revista rock meeting #17

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Edição #17: Capa: Reverter, Darth Jeder, Perfil RM – Any (DarkTale), World Metal, 2º JRock Festival, 1º Alagoas Hardcore Fest, RM Entrevista: Shadowside, Exclusivo: Eluveitie.

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Page 1: Revista Rock Meeting #17
Page 2: Revista Rock Meeting #17

02 Darth Jeder

04 World Metal

06 2º JRock Festival

08 1º Alagoas Hardcore Fest

10 Capa: Reverter

13 RM Entrevista: Shadowside

18 Exclusivo: Eluveitie

22 Perfil RM

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Page 3: Revista Rock Meeting #17

As matérias não refletem, necessariamente, a opinião da revista, e sim de quem assina.

Expediente

Direção GeralPei Fang Fon

FotografiaPei Fang Fon

RevisãoJonas SutareliPei Fang Fon

CapaLucas MarquesPei Fang Fon

EquipeDaniel Lima

Jonas SutareliLucas MarquesPei Fang Fon

Renato Tiengo

Colaboradores nesta ediçãoCostábile Salzano Jr

ContatoEmail: [email protected]

Orkut: Revista Rock MeetingTwitter: http://twitter.com/rockmeeting

Veja os nossos outros links:www.meadiciona.com/rockmeeting

Editorial

A vida é um desafio na qual abatalha é diária e os desafios estãosemprebatendoàportaparaselecionaros fortes e os fracos. Só osmelhoressobrevivemepoucos saem realmenteilesos,masémuitomaisdifícildoquesepensa. Assim está o Rock emAlagoas.Está ficando cada vez mais difícilmanter-sevivodiaapósdiacompessoasque desistem de ‘permanecer’ nestemundoque,apesardetodatecnologiaeinformaçãoquesetemhoje,sofrempreconceitos, é chamado de ‘doido’,‘maluco’,erotulamcomo‘metaleiros’,‘rockeiros’ ou seja lá qual for o nomequelheséatribuído. Poucos continuam fortes nabatalha de manter viva a cultura doRock’n Roll em solo alagoano. Apoioé o que atualmente precisa-se dentrodesta cultura que, com o passar dotempo,setornouumestilodevidaque–porsinal–éfácildeseidentificaremqualquerlugarqueesteja. Poucas pessoas ainda realizameventos na tentativa de fortalecer eo que se vê é que as próprias bandasrealizameventos para poderem tocarou, em outras vezes, lançam EP’s e opúbliconãocompareceparaprestigiaroevento.Depoiscomentamqueaquinãotembandaque‘preste’ounopopular,todasasbandasdaquisãoruins. Tudo isso cai por terra quandobandas que já possuem um públicotocam. Aqueles que só reclamam secalame,nemquesejaporumminuto,prestigiam a banda genuinamentealagoanasemprecisardenegrir. A cultura Rock’n Roll estámorrendo,mas,comapersistênciadealguns, ela vai só cambalearenãovaicair.‘Lutar,Matar’comodiriaamúsicadoKorzuséoqueestáacontecendoenãosepodedesistirdiantedaprimeiradificuldade.

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Jeder Janotti Jr. - Headbanger e professor da UFAL-UFPE

-Muito prazer, eu sou Darth Jeder...DARTH JEDER EU SOU

Com o recesso da vida universitária. Recesso, não quer dizer férias, já que é o tempo que os caras que se acham sérios tem para produzir artigos, preparar novas disciplinas, terminar livros e ler, ler biografias de nossos ídolos. E munido de pré-conceitos, lugares comuns e achando que eu ia entregar parte de meu precioso tempo de leitura a mais um lugar comum das autobiografias dos roqueiros, entreguei-me ao livro Eu Sou Ozzy. Confesso, me rendi ao velho ídolo, que esclarece até o que “realmente” aconteceu quando ele arrancou a dentadas as cabeças de um pombo e de um morcego. Pra quem ainda não leu, ele jura que pensou que o morcego era de plástico (imaginem quantas injeções teve de tomar para evitar as possibilidades de contrair raiva). Claro não foi Ozzy que escreveu, ele contou com a ajuda de um gosth writer (alguém que gravou as conversas, editou o material e transformou a vida do mais conhecido personagem do metal em uma história deliciosa!). Até porque Ozzy assume sem problemas que largou a escola no ensino médio e que não consegue se concentrar o suficiente para ler um livro (ele tem dislexia, ou seja, uma séria dificuldade

de concentração para a leitura). Ao contrário da maioria dos roqueiros ingleses que surgiram na década de sessenta, o ex-vocalista do Black Sabbath, não diz que parte de sua revolta ou rebeldia surgiu do enfrentamento com os pais, pelo contrário, Ozzy Osbourne fala com carinho dos tempos em que viveu com as irmãs, o pai e a mãe em Brighman, uma vida de filho de classe operária, mas que foi até legal! Aliás, o livro abre com uma profética sentença de seu pai “Ou você vai fazer algo muito especial ou vai acabar na cadeia”. Na verdade, as palavras do pai se concretizaram duplamente. É interessante perceber ao longo da biografia como o mundo da produção musical se transformou (diria eu para melhor, pois houve uma grande profissionalização desse mercado). Na verdade, os caras do Black Sabbath, como tantos outros músicos na mesma época viviam chapados (cocaína, álcool e maconha era o coquetel da moda) e ao invés de receber os direitos pelos discos e a grana dos shows, eles eram “assessorados” por empresários que se pareciam com gangsteres do mundo da música.

02 Rock Meeting

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Ozzy ligava para o escritório que administrava sua carreira e pedia, uma casa, um carro, uma moto (e cocaína). Mas, em nenhum momento há um tom de lamúria ou de arrependimento. Na verdade, fiquei pensando como é que eles conseguiram fazer álbuns tão bons em meio a tanta “chapação” (ou será que esse foi o verdadeiro motor dos grandes álbuns de rock das décadas de sessenta e setenta?). Ozzy só diminuiu o ritmo, quando sua atual mulher e empresária Sharon, ameaçou largá-lo. Aliás, ele não assume, mas dá para perceber que Sharon, responsável pela produção do sucesso comercial de sua carreira solo, é linha dura. O bom, após a leitura, é que qualquer um que já sonhou com uma banda, que já teve uma pequena banda ou conseguiu alguma coisa no mundo do rock se identifica com Ozzy, um dos maiores ídolos do rock, que desnuda seus sentimentos quando fala de seu grande ídolo no mundo da música (Sir Paul McCartney). Ali, Ozzy mostra como ele também pode ser um cara comum, um de nós diante de um de nossos ídolos, por exemplo o próprio Ozzy. O bacana do livro é que ele não é pretensioso, ele quer ser somente uma autobiografia honesta e divertida de um dos grandes nomes da história do rock, mas que de alguma forma também é um de nós. Após a leitura dá para imaginar um encontro sobrenatural em que inesperadamente conheço pessoalmente um dos meus personagens preferidos do mundo do rock, que se apresenta , “prazer eu sou Ozzy”, “e eu Darth Jeder”. Que a força esteja conosco!

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04 Rock Meeting

Matanza: ouça duas m ú s i c a s do novo álbum da

banda

O Matanza liberou, em seu MySpace, duas músicas de seu novo álbum intitulado “Odiosa Natureza Humana”.Para ouvir, clique no link abaixo.http://www.myspace.com/matanzacountrycore

Primal Fear: informações sobre o show em São Luís

Pela primeira vez, os alemães do Primal Fear se apresentarão na cidade de São Luís, no Maranhão. A banda fará show no dia 2 de março, na Flamingo. Veja o serviço:

SERVIÇO – PRIMAL FEAR EM SÃO LUÍSAbertura: Fúria LoucaData: 2/3 – Quarta-feiraLocal: FlamingoEndereço: V. dos Holandeses, Qd 32, Lt 02,

Barra 05, Pontado FarolPreço de Ingressos:Valores promocionais para clientes Mad RockPista R$ 40,00Camarote R$ 80,00Lote limitadoPeríodo do lote

promocional: De 20 a 27 de janeiro

2º lote à partir de 28 de janeiroPista R$ 60,00Camarote R$ 100,00

Ponto de Vendas:Loja Mad Rock - CentroLoja CD Rock

Accept: divulgadas as datas na América Latina O Accept iniciou a turnê para “Blood Of The Nations” no continente europeu. São previstos cerca de 80 shows para a turnê, incluindo uma mini-tour pelas Américas Central e do Sul. As datas para a região já foram anunciadas em sua totalidade:

08/05 - Mexico City, México - Circo Volador10/05 - La Paz, Bolívia - TBD11/05 - Lima, Peru - Barranco Bar13/05 - Santiago, Chile - Teatro Novedades14/05 - Buenos Aires, Argentina - El Teatro Flores15/05 - São Paulo, Brasil - Carioca Club

A lista completa de datas pode ser encontrada no site oficial do Accept: http://www.acceptworldwide.com/

Behemoth: Nergal deixa hospital na Polônia

Segundo o site The Gauntlet, o vocalista do Behemoth, Nergal, deixou o hospital na Polônia três semanas após uma cirurgia de transplante de medula óssea. Ele teria deixado o hospital Kliniczne Uniwersyteckie Centrum (UCK), em Gdansk, na segunda-feira, 16 de janeiro, e estaria descansando na casa de seus pais. A namorada Doda disse aos jornalistas que “Adam se sente bem e está descansando confortavelmente, mas não pode receber nenhuma visita, pois corre o risco de adquirir uma infecção viral.”

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05 Rock Meeting

Death: demo de reedição disponível para audição online

Uma versão demo remasterizada de “Story to Tell”, tirada da futura reedição do sétimo e último álbum do Death, “The Sound Of Perseverance”, está disponível para audição no facebook da banda (http://www.facebook.com/DeathOfficial). A faixa aparece no segundo disco da reedição, que possui todo o material demo inédito.

Amon Amarth: capa, faixas e comentários de “Surtur Rising”

O vocalista Johan Hegg, os vikings do Amon Amarth, concedeu uma entrevista à revista Terrorizer e falou sobre o oitavo trabalho de estúdio do grupo. Confira abaixo o tracklist e os comentários sobre as músicas do novo álbum, “Surtur Rising”:

1.War of the Gods 2.Tock’s Taunt – Loke’s Treachory Part II 3.Destroyer of the Universe 4.Slaves of Fear 5.Live Without Regret

6.The Last Stand of Frej 7.For Victory Or Death 8.Wrath of the Norsemen 9.A Beast Am I 10.Doom Over Dead Man

“War of the Gods”É uma canção clássica do Amon Amarth, com harmonias e tudo mais. É uma grande música de abertura !

Trivium: integrantes comentam o novo álbum da banda Para o seu quarto álbum de estúdio, o Trivium vai olhar para o passado, renunciando as composições complexas. “Quando fizemos ‘Ascendancy’, estávamos escrevendo especificamente para as músicas, não mostrando o quanto nós poderíamos tocar”, diz o vocalista e guitarrista Matt Heafy. “Isso não será exatamente o que vai acontecer com os nossos dois próximos álbuns.” “Estamos nos certificando de que cada parte, em cada música, esteja pronta e isso é super cativante”, diz o co-guitarrista Corey Beaulieu.

Tarja Turunen: produtora confirma show em Brasília A Park Show, produtora responsável pelos shows do Ozzy Osbourne e Motorhead em Brasília, acaba de confirmar uma apresentação da ex-vocalista do Nightwish na Capital Federal. O show será realizado no dia 15 de março.Informações como local, preços, pontos de vendas e promoções serão divulgadas através do twitter oficial da produtora: http://twitter.com/Parkshow.Tarja Turunen já tem dois shows marcados no Brasil: em São Paulo (12) e no Rio de Janeiro (13).

Destruction: assista o terceiro trailer do novo álbum

O Destruction disponiblizou online a terceira parte do trailer do novo álbum, “Day Of Reckoning”, que será lançado em 28 de fevereiro. É o primeiro trabalho do grupo com o novo baterista, Vaaver. Clique AQUIpara ver o vídeo.

Page 8: Revista Rock Meeting #17

Festival

2º EDIÇÃO

Por Lucas Marques (@lucasmarx | [email protected])

Mais uma vez Maceió teve um dia de muito som vindo do Leste do planeta. O 2º Jrock festival rolou no dia 15 de janeiro e teve início às 16 horas no famoso Show Bar KFOFO, teve como atrações as 5 bandas que atualmente representam o gênero no estado: IKARI, J-Neration, Last Kamikaze, Shönen Party e Shoryuken. Como pode ser notado por alguns, a segunda edição do evento trouxe as mesmas atrações do evento anterior, porém o estilo das bandas possibilita que nenhum show seja igual ao outro, já que há uma grande diversidade de Sub gêneros contidos em cada uma delas. O Jrock Festival é um evento inovador por si só, e como tal, tende a surpreender com atrações que criem um maior contato no sentido banda/público. O evento surgiu para sair das limitações dos Eventos de Cultura Pop japonesa e convenções de animes, mas foi por causa desses eventos que as bandas surgiram. Então, o Jrock Festival trouxe uma das mais populares atrações desses eventos, o Animekê. O Animekê nada mais é que um Karaokê com conteúdo voltado exclusivamente aos fãs de animes. Fãs de animes era o que não faltava no Jrock Festival. Só que dessa vez era um Animekê diferente, era com a banda ao vivo, e os candidatos que se saíram bem foram premiados.

06 Rock Meeting

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2º Festival Quem abriu o show foi a banda Shoryuken, trazendo grandes clássicos do Anisong. A Banda surpreendeu a todos ao tocar duas músicas totalmente fora do padrão do evento,”Imagem é tudo, sua cabeça não tem nada” da banda brasileira de Punk Hardcore, Jason e “The Kids Aren’t Alright” da banda estadunidense Offspring , que foi o ponto alto da apresentação da banda. Em seguida, quem entrou em cena foi a banda J-Neration fazendo covers da banda de J-pop/rock, One Ok Rock. A banda, como sempre, trouxe muita energia e fez todo mundo pular ao som de “Dreamer” e outras covers muito bem executadas. No meio da apresentação do grupo rolou a primeira etapa do Animekê, um momento realmente cômico. Após a J-neration quem comandou a festa foi a famosa banda Ikari, sendo uma das mais esperadas da noite. A banda engatilhou grandes sucessos dos animes como os temas de abertura de Dragon Ball, que fez a galera entrar em um enorme clima nostálgico. Tocaram também temas de Tokusatsus como Power Rangers, sem falar na tão famosa e esperada execução de Trough the fire and flames, cover que a Ikari faz da banda Dragonforce, mostrando toda a habilidade do grupo. Esse som já é considerado o hino da banda. Mais uma boa apresentação da banda. Na sequência, com o público já bem reduzido, quem tocou foi a banda Last Kamikaze, que levou bastante energia para quem ficou para prestigiar o som da banda. A banda trouxe um setlist bem diversificado, mas sem deixar de lado o peso e a velocidade, características que marcam a banda. Com sucessos como “Luke, eu sou seu pai”, da banda Os seminovos, a Last Kamikaze fez do público parte integrante da banda, com côros em boa parte do repertório. A banda fechou o show com uma sequência matadora de 5 covers da muito popular Maximum the Hormone, levando os fãs da banda ao “delírio”. Quem fechou a noite foi a banda Shönen Party que, mesmo com uma nova formação recente, conseguiu fazer um som redondinho, satisfazendo o pouco público restante. A banda teve o repertório reduzido por conta do tempo da casa e alguns atrasos das bandas anteriores, mas a banda subiu ao palco e representou o estilo. A segunda edição do Jrock festival foi a prova de que com esforço Alagoas pode sim optar por meios culturais alternativos, fugindo da mesmice em que nos deparamos constantemente. Apesar do evento ter tido bem menos público que a primeira edição, o KFOFO ficou bastante cheio, mostrando que independente de datas, o Jrock Festival têm um público fiel e que valoriza as bandas do seu estado.

07 Rock Meeting

Page 10: Revista Rock Meeting #17

Aco

nt

eceu

Por Jonas Sutareli (@sutareli | [email protected])

Hardcore pegando fogoPlastic Fire fez um show curto, porém, com muita

energia, pegando fogo

Numa tarde de domingo, no Kfofo, dia 09/01/2011, primeiro show de rock do ano em

Maceió, a turnê ‘A Última Cidade Livre’, da Plastic Fire, passou por aqui. O primeiro evento

do ano foi de hardcore, bem hardcore. Aqui em Maceió, o evento foi chamado de 1º Alagoas

Hardcore Fest. Além da própria Plastic Fire (RJ) teve a participação das bandas de fora Elmo

(PB), Rótulo (SE) e as bandas alagoanas Reverter,

Morra Tentando e Ênfase, além da banda de rap ‘A

Queda’.

O Show

O show começou atrasado por uns problemas

que a organização teve com a bateria. Problemas

sanados, e atrasos de lado, o show começou. Por

conta do atraso, o tempo das bandas alagoanas

foi diminuído para que os visitantes pudessem tocar no tempo estipulado. Todavia, a Never

Say Die Juliet (que estava também programada para o festival) não tocou por falta de tempo.

Além do mais, tiveram algumas brigas, murros, cortes, sangue. Falta de consideração de alguns

presentes, levando violência pra roda de hardcore, deixando tudo com um clima meio pesado.

Mais uma vez, deixando péssimas lembranças nos eventos, que não são vistos, constantemente,

em eventos que não são de rock.

Contratempos à parte, a banda Morra Tentando iniciou o festival. Ainda haviam poucas

pessoas no local. Um show curto, conciso e energético, com várias músicas próprias. Logo

após entraram os rappers da A Queda, pra dar um ar diferenciado do Hardcore. A galera curtiu

bastante, fazendo só músicas próprias, tiveram uma apresentação curta.

08 Rock Meeting

Page 11: Revista Rock Meeting #17

Em seguida veio a Ênfase, com covers de Dead Fish e músicas autorais. Com uma apresentação também curta, por conta de todo o tempo e um pequeno desentendimento com a organização, o que deixou o clima um pouco tenso. Após a tensão, sobe ao palco a Reverter. Tocando músicas próprias e exaltando a união e criticando más atitudes que estavam acontecendo no evento, por parte do público, Reverter tocou um pouco mais, músicas autorais, um show bem representativo à temática do evento e cheio de energia. Depois da Reverter, a Elmo, primeira banda de fora a tocar na noite, sobe ao palco. Com músicas autorais, um hardcore bem autêntico e cheio de feeling, a banda agitou bastante o pessoal que estava presente, instigando boas rodas. Então, depois da Elmo, a atração principal da noite. A Plastic Fire sobe ao palco e executa apenas oito músicas. O disco ‘A Última Cidade Livre’ foi tocado na noite. Apesar das poucas músicas, a banda tem muita qualidade, é um excelente hardcore e não deixou ninguém parado. Plastic Fire também instigou excelentes rodas. Só poderiam ter tocado mais e a celebração da noite estaria completa. Finalizando à noite e primeiro evento de rock do ano em Maceió o , a Rótulo subiu ao palco e mostrou que também sabe fazer hardcore.

09 Rock Meeting

Page 12: Revista Rock Meeting #17

Esse mês quem estampa a capa da Rock Meeting é a banda maceioense de Hardcore Old School, Reverter.

Acompanhe a entrevista feita com a banda.

Por Lucas Marques (@lucasmarx | [email protected])Fotos: Divulgação

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- RM: Primeiramente gostaríamos de saber como surgiu a banda, quem criou? Qual formação original?

Cabeler.: “Pô”, a banda surgiu em fevereiro de 2007, simplesmente por vontade de tocar o que gostamos, falar do nosso mundo, é vontade sobre vontade. Quando começamos a banda, era só eu (vocal), xGilx (baixo), Jóh (guitarra) e xilax (bateria). Com o passar do tempo, sentimos a “necessidade” de colocar outro guitarrista na banda pra amadurecer mais o som. Daí como Barata era muito nosso amigo, eu falei pra os caras: ”pô, esse bixo é brother, se encaixa na banda.” Daí rolou o convite pra ele ficar no baixo, ele topou e “tamo” aí há um bom tempo com essa formação. Cara, se eu te falar que eu acreditava muito nessa na banda vou estar mentindo, não pelo Barata, e sim por mim, sou muito chato com essa galera. Sei lá, achava que a banda nem ia chegar a gravar antes de acabar, e gravou, faz alguns meses, e já estamos pensando em gravar split. Hoje sou mais sossegado, escuto mais, aprendo mais, e isso me tem tornado um ser mais maduro, acho irado isso, crescer com amigos, com a música. É isso.

- RM: Quem faz parte da banda hoje em dia?Cabeler.: Eu (cabeler.), Gil, Barata, Jóh e Ila. Essa é a linha de frente, e acho que alguns amigos, apesar de não assumir vocal, guittara, batera e baixo, pelo simples fato de nos influenciarem.

- RM: Sabemos que a Reverter trás em suas letras conteúdos que tratam do cotidiano das

pessoas. Mas a banda tem uma linha ideológica específica?Barata.: Não nada especifico, nós falamos do que sentimos no momentoCabeler.: Cara! Acho que não necessariamente, mas cada um tem uma linha de pensamento e leva isso no dia a dia. Eu, acredito que a maior revolução é a pessoal. Hoje, procuro ler mais, ouvir mais, aprender mais, que achar que somos certos, que é ” isso ou aquilo.” Ninguém é dono da verdade, tá ligado? Enfim, somos todos vegetarianos por uma questão de ética, acho que por isso surgiu essa pergunta (risos), é isso.

- RM: Todos da banda seguem essa linha ideológica?Cabeler.: Somo vegetarianos, amigos, que se unem pelas semelhanças.

- RM: A ideia do vegetarianismo é algo que a banda tenta difundir em suas músicas?Cabeler.: Citamos esse tema em uma letra só, chamada “ética, respeito e amor”, mas a maioria das letras são pessoais

- RM: Quais bandas atualmente pregam o vegetarianismo em alagoas?Cabeler.: Nem pregamos isso, só mostramos nosso ponto de vista, se você se importar, você se informa mais, se não... de boa também. Você faz o que acha que é certo, não é? Como eu disse, ninguém é dono da verdadeBarata.: Tem a Sälädä que é minha outra banda junto com o saci de powerviolence/grind (www.myspace.com/saladavegan), se tiver mais alguma eu não lembro no momento.

11 Rock Meeting

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-RM: Quais as principais influências da banda? Podem citar 5 bandas?Cabeler.: Nossa principal influência é a vida. Sobre bandas... pô, gostamos de muita coisa, vai além de rock, acho que rap/samba/reggae influenciam bastante a banda. Só Gil que é meio parado em rock (risos). Mas posso citar 5 bandas que todos da banda fazem questão de lembrar: Colligere, Comeback Kid, Adcional, Entrefuego e a Sangue Frio. Eu costumo lembrar de Tim maia, mas como disse, Gil é “parado” em rock (risos).

- RM: Sabemos que a Reverter têm um reconhecimento legal fora do estado, qual o meio em que a banda se promove, de que modo se dá?Cabeler.: Acho que devemos muito ao myspace e “blogs da vida”, amigos nossos que viajam por aí também, divulgam bastante. Do mesmo jeito que a net “prejudica” aos amantes dos discos, ela ajuda as bandas na divulgação. Sei lá, como diz uma letra do Ancora: “ganhar também é perder.” É isso.Barata.: Eu tenho contato com uma galera de altos estados, tipo São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia e por aí vai.. e tipo é na base do “pô, escuta aí o som da minha banda” (risos). E também tem gente que escuta nosso som no myspace ou fez o download do EP e entra em contato e assim vai.

- RM: Como vocês vêem a cena Hardcore atualmente no estado de alagoas?Barata.: Se é que existe alguma cena aqui (risos), mas tipo tem uma galera que ta dando o couro pra parada continuar viva, o problema é que quem faz não tem apoio nenhum, saca? E sem contar que rolam as “panelinhas” e a galera vai se distanciando muito, o que era pra ser o contrario. A galera deveria se unir mais.

- RM: De acordo com a Reverter, de que modo é possível reerguer a cena no estado?

Barata.: Como eu disse, se a galera se unir mais, tipo colar nos eventos comprar material das bandas fica um pouco mais fácil de levantar a “cena”.

- RM: E a cena nordestina em geral, como anda?Barata.: Tem muita banda boa nascendo aqui no nordeste, cara. Tem o Todos Contra Um (natal), Libellulla (Recife), Mapache Man (salvador), Charlie Chaplin (salvador). Muita banda boa mesmo.

- RM: Pretendem lançar material novo este ano?Barata.: Certamente, nada previsto ainda, mas estamos com umas músicas novas e daqui para o fim do ano a gente lança mais alguma coisa. Um cd ou outro EP.

- RM: Alguém da banda pertence a outra(s) banda(s)?Barata.: eu e o Saci tocamos na Sälädä e o Gil e Jóh tocam na Resistir.e também estou com alguns projetos futuros ai.

- RM: Deixem algum recado para os nosso leitores.Valeu a galera da Rock Meeting pelo espaço cedido, e para a galera que tem que colar nos shows comprar material das bandas e dar mais valor às bandas daqui, que é o que a gente está precisando. Abraço a todos!

12 Rock Meeting

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Depois de um mês de uma turnê bem sucessidida, ao lado do WASP, pela Europa, a banda brasileira Shadowside voltou para o Brasil para descansar. Aproveitou o momento das festas de fim de ano para ficar mais perto da família e repor as energias para o novo ano. Em virtude disso, agora em janeiro, banda seguiu para a Suécia, onde vai gravar seu mais novo álbum. A Rock Meeting conversou com a vocalista Dani Nolden e foi saber dela as novidades que estão por vir em 2011. Confira, com exclusividade, esta entrevista!

Por Pei Fang Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Costábile Salzano Jr.

Ousando no sonho

Inicialmente, gostaria de agradecer a mais uma entrevista cedida a Rock Meeting, pois é sempre um orgulho destacar os feitos das bandas brasileiras fora das Américas. Não hesitem, respondam o quanto for necessário. Sucesso e muito obrigada!

Dani: Nós que agradecemos o apoio e espaço!

Recentemente a banda encerrou uma longa tour com o WASP por toda a Europa. Passou por várias cidades, destacando Helsinque e Manchester. Inicialmente, sobre os locais dos eventos, como eram as estruturas? Alguma se assemelha com as que existem no Brasil? Qual o local mais estranho/exótico que vocês tocaram?

Dani: Dessa vez, com o WASP tocamos em várias outras, como as outras duas que você já mencionou, além de Milão, Antuérpia, Stuttgart, entre muitas outras... foi uma experiência e tanto! Eu não achei qualquer um dos lugares realmente exótico ou estranho, acredito que temos influência europeia demais aqui no Brasil, então não vi coisas muito diferentes do que estou acostuma aqui em casa.

13 Rock Meeting

Page 16: Revista Rock Meeting #17

Acho que a coisa mais estranha que existe por lá são os policiais que são extremamente gentis (risos). Fomos parados algumas vezes, especialmente nas fronteiras e em todo momento eles foram cordiais. É muito interessante observar as diferenças de culturas e comportamento entre um país e outro. Enquanto os finlandeses são reservados e não se aproximam a menos que você os chame, os holandeses são nada tímidos e aparentemente, os belgas gostam de brasileiras, pois tinham vários por lá casados com uma (risos). Sobre a estrutura dos locais, depende do tipo de estrutura brasileira que usamos para fazer a comparação. Temos algumas das melhores casas de eventos aqui no Brasil, assim como algumas das piores também. Na Europa não é diferente. Alguns lugares tem o tamanho de uma casa de eventos de verdade e estavam lotados, mas a estrutura era uma das piores que eu já vi em toda minha carreira. Felizmente, isso não foi algo comum na turnê. A grande maioria dos locais era excelente e extremamente profissional, como a House of Culture na Finlândia, o Forum Palace na Lituânia ou o LKA Longhorn na Alemanha, que já recebeu desde Nina Haagen até Red Hot Chilli Peppers e a maioria das grandes bandas de Metal.

Participar de uma turnê com uma banda renomada já é uma grande conquista, provavelmente receberam um feedback positivo. O WASP chegava a comentar algo com vocês, pessoas próximas, fãs?

Dani: Não sei o que eles comentavam entre eles ou com pessoas próximas a eles, mas várias vezes eles faziam bons comentários sobre o show para nós, especialmente o guitarrista Doug Blair que nos fez sentir em casa o tempo todo. Acredito que eles ficaram satisfeitos com nosso trabalho, que era deixar o público quente e animado. Felizmente, os fãs, tanto os antigos, que já nos conheciam, quantos os novos, que conquistamos após essa turnê, responderam maravilhosamente bem ao nosso show e cada uma das apresentações. Foi inesquecível para nós.

Tocar em outro país é um enorme desafio, principalmente por causa do idioma. Como foi a interação entre Shadowside/público? Nolden sentia dificuldades?

Dani: Quando falavam inglês, não, não sentia dificuldades. O problema é quando eles esquecem que eu não falo o idioma local (risos). Poucos espanhóis entendem inglês, então depois de duas turnês lá, cheguei à conclusão de que não adianta tentar. Comecei a exibir meu portunhol horroroso para comunicar o que queria (risos). Mas não tem o que fazer em um país como a Polônia. Tem que falar inglês mesmo e torcer para que entendam. Quem não entende, acredito que fica contagiado pela energia do show da mesma forma. A linguagem da música é universal.

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Por serem brasileiros, isso fez alguma diferença para ter caído no gosto do público europeu? E a mídia europeia, o que tem falado da banda?

Dani: Felizmente, a maioria dos reviews que eu li reclamava que tocamos por pouco tempo. Seria ruim se falassem que deveríamos ter terminado mais cedo (risos). Nós tínhamos 45 minutos no palco e sabíamos que esse era o tempo que estava disponível para convencer público e imprensa de que vale a pena ver o show completo e felizmente, chegamos a esse resultado. A imprensa tem falado muito bem, claro que eu fico feliz com isso, mas nosso objetivo principal era atingir os fãs, diverti-los, fazer um show intenso. Penso que quando você gosta do que está fazendo lá em cima do palco, você acaba agradando naturalmente. Não sei se o fato de sermos brasileiros fez alguma diferença, não sei se gostaram mais de nós por isso, se estavam indiferentes a isso ou se ficaram com um pé atrás e foi mais difícil conquistá-los por esse motivo. Se tiver que dar um palpite, penso que quem ainda não nos conhecia viu a ideia de uma banda brasileira como algo exótico e ficaram curiosos. A grande maioria que conversava conosco nas sessões de autógrafos que fazíamos após o show não tem ideia do que se passa no Brasil e não conheciam outras bandas brasileiras além do Sepultura. A única exceção foi um fã alemão que conhecia quase todas as bandas daqui e está desesperado atrás de alguns vinis antigos de bandas como o Harppia. Achei isso muito legal, muita gente aqui não os conhece e pra esse alemão, o vinil dos caras é uma preciosidade.

Momento ‘curiosidade’... Vocês passaram um bom tempo longe do Brasil, o que mais sentiram falta? Família seria um ponto principal, mas qual outro detalhe poderia ser destacado?

Dani: Meus animais e minha cama! (risos) Durante a turnê, nós ficamos tão ocupados... pessoalmente, eu não tive tempo de pensar no que estava fazendo falta. A rotina era praticamente o tempo todo tocar, dormir durante a viagem e acordar para almoçar e começar a passagem de som. Senti falta da minha

família, de conversar com amigos, evidentemente... mas sua casa, sua rotina... parece que pertencem a um outro mundo. Eu só percebi como sentia falta quando cheguei, sentei na minha cama e pensei “tinha esquecido que o normal não era viver dentro de um ônibus” (risos). Foi ótimo dormir em uma cama que não balança nem tem barulho de motor!

Em janeiro a banda embarca para a Suécia para gravar seu mais novo álbum. Como tem sido o processo de composição das músicas? Quem tem escrito? Houve tempo durante a tour com o WASP?

Dani: Quando saímos para a tour, já estávamos com tudo praticamente escrito, tanto letras quanto músicas. Nosso plano inicialmente era escrever até o final de Dezembro, mas quando recebemos o convite para fazer a turnê, decidimos apressar um pouco o processo, nos encontrarmos mais vezes e estar com tudo praticamente pronto antes de começarmos os shows. A gravação já estava marcada para começar em Janeiro e não queríamos deixar tudo para a última hora, queríamos estar tranquilos durantes as apresentações, sabendo que o disco estava pronto. Deixamos apenas

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alguns detalhes para acertar há alguns dias atrás, pequenos detalhes e ideias que surgiram depois de escutarmos as músicas várias vezes. Acabou funcionando bem dessa forma porque tivemos tempo de nos afastar das músicas por quase dois meses e depois escutá-las de mente limpa. Nós fizemos tudo de uma forma bem natural, como uma banda se divertindo e tocando o que nos agrada. Todos nós mexemos em tudo. Tem riffs meus, tem melodias do Raphael, tem música do Ricardo, tem partes que começaram com ideias do Fabio ou que ele modificou depois de ouvir a ideia inicial. Foi divertido demais, ainda mais do que das outras vezes, provavelmente porque hoje estamos mais seguros, maduros, sabemos o que é nosso som e que não precisamos ter medo de buscar ainda mais para a banda.

Sobre o novo CD, a produção do novo álbum será feita por Fredrik Nordström, renomado produtor que já produziu CDs da Dark Tranquillity, In Flames, Arch Enemy e Evergrey, dentre outras. Como foi feito o contato com Nordström?

Dani: Ele era nossa primeira opção quando

estávamos pensando em nomes para produzir esse CD. Nós gostamos de praticamente tudo que ele produziu até hoje e o que não gostamos por causa do estilo, percebemos como é extremamente bem feito. Então quando chegou a hora, mandamos um e-mail para Fredrik e perguntamos se ele estava interessado. Ele disse que sim, então enviamos as músicas e marcamos a data.

Expectativas para o terceiro álbum da Shadowside. O que pode adiantar sobre ele?Dani: O resultado das composições é um material intenso, bem mais pesado, mas com melodias bonitas, marcantes, uma mistura dos nossos trabalhos anteriores, porém com novidades. É um pouco do que já fizemos até hoje, dando um passo a frente. As letras são bem pessoais e abordei alguns temas mais profundos e delicados dessa vez. É basicamente uma análise de tudo que se passa na cabeça das pessoas, é o “shadowside” revelado, falando de reações, perversões, distúrbios de personalidade, consciência pesada, desejos e claro, esperanças. Esse disco está cheio de cinza, não é preto nem branco. Ele não é obscuro, pessimista, nem completamente alegre. Ele é humano.

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Recentemente, a banda fechou um contrato com a gravadora SHP Records e lançará o ‘Dare to Dream’ mundialmente. Como tem sido a recepção desta notícia e o que podem imaginar para o futuro da Shadowside principalmente no mercado norte-americano?

Dani: A gravadora está muito empolgada, é até difícil não se deixar levar pela animação deles (risos). É sempre legal trabalhar com alguém que acredita tanto assim no seu trabalho. A distribuição da SHP é da Universal Music e estamos agora fazendo os planos para 2011 junto com eles. Provavelmente vamos manter a banda na estrada e é bem possível que uma nova turnê norte-americana aconteça este ano.

O que o público brasileiro pode esperar do seu novo trabalho? Já tem título e data de lançamento?

Dani: Eu espero entregar ao público o melhor trabalho já feito pela Shadowside até hoje, estamos realmente muito felizes com o que temos em mãos até agora, estou muito ansiosa para ver o resultado final. Ele deve ser lançado no meio de 2011, ainda não decidimos por um título, mas vamos manter todos a par do que está acontecendo no estúdio, faremos videoblogs e chats ao vivo durante a gravação, queremos os fãs gravando conosco!

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Após rodar por três continentes, a banda Eluveitie está ansiosa para encontrar seus fãs

Por Costábile Salzano Jr (@costabilejr)

2011 mal começou e já temos uma enxurrada de shows confirmados. No entanto, começamos a observar ainda mais a vinda de bandas com a temática folk com o grande objetivo de desbravar as longínquas terras do além mar. Grande exemplo disso são os suíços do Eliveitie que chegam ao Brasil no final deste mês de janeiro para uma série de apresentações pelas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. A reportagem conversou com o lider e vocalista Chrigel Glanzmann, para saber sobre a expectativa dos músicos para conhecer os seus obcecados fãs brasileiros, a repercussão do novo álbum, a vida na estrada e muito mais sobre a intimidade de uma das principais bandas de folk metal da Europa.

O que o público pode esperar da primeira apresentação do Eluveitie no Brasil?Chrigel: O show do Eluveitie é bastante energético. É como se trouxéssemos as pessoas para dentro do encanto da música celta usando a brutalidade do mais puro e devastador Heavy Metal.

Vocês já lançaram quatro discos muito bons. Qual é a motivação que vocês aplicam durante as gravações para que um disco soe melhor que o outro?Chrigel: Oh, muito obrigado! Quando estou escrevendo as músicas do Eluveitie tudo se desenvolve naturalmente e fora da intuição. Claro que o nosso objetivo é fazer sempre o melhor, mas acho que isso é algo natural para todos os músicos. Você acredita que a Eluveitie já atingiu a sua tão almejada personalidade musical ou é algo que vocês estão em busca? Chrigel: Eu acredito que a Eluveitie está em busca da sua personalidade musical desde o dia em que foi fundada! E isso, vai se moldando com o passar dos anos. Porém, isso não significa que a banda vai parar de se desenvolver. Na verdade, a banda se desenvolveu muito nos últimos oito anos. Este é um processo natural e não vai parar.

Prontos para conquistar o Brasil

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Como você descreveria a Eluveitie para uma pessoa que nunca ouviu falar sobre vocês?Chrigel: Imagine você tem o mais moderno death metal melódico, bem como a autêntica música folclórica tradicional celta - se você derreter os dois juntos, o resultado é o som da Eluveitie. Na minha opinião, neste novo álbum, o som da banda é muito mais evidente. Você acredita que com o tempo os seus integrantes estão ficando melhores? Chrigel: É tudo um processo natural. Somos todos músicos cheios de sangue e viciados em música. Tocar e escrever música é o que nós fazemos, é o sentido da nossa vida. Então, é claro que cada um de nós está ficando melhor e as habilidades instrumentais estão crescendo. As minhas habilidades como compositor também estão enriquecendo pela experiência ao longo dos anos. Além disso,

estamos fazendo muitos shows a cada ano, estamos em turnê quase que constantemente. Isso tem feito com que a banda cresça muito musicalmente, assim como pessoalmente. Somos uma família hoje. Isso você também pode ouvir no nosso último álbum. Mas quanto à clareza do som dos nossos álbuns mais recentes, esta também tem basicamente a ver com a produção. Mixar e produzir um álbum do Eluveitie nunca é algo fácil, porque há sempre muita coisa insana acontecendo. Só para você ter ideia, na faixa-título de "Everything Remains..." haviam mais de 90 canais pra mixar, o que é realmente demais. Cada vez que você está gravando e produzindo um álbum você tem a chance de ganhar mais experiência e aprender. Isto é o que estamos fazendo e a cada produção deixamos as coisas que aprendemos com as produções anteriores nos guiar.

Vamos falar um pouco mais sobre o novo lançamento. Há alguma música que particularmente você se orgulha mais? A resposta dos fãs é o que realmente determina o seu melhor material? Chrigel: Sim e não. Basicamente, nós amamos cada faixa deste trabalho. E isso é um bom sinal, eu diria. Mas depois de estar em turnê divulgando o álbum por um ano, podemos dizer que, por exemplo, "Nil" e "(do) Minion" são algumas de nossas canções favoritas para tocar ao vivo. Elas são realmente rock.

Algumas músicas novas foram concebidas pensando como seriam executadas ao vivo? Chrigel: Bem, estar em uma turnê quase que constante nos torna uma banda voltada para os shows. Portanto, nossas músicas são sempre voltadas para o lado da apresentação. Então, eu diria que a nossa música está predestinada ao palco.

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Quais bandas ou músicos que você acredita serem as principais influencias da Eluveitie?Chrigel: Basicamente não temos uma espécie de bandas "influentes" no sentido de "arquétipos". Mas, apesar disso, é uma coisa natural que a música que você ama, que você ouve te influencie na hora de compor. Assim, cada um dos nossos membros tem o seu próprio estilo favorito ou influência. Mas seria difícil dizer apenas um nome, pois o leque de bandas e estilos musicais é tão vasto como o mundo da música em si! Estamos todos realmente de mente aberta sobre estilos musicais. Música boa é música boa, não importa o estilo que é. No nosso tourbus, você ouvir coisas do pop e r'n'b, para triphop e drum'n'bass, o bom e velho rock, todos os tipos de música folclórica, coisas alternativas, todos os tipos de metal e assim por diante. Se você quer ouvir nomes - um dos meus músicos favoritos certamente é Paddy Keenan! Um dos maiores tocadores de Irish uilleann pipe da história. Você precisa estar em um ambiente especial para criar ou escrever? Chrigel: Musicalmente, a natureza é uma forte influência para mim. As belas paisagens de tirar o fôlego de "nossas" montanhas cobertas de neve, paisagens alpinas, os bosques... Compor é algo muito emocional para mim. No início de uma música nova do Eluveitie, há basicamente, na sua maioria um sentimento a ser expressado. Já em relação às letras, a principal influência é a história e a tradição da minha cultura. Olhando para o passado, o que mudou na forma de trabalho de

vocês?Chrigel: Bem, muita coisa mudou. Embora eu tivesse que fazer tudo em um tempo muito curto, hoje, eu estou ocupando todo o meu tempo com a banda. Por outro lado, não é que eu teria muito mais tempo livre, porque também há muito trabalho a fazer em relação ao Eluveitie (risos). Claro que todos nós estamos muito mais experientes e provavelmente caindo sempre na mesma "rotina" (no sentido mais positivo). Quais são as músicas da Eluveitie

que você tem mais orgulho?Chrigel: Bem, as músicas "Your Gaulish War", "Bloodstained Ground" or "The Essence of Ashes" significam muito para mim, principalmente as letras. Eles estão lidando com os acontecimentos históricos que me afetam profundamente. De outro modo, "Isara" é uma canção muito especial para mim, porque é uma espécie de "canção de amor" (mesmo que seja instrumental). Eu escrevi para minha esposa.

O Eluveitie é conhecido por sempre estar na estrada. Do que você sente mais falta quando está em turnê? Chrigel: Nós adoramos sair em turnê e passear muito. E também, obviamente, estamos ocupando uma grande parte de nossas vidas na estrada. Mas você está certo, nós perdemos muitas coisas quando estamos viajando. Acima de tudo nossas esposas/namoradas (respectivamente, se estamos falando de Meri e Anna) é claro. Além disso, você perde um pouco da sua privacidade ou coisas como sua própria cozinha ou o seu próprio banheiro incluindo um banheiro adequado e limpo (muitos risos).

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Vocês se apresentaram em diversos países. Como tem sido a turnê?Chrigel: Cansativa (muitos risos)! Nós acabamos de terminar uma longa turnê que praticamente teve quase 200 shows, passando por quase 40 países em três continentes. Foi ótimo, mas estamos contentes com esta pausa de quatro semanas, antes de irmos ao Brasil, América do Sul e voltarmos aos EUA e Canadá novamente. A Suiça, seu país natal, tem bandas de expressão, mas não são muitas se compararmos com os outros países da Europa. O que você tem a dizer sobre isso?Chrigel: Nós temos Celtic Frost, Samael, Coroner, Krokus... Estamos talvez bastante centrados na produção do maior queijo ou chocolate do universo à lançarmos bandas de metal, é verdade (risos). Portanto, há poucas bandas de metal da Suíça tocando por ai, mas esses poucos são muito especiais! Atualmente, o cenário do Rock/Metal está passando por uma falta de criatividade. Quais são as bandas que mais lhe interessa? Que tipo de música você tem escutado? Chrigel: Como mencionado anteriormente, nós realmente temos a mente aberta musicalmente. Assim, alguns dos nossos grupos favoritos para ouvir no tourbus seria Woven Hand e Sixteen Horsepower. Também coisas muito contemporâneas como Eminem e Rhianna, às vezes, merdas dançantes como o Pendulum e Infected

Mushroom, que é ótimo para dançar quando você está bêbado como o inferno (risos). Às vezes, alguns clássicos ou trilha sonora de filmes de Hans Zimmer e, claro, por vezes, o bom rock, death e black metal como At the Gates, Grave, Entombed ao velho Satyricon, Emperor, etc). Pessoalmente, eu também estou ouvindo muito folk tradicional, é claro.

Quais são as suas bandas favoritas neste momento? Você conhece ou gosta de algum grupo brasileiro?Chrigel:Neste momento, estou escutando muito Dizzi, uma banda não muito conhecida da Inglaterra. Sim, conheço muitas bandas brasileiras, é claro. Eu realmente gosto de alguns discos do Sepultura, por exemplo.

Quais são os seus planos para 2011?Chrigel: Estaremos em turnê até março, então vamos entrar em estúdio para gravar algo que eu não vou revelar agora, é surpresa. Depois vamos passar todo o verão tocando em festivais. Nesse período pretendemos terminar as nossas novas músicas. No Outono, vamos cair na estrada de novo até que paramos tudo para gravar nosso novo disco durante o inverno. Então, não teremos muito tempo para ficarmos entediados (risos).

Agradeço pela op ort u n i d a d e em conversar contigo. Sinta-se à vontade para mandar uma mensagem para os seus fãs no Brasil. Chrigel: É a minha vez em dizer "obrigado" pela entrevista e pelo interesse em nossa banda! Vejo vocês em breve!

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Para iniciar o ano de 2011, convidamos a vocalista da

DarkTale, destaque no primeiro evento do ano realizado pela Rock Meeting. Conheça um pouco mais

sobre Any Deyse!

- Apresente-se: Bom, me chamo Any Deyse, ou você pode me conhecer de Ynna. Sou bacharel em psicologia, estudante de filosofia e vocalista da DarkTale.

- Conte-nos um pouco como você começou a gostar de rock. Eu sempre tive um gosto musical diferente do pessoal de casa, que ficava entre música clássica, MPB e as coisas mais regionais. Nesse meio, eu me desvirtuei partindo para o rock. Comecei com os clássicos da minha época até chegar ao Metal, que foi o estilo com o qual eu realmente me identifiquei.

- Como surgiu o seu interesse pelo canto? Incentivos? Quem você tem como referência musical? Desde pequena eu sempre gostei de cantar, nada profissional, mas comecei nos festivais da escola. Lembro que minha primeira incentivadora foi uma professora da 4º série. Mas depois fui crescendo e fiquei com vergonha de cantar, até que um amigo me descobriu cantando e, na folia, montamos nossa primeira banda, que só fez um show e se desfez. Daí foi quando surgiu a ideia de montar a DarkTale. Só no final de 2006 eu comecei a fazer aula de canto e, entre períodos de aulas intensas e desleixe completo (risos), eu continuo estudando até hoje. Eu tive muitos incentivadores desde o meu primeiro Maestro e minha primeira professora de canto, que foram os

responsáveis pela minha paixão pelo canto lírico. E atualmente minha mãe e minha irmã, meu atual maestro e professora de canto. Os meninos da banda em especial o Eduardo e a Thássia que estão sempre ali me dando uma força quando eu acho que preciso dar uma melhorada. E como referência, pra mim não há melhor soprano do que a Diva Tarja Turunen, é no nível dela que desejo chegar algum dia. (risos)

- Você é a frontwoman das pouquíssimas bandas de Doom/Gothic Metal de Alagoas. Afinal, o que a DarkTale representa para você? “Uma vez eu tive um sonho e ai está ele...” Poxa, a DarkTale pra mim é a realização de um sonho. É a materialização do meu amor pela música. Tocar o que eu gosto, com quem eu gosto, compor, me expressar musicalmente. Nossa, a DT é um presente e tem sido uma escola. Quando a gente começou éramos um bando de pivetes tocando covers pra tirar uma onda. Hoje eu vejo nossas composições, nossa identidade como banda, o quanto nós amadurecemos tanto como banda quanto como pessoa durante esses quase cinco anos juntos. Digo com certeza que ela é uma das coisas mais importantes para mim.

- Você também compõe. Como é o processo de composição? Alguma dificuldade por ser em inglês? Já pensou em compor em português?

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O processo de composição é engraçado. Os meninos brincam com isso, dizem que eu psicografo as letras, porque elas surgem muito facilmente. Eles me passam uma melodia e logo a letra vem embalada por ela. Mas não é sempre assim, têm músicas que eu preciso pensar e repensar e rasurar letras e reescrever, uma trabalheira. E quanto a ser em inglês pra mim é até mais fácil. Quanto a compor em português, poderia até me arriscar algum dia, quem sabe...rs

- Por ser vocalista de uma banda, quais as situações mais engraçadas/bizarras que já presenciou nos shows? Compartilhe conosco. Ahhhhhhh... Tiveram várias: guitarrista levando choques no palco, já prendi meu cabelo no pedestal e fiquei lá disfarçando até conseguir soltar, ver a calça de um dos integrantes rasgar depois do show, galera lascando a testa no retorno, bêbados sem noção na frente do palco. Ixiiii! E por ai vai...

- Como defensora das bandas alagoanas, por mais difícil que seja, o que falta para a cena alagoana sair das ideias e ganhar vida? Respeito, união e atitude. Seria a mistura perfeita para essa “cena” ganhar vida. Grande parte das bandas só pensa no seu lado, não respeitam as outras, fazem boicote, acabam influenciando amigo “X” e “Y” que influenciam o “K” e o “Z” e assim vai. Tem aqueles que só vivem de falácia, de apontar os defeitos sem dar uma ideia mínima que seja construtiva. Com certeza aqui tem muita banda boa, muita gente talentosa que tem tudo pra fortificar o movimento, mas que essas mesmas pessoas boas se tornam um tanto egoístas quando o lance é para terceiros. Acho que a mudança tem que ser de dentro pra fora, as bandas se respeitam, o público respeita as bandas e a cena se fortifica. Existem outras milhões de coisas de aspecto físico e financeiro, como a falta de espaço para os shows acontecerem, um bom som que não prejudique as bandas, a falta de um bom patrocinador... Mas tenho que bater palmas para o pessoal que faz o melhor com o que tem com a cara e a coragem.

- Ainda sobre as bandas, quais você poderia destacar e por quê? Hummm... Poxa tem a Goreslave, da qual é indiscutível a qualidade musical que eles oferecem. Ir a um show deles e voltar com o pescoço intacto é um absurdo (risos). A nossa parceira BlackVerses que depois de um tempo parada voltou à ativa, quem conhece o som da banda sabe o talento que os meninos possuem, sou realmente fã do trabalho deles. Os guerreiros da Morcegos com toda a sua experiência e seu som extremo. Raiser, Hellbound, Wanted com seu Hard Rock de qualidade, Adrenaline que manda um som muito bom, Autopse, Foxy, Abismo, Penitência... Nossa é muita banda boa! - Chegou o momento difícil. Qual é o Top 5 das músicas que representam o seu gosto musical? Explique em poucas palavras cada uma delas. Ai ai Que difícil...Podem ser todas do Nightwish? (risos) Então: Romanticed – Nightwish – Uma das músicas que representa bem o Nightwish que eu adoro, com os vocais potentes da Tarja e o peso do Heavy Metal mesclado ao toque da musica clássica. - My lost lenore – Tristania – A mistura do gutural com o vocal lírico que pra mim é perfeito.- Death, came near me – Draconian - A música é só sentimento, o perfeito do doom.- Scorpion flower – Moonspell – Ah, vai! É Moonspell…(risos)- Dark Star – Tarja Turunen - Música pesada com os vocais mais perfeitos. - Para finalizar, o que podemos esperar da DarkTale em 2011? Muito sucesso com a DarkTale e muito obrigado pela participação neste perfil. Hummm, espero que muitos shows (risos). E se tudo der certo material novo! Eu que agradeço a Rock Meeting pelo convite e parabenizo pela revista maravilhosa.

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