por requerer

profissionais treinados e um microscópio de fluorescência, limitando o seu uso

mais amplo em laboratórios de saúde pública (77-79).

Recentes avanços na microscopia de fluorescência, incluindo microscopia

de fluorescência LED (diodos emissores de luz), microscópicos de fluorescência

portáteis e a bateria, têm ajudado a tornar a microscopia de fluorescência mais

amplamente disponível por serem tecnologias que reduziram o custo da

microscopia de fluorescência convencional. Essas tecnologias ainda não

substituíram o método convencional, pois são necessários estudos para avaliar

as vantagens, viabilidade e confiabilidade em condições de rotina (80-82).

Métodos de processamento do escarro químicos combinados com físicos,

estão sendo estudados visando melhorar o desempenho da baciloscopia como, o

processamento do escarro com N-Acetil-L-Cisteína com Hidróxido de

sódio(NALC - NaOH) seguido por centrifugação e processamento com hipoclorito

de sódio seguido por centrifugação ou sedimentação (83-85).

Em uma revisão sistemática de 83 estudos Steingart e cols. (85), relataram

que os métodos de processamento químicos combinados com centrifugação ou

sedimentação são mais sensíveis do que a baciloscopia direta com

especificidade semelhante. No entanto não se sabe qual a contribuição separada

desses métodos no aumento da sensibilidade da baciloscopia. Tais métodos

possuem como desvantagem a necessidade do uso de centrífuga e reagentes

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caros aumentando substancialmente a complexidade da execução e custo da

baciloscopia em comparação com método direto (86).

Em 1981 Smithwick & Stratigos desenvolveram o método de baciloscopia

após concentração da amostra de escarro em membranas de filtração de

policarbonato (MFP). A técnica consiste na digestão do escarro com hipoclorito

de sódio seguido da adição de etanol e passagem do escarro por membrana de

policarbonato de 25 mm de diâmetro com poros de 1,0 μm, sob pressão negativa.

Obtiveram com o método um incremento 24,4% na sensibilidade em relação à

baciloscopia direta e 18,0% em relação aos esfregaços preparados após digestão

e descontaminação com NALC-NaOH (87).

Fennelly e cols. modificaram o método de baciloscopia em MFP com

objetivo de aumentar a sensibilidade da baciloscopia. Foi usado membranas de

13 mm e foi reduzido o tamanho dos poros da membrana de 1,0 μm para 0,4 μm.

O método foi avaliado em 335 suspeitos de TB e a sensibilidade obtida foi

superior a encontrada nos estudo Smithwick & Stratigos elevando a sensibilidade

da baciloscopia para níveis próximos aos da cultura (88).

Apesar do método de baciloscopia após concentração da amostra de

escarro em MFP modificado melhorar a sensibilidade da baciloscopia direta e ter

baixo custo (3 reais por teste), o mesmo não foi avaliado em população com

características epidemiológicas de alta prevalência da tuberculose isolada e

associada ao HIV (88).

1.5.4 Cultivo de Micobactérias

O exame de cultura é considerado padrão ouro para o diagnóstico da TB e

ao contrário da baciloscopia, permite a identificação do bacilo e realização de

testes de sensibilidade aos fármacos antituberculose. A cultura é realizada após

tratamento do escarro seguido da semeadura em meios sólidos como Ogawa

Kudoh (OK) (Figura 8) ou Löwenstein-Jensen e em meio líquido como

Middlebrook 7H9 (89).

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Figura 8: Imagem do meio de cultura OK com colônias de Mycobacterium tuberculosis.

Gerência de Bacteriologia da FMT-HVD

A cultura é mais sensível que a baciloscopia, sendo capaz de detectar 10 a

100 bacilos/mL de escarro enquanto que para obtenção de um resultado positivo

na baciloscopia são necessários pelo menos 5.000-10.000 bacilos/mL (90,91).

Quando comparado com a baciloscopia, a cultura requer mais equipamentos

laboratoriais, além de ser demorada fornecendo resultados somente após 4 a 8

semanas (92). Esse atraso de diagnóstico é letal para pacientes co-infectados

pelo HIV, evidenciado em estudos de autópsia que revelam a TB, muitas vezes

não diagnosticada antemortem, como a principal causa de óbito de infectados

pelo HIV (93-95).

Sistemas de cultura líquida tais como, BACTEC MGIT 960® (Becton

Dickinson), e MGIT® (Tubo Indicador de Crescimento de Micobactérias, Becton

Dickinson) fornecem resultados mais rápidos é são mais sensíveis do que meios

sólidos de cultura (96-98). A utilização de um meio de cultura sólido combinado

com um meio de cultura líquido melhora a detecção das micobactérias, mas tais

sistemas de cultura líquida têm como desvantagem o alto custo do equipamento,

do insumo e aumento do risco de contágio durante a manipulação (99,100).

O teste de detecção e susceptibilidade por observação microscópica

(MODS) é utilizado para detecção de micobactérias e para detectar resistência a

drogas antituberculose. O teste utiliza a inoculação de amostras de escarro

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descontaminado em placas contendo o meio líquido enriquecido Midllebrook 7H9,

seguido do uso do microscópio de luz invertida para detecção de crescimento

bacteriano (101,102).

O MODS em relação a outros meios líquidos de cultura oferece uma

detecção mais rápida, sendo mais sensível que a cultura em meio sólido para

detectar micobactérias. O teste possui baixo custo, é sensível e especifico para

detectar TB isolada e associada ao HIV, mas requer laboratório com elevado

grau de biossegurança, em razão do uso de meio líquido em placas que aumenta

o risco de contagio durante a execução do teste (103-105).

1.5.5 Testes Baseados na Amplificação de Ácido Nucléico

A reação em cadeia da polimerase (PCR - Polymerase Chain Reaction) é

a técnica mais estudada de amplificação de ácido nucléico visando à detecção

direta do M. tuberculosis em espécimes clínicos sem a necessidade prévia de

cultura, tendo como vantagem redução do tempo de detecção do M. tuberculosis

(106). Há testes in-house, baseados em protocolos desenvolvidos em

laboratórios de pesquisa e kits comerciais de PCR e ambos possuem alta

sensibilidade e especificidade (107).

O Teste Amplificado Direto - AMTD® (Gen-Probe) e Amplicor® (Roche

Molecular Systems) são testes de amplificação de ácidos nucléico (TAANs)

disponíveis comercialmente. Quando comparados com a cultura são mais rápidos

e possuem alta sensibilidade e especificidade em amostras de escarro com

baciloscopia positiva, mas sensibilidade variável em amostras biológicas de

origem extrapulmonar (108,109). Os TAANs comerciais demostram baixa

sensibilidade em paciente com baciloscopia negativa, não substituem os testes

convencionais para o diagnóstico da TB e devem sem interpretados em conjunto

com dados clínicos do paciente (109-111).

A técnica de PCR tem mostrado ser o método mais efetivo quando a

combinação de achados clínicos, radiológicos e microbiológicos não estabelece o

diagnóstico (112). A qualidade do escarro e a escolha do DNA alvo e dos primers

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dentro da sequência do DNA influenciam no desempenho do PCR o que pode

levar a uma grande variabilidade nos resultados e a sua utilização na rotina de

laboratórios com recursos limitados é difícil por exigir equipamentos adicionais e

técnicos laboratoriais especializados em biologia molecular (113,114).

O teste molecular Xpert® MTB/RIF (Cepheid), é utilizado na detecção

simultaneamente do M. tuberculosis e resistência à rifampicina sem necessitar

de recursos humanos e laboratórios especializados em biologia molecular (115).

O teste integra processamento do escarro com NaOH e isopropanol e PCR em

cartucho descartável contendo todos os reagentes necessários para reação, é

sensível para detectar M. tuberculosis fornecendo resultados em menos de 2

horas (116).

O Xpert® MTB/RIF é mais sensível do que a baciloscopia e possui maior

sensibilidade em pacientes com baciloscopia positiva do que em pacientes com

baciloscopia negativa (117). Dentre as desvantagens do teste estão, o custo

elevado do kit (cartucho e reagente), quando comparado com a baciloscopia e

cultura, a necessidade de calibração anual do equipamento, de fonte de energia

elétrica estável e de testes adicionais para confirmar resistência à rifampicina

(117,118).

A cultura de escarro em meio sólido, apesar de ser demorada e não

detectar todos os casos de tuberculose é o método utilizado para confirmação

etiológica desses casos. Métodos mais sensíveis, como cultura líquida e técnicas

moleculares, que reduzem o tempo de identificação de espécie, são mais

onerosos para utilização em rotina de laboratórios de saúde pública.

A limitação do método de baciloscopia direta de escarro reside na sua

baixa sensibilidade e incapacidade de discriminar a espécie de micobactéria

presente na amostra analisada. Apesar disso, a baciloscopia mantém-se útil no

diagnóstico laboratorial da TB pulmonar e na monitorização da resposta à

terapêutica, sendo em algumas regiões, a única ferramenta laboratorial

disponível para detectar a presença do bacilo.

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São poucos os estudos sobre a contribuição de métodos físicos e químicos

na sensibilidade da baciloscopia e sobre a baciloscopia após concentração do

escarro em MFP em população com alta prevalência de tuberculose, associada

ou não ao HIV. Além disso, estudos de acurácia de métodos baciloscópicos são

importantes para ajudar a definir o melhor método para o diagnóstico laboratorial

da tuberculose pulmonar permitindo medidas terapêuticas precoces e

consequentemente uma melhora no prognóstico dos pacientes afetados pela TB,

diminuindo a morbidade e mortalidade da doença e auxiliando no controle da

endemia.

Em virtude da baixa sensibilidade da baciloscopia, da cultura em meio

sólido ser demorada e dos métodos moleculares e sistemas de cultura líquida

não estarem amplamente disponíveis na rotina de laboratórios de saúde pública,

há necessidade do desenvolvimento de novas técnicas de diagnóstico ou de

estudos que contribuam para melhoria das ferramentas existentes. O presente

projeto é um estudo para avaliar a acurácia de três métodos de baciloscopia de

escarro (após tratamento do escarro com NALC seguindo por centrifugação, após

centrifugação sem NALC e baciloscopia em MFP) para o diagnóstico laboratorial

da tuberculose pulmonar.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar a acurácia de três métodos de baciloscopia para o diagnóstico

laboratorial da tuberculose pulmonar.

2.2 Específicos

2.2.1 Estimar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor

preditivo negativo da baciloscopia após centrifugação com NALC, após

centrifugação sem NALC e da baciloscopia após concentração do escarro em

membranas de filtração de policarbonato (MFP).

2.2.2 Comparar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor

preditivo negativo da baciloscopia realizada através dos diferentes métodos.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Tipo do Estudo

Trata-se de um estudo para avaliação da acurácia (sensibilidade e

especificidade) de três métodos de baciloscopia para o diagnóstico da

tuberculose pulmonar, considerando como padrão ouro para o diagnóstico o

isolamento do Mycobacterium tuberculosis em cultivo.

3.2 Local do Estudo

O estudo foi realizado com pacientes de duas instituições: Fundação de

Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), onde também foram

realizados os testes laboratoriais do estudo (Figura 9), e Policlínica Cardoso

Fontes. As amostras de escarro foram fornecidas por pacientes atendidos e

internados na FMT-HVD e atendidos na Policlínica Cardoso Fontes no período de

Setembro de 2011 a Janeiro de 2012.

Figura 9: Imagem da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado.

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A Policlínica Cardoso Fontes é referência estadual para o controle da TB e

atende as especialidades de saúde como Pneumologia, Cardiologia, Pediatria e

Gastroentereologia. A FMT-HVD foi fundada em 1970 e desempenha três

funções básicas: prestar assistência à saúde; contribuir para a formação dos

recursos humanos nas áreas de doenças tropicais; e desenvolver pesquisa

científica.

A FMT-HVD conta com uma Unidade Ambulatorial com 14 consultórios

médicos, Unidade de Internação Hospitalar Dr. Nelson Antunes, Laboratório de

Análises Clínicas automatizado e as Gerências de Pesquisas, dentre as quais a

gerência de bacteriologia que possui laboratórios especializados para o

diagnóstico de rotina e pesquisa em TB. A Gerência de Bacteriologia possui uma

estrutura laboratorial com uma sala para recebimento de materiais biológicos e

digitação de exames, sala de coleta, sala de microscopia, sala específica para

diagnóstico de meningite, sala de semeadura, sala de preparo de meios de

cultura, sala de esterilização e duas salas para diagnóstico de TB, que contam

com duas cabines de segurança biológica, uma centrífuga com refrigeração e

quatro estufas bacteriológicas.

3.3 Tipo da Amostra

Foi utilizada amostragem não probabilística de conveniência.

3.4 Critérios de Elegibilidade

Foram elegíveis para participar do estudo, pacientes de ambos os

gêneros, com suspeita clínica e radiológica de TB, encaminhados ao serviço da

FMT-HVD e da Policlínica Cardoso Fontes para investigação diagnóstica no

período de Setembro de 2011 a Janeiro de 2012.

3.5 Critérios de Inclusão

A inclusão dos pacientes com suspeita clínica e radiológica de TB ocorreu

de forma consecutiva à medida que compareceram na FMT-HVD e na Policlínica

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Cardoso Fontes para investigação diagnóstica. Foram incluídos no estudo

pacientes que ainda não estavam em tratamento para TB e que, após leitura do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE (ANEXO E) e depois de

devidos esclarecimentos sobre o estudo concordaram em participar mediante

assinatura do TCLE. Uma cópia do TCLE foi entregue a cada paciente incluído no

estudo.

3.6 Critérios de Exclusão á Posteriori

Não foram mantidos no estudo pacientes com volume de escarro inferior a

1,5 ml por não ser suficiente para a realização de todos os testes e pacientes

com exame de cultura contaminado por impossibilitar a comparação do mesmo

com as baciloscopias.

3.7 Coleta dos Dados

A coleta de dados foi realizada de forma prospectiva e executada pelo

autor principal do trabalho. Cada paciente incluído no estudo teve uma ficha de

registro criado no WORD 2007 contendo os dados pessoais, informações clínica,

epidemiológicas e resultados de exames (ANEXO A). O preenchimento da ficha

de registro foi baseada em informações dadas pelo paciente e em prontuários

médicos. Os dados coletados foram armazenados em um banco de dados, criado

no EXCEL 2007.

3.8 Coleta das Amostras de Escarro

Para cada paciente foi solicitado duas amostras de escarro pela manhã em

dois dias consecutivos. As amostras foram coletadas em frascos estéreis

descartáveis de plástico, com tampa de rosca, com capacidade de 35 mL a 50

mL e altura mínima de 40 mm. Depois da entrega da amostra de escarro pelo

paciente, a amostra foi encaminhada imediatamente ao laboratório da Gerência

da Bacteriologia e armazenada em refrigeração a 4º C, sendo processada no

mesmo dia.

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3.9 Procedimentos Laboratoriais

Todos os procedimentos laboratoriais do estudo (Figura 10) foram

realizados na Gerência de Bacteriologia da FMT-HVD sob condições de

biossegurança. Para manipular os espécimes respiratórios foram seguidos os

Procedimentos Operacionais Padrão (POP) (ANEXO F) preparados a partir do

Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da Tuberculose e outras

Micobactérias do Ministério da Saúde (119) e dos estudos de Fennelly e cols.

(88).

Figura 10: Fluxograma da metodologia realizada no estudo

3.9.1 Baciloscopia após Centrifugação sem NALC

Utilizamos os resultados das baciloscopias após centrifugação sem NALC

realizados na rotina da FMT-HVD. Em uma centrífuga refrigerada os escarros

foram centrifugados a 3.000 x g por 15 minutos. Após centrifugação o

sobrenadante de cada escarro foi desprezado e o sedimento foi ressuspenso em

0,3 mL de água destilada estéril e foi usado para realização dos esfregaços. Os

esfregaços foram fixados sobre a chama do bico de Bunsen e corados pelo

método Ziehl-Neelsen (ZN) conforme descrito no ANEXO F.

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As lâminas foram observadas ao microscópio de campo claro com

objetiva de imersão (100x), foi pesquisado a presença de BAAR em 100 campos

e os resultados foram interpretados conforme a escala semi-quantitativa descrita

no Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da Tuberculose do Ministério da

Saúde (119).

Relatou-se a quantidade de BAAR encontrado: quando encontrados 1 a 9

BAAR em 100 campos.

Positivo (+): quando encontrados 10 a 99 BAAR em 100 campos.

Positivo (++): quando encontrado em média 1 a 10 bacilos por campo,

nos primeiros 50 campos observados.

Positivo (+++): quando encontrado em média de 10 BAAR por campo,

nos primeiros 20 campos observados.

Resultado negativo: quando não foram encontrados BAAR em 100

campos.

3.9.2 Cultura

Os escarros concentrados por centrifugação foram descontaminados pelo

método de Ogawa Kudoh (OK) e após descontaminação foram semeados

diretamente no meio de cultura OK. Para descontaminar os escarros, foi

introduzido um swab estéril em cada escarro e após serem embebidos nos

escarros, os swabs foram colocados em tubos contendo solução de NaOH 4%

por 2 minutos.

Após o término de 2 minutos, os swabs foram passados imediatamente na

superfície dos meios OK, utilizando movimentos rotatórios e em zigue-zague. Os

meios de cultura foram colocados em estufa bacteriológica a 36 ± 1ºC. Os tubos

semeados foram lidos após 48 horas de incubação e posteriormente de 7 em 7

dias até completar 8 semanas.

Nos tubos onde houve crescimento de Unidade Formadora de Colônias

(UFC) foi confirmado a presença de BAAR pela microscopia. Se houve somente

a presença de outros microorganismos que não fossem BAAR, o resultado da

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cultura foi emitido como contaminada, se não houve crescimento após 8

semanas o resultado foi emitido como cultura negativa e se confirmada a

presença de BAAR, os resultados foram informados da seguinte maneira:

Cultura Positiva = Menos de 20 colônias

Cultura Positiva (+) = 20 a 100 colônias

Cultura Positiva (++) = Mais de 100 colônias separadas

Cultura Positiva (+++) = Colônias confluentes (tapete)

As micobactérias foram identificadas usando os critérios de morfologia e

pigmentação das colônias, microscopia, teste da niacina, teste de inibição de

crescimento em meio com ácido p-nitrobenzóico (PNB) e teste de inibição de

crescimento em meio com hidrazida do ácido tiofeno 2-carboxílico.

3.9.3 Digestão e Descontaminação do Escarro

Os escarros foram digeridos e descontaminados com NALC diluído em

uma solução de NaOH 5%-Citrato de sódio 2,9% em um volume correspondente

a 10% do volume de cada escarro, a temperatura de 20ºC por 15 minutos. Após

processo de digestão e descontaminação as amostras foram divididas em duas

alíquotas. Alíquota 1 (mínimo 0,5 mL) foi destinada à realização de baciloscopia

com NALC concentrada por centrifugação e a Alíquota 2: (mínimo 0,5 mL) foi

destinada à realização da baciloscopia em MFP.

3.9.4 Baciloscopia após Centrifugação com NALC

Em cada tubo de centrífuga contendo escarro digerido foi adicionado

solução tampão fosfato pH 6,8 e em seguida em uma centrífuga refrigerada os

escarros foram centrifugados a 3.000 x g por 15 minutos. Após centrifugação o

sobrenadante de cada escarro foi desprezado e o sedimento foi ressuspenso em

0,3 mL de água destilada estéril e foi usado para realização dos esfregaços. Os

esfregaços foram fixados sobre a chama do bico de Bunsen e corados pelo

método de Ziehl-Neelsen conforme descrito no ANEXO F. As leituras das lâminas

e a interpretação dos resultados foram descritos conforme no item 4.9.1.

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3.9.5 Baciloscopia em MFP

3.9.5.1 Processamento do Escarro

Em cada tubo de centrífuga contendo escarro digerido, foram adicionados

2 mL de Hipoclorito de sódio (NaOCl 5%), volume referente a duas vezes o

volume inicial de cada escarro. Em seguida os escarros foram homogeneizados e

mantidos á temperatura ambiente por 15 minutos. Após o término dos 15 minutos

foi adicionado etanol95%/triton1% no volume referente ao mesmo volume de

cada mistura (1mL da amostra + 2 mL de NaOCl 5%). As misturas finais (amostra

+ NaOCl 5%+ etanol95%/triton1%) foram homogeneizadas por 15 segundos e

mantidas à temperatura ambiente até o momento do procedimento de filtração

dos escarros (Figura 11).

Figura 11: Fluxograma do processamento do escarro.

3.9.5.2 Montagem do Sistema de Filtração

O sistema possui os seguintes componentes: 1) Coletor de vácuo em aço

inoxidável com 10 pontos de filtração e válvulas de fechamento manual; 2)

Suporte de filtros (Figura 12A), formado pelo pré-filtro com membrana de nylon

25 mm com poros de 30 μm e pelo filtro com membrana de filtração de

policarbonato (MFP) branca de 13 mm com poros de 0.8μm (Millipore) e 3)

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Bomba de vácuo para a aplicação de pressão negativa (5 mmHg). Para

montagem do filtro, foi inserido as peças na seguinte ordem: anel fino, base de

metal, membrana de policarbonato branca (Osmonics) de 13 mm, com poros de

0,8 µm, anel grosso e anel preto na extremidade da peça inferior do filtro

(Figuras 12B).

Figura 12: Imagem do suporte de filtros. (12A) Sistema de filtros montado. (12B) Peças

do filtro.

Para montar o pré-filtro (Figura 13A), foi inserido as peças na seguinte

ordem: base de polipropileno, membrana de nylon 25 mm com poros de 30 µm e

anel fino (Figura13B,13C,13D). Após montagem do pré-filtro (Figura 13E), o

mesmo foi encaixado sobre o filtro para formar o suporte de filtros (Figura 13F).

Figura 13: Imagem com a sequência de montagem do pré-filtro e do suporte de filtros.

(13A) Peças do pré-filtro. (13B,13C e 13D) Encaixe das peças. (13E) Pré-filtro montado.

(13F) Encaixe do filtro com o pré-filtro formando o suporte de filtros.

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3.9.5.3 Filtração dos Escarros Processados

Sobre o tubo contendo os escarros processados foi enroscado o suporte

de filtros (Figura14A). O conjunto inteiro (tubo e suporte de filtros) foi inserido nos

pontos de sucção (Figura 14B), em seguida os escarros foram filtrados através

das MFP utilizando bomba de vácuo para a aplicação da pressão.

Figura 14: Imagem com a sequência montagem do sistema de filtração. (14A) Encaixe

do suporte de filtros ao tubo contendo o escarro. (14B) Inserção do conjunto inteiro

(tubo e suporte de filtros) nos pontos de sucção do equipamento.

Após passagem dos escarros pelas MFP, as válvulas do equipamento

foram fechadas e foram removidos os pré-filtros, o anel grosso do filtro e o anel

fino de cada filtro (Figura 15A e 15B). Os filtros foram aquecidos por 10 minutos

em uma manta aquecedora, após aquecimento os filtros foram novamente

inseridos no ponto de sucção. As MFP foram coradas nos filtros (Figura15C) pelo

método Kinyoun conforme descrito no ANEXO F. Depois de coradas as

membranas foram transferidas para lâminas previamente identificadas.

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Figura 15: Imagem com a representação da coloração das membranas. (15A e 15B).

Remoção do pré-filtro e do anel grosso. (15C) Adição do corante. (15D) Membrana

corada.

Depois de secas foi adicionado, uma gota de citifluor nas bordas outra no

centro e uma lamínula sobre cada membrana (Figura 15D). A leitura das lâminas

e a interpretação dos resultados foram realizados conforme descrito no item

4.9.1. A leitura foi realizada em até 24hs após preparo da lâmina, uma vez que a

coloração se perde com o passar do tempo.

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Figura 16: Fluxograma dos procedimentos laboratoriais

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3.10 Leitura Cega dos Resultados

As lâminas foram lidas por três microscopistas distintos, de maneira cega,

ou seja, o pesquisador responsável pela leitura das lâminas da baciloscopias em

MFP não teve acesso ao resultado da leitura das lâminas da baciloscopia após

centrifugação com NALC, da baciloscopia após centrifugação sem NALC, cultura

e vice – versa.

Com o objetivo de cobrir as identificações geradas pelo sistema da FMT-

HVD, as lâminas da baciloscopia em MFP e da baciloscopia após centrifugação

com NALC receberam uma etiqueta numerada de acordo com a quantidade de

amostra processada no dia, ou seja, se foi processado 10 amostras então as

lâminas foram enumeradas de 1 à 10. As reais identificações das lâminas

respectivos códigos foram anotados em um caderno. As lâminas da baciloscopia

sem NALC receberam identificações geradas pelo sistema da FMT-HVD.

3.11 Análise Estatística

Os dados transferidos para o banco de dados foram tabulados em uma

tabela 2x2 com os resultados das baciloscopias e das respectivas culturas. A

sensibilidade e especificidade das baciloscopias foram estimadas com um

intervalo de confiança de 95%, e foi determinada sempre pela primeira amostra

de escarro com o resultado da cultura finalizada como positivo e negativo.

Utilizamos a segunda amostra de escarro para analisar o incremento oferecido

pela mesma.

Os valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor

preditivo negativo dos métodos realizados no estudo foram calculados através da

análise dos resultados comparados á cultura com o auxílio do programa

estatístico EpiInfo (version 3.5.3). A concordância entre os métodos de

baciloscopias em relação à cultura foi avaliada através do índice Kappa. Os

valores do índice Kappa obtidos foram interpretados conforme a escala de

valores com suas respectivas interpretações mostrada na tabela 1.

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Tabela 1: Escala de concordância Kappa

Fonte: Adaptado de Landis & Koch, Biometrics, 1977

3.12 Aspectos Éticos

O presente estudo faz parte do projeto ”Aperfeiçoamento e Avaliação do

Sistema de Concentração por Filtração de Amostras de Escarro para o

Diagnóstico da Tuberculose.“ aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

(CEP) da FMT-HVD, Protocolo n. 1845/2011 de 09/09/11 (ANEXO D).

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4. RESULTADOS

O resultado e discussão desta pesquisa estão apresentados na forma de

artigo apresentado a seguir segundo as normas de publicação do Journal of

Clinical Microbiology (JCM).

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Aumento da sensibilidade no diagnóstico de tuberculose em pacientes HIV

através da baciloscopia após concentração do escarro por filtração em

membrana de policarbonato

Baciloscopia de escarro em pacientes HIV

Patrícia Quincó1#, Samira Bührer-Sékula23, Walber Brandão2, Rossiclea Monte2,

Silvia Leopoldina2, Moises Palaci4, Reynaldo Dietze4, Marcelo Cordeiro dos

Santos12.

1. Universidade do Estado do Amazonas/Pós-Graduação em Medicina Tropical,

Manaus, Amazonas, Brasil.

2. Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Manaus,

Amazonas, Brasil.

3. Universidade Federal de Goiás, Instituto de Patologia Tropical e Saúde

Pública.Goiânia, Goiás, Brasil.

4. Núcleo de Doenças Infecciosas, Universidade Federal do Espírito Santo,

Vitória, ES, Brasil.

Autor correspondente (#):

Marcelo Cordeiro dos Santos

Email: marcelocordeiro.br@gmail

Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Pós-Graduação em

Medicina Tropical.

Avenida Pedro Teixeira, 25, Dom Pedro, Manaus, Amazonas, Brasil.

Telefone: 55 92 2127 3507

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RESUMO

A baciloscopia direta de escarro é ferramenta de diagnóstico fundamental

principalmente onde testes mais sensíveis não estão disponíveis. A sensibilidade

do método fica em torno de 50%, decrescendo em suspeitos de TB infectados

pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Tivemos por objetivo avaliar

acurácia de três métodos de baciloscopia para o diagnóstico laboratorial da TB

pulmonar. Comparamos acurácia de três métodos (baciloscopia com e sem

tratamento do escarro com NALC seguido por centrifugação e após filtração do

escarro através de membrana de policarbonato - FMP) com cultura em meio

Ogawa Kudoh como padrão ouro. Os escarros foram obtidos de 508 suspeitos de

TB pulmonar, da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado e

Policlínica Cardoso Fontes. Maioria HIV positivos. Comparando com cultura o

FMP foi o método de baciloscopia mais sensível. Em HIV infectados a

sensibilidade do FMP foi significativamente maior que após centrifugação do

escarro tratado com NALC e sem NALC (61,9%, 47,6% e 45,2% p=0,001)

respectivamente. Em não infectados pelo HIV o método FMP foi

significativamente maior que com e sem NALC (81,8%, 63,6% e 57,5%,

p=0,001). Nos dois grupos, não houve diferenças significativas entre as

especificidades dos métodos estudados. O incremento oferecido pelo segundo

escarro foi de 13%, 11% e 4% nas baciloscopias após centrifugação com e sem

NALC e em FMP. A concordância dos métodos com a cultura foi boa (k>0.6<0.8),

mas em HIV infectados foi regular (k>0.4<0.6). Análise microscópica do escarro

tratado com NALC, comparado sem NALC, não aumentou a sensibilidade da

baciloscopia. De modo geral a sensibilidade do FMP foi superior em comparação

com os outros dois métodos estudados, sem perda de especificidade.

Palavras-chaves: Baciloscopia. Centrifugação. Filtração.

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INTRODUÇÃO

Em 2010 ocorreram 8,8 milhões de casos novos de tuberculose (TB) no

mundo, desse total, 1,1 milhões eram pacientes infectados pelo vírus da

imunodeficiência humana (HIV) (1). Pacientes co-infectados por TB/HIV apresentam

taxas de mortalidade mais elevadas do que pacientes com TB não infectados (2, 3).

Estudos de autópsia confirmam que TB é uma das principais causas de morte de

infectados pelo HIV (4, 5), ressaltando a importância do diagnóstico e do tratamento

precoce da doença na redução da mortalidade e da transmissão (4, 6).

Diagnósticar TB em infectados pelo HIV é um desafio, onde a clínica e os

achados radiográficos são muitas vezes atípicos (7, 8) e nos casos de baciloscopia

negativa não ajudam no diagnóstico da TB pulmonar (9). A baciloscopia de escarro,

amplamente utilizada e importante ferramenta em cenários onde a cultura não está

disponivel, apresenta baixa sensibilidade decrescendo em suspeitos de TB

infectados pelo HIV (10-12).

A baciloscopia após filtração do escarro através de membrana de

policarbonato (FMP) mostrou ser mais sensível e específica do que as baciloscopias

direta e após centrifugação (13, 14). Avaliamos este método em população de

suspeitos sendo com a maioria HIV positivos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Desenho e local. Estudo prospectivo e cego realizado no período de setembro

de 2011 a janeiro de 2012, em Manaus, Amazonas, Brasil com pacientes do hospital

da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e do centro

de referência regional para TB, Policlínica Cardoso Fontes.

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Recrutamento. Foram elegíveis para participar do estudo pacientes com

suspeita clínica, radiológica de TB. A inclusão dos pacientes no estudo ocorreu de

forma consecutiva à medida que compareceram nos serviços acima citados. A coleta

dos dados clínicos e demográficos da população do estudo foi realizadade de forma

prospectiva e foi baseada em informações dos prontuários médicos.

Coleta das amostras. Dos 508 pacientes recrutados foram solicitadas duas

amostras de escarro em dois dias consecutivos. A 2ª amostra de escarro foi

fornecida por 227 pacientes.

Baciloscopia após centrifugação. Os esfregaços foram preparados após

centrifugação a 3000gx a 4ºC por 15 min. e corados pelo método Ziehl-Neelsen (ZN)

(Figura 1).

Baciloscopia após centrifugação com NALC. Amostras de escarro, com

volume igual ou superior a 1,5 ml, foram digeridas com NALC diluído em uma

solução de NaOH 5%-Citrato de sódio 2,9% em um volume correspondente a 10%

do escarro, a temperatura de 20ºC por 15 min. A aliquota foi dividida em duas, na

primeira aliquota foi adicionado tampão fosfato pH 6,8 e após centrifugação a 3000

gx a 4ºC durante 15 min. foi realizado esfregaço do sedimento e corado pelo método

ZN.

Características do sistema de filtração. O sistema possui os seguintes

componentes: 1) Sistema de vácuo em aço inoxidável com 10 pontos de filtração e

válvulas de fechamento manual; 2) Sistema de filtros, formado pelo pré-filtro com

membrana de nylon 25 mm com poros de 30 μm e pelo filtro com membrana de

policarbonato branca de 13 mm com poros de 0.8μm (Millipore) e 3) Bomba de

vácuo para a aplicação de pressão negativa (5 mmHg).

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Baciloscopia pelo método FMP. Na segunda alíquota, digerida e

descontaminada, foi adicionado hipoclorito de sódio (NaOCl 5%) no volume

referente a duas vezes o volume da alíquota. Em seguida a amostra foi

homogeneizada por 15 min. Foi adicionado etanol 95%/triton1% em quantidade igual

ao volume da mistura e homogeneizada por 15 segundos. Após passagem dos

escarros pelos sistemas de filtros, as válvulas foram fechadas e as membranas

foram coradas pelo método Kinyoun. As membranas foram transferidas para lâminas

de microscopia e foi colocado uma lamínula em cima de cada lâmina para leitura

microscópica.

Leitura e interpretação das microscopias. As lâminas foram observadas ao

microscópio de campo claro com objetiva de imersão (100X) para pesquisa de

Bacilo Álcool-Ácido Resistente (BAAR) em 100 campos e interpretado conforme a

escala semi-quantitativa descrita no Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e outras Micobactérias do Ministerio da Saúde (15).

Cultura em meio Ogawa Kudoh (OK) – padrão ouro. Os escarros foram

descontaminados pelo método de OK(15, 16) e semeados no meio de cultura. As

culturas foram colocadas em estufa bacteriológica a 37°C e lidas até completar 8

semanas. Os resultados das culturas foram relatados como: negativo, sem

crescimento ou positivo, quando houve o crescimento de Unidade Formadora de

Colônias com presença de BAAR confirmada pela microscopia.

Identificação dos isolados de Micobactérias: Isolados de M. tuberculosis foram

identificados usando os critérios de morfologia e pigmentação das colônias,

microscopia, teste da niacina, teste de inibição de crescimento em meio com ácido

p-nitrobenzóico (PNB) e teste de inibição de crescimento em meio com hidrazida do

ácido tiofeno 2-carboxílico.

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Análise estatística. A sensibilidade, especificidade e os valores preditivos dos

testes foram estimados com um intervalo de confiança de 95%, e foi determinada

pela primeira amostra de escarro com o resultado da cultura finalizado como positivo

e negativo. Para verificação da concordância entre métodos diagnósticos utilizou-se

o índice de Kappa. Os dados foram analisados com EpiInfo (version 3.5.3).

Aspectos éticos. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de

Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, Protocolo n. 1845/2011, de 09/09/11.

Todos os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

RESULTADOS

População e amostras do estudo: Foram elegíveis para participar do estudo 508

pacientes com suspeita clínica e radiológica de TB (Figura 2). Dos 76 pacientes

excluídos da análise, 3,5%(18/508) tiveram a cultura contaminada, 9,6% (49/508) o

sistema não filtrou os escarros e 1,8% (9/508) forneceram amostra com volume

inferior a 1,5 ml.

As características dos 432 participantes do estudo estão resumidas na Tabela 1. A

média de idade foi de 38,9 anos, 64% (276/432) eram do sexo masculino, 85%

(369/432) eram pacientes ambulatórias e 60% (261/432) eram pacientes infectados

pelo HIV. Setenta e cinco pacientes tiveram cultura positiva na primeira amostra de

escarro, desses 56% (42/75) eram infectados pelo HIV. Pacientes HIV positivo com

cultura positiva apresentaram menor contagem de CD4 do que pacientes com

cultura negativa (média 67 versus 214, p<0.001).

Concordância dos métodos de baciloscopia com padrão ouro: A tabela 2

apresenta as concordâncias entre a cultura de escarro e as baciloscopias realizadas

com os diferentes métodos. Observamos uma concordância boa com todos os

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métodos sendo que apenas no grupo de pacientes HIV positivo a concordância entre

cultura e as baciloscopias após centrifugação com e sem NALC foi regular, k=0.55 e

k=0,578 respectivamente.

Desempenho dos métodos de baciloscopia: A sensibilidade obtida no método de

baciloscopia em FMP foi maior do que a sensibilidade das baciloscopias após

centrifugação quando tratadas ou não com NALC, (70.6% versus 54.6%, p=0.001) e

(70.6% versus 50.6%, p=0.001), respectivamente. Observamos que no grupo de

pacientes HIV positivo e negativos a maior sensibilidade foi do FMP, 61,9% e 81,8%

respectivamente. Não foi observada diferenças estatisticamente significante entre a

sensibilidade das baciloscopias após centrifugação com e sem NALC, (p>0.246)

(Tabela 3). Em HIV infectados e não infectados não houve diferenças significantes

entre as especificidades dos métodos de baciloscopia estudados (p=<1.00 e

p=<0.13 respectivamente).

Incremento da segunda amostra: Analisamos 227 pacientes que coletaram duas

amostras de escarro, desses 47 tiveram cultura positivas. Para calcular o incremento

da segunda amostra o numerador foram todos pacientes cujo primeiro escarro não

foi positivo, mas o segundo foi positivo e o denominador foi o número total de

pacientes diagnosticados com a doença. A segunda amostra de escarro apresentou

incremento de 11% (5/47) na baciloscopia após centrifugação sem NALC, 13%

(6/47) na baciloscopia após centrifugação com NALC e 4% (2/47) em FMP. Das 47

culturas apenas 3 pacientes eram HIV negativos portanto não estratificamos por

grupos para analisar o incremento.

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DISCUSSÃO

A baciloscopia em pacientes HIV positivo é menos sensível e métodos rápidos que

auxiliem no diagnóstico podem mudar o prognóstico dos pacientes com co-infecção

TB/HIV. O método de baciloscopia em FMP na população de HIV positivos e HIV

negativos foi mais sensível, 61,9% e 81,8% respectivamente que as outras

baciloscopias estudadas. A sensibilidade de 81,8% nos HIV negativos foi

semelhante aos 80% e 89% relatadas por Smithwick & Stratigos (20) e Fennelly et

al. (8) respectivamente. Além disto, observamos que a sensibilidade no grupo HIV

positivo obtida com método FMP (61.9%) foi superior às de 47,6% e 45,2% das

baciloscopias após centrifugação com e sem NALC, respectivamente.

Quando comparamos a sensibilidade da baciloscopia após centrifugação sem NALC

com a da baciloscopia com NALC, não foi observada diferenças estatisticamente

significante tanto no grupo de pacientes HIV positivo quanto no grupo de HIV

negativo. Esses achados não foram previamente relatados (17).

A especificidade da baciloscopia após centrifugação com NALC e sem NALC foi

igual, tanto em pacientes HIV infectados quanto em pacientes não infectados. O

valor da especificidade da baciloscopia após centrifugação com NALC no grupo HIV

infectados e no grupo de não infectados (99% e 99.3%) respectivamente, são

consistentes com os resultados de outros estudos (17-19).

Em pacientes infectados pelo HIV, a sensibilidade da baciloscopia após

centrifugação combinada com NALC (47,6%) foi menor que a sensibilidade de 52%

encontrada em estudo que incluiu pacientes hospitalizados(18), 61.8% em estudo

que utilizou como critério de elegibilidade a contagem de CD4>200 células /mm³(20)

e 72% encontrada em um estudo que utilizou microscopia de fluorescência (21), mas

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foi similar a sensibilidade (44%) encontrada em estudo com 166 suspeitos de TB em

um laboratório de referência na África(22) que incluiu pacientes de ambulatório

como em nosso estudo. As diferenças nas metodologias utilizadas talvez explique as

diferenças observadas.

Quando analisamos todo o grupo, a concordância de todas as baciloscopia (FMP,

após centrifugação com e sem NALC), com a cultura foi boa (Kappa=0.73, 0.64 e

0.60). Embora classificada como boa concordância ressalta-se que a baciloscopia

em FMP poderia ter apresentado um desempenho melhor, não fossem as amostras

positivas para 9 culturas negativas. Pesquisamos no Sistema Nacional de

Informação de Notificações de Agravos e buscamos dados laboratoriais adicionais

destes 9 pacientes. Dos nove, 3 também foram positivos nas baciloscopias após

centrifugação com e sem NALC, sendo que 2 eram pacientes HIV positivos que

foram a óbito por sepse e um foi diagnosticado com TB pulmonar através da clínica

e da 3ª cultura de escarro, e encontra-se em tratamento. Dos 6 pacientes que

tiveram apenas a baciloscopia em FMP positiva, 4 foram diagnosticados com TB

pulmonar com base em dados clínicos e em achados radiológicos e tiveram cura

como desfecho, dois foram diagnosticado através da 3ª cultura de escarro, um com

TB pulmonar e extrapulmonar e outro com TB pulmonar. Esses achados sugerem

que as duas culturas de escarro realizados neste estudo não foi sensível o suficiente

para detectar esses nove casos.

No grupo de HIV infectados a concordância das baciloscopias após centrifugação

com e sem NALC foi regular (Kappa=0.57 e 0.55), coerente com o grupo estudado

para o qual a sensibilidade das baciloscopias é em geral mais baixa.

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Devido a alta sensibilidade do método de baciloscopia em FMP na primeira amostra,

os resultados sugerem que a realização do método em FMP na segunda amostra de

escarro poderia ser dispensada, no entanto neste estudo, o número de pacientes

com cultura positiva que coletaram a segunda amostra foi restrito.

Uma das limitações do estudo foi a não utilização de meios líquidos para cultura que

poderiam ter influenciado na sensibilidade e especificidade dos resultados obtidos.

Apesar dos microscopistas serem experientes e a leitura das microscopias ter sido

“cega” não foi realizado controle de qualidade nas leituras das baciloscopias após

centrifugação sem NALC e em FMP. Leitura posterior no caso da FMP não é

possível, pois observamos perda na coloração dos bacilos após 24hs.

O método de baciloscopia em FMP, apesar de ter baixo custo (3 reais por teste), é

trabalhoso, pois a higienização do sistema de filtração é manual e demorada (50

minutos), além disto, a dificuldade técnica apresentada com 10% (49) das amostras

de escarro não sendo filtradas demonstra a necessidade de aperfeiçoar o sistema

antes mesmo de avaliá-lo na rotina laboratorial de locais com alta prevalência da

doença isolada e associada ao HIV visto que não avaliamos o mesmo em condições

de rotina.

Conclusão

O tratamento do escarro com NALC não incrementou a sensibilidade da

baciloscopia após centrifugação indicando que o método com a menor complexidade

acelera o processo de diagnóstico.

A sensibilidade do método FMP no grupo HIV positivo foi superior a todas as

outras técnicas utilizadas sem perda da especificidade podendo ser uma

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metodologia útil no diagnóstico deste grupo de risco, diminuindo a morbidade e

melhorando o prognóstico dos pacientes.

Referências

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FIGURA 1. Esquema do processamento das amostras de escarros

FIGURA 2. População e amostras do estudo

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TABELA 1: Características demográficas e clínicas

Características Total (N=432)

Cultura positiva (N=83)

Cultura negativa (n=349)

Idade, anos Mediana (IQR) Média (DP)

37.0 (18-86)

38.9 (14.2)

32.0 (18-76) 34.7 (12.3)

38.0(18.0-86)

39.8 (14.9)

Sexo Feminino Masculino

156 (36%) 276 (64%)

26 (31%) 57 (69%)

130 (37%) 219 (63%)

Local da seleção FMT-HVD Cardoso Fontes

338 (78%) 94 (22%)

60 (72%) 23 (28%)

278 (80%) 71 (20%)

Procedência Ambulatório Enfermaria

369 (85%) 63 (15%)

61 (73%) 22 (27%)

308 (88%) 41 (12%)

Infecção pelo HIV Sim Não

261 (60%) 171 (40%)

43 (52%)

40 (48%)

218 (62%) 131 (38%)

Contagem de CD4 (células/mm³) Mediana (IQR) Média (DP)

178(11-870)

193 (153)

45 (11-315)

67 (56)

189 (16-870)

214 (154)

Tipo de caso suspeito Novo caso suspeito Suspeito de TB após abandono de tratamento Recidiva de TB após cura

419 (97%)

3 (1%)

10 (2%)

80 (96%)

3 (4%)

339 (97%)

3 (1%)

7 (2%)

Abreviações :IQR, Variação Interquartil; DP, Desvios Padrão; HIV, Vírus da Imunodeficiência Humana; TB, Tuberculose.

TABELA 2: Concordância entre métodos de baciloscopia em relação ao cultivo nos diferentes

grupos analisados

Centrifugada Centrifugada - NALC FMP

Cultura POS NEG POS NEG POS NEG

Total POS 38 37 41 34 53 22 432 NEG 3 354 3 354 9 348

Concordância 90,7% 91,4% 92,8% Kappa 0,606 0,643 0,732

HIV Positivo POS 19 23 20 22 26 16 N=261 NEG 2 217 2 217 3 216

Concordância 90,4% 90,8% 92,7% Kappa 0,555 0,578 0,697

HIV Negativo POS 19 14 21 12 27 6 N=171 NEG 1 137 1 137 6 132

Concordância 91,2% 92,3% 92,9% Kappa 0,668 0,720 0,774

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TABELA 3: Parâmetros de desempenho dos métodos de baciloscopia comparados com cultura

Baciloscopia

Todos Pacientes

(N=432)

Pacientes HIV +

(N=261)

Pacientes HIV-

(N=171)

Centrifugada % (CI 95%) Sensibilidade Especificidade VPP VPN

50.6 (38.6-62.6) 99.1 (98.0-100) 92.6(83.4-100) 90.5(87.5-93.5)

45.2(28.9-61.4)

99(97.3-100) 90.4(75.5-100) 89.6(85.4-93.8)

57.5(39.2-75.9) 99.3(97.7-100) 95.00(82.9-100) 91.7(87.2-96.1)

Centrifugada com NALC % (CI 95%) Sensibilidade Especificidade VPP VPN

54.6(42.7-66.6) 99.1(98.0-100) 93.1(84.6-100) 91.2(88.2-94.1)

47.6(31.3-63.9)

99(97.3-100) 90.9(76.6-100) 90.0(85.8-94.2)

63.6(45.7-81.5) 99.3(97.7-100) 95.4(84.4-100) 92.8(88.6-97.0)

FMP % (CI 95%) Sensibilidade Especificidade VPP VPN

70.6(59.7-81.6) 97.4(95.7-99.2) 85.4(75.9-95.0) 94.0(91.5-96.6)

61.9(46.0-77.7) 98.5(96.5-100) 89.6(76.8-100) 92.5(88.7-96.2)

81.8(67.1-96.4) 96.7(93.7-99.8) 84.3(70.2-98.5) 96.1(92.8-99.5)

Abreviações: Cl, Intervalo de confiança; VPP, Valor Preditivo Positivo; VPN, Valor Preditivo Negativo; HIV, Vírus da Imunodeficiência Humana.*A sensibilidade e especificidade foi estimado pela análise da primeira amostra de escarro de cada paciente com o resultado da cultura finalizada como positiva ou negativa

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2010;363(11):1005-15. 116. Helb D, Jones M, Story E, Boehme C, Wallace E, Ho K, et al. Rapid detection of Mycobacterium tuberculosis and rifampin resistance by use of on-demand, near-patient technology. J Clin Microbiol. 2010;48(1):229-37. 117. Blakemore R, Story E, Helb D, Kop J, Banada P,et al. (2010) Evaluation of the analytical performance of the Xpert MTB/RIF assay. J ClinMicrobiol 48(7): 2495–2501. 118. Lawn SD, Nicol MP. Xpert(R) MTB/RIF assay: development, evaluation and implementation of a new rapid molecular diagnostic for tuberculosis and rifampicin resistance. Future Microbiol. 2011;6(9):1067-82. 119. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual nacional de vigilância laboratorial da tuberculose e outras micobactérias. Brasília. 2008 [Acesso em 9 deMarçode2010];Disponívelem:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_laboratorial_tuberculose.pdf.

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ANEXOS

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ANEXO A

FICHA DE REGISTRO DO PARTICIPANTE

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Local da seleção:

Dados clínicos, demográficos e laboratoriais

Nome: ............................................................................. Prontuário:................................

Data de Nascimento: ..../...../..... Idade: ......... Gênero: M F Procedência am enf

Endereço: ......................................................................................... Tel:............................

Bairro: ...................................... Município: ..............................................................

Telefone: ................................

Tipo de caso suspeito: ( ) Novo caso ( ) Suspeito de TB após abandono de tratamento ( )Recidiva de

após cura.

Iniciou tratamento para tuberculose: ( ) Não ( ) Não se sabe ( ) Sim

Sorologia para HIV:

Posit.

Neg.

Recusa

Não realizado

S/ Informação____________________________

Contagem de céluas CD4 + e carga viral quando do diagnóstico da Tuberculose: Contagem de CD4 realizado?

Sim

Não

Sem informação

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ANEXO B

FICHA DE REGISTRO DA BACILOSCOPIA

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Registro de Resultados da Baciloscopia em MPF e Cultura

Identificação no projeto:__________

Escarro 1

A. Informações sobre o escarro

Número da amostra:____________ Data da coleta: __/__/_____

Aspecto Físico: Saliva Mucopurulento Sanguinolento Liquefeito

B. Resultado da baciloscopia após filtração

Não realizada Realizada → Data da leitura:___/___/_______

Resultado: Negativo Positivo Positivo + Positivo ++ Positivo +++

Cultura: Positiva Negativa Contaminada Sem exame Sem informação

Escarro 2

C. Informações sobre o escarro

Número da amostra:____________ Data da coleta: __/__/_____

Aspecto Físico: Saliva Mucopurulento Sanguinolento Liquefeito

D. Resultado da baciloscopia após Filtração

Não realizada Realizada → Data da leitura:___/___/_______

Resultado: Negativo Positivo Positivo + Positivo ++ Positivo +++

Cultura: Positiva Negativa Contaminada Sem exame Sem informação

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Registro de Resultados da Baciloscopia após centrifugação com NALC

Identificação no projeto:__________

Escarro 1

E. Informações sobre o escarro

Número da amostra:____________ Data da coleta: __/__/_____

Aspecto Físico: Saliva Mucopurulento Sanguinolento Liquefeito

F. Resultado da baciloscopia após filtração

Não realizada Realizada → Data da leitura:___/___/_______

Resultado: Negativo Positivo Positivo + Positivo ++ Positivo +++

Escarro 2

G. Informações sobre o escarro

Número da amostra:____________ Data da coleta: __/__/_____

Aspecto Físico: Saliva Mucopurulento Sanguinolento Liquefeito

H. Resultado da baciloscopia após Filtração

Não realizada Realizada → Data da leitura:___/___/_______

Resultado: Negativo Positivo Positivo + Positivo ++ Positivo +++

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ANEXO C

FICHA PARA LEITURA DA BACILOSCOPIA

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Ficha para leitura da baciloscopia

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ANEXO D

PARECER DO CEP DA FMT-HVD

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ANEXO E

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA (TCLE)

TÍTULO DO ESTUDO: Aperfeiçoamento e avaliação do sistema de concentração por

filtração de amostras de escarro para diagnóstico da tuberculose.

Patrocínio: FUNDAÇÃO DE APOIO A PESQUISA DO ESTADO DO AMAZONAS-FAPEAM

Nome do Voluntário:_________________________________________________________

Introdução:

Você está sendo convidado à participar de um projeto de pesquisa. Os pesquisadores

responsáveis por este estudo são Silvia Leopoldina Oliveira e Patrícia Enedina de Lima

Quincó. Este termo de consentimento irá informá-lo sobre este estudo e ajudá-lo a decidir se

gostaria de participar do mesmo. A SUA PARTICIPAÇÃO NESTE ESTUDO É VOLUNTÁRIA. Você

tem o direito de recusar ou se retirar do estudo a qualquer momento sem que isto implique

em riscos para seu tratamento médico. Se você concordar em participar do estudo, você

deverá assinar este documento e receber uma cópia do mesmo. Você está sendo convidado a

participar deste estudo porque os médicos sabem ou respeitam que você esteja com

tuberculose (TB).

PORQUE ESTE ESTUDO ESTÁ SENDO REALIZADO?

Este estudo está sendo realizado para determinar se um novo tipo de exame de escarro

(sistema de concentração por filtração de escarro) é melhor do que o método tradicional

utilizado no diagnóstico da tuberculose.

COMO SERÁ SUA PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO?

Se você concordar em participar deste estudo, o escarro que sobrar após a realização dos seus

exames de baciloscopia e cultura serão destinados para testar uma nova técnica chamada

(sistema de concentração por filtração de escarro).

O QUE SERÁ FEITO COM AS AMOSTRAS DE ESCARRO?

A sua amostra de escarro será encaminhada para Laboratório da Gerência de Baciloscopia e

será examinada através do método convencional (baciloscopia direta) e também cultivada em

meio de cultura que contém nutrientes para o crescimento do bacilo da tuberculose de acordo

com o requisitado pelo seu médico. A amostra de escarro que sobrar será utilizada para testar

a nova técnica chamada (sistema de concentração por filtração de escarro). Nós acreditamos

que este novo método pode melhorar ainda mais o diagnóstico da tuberculose.

SE MEU TESTE FOR POSITIVO O MEU MÉDICO RECEBERÁ O EXAME ?

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Como ainda não temos certeza que este novo método é melhor que o método tradicional

(baciloscopia e cultura) iremos considerar para diagnóstico da sua doença somente os

resultados do método tradicional.

QUAL O SEU TEMPO DE PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO?

Sua participação nesse estudo será inferior a uma semana.

QUEM PODERÁ PARTICIPAR E QUEM NÃO PODERÁ PARTICIPAR DESTE ESTUDO?

Poderão participar deste estudo pessoas de todas as faixas etárias com suspeita de TB.

Pacientes menores de 18 anos que aceitarem participar do estudo, só serão incluídos se os

responsáveis concordarem em assinar o TCLE. Não poderão participar deste estudo,

voluntários que não forem capazes de produzir escarro.

EXISTEM RISCOS AO PARTICIPAR DESTE ESTUDO?

Há risco mínimo na sua participação no estudo. Pode haver um leve incômodo no ato de tossir.

QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS?

É possível que você não tenha nenhum benefício direto ao participar deste estudo, no entanto,

se este novo teste for melhor que o convencional ele poderá substituir o teste antigo e desta

forma melhorar o diagnóstico da doença. Neste caso, este novo método poderá permitir que

mais pessoas possam ser diagnosticadas e tratadas mais rapidamente, e também ajudar a

prevenir a disseminação da doença.

HAVERÁ ALGUMA DESPESA PARA PARTICIPAR DESTE ESTUDO?

Você não terá despesas para participar do estudo. O diagnóstico e tratamento da tuberculose

serão gratuitos e subsidiados pelos respectivos Programas Estaduais e Municipais de Controle

da Tuberculose.

HAVERÁ ALGUM TIPO DE PAGAMENTO?

A sua participação neste estudo é voluntária, você não receberá nenhum tipo de pagamento

pela sua participação no mesmo.

QUAIS SÃO SUAS ALTERNATIVAS CASO NÃO QUEIRA PARTICIPAR DO ESTUDO?

Caso não queira participar do estudo não haverá nenhum prejuízo, inclusive da assistência à

sua saúde e todos seus exames requisitados pelo médico serão realizados.

HAVERÁ CONFIDENCIALIDADE DE SUAS INFORMAÇÕES?

Todas as suas informações serão mantidas confidenciais. Você terá um número de

registro e seu nome não será usado. Se as descobertas desse estudo forem publicadas seu

nome ou sua identificação não serão divulgados. Sua identidade permanecerá confidencial. Ao

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participar deste estudo, serão coletadas informações pessoais, mas você tem o direito de se

recursar-se a responder às perguntas. Estes dados serão registrados pelos pesquisadores e

médicos que irão arquivá-los. As informações serão guardadas após o término do estudo por 6

anos como recomenda a legislação do país.

QUAIS SÃO OS SEUS DIREITOS?

A sua participação neste estudo é voluntária. Você tem o direito de recusar ou de se retirar do

estudo a qualquer momento sem prejuízo a assistência à sua saúde nesta instituição.

AFIRMAÇÕES DO PACIENTE

Fui esclarecido sobre os objetivos da pesquisa, os procedimentos, riscos e benefícios SIM.......

NÃO .......

Fui esclarecido sobre a liberdade de desistir de participar a qualquer momento, sem que isso

traga prejúizos ao meu atendimento e tratamento. SIM....... NÃO .......

Fui esclarecido de que não haverá remuneração financeira. SIM....... NÃO ...

QUEM VOCÊ PODERÁ CONTACTAR CASO TENHA DÚVIDA?

Se você tiver alguma dúvida sobre seu direito como voluntário na pesquisa, você poderá entrar

em contato com:

Coordenadora do Projeto: Dra. Silvia Leopoldina Santos de Souza Almeida / Tel: (92) 3228-

4833/9104 - 6031 / e-mail [email protected] / Endereço: Rua A19,250 Bairro Planalto

Executora dos testes: Patrícia Enedina de Lima Quincó / Tel: (92) 9200-2959 / e-mail: patrícia-

[email protected] / Endereço: Conj. Versalles Rua 30 Quadra A40, Bairro Planalto

Coordenador do Comitê de Ética e Pesquisa da FMT-HVD: Dr. Francisco Nailson Santos Pinto/

Tel: 8121-0591 / e-mail: [email protected]

Comitê de Ética e Pesquisa da FMT-HVD :Endereço : AV. Pedro Teixeira, 25 – Bairro D. Pedro I

/Tel: (92) 2127-3572

TERMO DE CONSENTIMENTO:

Eu recebi uma cópia deste termo de consentimento e sei que uma cópia ficará guardada no

meu arquivo do estudo. Eu entendo que posso deixar o estudo a qualquer momento que

quiser ou que o médico do estudo pode me pedir para deixar o estudo se ele entender que

esta decisão é melhor para os meus interesses.

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Eu entendo que se eu colocar minha impressão digital no espaço abaixo, eu estou

concordando em participar do estudo e a realizar todos os procedimentos dos mesmos

estabelecidos neste documento.

Eu expliquei os objetivos deste estudo para o voluntário. Tenho plena convicção que ele/ela

entendeu os objetivos, riscos e benefícios da sua participação no estudo.

Local:________________________ Data:____________/___________/____________

Impressão dactiloscópica Assinatura do Voluntário Nome do Voluntário -impresso

Assinatura do responsável legal Nome do responsável legal

Assinatura da testemunha

Impressão dactiloscópica

Nome da testemunha

Assinatura do investigador Nome do investigador

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ANEXO F

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

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Descrever e fornecer informações para uma apropriada coleta de amostras de

escarros destinadas a realização dos exames de baciloscopias e a cultura.

1. Pote para coleta de escarro

2. Papel toalha ou papel higiênico;

3. Luvas;

4. Fita gomada ou etiquetas para identificar o pote da amostra;

5. Pincel permanente para identificar a etiqueta ou a fita gomada.

1. Utilizar luvas, máscaras, aventais e calçados fechados para realização de todos

os procedimentos.

2. Instruir claramente o paciente sobre o procedimento de coleta de escarro.

3. O paciente deve coletar o escarro da antibioticoterapia.

4. A amostra de escarro deve ser coletada em local aberto ao ar livre ou em sala

bem arejada.

5. O escarro deve ser coletado em pote de plástico transparente, de boca larga com

tampa de rosca, fornecido pela Unidade de Saúde FMT-HVD e Policlínica Cardoso

Fontes.

PROCEDIMENTO PARA COLETA DE ESCARRO ESPONTÂNEO

POP - 01

Página 1 de 3

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD) e Policlínica Cardoso Fontes.

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Setor de entrega de amostras de escarro

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia) Dra. Irineide Assumpção Antunes (Diretora da Policlínica Cardoso Fontes)

A. OBJETIVOS

B. RECURSOS NECESSÁRIOS

C. CONDIÇÕES GERAIS

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6. O profissional do laboratório ao receber o pote com a amostra de escarro do

paciente deve usar luvas e fazer a assepsia do pote com hipoclorito de sódio a 1%

para evitar contaminação de si próprio e a contaminação da requisição médica que

acompanha o material.

7. Identificar claramente a amostra coletada utilizando o pincel permanente.

1. Coletar duas amostras de escarro de cada paciente.

2. A primeira amostra é coletada durante a primeira consulta e a segunda é coletada

na manhã seguinte, assim que o paciente despertar.

3. Orientações para coleta da 1ª amostra de escarro

3.1. Fornecer ao paciente orientação e simulação da técnica de coleta utilizando para

isso o pote, e indicando a quantidade adequada a ser coletada( mínimo 1,5 mL).

3.2. Entregar ao paciente o pote para coleta devidamente identificado, junto com um

papel toalha ou papel higiênico. A identificação deve ser feita no corpo do pote.

3.3. Indicar ao paciente o local onde ele efetuará coleta.

3.4. Orientar o paciente a lavar a boca fazendo bochechos com bastante água. Não

precisa estar de jejum.

3.5 No local indicado para realização do procedimento o paciente deve abrir o pote e

forçar a tosse do seguinte modo:

i. Inspirar profundamente, isto é, puxar o ar pelo nariz e ficar com a boca fechada

soltar o ar lentamente pela boca, fazer isso duas vezes.

ii. Inspirar profundamente mais uma vez, prender a respiração por alguns

instantes e solte o ar com força e rapidamente pela boca.

iii. Inspire profundamente mais uma vez, prenda a respiração por alguns instantes

e, em seguida, force a tosse para poder liberar o escarro que está dentro do

pulmão. Escarre diretamente dentro do pote e não deixe o escarro escorrer por

fora do pote.

iv. Repita as orientações (2) e (3) por mais duas vezes, até conseguir uma

quantidade maior de amostra.

D. PROCEDIMENTO

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v. Orientar o paciente a tampar o pote após a coleta rosqueando-o firmemente.

Após o procedimento o paciente deve lavar as mãos com água e sabão.

vi. Orientar o paciente a carregar o pote sempre com a tampa voltada para cima.

4. Orientações para coleta da 2ª amostra de escarro:

4.1. Orientar o paciente a beber no mínimo 8 copos de líquidos (água ou refrescos) no

dia anterior á coleta.

4.2. Orientar o paciente a dormir sem travesseiro no dia anterior a coleta. Isso também

facilita a saída do escarro do pulmão.

4.3 Orientar o paciente (no dia da coleta e assim que despertar) a lavar a boca fazendo

bochechos com bastante água e, em jejum, forçar a tosse e escarrar dentro do pote,

seguido às mesmas orientações da coleta da primeira amostra.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

E. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

POP - 01 Página 3 de 3

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A baciloscopia ou exame microscópico é a pesquisa de Bacilo Álcool-Ácido Resistente

(BAAR) em um esfregaço de amostra clínica, preparado e corado com metodologia

padronizada.

Descrever o procedimento para realização do exame de baciloscopia.

1. Solução de Álcool a 70%;

2. Solução Fenol a 5%;

3. Papel absorvente (papel de filtro ou papel-toalha);

4. Palito de madeira;

5. Lápis de grafite;

6. Lâminas de vidro para microscopia com borda fosca;

7. Recipiente com tampa contendo pedaços de gaze;

8. Recipiente para descarte de materiais contaminados;

9. Cabine de Segurança Biológica (CSB).

10. Cronômetro.

11. Álcool etílico comercial.

12. Fucsina Fenicada a 0,3%.

PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DA BACILOSCOPIA APÓS

CENTRIFUGAÇÃO

POP - 02

Página 1 de 6

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Laboratório de Tuberculose

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. DESCRIÇÃO

C. RECURSOS NECESSÁRIOS

B. OBJETIVO

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79

13. Solução Descorante de Álcool-Ácido a 3%.

14. Azul de Metileno a 0,3%.

16. Funil de vidro haste curta de 50 a 80 mm de diâmetro para filtrar corantes.

17. Algodão hidrófilo e suporte para corar lâmina

18. Óleo de imersão

19. Microscópico de Campo claro

20. Centrifuga

1. Realizar os procedimentos utilizando luvas descartáveis, máscaras N95, aventais

de mangas longas, com punhos sanfonados.

2. Abrir um pote de cada vez e com cuidado para evitar a formação de aerossóis.

1. Preparo do esfregaço

1.1 Ligar a CSB e a luz UV 10 a 15 minutos antes do seu uso;

1.2 Desligar luz UV e descontaminar a superfície interior com gaze estéril embebida

em Solução de Álcool a 70%

1.3 Forrar a bancada com papel-toalha ou outro que tenha capacidade de absorver

respingos;

1.4 Colocar todo material necessário para baciloscopia dentro da cabine e devem

ficar atrás da área em que se desenvolve o trabalho e nunca sobre as grades de

circulação de ar da CSB;

1.5 Manter o papel-toalha e o frasco com Solução de Fenol a 5% na cabine para

utilização em caso de respingos.

1.6 Escrever, com grafite, na borda fosca da lâmina o mesmo número colocado no

corpo do pote de escarro.

1.7 Retirar lentamente a tampa da amostra para evitar a formação de aerossóis e

colocar suavemente virada para cima.

D. CONDIÇÕES GERAIS

E. PROCEDIMENTO

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1.8 Transferir a amostra para o tubo de centrífuga de 50 ml, deixando escorrer

suavemente o escarro pela parede interna do tubo.

1.9 Centrifugar a 3.000 x g por 15 minutos.

1.10 Após a parada total da centrífuga, esperar 5 minutos para abrir.

1.11 Retirar as tubos fechados da centrífuga e colocar na CBS.

1.12 Desprezar o sobrenadante de cada tubo de centrífuga em um recipiente.

1.13 Ressuspender o sedimento com 0,3 ml de Água destilada estéril

1.14 Identificar as lâminas com o número de registro da amostra

1.15 Preparar o esfregaço da baciloscopia concentrada utilizando o sedimento

1.16 Colocar a lâmina com o esfregaço voltado para cima, para secar em temperatura

ambiente

1.17 Fechar bem os tubos das amostras já processadas e armazenar a temperatura

de 2 e 8ºC, até a realização da cultura.

1.18 Limpar a CSB com gaze estéril embebida em Solução de Álcool a 70%.

1.19 Deixar a CSB e a lâmpada UV ligadas por 10 a 15 minutos, antes de desligá-la.

2. Fixação do esfregaço

Depois de secas, fixar as lâminas, uma de cada vez, no bico de Bunsen. Com o

esfregaço voltado para cima passar rapidamente, por três vezes, sobre a chama do

bico de Bunsen como auxílio de uma pinça anatômica.

3. Coloração dos esfregaços - Método de Ziehl-Neelsen 3.1 Colocar as lâminas com o esfregaço voltado para cima, sem encostar umas nas

outras no suporte para corar.

3.2 Filtrar a Fucsina Fenicada a 0,3% para dentro de um frasco depois filtre o Azul de

Metileno a 0,3% em outro frasco.

3.3 Cobrir com a Fucsina filtrada, todo o esfregaço das lâminas.

3.4 Enrolar um chumaço de algodão na ponta da haste de metal. Umedecer o algodão

com álcool etílico.

3.5 Colocar fogo no algodão umedecido com álcool etílico.

POP - 02 Página 3 de 6

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3.6 Passar a chama lentamente por debaixo das lâminas até que ocorra a emissão de

vapores visíveis, essa operação deve durar 5 minutos, a contar da primeira emissão

de vapores. Retirar imediatamente a chama para evitar que a Fucsina ferva

3.7 Inclinar as lâminas para derramar a Fucsina na pia.

3.8 Abrir devagar a torneira até obter um filete de água corrente para lavar as lâminas.

Deixar o filete de água cair em cima de cada lâmina, para que escorra óleo de imersão

suavemente sobre o esfregaço até eliminar todo o corante. Lavar também o lado

oposto ao esfregaço.

3.9 Cobrir completamente cada lâmina com a Solução Descorante de Álcool-Ácido a

3%, e esperar 1 minuto.

3.10 Inclinar as lâminas para derramar a solução descorante na pia.

3.11 Deixar o filete de água corrente cair em cima do número de cada lâmina, para

que escorra suavemente sobre o esfregaço e eliminar o Álcool-Ácido.

3.12 Verificar se os esfregaços ficaram descorados. Considera-se descorado o

esfregaço que apresentar coloração esbranquiçada ou levemente rosada.

3.13 Cobrir o esfregaço com o Azul de Metileno já filtrado e esperar 30 segundos.

3.14 Inclinar cada lâmina com o auxílio da pinça anatômica para derramar o Azul de

Metileno na pia.

3.15 Deixar cair um filete de água corrente em cima da lâmina, até eliminar todo o Azul

de Metileno a0,3%. Lavar também o lado oposto ao esfregaço para eliminar o Azul de

Metileno a 0,3% depositado ali.

3.16 Colocar cada uma das lâminas em pé, para secar

4. Leitura das lâminas

4.1 Limpar a lente de imersão do microscópico antes de iniciar a leitura e após leitura

de cada esfregaço.

4.2 Pingar uma gota de óleo de imersão no centro da lâmina, sem tocar no esfregaço

com o conta-gotas para evitar transferir material de uma lâmina para outra.

4.3 Colocar a lâmina no charriot do microscópio. Girar o canhão do microscópio até

que a lente objetiva de 10x esteja sobre a lâmina, focar a imagem com os botões

macro e micrômetro

4.4 Trocar a objetiva de 10x pela objetiva de imersão (100x) imergindo-a no óleo.

4.5 Aproximar a objetiva de 100x lentamente para não quebrar a lâmina.

4.6 Ajustar o foco com o botão micrométrico até que a imagem fique nítida.

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4.7 Ler 20 campos e somar os resultados e calcular a média.

4.8 Analisar a média obtida para os resultados nos 20 primeiros campos observados,

considerando as seguintes possibilidades.

i. Se a média for de mais de 10 BAAR por campo, encerrar a leitura. Essa amostra é

positiva +++.

ii. Se a média for inferior a 10 BAAR por campo ou não contiver BAAR, continuar a

leitura até completar 50 campos.

4.9 Fazer a leitura e até completar 50 campos e somar os resultados dos 50 campos e

calcular a média.

4.10 Analisar a média obtida para os resultados dos 50 campos observados,

considerando as seguintes possibilidades:

i. Se a média obtida for de 1 a 10 BAAR por campo, encerrar a leitura. Essa amostra é

positiva ++.

ii. Se a média obtida for inferior a 1 BAAR por campo ou não contiver BAAR, continuar

a leitura até completar 100 campos.

4.11 Fazer a leitura e anotar os resultados até completar 100 campos somar e analisar

os resultados considerando as seguintes possibilidades:

i. Se for encontrado um total de 10 a 99 BAAR nos 100 campos examinados, encerrar

a leitura. Essa amostra é positiva +.

ii. Se for encontrado um total de 1 a 9 BAAR nos 100 campos examinados, relatar o

número exato de BAAR encontrados.

iii. Se não forem encontrados BAAR, nos 100 campos observados, essa amostra é

negativa.

4.12 Os critérios para leitura e interpretação dos resultados estão resumidos no

quadro 1 em anexo.

QUADRO 1: Critérios para Leitura da Baciloscopia Fonte: Manual Nacional de Vigilância

Laboratorial da Tuberculose e outras Micobactérias, do Ministério da Saúde, 2008.

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4.13 Limpar as lâminas depois de lidas pressionando levemente o esfregaço com

papel absorvente, cuidando para não remover o esfregaço.

4.14 Juntar as lâminas e identificar com data da leitura para colocar na caixa porta

lâminas.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

.

F. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

POP - 02 Página 6 de 6

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Cultura é o exame laboratorial que permite a multiplicação e o isolamento de bacilos

álcool-ácido resistentes (BAAR) a partir da semeadura de amostra clínica, em meios

de cultura específicos para micobactérias.

Descrever o procedimento para realização do exame de cultura de escarro no meio

sólido Ogawa Kudoh.

1. Pipetador automático ou manual;

2. Tubos de ensaio estéril para colocar 3 ml de Solução de NaOH a 4%;

3. Estante para os tubos de ensaio estéril 20 x 150 mm;

4. Estufa bacteriológica a 36 ± 1ºC;

5. Cronômetro;

6. Solução de NaOH a 4%;

7. Solução de Álcool a 70%;

8. Solução de Fenol a 5%;

9. Papel absorvente (papel de filtro ou papel-toalha) para forrar a bancada;

10. Swab estéril: palito de madeira com algodão hidrófilo enrolado na ponta;

esterilizado em autoclave ou forno de Pasteur que atinja temperatura de 200ºC.

11. Meios de cultura Ogawa Kudoh.

PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DA CULTURA

POP - 03

Página 1 de 3

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Laboratório de Tuberculose

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. DESCRIÇÃO

B. OBJETIVO

C. RECURSOS NECESSÁRIOS

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12. Recipiente para descarte de materiais contaminados

1. Ligar a CSB e a luz UV 10 a 15 minutos antes do seu uso.

2. Desligar luz UV e descontaminar a superfície interior com gaze estéril embebida em

Solução de Álcool a 70%.

3. Forrar a bancada com papel-toalha ou outro que tenha capacidade de absorver

Respingos.

4. Colocar todo material necessário para cultura dentro da cabine e devem ficar atrás

da área em que se desenvolve o trabalho e nunca sobre as grades de circulação de ar

da CSB.

5. Manter o papel-toalha e o frasco com Solução de Fenol a 5% na cabine para

utilização em caso de respingos.

5. Descontaminar o escarro pelo método de Ogawa Kudoh.

5.1 Colocar 3 ml de Solução de NaOH a 4% em cada tubo estéril já identificado,

utilizando pipeta.

5.2 Abrir lentamente o tubo de centrifuga com a amostra a ser processada.

5.3 Introduzir o swab no tubo contendo escarro..

5.4 Inserir o swab impregnado com a amostra no tubo contendo Solução de NaOH a

4%, sem encostar na parede, e deixar em repouso até 2 minutos (máximo).

6. Após o término dos 2 minutos e, passar o swab sobre a superfície do tubo com meio

Ogawa Kudoh.

7. Descartar o swab no recipiente para descarte de materiais contaminados.

8. Fechar os tubos de meio de cultura sem rosquear a tampa até o fim e colocar na

estufa bacteriológica a temperatura de 37ºC..

9. Limpar a CSB, ao do preparo dos esfregaços, com gaze estéril embebida em

Solução de Álcool a 70%.

10. Deixar a CSB e a lâmpada UV ligadas por 10 a 15 minutos, antes de desligá-la.

D. PROCEDIMENTO

POP - 03 Página 2 de 3

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11. Leitura e interpretação dos resultados

11.1 Realizar a leitura dos tubos de cultura semeados após 48 horas de incubação e

posteriormente de 7 em 7 dias até completar 8 semanas.

11.2 Nos tubos em que não são visualizadas colônias incubar novamente e realizar as

leituras nas próximas semanas até completar 8 semanas.

11.3 Nos tubos em que são visualizadas colônias realizar a baciloscopia para

confirmar a presença de BAAR (Bacilos Álcool-Ácidos Resistentes).

i. Se confirmada a presença de BAAR consultar a escala semiquantitativa em anexo

para interpretação dos resultados, levando em conta o número de colônias

visualizadas.

ii. Se houver a presença de outros microorganismos que não sejam BAAR (Bacilo

Álcool-Ácido Resistente) descrever resultado como cultura contaminada.

12. Escala semiquantitativa:

Cultura Positiva - Menos de 20 colônias, relatar a quantidade.

Cultura positiva (+) - De 20 a 100 colônias.

Cultura Positiva (++) - Mais de 100 colônias separadas.

Cultura Positiva (+++) - Colônias confluentes (tapete)

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

E. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

POP - 03 Página 3 de 3

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Consiste na realização do esfregaço após centrifugação e tratamento do escarro com

N-acetil-L-cisteína e Hidróxido de sódio (NALC-NaOH).

Descrever o procedimento para realização do exame de baciloscopia após tratamento

do escarro com NALC-NaOH seguido por centrifugação.

1. Cabine de Segurança Biológica (CSB);

2. Centrífuga com rotor para tubos de 50 ml;

3. Tubos de centrífuga de polipropileno, estéreis, descartáveis, com fundo cônico;

4. Microscópico de Campo claro;

5. Pipetador automático ou manual;

6. Cronômetro;

7. Solução Depurante (Solução de NaOH a 4%, Solução de Citrato de sódio a

2,9%, NALC);

8. Solução Tampão Fosfato pH 6,8;

9. Álcool etílico comercial;

10. Fucsina Fenicada a 0,3%;

11. Solução Descorante de Álcool-Ácido a 3%.

12. Azul de Metileno a 0,3%.13. Funil de vidro haste curta de 50 a 80 mm de diâmetro

para filtrar corantes.

16. Água destilada estéril.

PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DA BACILOSCOPIA APÓS

CENTRIFUGAÇÃO COM NALC

POP - 04

Página 1 de 3

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Laboratório de Tuberculose

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. DEFINIÇÃO

B. OBJETIVO

C. RECURSOS NECESSÁRIOS

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17. Solução de Álcool a 70%.

18. Solução de Fenol a 5%.

19. Recipiente para descarte de materiais contaminados

20. Recipiente com tampa contendo pedaços de gaze;

21. Lâminas de vidro para microscopia com borda fosca.

1. Ligar a CSB e a luz UV 10 a 15 minutos antes do seu uso.

2. Desligar luz UV e descontaminar a superfície interior com gaze estéril embebida

em Solução de Álcool a 70%.

3. Forrar a bancada com papel-toalha ou outro que tenha capacidade de absorver

respingos.

4. Colocar todo material necessário para baciloscopia dentro da cabine e devem ficar

atrás da área em que se desenvolve o trabalho e nunca sobre as grades de

circulação de ar da CSB.

5. Manter o papel-toalha e o frasco com Solução de Fenol a 5% na cabine para

utilização em caso de respingos.

6. Identificar o número de registro da amostra nos tubos de centrífuga.

7. Transferir a amostra para o tubo de centrífuga de 50 ml, deixando escorrer

suavemente o escarro pela parede interna do tubo.

8. Adicionar com pipeta estéril a cada um dos tubos de centrífuga a Solução

Depurante (NALC-NaOH), na quantidade correspondente 10% da amostra. Usar uma

pipeta para cada amostra.

9. Fechar bem os tubos de centrífuga e inverter cuidadosamente o tubo para misturar

bem, evitando a agitação forte que resulta em oxidação e inativação da NALC.

10. Deixar os tubos de centrífuga em repouso por 15 minutos à temperatura

ambiente, para fluidificação/descontaminação.

11. Completar até o volume de 50 ml com Solução Tampão Fosfato pH 6,8.

12. Centrifugar a 3.000 x g por 15 minutos.

13. Após a parada total da centrífuga, esperar 5 minutos para abrir

14. Retirar as tubos fechados da centrífuga e colocar na CBS.

15. Desprezar o sobrenadante de cada tubo de centrífuga em um recipiente.

16. Ressuspender o sedimento com 0,3 ml de Água destilada estéril.

D. PROCEDIMENTO

POP - 04 Página 2 de 3

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17. Identificar as lâminas com o número de registro da amostra.

18. Preparar o esfregaço da baciloscopia concentrada depositando duas gotas do

sedimento na lâmina.

19. Corar conforme descrito no item 3 do POP 02.

20. Ler as lâminas conforme descrito no item 4 do POP 02.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

E. PREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

POP - 04 Página 3 de 3

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90

A técnica de baciloscopia após concentração de escarro por filtração consiste na

digestão, descontaminação e fluidificação do espécime de escarro com a solução de

NALC-NaOH, hipoclorito de sódio e etanol/triton X-100 1%, e passagem da mistura por

uma membrana de policarbonato de 13mm, com poros de 0,8µm, sob pressão

negativa exercida por uma bomba a vácuo de pulso contínuo.

Descrever o procedimento para realização do exame de baciloscopia após

concentração da amostra de escarro por filtração.

1. Materiais para montagem do suporte de filtro

1.1 Pré-filtro e filtro;

1.2 Anel fino e grosso para o filtro;

1.3 Anel para do pré-filtro;

1.4 Bases de metal para o filtro;

1.5 Bases de polipropileno para o pré-filtro;

1.6 Membranas de nylon de 25 mm com poros de 30 µm;

1.7 Membranas de policarbonato brancas (Osmonics) de 13 mm com poros de 0,8 µm;

1.8 Pinça;

PROCEDIMENTO PARA REALIZAÇÃO DA BACILOSCOPIA APÓS

CONCENTRAÇÃO DA AMOSTRA POR FILTRAÇÃO

POP - 05

Página 1 de 7

Versão 1

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Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Laboratório de Tuberculose

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. DEFINIÇÃO

B. OBJETIVO

C. RECURSOS NECESSÁRIOS

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91

2. Materiais para processamento do escarro

2.1 CSB, classe II;

2.2.Pipetador automático ou manual;

2.3 Agitador tipo vórtex;

2.4 Tubos de centrífuga de 50 mL;

2.5 Pipetas graduadas de 10 mL e 25 mL estéreis;

2.6 Pipetas graduadas de 2 mL estéreis ou Ponteiras de 1000 µL;

2.7 Solução de NALC/NaOH;

2.8 Solução de NaOCL 5%;

2.9 Solução de etanol 95%/Triton 1% (MIX).

3. Materiais para filtração do escarro

3.1 CSB, classe II;

3.2 Bomba de vácuo;

3.3 Equipamento de filtração;

3.4 Tubos de centrífuga de 50 mL contendo as amostras processadas;

3.5 Pipetas pequenas ou ponteiras de 200µL para uso do citifluor;

3.6 Suporte de filtros montados;

3.7 Pinças;

3.8 Agulha de biópsia;

3.9 Tabela de identificação das amostras;

3.10 Recipiente com solução de NaOCl 5% para descarte das peças utilizadas.

4. Materiais para coloração das membranas e montagem das lâminas

4.1 Lâminas de vidro para microscopia;

4.2 Lamínulas;

4.3 Citifluor;

4.4 Carbol Fucsina (Kinyoun);

4.5 Álcool ácido;

4.6 Água destilada filtrada;

1. Montagem do suporte de filtros

1.1 Montar na seguinte ordem: filtro e pré-filtro.

D. PROCEDIMENTO

POP - 05 Página 2 de 7

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1.2 Montagem do filtro

1.2.1 Inserir o anel preto na extremidade inferior do filtro

1.2.2 Inserir no filtro com o auxílio da pinça, as seguintes peças, em ordem: anel fino ,

base de metal, membrana de policarbonato com seu lado brilhante voltado para cima,

anel branco ou preto.

1.3 Montagem do pré-filtro

1.3.1 Encaixar a base de polipropileno com a protuberância voltada para baixo.

1.3.2 Colocar a membrana de nylon com auxílio da pinça sobre a base de

polipropileno.

1.3.3 Posicionar o anel em cima da membrana com a pinça.

1.4 Montagem do suporte de filtros

1.4.1 Encaixar o pré-filtro sobre o filtro. Não aperte muito

2. Processamento do escarro

2.1 Identificar os tubos de centrífuga de 50 mL com o numero da amostra.

2.2 Transferir as amostras de escarro para os respectivos tubos, deixando escorrer

suavemente o escarro pela parede interna do tubo.

2.3 Caso a amostra contenha mais do que 1,0 mL, identifique outro tubo de centrífuga

com o mesmo número da amostra.

2.4 Calcular para cada amostra um volume de NALC- NaOH correspondente a 10% ao

da amostra. Anotar os valores nas tampas dos tubos de centrífuga contendo a

amostra.

2.5 Com uma pipeta de 2mL, adicionar a cada tubo, a solução de NALC-NaOH em um

volume correspondente ao anotado na tampa da respectiva amostra.

2.6 Fechar os tubos e homogeneizar as amostras em um agitador do tipo vórtex por

pelo menos 15 segundos.

2.7 Deixar agir por 15 minutos (com homogeneizações de 15 segundos a cada 5

minutos).

2.8 Transferir 1,0 mL das amostras digeridas para novos tubos de 50 mL previamente

identificados com os respectivos números das amostras.

POP - 05 Página 3 de 7

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93

2.9 Com o auxílio de uma pipeta de 10 mL, adicionar 2 mL (volume referente a duas

vezes o volume inicial da amostra) de NaOCL 5% ao tubo contendo 1,0 mL de

amostra digerida.

2.10 Deixar agir por 15 minutos (com homogeneizações por 15 segundos a cada 5

minutos).

2.11 Adicionar 3 mL (volume referente ao mesmo volume da mistura de amostra

digerida e solução de NaOCl) da solução de etanol/Triton 1% (MIX) ao tubo.

Homogeneizar em um agitador do tipo vórtex por 15 segundos.

3. Filtração do escarro

3.1 Com o coletor de vácuo no interior da CSB, inserir a mangueira da bomba de

vácuo no terminal de ar do equipamento.

3.2 Verificar se todas as válvulas estão fechadas (posição horizontal).

3.3 Enroscar o suporte de filtros sobre o tubo de centrífuga contendo as amostras

processadas.

3.4 Inverter a peça com o tubo e inserir nos pontos de filtração.

3.5 Enroscar o conjunto inteiro (suporte de filtros e tubos com amostras) até sentir que

o anel encostou-se ao ponto de sucção. Não aperte muito.

3.6 Desenroscar o tubo, tampá-lo e descartar no recipiente para descarte de materiais

contaminados.

3.7 Repetir os procedimentos acima citados para todas as amostras.

3.8 Na tabela de identificação das amostras, anotar para cada número de 1-10, o

correspondente número da amostra que será filtrada;

3.9 Ligar a bomba a vácuo e ajustar a pressão negativa para - 5 mmHg;

3.10 Abrir todas as válvulas (Posição vertical);

3.11 Após a passagem de todo o volume da amostra pelo pré-filtro, contar 15

segundos e fechar a torneirinha e desligar a bomba á vácuo.

3.12 Desenroscar e desmontar o pré-filtro. Descartar as membranas em recipiente

para descarte de materiais contaminados e transferir as peças para o recipiente

contendo a solução descontaminante de NaOCL 5%;

3.13 Caso encontre líquido sobre a membrana, abra lentamente a válvula até que o

mesmo seja completamente sugado, fechando imediatamente a válvula.

3.14 Retirar o filtro do ponto de filtração do equipamento

POP - 05 Página 4 de 7

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94

3.15 Remover e transferir o anel grosso do filtro para o recipiente contendo a solução

descontaminante de NaOCL 5%.

3.16 Com o auxílio de uma agulha de biópsia, retirar a membrana com pinça e

transferi-la para lâmina de vidro previamente identificada, com o seu lado brilhante

voltado para cima (Figura 1);

3.17 Aquecer as lâminas na chapa a 80° C por 10 minutos;

.

4. Colorar as membranas pelo método de Kinyoun

4.1 Adicionar carbol fucsina sobre as membranas.

4.2 Aguardar 5 minutos.

4.3 Remover o excesso de corante com o auxílio da pinça, tomando o cuidado para

não deixar a membrana cair.

4.4 Lavar com água.

4.5 Adicionar álcool ácido sobre as membranas e aguardar por 2 minutos.

4.6 Remover o álcool ácido com água.

4.7 Transferir a membrana para a lâmina previamente identificada.

4.8 Esperar a lâmina secar.

4.8 Adicionar com o auxílio de uma pequena pipeta uma gotícula de citifluor em uma

das bordas da membrana e outra gotícula no centro.

4.9 Cobrir com uma lamínula tomando o cuidado de evitar a formação de bolhas de ar

sobre a membrana.

4.10 Realizar a leitura microscópica conforme já descrito no item 4 do POP 02

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

Morais, G. C. V. Padronização e avaliação da acurácia do exame de baciloscopia

em membrana de policarbonato após concentração pelo sistema BacFil para o

diagnóstico da tuberculose pulmonar. 2009. Dissertação (Mestrado em Doenças

Infecciosas) - Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, Vitória, 2009.

E. PREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

POP - 05 Página 5 de 7

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Fennelly KP, Morais CG, Hadad DJ, Vinhas S, Dietze R, Palaci M. The small

membrane filter method of microscopy to diagnose pulmonary tuberculosis. J Clin

Microbiol. 2012;50(6):2096-9.

F. ANEXO

POP - 05 Página 6 de 7

Figura 1: Suporte de filtros montado

Figura 2: Peças do filtro

Figura 3: Peças do pré-filtro

Figura 4: Suporte encaixado no tubo

escarro

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96

POP - 05 Página 7 de 7

Figura 4: Sistema de filtração montado

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97

Descrever o procedimento para preparar as soluções usadas no processo de filtração

do escarro.

1. Para preparo das soluções

1.1 Agitador magnético;

1.2 Balança analítica;

1.3 Autoclave;

1.4 Água destilada;

1.5 Recipiente para pesagem;

1.6 Frascos de 500 mL com tampa de rosca;

1.7 Béquer;

1.8 Espátula;

1.9 Tubo de polipropileno com tampa de rosca de 50 mL;

1.10 Pipetas graduadas estéreis;

1.11 Bastão de vidro

1.12 Frasco de vidro de 250 mL para preparo da solução;

1.13 Frasco âmbar para guardar a solução.

1.15 Hidróxido de sódio;

1.16 Triton X-100 – 10% etanol PA.

1.17 NaOCL 10%;

1.16 NALC

PROCEDIMENTO PARA PREPARO DE SOLUÇÕES USADAS NA

FILTRAÇÃO DO ESCARRO

POP - 06

Página 1 de 4

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Sala de Preparo de Soluções e Meios

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. OBJETIVOS

B. RECURSOS NECESSÁRIOS

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1. Preparo da solução depurante (solução de NaOH 5%, Citrato de sódio 2,9 %,

NALC).

1.1 Preparar a solução de NaOH 5%

1.1.2 Pesar e medir os reagentes de acordo com o volume final a ser preparado, como

mostrado no quadro abaixo:

VOLUMES FINAIS

Reagentes 500 mL 1000 mL 2000mL

NaOH 25g 50g 100g

Água destilada 500 mL 1000mL 2000mL

1.1.3 Colocar água destilada em um béquer.

1.1.4 Acrescentar NaOH aos poucos.

1.1.5 Com o auxilio de um bastão de vidro homogeneizar até dissolução completa do

NaOH.

1.2 Preparo do Citrato de sódio 2,9%

1.2.1 Pesar e medir os reagentes de acordo com o volume final a ser preparado, como

mostrado no quadro abaixo:

VOLUMES FINAIS

Reagentes 500 mL 1000 mL 2000mL

Citrato de sódio 14,5g 29g 58g

Água destilada 500 mL 1000mL 2000mL

1.2.3 Colocar água destilada em um béquer e acrescentar citrato de sódio aos poucos.

1.2.4 Com o auxilio de um bastão de vidro homogeneizar até completa dissolução

1.2.5 Preparo da solução de NaOH 5%/citrato de sódio 2,9%

1.2.5.1 Misturar em volumes iguais as soluções de NaOH 5% e de citrato de sódio

1.2.5.2 Distribuir em frascos de 500 mL com tampa de rosca.

C. PROCEDIMENTO

POP - 06 Página 2 de 4

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99

1.2.5.3 Identificar os frascos com o nome e a concentração da solução, data do

preparo, data de validade e nome do responsável pelo preparo.

1.2.5.4 Autoclavar a 127ºC/15 min.

1.2.5.5 Esperar esfriar e guarda a solução sob refrigeração.

1.3 Preparar a solução de depurante (NaOH 5%, Citrato de sódio 2,9 %, NALC).

1.3.1 Pesar e medir os reagentes de acordo com o volume final a ser preparado, como

mostrado no quadro abaixo:

VOLUMES FINAIS

Reagentes 5 mL 10 mL 15 mL

NALC 0,25g 0,50g 0,75g

NaOH 5%/Citrato de sódio 1,45% 5 mL 10 mL 15 mL

1.3.2 Pesar o NALC e transferir para o tubo de centrifuga de 50 mL.

1.3.3 Na CSB, adicionar ao NALC a solução de NaOH 5%/Citrato de sódio 2,9%.

1.3.4 Fechar bem o tubo e inverter cuidadosamente até dissolução completa do NALC.

1.3.5 Evitar a agitação forte que resulta em oxidação e inativação do NALC.

1.3.6 Após a adição de NALC, a solução depurante deverá ser usada em 24 horas.

2. Preparo da solução de NaOCl 5%

2.1 Preparar a solução de NaOCl 5% à partir de outra solução a 10%.

2.1.2 Preparar a solução somente no dia do uso.

2.1.3 Medir com uma pipeta 25 mL água destilada e transferir para um tubo de 50 mL.

2.1.4 Acrescentar 25 mL de NaOCl 10% e homogeneizar.

2.15 Identificar o tubo com o nome da solução e reservar à temperatura ambiente até

momento do uso.

3. Preparo da solução de Etanol95%/Triton 1% (mix)

3.1 Preparar 100 mL de uma solução de Triton X-100 a 1% a partir de uma solução-

estoque a 10%

3.1 Adicionar 90 mL de água destilada filtrada no frasco de vidro;

3.2 Acrescentar 10 mL de Triton X-100 – 10%.

POP - 06 Página 3 de 4

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100

3.3 Homogeneizar com a pipeta por aproximadamente 5X ou até completa

homogeneização da solução;

3.4 Transferir a solução de triton 1% para o frasco âmbar.

3.5 Identificar o frasco âmbar com o nome da solução e data;

3.6 Adicionar 40 mL de Etanol PA em um tubo de centrífugo previamente identificado

com o nome da solução;

3.7 Acrescentar 10 mL da solução Triton 1%. Homogeneizar;

3.8 Identificar o tubo com o nome da solução

3.9 Cobrir o tubo com papel alumínio e armazenar à temperatura ambiente.

Fennelly KP, Morais CG, Hadad DJ, Vinhas S, Dietze R, Palaci M. The small

membrane filter method of microscopy to diagnose pulmonary tuberculosis. J Clin

Microbiol. 2012;50(6):2096-9.

Morais, G. C. V. Padronização e avaliação da acurácia do exame de baciloscopia

em membrana de policarbonato após concentração pelo sistema BacFil para o

diagnóstico da tuberculose pulmonar. 2009. Dissertação (Mestrado em Doenças

Infecciosas) - Universidade Federal do Espírito Santo, UFES, Vitória, 2009.

;

POP - 06 Página 4 de 4

D. PREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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101

Descrever o procedimento para limpeza das peças do sistema de filtração.

1. Esponja macia;

2. Papel absorvente ou pano seco;

3. Detergente neutro;

4. Água da torneira;

5. Água destilada;

6. Solução de NaOCl 5%.

1. Limpeza do sistema de filtro e do anel

1.1 Deixar o sistema de filtro e o anel por 30 minutos em um recipiente contendo com

solução de NaOCl 5%.

1.2 Descartar a solução na pia.

1.3 Enxaguar as peças por 3 vezes com água da torneira para retirada do excesso de

NaOCl que fica sobre a superfície das peças.

1.4 Lavar as peças com detergente neutro

1.5 Enxaguar mais 3 vezes com água da torneira;

1.6 Deixar de molhos por 20 minutos em água destilada;

1.7 Descartar a água do recipiente e colocar as peças para secarem.

PROCEDIMENTO PARA LIMPEZA DO SISTEMA DE FILTRAÇÃO

POP - 07

Página 1 de 2

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Sala de Esterilização

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. OBJETIVOS

B. RECURSOS NECESSÁRIOS

C. PROCEDIMENTO

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102

2. Limpeza do coletor de vácuo

2.1 Acrescentar a solução de NaOCl 5% em todos os pontos de sucção do

equipamento e esperar 30 minutos.

2.2 Remover a tampa de rosca e eliminar na pia o material filtrado.

2.3 Enxaguar o interior do equipamento com água.

2.4 Esfregar a superfície externa do equipamento com detergente neutro e uma

esponja e enxaguar com água da torneira

2.5 Colocar água destilada no interior do equipamento, tampar e deixar de molho por

cerca de 10 minutos;

2.6 Desprezar a água e retirar o excesso de umidade da superfície com papel

absorvente ou pano seco;

2.7 Colocar o equipamento na vertical, com a extremidade aberta voltada para baixo

para secagem interna.

POP - 07 Página 2 de 2

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103

Descrever o procedimento para o preparo da solução de fenol 5% e álcool 70%

1. Para o preparo da solução de fenol 5%

1.1 Cristal de fenol;

1.2 Água destilada;

1.3 Balão;

1.4 Frasco âmbar.

1.5 Banho maria

2. Para o preparo da solução de álcool a 70%

2.1 Álcool etílico comercial 95% 700 ml;

2.2 Água destilada qsp 1.000 ml.

1. Preparação da Solução de Fenol a 5%

1.1 Colocar o fenol em um balão de 1.000 ml.

1.2 Adicionar 700 ml da água destilada aos poucos no balão sobre o fenol.

1.3 Colocar o balão para aquecer em banho Maria até o fenol dissolver completamente

1.4 Retirar do banho maria e acrescentar água destilada até completar 1.000 ml.

1.5 Deixar esfriar em temperatura ambiente

PROCEDIMENTO PARA PREPARO DO FENOL 5% E ÁLCOOL 70%

POP - 08

Página 1 de 2

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Laboratório de Tuberculose

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. OBJETIVO

B. RECURSOS NECESSÁRIOS

C. PROCEDIMENTO

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104

1.6 Colocar a solução de fenol a 5% em um frasco âmbar de 1.000ml hermeticamente

fechado, rotulado com o nome da solução, data da preparação e validade.

1.7 Armazenar essa solução em temperatura ambiente.

2. Preparação da Solução de Álcool a 70%

2.1 Colocar o álcool etílico em um balão de 1.000 ml.

2.2 Adicionar Água destilada aos poucos no balão sobre o álcool etílico até completar

1000 ml.

2.3 Colocar a solução da álcool etílico em um frasco bem vedado já rotulado com o

nome do corante, data da preparação e de validade.

2.4 Armazenar ao abrigo da luz e a temperatura ambiente

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

D. PREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

POP - 08 Página de 2 de 2

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105

Descrever o procedimento para o preparo da solução de NaOH 4% utilizado na

descontaminação do escarro para realização da cultura

1. Hidróxido de sódio (NaOH). 2. Água destilada.

3. Autoclave.

4. Bastão de vidro.

5. Frasco autoclavável

1. Dissolver 4g de Hidróxido de sódio em 100mL de água destilada no frasco

autoclavável

2. Misturar utilizando o bastão de vidro

3. Autoclavar a 121ºC por 15 minutos.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

PROCEDIMENTO PARA PREPARO DA SOLUÇÃO DE NaOH 4%

POP - 09

Página 1 de 1

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Sala de Preparo de Soluções e Meios

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. OBJETIVO

B. RECURSOS NECESSÁRIOS

C. PROCEDIMENTO

D. PREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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106

Descrever o procedimento para preparo do tampão fosfato

Preparação da S o pH 6,8 – Método NALC-NaOH (h) Preparação da Solução A

1. Fosfato dissódico (Na2HPO4);

2. Fosfato monopotássico (KH2PO4);

3. Água destilada;

4. Autoclave;

5. Frasco autoclavável;

6. Medidor de pH;

7. Balão volumétrico;

1. Dissolver em um balão volumétrico 9,47g de fosfato dissódico em 1000mL de água

destilada.

2. Em outro balão volumétrico dissolver 9,07g de fosfato monopotássico em 1000mL

de água destilada.

3. Misturar 50 ml de (Solução A) e 50 ml de (Solução B) em um frasco autoclavável

4. verificar o pH, que deverá ser 6,8.

5. Se precisar ajustar o pH, use a solução (Solução A) para aumentar e a solução

(Solução B) para diminuir.

6. Autoclavar a 121ºC por 15 minutos.

PROCEDIMENTO PARA PREPARO DO TAMPÃO FOSFATO

POP - 10

Página 1 de 2

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Sala de Preparo de Soluções e Meios

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

B. RECURSOS NECESSÁRIOS

C. PROCEDIMENTO

A. OBJETIVO

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107

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

POP - 10 Página de 2 de 2

D. PREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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108

Descrever o procedimento para o preparo de corantes utilizados no método de

coloração de Ziehl-Neelsen.

1. Para preparação do Álcool Ácido a 3%

1.1 Etílico comercial;

1.2 Ácido clorídrico concentrado;

1.3 Balão volumétrico;

1.4 Frasco de 1.000.

2. Para preparação do Azul de Metileno a 0,3%

2.1 Azul de Metileno 3 g;

2.2 Água destilada qsp 1.000 mL;

2.3 Balão volumétrico de 1.000 mL;

2.4 Frasco âmbar;

2.5 Funil.

3. Para preparação da Fucsina Fenicada a 0,3%

3.1 Álcool etílico 95% PA;

3.2 Fucsina Básica;

3.3 Balão volumétrico;

3.4 Cristal de fenol;

3.5 Água destilada;

3.6 Banho Maria.

PROCEDIMENTO PARA PREPARO DE CORANTES

POP - 11

Página 1 de 3

Versão 1

Instituição: Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do (FMT- HVD)

Unidade: Subunidade:

Gerência de Bacteriologia Laboratório de Tuberculose

Aprovado por: Dra. Rossicléia Lins Monte (Gerente do laboratório de bacteriologia)

A. OBJETIVO

B. RECURSOS NECESSÁRIOS

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109

1. Preparação da Fucsina Fenicada a 0,3%

1.1 Preparar a solução de Fucsina Básica e uma solução de fenol aquoso.

1.1.1 Colocar 3g de Fucsina em um balão de 1.000 mL.

1.1.2 Adicionar aos poucos 100 mL de álcool etílico no balão sobre a Fucsina.

1.1.3 Agitar o balão suavemente até a completa dissolução da Fucsina. 3 gramas é a

quantidade indicada na fórmula, desde que a Fucsina tenha no mínimo 88% de

concentração de corante.

1.1.4 Calcular o fator de correção se a concentração for menor, e multiplica-lo por 3

gramas, para encontrar a quantidade de Fucsina necessária.

1.1.4.1 Fórmula do fator de correção = 1 dividido pelo equivalente decimal da

concentração do corante = percentual de concentração do corante dividido por 100.

1.2 Preparar a solução B.

1.2.1 Colocar 50g de fenol em um balão de 1.000 mL.

1.2.2 Adicionar 700 ml da água destilada aos poucos no balão sobre o fenol.

1.2.3 Colocar o balão para aquecer em banho maria até o fenol dissolver

completamente.

1.2.4 Retirar do banho maria e acrescentar água destilada até completar 1.000 mL.

1.2.5 Deixar esfriar em temperatura ambiente.

1.3 Colocar 900 mL da solução B no balão contendo a solução A e agitar.

1.3.1 Tampar a boca do balão com papel alumínio e deixar repousar por 24 horas.

1.3.2 Filtrar, em funil com papel de filtro, diretamente em frasco âmbar de 1000 ml já

rotulado com o nome do corante, data da preparação, de validade, e a frase “Filtrar

antes de usar“.

1.3.3 Armazenar esse corante, ao abrigo da luz e a temperatura ambiente.

2. Preparação da solução descorante de Álcool Ácido a 3%

2.1 Colocar 970 mL de álcool-etílico comercial, em um balão de 1.000 mL.

2.2 Adicionar 30 mL de ácido clorídrico, lentamente, deixando escorrer pelas paredes

do balão que contém o álcool etílico.

2.3 Agitar o balão suavemente.

2.4 Colocar o álcool-ácido em um frasco de1.000 mL rotulado com nome do

descorante, data da preparação, e de validade.

C. PROCEDIMENTO

POP - 11 Página 2 de 3

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110

2.5 Armazenar essa solução em temperatura ambiente.

3. Preparação de Azul de Metileno a 0,3%

3.1 Colocar 3g de azul de metileno em um balão volumétrico de 1.000 mL

3.2 Adicionar a 100 mL da Água destilada ao Azul de Metileno.

3.3 Agitar o balão suavemente até a completa dissolução.

3.4 Adicionar o restante da água e agite bem.

3.5 Filtrar diretamente em um frasco âmbar de 1000 mL já rotulado com nome do

corante, data de preparação e validade, e a frase “Filtre antes de usar“.

3.6 Armazenar a solução de Azul de Metileno ao abrigo da luz e à temperatura

ambiente.

3.7 Três gramas é a quantidade indicada na fórmula, desde que o Azul de Metileno

tenha no mínimo 82% de concentração de corante. Se a concentração for menor, é

preciso calcular o fator de correção e depois multiplicá-lo por 3 gramas.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Manual Nacional de Vigilância Laboratorial da

Tuberculose e Outras Micobactérias. Brasília, 2008.

D. PREFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

POP - 11 Página 3 de 3