artigo caso clínico - abeso

20
Órgão informativo da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica ano VIX - número 39 Maio de 2009 Artigo SOP, Obesidade e Infertilidade: Considerações Gerais Caso Clínico Obesidade e Síndrome dos Ovários Policísticos

Upload: others

Post on 31-Jul-2022

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Artigo Caso Clínico - Abeso

Órgão informativo da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica

ano

VIX

- nú

mer

o 39

Mai

o d

e 20

09

ArtigoSOP, Obesidade e Infertilidade: Considerações Gerais

Caso ClínicoObesidade e Síndrome dos Ovários Policísticos

Page 2: Artigo Caso Clínico - Abeso

Referências Bibliográficas: 1) Arteburn, DE et al: The efficacy and safety of sibutramine for weight loss. Arch Intern Med 164: 994-1003, 2004. 2) Gaciong Z; Placha G:Efficacy and safety of sibutramine in 2225 subjects with cardiovascular risk factors: short-term, open-label, observational study.J um Hipertens 19(9):737-43, 2005. 3) James WP; Astrup A; Finer N; Hilsted J; Kopelman P; Rössner S; Saris WH; Van Gaal LFEffect of sibutramine on weight maintenance after weight loss: a randomised trial. STORM Study Group. Sibutramine Trial of Obesity Reduction and Maintenance.Lancet356(9248):2119-25, 2000. 4) Torp-Pedersen C: Cardiovascular responses to weight management and sibutramine in high-risk subjects: an analysis from the SCOUT trial. Eur Heart J;28(23):2915-23, 2007. 5) Coutinho WF The obese older female patient: CV risk and the SCOUT study. Int J Obes (Lond);31 Suppl 2:S26-30; discussion S31-2, 2007. 6) pagotto, U et al: Pharmacological therapy of obesity. G Ital cardiol 9( supl 1):83S-93S,2008. 7) Revista ABC Farma.

BIOMAG. cloridrato de sibutramina monoidratado. Uso oral, cápsulas 10mg e 15mg. Uso adulto. Indicações: tratamento da obesidade, ou quando a perda de peso está clinicamente indicada; deve ser usado em conjunto com dieta hipocalórica e exercícios, como parte de um programa de gerenciamento de peso, quando somente a dieta e exercícios comprovam-se ineficientes. Contra-indicações: é contra-indicado a pacientes com história de transtornos alimentares, a pacientes com hipersensibilidade conhecida à sibutramina ou a qualquer outro componente da fórmula, a pacientes recebendo inibidores da monoaminooxidase, a pacientes recebendo outros medicamentos supressores do apetite de ação central, em caso de conhecimento ou suspeita de gravidez e durante a lactação. Precauções e Advertências: Causas orgânicas de obesidade devem ser excluídas antes de prescrever Biomag. A pressão arterial e a freqüência cardíaca devem ser medidas antes de iniciar o tratamento e ser monitorados em intervalos regulares. Administrar com cautela a pacientes com hipertensão não controlada, pacientes com glaucoma de ângulo fechado, pacientes com epilepsia, pacientes predispostos a apresentar episódios de sangramento e naqueles em uso de medicamentos que sabidamente afetam a hemostasia ou a função plaquetária. Não deve ser utilizado por pacientes com história de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias ou acidente vascular cerebral, disfunção hepática, disfunção renal. Abuso: os pacientes devem ser monitorados cuidadosamente quanto a antecedentes de abuso de drogas e observados quanto a sinais de uso inadequado ou abuso. Uso em crianças: A segurança e eficácia de Biomag em crianças com menos de 16 anos de idade ainda não foi determinada. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. Gravidez e lactação: Categoria C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista. Interações medicamentosas: Substâncias de ação sobre o SNC: É aconselhável cautela quando administrado com outros fármacos de ação central. Inibidores da monoamino-oxidase (IMAOS): O uso concomitante com inibidores da monoaminooxidase (IMAOs) é contra-indicado. Síndrome serotoninérgica: Não deve ser administrado juntamente com outros agentes serotoninérgicos. Entretanto, se tal combinação for indicada clinicamente, é necessária a observação apropriada do paciente. Substância inibidoras do metabolismo do citocromo P450 (3A4 ): Recomenda-se cautela na administração concomitante da sibutramina com outros inibidores enzimáticos. Álcool: o uso concomitante de excesso de álcool com Biomag não é recomendado. Reações Adversas/colaterais e alterações de exames laboratoriais: dor de cabeça, insônia, delírio, formigamento, náuseas, taquicardia, hipertensão, palpitações, vasodilatação, piora da hemorróida, constipação, sede, edema generalizado, edema periférico, sudorese, alterações do paladar, secura da boca. Foram relatadas reações de hipersensibilidade alérgica variando desde leves erupções cutâneas e urticária até angioedema e anafilaxia, visão borrada, retenção urinária, distúrbios do ciclo menstrual, aumentos reversíveis das enzimas hepáticas. Posologia: A dose inicial recomendada é de 1 cápsula de 10mg por dia, pela manhã, com ou sem alimentação. Se o paciente não perder pelo menos 2kg nas primeiras 4 semanas de tratamento, o médico deve considerar a reavaliação do tratamento, que pode incluir um aumento da dose para 15mg ou a descontinuação da sibutramina. Doses acima de 15mg ao dia não são recomendadas. Venda sob Prescrição Médica. Só pode ser vendido com Retenção da Receita. Reg. M.S. 1.0573. 0371. Farm. Resp.: Dr. Wilson R. Farias CRF-SP nº. 9555. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.

91% dos pacientes com redução > 5% do peso inicial 1-3

Resultados efetivos com excelente tolerabilidade 1-6

Preço acessível para o seu paciente 7

Leve e debem com

a vida.

Material técnico-científico exclusivo à classe médica.

AF- AN Medico 21x28.indd 1 18/03/09 10:29

Page 3: Artigo Caso Clínico - Abeso

N os últimos anos, a relação entre poluição e obesidade tem sido aventada.1,2,3 Recentemente, um

estudo inglês4, publicado numa conceitua-da revista, conduzido pela Escola Londrina de Higiene e Medicina Tropical, afirma que obesos contribuem mais para o aquecimento global, porque consomem mais alimentos e emitem uma quantidade maior de poluentes quando utilizam meios de transporte. O es-tudo chega a afirmar que “pessoas obesas são um problema ambiental” e que o aumento da prevalência global de sobrepeso e obesida-de induz uma implicação grave para o meio ambiente. O trabalho avaliou as emissões de gases causadores do efeito estufa, estimou a energia alimentar requerida para manter a taxa metabólica basal e também as emissões (gasto de combustível) para o transporte em uma coorte dividida por Índice de Massa Corpórea (IMC). Os resultados indicaram que, em comparação a uma população com distribuição normal de IMC, uma população com 40% de obesos requer cerca de 20% mais energia para o seu gasto energético. Na hora de utili-zar o transporte, a população obesa emite mais poluente, pois precisa de mais energia para compensar o peso adicional.

Palavra do Presidente

Obeso Polui Mais? A Poluição Engorda? Estamos Diante de Mais um Círculo Vicioso?

Os autores afirmam que “a dependência do automóvel e de outros aparelhos que poupam nosso trabalho (como elevado-res, lava-louças e escadas rolantes) reduziu as calorias que as pessoas gastam em suas vidas, ao mesmo tempo em que au-mentam a quantidade de combustíveis fósseis que as pessoas queimam” e que “não é à toa que o país com mais obesos, os Estados Unidos, também tem as maiores taxas de emissão de carbono per capita.” Conclui o estudo que a manutenção de um peso saudável tem benefícios incontestáveis ao meio ambiente, em termos de menor emissão de gases causado-res do efeito estufa e aquecimento global.

Talvez isso seja um exagero, mas o estudo acaba se re-lacionando com uma questão que é reincidente na mídia: a ideia das companhias aéreas de cobrar uma taxa extra para pessoas obesas, batizada de “fat tax”, e considerada por muitos uma discriminação contra os obesos.

O círculo vicioso se completa quando você ler a seção “Não Custa Nada Perguntar”, que nesta edição tem o Prof. Al-fredo Halpern respondendo à pergunta “Poluentes Orgânicos Engordam?” e explorando a relação dos xenobióticos na gênese da obesidade.

Marcio C. ManciniPresidente da ABESO

Gestão 2008/2009

Dobson R. Obesity and climate change 1. could be tackled together. BM J. 2008;336(7657):1333. Egger G. Dousing our inflammatory environ­2. ment(s): is personal carbon trading an op­tion for reducing obesity and climate change?. Obes Rev. 2008;9(5):456­63. Egger G. Personal carbon trading: a poten­3.

tial “stealth intervention” for obesity reduc­tion? Med J Aust. 2007;187(3):185­7.Edwards P, Roberts I. Population adiposity 4. and climate change. Int J Epidemiol. 2009. [Epub ahead of print].Jones O, Maguire M, Griffin J. Environmental 5. pollution and diabetes: a neglected associa­tion. Lancet 2008;371(9609):287­8.

Maio 2009 – ABESO 39 – 3

Page 4: Artigo Caso Clínico - Abeso

Tratamento Cirúrgico da Obesidade

Editorial

O besidade é tida como uma doença que atinge vários países em níveis alarmantes e suas conse-quências, principalmente na área cardiovascular,

são cada vez mais preocupantes, tanto do ponto de vista da saúde individual, como no sistema de saúde de qualquer país acometido. Cada vez se busca mais opções terapêuti-cas que possam minimizar o problema e, uma vez que as mudanças de estilo de vida, com restrições na ingestão ali-mentar e a realização de exercícios físicos regulares, são de difícil adesão por parte dos pacientes, procuram-se novos medicamentos que possam ajudar o paciente a ter êxito terapêutico. A cirurgia também se encontra no arsenal te-rapêutico da obesidade e, quando bem indicada, traz be-nefícios indiscutíveis para o paciente. Tal tratamento não é novo e existem dados de estudos bem desenhados e com acompanhamento a longo prazo que fortalecem a indica-ção desta modalidade terapêutica para aqueles obesos que já exauriram outras opções de tratamento, sem êxito.

Tenho acompanhado pacientes submetidos ao trata-mento cirúrgico da obesidade desde 2001 e sou defensor fervoroso de tal terapêutica. Acredito fortemente, e os tra-balhos mostram isso, que os benefícios advindos com a cirurgia são superiores aos potenciais riscos ou efeitos ad-versos. Além disso, tais benefícios vão muito além da per-da de peso, passando por uma melhora metabólica com-provada, mesmo antes de significativa perda ponderal.

Concordando com elas ou não, são claras para mim as indicações sugeridas por organizações científicas interna-cionais para se realizar tratamento cirúrgico da obesida-de: falha no tratamento convencional em pacientes com obesidade grau III (IMC>40 kg/m2) ou obesidade grau II (IMC>35kg/m2) com comorbidades associadas que se beneficiam com a perda de peso. Qualquer indicação di-ferente dessas recomendadas são, a meu ver, experimen-tais e ainda carentes de evidências científicas que assegu-

rem que os benefícios a longo prazo justifiquem a reali-zação da cirurgia. Entretanto, nos últimos anos, a, por alguns chamada, cirurgia metabólica tem se propagado pelo mundo e mais intensamente em nosso país, sendo realizada em pacientes que não preenchem aqueles crité-rios, com IMC<35 kg/m2. Pacientes diabéticos não obe-sos (IMC < 30kg/m2) também têm sido submetidos à cirurgia, apesar das evidências de benefícios a longo pra-zo ainda não existirem.

Acredito que a ciência precisa evoluir e novos dados científicos precisam ser produzidos a partir de estudos clínicos bem desenhados e eticamente corretos. Oferecer tal opção terapêutica a pacientes não obesos no ambien-te de consultório privado, sem a devida participação em estudos clínicos controlados e aprovados por comitês de ética, ainda não é indicado.

Recentemente a Sociedade Brasileira de Endocrino-logia e Metabologia (SBEM) assinou em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabó-lica (SBCBM) uma proposta de posicionamento sobre o tema, sugerindo exatamente o que apresento aqui e abrindo um fórum de discussão sobre o tema. Sugiro que acessem a página da SBEM (www.endocrinologia.org.br) e participem de tão importante discussão, dando suas opiniões.

Nesse número da Revista da ABESO teremos mais uma nova seção: “A Palavra É...”. Nela, a finalidade é de melhor definir termos relacionados com obesidade e sín-drome metabólica, ajudando a melhor entender a fisio-patologia de tal síndrome. Espero que gostem.

Boa leitura!

Josivan LimaEditor-Chefe [email protected]

4 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 5: Artigo Caso Clínico - Abeso

Artig

o

Introdução

A infertilidade é um problema de saú-de pública com prevalência variando de 3,5-16,7% nos países desenvol-

vidos e 6,9-9,3% nos países em desenvol-vimento. A despeito da elevada prevalência, estima-se que pouco mais de 20% dos casais encontram-se, atualmente, em tratamento1, constituindo-se num grande desafio a de-tecção dos fatores associados e intervenção apropriada1,2.

Síndrome dos Ovários Policísticos, Obesidade e

Infertilidade: Considerações Gerais e Importância das

Modificações de Estilo de Vida

Eduardo Caldas Costa - Grupo de Pesquisa “Saúde da Mulher”, Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCSA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil;

George Dantas de Azevedo - Departamento de Morfologia, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, Brasil;

*Autor responsável pela correspondência: George D. Azevedo - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Morfologia do Centro de Biociências.

Maio 2009 – ABESO 39 – 5

Page 6: Artigo Caso Clínico - Abeso

Descrita pela primeira vez por Stein e Leventhal em 19353, a Sín-drome dos Ovários Policísticos (SOP) é a principal causa de infer-tilidade por anovulação. Caracte-riza-se como sendo uma desordem endócrina heterogênea apresentada por uma entre 15 mulheres em todo mundo4. Seu diagnóstico é firmado na presença de pelo menos dois dos três critérios seguintes: 1) anovula-ção crônica; 2) sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo, e; 3) presença de padrão ultrassono-gráfico ovariano policístico5.

Durante as fases do ciclo de vida da mulher, a SOP exerce alterações diferentes no que diz respeito à saúde feminina. Na adolescência, são mais comuns obesidade, oligomenorréia e hirsutismo. Na idade reprodutiva, a infertilidade anovulatória é a princi-pal alteração. Já na pós-menopausa, as principais repercussões relaciona-das à SOP são: obesidade, dislipide-mia, intolerância à glicose e diabe-tes tipo 26.

Mulheres com SOP apresentam elevada prevalência de obesidade, principalmente de caráter central7. Por outro lado, a obesidade por si só também está associada à anovula-ção8, de forma que o conhecimento dessa relação se torna fundamental se consideramos que 17,3 e 24,8% das mulheres brasileiras entre 20-29

e 30-39 anos, respectivamente, apre-sentam sobrepeso e 6,6 e 10,7% são obesas9.

Evidências apontam que a obesi-dade pode afetar de forma significa-tiva e por diferentes mecanismos a fisiologia reprodutiva feminina, es-tando a SOP inserida nesse contex-to. Entretanto, ainda não está cla-ro se obesidade leva à SOP ou vi-ce-versa10. O que parece estar bem estabelecido é que mulheres obesas com SOP apresentam mais frequen-temente hirsutismo, anormalidades menstruais e anovulação, atribuin-do-se à hiperinsulinemia um papel fisiopatológico como denominador comum das anormalidades endócri-nas relacionadas à SOP, tendo seu papel amplificado quando associada à obesidade6.

No que se refere à distribuição da gordura corporal, o padrão andrói-de (característico de depósito visce-ral de gordura), muito comum na SOP, parece ser um fator de risco adicional para disfunção reproduti-va nessas mulheres, além de agravar seu estado clínico, hormonal e me-tabólico6.

Diante desse contexto, é impor-tante estabelecer estratégias de trata-mento eficazes para redução da mas-sa corporal gorda das mulheres com sobrepeso e obesidade em idade re-produtiva, independente da existên-

cia de SOP, melhorando, com isso, a função reprodutiva11. Nesse sentido, há diversas estratégias eficazes: die-ta, prática regular de atividade física, modificação comportamental, tera-pia farmacológica e cirurgia12. A se-guir, faremos uma revisão do papel das modificações do estilo de vida, com base nas evidências científicas disponíveis.

Modificação do Estilo de Vida Atualmente, a modificação do estilo de vida tem sido recomendada como estratégia de primeira linha no tra-tamento da obesidade, hiperandro-genismo e infertilidade, com intuito não apenas de restabelecer ovulação e favorecer gravidez, mas também de prevenir complicações associa-das, como doenças cardiovasculares (DCV), diabetes tipo 2, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e Síndrome Metabólica (SM)13.

Diante das mais recentes reco-mendações, pode-se considerar que a perda de peso, dieta e prática regu-lar de exercício físico constituem-se terapias adjuvantes às estratégias far-macológicas para indução de ovula-ção8. Os programas envolvendo mo-dificação no estilo de vida apresen-tam alguns argumentos favoráveis para sua implantação: não são inva-sivos, são de baixo custo e frequente-mente estão associados com sucesso

Evidências apontam que a obesidade pode afetar de forma significativa e por diferentes

mecanismos a fisiologia feminina, estando a SOP inserida nesse contexto. Entretanto, ainda

não está claro se a obesidade leva à SOP ou vice-versa.

6 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 7: Artigo Caso Clínico - Abeso

na função reprodutiva feminina11.Estudos envolvendo perda de peso, com restrição caló-

rica associada ou não à prática de exercício físico, têm sido realizados em número relativamente pequeno de casos. Entretanto, parece haver razoável concordância entre os resultados desses estudos. Perda de peso resulta em melho-ra da sensibilidade à insulina e aumento da frequência de ovulação, mesmo com pequena redução absoluta de peso corporal inicial8. Em mulheres com SOP, isso se torna im-portante, já que esse excesso de peso se correlaciona dire-tamente com resistência aumentada à insulina,7 exercendo papel importante na fisiopatologia da síndrome14.

Apesar da perda de peso resultar em melhora da sen-sibilidade à insulina, independente da prática regular de exercício8, existem benefícios adicionais para a saúde geral das mulheres com SOP, a partir da inclusão de ati-vidade física nos programas de modificação de estilo de vida. Isso pode ocorrer do ponto de vista da composição corporal, sistema cardiovascular, parâmetros bioquími-cos e hormonais, além da função reprodutiva15.

O Fertility Fitness Program em Adelaide, Austrália, tem alcançado, através de atuação multidisciplinar, – contando com ginecologista/obstetra, psiquiatra, nu-tricionista, enfermeira e professor de educação física – resultados concretos no que diz respeito à melhora da função reprodutiva de mulheres inférteis com sobrepe-so, obesidade e SOP, além de redução de fatores de risco relacionados à morbimortalidade cardiovascular14,16,17. Diante disso, a interação multiprofissional, de fato, pa-rece se fazer necessária para o sucesso de programas volta-dos para melhoria reprodutiva de mulheres inférteis11.

Concluindo, a associação entre obesidade, SOP e in-fertilidade tem sido cada vez mais frequente na prática clínica, alertando para a necessidade da abordagem mul-ti e interdisciplinar, visando à modificação de fatores de risco e implementação de intervenções terapêuticas de diferentes formas, incluindo dieta, prática regular de ati-vidade física, modificação comportamental, tratamento da obesidade, indução farmacológica da ovulação e tec-nologias reprodutivas. C

ReferênciasBoivin 1. J, Bunting L, Collins JA, Nygren KG. In­ternational estimates of infertility prevalence and treatment­seeking: potential need and demand for infertility medical care. Hum Re­prod. 2007; 22:1506­12.

Vayena E, Rowe PJ, Griffin PD (eds). Medical, 2. ethical & social aspects of assisted reproduc­tion. Current practices & controversies in as­sisted reproduction: Report of a WHO me­eting, 2001: Geneva, Switzerland.

Stein IF, Leventhal ML. Amenorrhea asso­3. ciated with bilateral polycystic ovaries. Am J Obstet Gynecol 1935; 19:181­91.

Norman RJ, Dewailly D, Legro RS, Hickey TE. 4. Polycystic Ovary Syndrome. Lancet 2007; 370:685­97.

The Rotterdam ESHRE/ASRM­Sponsored 5. PCOS Consensus Workshop Group. Fertil Steril. 2004; 81:19­25.

Diamanti­Kandarakis E. Role of obesity and 6. adiposity in polycystic ovary syndrome. In­ternational Journal of Obesity 2007; 31:S8­S13.

Cascella T, Palomba S, De Sio I, Manguso F, 7. Giallauria F, De Simone B, et al. Visceral fat is associated with cardiovascular risk in women with Polycystic Ovary Syndrome. Hum Re­prod. 2008; 23:153­9.Nelson S8. M, Fleming RF. The preconceptual contraception paradigm: obesity and infer­tility. Hum Reprod. 2007; 22:912­5.Abrantes MM, Lamounier JA, Colosimo EA. 9. Prevalência de sobrepeso e obesidade nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Rev Assoc Med Bras 2003; 49:162­6.Metwally M, Li TC, Ledger WL. The impact 10. of obesity on female reproductive function. Obes Rev. 2007; 8:515­23.Moran LJ, Norman RJ. The obese patient 11. with infertility: a practical approach to diag­nosis and treatment. Nutr Clin Care 2002; 5:290­7.World Health Organization. Obesity: pre­12. venting and managing the global epidemic. Geneva: World Health Organization, 1997.Cussons AJ, Stuckey BG, Walsh JP, Burke V, 13. Norman RJ. Polycystic ovarian syndrome: marked differences between endocrino­

logists and gynaecologists in diagnosis and management. Clin Endocrinol (Oxf ) 2005; 62:289–95.Huber­Buchholz M14. M, Carey DG, Norman RJ. Restoration of reproductive potential by li­festyle modification in obese polycystic ova­ry syndrome: role of insulin sensitivity and lu­teinizing hormone. J Clin Endocrinol Metab. 1999; 84:1470­4. de Azevedo GD, Costa EC, Micussi MTABC, 15. de Sá JCF. Modificações do estilo de vida na síndrome dos ovários policísticos: papel do exercício físico e importância da aborda­gem multidisciplinar. Rev Bras Ginecol Obs­tet 2008; 30:261­7.Clark AM, Ledger W, Galletly C, Tomlinson L, 16. Blaney F, Wang X, Norman RJ. Weight loss re­sults in significant improvement in pregnancy and ovulation rates in anovulatory obese wo­men. Hum Reprod 1995;10:2705­12. Clark AM, Thornley B, Tomlinson L, Galletly 17. C, Norman RJ. Weight loss in obese infertile obese women results in improvement in re­productive outcome for all forms of fertility treatment. Hum Reprod. 1998; 13:1502­05.

Maio 2009 – ABESO 39 – 7

Page 8: Artigo Caso Clínico - Abeso

M ulher de 24 anos procura ajuda médica queixando-se de irregularidade menstrual (períodos de amenorréia de até quatro meses), presença de pelos em excesso (face, peri-

areolar, inter-mamilar, raiz de coxa) e acne. A menarca ocorreu aos 12 anos e a menstruação sempre foi irregular. É casada há três anos e, mesmo sem usar nenhum método anticoncepcional, nunca en-gravidou. Nega galactorréia. É sedentária e, após o casamento, vem ganhando peso. Exames laboratoriais prévios mostraram dislipi-demia mista e glicemia de jejum igual a 111 mg/dl. Já apresentou também picos hipertensivos, mas não usa nenhuma medicação para controle da pressão arterial. Mãe é diabética, pai é hipertenso. Ao exame físico: peso 83 kg, estatura 160 cm, cintura 98 cm, presença de acantose nigricans em pescoço e axilas, PA 145 x 85 mmHg. Pre-sença de hirsutismo nos locais já citados acima. Palpação da tireóide normal. A paciente refere que pretende engravidar no próximo ano e pergunta se precisará fazer algum tratamento para tal.

Como conduzir esse caso do ponto de vista laboratorial e terapêutico?

ComentáriosA história é bem característica de Síndrome dos Ovários Policísti-cos (SOP): hirsutismo, irregularidade menstrual, infertilidade, obe-sidade e sinais de resistência insulínica (acantose nigricans). Pelos critérios da European Society of Human Reproduction para o diag-nóstico de SOP afastadas outras patologias, basta a coexistência de duas das seguintes condições: presença de ovários policísticos à ul-tra-sonografia; hiperandrogenismo clínico ou laboratorial; irregu-laridade menstrual com oligo ou anovulação1.

A investigação laboratorial compreenderia:Lipidograma para avaliação dos triglicerídeos e HDL-coles-1. terol (para complementar a investigação de síndrome meta-bólica; já há hipertensão arterial e intolerância à glicose).Dosagem de LH e FSH (é frequente na SOP uma relação 2.

Caso

Clín

ico

Obesidade e Síndrome dos Ovários Policísticos

Ricardo M. R. MeirellesProfessor Associado de Endocrinologia - PUC-Rio

8 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 9: Artigo Caso Clínico - Abeso

ReferênciasRevised 2003 consensus on diagnostic cri­1. teria and long­term health risks related to polycystic ovary syndrome. Fertil Steril 2004;81:19­25.Milsom SR, Sowter MC, Carter MA, Knox BS, 2. Gunn AJ. LH levels in women with polycystic ovarian syndrome: have modern assays made them irrelevant? Bjog 2003;110:760­4.Glueck CJ, Goldenberg N, Sieve L, Wang P. 3. An observational study of reduction of in­sulin resistance and prevention of develo­pment of type 2 diabetes mellitus in wo­men with polycystic ovary syndrome trea­ted with metformin and diet. Metabolism 2008;57:954.Trolle B, Flyvbjerg A, Kesmodel U, Lauszus 4. FF. Efficacy of metformin in obese and non­obese women with polycystic ovary syndro­

me: a randomized, double­blinded, place­bo­controlled cross­over trial. Hum Reprod 2007;22:2967­2973.Checa MA, Requena A, Salvador C, Tur R, 5. Callejo J, Espinos JJ, et al. Insulin­sensitizing agents: use in pregnancy and as therapy in polycystic ovary syndrome. Hum Reprod Update 2005;11:375­90.Sohrabvand F, Ansari S, Bagheri M. Efficacy 6. of combined metformin­letrozole in compa­rison with metformin­clomiphene citrate in clomiphene­resistant infertile women with polycystic ovarian disease. Hum Reprod 2006.Stadtmauer L, Oehninger S. Management 7. of infertility in women with polycystic ovary syndrome: a practical guide. Treat Endocri-nol 2005;4:279­92.Jayagopal V, Kilpatrick ES, Holding S, Jennin­8.

gs PE, Atkin SL. Orlistat is as beneficial as me­tformin in the treatment of polycystic ova­rian syndrome. J Clin Endocrinol Metab 2005;90:729­33.Ortega­Gonzalez C, Luna S, Hernandez L, 9. Crespo G, Aguayo P, Arteaga­Troncoso G, et al. Responses of serum androgen and insulin resistance to metformin and pioglitazone in obese, insulin­resistant women with polycys­tic ovary syndrome. J Clin Endocrinol Me-tab 2005;90:1360­5.White WB, Pitt B, Preston RA, Hanes V. An­10. tihypertensive effects of drospirenone with 17beta­estradiol, a novel hormone treatment in postmenopausal women with stage 1 hyper­tension. Circulation 2005;112:1979­84.Nelson SM, Fleming RF. The preconceptual 11. contraception paradigm: obesity and inferti­lity. Hum Reprod 2007;22:912­915.

LH/FSH > 2 – para alguns bastaria LH/FSH > 1)2.Dosagem da prolactina (às vezes está um pouco 3. elevada na SOP, mas uma elevação mais impor-tante exigiria a pesquisa de adenoma hipofisário – muito pouco provável neste caso).Insulinemia e glicemia (para cálculo de HOMA-4. IR e caracterização laboratorial da resistência in-sulínica).Para afastar outras patologias: cortisol, 17 hidro-5. xiprogesterona e TSH.Ultra-sonografia transvaginal (interessante princi-6. palmente para acompanhamento, uma vez que a presença de cistos ovarianos não seria crítica para o diagnóstico, diante da coexistência de irregula-ridade menstrual, provável anovulação e hiperan-drogenismo clínico).

Confirmado o diagnóstico, o tratamento básico é o emagrecimento, baseado na adoção de hábitos saudáveis de vida e, se necessário, o uso de medicamentos. Tendo em vista a provável resistência insulínica, associada à in-tolerância à glicose, está indicado o uso de metformi-na3,4. Havendo intolerância a este medicamento, outra opção seria uma glitazona5. É preciso lembrar, entretan-to, que as glitazonas estão contraindicadas na gravidez e que o tratamento da SOP tem como uma das finali-dades, neste caso, a concepção. Assim sendo, seria mais conveniente evitá-las. Se, mesmo com o emagrecimento e a melhora dos parâmetros laboratoriais, persistir a ano-

vulação, pode-se utilizar o citrato de clomifeno e, mais recentemente, os inibidores de aromatase, isoladamen-te ou associados à metformina6,7. Foi advogado também o emprego do orlistate no tratamento de mulheres com excesso de peso e SOP, sendo referidos resultados seme-lhantes aos obtidos com metformina8. Não temos no-tícia, entretanto, da confirmação destes resultados por outros pesquisadores.

Embora o tratamento com sensibilizadores da insuli-na melhorem o hiperandrogenismo laboratorial em mu-lheres com SOP9, muitas vezes os sinais clínicos do exces-so de androgênios não regridem com a mesma rapidez. Nestas circunstâncias podem ser aconselhadas medidas cosméticas de depilação definitiva e tratamento dermato-lógico para a acne. Se não houver intenção de engravidar, o uso de um contraceptivo, preferivelmente cujo pro-gestágeno seja a drospirenona (neste caso é o ideal, por causa da hipertensão arterial10) ou o acetato de ciprotero-na, pode contribuir para melhora do hirsutismo e acne. Hirsutismos mais intensos podem exigir o uso de doses maiores de acetato de ciproterona (50 mg/dia), sempre associadas a método contraceptivo confiável, uma vez que, no caso de gravidez, a ação antiandrogênica se fará também sobre o feto.

Atingir um peso saudável deve ser a meta principal em todos os casos de SOP acompanhados de sobrepeso ou obesidade, sendo muitas vezes suficiente para a nor-malização dos ciclos menstruais, da fertilidade e do hi-perandrogenismo, sem quaisquer outros recursos tera-pêuticos11. C

Maio 2009 – ABESO 39 – 9

Page 10: Artigo Caso Clínico - Abeso

A P

alav

ra É

...

Dr. JOsivAN LiMA

O tecido adiposo é extremamente ativo e produz várias citocinas, dentre elas leptina, resistina, visfatin, TNF, IL-6

e adiponectina. A maioria tem ações que são de-letérias ao organismo, aumentando pressão ar-terial, glicemia e levando a dislipidemias e resis-tência insulínica (por exemplo, fator de necrose tumoral, inteleucina 6 etc.). A adiponectina, ao contrário, tem ações boas, fazendo exatamente o inverso e sendo desejável em níveis elevados, associando-se positivamente com sensibilidade insulínica, utilização da glicose, beta oxidação e proteção cardiovascular. Quando em baixos níveis plasmáticos, contribui para a patogênese da resistência insulínica, do diabetes tipo 2 e de doenças cardiovasculares. Em relação à pressão arterial, estudos clínicos têm mostrado que a hipoadiponectinemia é um fator de risco para hipertensão arterial.

A adiponectina é secretada exclusivamente pelo tecido adiposo e, tanto intra como extra-celularmente, apresenta três formas principais: alto peso molecular, baixo peso molecular (hexâ-meros) e a forma trimérica. Destas, as de maior peso molecular são as metabolicamente melho-res e, infelizmente, as que estão diminuídas em indivíduos obesos. A nível endotelial e agindo

também nos macrófagos, a adiponectina apre-senta um efeito antiaterogênico, enquanto que, no fígado e músculo, melhora a sensibilidade in-sulínica. A nível celular, existem dois receptores: AdipR1 – presente principalmente em músculo - e AdipoR2, mais frequente no fígado. Através desses receptores, ativa várias vias moleculares, culminando com a ação metabólica final. A via melhor estudada é a da ativação da AMP kinase, porém, também atua nos receptores PPAR e em outras vias. No endotélio, age estimulando a óxi-do nítrico sintetase, aumentando a produção de óxido nítrico, um importante vasodilatador.

Enfim, vários estudos evidenciam a impor-tância da hipoadiponectinemia no aparecimen-to das várias comorbidades pertencentes à Sín-drome Metabólica, que culminam com o desen-volvimento de eventos cardiovasculares. Efeitos ditos pleiotrópicos de várias drogas podem es-tar implicados com ações diretas da adiponec-tina, mostrando a importância de tal molécula no metabolismo. Dessa forma, o melhor enten-dimento das várias vias de ação da adiponecti-na, bem como a descoberta de drogas que pos-sam aumentar seus níveis circulantes ou mime-tizar seus efeitos benéficos, poderão, no futuro, beneficiar muitos pacientes, reduzindo o risco cardiovascular e as complicações da Síndrome Metabólica. C

Adiponectina

Foto

: C.

10 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 11: Artigo Caso Clínico - Abeso

Saciedade com Satisfação2

Mulheres obesas com SOP apresentaram

mais distúrbios menstruais, hiperandrogenismo e anovulação crônica que as não obesas 1

Apresentações: 10 mg com 10 e 30 Cápsulas 15 mg com 10 e 30 Cápsulas

Os valores estão em nosso DNA

Contraindicado a pacientes recebendo inibidores da monoaminooxidase. Risco de interações medicamentosas com outras drogas de ação sobre o SNC

SACIETTE - Cloridrato de sibutramina monoidratado. Uso oral. Uso adulto (acima de 16 anos). Cápsulas com 10 mg e 15 mg (embalagens com 10 e 30 cápsulas). INDICAÇÕES: tratamento da obesidade ou quando a perda de peso estiver clinicamente indicada (IMC ≥ 27 Kg/m2 na presença de outros fatores de risco), como parte de um programa de gerenciamento de peso, quando somente a dieta e exercícios foram ineficientes. CONTRAINDICAÇÕES: história ou presença de transtornos alimentares; hipersensibilidade conhecida aos componentes da fórmula; suspeita de gravidez; lactação; uso concomitante de IMAO (aguardar pelo menos duas semanas após sua interrupção, antes do uso); uso de outros medicamentos supressores do apetite de ação central. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: a pressão arterial e a freqüência cardíaca devem ser medidas antes do tratamento e monitoradas regularmente; se houver aumentos significativos, considerar redução da dose ou parada do tratamento; cautela em hipertensão não controlada; não usar em casos de histórias de doença coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias ou acidente vascular cerebral; cautela em glaucoma de ângulo fechado; excluir causas orgânicas de obesidade; alguns redutores de peso de ação central foram associados à hipertensão pulmonar (não foram relatados casos com a sibutramina); cautela em epilepsia; não administrar em insuficiência hepática ou renal graves; foram relatados casos de sangramento (cautela em casos de predisposição a sangramentos e no uso de medicamentos que afetem a coagulação); qualquer medicamento de ação central pode prejudicar julgamentos, pensamentos ou habilidade motora (cuidado ao operar máquinas e conduzir automóveis); monitoração cuidadosa quanto a antecedentes de abuso de drogas e sinais de uso inadequado ou abuso; a segurança e eficácia em crianças com menos de 16 anos de idade não foi determinada. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: uso concomitante de IMAOs é contra-indicado; cautela com o uso concomitante de: outras drogas de ação central, incluindo outros serotoninérgicos (risco de síndrome serotoninérgica); efedrina ou pseudoefedrina; cetoconazol, eritromicina, cimetidina; álcool em excesso. REAÇÕES ADVERSAS: taquicardia, palpitações, aumento da pressão arterial/hipertensão, vasodilatação, náuseas, piora de hemorróidas, delírios, parestesia, cefaléia, ansiedade, sudorese, alteração de paladar (comuns); constipação, boca seca, insônia (muito comuns); trombocitopenia, equimoses, reações de hipersensibilidade variadas; depressão, idéias suicidas e suicídio (raros); convulsões; visão borrada; diarréia e vômitos; erupções cutâneas, urticária; retenção urinária; ejaculação anormal (orgasmo), impotência, distúrbios menstruais; aumentos reversíveis das enzimas hepáticas e bilirrubinas; um caso de nefrite intersticial aguda totalmente revertida. POSOLOGIA: dose inicial recomendada de 10 mg por dia, pela manhã, com ou sem alimentação; se perda for < 2 kg nas primeiras 4 semanas, considerar aumento para 15 mg ou a descontinuação, considerando-se a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Estudos mostraram ser segura e efetiva por até 24 meses. SUPERDOSE: fazer monitoração respiratória, cardíaca e dos sinais vitais, além de medidas gerais de suporte. PACIENTES IDOSOS: a escolha da dose deve ser cautelosa. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DE RECEITA. Nº do lote, data de fabricação e prazo de validade: vide cartucho. Farm. Resp.: Luciana Righetto CRF/SP 32.968. 10 mg com 10 cápsulas MS 1.1013.0253.002-9; 10 mg com 30 cápsulas MS 1.1013.0253.001-0; 15 mg com 10 cápsulas MS 1.1013.0253.003-7; 15 mg com 30 cápsulas MS 1.1013.0253.004-5. Fabricado e embalado por: Glenmark Pharmaceuticals Ltd. Colvale, Goa, Índia. Importado e distribuído por: Glenmark Farmacêutica Ltda. Rua Assahí, 33 - São Bernardo do Campo – SP - CNPJ 44.363.661/0001-57 - Indústria Brasileira.

Referências bibliográficas: 1. Pasquali R, Pelusi C, Genghini S, Cacciari M, Gambineri A. Obesity and reproductive disorders in women. Hum Reprod Update. 2003 Jul-Aug;9(4):359-72. 2. Samsa GP, Kolotkin RL, Williams GR, Nguyen MH, Mendel CM. Effect of moderate weight loss on health-related quality of life: an analysis of combined data from 4 randomized trials of sibutramine vs placebo. Am J Manag Care. 2001 Sep;7(9):875-83. 3. Alfredo Halpern, Claudia Cozer Leite, Nathan Herszkowicz, Alfonso Barbatoand Ana Paula Arruda Costa EVALUATION OF EFFICACY, RELIABILITY, AND TOLERABILITY OF SIBUTRAMINE IN OBESE PATIENTS, WITH AN ECHOCARDIOGRAPHIC STUDYREV. HOSP. CLÍN. FAC. MED. S. PAULO 57(3):98-102, 2002.

A sibutramina promoveu redução de até 8%

do peso inicial, após 6 meses de tratamento3.

A sibutramina promoveu redução de até 8%

do peso inicial, após 6 meses de tratamento3.

A sibutramina promoveu redução de até 8%

do peso inicial, após 6 meses de tratamento3.

A sibutramina promoveu redução de até 8%

do peso inicial, após 6 meses de tratamento3.

Page 12: Artigo Caso Clínico - Abeso

Opi

nião

A chei excelente o artigo do Prof. Alfredo Halpern, publicado na edição 37 da Revista da ABESO, sobre o Acomplia (Rimonabant). Neste bem

fundamentado texto, o autor - após tecer comentários judiciosos sobre o uso do Rimonabant, excelente me-dicamento auxiliar do endocrinologista na tentativa de induzir perda de peso - indica que a maioria dos fárma-cos usados na terapêutica da obesidade sofre de injus-ta e agressiva campanha, resultando, às vezes, de bani-mento do receituário. No caso específico do Acomplia, os casos de eventual Síndrome Depressiva, de prevalên-cia e incidência não revelada tanto pelas autoridades da ANVISA como pela indústria farmacêutica (SANOFI-AVENTIS), levaram à retirada do mercado do Rimo-nabant. Como bem coloca o articulista, a experiência nossa com o Acomplia em pacientes bem selecionados e que não apresentavam síndrome familiar de depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, ou depressão bipolar, foi muito gratificante. Embora os dados de consultórios

Fármacos para Obesidade: Serão Sempre Discriminados e Suspeitos Diante de Médicos e Leigos?

Prof. Geraldo Medeiros-Neto - Professor Associado Sênior, Laboratório de Investigação Médica (LIM-25); Disciplina de Endocrinologia, Faculdade de Medicina da USP

12 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 13: Artigo Caso Clínico - Abeso

Foto

: Gille

s DeC

ruye

naer

e

anos, pertencentes aos chamados convencionais (ou mais antigos), como haloperidol e tiozidazina, como os mais recentes, entre os quais estão o Ziprexa (olanzapina), Ris-perdal (risperidona) e o Seroquel (quetiapina). Em artigo recente no N. Engl. J. Med 360:294, 2009, comenta-se que estes fármacos têm efeito na eletrofisiologia do co-ração, resultando em possível morte súbita. O mais im-portante fato, decorrente do estudo da importante revis-ta norte americana, é que o risco de morte súbita foi de 1,72 para o haloperidol e 5,05 para a tiozidazina (com-parando-se com controle), sendo claramente dose-de-pendente. Não devemos deixar de mencionar que os no-vos fármacos (olanzapina, risperidona e quetiapina) têm índices mais elevados deste acidente fatal e, igualmente, são doses-dependentes. O comentário do articulista ain-da adiciona que estes fármacos são usados em populações vulneráveis (crianças e idosos), com riscos eventualmen-te mais elevados de morte súbita. O artigo conclui que os fármacos devem continuar a ser prescritos quando há provas conclusivas de benefício (como em esquizofrenia e doenças bipolares), embora o risco de morte súbita esteja presente. E qual é este risco? Seriam cerca de 500 even-tos para 160 mil pacientes/anos de uso dos fármacos an-tipsicóticos, ou seja, 3 eventos para cada 1000 pacientes. Se a dose do fármaco for maior, eleva-se para 3,6 mortes súbitas em 1000 pacientes/ano. Além disso, existem ou-tros efeitos colaterais como agranulocitose (sete eventos/ 1000). Finalmente, é preciso acrescentar que em 2007 este conjunto de fármacos vendeu 14,5 bilhões de dóla-res (mundo inteiro, todas as marcas).

Alguém pensou em retirar alguns destes fármacos da praça? Morte súbita é muito mais grave que o apareci-mento de depressão com o Rimonabant. Estou plena-mente de acordo com o Dr. Halpern, quando afirma que os fármacos destinados ao tratamento de obesidade têm um rigor de tratamento burocrático de um preconceito extraordinário, que os torna únicos no mercado. Tal fato de certa forma os estigmatiza diante dos leigos, dos obe-sos e dos médicos como “drogas” que são potencialmen-te causadoras de hábito, dependência física e psíquica, próxima às proibidas drogas de abuso.

Seria oportuno e útil que a ABESO e seus membros procurassem afastar do leigo e, principalmente, dos co-legas médicos esta injusta, exagerada e super dimensio-nada “fama”, pois cada vez mais a Indústria Farmacêu-tica está nos oferecendo produtos seguros e confiáveis, totalmente inocentes se os compararmos, por exemplo, com fármacos anti-psicóticos. C

particulares tenham apenas valor relativo (pois não há grupo controle), a experiência geral de vários colegas é concordante: os(as) pacientes apresentaram resultados excelentes, com diminuição da compulsão alimentar, perda ponderal contínua e, a meu ver, efeitos colaterais absolutamente mínimos. Mas logo veio a “onda” de inú-meras pessoas que passaram a adquirir e a tomar o Acom-plia sem receita médica (o que é facílimo no Brasil), sem supervisão médica, sem a indispensável restrição ao uso deste fármaco em pacientes com antecedentes psiquiátri-cos. Não deu outra: o Rimonabant foi retirado do mer-cado deixando, como dizia o Dr. Amélio Godoy Matos, várias “viúvas” do Acomplia, que lhes tinha proporcio-nado resultados excelentes.

É interessante e útil comparar este fármaco com ou-tros, que não foram retirados do mercado, ou seja, os fármacos que se destinam ao tratamento de psicoses (an-tipsicóticos).

Os agentes antipsicóticos são empregados há muitos

Maio 2009 – ABESO 39 – 13

Page 14: Artigo Caso Clínico - Abeso

A epidemia de obesidade vem sendo particularmente observada nos últimos 30 anos. Embora sejam fortes os indícios de que a principal razão para este fato seja uma maior ingestão calórica e um sedentaris-

mo crescente neste período, há sinais expressivos de que outros fatores sejam possíveis participantes nesta aceleração da prevalência da obesidade e, entre estes, destacam-se os poluentes orgânicos.

Entre estes poluentes, existe uma série de compostos com diferentes fun-ções – tais como plastificantes, pesticidas, herbicidas, produtos de revesti-mento etc - altamente estáveis (dificilmente degradáveis), que se transferem pela cadeia alimentar e se acumulam em animais, particularmente no tecido adiposo.

É sabido que tais substâncias, que são disruptores endócrinos, interferem em vários sítios de ação de hormônios e no metabolismo energético. Neste particular, certos poluentes orgânicos (particularmente os com-postos clorados) podem estimular a lipogênese via ativação do receptor PPRγ e RxR. Por outro lado, a interferência dos dis-ruptores endócrinos em hormônios sexuais pode também afe-tar a adiposidade.

Acrescente-se a estes dados o fato de que o uso de poluentes orgânicos vem se avolumando nas últimas décadas, para que a hipótese de que poluentes engordam seja no mínimo plausível.

Evidentemente, os poluentes orgânicos provavelmente não são os maiores responsáveis por esta excessiva aceleração no nú-mero de pessoas com excesso de peso das últimas décadas, mas são um bom exemplo de que é hora de revermos com cuidado a convicção, estabelecida firmemente, de que apenas os dois grandes componentes (ingestão exagerada de alimentos + se-dentarismo) explicam esta epidemia de obesidade relativamente recente que acomete o mundo com acesso à comida. C

Bibliografia RecomendadaKanayama T e col. “Organization compounds promote adypocite differentiation 1. as agonist of the peroxisome – proliferator – activated receptor γ / retinoid x receptor pathway”. Mol Pharmacol. 2005; 67: 766 – 774Keith SW e col. “Putative contributors to the secular increase in obesity: explo­2. ring the roads less traveled”. Int J Obes 2006;30(11):1585­94

Não

Cus

ta N

ada

Perg

unta

r

Poluentes Orgânicos Engordam?

Alfredo Halpern

Foto

: Alis

tair

Scott

14 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 15: Artigo Caso Clínico - Abeso

Not

icia

s sob

re O

besi

dade

Emagrecedores sem Receita sob Alerta nos EUA

A agência de controle de alimen-tos e fármacos do governo nor-

te-americano, a FDA (Food and Drug Administration), acrescentou outros três itens à lista de produtos emagre-cedores vendidos sem receita médi-ca que estão sob alerta, por conterem substâncias não declaradas cuja in-gestão pode ser nociva à saúde.

A relação “consumer alert” possui, agora, mais de 70 produtos. Alguns mantêm ingredientes que podem ser ingeridos somente sob prescrição médica, enquanto outros apresentam dosagens acima do recomendado.

Entre os componentes que não constam nem nos rótulos nem nas campanhas publicitárias estão a si-butramina, a fluoxetina, o cetilistate e a fenitoína.

De acordo com os especialistas da FDA, o consumo sem acompanha-mento médico de tais produtos pode causar arritmia cardíaca; hipertensão; palpitações; derrame e até morte sú-bita.

A agência norte-americana reco-menda à população que procure a orientação de um profissional de saú-de antes de utilizar quaisquer emagre-cedores. Quem já sofreu reações ad-versas devido ao consumo desse tipo

de produto pode enviar o seu relato ao site oficial da entidade (www.fda.gov), onde também encontra-se disponível a lista consumer alert, na íntegra.

Simpósio e Livro sobre SM

s ob a organização dos Drs. Mar-cio Mancini, Presidente da ABE-

SO, e Alfredo Halpern, ex-Presidente (foto), foi realizado no último mês de março, em São Paulo, SP, o 4° Sim-pósio de Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Na ocasião, os dois especialistas lançaram o livro Obesidade e Síndrome Metabólica para o Clínico. O trabalho apresenta, com clareza e objetividade, os con-ceitos indispensáveis ao diagnóstico, à avaliação clínica e ao tratamento adequado e ético do obeso.

O evento teve a participação de mais de 500 profissionais, entre en-docrinologistas, diabetólogos, cardio-logistas, nefrologistas, psiquiatras etc, além de renomados palestrantes.

IMC Alto Diminui Expectativa de Vida

T er um Índice de Massa Corpo-ral (IMC) alto está relaciona-

do a taxas de mortalidade maiores. Esta foi a conclusão de trabalho re-alizado por pesquisadores da Uni-versidade de Oxford, Reino Unido, após analisar 57 estudos (da Europa e América do Norte) com quase 900 mil pessoas. Concluiu-se que cada 5kg/m² a mais no IMC aumenta em aproximadamente 30% a mortalida-de geral.

Em ambos os sexos, a taxa de mor-talidade encontrada foi menor quando o IMC estava em equilíbrio. A obesi-dade moderada, segundo revelaram os pesquisadores, reduziu a expectativa de vida de dois a quatro anos. No caso da severa ou mórbida, concluiu-se que subtrai de oito a dez anos de vida dos indivíduos atingidos. Ou seja, “exces-so de peso diminui a expectativa de vida”, comentou Gary Whitlock, um dos coordenadores da pesquisa.

Foto

: Liv

Friis

­Lar

sen

Maio 2009 – ABESO 39 – 15

Page 16: Artigo Caso Clínico - Abeso

Foto

: Xav

i Arn

au

Brasil Tem 13% de Obesos

A pesar de revelarem que os bra-sileiros, em geral, estão menos

sedentários, consomem mais frutas e hortaliças e menos carne gorduro-sa, a pesquisa Vigitel 2008, divulgada pelo Ministério da Saúde, mostra que nos últimos anos o número de obesos no país - hoje de 13% - está em alta: 13,6% são mulheres e 12,4%, homens. O sobrepeso se manteve estável nos úl-timos anos: 43,3% da população.

O “Estudo Comparativo entre Tratamento Clínico e Ci-

rúrgico de Obesidade Mórbida” demonstrou redução na quanti-dade de consultas e internações, por descompensação clínica, dos pacientes acompanhados clinica-mente por equipe multidiscipli-nar, como em pacientes subme-tidos à cirurgia bariátrica. A me-lhora das condições associadas à obesidade revela-se mais evidente no grupo tratado cirurgicamente, com impacto positivo na evolu-ção de suas comorbidades. O es-

tudo ganhou o Prêmio Abramge de Medicina de 2008.

No grupo com tratamento ex-clusivamente clínico constatou-se redução de peso e de IMC de cer-ca de 11%, quando comparada à redução de cerca de 33% no gru-po tratado cirugicamente.

A população estudada – 902 pacientes obesos, de 11 a 93 anos, sendo 704 mulheres e 198 ho-mens – era de pacientes do Ser-viço de Obesidade Mórbida do Centro de Medicina Preventiva da Samcil. C

Cirurgia X Tratamento Clínico

Menos Propaganda, Mais Saúde

E studo da Universidade de Queen-s land, Austrália, concluiu que, na

ausência de propaganda de alimentos altamente calóricos na TV, uma em cada sete crianças – podendo chegar a uma em cada três – não seria obe-sa. Segundo o trabalho, publicado no site do European of Public Health, a estratégia pode ser uma alternativa de tornar mais saudável a dieta das crianças. Os especialistas australianos e holandeses envolvidos no projeto construíram um modelo de simula-ção matemático para calcular os pos-síveis efeitos da eliminação da propa-ganda sobre crianças de 6 a 12 anos na prevalência do sobrepeso e obe-sidade.

Baseado em dados da literatura, o estudo previu que se as crianças não fossem expostas à propaganda de ali-mentos muito calóricos, o IMC mé-dio seria reduzido em 0,38kg/m² e reduziria a prevalência da obesidade de 17,8% para 15,2% nos meninos; e de 15,9% para 13,5% entre as me-ninas. C

Em 2006, ocasião da primeira edição da pesquisa Vigitel, revelou-se que 11,4% dos brasileiros estavam obesos, número que cresceu para 12,9% em 2007. O Presidente da ABESO, Marcio Mancini, comen-ta que “os dados do estudo apontam para um crescimento da obesidade no país em homens e mulheres”. Na Pes-quisa de Orçamentos Familiares de 2002, o problema atingia 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres.

Ilustr

ação

: Bog

uslaw

Maz

ur

16 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 17: Artigo Caso Clínico - Abeso

Age

nda

JUNHO 2009

69th Scientific Sessions ADAData: 5 a 9Local: New Orleans, EUAInformações: http://scientificsessions.diabetes.org

ENDO 09Data: 10 a 13 Local: Washington, EUAInformações: www.endo­society.org/endo09

EndoRecife 2009Data: 18 a 20 Local: Porto de Galinhas, PEInformações: www.endocrinologiape.com.br / Tel.: (81) 3423­1300

JULHO 2009

EndoSul 2009Data: 2 a 5 Local: Bento Gonçalves, RSInformações: www.endosul2009.com.br / Tel.: (51) 3028 3878

AGOSTO 2009

XIII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome MetabólicaData: 13 a 15Local: Salvador, BAInformações: www.interlinkeventos.com.br/obesidade2009/index.html / Tel.: (71) 3011­9797

Congresso Paraibano de Endrocrinologia e Metabologia, IV Encontro Campinense de Endocrinologia e MetabologiaData: 13 a 15Local: Campina Grande, PBInformações: E­mail: [email protected] / Tel.: (83) 3321­2706

Endocrinologia em 1 DiaData: 22 Local: Rio de Janeiro, RJInformações: www.posgradendo.com.br / Tel.: (21) 2299­9285 ­ Ramal: 1198 / 2507­3713 / 2507­3706 / E­mail: [email protected]

III Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e MetabologiaData: 27 a 29 Local: Belém, PAInformações: E­mail: cbaem@growup­eventos.com.br / Tel.: (11) 3044­1528 / 3849­0099

SETEMBRO 2009

35th Annual Meeting of the International Society for Pediatric and Adolescent DiabetesData: 2 a 5Local: Lubliana, EslovêniaInformações: www.ispad2009.com

34th Annual Meeting ETAData: 5 a 9 Local: Lisboa, PortugalInformações: www.eta09.com / E­mail: [email protected] / en­[email protected]

LWPS/ESPE 8th Joint MeetingData: 9 a 12 Local: New York, EUAInformações: www.lwpes­espe2009.org/

19th Workshop of the European Childhood Obesity GroupData: 17 a 19Local: Dublin, IrlandaInformações: www.ecog­obesity.eu/dublin2009

OUTUBRO 2009

Congresso Mineiro de Endocrinologia e Metabologia (CONGREMEM)Data: 1 a 3 Local: Belo Horizonte, MGInformações: www.sbemmg.org.br / Tel.: (31) 3247­1613

Clinical Endocrinology UpdateData: 8 a 11Local: Atlanta, EUAInformações: www.endo­society.org

I Congresso Norte-Nordeste de Endocrinologia e MetabologiaData: 9 a 11 Local: Natal, RNInformações: www.sbem.org.br/rn / Tel.: (84) 3206­3860

20th World Diabetes CongressData: 18 a 22 Local: Montreal, CanadáInformações: www.idf2009.org

NOVEMBRO 2009

XVII Congresso da Sociedade Brasileira de DiabetesData: 18 a 21 Local: Fortaleza, CEInformações: Tel.: (85) 4011­1572 / www.diabetes2009.com.br/

Maio 2009 – ABESO 39 – 17

Page 18: Artigo Caso Clínico - Abeso

Rua Tabapuã, 888 - Cj. 81 e 83 - Itaim Bibi São Paulo - SPCep: 04533-003Tel.: (11) 3079-2298Fax: (11) 3079-1732E-mail: [email protected] Secretária Executiva: Luciana Bastos

Presidente: Dr. Marcio [email protected]

Vice-Presidente: Dr. Bruno [email protected]

1º Secretário-Geral: Dr. João Eduardo [email protected]

2º Secretário Geral: Dr. Josivan Gomes [email protected]

Tesoureiro: Dr. Mário K. [email protected]

DEPARTAMENTOS

Depto. de Psiquiatria e Transtornos Alimentares Dr. Adriano Segal

Depto. de Atividade Física e Exercício Dr. Carlos Alberto Werutsky

Depto. de Nutrição Mariana Del Bosco Daniela Casagrande Mônica Beyruti

Depto. de Cirurgia Bariátrica Dr. Denis Pajecki Dr. Hilton Libanori

Depto. de Epidemiologia Dra. Roseli Sichieri Dra. Vânia Marins Dra. Rosangela A. Pereira

Depto. de Tratamento com Medicamentos Dra. Rosana Radominski Dra. Claudia Cozer Dra. Cíntia Cercato

Depto. de Síndrome Metabólica Dr. Amélio Godoy-Matos Dra. Lúcia Maria Carraro

Depto. de Obesidade Infantil Dra. Lílian Zaboto Dra. Zuleika Halpern Dra. Fernanda Pisciolaro

REDAçãO DA REViSTA DA ABESO:informed - Rua do Catete, 311, sala 614, Cep 22220-901, Rio de Janeiro, RJ. Tel. (21) 2265-9967; Tel/fax: (21) 2205-0707; e-mail: [email protected]/Jornalistas Responsáveis:Elizabeth P. dos Santos (MTPS 12714-RJ) e Cristina Dissat (MTPS 17518 - RJ). Reportagem: Sandra Malafaia, Flavia Garcia, Paula Camila, Sandra Narita, Cintia S. Castro e André Dissat. Publicidadde: AC Farmacêutica (11) 5641-1870Diagramação: DoisC Editoração Eletrônica e Fotografia(21) 2234-9541Fotolito e impressão: Editora TrenaTiragem: 2 mil exemplares Os artigos publicados nesta revista espelham a opinião de seus autores, não necessariamente da ABESO.

Ficha de inscrição

Nome: _______________________________________________________________________________________________________

Data de nascimento: ____/____/______ Naturalidade: __________________________________________________________________

Faculdade em que se formou: ______________________________________________________________________________________

Data de formatura: ____/____/______ Especialidade: ___________________________________________________________________

Endereço profissional: ____________________________________________________________________________________________

Cidade: ________________________________________________________________Estado: __________CEP: __________________

M CRM, M CRP, M CRN, M CRF: ________________________________________________________________________________

Tel: (______) ________________________________________ Fax: (______) ______________________________________________

E-mail: _______________________________________________________________________________________________________

Qual o endereço de correspondência? M Residencial M Profissional

Como conheceu a ABESO?

_____________________________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________________________

É membro de outra associação? M Não M Sim Qual? ____________________________________________________________________

Indicação: _____________________________________________________________________________________________________

Para filiação na ABESO, anexar cópia autenticada do certificado de registro profissional e anuência ao Congresso Latino-Americano de Obesidade. O médico que assina este termo compromete-se a não prescrever, recomendar ou vender terapêuticas que não possuam se-gurança e eficácia validadas cientificamente. Mais especificamente, coquetéis manipulados com associação de anorexígenos, laxantes e diuréticos, fitoterápicos e mesoterapia

Data: ____/____/200__ Assinatura: ____________________________________________________________________

Prezado (a) Sr. (a)

Favor preencher a ficha de inscrição que se localiza no site: www.abeso.org.br ou nas re-vistas e depois enviar à ABESO a documentação (cópias) abaixo exigidas para filiar-se:

CURRÍCULO• SUCINTORG•CPF•CARTEIRA DO CONSELHO CORRESPONDENTE (cópia autenticada)•DIPLOMA (cópia autenticada)•

A análise das fichas de inscrição enviadas pela internet so será aceita após o recebimen-to dos documentos exigidos.

A ABESO está à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

Telefone: 55 11 3079-2298

18 – ABESO 39 – Maio 2009

Page 19: Artigo Caso Clínico - Abeso
Page 20: Artigo Caso Clínico - Abeso

Xenical® (orlistate)

Apresentação: Caixas com blister contendo 21, 42 e 84 cápsulas de 120 mg. USO ADULTO Composição: orlistate Indicações: Tratamento a longo prazo de pacientes com sobrepeso ou obesidade, incluindo pacientes com fatores de risco associados à obesidade, em conjunto com dieta hipocalórica. Eficaz no controle do peso em longo prazo e na melhora dos fatores de risco associados ao excesso de peso (hipercolesterolemia, diabetes tipo 2, hipertensão), além de proporcionar redução da gordura visceral. Em conjunto com dieta hipocalórica e antidiabéticos orais e/ou insulina, promove controle glicêmico adicional em pacientes com diabetes tipo 2 com sobrepeso ou obesidade. Posologia: Uma cápsula via oral junto às três refeições principais (durante ou até 1 hora após). Pacientes devem adotar dieta levemente hipocalórica e balanceada com até 30% das calorias provenientes da gordura. Não foram realizados estudos clínicos em pacientes com insuficiência hepática ou renal ou em crianças. Via de Administração: Oral. Contra-indicações: Síndrome de má-absorção crônica; colestase; hipersensibilidade ao orlistate ou componentes da fórmula. Reações Adversas: Em sua absoluta maioria, de natureza gastrintestinal e relacionados ao efeito farmacológico da droga ao evitar a absorção de parte da gordura ingerida. Aumento de transaminases e fosfatase alcalina; casos excepcionais de hepatite. Diminuição do tempo de protrombina e aumento do INR em pacientes tratados concomitantemente com orlistate e anticoagulantes. Em pacientes com diabetes tipo 2 pode ocorrer hipoglicemia, em virtude da melhora do controle glicêmico, e distensão abdominal. Raros casos de hipersensibilidade e casos muito raros de erupção bolhosa. Precauções e Pacientes devem seguir orientações nutricionais, pois a possibilidade de eventos gastrintestinais pode aumentar se orlistate for administrado com alimentos ricos em gorduras. Como a perda de peso induzida por orlistate acompanha-se de melhor controle do diabetes tipo 2, pode ser necessário reduzir as doses dos hipoglicemiantes orais. advertências: as doses dos hipoglicemiantes orais. Redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Monitorar parâmetros da coagulação em pacientes tratados concomitantemente com anticoagulante oral. Potencial redução do efeito terapêutico da amiodarona. Não foi estabelecida a segurança para mulheres grávidas (categoria B), portanto seu uso não é recomendado durante a gravidez. Não deve ser administrado a mulheres durante a fase de lactação. Venda sob prescrição médica.

Registro MS 1.0100. 0547

A PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação a Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A. – Av. Engenheiro Billings, 1729 – Jaguaré – CEP 05321-900 – São Paulo, SP – Brasil

Material de uso exclusivo dos representantes Roche. Se encontrado, favor devolver para Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.Direitos reservados - é proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização de Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.

81385733 / Fevereiro/2009

Referência bibliográfica:1- Ballinger A. Orlistat in the treatment of obesity. Expert Opin Pharmacother. 2000 May;1(4):841-7.

A Ação locAl de XenicAl® (orlistate)reduz A Absorção de gordurA com mínimos efeitos Adversos sistêmicos.1

Onde tem gOrdura, vOcê sabe que há muitO mais.

anuncio 21x28cm_03.indd 1 2/2/09 6:08:32 PM