revista rock meeting #16

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Edição nº 16: Capa: Restrospectiva RM 2010, Darth Jeder , Perfil RM, World Metal, Lançamento Selo Casa Blanca, B.R.U.T.AL., Road to Hell, Eu estava lá – B.R.U.T.AL., DarkTale, Tributo a Dionísio.

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Page 1: Revista Rock Meeting #16
Page 2: Revista Rock Meeting #16

O tem aqui?

02 Darth Jeder 04 World Metal06 Tributo a Dionísio08 Lançamento Selo Casa Blanca09 DarkTale 13 Relembrando o passado16 Road To Hell19 B.R.U.T.AL.21 Perfil RM24 Eu estava lá (B.R.U.T.AL.)

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As matérias não refletem, necessariamente, a opinião da revista, e sim de quem assina.

Expediente

Direção GeralPei Fang Fon

FotografiaPei Fang Fon

RevisãoJonas SutareliPei Fang Fon

CapaLucas MarquesPei Fang Fon

EquipeDaniel Lima

Jonas SutareliLucas MarquesPei Fang Fon

Renato Tiengo

Colaboradores nesta ediçãoFlávio Henrique

ContatoEmail: [email protected]

Orkut: Revista Rock MeetingTwitter: http://twitter.com/rockmeeting

Veja os nossos outros links:www.meadiciona.com/rockmeeting

*As imagens utilizadas são do site ffffound.com

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Editorial Nesse período do ano muitos se perguntam o que fez, o que deixou de fazer e o que gostaria de ter feito e por alguma razão não concretizou o que pensou. 2010, pode-se dizer, foi um grande ano para a música alagoana. Claro, não levando em conta as inúmeras dificuldades que muitas bandas passaram e continuam passando. Não obstante desta realidade, tendo a dificuldade como a principal barreira para o crescimento de qualquer novo empreendimento, independente do fator social, de estilo de vida, de qualquer outro setor da vida... As dificuldades sempre existirão. O que seria vencer sem passar por situações desmotivadoras? Só vencerá aquele que quer mesmo vencer, que não desiste e que não permite que a tristeza tome conta do seu sonho. Neste momento de encorajamento, a Rock Meeting celebra a força, a união – muito embora ela nunca tenha existido de fato, em tese –, mas que nunca foi deixada de lado, sempre discutida, sempre questionada. Pudemos vê-la em muitos momentos durante este ano. O que esperamos que ela, enfim, cresça, tenha vida própria e seja motivo de orgulho. As bandas que sempre lutam por um lugar ao sol, ou no palco, aquelas, que não podemos citar todas, mas as que sempre foram citadas através das nossas matérias, as que sabemos que existe, as que ainda estão se organizando... Força, coragem, ousadia. Precisamos de pessoas ousadas, que não desistam, mesmo que retarde, mas continuam no mesmo propósito! Vamos acabar com o modismo, vamos apoiar o que de fato nos interessa, crescer, evoluir. Nada disso teria sentido visto os inúmeros eventos que houveram em 2010. Continuem! O nosso público é o mais fiel e o mais empolgante, com certeza! 2011 está ai. Novidades, desejos e sonhos. Vamos transformá-los em realidade!

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Está tudo lá, tudo que um fã pode esperar. Canções com temáticas

históricas ou fantásticas, refrões épicos que não saem da memória dos ouvintes,

as cavalgadas do baixo, as marcações de bateria, as viradas, os solos de guitarra

que dialogam entre melodia e virtuose. O bom e velho Maiden em seu décimo

quinto álbum de estúdio. Até Eddie, transfigurado, está lá, transitando em um

cenário que lembra o filme A Guerra dos Mundos.

Para os bons apreciadores todas as notas, o sabor vintage do bom heavy

metal, taninos metálicos persistentes. ‘The Final Frontier’, o álbum que muitos

juram que será a aposentadoria da velha Donzela de Ferro, é tudo que se pode

esperar do Maiden. Já dá para imaginar todo mundo cantando os refrões em

El Dorado e se deliciando com a épica ‘When The Wild Wind Blows’. Harris,

Dickinson e companhia não desapontam seus fãs. Temos mais do mesmo, em

um gênero musical que preza suas fronteiras e torce o nariz para as esquisitas

misturas que povoam MP3 players e computadores, o Iron garante a certeza de

um porto seguro. Mas será que isso basta?

O que me pergunto é se estamos diante de uma banda, que tal como os

bons vinhos famosos têm sua qualidade e gosto inalterados ao longo do ano,

ou de apreciadores que não querem se arriscar e experimentar novas nuances,

novos gostos. Claro, no mundo do rock, ninguém acha que os Rolling Stones de

hoje são melhores que o dos anos sessenta. Por que, diabos então, cobraríamos

isso da mais reconhecida das bandas de metal. Aquela que sobreviveu às

transformações do mundo da música, passou pelo LP, CDs, MP3 e plataformas

de games, construiu sua reputação justamente por ser isso, a mais amada das

bandas de metal em atuação. Então por que estou tão incomodado?

O SABOR DA FRONTEIRA FINAL OU

QUAL A FUNÇÃO DO NOVO DISCO DO IRON

Jeder Janotti Jr. - Headbanger e professor da UFAL-UFPE

Darth Jeder

02 Rock Meeting

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Eu sei, você sabe, quem conhece a fundo o Iron Maiden também sabe. Temos saudades das canções que nos arrebataram na primeira audição. Músicas como ‘Running Free’, ‘Run to the Hills’, ‘The Trooper’, e ‘Fear of the Dark’, entre outras. Mas não há como voltar ao paraíso perdido. Depois dessas canções o mundo do metal se transformou, nunca mais foi o mesmo. Então parece que exijo demais do novo álbum desses adoráveis cinqüentões. É um bom álbum, o Iron fez aquilo que faz bem, soar como Iron Maiden. Mas se pensarmos na atual indústria da música e no papel que as apresentações ao vivo ganharam nesse mercado, ‘Final Frontier’ é um retorno ao que sentimos quando ouvimos os antigos álbuns do Maiden pela primeira vez, pois é esse lançamento, e sua turnê, que permitirá que no próximo ano, alguns de nós possamos passar pela doce experiência de cantar junto com os músicos do Iron as faixas épicas que citei antes. Assim, mesmo reconhecendo que é mais do mesmo, já consigo me transportar ao futuro, esperando para curtir esse, e outros shows, com que a velha Donzela de Ferro nos brindará.

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04 Rock Meeting

Iced Earth: Confirmado no Wacken 2011

A banda Iced Earth foi confirmada para a edição 2011 do Wacken Open Air que acontecerá nos dias 4 a 6 de agosto. Algumas bandas já confirmaram presença: Cradle of Filth, Apocalyptica, Ozzy, Judas Priest, Morbid Angel, Primal Fear, Blind Guardian, Children of Bodom, Sepultura, Trivium, Sodom, Avantasia.

Arch Enemy: gravações para novo álbum em andamento

O Arch Enemy acaba de anunciar que já está em estúdio para o processo de gravação do novo álbum, que está previsto para maio de 2011, via Century Media Records. O disco está sendo produzido pela própria banda, e sendo mixado pelo engenheiro de som Rickard Bengtsson, o mesmo que produziu “Doomsday Machine” em 2005. Confira algumas palavras do baterista Daniel Erlandsson: - “Depois de uma intensa, porém inspiradora sessão no estúdio, eu posso dizer que acabei de gravar a parte de bateria para as músicas do novo álbum do Arch Enemy!”. E continuou dizendo - “Nós tivemos um momento muito criativo e inspirador para escrever este álbum. Acho que isso que estou dizendo vai ficar definitivamente evidente quando vocês ouvirem o disco.Há variações nas tonalidades do disco, abrangendo desde o mais melódico, até o mais extremo.” Resumiu, dizendo - “Como sempre, é muito difícil de descrever as canções através de palavras, mas tenha certeza que este álbum será fudidamente pesado!”.

Whitesnake: título e arte gráfica de novo álbum da banda A lendária banda de rock Whitesnake escolheu “Forevermore” como título de seu novo álbum, estimado para o final de março de 2011 via Frontiers Records. De acordo com um comunicado de imprensa, a sequência do Whitesnake ao “Good To Be Bad” de 2008 será “uma progressão sólida, natural da última obra da banda, que foi eleita pela influente revista Classic Rock como ‘O Melhor Álbum do Ano’ em 2008.” “Como sempre, quisemos subir ao próximo nível,” afirmou David Coverdale. “Acho que com o último álbum alcançamos um forte ‘coquetel’ do Whitesnake

que confortavelmente abraçou e misturou todos os aspectos e estilos musicais prévios da história da banda, enquanto levamos nossa identidade um pouco mais a frente... tudo em um álbum.” “As novas músicas estão no território bem familiar e reconhecível do Whitesnake de um Power Rock cheio de alma, com blues e melódico, com algumas baladas para uma boa medida,” disse o vocalista. “Não dá pra ser um álbum do Whitesnake sem baladas, parceiro!”

Saxon: Biff Byford confraterniza com Lady Gaga

O frontman do Saxon, Biff Byford, encontrou Lady Gaga nos bastidores de um recente show da cantora na Inglaterra. O próprio contou o acontecido no site da banda.‘Comprei os ingressos para ir com minha filha, mas ela acabou não podendo. Então fui com nosso agente, Steve.(...) Passamos 50 fantásticos minutos com ela, que é uma grande fã do Saxon e de Heavy Rock em geral. Ela é demais e foi um grande privilégio conhecê-la”.

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05 Rock Meeting

Slash: turnê brasileira tem valores divulgados

O roqueiro passará pelo Rio de Janeiro (6/04), São Paulo (7/04) e Curitiba (8/04). Para o show no Rio, que será realizado no Vivo Rio, as entradas custam entre R$ 180 e R$ 220. Já a apresentação paulista, que acontecerá no HSBC Brasil, tem valores entre

R$180 e R$ 360. A produtora dos shows de Slash no Brasil, a Free Pass Entretenimento, ainda não confirmou o local da apresentação em Curitiba e, consequentemente, os valores da mesma não foram divulgados. O guitarrista vem ao Brasil divulgar seu disco solo lançado neste ano, “Slash”

Grave Digger: nova turnê na América do Sul em 2011

O vocalista e líder do Grave Digger, Chris Boltendahl, concedeu uma entrevista ao programa “Heavy Metal Thunder” da “Metal Messiah Radio”. Dentre vários assuntos, Chris falou sobre a gravação do último álbum, “The Clams Will Rise Again”, sobre o trabalho com o guitarrista atual Axel Ritt, trabalho em estúdio com dois guitarristas, sobre bandas que ainda estão na ativa e o estilo de vida no rock n’ roll, sobre a mudança ocorrida na banda em 1997, seu álbum solo, shows na Rússia, Ucrânia e Sibéria, além de shows em festivais na Europa. Quase no final da entrevista, Chris disse que o Grave Digger irá fazer uma nova turnê na América do Sul no meio de 2011 e encerrou a conversa falando sobre o lançamento do CD/DVD “The Clams Are Still Marching” gravado no festival alemão Wacken Open Air 2010 em comemoração aos 30 anos da banda.

Motörhead: próximo álbum poderá ser de covers ou acústico

A Radio Metal recentemente conduziu uma entrevista com o guitarrista do Motörhead, Phil Campbell.“Eu tinha a ideia de fazer um álbum acústico. Talvez nós também façamos um álbum cover. Talvez esse álbum de covers seja o nosso próximo álbum. Nós já fizemos vários covers. Fizemos ‘Cat Scratch Fever’ (Ted Nugent), ‘Shoot ‘Em Down’ do Twisted Sister, ‘Hellraiser’ do Ozzy Osbourne, ‘God Save The Queen’ do Sex Pistols, ‘Rockaway Beach’ dos Ramones e mais alguns. Mas este álbum é somente uma ideia para o futuro, nós ainda não sabemos o que está por vir nele.”

Tarja Turunen: 12 março em sp Confirmadíssimo o show de São Paulo! O twitter do HSBC Brasil que em breve as vendas de ingressos estarão disponíveis para o show da Tarja, que acontecerá no dia 12 de março, às 22h! A pré-venda estará disponível para clientes HSBC até o dia 25 de dezembro, na compra de até 4 ingressos. A classificação do show é a partir de 14 anos. Portanto, jovens com menos de 14 anos precisarão entrar acompanhados dos pais ou responsáveis.Info: www.tarjabrasil.com

Doro Pesch: vocalista retornará ao Brasil em 2011

A cantora Doro Pesch, ex-Warlock, retornará ao Brasil em abril de 2011. A informação sobre as apresentações saíram na comunidade Doro Pesch - Deusa do Metal, no Orkut, pelo perfil da Negri Concerts. A última apresentação de Doro no Brasil foi em outubro de 2006 no festival Live n´Louder em São Paulo.Datas:21/04/2011 - Belo Horizonte/MG - Local: Lapa Multishow23/04/2011 - São Luis/MA - Local: A definir24/04/2011 - São Paulo/SP - Local: Carioca Club

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3° Tributo a Dionísio

No dia 03 de dezembro de 2010 ocorreu a terceira edição do Tributo a Dionísio, organizado pelo Centro Acadêmico (CA) do curso de Filosofia da UFAL (Universidade Federal de Alagoas) na Tenda Cultural Estudantil, mais conhecida como Circo. Este ano, a festa contou com a presença do professor Milton Rozendo que declamou alguns poemas eróticos e as bandas DarkTale e Arcânia. As apresentações começaram com o professor Milton Rozendo declamando poemas com um conteúdo nada infantil. Falavam de coisas eróticas e que o público reagia com aqueles tradicionais gritos de empolgação. Todos estavam atentos e às vezes riam com alguns textos mais picantes. Enquanto isso, as pessoas estavam chegando e começando a encher a arquibancada da Tenda. Por volta das nove horas da noite, a primeira banda sobe ao palco para animar a plateia que compareceu para prestigiar a festa. DarkTale fez o show de estreia em 2010 já que a banda ficou parada desde o final do ano passado e tiveram mudanças na formação. Com presença dos novos integrantes, Rafael Braga (vocal), Thiago de Souza (baixo) e Andersson Vasconcelos (bateria), a DarkTale tocou seis músicas e fez os headbangers presentes baterem cabeça até o final do show. Eles haviam preparado oito músicas para o show, mas, infelizmente, o tempo não foi suficiente para apresentar todas e as outras duas ficaram para as próximas apresentações em 2011.

Por Daniel Lima (@daniellimarm | [email protected])

06 Rock Meeting

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Em seguida, veio a banda Arcânia que tocou para um público bastante reduzido já que passava das 10 horas da noite e boa parte dos presentes dependem dos transportes coletivos para voltar às suas residências. Eles iniciaram a sua apresentação com a música da banda irlandesa, The Cranberries, logo após tocaram uma música própria. Depois, tocaram sucessos que são bastante conhecidos do público. Mais um ano de tributo a Dionísio e as dificuldades continuam as mesmas como sempre ocorrem. Não há patrocínio e os organizadores têm que correr bastante atrás de som, iluminação e equipamentos necessários para a realização do evento. Todos que realizaram o evento sabem da dificuldade que é para que ele aconteça. O que se tem a fazer é não desistir e mostrar que as dificuldades encontradas não são barreiras impossíveis de serem derrubadas. Ano que vem tem mais tributo a Dionísio na Universidade Federal de Alagoas.

07 Rock Meeting

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Mais um selo foi lançadoNo ano de 2010 tivemos algumas novas produtoras surgindo, o pessoal

botando a mão na massa e querendo mexer na cena alagoana.

Por Jonas Sutareli (@sutareli | [email protected])

Recentemente, no último dia 11 deste mês, aconteceu o lançamento de mais um selo, o Casa Blanca. O surgimento destes selos e produtoras é extremamente interessante e bem vindo, pelo fato de gerar um maior leque de possibilidades, sendo assim, um ponto positivo para um maior salto na cena alagoana. Segundo um dos idealizadores do selo, Ruan Monteiro, o selo surgiu da necessidade de se ter mais uma possibilidade na organização de eventos, apoio às bandas e, futuramente, gravações, para que nem tudo gire em torno de um único eixo, das poucas e já conhecidas pessoas que organizam. A ideia do Casa Blanca é unir as novas bandas do underground alagoano, dar espaço às novas caras e sempre tentando convidar uma atração de fora do estado que apoie o selo e as bandas. Saindo da rotina, por assim dizer, é fortalecer o elo entre as novas bandas do underground local e as bandas dos estados vizinhos, criando laços importantes para a cena alagoana, quiçá, nordestina. Toda a ideia de construção do selo gira basicamente em descentralizar, pluralizar, construir e firmar. Realizações, estilos e sons, uma cena mais intensa e respeitada, amizades e elos de confiança e parceria. É algo louvável e que deve ser no mínimo respeitado, pela atitude e vontade de se fazer com que a cena cresça, se expanda e dê espaço às caras novas, que tanto querem também mostrar seu som. Este o propósito do Casa Blanca. A festa de lançamento do selo Casa Blanca aconteceu no Kfofo Show Bar e contou com a presença das bandas Burried in Katherine, Mia Dolce Vendetta, Emily, She Watched The Sky, Arcânia, Sticky Garden e também a banda pernambucana Alexis Has Taken Revenge. A casa estava bastante cheia, com um público considerável. Apesar do atraso (o que já virou rotina no Kfofo), o show aconteceu com todas as bandas e o público correspondia à toda empolgação, com rodinhas e o chamado ‘hardcore dance’, que é uma característica irrefutável do metalcore, atualmente, e o que tange a esta vertente. Nada mais justo isso ser um fato marcante no show, já que todas as bandas faziam um som puxado para essa vertente. O primeiro evento do selo Casa Blanca foi bastante movimentado, deu um público considerável, foi um evento sem maiores problemas e os que tiveram, foram sanados. Nós da Rock Meeting desejamos boa sorte a todos que fazem o selo nesta caminhada e que continuem na luta, 2011 vem aí!

08 Rock Meeting

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O RetornoPor Pei Fang Fon (@poifang | [email protected])

O que passa pela mente de um músico quando fica um ano sem estar nos palcos? Como formadora de opinião, não tenho a mínima ideia, mas se é uma função como qualquer outra, imagine-se deixando de fazer algo que tanto ama por um ano?... Imaginou? Eu mesma não teria muita paciência. No entanto, a banda de Doom/Gothic Metal, DarkTale, conta um pouco sobre esse período de jejum e sobre a volta aos palcos. Com nova formação, a banda já compôs quatro músicas das quais foram ouvidas no 3º Tributo a Dionísio, na Ufal. Sem mais delongas, acompanhe a entrevista mais que especial para este retorno. Com vocês, DarkTale.

- Desde o ano passado, para ser exato – no dia 27 de dezembro, a DarkTale não se apresentava no palcos alagoanos. Muitas coisas aconteceram neste período, incluindo a saída de três integrantes da banda. Agora com uma

nova formação, as perdas foram sanadas?

Eduardo Moraes: Com certeza! Claro que qualidades particulares em alguns casos, para mim, fazem falta. Porém são compensadas com outras qualidades particulares dos novos integrantes.

Thyago de Souza: Não só sanadas como podemos dizer que esta crise nos deixou mais fortes do que nunca! A qualidade agora será a peça-mestra tanto em nossas gravações como nas muitas apresentações que estão por vir!

Andersson Vasconcelos: A amizade e o respeito completam qualquer coisa antes de algo que seja profissional, antes de qualquer coisa, a união prevalece para evolução da banda.

Any Deyse: Sim, foram! Os novos integrantes são pessoas maravilhosas tanto em qualidade musical quanto com a relação à amizade e respeito.

09 Rock Meeting

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- No último dia 03, a banda fez uma apresentação na Tenda Cultural da Ufal, no III Tributo a Dionísio. Novo fôlego, novos rumos, novas ideias... Conte um pouco sobre esta volta.

Eduardo Moraes: Então, o show em particular, tanto por ter sido o primeiro depois de um hiato de um ano fora dos palcos (não que a banda tivesse parada), como por ter sido a mostra pela primeira vez da nova cara da banda. E tocar na UFAL é sempre bom por não ser nosso publico alvo, claro que tinha alguns que foram nos ver, mas, em sua totalidade, é um mix de gente desde fãs de rock a estudantes que só entraram por curiosidade. O melhor é ver a reação do público e ouvir deles que a banda foi legal... O legal é ouvir, de quem já nos conhecia, que a banda consegue manter o mesmo nível de fases anteriores, ou até superá-las... ou não.

Andersson Vasconcelos: Falando como músico que penso que sou, o som ficou a desejar, mas isso só provou o quanto a banda está entrosada por tocar sem ouvir uns aos outros.

Any Deyse: Ahhhh foi muito bom fazer esse show com a nova formação lá na UFAL. Apesar dos problemas com o som a gente colocou a prova o nosso entrosamento e viu o quanto ele esta firme. A banda agora esta sim com uma nova cara, um som mais agressivo, reflexo, talvez, das nossas transformações pessoais. E os novos membros só vieram para somar coisas boas nessa nova metamorfose.

- Definida a formação da banda, para 2011, o que podemos esperar da DarkTale? Um novo EP está por vir?

Eduardo Moraes: Com certeza. Acho que está nos planos de todo músico que ainda sonha em conquistar seu espaço, ou simplesmente mostrar sua arte, mostrar seu som para quem quiser ouvir. Já temos músicas novas, só falta decidirmos quando vai ser a hora de parar pra gravar.

Any Deyse: Desde que os meninos chegaram, uma febre de inspiração foi batendo e a gente já têm umas músicas legais que só precisam ser um pouco mais lapidadas para começar o trabalho de gravação!

- Durante este tempo off dos palcos, o que mais a banda sentiu falta?

Eduardo Moraes: Dos palcos!!! (risos) Acho que isso é particular a cada integrante, tem músico que curte o processo de estúdio de compor e tal, têm outros que acham um saco,o negócio é estar nos palcos, eu gosto de todo o processo, porém a sensação de estar nos palcos só sendo músico para entender.

Andersson Vasconcelos: Shows? O que é uma banda sem seu público, como ser uma?

Any Deyse: Palcos com certeza (risos). A sensação de fazer os outros sentirem a sua música é inigualável...

- Continuando no momento out que a banda passou em boa parte de 2010, sendo, neste momento, o espectador, o que pode nos destacar de pontos positivos e negativos?

Any Deyse: Acredito que a banda adquiriu um nível de maturidade superior ao que tinha, depois de todas as dificuldades passadas. De negativo, só a saudade deixada por alguns dos companheiros que saíram.

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Andersson Vasconcelos: Passamos a confiar, e que não somos só músicos que a compõe, e sim amigos que zelam pelo bem estar da banda e seu público. E o negativo, quando eu “súber” eu aviso! (risos).- Sem muitos rodeios, quando os metalheads poderão ver um show de vocês completo?

Eduardo Moraes: Janeiro de 2011.

Any Deyse: Se tudo der certo, janeiro de 2011!

- Na atual formação, com a entrada do Rafael Braga assumindo o vocal masculino, o que acrescentou na química entre ele e Any Deyse? Foi uma fórmula certa ou precisa de mais alguma coisa para melhorar?

Eduardo Moraes: Na minha opinião se melhorar estraga (risos), sem desmerecimentos aos antigos vocalistas.

Any Deyse: Putz, mistura perfeita! Cantar com o Braga é ótimo, a gente tem uma química interessante e nossa. Eu o admiro muito como frontman, acho que é a união vocal que a gente precisava. Tanto como postura no palco quanto no sentido de cantar, acho que a gente consegue se completar. Sem sobras e sem faltas.

- Agora com uma pegada mais agressiva no som, deixando à tangente a melancolia, pode-se dizer que estão com mais ‘raiva’ e ‘ira’?

Eduardo Moraes: Pode-se dizer que ainda estamos DarkTale. Por mais que a gente tente fazer músicas com determinada fórmula, ela sempre ganha um elemento X na hora em que ela sai do “esboço” e vira a música. Não é uma coisa que a gente faz de caso pensado. Tipo, vamos fazer músicas só agressivas ou o que seja, cada compositor tem sua maneira singular de compor e na hora que essa composição toma forma com os outros integrantes.

Devido as influências particulares ela ganha outro caminho, caso seja de bom senso que ficou melhor, porem não abro mão do meu som arrastado.

Thyago de Souza: Novidades sempre são impactantes. Na verdade, o que fizemos foi remodelar ideias antigas, desde o princípio da criação delas. Talvez isto possa ter gerado alguma confusão para os mais conservadores, mas o que realmente importa é que organizamos a bagunça. A pegada mais nervosa é só consequência da organização das ideias, queríamos fazer isso desde o início, e conseguimos com a formação atual.

Andersson Vasconcelos: É só uma questão de pegada, algo que não interfere na progressão da banda.

Any Deyse: Eu confesso que sou adepta da Ira (risos). Mas também gosto das melancolias... Então para mim está perfeito! Esse mix de ideias que acabam se encaixando é o que faz a diferença quando a música nasce.

- Deixem uma mensagem final para os leitores da Rock Meeting.

Eduardo Moraes: Continuem dando suporte à revista, e procurando através desse meio se informar sobre as bandas locais, o que se passa na cena, valorizar não só o que sai no Whiplash ou outras grandes mídias. E pra quem curte nosso som, aguardem mais novidades.

Andersson Vasconcelos: “O entusiasmo é a maior força da alma. Conserva-o e nunca te faltará poder para conseguir o que desejas.”

Any Deyse: ‘Head up High my Dear’(risos) Cabeça sempre erguida e seguindo adiante sempre! Continuem apoiando a revista, que por sinal faz um trabalho muito legal. E apoiem, principalmente, o metal local, porque aqui tem muita banda boa que precisa ser valorizada de dentro pra fora.

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Page 16: Revista Rock Meeting #16
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RESTROSPECTIVA RM 2010

Por Pei Fang Fon (@poifang | [email protected]

Dezembro chegou. 2010 está acabando. E logo, um pensamento vem à mente: retrospectiva. Ok, um ano é muito tempo para lembrar o que houve em cada momento e ainda mais quando se fala de música. Tá certo, vamos lembrar o que foi notícia aqui na Rock Meeting... bem achava que seriam notícias gerais? Sei que lembram que a Espanha foi campeã da copa do mundo, que Dilma será nossa presidente e que todos tomaram a vacina contra a gripe H1N1, vacina essa que doía bastante... Mas vamos à música, pois é isto que nos interessa neste momento.

O ano dos shows incríveis

2009 ainda estava terminando quando já se sabia que um grande show iria acontecer no início de 2010. Paul Speckmann iria desembarcar em Maceió com a ‘Master of Hate Tour’. Acompanhados das bandas Predator e After Death foram contagiando as cidades por onde eles passaram e deixando gostinho de ‘quero mais’. No entanto, o público alagoano não pôde desfrutar da mesma empolgação sentida nas cidades que antecederam Maceió. Infelizmente, por uma fatalidade, dois integrantes da banda inglesa, After Death, tiveram suas vidas ceifadas por um descuido, se foram ainda muito novos e com uma carreira pela frente. Toda uma tensão foi gerada em virtude do ocorrido e a única coisa que se podia pensar era ‘será que vai ter show?’. O fato era totalmente compreensível, mas a vontade dos metalheads, sedentos por música, falava mais alto. No final, a tour continuou, mas já com uma baixa insubstituível. O show ocorreu e o público compareceu. Foi um evento que o ‘artista’ estava bem próximo daquele que faz o show acontecer: o público. Speckmann era acessível a todos, sem exceção. Não só eles como os demais integrantes e as bandas de apoio.

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Janeiro passou, fevereiro também e um boato começava a ter força. A vinda de um dos vocalistas que já passaram pela maior banda de Heavy Metal do mundo estava para acontecer. Blaze Bayley estava confirmado! A vinda deste ícone às terras alagoanas foi o que de mais próximos os metalheads poderiam chegar do grandioso Iron Maiden. Ver um ex-integrante da Donzela de Ferro bem perto de você e ainda mais na cidade que você mora, é insano, quase impensável... mas aconteceu. Todos os maiden maniacs se fizeram presentes e cantaram junto com Bayley todas as músicas. Muito embora, o que mais impressionou a todos foi a maneira que o inglês se comportou. Não parecia alguém que veio de uma banda bastante renomada e que via os fãs tão de longe, estava tão próximo dos que ovacionavam o seu nome a cada vez que uma música era tocada. Blaze Bayley foi além do imaginável. Tocar para centenas de fãs enlouquecidos tiveram algumas razões especiais:

um por ele ter feito parte do Maiden; dois, pela sua presença de palco; cativou até o mais desconfiado. Realmente foi um show inesquecível e que muitos gostariam poder ver novamente. Outro show que chamou bastante atenção neste ano foi o da banda paranaense, Dominus Praelii. No seu retorno às terras alagoanas, triunfal (diga-se de passagem), contou com a presença dos cariocas

da Apokalyptic Raids e seu Thrash oitentista. A milícia do metal se fez presente. Os que estavam presentes puderam ouvir algo diferente e único naquela noite, 5 de setembro. O som repleto de tradicionalismo o que nos faz lembrar que a modernidade não teve tanta influência assim.

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Page 19: Revista Rock Meeting #16

Um ano de conquitas

Não poderíamos deixar de falar de nós mesmos. A Rock Meeting, em 2010, deu um salto para a qualificação do seu trabalho e de conquistas. Quando foi iniciada, em setembro de 2009, era tímida, sem muitas inovações gráficas e, principalmente, apoio. Após todo este ano de luta e perseverança foi conquistado um lugar significativo como mídia alternativa para o rock alagoano, em destaque as próprias bandas que fazem o som tipicamente fora dos padrões da mídia tradicional local. Inicio da jornada foi em março. Fora de qualquer pensamento mais positivo que pudesse haver dentro da Equipe Rock Meeting, nada se compara ao lançamento da revista fora do estado de Alagoas. Algo impensável para todos quando se, apenas, pensava em fazer um trabalho diferente e que gerasse algum destaque entre os leitores e os que

acompanhavam as atualizações das edições. O espaço foi sendo conquistado a cada mês e o foi reconhecido em Pernambuco, cidade na qual fizemos o lançamento. Através do convite da ‘Otherside Produções’, conquistamos o nosso lugar no estado vizinho. Outro ponto a ser destacado foram as parcerias feitas. 2010, sem sombra de dúvida, foi contemplado por grandes parcerias junto com a revista. Selamos amizade com grandes nomes que fazem a diferença na cidade e fora de Alagoas. O blog ‘Boteko do Rock’ já estava conosco desde o ínicio e firmamos, cada vez mais, os laços. Cactus Instrumentos Musicais, Otherside Produções (PE), Reign in Metal (loja virtual - ES), Naipe Records, Ultimate Press (SP), Salto Comunicações e Marketing, Rock on Stage (SP). Não dá para esquecer das entrevistas feitas. Bandas e personalidades do rock and roll brasileiro já se fizeram

presentes nas páginas da Rock Meeting. Mário Pastore, Dani Nolden (Shadowside), Douglas Jen (Suprema), Harppia (SP). Algumas bandas ganharam destaque nas páginas da Rock Meeting, é o caso das bandas pernambucanas Pandemmy, Cangaço, Caravellus, Cruor e Terra Prima, sendo que as duas primeiras bandas fizeram parte no line up do evento de um ano da revista, em setembro passado. Em falar na festa de comemoração de um ano... foi um grande momento de consolidação do trabalho realizado durante o período que a revista está ativa no cenário alagoano. Como falar da revista sem mencionar os leitores... não há como! Durante as edições alguns leitores participaram ativamente enviando seus ‘diários de bordo’ para que fossem publicados, contando detalhe por detalhe da sua ida até o show da banda que tanto gosta. Os nossos leitores têm sua parcela no crescimento exponencial da Rock Meeting.

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As bandas alagoanas

2010 foi um ano de muitas mudanças. Muitos se foram, situações aconteceram e poucas notícias tivemos. Mas o que podemos lembrar é que as bandas que ‘retornaram’ das cinzas, feito fênix, puderam sentir a euforia do público que comparecia aos shows. Um exemplo forte deste clamor foi a banda Goreslave. Ela que não se apresentava com frequência, devido à saída do guitarrista, e retornou aos palcos com a formação, antes desfeita, com todo vapor. Em julho deste ano, a banda completou 11 anos e fez uma festa em homenagem. E, possivelmente, tenha sido um dos maiores públicos do metal que o Kfofo Show Bar tenha recebido. Outro momento, que não pode ser deixado de lado, foi a diluição da DarkTale. No entanto, a banda já se recompôs, outros músicos, novos ares, novos rumos. Este tem sido o primeiro momento da nova formação que a banda de Doom/Gothic Metal alagoana tem para mostrar. Continuando no perfil de vocal feminino, a banda Autopse não poderia deixar se ser lembrada. Dani Serafim esconde por trás de seu semblante angelical uma fúria através de sua voz, que pode ser conferida em vários eventos ocorridos em 2010 e, pelos metalheads, no aniversário da Goreslave, em julho passado. Adicionando ainda mais sobre os shows. Nunca houveram tantos eventos dos mais variados estilos em Maceió e no interior, no qual estivemos presentes no F.M.I (Festival de Música Independente – Palmeira dos Índios) e no Viçosa Pró Rock. Era possível escolher para qual gostaria de ir. A Rock Meeting compareceu a boa parte deste eventos e, sinceramente, nem é possível lembrar de todos os que estivemos presentes... #Fail Isso é um sinal do reconhecimento que a revista veio tomando e do apoio que é dado por toda a cena alagoana, que apesar de pequena, não está parada e vem crescendo. O ponto positivo de tudo o que ocorreu na cidade foi que abriram-se portas para os mais variados aspectos dentro da música. O sentimento ainda é o mesmo, só precisava de incentivo e motivação. Todos queremos compartilhar boas músicas, celebrar os bons momentos. 2011 está ai e novas possibilidades irão surgir. Boas festas e bom fim de ano!

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‘Para o Inferno’Não levando bem ao pé da letra, o ‘Road to Hell’ aconteceu

em meio a urros de regozijo, tapas e beijos... no chão.

Por Pei Fang Fon (@poifang | [email protected])

No último dia 12 de dezembro o Kfofo foi palco do ‘Road to Hell’, evento realizado pela Bigorna e Lobão Produções, também com parceria e apoio da casa de show. Em mais uma investida dos seguidores do heavy metal, o evento contou com a participação das bandas Wanted (HardRock), Raiser (Heavy/Thrash), Imdy Project (Iron cover D’ianno Years) e Powerslave (Iron cover). O número de presentes era significativo, mas não suficiente. No entanto, as bandas empolgaram aos mais tímidos dos metalheads que se fizeram presentes naquele fim de tarde. A primeira banda, Wanted, chamou o público no melhor estilo, através da música. Tocando clássicos do Hard Rock internacional, a banda pôde resgatar a memória afetiva de cada um que estava lá. Músicas que, de alguma maneira, remetia ao passado e a vivência. ‘Hurricane’ e ‘Dream on’ foram algumas que estavam no setlist da Wanted. Em seguida, veio a Raiser com toda a sua força. Tocando suas músicas próprias e também alguns covers, a banda mostrou a que veio. Sem muito diálogo, executaram logo de cara uma música própria, já mostrando o que a galera poderia esperar. A Raiser possui uma energia incrível e que transborda para o público que correspondia com circle pit.

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Incidente: Este evento não será o primeiro nem o último a ter fãs do heavy metal que se exaltam um pouco além do que se pode esperar. Enquanto a Raiser tocava, acontecia o circle pit e algumas discordâncias também. Fora do momento da diversão, um grupo de jovens extrapolou a ‘lei da boa convivência entre headbangers’ e ‘distribuíram’ socos e pontapés para todo o lado, causando certo desconforto para os demais que estavam apenas curtindo o som. O resultado foi a falta do maior símbolo dos eventos de metal: a ‘rodinha’. Toda a empolgação ficou restrita a chacoalhar a cabeleira ou apenas a cabeça, para os desprovidos de cabelo, grande. Não obstante da apresentação, e diga-se de passagem, bem executado, a Raiser finalizou o seu setlist tocando ‘Agony’ da banda brasileira, Korzus, onde o guitarrista, Marlus, fez uma exaltação ao mais recente álbum da banda paulista. Para a alegria dos maiden maniacs, a Imdy Project subiu ao palco logo após, sem muitos comentários, declamaram o seu amor pelo Iron Maiden em voz, instrumentos e coros. Iniciando com ‘Transylvania’, a banda mostrou que a parte instrumental estava pronta para encarrar o público. ‘Prowler’, ‘Purgatory’, ‘Wrathchild’ e ‘Phantom’ foram algumas tocadas pela Project em menção a primeira fase da donzela quando Paul D’ianno assumia o vocal. E fechando a noite, Powerslave apresentava os novos integrantes. Começando pelo vocal com Zeno, passando pela guitarra com Fabinho e o não tão novo Daniel Espanhol, na bateria. Cantando o período atual do Maiden, muitas músicas soaram como hino e foram verdadeiras declarações. ’Somewhere’, ‘Rainmaker’, ‘Revelations e, ‘Powerslave’ foram algumas das que estavam no setlist.

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B.R

.U.T

.AL.

Bandas Reunidas noÚltimo Thrash de Alagoas

O B.R.U.T.AL (Bandas Reunidas no Último Thrash de Alagoas em 2010) aconteceu no Kfofo - local que já virou ponto de referência quando se fala em show de Metal em Maceió – no último dia 18 do mês – com a participação das bandas Morcegos, Goreslave e Penitência. O público foi pequeno a se comparar com shows anteriores, mas cheio de caras novas no circuito underground da cidade. A primeira banda foi Morcegos que iniciou a apresentação com uma sequência de músicas ao estilo de “Cry”, que em um piscar de olhos acabam. O vocalista, Frankstone, falou que eram músicas de uma banda que influenciou o som da Morcegos e estavam fazendo uma homenagem. Sempre bem humorados, enquanto tocavam as músicas e eles também convidavam as pessoas que estavam do lado de fora da casa de show para que pudessem acompanhar o setlist repleto de velhos clássicos. O público respondeu ao chamado e foi adentrando a casa conforme passavam as músicas, mas ainda era tímida a interação do público, pois resguardam a energia e ficaram no canto apenas observando o show. A banda Morcegos fez um ótimo show como sempre e esse foi apenas o começo da noite do B.R.U.T.AL.

O último show de Metal do anoPor Daniel Lima (@daniellimarm | [email protected])

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Em seguida, veio a banda de Death Metal, Goreslave, que estavam bastante inspirados para tocar naquela noite, apesar das imensas dificuldades, infelizmente. O público começou a bater cabeça, outros começaram a formar a roda e respondiam ao chamado da banda. Com um som brutal, e que condizia com o nome da festa, a Goreslave preparou algumas surpresas para os presentes. A primeira foi a música “Arise” do Sepultura, em seguida veio um Thrash para ninguém botar defeito, “Pleasure To Kill” do Kreator, o que fez o público pirar e efervescer o show. Outra banda cuja qual também fizeram um cover foi Cannibal Corpse, além de músicas próprias. O show encerrou-se com aplausos do público e todos estavam satisfeitos com a apresentação. Para encerrar à noite, a banda Penitência iniciou a apresentação com músicas do seu EP recém-lançado ‘The Home Tracks’ e, em seguida, covers que já fazem parte do seu repertório. Sepultura, Crematory e Pantera são bandas que eles costumam apresentar no seu setlist que é pancadaria do início ao fim e o público responde à altura. Dificuldades para que os eventos ocorram sempre rolam. Mas a bateria fugir do baterista já é demais. Os bateristas reclamavam que a bateria ficava saindo constantemente do lugar e, em alguns momentos da apresentação, um membro da banda tinha que ficar empurrando a bateria para o lugar e na banda Penitência esse papel ficou para o vocalista que ficava sempre empurrando para ela ‘voltar ao seu lugar’. Isso não teria acontecido se houvesse um tapete um pouco maior. O que havia era muito pequeno e não dava aderência à bateria. Simples assim! Uma coisa que chamou bastante a atenção foram algumas pessoas que estavam na roda, pareciam que não estavam ali para se divertir e sim para espancar o outro. Isso ocorreu durante toda a noite e várias pessoas reclamaram desse fato que, infelizmente, só temos que lamentar pela falta de esportividade. A banda Folorxcia de União dos Palmares não pode comparecer para se apresentar devido problemas de saúde com um dos integrantes da banda. Apesar desse desfalque, os shows foram de primeira qualidade e em 2011 haverá mais eventos no cenário underground não só de Maceió, mas em Alagoas. Espera-se que cada vez mais o Rock seja fortalecido, pois ultimamente está em baixa. Que as pessoas responsáveis pelo som do evento cheguem no horário combinado para não prejudicar o andamento dos shows que, muitas vezes, tem que reduzir o tempo das bandas para que todos possam tocar. Indesejavelmente, esta é uma realidade que tem de ser mudada e que no próximo ano isso não venha a acontecer novamente.

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Perfil RM - Especial

O Perfil RM tem o objetivo de fazer os leitores conhecer as pessoas do meio do rock and roll alagoano. Esta edição será diferente. Não haverá algum músico, mas será com

uma pessoa que é parte integrante da equipe Rock Meeting. Confira cada linha deste Perfil e conheça mais sobre ela.

- Apresente-seMeu nome é Pei Fang Fon (Lê-se pói fan). Graduanda em Jornalismo, fotógrafa e idealizadora da Rock Meeting.

- De que maneira o Rock apareceu na sua vida e permaneceu nela?Quando criança eu costumava escutar o que minha tia ouvia. Ela gostava de HardRock. Mas fui gostar mesmo de rock aos 15 anos, mas reconheci ele como o estilo musical ao qual ‘pertenço’ depois que me converti ao Cristianismo, é até contraditório, mas comigo só nasceu após tomar esta decisão.

- Como surgiu a ideia de criar a Rock Meeting e dedicá-la ao Rock alagoano?Apesar de ter criado, poucas pessoas me perguntaram isso. Mas foi um encorajamento de um amigo, Thiago Freire, que me motivou a fazer algo diferente para o cenário do Rock em Alagoas. Como eu já estava na faculdade, no curso de Comunicação, e visto que eu já conhecia algumas técnicas jornalísticas, resolvi tentar e hoje ela tomou as proporções que eu não esperava ter. Posso dizer que a equipe que se mantém firme, até hoje, foi formada no show do Sepultura e Angra no ano passado.

- O que a RM representa para você e o que acha que ela representa para o público alagoano?Inicialmente, ela representava uma personificação das teorias aprendidas em sala de aula. Mas depois percebi que era muito além disso, eu realmente posso dizer que amo o que faço em nome da revista, não falo isso por que eu dei vida a um projeto, das coisas que já fiz, poucas me trouxeram alegria. No começo a Rock Meeting, creio assim, que foi mais um projeto que poderia ter dado errado, a receptividade do público ainda era tímida, muito embora, apoiada. Cresceu e hoje percebo que ela ganhou um status de respeito entre os leitores. A nossa missão é informar, independente de ela ser do rock, pois esta lição aprendemos em sala de aula.

- Rumores correm por ai que a revista se tornará impressa. Isso é verdade?É um sonho, mas não perco as esperanças. Apesar de que eu sempre me pergunto: ‘vai ser paga?’ ‘Distribuída gratuitamente?’ ‘Se fosse paga, quem iria comprar?’ ‘Há quem compre?’... Os custos são imensuráveis, tenho muitas dúvidas, mas espero que meus outros projetos saiam do campo das ideias e se tornem reais.

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- Dentro do que viu durante esse tempo em que a revista está circulando, notou alguma mudança na qualidade e quantidade de shows?Posso dizer que isso foi notório. Eu não sei se foi por influência do trabalho desenvolvido da revista, mas que o número de eventos aumentou isto é fato! Ainda bem. Pelo menos hoje você pode ‘escolher’ para qual vai. No entanto, a frequência que os eventos estavam acontecendo foi ínfima, visto em outubro. Mas ainda bem que a revista veio para somar, pois tem sido esta a nossa meta.

- Você acredita que há possibilidades de alguma banda do estado possa sair em turnê?Eu acredito que sim. Temos um celeiro muito bom de bandas e músicos. Precisamos ser mais ousados, dar a cara tapa, sabe? Claro que tudo é um custo, disponibilidade e compreendo os motivos que levam a uma banda a não sair de ‘sua casa’, mas quem busca algo além do ‘quintal de casa’ é preciso dar um passo adiante. Enquanto formadora de opinião, tenho mencionado os destaques alagoanos fora do estado e tentando fazer esta ponte para divulgar mais o que nós temos.

- Entre as bandas que viu durante esse tempo, quais você destacaria?Nossa! Agora estou numa saia justa... Pois bem... a Raiser é uma banda muito interessante, tem força, cadência e qualidade musical. Outra que posso destacar é a DarkTale. Venho sempre acompanhando o trabalho interno deles e vejo que o som deles melhorou muito e tenho gostado do que vi, apesar de não ser adepta do Doom Metal. Autopse, Mia Dolce Vendetta aponto como algumas revelações interessantes. Já a Goreslave fiquei surpresa com a velocidade das músicas. Abismo, Morcegos não poderiam ficar de fora. Hellbound me surpreendeu bastante. Há várias bandas que poderia citar, mas estas são algumas das que posso destacar.

- Cite 5 álbuns importantes para você e entre eles um que é indispensável para alguém que está começando a entrar nesse mundo.Eu sou muito suspeita para falar disso, pois sempre poderei indicar algo da banda que gosto muito, que não é segredo para ninguém, que é o Nightwish. E deles indico ‘Century Child’. Mas para ser mais diversificada nos estilos, indicaria: ‘Shadows are Security’ do As I Lay Dying; ‘Slania’ do Eluveitie; ‘Dare to Dream’ do Shadowside; e ‘AEquilibrium’ do Torture Squad.

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- Qual foi o seu show inesquecível? Por quê?Essa também uma resposta que, para quem me conhece, já sabe qual é a resposta. O show em que pude aproveitar cada momento, fazer o que fiz, mesmo que eu nunca pudesse imaginar foi no dia 16 de novembro de 2008, no Clube Português em Recife. Nightwish. Não me passava pela cabeça assistir a um show deles nem tão pouco conhecê-los. Pois isso tudo foi possível, fui ao show e ainda conheci a banda. Esta data ficará para sempre no lugar das minhas ótimas lembranças.

- A revista já ultrapassou as barreiras de Alagoas e do país. Quais são os estados e países que já tem conhecimento da RM?Eu tenho contato com as pessoas dos quatro cantos do país. Sul, Sudeste, Norte, Centro Oeste e Nordeste, claro. Eu não sei exatamente os estados brasileiros, mas recebo, sempre, comentários do pessoal de São Paulo, Salvador, Belém e Recife.

- Algum momento em especial ficará na memória dentro do período que a revista existe?Com toda certeza, o evento do aniversário da revista de um ano. Poxa, um ano! Um ano de muito luta, força e dificuldades. A consagração de um trabalho feito arduamente para sair todo fim de mês. Amo o que faço! Todos os momentos de confeccioná-la têm sua particularidade.

- Se pudesse mudar alguma coisa no cenário alagoano, o que você mudaria?Duas coisas fundamentais: um local/som adequado e a mentalidade dos fãs de rock. São estes pontos que destaco. Não há como realizar um evento quando não se há um local apropriado nem um som decente, falo isso por conhecimento de causa e relatos dos integrantes de diversas bandas. Já a mentalidade do público é algo que vai além da minha compreensão. Muitos falam e poucos fazem! Já chega de criticar, vamos agir. Críticas são bem vindas, mas é preciso que todos tenham sua parcela de participação nos eventos, pois eles só acontecem quando o público aparece. Claro que existem contratempos... Eu só gostaria de ver os verdadeiros apoiadores da causa alagoana em ação... Só isso!

- Com a RM aprendi que ...Aprendi que preciso dormir mais... brincadeira! Aprendi tanta coisa... a parte profissional melhorou, a técnica também. Mas aprendi a dar mais valor ao que é nosso. Enxergar os detalhes e poder ajudar, na medida do possível.

- Deixe uma mensagem para o público da RM.Agradeço! É isso que tenho a dizer para todos os leitores, apoiadores e aqueles que nos encorajam a fazer algo diferente para nós e para todos. Muito obrigada!

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EU

ESTAVA LÁAs últimas fotos deste ano reflete bem a euforia do público alagoano por evento de qualidade, mesmo que os problemas técniso persistam em acontecer. 2011 será diferente!B.R.U.T.AL. aconteceu no Kfofo, no último dia 18. Lineup: Morcegos, Goreslave e Penitência. Fotos: Pei Fang Fon