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GESTÃO DE CUSTOS
Cost ManagementAlice Candida Izidoro de Oliveira - Graduando em Administração - Unisalesiano
Lins - [email protected]ávia de Souza Monteiro - Graduando em Administração - Unisalesiano Lins -
[email protected] Fernanda Pereira Moura - Graduando em Administração - Unisalesiano
Lins - [email protected] Me. Francisco César Vendrame CPF: 165.590.268-76
RESUMO
Um dos grandes desafios das empresas é a implantação de uma base de dados confiável capaz de auxiliar o gestor quanto à tomada de decisão de modo rápido e preciso. A gestão de custos tem como objetivo principal fornecer dados em relação a tudo que é produzido na empresa, desde os custos operacionais até os custos administrativos. O objetivo deste trabalho foi levantar os custos envolvidos no processo produtivo do osso nó natural ¾. Para atingir o escopo desejado foi realizada uma pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa para aprofundar os conceitos sobre Gestão de Custos e um estudo de caso para validar a análise. O estudo de caso foi realizado na empresa LLPET LTDA localizada na cidade de Promissão (SP), empresa de pequeno porte que atua na área de produtos de alimentos para cães. Com a pesquisa realizada, pode-se notar a dificuldade da empresa no que tange a gestão e controle de custos. Assim, pode-se dizer que a Contabilidade e a Gestão de Custos fornecem informações relevantes no gerenciamento dos custos e otimização dos resultados, tornando a empresa mais competitiva.
Palavras chaves: Custos. Gestão de Custos. Contabilidade de Custos.
ABSTRACT
One of the great challenges of the companies is the implementation of a reliable database capable of assisting the manager in the decision making process in a fast and precise way. The main objective of cost management is to provide data on everything that is produced in the company, from operating costs to administrative costs. The objective of this work was to raise the costs involved in the productive process of the natural bone ¾. To reach the desired scope a descriptive field research with a qualitative approach was carried out to deepen the concepts of Cost Management and a case study to validate the analysis. The case study was conducted at the company LLPET LTDA located in the city of Promissão (SP), a small company that operates in the area of dog food products. With the research carried out, it can be noticed the difficulty of the company regarding the management and control of costs. Thus, it can be
said that Accounting and Cost Management provide relevant information on
1
cost management and optimization of results, making the company more competitive.
Keywords: Costs. Costs management. Cost Accounting.
INTRODUÇÃO
Impulsionar o crescimento de uma empresa é uma tarefa árdua e as
empresas por sua vez, precisam continuamente aprimorar suas práticas de
gestão custos na busca da excelência e crescimento da organização.
Devido à complexidade do cenário atual, altamente competitivo, as
empresas têm buscado formas de diminuir seus custos e aumentar
consideravelmente as suas receitas para que seu negócio progrida e se
desenvolva.
Então, cada vez mais têm se estudado sobre a importância da gestão de
custos, bem como, as técnicas de apuração de custos, sendo fundamental uma
boa Gestão no que se refere aos custos dentro de uma empresa, pois
provavelmente, será este controle que definirá a sustentabilidade da mesma no
mercado.
Portanto, o sucesso de uma empresa depende veemente do
aprimoramento nos seus processos incluindo o processo de gestão de custos
que indica como estão sendo alocados os custos aos produtos. Essa gestão
dos métodos de custeio é indispensável na identificação e controle desses
custos como forma de crescimento, melhoria na tomada de decisões sobre
preços e investimentos e na melhoria continua do processo produtivo.
Neste contexto, com o objetivo de verificar a importância da gestão de
custos no processo de produção do produto pet. Inicia-se com a definição
sobre custos passando para a descrição dos tipos de custos e métodos de
custeio. Foi realizada uma pesquisa de campo descritiva com abordagem
qualitativa, na empresa LLPET Promissão.
Para realização do trabalho, utilizou-se dos métodos de estudo de caso,
observação sistemática e histórico.
1 ORIGEM CONTABILIDADE DE CUSTOS
2
Para Padoveze (2003), a contabilidade de custos originou-se da
contabilidade financeira. Com a Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII,
surgiu uma nova fase para a contabilidade de custos, caracterizada pelo
sistema fabril. O sistema tradicional sofreu mudanças em seu processo
produtivo e as atividades econômicas foram-se tornando mais complexas e o
homem, por sua vez, fora sentindo a necessidade de aperfeiçoar seu
instrumento de avaliação da situação patrimonial.
Para acompanhar este processo, a contabilidade de custos passou por
uma evolução ao longo do tempo, não só a de controlar os estoques como era
na contabilidade comercial, mas que fosse capaz de auxiliá-los no desempenho
dessa nova missão, a gerencial. (MARTINS, 2008)
2 OBJETIVOS DA GESTÃO DE CUSTOS
Atualmente, muitos autores têm falado sobre a gestão de custos como
um diferencial para as empresas, onde a Contabilidade de Custos é relevante,
pois é através dela que o gestor obterá informações pertinentes relacionadas
ao desempenho organizacional.
Na visão de Dubois, Kulpa e Souza (2008), a gestão de custos ocupa na
empresa um lugar de posicionamento estratégico e, auxilia no que tange ao
controle e a redução dos custos bem como, na formação do preço de venda
dos bens e serviços garantindo a sua permanência no mercado.
Assim, a função primordial da Contabilidade de Custos é gerar
informações contábeis fidedignas para fins gerenciais e administrativos que
auxiliam no processo de tomada de decisão, bem como, no planejamento e
controle das atividades da empresa. (LEONE, 2010)
Portanto, “[...] a contabilidade de custos, quando acumula os custos e
organiza em informações relevantes, pretende atingir três objetivos principais: a
determinação do lucro, o controle das operações e a tomada de decisão”.
(LEONE, 1983, p. 14)
3 TERMINOLOGIAS DOS CUSTOS
3
Faz-se necessário a conceituação para um melhor entendimento de
alguns termos utilizados na Contabilidade de Custos. Wernke (2004, p. 11)
descreve que: “Para uma eficiente gestão de custos, é necessária a
compreensão dos conceitos básicos relacionados ao tema”.
Para Martins (2008), os gastos ocorrem a todo instante dentro da
organização e, de uma forma geral, são considerados saídas de dinheiro para
adquirir qualquer tipo de produto ou serviço.
Conforme Martins (2008), desembolso é todo valor que a empresa
dispõe para obter um bem ou serviço.
As despesas são gastos com a manutenção da atividade da empresa,
que visa a geração de receitas, como é o caso por exemplo, do aluguel do
escritório, salários do setor administrativo e outras. (WERNKE, 2004)
Os investimentos têm por objetivo a aplicação de recursos (dinheiro) na
infraestrutura de produção com o intuito de retorno. São exemplos de
investimentos máquinas, equipamentos, instalações entre outros. (DUBOIS;
KULPA; SOUZA, 2008)
Sobre as perdas, são situações que fogem do padrão das atividades
operacionais da empresa. Por ser involuntária, não é um sacrifício que se faz
com a intenção de geração de receitas. São situações causadas por
enchentes, incêndios, greve, que ocasionam perdas não previstas e envolvem
fatores externos. (WERNKE, 2004)
Como decorrentes de situações anormais os desperdícios são gastos da
má utilização de recursos operacionais, como produtividade menor que a
normal e mão-de-obra ociosa. (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2008)
De acordo com Martins (2008), custo é o gasto que a empresa tem
relativos à fabricação de um produto ou a prestação de um serviço, como por
exemplo: matéria-prima, salários de mão-de-obra direta, depreciação de
máquinas, entre outros.
4 QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS
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4.1 Custos diretos
Os custos diretos podem ser identificados como aqueles que estão
ligados à manufatura de algum produto. De acordo com Dubois, Kulpa e Souza
(2008, p.26), os custos diretos “podem ser apropriados de maneira objetiva aos
produtos elaborados, porque há uma forma de medição clara de seu consumo
durante a fabricação”. São exemplos de custos diretos: a matéria-prima, horas
de mão-de-obra utilizadas na produção, embalagens, entre outros.
4.2 Custos indiretos
Quanto aos custos indiretos, estes deverão ser incorporados aos
produtos através de algum critério de rateio. Segundo Dubois, Kulpa e Souza
(2008, p.27), “são todos os custos que necessitam de alguns cálculos para
serem distribuídos aos diferentes produtos fabricados pela empresa, uma vez
que são de difícil mensuração e apropriação de cada produto elaborado”. São
exemplos de custos indiretos: a) depreciação dos equipamentos utilizados na
fabricação de mais de um produto; b) salários dos chefes de supervisão de
equipes de produção; c) aluguel da fábrica; d) materiais de pequeno valor.
4.3 Custos mistos
Segundo Dubois; Kulpa e Souza (2008), os custos mistos são também
conhecidos como semi-variáveis ou semi-fixos e podem variar no decorrer do
período com o aumento do volume de produção, mas também tem uma parcela
fixa.
A exemplo de custos mistos pode-se citar: energia elétrica da fábrica: a
concessionária de energia elétrica cobra uma taxa mínima, mesmo que não
haja consumo no período; aluguel da copiadora: existe uma parcela fixa
(referente ao aluguel da copiadora) e outra que varia em função do número de
cópias tiradas; combustível para caldeira: varia de acordo com a produção.
Porém, quando não se usa a caldeira haverá um custo mínimo para mantê-la
aquecida, porque ela não pode esfriar.
5
5 QUANTO À FORMAÇÃO DOS CUSTOS
5.1 Custos fixos
Conforme Dubois, Kulpa e Souza (2008), em relação aos custos fixos,
eles podem ser classificados em fixos quando esses valores não sofrem
alteração independente do montante produzido. São exemplos de custos fixos
aluguel da fábrica, depreciação, seguros da fábrica, etc.
5.2 Custos variáveis
Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2008), são custos que variam de
acordo com a produção, ou seja, se o volume de produção cresce, eles
também irão crescer. Como exemplo tem-se: matéria-prima consumida; horas
extras na produção; mão-de-obra direta.
6 MÉTODOS DE CUSTEIO
As empresas precisam adotar um método de custeio apropriado para
atender suas necessidades fiscais e gerenciais. Os métodos de custeamento
são muito importantes, pois definem os gastos que devem fazer parte da
apuração do custo unitário do produto. (DIAS; PADOVEZE, 2007).
Há duas grandes categorias distintas de métodos de custeamento do
produto que são elas: Métodos de Alocação de Custos Indiretos e Métodos de
Custeio Direto e Variável. (DIAS; PADOVEZE, 2007)
6.1 Métodos de alocação de custos indiretos
Este método engloba todos os custos, diretos, ou indiretos, fixos ou variáveis, onde o produto absorve os custos incorridos pela organização. A alocação dos gastos fixos implica na utilização de rateios ou estimativas, o que torna o custo do produto arbitrário, ainda que a empresa tome o cuidado para que os critérios de alocação sejam os mais objetivos, não é possível apurar, precisamente o quanto foi consumido por cada produto ou serviço. (DIAS; PADOVEZE, 2007, p. 07)
Esses métodos são divididos em quatro que são: Método de
Custeamento por Absorção, Método de Custeamento Baseado em Atividades,
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Método de Custeamento Integral e Método de Custeamento RKW.(DIAS;
PADOVEZE, 2007)
6.1.1 Método de custeamento por absorção
Segundo Martins (2008, p. 37), o custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos.
Este método é aderido pela contabilidade financeira, apesar de ter
aparecido outros métodos de custeio, ele é válido para balanços patrimoniais e
demonstração de resultado, como para balanço e lucros fiscais para maioria
dos países. (MARTINS,2010)
Custeio por absorção é o gênero de custeio que atribui custos fixos aos produtos; uma de suas espécies (Custeio pleno) atribui também despesas fixas de administração e de vendas. É denominado Custeio por Absorção porque, sob a sua ótica, o custo dos bens e serviços produzidos deve absorver, além dos custos variáveis, também os fixos, e até – no limite – os gastos fixos de administração geral. (MARTINS; ROCHA 2010, p. 85)
6.1.2 Método de custeamento baseado em atividades
O método de custeio baseado em atividades foi inicialmente
desenvolvido para controle dos custos, tendo como foco as atividades que
geram custos e também os recursos. (DIAS; PADOVEZE, 2007)
Segundo Martins (2008, p. 87): “o Custeio Baseado em Atividades,
conhecido como ABC (Activity-BasedCosting), é um método de custeio que
procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário
dos custos indiretos”.
Há duas diferentes perspectivas sob as quais o Custeio Baseado em atividades, conhecido como ABC (Activity-Based
Costing), pode ser abordado. Bastante divulgada em todo o mundo a partir de meados da década de 1980, conhecida como Primeira Geração do ABC, preocupa-se com o custeio de produtos e é focada, portanto, no processo de mensuração; busca a acurácia (aperfeiçoar) da alocação de custos às
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entidades objeto de custeio, principalmente aos produtos. Outra, desenvolvida em seguida – denominada por alguns autores, de maneira imprópria. Segunda Geração de ABC – contempla o processo de gestão de custo de overhead, por meio do aprimoramento no desempenho dos processos e atividades. A denominação correta desta última é ABM (Activity-Based Management) porque se trata de gestão, não de custeio. (MARTINS; ROCHA, 2010, p. 139)
A primeira perspectiva tem por principal finalidade verificar o custo dos
produtos e de outras entidades. A segunda tem por principal finalidade agir e
entender sobre os custos dos processos e atividades. (MARTINS; ROCHA
2010)
A ênfase do modelo está nas atividades geradoras de custos. Nesse método, os custos e despesas da empresa são apropriados aos produtos de acordo com analises profundas e todos os processos, que determinam quais atividades são executadas na fabricação dos produtos ou serviços e qual o valor de custos de cada uma dessas atividades. (SIMÕES, 2014, p. 52)
De modo geral, o método de custeio ABC é uma técnica representada
pela identificação das atividades indiretas essenciais à fabricação de um
produto. (SIMÕES, 2014)
6.1.3 Método de custeamento integral
Este método considera os gastos fixos de administração e de venda e
também os custos de produção como sendo dos produtos. (MARTINS; ROCHA
2010)
É um prolongamento do conceito de custeio por absorção. Nesse caso nem as despesas com vendas e administração são consideradas como gastos do período. Para o custeio integral, também essas despesas são alocadas aos diversos produtos através de critérios de distribuição. (PADOVEZE, 2010, p. 342)
6.1.4 Método de custeamento RKW
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Segundo Martins e Rocha (2010), o RKW considera os encargos
financeiros e os juros sobre capital próprio no custo dos produtos.
O RKW, abreviatura de ReichskuratoriumfurWirtschaftlichtkeit– técnica de custeamento originária da Alemanha, instituída naquele país por um órgão governamental semelhante ao antigo Conselho Interministerial de Preços – CIP, que rateia, além de todas as despesas operacionais, também as despesas financeiras -, pode ser enquadrado no conceito de custeio integral. (PADOVEZE, 2013, p. 342)
6.2 Métodos de custeio direto ou variável
O método de custeio direto ou variável refere ao produto somente os
gastos variáveis e/ou diretos. (SIMÕES, 2014)
Diferente dos métodos de alocação dos custos indiretos, o custeio variável ou direto leva em consideração, para custeamento dos produtos da empresa, apenas os gastos variáveis e/ou diretos, cuja apropriação não constitui nenhuma dificuldade. Com isso, elimina-se a necessidade de rateios e estimativas e, consequentemente, as distorções geradas por eles. (DIAS; PADOVEZE, 2007, p. 09)
Esse método apresenta sobre o método anterior importante vantagem
no que diz respeito à apuração dos resultados econômicos gerados pelos
diferentes produtos da empresa e suporte às decisões gerencias. (DIAS;
PADOVEZE, 2007)
Esses métodos de alocação de custeio direto e variável podem ser
identificados de maneiras diferentes como: Método do Custeio Direto, Método
de Custeio Variável e Método da Contabilidade de Ganhos. (DIAS;
PADOVEZE, 2007)
O método de custeio variável considera como sendo dos produtos exclusivamente seus custos variáveis somente eles. Todos os custos fixos, inclusive os identificáveis com os produtos (custos fixos diretos), são debitados ao resultado do período em que são incorridos. (MARTINS; ROCHA 2010, p.
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Os custos variáveis são normalmente conjunto da matéria-prima e a
mão-de-obra direta, consumidos no processo produtivo. (SOUZA; MOREIRA,
2007)
7 FORMAÇÃO DO MARK-UP
Segundo Tófoli (2012, p. 72), “o Mark up é utilizado comumente no
estabelecimento do preço de venda é o valor suficiente para cobrir as despesas
não inclusas no custo do produto mais o lucro estabelecido”.
Mark-up é à margem da receita de vendas (faturamento) sobre os custos
diretos de produção. Essa margem deve ser tal que permita à empresa cobrir
os custos diretos (ou variáveis), os custos fixos e a parcela desejada de lucro
da empresa. (SOUZA; MOREIRA, 2007, p. 05)
O Markup tem por finalidade cobrir os fatores, como tributação sobre vendas (ICMS, IPI, PIS, Cofins ou Simples), percentuais, incidentes sobre o preço de venda, despesas administrativas, fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro. (SOUZA; MOREIRA, 2007, p. 5)
Assim, o custo do produto comprado dividido pelo Mark up divisor = R$
25,00(10,00/0,40) ou, custo do produto comprado (R$ 10,00) multiplicado pelo
Mark up multiplicador (2,5) é igual a R$ 25,00. (TÓFOLI, 2012)
8 APURAÇÃO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A Margem de Contribuição é um número mágico. Com ele podemos conhecer quais são os produtos que nos são mais rentáveis, em quais produtos que devemos concentrar nossas estratégias mercadológicas eliminando os que nos dão baixo retorno e, o mais importante, nos permite descobrir qual é o nosso Ponto de Equilíbrio. (DAL-RY, 2013, p.00)
Margem de contribuição por unidade que é a diferença entre o preço de venda e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e que lhe pode ser imputado sem erro. (MARTINS, 2008, p. 179)
Para conseguir a Margem de Contribuição Unitária de cada produto
vendido pela organização, deverá ser apurado todos os custos variáveis
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relativos a cada produto, com absoluta segurança para que possa conseguir
sua margem, permitindo sua comparação com os demais produtos. (DAL-RY,
2013)
A Margem de Contribuição (MgC) é um elemento útil para a decisões. Por exemplo, a empresa pode estar sofrendo prejuízos com determinado produto e, ainda assim, continuar operando, se a MgC for suficientemente elevada. Como alguns custos e despesas fixos não são elimináveis em curto prazo (como depreciação e aluguéis), a contribuição obtida será benéfica. Por outro lado, se a MgC for negativa e não houver expectativa ou possibilidade de reverter esta situação, as receitas são menores do que os gastos variáveis totais. Neste caso, seria melhor abandonar o produto. (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2007, p.182)
9 PONTO DE EQUILÍBRIO
Segundo Martins (2008, p.257), “o ponto de equilíbrio (também
denominado Ponto de Ruptura – Break-even Point) nasce da conjugação dos
Custos e Despesas Totais com as Receitas Totais”.
No Ponto de Equilíbrio (E), a empresa está produzindo somente o suficiente para gerar receita que se iguala ao custo, ou seja, quando está operando em um nível de produção igual a seu ponto de equilíbrio, a empresa não apresenta lucro nem prejuízo, pois está gerando recursos suficientes apenas para remunerar seus fatores de produção. Esse ponto indica o mínimo de receita gerada pela produção para que a empresa não sofra prejuízo. (DUTRA, 2003, p. 336)
10 MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL
Compreende por margem de segurança operacional a diferença do total
de vendas planejadas e as vendas no ponto de equilíbrio de uma organização.
(SANTOS, 2005)
Em termos operacionais, quanto maior for a margem de segurança operacional maiores serão as possibilidades de negociação de preços envolvidos nas relações custo, volume e lucro, principalmente quando a empresa participa de um mercado altamente competitivo. (SANTOS, 2005, p. 57)
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11 ESTUDO DE CASO
Conforme foi analisado, existem diversas metodologias e ferramentas
que são imprescindíveis na Contabilidade de Custos, pois fornece informações
relevantes desde a apuração de custos até o mapeamento do processo
produtivo e permite auxiliar o gestor no que tange a uma boa gestão financeira,
bem como, a tomada de decisão, melhorias no processo, formação de preço e
controlar os custos gerados na produção e comercialização de seus produtos.
A aplicação prática deste estudo consiste na apuração de custos e
resultados de uma atividade comercial, sendo uma empresa de alimentos para
cães. A empresa em estudo atua na área de comércio Pet, enquadrada pelo
regime tributário Presumido.
12 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO
O mapeamento do processo produtivo na empresa LL PET, tem como
objetivo descrever como é fabricado o produto osso nó natural que dentro de
seu portfólio é o mais vendido pela empresa, a fim de apresentar todos os
custos incorridos no processo produtivo, e com isso estabelecer melhorias.
12.1 Matéria prima: couro bovino
Para a confecção do osso nó natural 3/4 a empresa utiliza-se
basicamente do couro bovino. Conforme a ordem de produção o setor
administrativo entre em contato com seus fornecedores principais o curtume
Boi Santo (no qual fornece raspa in natura, onde a mesma é transferida ao
Curtume de Guararapes para o processo de branqueamento, e também do
Fuga Couros (onde já fornece a raspa branqueada pronta para uso). O curtume
de Guararapes além de fazer o processo de branqueamento, também é um 3°
fornecedor de matéria-prima, para a produção. Após o processo de
branqueamento, o mesmo é encaminhado a LLPET em caminhão próprio da
empresa, e antes de ser descarregado na empresa, este juntamente com o
caminhão são vistoriados e liberados pelo inspetor da Qualidade da empresa.
Sendo liberados de imediato a raspa é descarregada e encaminhada para
dentro da fábrica, onde fica armazenada ao lado da mesa de corte. As caixas
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excedentes de raspas ficam acondicionadas na sala de
recebimento/armazenamento de raspa até sua utilização
Para melhor compreensão, tomar-se-á como exemplo a aquisição de
2.782,00 kg de matéria prima para a produção de 92.766 peças de ossos
natural. Tal matéria prima, hoje, teria um custo de R$ 8,20.
12.2 Corte
Cerca de três a quatro funcionários, retiram a raspa das caixas combo, fazendo
a seleção pela espessura, sendo separadas em uma mesa próxima antes da
mesa de corte. Seguindo a isso, os dois funcionários específicos da mesa
específica de corte, conferem a espessura do couro fazendo o corte conforme
a medida do osso ¾. O couro já cortado no tamanho especificado (¾) é
armazenado em caixas de plástico, em cima do paletes, até sua confecção.
Nesta etapa, o custo envolvido é o da mão de obra, a qual será contabilizada
juntamente com os demais insumos da produção para a precificação do
produto.
12.3 A confecção do osso nó natural
O couro é encaminhado para as mesas onde são confeccionados
manualmente o osso natural ¾ por duas funcionárias (dependendo da ordem
de produção). É estendida uma tira do couro sobre a mesa onde são colocados
pequenos retalhos de couro no meio para dar firmeza. É feito o nó nas duas
pontas, dando a forma ao osso, onde com a faca é cortado as sobras.Os ossos
são colocados em bandejas e apoiados sobre os carrinhos, aonde vão para as
estufas, para o processo de secagem.
Verifica-se mais uma vez que o custo significativo dessa etapa é a mão
de obra, a qual deve ser qualificada para que não tenha desperdício. Tal custo
será contabilizado juntamente com os demais insumos no final do processo
para a precificação do produto.
12.4 Estufa
São colocados os carrinhos com as bandejas para a secagem, em uma
temperatura dentre 75°C á 80°C, ficando de dois a três dias.Sendo os
carrinhos
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virados dentro das estufas e trocados de lugar durante o processo, para melhor
secagem e secagem por completo.
Nesta etapa, destaca-se o custo da permanência do osso nó natural na
estufa. Esse custo é contabilizado também no final do processo produtivo para
a precificação do produto.
12.5 Verificação
Depois da secagem, os carrinhos são retirados das estufas e levados ao
setor de embalagem, onde são colocados em uma mesa, onde as funcionárias
verificam e classificam se estão de acordo com as especificações
estabelecidas em fichas técnicas elaboradas pela empresa. Caso estejam fora
do padrão (ficha técnica), são colocados em caixas vermelhas, (não servindo
assim para comercialização). Os ossos da caixa vermelha são levados pelos
próprios funcionários ou são doados quando solicitados.
As especificações exigidas pela empresa de acordo com o Serviço de
Inspeção Federal (S.I.F) são: tamanho, peso, cor, odor, quantidade nos
pacotes, umidade, acabamento embalagem, estocagem e expedição.
Nesta etapa, o custo é o da mão de obra que checa as especificações e
a qualidade do produto para ser embalado. Tal custo será contabilizado no final
do processo produtivo.
12.6 Embalagem
Após o processo de verificação e classificação, as funcionárias colocam
os ossos em sacos de Ráfia e os armazenam no estoque.
Mediante aos pedidos dos clientes, as funcionárias vão ao estoque,
buscam o saco de ráfia com o produto (osso) solicitado no pedido, embalando
este em pacotes timbrados com logotipo da empresa (LLPET). Tais pacotes
são acondicionados em caixas (papelão) e colocados em paletes e
estrechados.
Seguindo a isso, são encaminhados ao setor de Expedição para serem
encaminhados até aos clientes por caminhão da empresa (LLPET), ou por
transportadoras ou por transportes particulares dos próprios clientes.
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Nesta etapa, os custos envolvidos são o da mão de obra e o da
embalagem, os quais são contabilizados no final do processo produtivo para
precificação do produto.
13 O CUSTO DO OSSO NÓ NATURAL
Após toda a explanação do processo produtivo, verificou-se que para
confeccionar 92.766 unidades de osso nó natural teve-se um custo total de
R$ 61.086,00 os quais divididos por 2.782 quilograma teve-se um custo por
quilograma de R$ 21,96.
A margem de contribuição praticada pela empresa é de 27%, logo o
osso natural é comercializado por R$ 27,88 o kg.
Logo percebe-se que a compreensão dos custos no processo produtivo
é fundamental para a saúde financeira da empresa, pois conhecendo os custos
consegue-se comercializá-lo de forma competitiva e lucrativa.
14 PARECER FINAL DO CASO
Com a elaboração da pesquisa foi possível perceber que a empresa está
tendo lucro do referido produto, porém não serve de parâmetro para mostrar
que está obtendo lucros precisos, pois a mesma não possui um sistema de
custos adequado para informar com exatidão todos os custos incorridos nas
suas operações. Sabendo que é necessário o gestor ter um conjunto de
informações para a formulação do preço final do produto.
É possível observar que hoje as empresas de pequeno porte, apresenta
grandes dificuldades para implementar sistemas de custeio em suas unidades,
pelo fato do custo desse investimento ser alto e também por não ter um
profissional capacitado dentro da empresa.
De tal forma recomenda-se que a empresa reveja seus custos e a
possibilidade de investir em um sistema de custos para que assim possa
formar seu preço de venda de maneira correta, alcançar o lucro almejado e
manter-se competitiva no mercado.
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CONCLUSÃO
A contabilidade de custos deve ser vista como um instrumento de
informações para o processo gerencial, pois de forma detalhada permite
calcular e separar custos e despesas auxiliando na formação de um preço de
venda competitivo. E ao produzir essas informações, consegue nortear de
forma precisa a tomada de decisão.
A gestão de custos é um dos pontos principais para a definição do
sucesso ou não de uma entidade. Por meio dela é que o gestor terá resultados
concretos relacionados ao desempenho financeiro da organização.
A empresa LL Pet Ltda, está no mercado há seis anos e preza pela
qualidade de seus produtos, tão quanto a satisfação de seus clientes.
Apresentando de forma simplória seu método de apuração de custos e
formação do preço de vendas, como diversas empresas de pequeno porte
estão habituadas a fazer.
Após a análise do resultado obtido por essa pesquisa exploratória,
constatou que a formação do preço através do cálculo da margem de
contribuição, ela consegue alcançar um lucro considerável sobre o preço do
produto.
Apesar disso é necessário que o gestor use o método de custeio
adequado para cada ramo de atuação, onde foi sugerido a mesma o método de
custeio por absorção por ser mais completo.
Portanto, a implantação de um sistema de custos e as informações
geradas por ele, irá contribuir e muito para que a empresa possa perpetuar sua
permanência no mercado e planejar estrategicamente suas ações.
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REFERÊNCIAS
DAL-RY, S. Margem de contribuição: com ela podemos conhecer quais são os produtos que são mais rentáveis. Londrina- PR, 24 jun. 2013. Disponível em:<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/margem-de-contribuicao/71393/> Acesso em: 25 maio. 2017.
DUBOIS, A.; KULPA, L.; SOUZA, L. E. Gestão de custos e formação de preços: conceitos, modelos, e instrumentos: abordagem do capital de giro e da margem de competitividade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
DUTRA, G. R. Custos: uma abordagem prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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