universidade federal rural do semi-Árido curso...
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS - DCAT
CURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIA
PROGRAMA MULTIDISCIPLINAR DE FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NA
ÁREA DE PETRÓLEO, GÁS NATURAL, BIOCOMBUSTÍVEIS E ENERGIA PRH-56
JEFFERSON COSTA CONCEIÇÃO SILVA
ESTUDO DE INDUÇÃO DE CAMPO ELETROMAGNÉTICO PARA AUMENTAR
PRODUTIVIDADE EM CAMPOS MADUROS
MOSSORÓ – RN
2016
JEFFERSON COSTA CONCEIÇÃO SILVA
ESTUDO DE INDUÇÃO DE CAMPO ELETROMAGNÉTICO PARA AUMENTAR
PRODUTIVIDADE EM CAMPOS MADUROS
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-árido – UFERSA, para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
de Energia.
Orientador: Prof. Dr. Idalmir de Souza
Queiroz Júnior
Mossoró/RN
2016
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desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções
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patenteamento. Esta investigação será base literária para novas pesquisas, desde que a obra e
seu (a) respectivo (a) autor (a) seja devidamente citado e mencionado os seus créditos
bibliográficos.
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desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e
gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-
UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob
orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de
Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
S586e Silva, Jefferson Costa Conceição.
Estudo de indução de campo eletromagnético para aumentar
produtividade em campos maduros /
Jefferson Costa Conceição Silva. - 2016.
63 f. : il.
Orientador: Dr. Idalmir de Souza Queiroz Júnior.
Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido,
Curso de Engenharia de Energia, 2016.
1. Recuperação de petróleo. 2. Aquecimento indutivo. 3. Campos
maduros. I. Queiroz Júnior, Idalmir de Souza, orient. II. Título.
AGRADECIMENTOS
À minha família, meus grandes heróis, que mе dеram apoio, incentivo e carinho em todos os
momentos.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Idalmir de Souza Queiroz Júnior pela paciência, atenção,
compromisso e horas de dedicação para me ajudar a concluir o presente trabalho.
A ANP pelo apoio financeiro e incentivo a pesquisa na graduação.
A esta universidade, sеu corpo docente, direção е administração quе oportunizaram а janela
quе hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pеlа acendrada confiança nо mérito е ética
aqui presentes.
Meus agradecimentos аоs amigos, companheiros dе trabalhos е irmãos nа amizade quе
fizeram parte dа minha formação е quе vão continuar presentes еm minha vida cоm certeza.
A todos quе direta оu indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеu muito obrigado.
RESUMO
Os campos de petróleo on-shore da região nordeste do Brasil são classificados como
campos maduros, isto quer dizer que se encontram em exaustão ou em baixa produtividade.
Isto se deve pelo fato do reservatório não possuir energia natural suficiente para elevar o
petróleo. Com isto sofrem declínios em sua produtividade, que costumam ser atenuados por
técnicas de recuperação de petróleo. O fato é que sem investimento em tecnologias, as
produções de petróleo tenderiam ao fim.
Conhecendo as principais dificuldades inerentes aos campos maduros, é importante
que as pequenas indústrias de petróleo desenvolvam tecnologias de aproveitamento dos
campos maduros, assim possibilitará arrecadar recursos para outros empreendimentos em
novos campos.
O aquecimento indutivo é uma técnica de aquecimento muito utilizado na indústria de
peças mecânicas, que pode ser aproveitada em poços de petróleo.
Este trabalho tem como objetivo mostrar a partir de uma configuração estabelecida
que o aquecimento indutivo pode ser aplicado diretamente aos dutos. Diferentemente da
metodologia tradicional que é o aquecimento do reservatório através do aquecimento
indutivo, resistivo ou ainda por micro-ondas.
Palavras-chave: Recuperação de petróleo. Aquecimento indutivo. Campos maduros.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Esquema do eletrodo imerso em um meio resistivo ................................................. 19
Figura 2: Esquema de eletrodos em aquecimento por convecção ............................................ 20
Figura 3: Esquema por campo de indução................................................................................ 20
Figura 4: Esquema por ondas eletromagnéticas ....................................................................... 21
Figura 5: Deposição de parafina em duto de petróleo .............................................................. 24
Figura 6:Vetores e as condições de contorno ........................................................................... 29
Figura 7: Variáveis envolvidas ................................................................................................. 32
Figura 8: Configuração do enrolamento e o duto ..................................................................... 33
Figura 9: Direção do campo magnético induzido ..................................................................... 33
Figura 10: Equipamentos principais ......................................................................................... 34
Figura 11: Poço de configuração do Modelo 4 ........................................................................ 37
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Água - 500 A – 500 Hz ........................................................................................... 44
Gráfico 2: Água - Duto 3D 500 A – 1500 Hz .......................................................................... 44
Gráfico 3: Água - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz ........................................................................ 45
Gráfico 4: Água - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz ........................................................................ 45
Gráfico 5: Água - Duto 3D 2000 A – 500 Hz .......................................................................... 46
Gráfico 6: Água - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz ........................................................................ 46
Gráfico 7: Óleo - Duto 3D 500 A – 500 Hz ............................................................................. 47
Gráfico 8: Óleo - Duto 3D 500 A – 1500 Hz ........................................................................... 48
Gráfico 9: Óleo - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz ......................................................................... 48
Gráfico 10: Óleo - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz ....................................................................... 49
Gráfico 11: Óleo - Duto 3D 2000 A – 500 Hz ......................................................................... 49
Gráfico 12: Óleo - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz ....................................................................... 50
Gráfico 13: Água e óleo - Duto 3D 500 A – 500 Hz ................................................................ 51
Gráfico 14: Água e óleo - Duto 3D 500 A – 1500 Hz .............................................................. 51
Gráfico 15: Água e óleo - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz ............................................................ 52
Gráfico 16: Água e óleo - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz ............................................................ 52
Gráfico 17: Água e óleo - Duto 3D 2000 A – 500 Hz .............................................................. 53
Gráfico 18: Água e óleo - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz ............................................................ 53
Gráfico 19: Água, óleo e parafina - Duto 3D 500 A – 500 Hz ................................................. 54
Gráfico 20: Água, óleo e parafina - Duto 3D 500 A – 1500 Hz ............................................... 54
Gráfico 21: Água, óleo e parafina - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz ............................................. 55
Gráfico 22: Água, óleo e parafina - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz ............................................. 55
Gráfico 23: Água, óleo e parafina - Duto 3D 2000 A – 500 Hz ............................................... 56
Gráfico 24: Água, óleo e parafina - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz ............................................. 56
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Comparação entre diferentes técnicas de aquecimento eletromagnético ................. 22
Tabela 2: Modelos adotados para o estudo ............................................................................... 37
Tabela 3: Testes realizados de acordo com parâmetros elétricos ............................................. 38
Tabela 4: Parâmetros da simulação .......................................................................................... 39
Tabela 5: Propriedades da rocha reservatório........................................................................... 39
Tabela 6: Propriedades do condutor ......................................................................................... 40
Tabela 7: Propriedade do aço ................................................................................................... 40
Tabela 8: Propriedades da água ................................................................................................ 41
Tabela 9: Propriedades do óleo ................................................................................................ 41
Tabela 10: Propriedades da parafina ........................................................................................ 41
Tabela 11: Testes realizados de acordo com parâmetros elétricos e seus resultados ............... 57
Tabela 12: Literaturas de estudo com aquecimento eletromagnético ....................................... 62
Tabela 13: Literaturas de estudo com aquecimento eletromagnético parte 2 ........................... 63
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação (1) Lei de Newton ...................................................................................................... 23
Equação (2) Método de WALTHER - ASTM.......................................................................... 23
Equação (3) Constante z do método de WALTHER - ASTM ................................................. 24
Equação (4) Lei Ampère-Maxwell ........................................................................................... 25
Equação (5) Lei de Faraday ...................................................................................................... 26
Equação (6) Lei de Gauss para campo elétrico ........................................................................ 26
Equação (7) Lei de Gauss para campo magnético .................................................................... 26
Equação (8) Continuidade ........................................................................................................ 26
Equação (9) Densidade de campo elétrico ............................................................................... 26
Equação (10) Densidade de campo magnético ......................................................................... 26
Equação (11) Densidade de corrente ........................................................................................ 26
Equação (12) Potencial elétrico ................................................................................................ 27
Equação (13) Potencial magnético ........................................................................................... 27
Equação (14) Energia elétrica................................................................................................... 27
Equação (15) Energia magnética .............................................................................................. 27
Equação (16) Potência elétrica ................................................................................................. 27
Equação (17) Potência magnética............................................................................................. 27
Equação (18) Relações constituintes para o campo elétrico..................................................... 28
Equação (19) Relações constituintes para a densidade campo elétrico .................................... 28
Equação (20) Relações constituintes para o campo magnético ................................................ 28
Equação (21) Relações constituintes para o fluxo do campo magnético ................................. 28
Equação (22) Simplificação das relações constituintes do campo elétrico .............................. 29
Equação (23) Simplificação das relações constituintes para densidade do campo elétrico ..... 29
Equação (24) Simplificação das relações constituintes para o campo magnético .................... 29
Equação (25) Simplificação das relações constituintes para fluxo do campo magnético ........ 29
Equação (26) Transferência de calor ........................................................................................ 30
Equação (27) Perdas resistivas ................................................................................................. 30
Equação (28) Perdas magnéticas .............................................................................................. 30
Equação (29) Propagação do campo magnético ....................................................................... 35
Equação (30) Conservação da energia...................................................................................... 35
Equação (31) Condutividade elétrica ....................................................................................... 35
Equação (32) Aquecimento indutivo ........................................................................................ 36
Equação (33) Transferência de calor no condutor .................................................................... 36
Equação (34) Calor sensível ..................................................................................................... 50
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 14
1.1 MOTIVAÇÃO ........................................................................................................... 15
1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 15
1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 16
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 16
1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ......................................................................... 16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 17
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO .................................. 17
2.1.1 Métodos Convencionais ........................................................................................... 18
2.1.2 Métodos Especiais .................................................................................................... 18
2.2 RECUPERAÇÃO POR AQUECIMENTO ELETROMAGNÉTICO ....................... 18
2.3 VISCOSIDADE E TEMPERATURA ....................................................................... 22
2.4 PARAFINA EM DUTOS DE PETRÓLEO .............................................................. 24
2.5 FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO ................................................... 25
2.5.1 Equações de Maxwell ............................................................................................... 25
2.5.2 Relações Constitutivas ............................................................................................. 26
2.5.3 Potencial .................................................................................................................... 27
2.5.4 Energia Eletromagnética ......................................................................................... 27
2.5.5 Fronteiras e Interfaces Físicas ................................................................................ 27
2.5.6 Fonte de Calor Eletromagnética ............................................................................. 30
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL .................................................................. 31
3.1 PREPARANDO UM MODELO ............................................................................... 31
3.2 DEFINIÇÃO DO MODELO ..................................................................................... 32
3.3 TESTES REALIZADOS ........................................................................................... 36
3.3.1 Modelos de Misturas em Oleodutos ....................................................................... 37
3.3.2 Corrente e Frequência Elétricas ............................................................................. 38
3.3.3 Parâmetros da Simulação ....................................................................................... 38
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 43
4.1 MODELO 1 – AQUECIMENTO DE ÁGUA ........................................................... 43
4.1.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz ........................................................................................... 43
4.1.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz ......................................................................................... 44
4.1.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz ....................................................................................... 44
4.1.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz ....................................................................................... 45
4.1.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz ......................................................................................... 45
4.1.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz ..................................................................................... 46
4.2 MODELO 2 – AQUECIMENTO DE ÓLEO ............................................................ 47
4.2.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz ........................................................................................... 47
4.2.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz ......................................................................................... 47
4.2.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz ....................................................................................... 48
4.2.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz ....................................................................................... 48
4.2.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz ......................................................................................... 49
4.2.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz ..................................................................................... 49
4.3 MODELO 3 – AQUECIMENTO DE ÁGUA E ÓLEO ............................................ 50
4.3.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz ........................................................................................... 50
4.3.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz ......................................................................................... 51
4.3.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz ....................................................................................... 51
4.3.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz ....................................................................................... 52
4.3.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz ......................................................................................... 52
4.3.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz ..................................................................................... 53
4.4 MODELO 4 – AQUECIMENTO DE ÁGUA, ÓLEO E PARAFINA ...................... 54
4.4.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz ........................................................................................... 54
4.4.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz ......................................................................................... 54
4.4.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz ....................................................................................... 55
4.4.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz ....................................................................................... 55
4.4.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz ......................................................................................... 56
4.4.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz ..................................................................................... 56
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 58
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 59
ANEXO .................................................................................................................................... 62
14
1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo é apresentado o panorama introdutório deste trabalho, abrangendo uma
descrição geral do tema, a motivação, os objetivos a serem alcançados, as contribuições
pretendidas e a estrutura da monografia. A autossuficiência energética é um desafio que
muitos países buscam resolver, é um incentivo que contribui para o desenvolvimento de novas
tecnologias.
Com o ramo das indústrias de petróleo não acontece diferente, as empresas buscam
cada vez maiores lucros, investindo em novas tecnologias capazes de suprir deficiências
existentes ou corrigi-las em seus processos. As atividades neste setor podem ser analisadas
rapidamente em função das abordagens em exploração das reservas e o quanto é produzido de
petróleo por dia.
As grandes empresas estão assumindo altos riscos com investimentos em novas
descobertas, como o Pré-Sal no Brasil, o que garantirá segurança energética para um longo
prazo. Entretanto, em algumas localidades, as reservas de petróleo, consideradas de campos
maduros, ainda possuem valores energéticos disponíveis muito interessantes para a indústria.
Os campos maduros de petróleo, exemplos clássicos de intervenções positivas em
tecnologias para a exploração deste recurso, são inevitáveis ao longo dos anos. Para contornar
este problema as indústrias utilizam de métodos de recuperação de petróleo. Estes
reservatórios de petróleo pouco eficientes em produção podem proporcionar um melhor
resultado geral da produção, quando utilizados os métodos de recuperação de petróleo, que
foram criados basicamente para consolidar maior produção do que se obteria em uma
elevação tradicional.
Os métodos de recuperação de petróleo podem ser convencionais ou avançados,
basicamente a diferença entre eles é que nos convencionais são utilizados apenas fluidos de
injeção, que através da dinâmica dos fluidos, desloca por pressão o petróleo das rochas. Já os
métodos avançados de recuperação, utilizam de propriedades químicas, térmicas ou
mecânicas, como meios de recuperação de petróleo.
Dentre as técnicas de recuperação avançada de petróleo, as térmicas estão presentes na
maioria dos campos maduros, são utilizadas em casos onde a viscosidade do óleo é fator
limitante para elevação do petróleo. Contudo, existem diversos tipos de recuperação de
petróleo por processo térmico, o aquecimento eletromagnético do petróleo é uma das formas
utilizadas.
15
1.1 MOTIVAÇÃO
Com campos em águas rasas e campos terrestres, a região de Rio Grande do Norte e
do Ceará está entre as maiores produtoras de petróleo onshore, e muitos destes campos são
caracterizados como campos maduros. Os campos maduros de petróleo são caracterizados por
possuírem baixos níveis de produção, no entanto, muitos destes campos possuem poços que
quando aplicados métodos de recuperação mais indicados podem produzir mais.
O aquecimento eletromagnético de poços ou reservatórios é um método de
recuperação de petróleo utilizado em campos maduros em muitos países. Qual o princípio
físico do aquecimento eletromagnético em poços de petróleo? Quais os parâmetros envolvidos
e quais os tipos de aquecimento eletromagnético? É possível implementar esta técnica de
recuperação nos campos maduros da bacia potiguar?
O aquecimento eletromagnético tem como fundamento principal a transformação de
energia elétrica em térmica através da interação entre o campo eletromagnético de excitação e
as partículas sensíveis eletricamente do meio.
As simulações computacionais são ferramentas importantes em um projeto de
produção de petróleo. São através dessas tecnologias que podem ser previamente conhecidas
muitas complexidades da produção de petróleo, evitando o desperdício em investimentos.
Para esse estudo será realizado um modelo de duto de campo maduro, para verificação dos
comportamentos em função dos parâmetros do aquecimento eletromagnético.
As expectativas são que através do modelo de duto de petróleo em estudo,
caracterizado em campo maduro, possa contribuir para a aproximação da academia e a
indústria de petróleo, servindo como modelo didático de aprendizagem das variáveis da
engenharia de petróleo em universidades.
1.2 OBJETIVOS
Este estudo tem como objetivo, investigar o comportamento e a influência de campos
eletromagnéticos aplicados como técnica de recuperação de petróleo através do aquecimento
eletromagnético, mas especificamente o magnético por indução. Este processo conhecido para
a indústria de petróleo tem evitado a desativação de certos campos de petróleo considerados
maduros.
16
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar as particularidades e aspectos constituintes de um sistema de recuperação de
petróleo através do aquecimento eletromagnético por indução em simulações computacionais.
1.2.2 Objetivos Específicos
Comparar os principais métodos de aquecimento eletromagnético de poços de
petróleo.
Comparar o desempenho da variação dos parâmetros de corrente e frequência
aplicados ao reservatório visando o melhor aquecimento.
Avaliar o tempo de aquecimento para uma dada temperatura especificada no
aquecimento eletromagnético por indução.
1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Esta monografia contém cinco capítulos. O Capítulo 2 apresenta a fundamentação
teórica acerca dos métodos mais conhecidos de recuperação de petróleo, da relação entre a
viscosidade e a temperatura do petróleo e os fundamentos do eletromagnetismo.
O Capítulo 3 é apresenta a metodologia experimental deste trabalho, esclarecendo a
preparação e a definição do modelo em estudo.
O Capítulo 4 apresenta os resultados e discussões do trabalho, distinguindo os
comportamentos e resultados em cada um dos modelos de estudo.
O Capítulo 5 é dedicado às considerações finais, em que reúne as principais
conclusões deste estudo, sugerindo direcionamentos para trabalhos futuros.
17
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O petróleo é um recurso mineral importante, possui destaque entre as fontes de energia
e de matéria-prima. Seu valor se deve ao fato de possuir uma composição química bastante
complexa de alto valor quando refinado e elevado poder calorífico. Para se obter sucesso na
produção de petróleo, são necessárias informações sobre o tipo de petróleo, do reservatório, a
quantidade, a pressão, a temperatura, além de outras.
As formações rochosas que possuem grande volume de hidrocarbonetos acumulados
em forma de petróleo são denominadas de reservatórios. O estudo do reservatório é o primeiro
passo para a exploração desta matéria-prima, entretanto é na exploração que são obtidas
informações mais precisas. Suas propriedades determinam as quantidades dos fluidos
existentes, a sua distribuição, a capacidade de elevação e a quantidade que pode ser extraída.
O histórico da produção é um registro das pressões, vazões, das relações de gás e óleo
(RGO), água e óleo (RAO) e basic sedments and water (BSW) e produção acumulada, feito
ao longo da exploração no reservatório. Este histórico é determinante para classificar o campo
de petróleo como um campo maduro, que com o passar dos anos em exploração e produção de
petróleo, vão se tornando maduros. Estes poços não possuem mais energia natural suficiente,
para elevar o petróleo sem auxílio de uma técnica não convencional de elevação. Para resolver
este problema, as indústrias de petróleo desenvolveram os métodos de recuperação de
petróleo.
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO
Com o conhecimento da quantidade de petróleo que pode ser extraído de um
determinado reservatório, as indústrias de petróleo podem decidir se devem ou não implantar
um projeto exploratório ou manter os custos para o projeto em operação. Essas estimativas
são determinadas a partir das relações e cálculos entre o volume original do reservatório, o
volume recuperável, o fator de recuperação, a produção acumulada e a fração recuperada
prevista para determinado reservatório.
Os métodos de recuperação de petróleo são, segundo Thomas (2001) uma série de
processos que visam à obtenção de uma recuperação adicional de petróleo, foram
desenvolvidos para obter maior produção quando comparado a produção que seria se fosse
utilizada apenas a energia natural do reservatório.
18
2.1.1 Métodos Convencionais
A facilidade que o petróleo alcança a superfície está diretamente ligada a pressão
existente no reservatório. Em alguns casos, esta pressão é suficiente para elevar os fluidos
contidos no reservatório facilmente à superfície, este processo é conhecido como elevação
natural. Sengundo o Thomas (2001), os poços que possuem a característica de elevação
natural são chamados de poços surgentes, no entanto, à medida que são extraídos os fluidos
do reservatório, a capacidade de elevação natural nestes poços diminui, o que dificulta a
produção econômica do reservatório.
Para contornar este problema, foram investidas tecnologias de elevação. Conhecidas
como elevações artificiais, elas são métodos de produção em poços que não possuem elevação
natural. Tais métodos consistem na utilização de equipamentos que aumentam o diferencial de
pressão sobre o reservatório, aumentando assim a vazão.
Os métodos convencionais são caracterizados por terem comportamento puramente
mecânico. Nestes processos são injetados fluidos deslocantes com a finalidade de empurrar o
óleo para fora dos poros da rocha, ocupando o espaço anteriormente ocupado pelo fluido
deslocado.
2.1.2 Métodos Especiais
Os métodos especiais ou avançados, por sua vez, são caracterizados pela utilização de
meios não puramente mecânicos. Há processos químicos ou térmicos, são utilizados
geralmente quando os métodos convencionais não foram bem sucedidos ou quando a
viscosidade do óleo é extremamente alta. Segundo Manichand (2002), melhora-se o
deslocamento microscópico do óleo pela redução nas forças capilares ou tensões interfaciais
(métodos químicos e miscíveis) ou pelo decréscimo na viscosidade do óleo (métodos térmicos
e miscíveis).
2.2 RECUPERAÇÃO POR AQUECIMENTO ELETROMAGNÉTICO
As pesquisas envolvendo o aquecimento eletromagnético datam desde a década de 50,
entretanto, há poucas publicações em razão dos elevados custos de pesquisa Essas publicações
usualmente se restringem às feitas pelas empresas exploradoras de petróleo. Atualmente
encontram-se patentes registradas como as citadas abaixo:
Electrical Heating of Mineral Well Deposits Using Downhole Impedance
Transformation Networks. US 5621844 A
19
Method And Apparatus For Recovery Of Minerals From Sub-Surface Formations
Using Electricity. US 3547193 A
RF Applicator For In Situ Heating. US 4508168 A
Single Well Stimulation For The Recovery Of Liquid Hydrocarbons From
Subsurface Formations. US 4524827 A
Heating System For Rathole Oil Well. US 4821798 A
Power Sources For Downhole Electrical Heating US 5099918 A
Radiofrequency Ground Heating System For Soil Remediation. US 5484985 A
Segundo Curbelo (2006), as primeiras experiências em recuperação de petróleo
buscavam fornecer pressão ao reservatório por meio da injeção de um fluido cuja finalidade
era deslocar o fluido residente ocupando o espaço deixado por ele. Atualmente existem
basicamente duas classificações em recuperação de petróleo: os métodos convencionais de
recuperação e os especiais.
O aquecimento eletromagnético é baseado na transformação da energia
eletromagnética em térmica e segundo Manichand (2002), se deve através da interação direta
entre o campo eletromagnético e as partículas eletricamente sensíveis do meio que podem ser
íons ou moléculas dipolares dos fluidos. Ainda conforme Manichand (2002), esta técnica
pode se dar em três maneiras diferentes:
Por condução: é baseado pelo efeito Joule, conhecido também como resistivo, onde
se relaciona diretamente com as partículas do meio em desequilíbrio elétrico. A Figura 1
mostra um esquema de ligação do eletrodo aplicado a um poço de petróleo em meio resistivo.
Figura 1: Esquema do eletrodo imerso em um meio resistivo
Fonte: Adaptado de Da Mata (1993)
20
Por convecção: a formação contendo o fluido viscoso é atravessado por uma
corrente elétrica que se coloca entre dois condutores realizada com potenciais diferentes e
colocados em frente das zonas de produção de dois poços adjacentes, ou entre quaisquer dois
pontos.
Figura 2: Esquema de eletrodos em aquecimento por convecção
Fonte: Adaptado de Da Mata (1993)
Por indução: Um campo magnético induzido por uma alta corrente alternada que
passa pelas bobinas e aquece o meio não condutor. A Figura 3 mostra um esquema de ligação
das bobinas aplicadas a um poço de petróleo em meio indutivo. Este método é o objeto de
estudo deste trabalho.
Figura 3: Esquema por campo de indução
Fonte: Adaptado de Da Mata (1993)
21
Por rotação ou ondas eletromagnéticas: é ocasionado por uma corrente de rotação
devido à interação entre o campo eletromagnético de excitação e as partículas eletricamente
sensíveis às variações sofridas pelo campo. A Figura 4 ilustra o esquema do Sistema.
Figura 4: Esquema por ondas eletromagnéticas
Fonte: Adaptado de Da Mata (1993)
De forma geral, conforme dito anteriormente, as três maneiras se baseiam na
transformação de energia elétrica em energia térmica, e está relacionada diretamente com as
características dielétricas, da existência de fluidos de moléculas dipolares, da escolha da
frequência ideal a ser utilizada e da distribuição dos eletrodos.
Após a decisão sobre a forma a abordar o aquecimento eletromagnético, deve-se
segundo Santos et al.. (2013), estabelecer a análise da transferência da energia
eletromagnética que na maioria dos casos, são derivadas equações das Leis de Maxwell e de
Hallén.
Segundo Manichand (2002), as vantagens do aquecimento eletromagnético em relação
aos métodos convencionais de recuperação térmica são:
É aplicado sem a injeção de qualquer outro fluido no reservatório, evitando o gasto
energético e perda de fluido aquecido para zonas de falha ou de alta permeabilidade.
Aplica-se em reservatórios que apresentem problemas de inchamento de argilas em
presença de água ou vapor.
É um processo limpo ambientalmente e de cogeração de vapor “in situ”.
Não tem limite de profundidade para o reservatório.
22
Pode ser aplicado em reservatórios que apresentem deposição de parafinas e em
áreas extremamente frias.
Atua na região desejada e pode independer da condutividade térmica do meio.
A Tabela 1 apresenta uma comparação entre os métodos de aquecimento
eletromagnético para as adequações e limitações de cada tipo.
Tabela 1: Comparação entre diferentes técnicas de aquecimento eletromagnético
Tipos Adequações Limitações
Indutivo
Para reservatórios e zonas de
escapes.
Baixa ou alta frequência.
Para reservatórios com baixa
saturação de água.
Aquecimento próximo a área do
poço.
Baixa
frequência
(Joule)
Transferência de potência
limitada, pontos quentes
próximos a fonte.
Alternativa a injeção de
vapor.
Reservatórios que
compreendem de estrias de alta
permeabilidade ou fraturas.
A temperatura deve ser mantida
abaixo do ponto de ebulição da
água, a fim de manter continuidade.
A corrosão pode ocorrer nos
eletrodos em altas concentrações de
sal nos reservatórios.
Micro-ondas
Reservatórios contendo óleo
pesado.
Reservatórios diretamente
expostos a microondas sem
quaisquer obstáculos
Exige desligamento da produção.
Profundidade de penetração de
alta frequência é limitada.
Não aplicável a reservatórios
inundados por água.
Ultrassônico
Reservatórios com alta
saturação de água ou esgotado
reservatórios.
Reservatórios de óleo pesado
e água.
Tamanho do vibrador
ultrassônico é limitado pela diâmetro
de injecção do poço.
Não é adequado para mistura de
areia, lama e água
Fonte: Rehman; Meribout (2012)
2.3 VISCOSIDADE E TEMPERATURA
A viscosidade de um fluido é a medida da resistência interna oferecida ao movimento
relativo das diferentes partes do líquido. É uma função forte da temperatura e da composição
(no caso de misturas), mas também da pressão, teor de gás dissolvido (razão de solubilidade)
e da salinidade (água). É comumente conhecida como a viscosidade absoluta, que é definida
pela Lei de Newton para fluidos newtonianos descrita na Equação 1.
23
(1)
Onde:
Coeficiente de viscosidade.
Força de cisalhamento por unidade de área.
Gradiente de velocidade entre os planos.
Muitos dos derivados de petróleo têm viscosidades específicas adequada para cada
tipo de operação, sendo uns utilizados como lubrificantes, outros como combustíveis e etc. A
viscosidade do petróleo não é, geralmente, medida através da viscosidade absoluta, mas sim
através da viscosidade cinemática.
Sabe-se que em um poço de petróleo, a viscosidade é um fator que deve ser observado
com grande empenho, pois quanto maior a viscosidade do petróleo, mais difícil se torna a sua
elevação, e consequentemente mais caro se torna o processo de extração. Entretanto, a
temperatura é um parâmetro capaz de alterar significativamente a viscosidade de um fluido.
Quanto mais elevada a temperatura, menor será a viscosidade do fluido. Esta redução da
viscosidade nos fluidos é atribuída, segundo Fox et al.. (2006), ao aumento das distâncias
intermoleculares provocadas durante o aumento da temperatura, reduzindo as forças atrativas
entre as moléculas.
Existem modelos que caracterizam a viscosidade do petróleo com a temperatura,
dentre eles o método de WALTHER - ASTM, que se definiu empiricamente a relação
aplicada, segundo Lima (2006), com ótima precisão para petróleo e suas frações, descrita na
Equação 2.
(2)
Onde:
É a temperatura do fluido.
e São constantes dependentes da composição do material.
É uma constante em função da viscosidade cinemática do fluido em análise dada pela
Equação 3.
24
(3)
Onde:
e São constantes em função da viscosidade do fluido.
2.4 PARAFINA EM DUTOS DE PETRÓLEO
A parafina é um grande problema para a indústria de petróleo, sua formação nos dutos
causam uma série de problemas de produção, tais como espaços bloqueados, falhas de bomba
de fundo de poço, válvulas bloqueada, perda de carga, todos levando à possível perda de
produção de petróleo e gás, como ilustra a Figura 5. A parafina é uma mistura de cadeias
longas de hidrocarbonetos que conforme Leiroz (2004), nas condições de temperatura entre
70 e 150 ºC e pressão entre 55 e 103 Mpa, as parafinas são mantidas em solução no petróleo.
Figura 5: Deposição de parafina em duto de petróleo
Fonte: Halliburton (2016)
A medida que o petróleo é extraído e transportado desde o poço à superfície, vai
perdendo calor para o ambiente, com esta diminuição da temperatura, segundo Morán (2007),
mais precisamente no ponto de névoa, cada componente parafínico torna-se menos solúvel até
que a cristalização da parafina se inicie.
A temperatura é o fator mais determinante para cristalização da parafina, no entanto,
também depende de outros fatores como propriedades físico-químicas, condições de
operação, métodos preventivos, campos eletromagnéticos, etc. Seu mecanismo de deposição,
segundo Morán (2007), se deve por fenômenos de difusão molecular, difusão browniana,
dispersão por cisalhamento e deposição gravitacional.
25
2.5 FUNDAMENTOS DO ELETROMAGNETISMO
A teoria eletromagnética é uma teoria de campos vetoriais, em que a cada ponto do
espaço é atribuído uma propriedade descrita em 3 quantidades. Neste contexto, segundo Silva
(2016), uma teoria de campo considera que as partes de um sistema não são independentes,
existe interação que se dá entre as partes vizinhas do sistema. Sendo assim, a interação entre
duas cargas elétricas, a exemplo, seria explicada por uma ação que se propaga entre uma
carga e outra através do éter existente entre elas.
No entanto, ainda segundo Silva (2016), ela não pode ser traduzida para termos
utilizados atualmente pela física moderna, que se baseia na existência do elétron e ausência do
éter. Contudo, os estudos desenvolvidos a partir de Maxwell são eficiente para explicar vários
fenômenos eletromagnéticos e ópticos.
2.5.1 Equações de Maxwell
Segundo COMSOL (2013) o problema da análise eletromagnética num nível
macroscópico é a de resolver as equações de Maxwell sujeitas a certas condições de contorno.
As equações de Maxwell são um conjunto de equações, escrito em forma diferencial ou
integral, que indicam as relações entre as quantidades fundamentais do eletromagnetismo.
Estas quantidades são:
Intensidade de campo elétrico.
Densidade de fluxo elétrico.
Intensidade de campo magnético.
Densidade de fluxo magnético.
Densidade de corrente.
Densidade de carga elétrica.
As equações podem ser apresentados na forma diferencial ou forma integral. A forma
diferencial é apresentada aqui, pois o método dos elementos finitos pode manipular. Para
campos variáveis no tempo em geral, as equações de Maxwell podem ser escritas conforme as
equações abaixo:
(4)
26
(5)
(6)
(7)
As Equações 4 e 5 referem-se a Lei Ampère-Maxwell e a Lei de Faraday,
respectivamente. Já as Equações 6 e 7 são a Lei de Gauss para forma elétrica e magnética,
respectivamente. Outra equação fundamental é a equação da continuidade descrita pela
Equação 8.
(8)
2.5.2 Relações Constitutivas
Em um sistema fechado é comum estabelecer relações constitutivas que descrevem as
propriedades macroscópicas de um sistema. Essas relações obtidas através das equações de
Maxwell estão descritas nas Equações 9, 10 e 11.
(9)
(10)
(11)
Onde:
Permissividade elétrica no vácuo.
Permeabilidade magnética no vácuo.
Condutividade elétrica.
O vetor de polarização elétrica descreve como o material é polarizado quando o
campo elétrico está presente. Segundo Comsol (2013), pode ser interpretado como a
densidade de volume de momentos de dipolo elétrico. Assim também há equivalência para o
vetor magnetização , que descreve como o material é magnetizado pelo campo magnético
.
27
2.5.3 Potencial
Em determinadas circunstâncias, pode ser útil formular problemas em termos de
potencial escalar elétrico e o potencial vetor magnético . Eles são dadas pelas igualdades
(12)
(13)
A definição da Equações 12 e 13 para o para o vetor potencial magnético é
consequência direta da Lei de Gauss magnética. Já o o potencial elétrico é resultado da Lei de
Faraday.
2.5.4 Energia Eletromagnética
A energia elétrica e magnética são definidas pelas Equações 14 e 15, respectivamente.
(14)
(15)
A potência elétrica e magnética são descritas conforme apresentam as Equações 16 e
17, respectivamente.
(16)
(17)
2.5.5 Fronteiras e Interfaces Físicas
Estas relações constitutivas podem ser bastante complicadas. No entanto são
importantes para a classificação dos materiais em termos de parâmetros eletromagnéticos. Há,
segundo COMSOL (2013), quatro principais grupos de materiais onde um dado material pode
pertencer a um ou mais destes grupos . Os grupos são:
Materiais não homogéneos: são aqueles em que os parâmetros constitutivos variam
com o espaço de coordenadas de modo a que diferentes propriedades de campo prevalecem
em diferentes partes da estrutura do material.
28
Materiais anisotrópicos: as relações de campo em qualquer ponto diferente para
diferentes direções de propagação. Os parâmetros anisotrópica são necessários para examinar
permissividade em cristais e quando se trabalha com condutividade em solenoides.
Materiais não-lineares: Há efeitos de variações na permissividade ou
permeabilidade de acordo com a intensidade do campo eletromagnético. A não-linearidade
também inclui efeitos de histerese, onde não só as intensidades de campo corrente
influenciam as propriedades físicas do material, mas também a distribuição do campo.
Materiais dispersivos: descreve mudanças na velocidade de uma onda com
comprimento de onda. No domínio da frequência, a dispersão é expressa com uma
dependência das leis constitutivas de frequência.
Os grupos de materiais são importantes para este estudo, pois a partir de suas
propriedades, são feitas relações de fronteiras e interfaces das condições físicas. Para obter
uma descrição completa de um problema de eletromagnetismo, essas condições de contorno
devem ser especificadas nas interfaces dos materiais e limites físicos.
Nas interfaces entre os dois meios de comunicação, as condições de limite podem ser
expressas matematicamente conforme as Equações 18, 19, 20 e 21.
(18)
(19)
(20)
(21)
Onde:
Vetor normal do meio 2.
Densidade de corrente na superfície.
Densidade de cargas na superfície.
A interface entre um dielétrico e um condutor perfeito vem sendo estudadas em muitas
áreas da ciências, devido a grande quantidade de aplicação para a engenharia. Um condutor
perfeito tem uma condutividade elétrica infinita e, segundo Mukhametshina (2013), nenhum
campo elétrico interno. Caso contrário, iria produzir uma densidade de corrente infinita de
acordo com a terceira relação constitutivo fundamental apresentado na Equação 11.
29
Numa interface entre um dielétrico e um condutor perfeito, as condições de contorno
para os campos e são simplificadas. Admitindo que o subscrito 1 corresponde a um
condutor perfeito e o 2 ao dielétrico, as considerações: e são válidas. Se for
um caso variante no tempo, então e , assim , como consequência das equações
de Maxwell. O resultado é o seguinte conjunto de condições de contorno para os campos no
meio dielétrico para o caso variável no tempo, utilizado para modelo de estudo deste trabalho.
(22)
(23)
(24)
(25)
A partir dos limites físicos e as condições de contorno são determinadas as regiões de
atuação da corrente induzida. É apresentado na Figura 6 como é feito este estudo de
fronteiras.
Figura 6:Vetores e as condições de contorno
Fonte: Adaptado Comsol (2013)
A condição de limite magnético é usado em fronteiras para representar as superfícies
de um condutor sem perdas ou metálico representando um corte de simetria. O metal ilustrado
na região sombreada não é parte do modelo, mas carrega perfeitamente equilibrado as
correntes superficiais induzidas.
30
2.5.6 Fonte de Calor Eletromagnética
As bobinas são usadas para simplificar a criação de magnetostática e modelos
eletromagnéticos de baixa frequência. Em muitas aplicações, o campo magnético é gerado por
correntes elétricas que fluem em materiais condutores como cabos, fios, bobinas, ou
solenoides. As características da bobina podem ser usadas para modelar mais facilmente essas
estruturas e traduzir correntes e tensões em densidades de corrente e campos elétricos.
As bobinas são fontes eletromagnéticas de calor e são representadas pelas perdas
eletromagnéticas, , como uma fonte de calor na parte de transferência de calor do modelo,
dada pela Equação 26.
(26)
Onde as Equações 26 e 27 expressam as perdas resistivas e magnéticas respectivamente.
(27)
(28)
31
3. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Atualmente, as empresas de petróleo utilizam aquecimento eletromagnético como uma
das tecnologias de recuperação de petróleo em campos maduros. Isto pode ser confirmado nos
whitepapers (artigos) disponibilizados pelas companhias.
Este trabalho teve como metodologia, a utilização de artigos científicos e documentos
oficiais gratuitos disponibilizados pelas indústrias e entidades de pesquisas, os quais foram
estudados e assim analisadas as principais variáveis envolvidas no processo de aquecimento
eletromagnético na produção de petróleo em campos maduros. Com os parâmetros definidos,
foram utilizados softwares especializados em simulação de campos eletromagnéticos em uma,
duas ou três dimensões, que através de cálculos de elementos finitos resolvem as equações da
conservação da energia descritas na Seção 3.2, para desenvolver um ambiente de estudo
computacional do comportamento do aquecimento eletromagnético em campos maduros. Para
isto, este estudo foi dividido em duas partes:
Teórica: Estudo teórico sobre o aquecimento eletromagnético, solo, poços de
petróleo da região nordeste do Brasil, viscosidade, temperatura e dinâmica dos fluidos. Foram
catalogados artigos teóricos e dados da produção de poços de petróleo em campos maduros.
Então com base neste levantamento, foram sugeridos modelos mais simples de um poço de
petróleo, que possa ser simulado em um computador.
Prática: Esta parte foi composta por todas as etapas de elaboração dos algoritmos
para simulação de um poço de petróleo, de soluções de equações e de estimativa do campo
eletromagnético induzido e sua influência para variação de temperatura.
3.1 PREPARANDO UM MODELO
Para a elaboração deste trabalho, foi necessário seguir algumas etapas descritas no
algoritmo do problema. Esta seção apresenta dicas gerais sobre modelagem que levaram a
decidir o que incluir neste estudo e que pode ser feito para minimizar o tamanho de um
problema.
Qual é o propósito do modelo?
Verificar lei da conservação da energia na transformação de energia magnética em
energia térmica.
Quais as informações se deseja extrair a partir do modelo?
32
Selecionar a dimensão espacial para a geometria do modelo.
Simplificar o geometria usando as condições de contorno.
Aplicar fontes eletromagnéticas
Selecionar um tipo de estudo
De acordo com as etapas descritas foram obtidas as variáveis principais do problema,
descritas na Figura 7.
Figura 7: Variáveis envolvidas
Fonte: Autoria própria
Após realização dos algoritmos de simulação, foram testados os parâmetros de
corrente, tempo e frequência, variando essas grandezas para analisar suas influencias na
temperatura do meio, com o intuito de diminuir a viscosidade do petróleo. No entanto este
estudo se limitou a avaliar apenas o gradiente de temperatura, deixando a relação temperatura
e viscosidade para trabalhos futuros.
Em decorrência da inexperiência em projetos da engenharia de petróleo, foram
analisados modelos de dutos de petróleo disponíveis ao público e simplificados de forma a
possibilitar a simulação do aquecimento eletromagnético.
3.2 DEFINIÇÃO DO MODELO
Para este estudo foi desenvolvido um modelo baseado no aquecimento indutivo
através de simulação em computador utilizando a técnica de elementos finitos para solução
das equações de Maxwell e da conservação da energia. Este modelo tem como princípio o
enrolamento do duto de produção por um condutor conforme demonstra a Figura 8, que ao ser
33
carregado por uma corrente alternada de frequência média, seja induzido um campo
magnético variante no tempo, que aquece o duto.
Figura 8: Configuração do enrolamento e o duto
Fonte: Autoria própria
O calor produzido pela corrente induzida é chamado de calor indutivo, e o calor
oriundo da corrente é chamado de calor resistivo. O calor indutivo faz a temperatura do duto
subir, com isto há uma diferença de temperatura entre o duto e o fluido, que por transferência
por condutividade, flui calor até o equilíbrio térmico entre o fluido e o duto. A Figura 9
demonstra um corte transversal do duto e a direção do campo magnético induzido.
Figura 9: Direção do campo magnético induzido
Fonte: Autoria própria
34
Os principais equipamentos envolvidos e suas respectivas zonas de atuação para o
aquecimento indutivo estão demonstrados na Figura 10.
Figura 10: Equipamentos principais
Fonte: Pentair (2016)
Segundo COMSOL (2013) o desafio em aquecimento por indução é que há elevada
corrente nas bobinas de indução, e isto requer um ativo arrefecimento. Isto foi resolvido ao
instalar na bobina condutores ocos um fluido refrigerante, no caso água, que circula no
interior . Mesmo para as taxas de fluxo de água serem bastante modestos, o fluxo do fluido
refrigerante torna-se altamente turbulento, o que faz com que a transferência de calor entre o
condutor e a água seja muito eficiente, evitando assim que o condutor aqueça demais.
35
A condução de calor, para este estudo ocorre em duas zonas principais, no interior do
duto e no condutor. Ela ocorre como consequência de diferentes mecanismos em diferentes
meios e segundo COMSOL (2006), através de colisões e oscilações de cada molécula
excitadas pelo campo magnético.
Este sistema simplificado pelas Equações 29 e 30, trata da conservação de energia,
onde a transferência de calor deve ser solucionada simultaneamente com a propagação do
campo magnético.
(29)
(30)
Onde:
Capacidade específico de calor.
Condutividade térmica.
Calor indutivo.
Densidade.
A condutividade elétrica do aço do duto é dado em função da temperatura,
demonstrada na Equação 31:
(31)
Onde:
Resistividade de referência para
Temperatura de referência 293 K
Temperatura atual no domínio
Coeficiente de temperatura da resistividade
A média de tempo do aquecimento indutivo ao longo de um período, é dada pela
Equação 32:
36
(32)
O condutor de bobina é arrefecido pelo fluxo de água turbulento num canal de
arrefecimento interno. Esta dinâmica é considerada pela combinação de uma alta
condutividade térmica eficaz e um termo de perda convectiva out-of-plane homogeneizadas,
considerado na simulação pela Equação 33:
(33)
Onde:
Fluxo de massa da água
Temperatura da água fornecida
Raio do canal do fluxo de água
Área da seção do canal de resfriamento
3.3 TESTES REALIZADOS
Nesta etapa foram definidos os modelos de misturas em oleodutos e quais variáveis
elétricas seriam testadas, onde de acordo com a variação em sua intensidade, a temperatura
nos meios em estudo responderiam diferentemente.
Foi adotado apenas um trecho de 1 metro do duto, este trecho se repetiria em
intervalos ao longo do poço. A proposta deste trabalho é de utilizar aquecedores indutivos em
trechos específicos do poço ou oleoduto de transporte.
A temperatura dos reservatórios de petróleo variam muito de acordo com diversos
parâmetros, composição do petróleo, da rocha, pressão, concentração entre outros. Para este
estudo foi adotado 20 ºC, esta temperatura não representa a maioria dos poços de petróleo da
região. No entanto, conforme encontrado em Diniz (2015), está dentro da faixa que é
encontrado em diferentes partes do mundo.
37
3.3.1 Modelos de Misturas em Oleodutos
O primeiro critério para os testes foi a realização a partir de quatro modelos
simplificados para preenchimento do oleoduto. Esses modelos, apresentados na Tabela 2,
representam as fases da misturas presentes nos reservatórios considerados para este estudo.
Tabela 2: Modelos adotados para o estudo
Modelos Água Óleo Água
e Óleo
Água, Óleo
e Parafina
1 P1e P2
2 P1 e P2
3 P1 e P2
4 P1, P2 e P3
Onde P1 é a localização de um ponto que pode ser água ou óleo, dependendo do
modelo em análise, P2 é a coordenada da posição do condutor para todos modelos e P3 é a
localização da parafina, conforme vista na Figura 10.
Figura 11: Poço de configuração do Modelo 4
Fonte: Autoria própria
38
3.3.2 Corrente e Frequência Elétricas
A princípio definiu-se a corrente elétrica fornecida ao sistema como parâmetro de
referência. Isto se deve pelo fato da corrente elétrica fornecida induzir um campo magnético
através do condutor em formato de bobina, Lei de Faraday, excitando uma corrente de
indução no metal do oleoduto, aquecendo-o.
Outra variável importante para o aquecimento indutivo é a frequência da rede elétrica,
este parâmetro corresponde ao número de oscilações que ocorre na corrente elétrica. É
imprescindível que a corrente seja alternada, ou seja, possua frequência elétrica diferente de
zero para gerar um campo magnético variante no tempo, e assim induzir uma corrente. Visto
isto, os teste foram realizados conforme mostra a Tabela 3.
Tabela 3: Testes realizados de acordo com parâmetros elétricos
Testes Corrente [A] Frequência [Hz]
1 500 500
2 500 1000
3 500 1500
4 500 2000
5 1000 500
6 1000 1000
7 1000 1500
8 1000 2000
9 2000 500
10 2000 1000
11 2000 1500
12 2000 2000
3.3.3 Parâmetros da Simulação
São apresentados na Tabela 4 os parâmetros da simulação, que determinam as
características gerais da geometria e dos aspectos físico-químicos envolvidos no sistema. Os
valores geométricos foram adotados para simplificação do problema, no entanto, estão de
acordo com as características de muitos poços da região. Os parâmetros receberam os nomes
conforme suas características, porem são apresentadas aqui da mesma forma que utilizadas no
software para simulação.
39
Tabela 4: Parâmetros da simulação
Parâmetro Especificação Detalhes
I0 500 - 2000[A] passo 500[A] Corrente
T0 293[K] Temperatura referência
Rc 15[mm] Raio da bobina
Ac pi*Rc^2 Área da seção da bobina
Mt 1[kg/min] Fluxo de agua
Tin 10[°C] Temperatura da agua
ap 5e-3[1/K] Coeficiente de Temperatura aço
r1 1e-7[ohm*m] Coeficiente de Temperatura aço
f 500 - 2000[Hz] passo 500 [Hz] Frequência
As propriedades das rochas reservatório utilizadas para este trabalho, conforme
encontradas em Thomas (2001), são apresentadas na Tabela 5. Espera-se que esta região
também aqueça, o que contribuiria para o escoamento do fluido das rochas em direção ao
poço. Novamente os parâmetros receberam os nomes conforme suas características, porem
são apresentadas aqui da mesma forma que utilizadas no software para simulação.
Tabela 5: Propriedades da rocha reservatório
Parâmetro Especificação Detalhes
mi (µ) 1 Permeabilidade relativa
sigma (σ) 0.004[S/m] Condutividade elétrica
epsilon (ε) 4.5 Permissividade relativa
alpha (α) 18e-6[1/K] Coeficiente de temperatura
Cp 1369[J/(kg*K)] Capacidade térmica
rho (ρ) 1900[kg/m^3] Densidade
k 0.3[W/(m*K)] Condutividade térmica
O condutor de cobre desse estudo é do tipo bobina macio helicoidal e possui
características apresentadas na Tabela 6. Deve ser resfriado por água para não acabar
aquecendo devido ao calor que o oleoduto cede aos corpos em contato, preservando a sua vida
útil. Os parâmetros receberam os nomes conforme suas características, porem são
apresentadas aqui da mesma forma que utilizadas no software para simulação.
40
Tabela 6: Propriedades do condutor
Parâmetro Especificação Detalhes
mi (µ) 1 Permeabilidade relativa
sigma (σ) 5.998e7[S/m] Condutividade elétrica
epsilon (ε) 1 Permissividade relativa
alpha (α) 18e-6 [1/K] Coeficiente de temperatura
Cp 385[J/(kg*K)] Capacidade térmica
rho (ρ) 8700[kg/m^3] Densidade
k 400[W/(m*K)] Condutividade térmica
Tref T0 Temperatura de referência
rho0 (ρ0) 1.754e-8[ohm*m] Resistividade referência a T=T0
O aço é o material do oleoduto, suas propriedades necessárias para este estudo são
apresentadas na Tabela 7. Foram desconsideradas as camadas de revestimentos, com isto foi
apenas adotado que todas as camadas são uniformes em todo trecho do poço. O duto deve
aquecer por aquecimento indutivo e deve ceder calor a mistura contida no oleoduto devido ao
fluxo por condutividade.
Tabela 7: Propriedade do aço
Parâmetro Especificação Detalhes
mi (µ) 1 Permeabilidade relativa
sigma (σ) 4.032e6[S/m] Condutividade elétrica
epsilon (ε) 1 Permissividade relativa
alpha (α) 14e-6 [1/K] Coeficiente de temperatura
Cp 486[J/(kg*K)] Capacidade térmica
rho (ρ) 7850[kg/m^3] Densidade
k 44.5[W/(m*K)] Condutividade térmica
Tref T0 Temperatura de referência
rho0 (ρ0) 1.6e-7[ohm*m] Resistividade referência a T=T0
As características da água são apresentadas na Tabela 8, e conforme explicado
anteriormente, a água está presente na mistura com o óleo em maior concentração, o que deve
influenciar bastante o comportamento da absorção de calor pela mistura. No entanto, a água
ainda atua na como resfriador para o condutor do sistema, por meio da troca de calor por
condução.
41
Tabela 8: Propriedades da água
Parâmetro Especificação Detalhes
mi (µ) 1 Permeabilidade relativa
sigma (σ) 5.5e-6[S/m] Condutividade elétrica
epsilon (ε) 80 Permissividade relativa
alpha (α) 1 Coeficiente de temperatura
Cp 4200[J/(kg*K)] Capacidade térmica
rho (ρ) 1000[kg/m^3] Densidade
k 0.58[W/(m*K)] Condutividade térmica
Tref T0 Temperatura de referência
rho0 (ρ0) 1 Resistividade referencia
As características do óleo são apresentadas na Tabela 9, conforme encontrado em
Bientinesia (2013), Cha-Um et al. (2011), Da Mata (1993) e Mukhametshina et al. (2013) e
adaptadas para este trabalho.
Tabela 9: Propriedades do óleo
Parâmetro Especificação Detalhes
mi (µ) 0.33 Permeabilidade relativa
sigma (σ) 0.35[S/m] Condutividade elétrica
epsilon (ε) 2.19 Permissividade relativa
Cp 2.1e3[J/(kg*K)] Capacidade térmica
rho (ρ) 850[kg/m^3] Densidade
k 0.15[W/(m*K)] Condutividade térmica
Tref T0 Temperatura de referência
rho0 (ρ0) r0 Resistividade referencia
alpha (α) 33e-4 [1/K] Coeficiente de temperatura
As características da parafina são apresentadas na Tabela 10, conforme encontrado em
Longo et al. (2014), Weber et al. (2013) e Halliburton (2016) e adaptadas para este trabalho.
Tabela 10: Propriedades da parafina
Parâmetro Especificação Detalhes
mi (µ) 0.32 Permeabilidade relativa
sigma (σ) 10e-15[S/m] Condutividade elétrica
epsilon (ε) 2 Permissividade relativa
Cp 2.1e3[J/(kg*K)] Capacidade térmica
rho (ρ) 0.8484e3[kg/m^3] Densidade
k 0.23 Condutividade térmica
Tref T0 Temperatura de referência
rho0 (ρ0) r0 Resistividade referencia
42
Todos os testes foram realizados para duração de dez horas. A proposta é que este
sistema possua horários predefinidos de operação, para estimular a recuperação de petróleo,
atuando em conjunto com outros métodos de menor custo que o eletromagnético.
Assim então, segundo Oliveira (2010), se for observado no estudo que há um
significativo incremento na temperatura, a produção de petróleo será maior, devido a redução
da viscosidade decorrente deste acréscimo da temperatura. O que sugere ser um estudo
paramétrico viável de recuperação de petróleo por aquecimento eletromagnético.
43
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta Seção são apresentados alguns resultados das simulações organizadas por
modelo. O objetivo aqui é demonstrar que o campo eletromagnético pode ser utilizado como
técnica de recuperação de petróleo. Espera-se que ao aumentar os parâmetros elétricos,
venham interferir proporcionalmente ao gradiente de temperatura no interior do oleoduto,
facilitando a elevação do petróleo.
O princípio utilizado aqui, é da conservação de energia eletromagnética para a energia
térmica, explicada na Seção 2.5, e isto se deve pela Lei de Faraday aplicado a este modelo.
Os gráficos apresentados nesta Seção, possuem três informações importantes. A
primeira é a temperatura de um ponto do fluido, demonstrado pela curva em azul, este ponto é
o mesmo para todos os modelos estudados, que pode ser a água ou óleo, isto foi definido
como estratégia de comparação dos aquecimentos aos modelos. A segunda é a temperatura do
condutor, demonstrado na curva em verde, é desejável que ela não ultrapasse a temperatura de
operação do condutor, que deve ser especificado pelo fabricante. A terceira é o gráfico de
superfície 3D que demonstra a temperatura conforme as cores ponto a ponto em toda a região.
Para o Modelo 4 é apresentado a curva em vermelho que representa a temperatura da
parafina em um determinado ponto da mistura. O esperado para este modelo é obter
temperatura suficiente para dissolver a parafina na mistura do petróleo e água.
4.1 MODELO 1 – AQUECIMENTO DE ÁGUA
Este modelo é caracterizado pela presença de apenas água no interior do oleoduto.
Muitos poços da região possuem esta característica.
4.1.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz
O aquecimento indutivo para este teste não foi satisfatório, isto é demonstrado no
Gráfico 1. É possível verificar que o poço perde calor para o condutor resfriado. Para estes
valores de corrente e frequência há desperdício de energia.
44
Gráfico 1: Água - 500 A – 500 Hz
4.1.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz
Para este teste, novamente o sistema se demonstra não satisfatório, é possível verificar
no Gráfico 2 que houve crescimento de apenas 1,5 ºC, o que não é considerado uma
recuperação de petróleo.
Gráfico 2: Água - Duto 3D 500 A – 1500 Hz
4.1.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz
A partir do Gráfico 3, é possível identificar um crescimento da temperatura bastante
interessante para recuperação de petróleo. No entanto, este modelo contém apenas água.
45
Gráfico 3: Água - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz
4.1.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz
O Gráfico 4 mostra o crescimento da temperatura em dez hora de aplicação do
aquecimento indutivo. Esses valores são satisfatórios no aquecimento da água. Deve-se
observar que o condutor continua em uma faixa de temperatura segura de operação devido o
sistema de resfriamento.
Gráfico 4: Água - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz
4.1.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz
No Gráfico 5 é apresentado o crescimento da temperatura durante as dez horas, o que
levou a temperatura da água alcançar 40 ºC.
46
Gráfico 5: Água - Duto 3D 2000 A – 500 Hz
4.1.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz
Temperatura da água neste teste chegou em regiões do duto a temperatura maior que
os 70 ºC, o que pode ser visto no Gráfico 6.
Gráfico 6: Água - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz
A variação dos parâmetros elétricos provocou na simulação um aumento da
temperatura em todos os testes com a água, o que era previsto. Já que o aquecimento se dá de
duas formas, a primeira é através da energia magnética que transformada em térmica no aço
do duto, acaba aquecendo a água por condução.
47
4.2 MODELO 2 – AQUECIMENTO DE ÓLEO
Este modelo é caracterizado pela presença de apenas óleo no interior do oleoduto.
Modelo hipotético para poços recém descobertos, no entanto, espera-se que também haja
aquecimento indutivo. Este modelo foi estudado, para verificar o comportamento do
aquecimento indutivo em materiais que tenham propriedades físico-químicas diferentes da
água.
4.2.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz
Assim como no Teste 1 do aquecimento na água, novamente não é, para estes valores
de corrente e frequência, efetuado o aquecimento indutivo, conforme pode ser visto no
Gráfico 7.
Gráfico 7: Óleo - Duto 3D 500 A – 500 Hz
4.2.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz
Para este teste é possível verificar através do Gráfico 8, que há uma tendência a
crescer a temperatura a medida que cresce a frequência, assim como visto na Seção 4.1.2. No
entanto, percebe-se uma ligeira diferença no gradiente de temperatura dos dois testes.
48
Gráfico 8: Óleo - Duto 3D 500 A – 1500 Hz
4.2.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz
A partir do Gráfico 9, é possível identificar em certas regiões do duto, um ligeiro
aumento da temperatura.
Gráfico 9: Óleo - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz
4.2.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz
Para o Teste 8 a temperatura alcançou 47,4 ºC conforme pode ser visto no Gráfico 10.
Acredita-se que é um aquecimento interessante para recuperação de petróleo.
49
Gráfico 10: Óleo - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz
4.2.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz
Para o Teste 9 a temperatura alcançou 62 ºC conforme pode ser visto no Gráfico 11.
Gráfico 11: Óleo - Duto 3D 2000 A – 500 Hz
4.2.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz
Este aquecimento se mostrou o muito eficiente conforme encontra-se no Gráfico 12,
no entanto a esta temperatura, o condutor atinge os 30 ºC. A variável que poderá controlar
melhor a temperatura do condutor é a vazão de água que circula no interior do condutor.
Como explicado anteriormente, tem a função de absorver calor do condutor, não permitindo
que aqueça.
50
Gráfico 12: Óleo - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz
Percebe-se a que as curvas da temperatura obtidas no Modelo 3 possuem respostas
mais rápidas que as do Modelo 1. Isto se deve pelo fato da capacidade térmica do óleo ser
menor que a da água. Onde para a mesma quantidade de calor fornecido ao Modelo 2 e ao
Modelo 3, maior será a variação de temperatura para o Modelo 3, conforme é interpretado
pela Equação 34, que descreve o aquecimento por condução.
(34)
4.3 MODELO 3 – AQUECIMENTO DE ÁGUA E ÓLEO
Este modelo é caracterizado pela presença da mistura água e óleo no interior do
oleoduto, onde a concentração de água é muito maior que a do petróleo. Muitos poços da
região possuem esta característica, conhecidos como poços maduros.
4.3.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz
Para valores abaixo dos utilizados neste teste, não se obtém o aquecimento indutivo.
Isto pode ser observado no Gráfico 13.
51
Gráfico 13: Água e óleo - Duto 3D 500 A – 500 Hz
4.3.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz
Para este teste, novamente o sistema se demonstra não satisfatório, é possível verificar
no Gráfico 14 que houve crescimento de apenas 1,5 ºC em dez horas de aquecimento, o que
não é considerado uma recuperação de petróleo.
Gráfico 14: Água e óleo - Duto 3D 500 A – 1500 Hz
4.3.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz
Assim como na Seção 4.1.3, é possível identificar no Gráfico 15, um crescimento da
temperatura bastante interessante para recuperação de petróleo.
52
Gráfico 15: Água e óleo - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz
4.3.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz
O Gráfico 16 mostra o crescimento da temperatura para o intervalo de tempo. Esses
valores são satisfatórios no aquecimento da mistura. Deve-se observar que o condutor
continua em uma faixa de temperatura segura de operação devido o sistema de resfriamento.
Gráfico 16: Água e óleo - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz
4.3.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz
No Gráfico 17, o crescimento da temperatura da mistura alcançou os 40 ºC.
53
Gráfico 17: Água e óleo - Duto 3D 2000 A – 500 Hz
4.3.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz
A curva da temperatura da mistura neste teste chegou em regiões do duto a valores
maiores que os 70 ºC, o que pode ser visto no Gráfico 18.
Gráfico 18: Água e óleo - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz
É possível verificar através dos testes realizados no Modelo 3 e Modelo 1, que os
comportamentos das curvas de temperatura no interior do duto, para um mesmo ponto, seja
ele água ou gota de petróleo, prevalece o comportamento da água, isto se dá devido ao
volume da água ser muito maior que a do petróleo.
54
4.4 MODELO 4 – AQUECIMENTO DE ÁGUA, ÓLEO E PARAFINA
Este modelo é caracterizado pela presença da mistura água, óleo e parafina no interior
do oleoduto. No entanto a presença de parafina dificulta a elevação do petróleo, um grave
problema que vem sendo estudado para inibir a formação da parafina nos oleodutos.
4.4.1 Teste 1: 500 A – 500 Hz
Para valores abaixo dos utilizados neste teste, não se obtém o aquecimento indutivo.
Isto pode ser observado no Gráfico 19.
Gráfico 19: Água, óleo e parafina - Duto 3D 500 A – 500 Hz
4.4.2 Teste 3: 500 A – 1500 Hz
Para este teste, o sistema não é eficiente, é possível verificar no Gráfico 20 que houve
crescimento de apenas 1,8 ºC.
Gráfico 20: Água, óleo e parafina - Duto 3D 500 A – 1500 Hz
55
4.4.3 Teste 6: 1000 A – 1000 Hz
Assim como na Seção 4.1.3, é possível identificar no Gráfico 21, um crescimento da
temperatura bastante interessante para recuperação de petróleo, no entanto a temperatura da
parafina não a torna totalmente solúvel na mistura.
Gráfico 21: Água, óleo e parafina - Duto 3D 1000 A – 1000 Hz
4.4.4 Teste 8: 1000 A – 2000 Hz
O Gráfico 22 mostra o crescimento da temperatura para o intervalo de tempo. Esses
valores são satisfatórios no aquecimento da mistura. Deve-se observar ainda está longe da
faixa de temperatura que a parafina é totalmente solúvel na mistura.
Gráfico 22: Água, óleo e parafina - Duto 3D 1000 A – 2000 Hz
56
4.4.5 Teste 9: 2000 A – 500 Hz
No Gráfico 23, o crescimento da temperatura da mistura alcançou os 40 ºC para o
óleo, no entanto a parafina ainda está em torno dos 38 ºC.
Gráfico 23: Água, óleo e parafina - Duto 3D 2000 A – 500 Hz
4.4.6 Teste 11: 2000 A – 1500 Hz
A curva da temperatura da mistura neste teste chegou em regiões do duto a valores
maiores que os 70 ºC, o que pode ser visto no Gráfico 24. A partir desta temperatura, a
parafina pode ser encontrada dissolvida na mistura.
Gráfico 24: Água, óleo e parafina - Duto 3D 2000 A – 1500 Hz
57
Os testes provam que a aplicação de uma corrente em uma bobina enrolada a um
corpo metálico, no caso o duto de petróleo, pode servir como aquecimento indutivo. O que de
fato era de se esperar, assim como ocorre em transformadores, a indução de uma corrente no
secundário, no caso duto, acaba esquentando e transmite energia térmica para os fluidos em
seu interior por condução. A Tabela 11 resume os aquecimentos nos modelos estudados
observados para o ponto P1.
Tabela 11: Testes realizados de acordo com parâmetros elétricos e seus resultados
Testes Corrente
[A]
Frequência
[Hz]
Água
[Δ°C]
Óleo
[Δ°C]
Água e
óleo [Δ°C]
Água, óleo
e parafina
[Δ°C]
1 500 500 -0,1 -0,05 -0,15 -0,15
2 500 1000 0,9 0,9 0,9 0,9
3 500 1500 1,5 1,7 1,5 1,5
4 500 2000 2,2 2,4 2,2 2,3
5 1000 500 3,9 4,2 3,9 3,9
6 1000 1000 7,6 7,95 7,6 7,6
7 1000 1500 10,6 11,0 10,6 10,6
8 1000 2000 13,2 13,5 13,2 13,2
9 2000 500 20,1 21,4 20,1 20,1
10 2000 1000 34,3 34,6 34,3 34,3
11 2000 1500 45,8 45,8 45,8 45,8
12 2000 2000 55,7 55 55,7 55,7
58
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como visto, a recuperação de petróleo pode ser realizada a partir de processos
convencionais e avançados. O aquecimento do petróleo é classificado como um método
avançado, já que objetiva reduzir a viscosidade do óleo através da temperatura. Dentre os
métodos avançados de temperatura, o aquecimento eletromagnético tem demonstrado ser
bastante eficiente, principalmente em campos maduros onde a temperatura média é
relativamente baixa.
Este aquecimento como exposto na Seção 2.2, pode ser realizado de quatro maneiras.
No entanto este estudo objetivou apenas o aquecimento indutivo, o qual se baseia na aplicação
da Lei de Faraday.
Conforme apresentado na Seção 4, houve aquecimento em todos os modelos em
estudo. Os mais eficientes foram aqueles que possuíam maiores valores de corrente e
frequência elétricas. O que já era esperado, visto que o fluxo do campo magnético induzido é
dependente da corrente fornecida. Este campo magnético induzido, produz uma corrente
induzida no poço, que acaba aquecendo o fluido contido nele.
Não foi demonstrado neste trabalho a influência da temperatura para com a
viscosidade do petróleo. O que poderá ser realizado em um trabalho futuro. No entanto,
segundo Diniz et al. (2015), o aumento da temperatura sobre a viscosidade numa elevação de
20 para 75 ºC reduz a viscosidade do óleo cru leve por um fator de 3 vezes, entretanto, essa
redução pode ser de 30 para um óleo pesado de 15º API e 1000 vezes para um óleo
extrapesado de 8º API.
Este trabalho não estuda a viabilidade econômica da aplicação deste método de
aquecimento aplicado para recuperação de petróleo. Apenas sugere que a partir de fontes
eletromagnéticas é possível estabelecer um aquecimento.
59
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