mercados de derivativos

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ÍNDICE INTRODUÇÃO..................................................... 3 1.OBJECTIVOS................................................... 4 1.1. Objectivo geral..........................................4 1.2. Objectivos específicos...................................4 2. Metodologia................................................4 3. MERCADO DE DERIVATIVOS......................................5 3.1. Derivativos..............................................5 3.2. Mercados de derivativos: conceitos básicos...............6 4. PARTICIPANTES DOS MERCADOS DE DERIVATIVOS...................6 5. TIPOS DE MERCADOS DE DERIVATIVOS............................8 5.1. Mercado a termo..........................................8 5.2. Mercado futuro...........................................9 5.3. Mercado de opções.......................................10 5.4. Mercado de swap.........................................10 6.diferença entre derivativos não padronizados e padronizados 10 7. CLASSIFICAÇÃO DOS DERIVATIVOS..............................11 7.1. Contratos em aberto e abertura de posição...............12 7.2. Como são liquidadas as operações com derivativos........12 7.3. Participantes do mercado de derivativos.................13 8. BENEFÍCIOS DE DERIVATIVOS..................................14 8.1. Derivativos agrícolas...................................14 8.2. Derivativos financeiros.................................15 8.3. A importância dos derivativos...........................15 8.4. Características dos derivativos.........................16 8.5. Utilidade dos derivativos...............................17 2

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Economy & Finance


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ÍNDICE

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................3

1.OBJECTIVOS..............................................................................................................................4

1.1. Objectivo geral......................................................................................................................4

1.2. Objectivos específicos...........................................................................................................4

2. Metodologia.............................................................................................................................4

3. MERCADO DE DERIVATIVOS...............................................................................................5

3.1. Derivativos............................................................................................................................5

3.2. Mercados de derivativos: conceitos básicos.........................................................................6

4. PARTICIPANTES DOS MERCADOS DE DERIVATIVOS....................................................6

5. TIPOS DE MERCADOS DE DERIVATIVOS..........................................................................8

5.1. Mercado a termo...................................................................................................................8

5.2. Mercado futuro......................................................................................................................9

5.3. Mercado de opções..............................................................................................................10

5.4. Mercado de swap................................................................................................................10

6.diferença entre derivativos não padronizados e padronizados................................................10

7. CLASSIFICAÇÃO DOS DERIVATIVOS...............................................................................11

7.1. Contratos em aberto e abertura de posição.........................................................................12

7.2. Como são liquidadas as operações com derivativos...........................................................12

7.3. Participantes do mercado de derivativos.............................................................................13

8. BENEFÍCIOS DE DERIVATIVOS..........................................................................................14

8.1. Derivativos agrícolas...........................................................................................................14

8.2. Derivativos financeiros.......................................................................................................15

8.3. A importância dos derivativos............................................................................................15

8.4. Características dos derivativos............................................................................................16

8.5. Utilidade dos derivativos....................................................................................................17

8.6. Uso dos instrumentos financeiros derivativos....................................................................18

Conclusão......................................................................................................................................19

Bibliografia....................................................................................................................................20

2

INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa, aborda sobre Mercado de Derivativos, como sendo contratos

que derivam a maior parte de seu valor de um activo subjacente, taxa de referência ou índice. O

activo subjacente pode ser físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (acções, taxas de juros, etc.),

negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro derivativo).

Os derivativos podem classificados em contratos a termo, contratos futuros, opções de compra e

venda, operações de swaps, entre outros, cada qual com suas características.

Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, isto é,

previamente especificados (quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação do

activo-objecto sobre os quais se efectuam as negociações), em mercados organizados, com o fim

de proporcionar, aos agentes económicos, oportunidades para a realização de operações que

viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de activos e de variáveis

macroeconómicas.

Neste tópico, além desta introdução, apresentaremos um breve resumo dos três tipos mais

conhecidos de contratos derivativos citados acima, quais sejam, os contratos a termo, os

contratos futuros e os contratos de opções. Registando que existem outros tipos, como as

operações de swap, as opções flexíveis, entre outros.

3

1.OBJECTIVOS

1.1. Objectivo geral

Fazer uma análise acerca do mercado de derivativos sem se esquecer de fazer menção dos

benefícios e características desse instrumento financeiro.

1.2. Objectivos específicos

Destacar as principais características dos derivativos;

Estudar a importância e as formas de compra e venda de derivativos;

Mencionar os benefícios sem se esquecer da utilidade de derivativos.

2. Metodologia

Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método

indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular

para uma questão mais ampla, mais geral.

Para Lakatos e Marconi (2007:86), Indução é um processo mental por intermédio do qual,

partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou

universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é

levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos

baseia-mos.

4

3. MERCADO DE DERIVATIVOS

3.1. Derivativos

Derivativo é um contrato no qual se estabelecem pagamentos futuros, cujo montante é calculado

com base no valor assumido por uma variável, tal como o preço de um outro activo (e.g. uma

acção ou commodity), a inflação acumulada no período, a taxa de câmbio, a taxa básica de juros

ou qualquer outra variável dotada de significado económico. Derivativos recebem esta

denominação porque seu preço de compra e venda deriva do preço de outro activo, denominado

activo-objecto.

No início do desenvolvimento dos mercados financeiros, os derivativos foram criados como

forma de proteger os agentes económicos (produtores ou comerciantes) contra os riscos

decorrentes de flutuações de preços, durante períodos de escassez e superprodução do produto

negociado, por exemplo.

Actualmente, no entanto, a ideia básica dos agentes económicos, ao operar com derivativos, é

obter um ganho financeiro nas operações de forma a compensar perdas em outras actividades

económicas. Desvalorização cambial e variações bruscas nas taxas de juros são exemplos de

situações que já ocorreram na economia, nas quais os prejuízos foram reduzidos ou até se

transformaram em ganhos para os agentes económicos que protegeram os seus investimentos

realizando operações com derivativos.

Entre os derivativos mais populares encontram-se as opções e, sobre estas, existem diversos

modelos teóricos de valorização. Dentre estes modelos, um dos mais difundidos é o Modelo de

Black & Scholes, publicado por Robert C. Merton e denominado em honra a Fischer Black e

Myron Scholes, cuja formulação rendeu o Nobel de Economia aos seus autores, Merton e

Scholes (Black já tinha falecido quando o prémio foi dado). Os mercados futuros e de opções são

extremamente importantes no mercado financeiro. Utilizados por hedgers, especuladores e

arbitradores, a sua formação de preços deriva de mercadorias e de activos financeiros. Os

derivativos actualmente ocupam 20 vezes o espaço da economia mundial.

5

3.2. Mercados de derivativos: conceitos básicos

Os derivativos são operados no mercado financeiro com as seguintes finalidades principais:

Hedge (protecção)

Proteger o participante do mercado físico de um bem ou activo contra variações adversas de

taxas, moedas ou preços. Equivale a ter uma posição em mercado de derivativos opostos à

posição assumida no mercado a vista, para minimizar o risco de perda financeira decorrente de

alteração adversa de preços.

Alavancagem

Diz-se que os derivativos têm grande poder de alavancagem, já que a negociação com esses

instrumentos exige menos capital do que a compra do activo a vista. Assim, ao adicionar

posições de derivativos a seus investimentos, você pode aumentar a rentabilidade total destes a

um custo mais barato.

Especulação

Tomar uma posição no mercado futuro ou de opções sem uma posição correspondente no

mercado a vista. Nesse caso, o objectivo é operar a tendência de preços do mercado.

Arbitragem

Tirar proveito da diferença de preços de um mesmo produto/activo negociado em mercados

diferentes. O objectivo é aproveitar as discrepâncias no processo de formação de preços dos

diversos activos e mercadorias e entre vencimentos

4. PARTICIPANTES DOS MERCADOS DE DERIVATIVOS

É importante entender que a existência e a actuação dos três participantes são imprescindíveis

para o sucesso do mercado de derivativos. As funções de uns complementam as de outros em

uma relação activa e permanente. Somente isso garante um mercado de derivativos forte e

líquido. Os participantes são:

6

Hedger

O objectivo do hedger é proteger-se contra a oscilação de preços. A principal preocupação não é

obter lucro em derivativos, mas garantir o preço de compra ou de venda de determinada

mercadoria em data futura. Por exemplo: o importador que tem passivo em dólares e compra

contratos cambiais no mercado futuro porque teme alta acentuada da cotação dessa moeda na

época em que precisar comprar dólares no mercado a vista.

Arbitrador

O arbitrador é o participante que tem como meta o lucro, mas não assume nenhum risco. Sua

actividade consiste em buscar distorções de preços entre mercados e tirar proveito dessa

diferença ou da expectativa futura dessa diferença. A estratégia do arbitrador é comprar no

mercado em que o preço está mais barato e vender no mercado em que está mais caro, lucrando

um diferencial de compra e venda completamente imune a riscos, porque sabe exactamente por

quanto irá comprar e vender.

Especulador

O especulador é um participante cujo propósito básico é obter lucro. Diferentemente dos

hedgers, os especuladores não têm nenhuma negociação no mercado físico que necessite de

protecção. Sua actuação consiste na compra e na venda de contratos futuros apenas para ganhar o

diferencial entre o preço de compra e o de venda, não tendo nenhum interesse pelo activo-

objecto.

O conceito de especulador tem recebido conotação muito depreciativa, talvez devido ao fato de o

participante visar apenas o lucro. Todavia, a presença do especulador é fundamental no mercado

futuro, pois é o único que toma riscos e assim viabiliza a outra ponta da operação do hedger,

fornecendo liquidez ao mercado.

Como já foi demonstrado, o arbitrador também não assume riscos. O único participante que

assume risco é o especulador, que entra no mercado arriscando seu capital em busca de lucro.

Dessa forma, o fato de os especuladores abrirem e encerrarem suas posições a todo o momento

faz com que o volume negociado aumente, trazendo liquidez para o mercado. Como as posições

assumidas pelos especuladores são muito arriscadas e eles não precisam do activo-objecto, não

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costumam permanecer por muito tempo no mercado e dificilmente carregam suas posições até a

data de liquidação do contrato. A operação de especulação mais conhecida é a day trade, que

consiste na abertura e no encerramento da posição no mesmo dia.

5. TIPOS DE MERCADOS DE DERIVATIVOS

São quatro: o termo, futuro, de opções e de swap. Alguns analistas não consideram os swaps uma

modalidade de derivativo devido a sua semelhança com o mercado a termo. De uma forma bem

sintética, temos:

5.1. Mercado a termo

Como comprador ou vendedor do contrato a termo, você se compromete a comprar ou vender

certa quantidade de um bem (mercadoria ou activo financeiro) por um preço fixado, ainda na

data de realização do negócio, para liquidação em data futura. Os contratos a termo somente são

liquidados integralmente no vencimento. Podem ser negociados em bolsa e no mercado de

balcão.

De acordo com Niyama e Gomes (2000, p.105), as operações do contrato a termo podem ser

realizadas em bolsa ou no mercado de balcão com diversas finalidades, dentre as quais destacam-

se proteção contra riscos de oscilação de preços (hedge), especulação e captação/aplicação de

recursos, por meio de operações de compra e venda a termo ou da combinação de operações à

vista e a termo.

Os forwards são contratos de futuros não-padronizados. Carvalho (1996, p.50) comenta que os

mais comuns hoje, no mercado internacional, são:

forward rate agreements (FRA’s) - contratos onde duas partes avençam sobre a taxa de

juros a ser paga em uma data futura, com base em um valor nominal (notional value),

para um vencimento especificado;

forward foreign exchange contracts - contratos que contemplam pagar (ou receber)

montantes combinados de moedas estrangeiras, em uma data futura, a uma taxa cambial

pré-contratada; e

8

forward commodity contracts - contratos que obrigam, tais como os de câmbio, o

comprador e o vendedor à entrega de uma commodity a um preço e uma data futura

predeterminados.

5.2. Mercado futuro

Deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você se

compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou activo financeiro)

por um preço estipulado para a liquidação em data futura. A definição é semelhante, tendo como

principal diferença a liquidação de seus compromissos somente na data de vencimento, no caso

do mercado a termo. Já no mercado futuro, os compromissos são ajustados financeiramente às

expectativas do mercado referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário

(mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos futuros são negociados

somente em bolsas.

Os contratos futuros, segundo Lima e Lopes (1999, p.16), “exercem uma enorme importância

como forma de assegurar tranquilidade a produtores e compradores de determinado produto”.

Seguem, na sua essência, o mecanismo dos contratos a termo, onde são especificados o bem

(tipo, peso, quantidade), o volume, a data de liquidação e a data e o local de entrega, em

conformidade às bolsas de futuros.

A padronização, característica principal dos contratos a futuro, afirmam Niyama e Gomes (2000,

p.108), facilita a transferência do contrato entre os participantes do mercado, implementa a

liquidez, bem como permite ampliar ou encerrar a qualquer instante a posição anteriormente

assumida.

No entanto, de acordo com Carvalho (1996, p.31), estes contratos não possuem a mesma

flexibilidade existente nos contratos a termo no que diz respeito à adaptação às necessidades do

produtor ou comprador.

9

5.3. Mercado de opções

No mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um bem (mercadoria ou

activo financeiro) por um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar um

prémio ao vendedor tal como num acordo de seguro.

5.4. Mercado de swap

No mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens (mercadorias ou activos

financeiros). Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre duas partes, que

estabelecem a troca de fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois

bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa prefixada.

Se, no vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à taxa prefixada negociada

entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro. Se a

rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada, receberá a diferença a parte que comprou

ouro e vendeu taxa prefixada. Você deve observar que a operação de swap é muito semelhante à

operação a termo, uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento.

6.diferença entre derivativos não padronizados e padronizados Os contratos negociados em balcão, cujas especificações (como preços, quantidades, cotações e

locais de entrega) são determinadas directamente entre as partes contratantes, não são

intercambiáveis. Dificilmente o participante conseguirá transferir sua obrigação a outro porque

esse contrato foi negociado para satisfazer às necessidades dos participantes que o celebraram, de

modo que as partes ficam amarradas umas às outras até a data de vencimento do contrato.

Já os contratos padronizados e negociados em bolsa são muito líquidos porque, sendo uniformes,

atendem às necessidades de todos os participantes do mercado. Tais contratos são

intercambiáveis, isto é, podem ser repassados a outros participantes a qualquer momento. No

comparativo, você poderá notar as diferenças dos ambientes de negociações de um derivativo

não padronizado: a opção.

Tradicionalmente, as opções eram negociadas em ambiente de over the counter (OTC), isto é, em

balcão. Os negócios eram bilaterais, sendo o risco de contrapartida (risco de inadimplência)

assumido por ambas as partes. Com o surgimento dos mercados organizados de opções, na

10

década de 1970, a câmara de compensação passou a interpor-se entre as partes e assumir esse

risco.

A BM&FBOVESPA possui mercados organizados para variada gama de produtos nos quais se

podem ser negociados títulos privados e públicos, acções, moedas e contratos derivativos sobre

acções, commodities e outros activos financeiros, como índices, taxas e moedas. Para a

liquidação das operações realizadas nesses mercados e em outros mercados de balcão, a

BM&FBOVESPA conta com quatro clearings: de acções, de derivativos, de títulos públicos e

privados e de câmbio. Os negócios são realizados em pregões electrónicos.

O acesso dos investidores aos pregões é facilitado pelo modelo de DMA (Acesso Directo ao

Mercado) implementado pela Bolsa e que admite diversas variantes. Por meio da Internet,

investidores devidamente cadastrados junto aos agentes intermediadores podem visualizar, em

tempo real, o livro de ofertas dos diferentes mercados e também enviar ordens de compra e de

venda. Essas ordens se transformam em ofertas se atenderem a todos os requisitos legais e

operacionais (por exemplo, margens de garantia) e se estiverem compreendidas dentro dos

limites operacionais (por exemplo, número de contratos ou de activos negociados) definidos pelo

intermediador em função da cobertura de risco de crédito existente.

7. CLASSIFICAÇÃO DOS DERIVATIVOS

Existem três principais categorias diferentes:

Derivativos agro-pecuários: têm como activo-objecto commodities agrícolas, como

café, boi, milho, soja e outros.

Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em alguma taxa ou

índice financeiro, como taxa de juro, taxa de inflação, taxa de câmbio, índice de acções e

outros.

Derivativos de energia e climáticos: têm como objecto de negociação energia eléctrica,

gás natural, créditos de carbono e outros.

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7.1. Contratos em aberto e abertura de posição

Os contratos em aberto reflectem a posição líquida em determinada data de todas as operações

ainda não liquidadas pelo investidor, isto é, a natureza do compromisso (compra ou venda) de

um participante por contrato e vencimento. Uma posição em derivativos pode ser definida como

o saldo líquido dos contratos negociados pelo mesmo contratante para a mesma data de

vencimento.

O participante abre uma posição quando assume uma posição comprada ou vendida em

determinado vencimento que anteriormente não possuía. Classifica-se um participante em

vendido (short) ou comprado (long) de acordo com sua posição líquida em determinado

vencimento. Se o número de contratos vendidos for maior que o número de contratos comprados,

sua posição será vendedora (short); caso contrário, a posição será compradora (long). É

importante frisar que a posição líquida é fixada para um único vencimento do mesmo contrato.

7.2. Como são liquidadas as operações com derivativos

As operações com derivativos não padronizados são liquidadas directamente entre as partes

contratantes, sendo os riscos de não cumprimento das obrigações dos contratos assumidos por

ambas as partes, sem o amparo de sistema de garantia que assegure o cumprimento do contrato.

As operações com derivativos padronizados são liquidadas em câmaras de compensação ligadas

às bolsas ou aos sistemas de negociação cuja estrutura de garantias garante o cumprimento de

todas as obrigações assumidas pelas partes.

Independentemente de a operação ser padronizada ou não, há duas formas de liquidação:

financeira e física.

Liquidação financeira: é feita por diferença financeira. Utilizando-se o preço de

referência, no dia de vencimento do contrato, registam-se uma venda para o comprador

original e uma compra para o vendedor original. A diferença apurada é liquidada entre as

partes, sem que haja entrega física do activo negociado.

Liquidação física: o negócio é liquidado mediante a entrega física do activo negociado.

A liquidação física, mais comum nos mercados agro-pecuários e de energia, consiste na entrega

física do activo em negociação na data de vencimento do contrato. Em muitas situações, a

12

liquidação física pode ser muito dispendiosa ou, ainda, indesejável, pois o participante pode não

ter nenhum interesse pelo activo-objecto, sendo seu único intuito a obtenção do valor do

diferencial entre a compra e a venda desse activo (especulador). Nesses casos, opta pela

liquidação financeira.

7.3. Participantes do mercado de derivativos

Os mercados futuros e de opções, nos últimos anos, ganharam importância para as áreas de

finanças e de investimentos. Assaf Neto (1999, p.301) afirma que esses mercados favorecem os

investidores tomar decisões de forma mais técnica, o que melhora na compreensão do mercado

com relação ao desempenho de alternativas de investimento em condições de risco. Faz-se

necessário aos profissionais dessas áreas compreender o funcionamento dos instrumentos

financeiros, sua utilização e factores que afectam a formação de preços futuros.

Os mercados futuros são importantes uma vez que os preços de bens e serviços (produtos)

dependem dos produtores saber controlar o risco. Fazendo uso, pois, desses mercados, os

produtores podem minimizar seus riscos, bem como diminuir seus custos. Essas economias são

repassadas para os consumidores através de preços mais baixos nos produtos e commodities ou

retornos melhores nos fundos de investimento e pensão. Ademais, os produtores dispõem de um

instrumento de previsão e segurança ao assumirem uma ponta futura inversa à sua posição no

mercado à vista.

Nos mercados futuros são assumidos compromissos padronizados de compra e venda, ou seja,

contratos de determinada mercadoria, activo financeiro ou índice económico, para serem

liquidados numa data futura preestabelecida. Uma característica relevante e peculiar do mercado

de futuro é a coexistência, conforme Forbes (1994, p.17), de duas figuras exponenciais de

participantes: o hedger e o especulador. “Aquele não existe sem este, e vice-versa, e o mercado

não se forma nem evolui sem qualquer dos dois.”

Em se tratando do mercado de opções, vale ressaltar que ali não são negociadas acções e sim

direitos sobre as mesmas. São direitos de uma parte comprar e vender a outra, até determinada

data, uma quantidade de acções a um preço preestabelecido.

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Tanto os mercados futuros como os de opções têm tido um êxito notável. Um dos motivos do

sucesso destes é que eles atraem vários tipos de participantes, também chamados de agentes,

dentre os quais destacam-se: os clientes (hedgers, especuladores e arbitradores); os market

makers; as corretoras; e as câmaras de compensação.

8. BENEFÍCIOS DE DERIVATIVOS

8.1. Derivativos agrícolas

O mercado de derivativos responde a uma necessidade genuína da comercialização de

determinadas mercadorias. Por exemplo, nos Estados Unidos, a colheita de trigo é

realizada apenas durante algumas semanas, enquanto o consumo do cereal ocorre o ano

todo.

Somente o mercado de derivativos pode oferecer ao agricultor (que pretender vender sua

produção, assim que efectuar a colheita, pelo melhor preço) e ao processador/usuário do

produto (que espera comprar o produto no decurso do ano, pelo melhor preço) os meios

de garantir sua necessidade de fixação de preço, por meio de operações de hegding.

Grandes volumes de capital de risco são atraídos. O mercado de derivativos possibilita

mecanismos eficientes para que os especuladores forneçam o capital indispensável à

absorção das mudanças nos níveis de preços das mercadorias.

Visibilidades de preços. Embora as alterações nos preços futuros das mercadorias sejam

rápidas e contínuas, a interacção permanente de compradores e vendedores, em um

mercado competitivo e aberto, estabelece velozmente quanto cada mercadoria vale, a

todo o momento. Como os preços são disseminados instantaneamente para a sociedade, o

menor usuário do mercado sabe tanto quanto seu maior concorrente qual o valor exacto

da mercadoria que pretende vender ou comprar.

O custo da mercadoria para o público diminui. O hedge permite ao produtor e ao

processador da mercadoria operar com custos mais baixos. Esse ganho operacional, na

maioria das vezes, é repassado ao consumidor.

O custo de financiamento dos estoques cai. As instituições financeiras preferem financiar

estoques a taxa menores a quem faça hedge.

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8.2. Derivativos financeiros

A principal aplicação dos derivativos financeiros diz respeito à possibilidade de

protecção (hedge).

Empresas que tenham contratos de exportação, importação ou que, de alguma forma,

possuam créditos a receber ou obrigações a cumprir em moedas estrangeiras podem

proteger-se contra variações adversas na moeda que impactem negativamente seus

activos e passivos.

A mesma situação ocorre com empresas que estejam sujeitas às taxas de juro

internacionais ou que queiram proteger-se da volatilidade dessas taxas.

Investidores individuais e fundos de investimento financeiro possuidores de carteiras de

acções podem utilizar os derivativos de índice de acções para proteger o valor de suas

carteiras diante das oscilações de preço das acções. Existem muitas outras aplicações para

derivativos que não foram exploradas neste folheto.

Mas o que você precisa saber é que os derivativos são poderosos instrumentos de transferência

do risco, permitindo que empresas e indivíduos tenham um fluxo de caixa mais previsível e,

portanto, com mais planeamento.

8.3. A importância dos derivativos

Não há números exactos sobre este mercado. No entanto, o Bank for International Settlements

(BIS), com sede na Suíça, divulga trimestralmente os valores referenciais dos contratos

negociados em bolsa ou no mercado de balcão (fora da bolsa).

De acordo com o folheto da BM&FBOVESPA, os derivativos movimentaram 57,80 trilhões em

bolsas (base Setembro de 2013) e 369 trilhões no mercado de balcão. Vale ressaltar que os

derivativos, assim como as acções, também são negociados em mercados balcão.

A maior parte das negociações da economia mundial usa este instrumento financeiro para

protecção - conhecido pelo termo em inglês hedge - contra riscos de preços, taxas de juros e

variação de câmbio. Os derivativos são, portanto, de grande importância. Mas também trazem

riscos elevados. "Esses instrumentos fazem parte de uma cadeia de operações que pode estar

amparando contratos comerciais em diferentes partes do mundo".

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8.4. Características dos derivativos

Derivativos são instrumentos financeiros que se originam do valor de outro activo financeiro ou

mercadoria, tido como activo de referência. Um contrato de derivativo não apresenta valor

próprio, derivando-se do valor de um bem básico.

Em vez dos próprios activos serem negociados no mercado, os investidores apostam em seus

preços futuros e, por intermédio de contratos, assumem compromissos de pagamento e entrega

físicas futuras. Os activos objectos dos contratos de derivativos devem ter seus preços livremente

estabelecidos pelo mercado.

Os negócios com derivativos são realizados nos mercados futuro, a termo, opões, swaps, etc. As

operações com os derivativos, mercados futuros e de opções oferecem também protecção

(hedge) contra prejuízos ocasionados por alterações desfavoráveis nas cotações dos activos. As

operações nos mercados futuros e de opções permitem que os investidores não integralizem os

investimentos em seus vencimentos, desde que as cotações de mercado lhes sejam adversas.

Mesmo que possam perder o depósito efectuado, o prejuízo pode apresentar-se menor do que se

fosse obrigado ao pagamento futuro.

Na prática, as operações de derivativos no mercado financeiro oferecem, entre outras, as

seguintes vantagens:

Maior atracção ao capital de risco, permitindo uma garantia de preços futuros para os

activos;

Criar defesas contra variações adversas nos preços;

Estimular a liquidez do mercado físico;

Melhor gerenciamento do risco e, por conseguinte, redução dos preços dos bens;

Realizar negócios de maior porte com um volume relativamente pequeno de capital e

nível conhecido de risco.

Em Moçambique, o BVM é o mercado formalmente estabelecido para negociar os diversos

instrumentos. Inicialmente negociando mercadorias ou produtos primários, evoluiu-se para

negociação com derivativos de ouro e metais preciosos, obrigações e títulos governamentais,

16

moedas estrangeiras, petróleo, madeira compensada, suco de laranja, índices de acções e outros

bens, activos ou indicadores.

Os derivativos geralmente são negociados em bolsas específicas (Bolsas de Mercadorias e de

Futuros) e os volumes transaccionados atingem volumes fantásticos. Nos mercados futuros e de

opções, como o de soja, negociam-se várias vezes a colheita anual, porém, a liquidação física

(entrega) dos contratos é uma percentagem mínima dos negócios.

8.5. Utilidade dos derivativos

Os mercados de derivativos são muito úteis para todos os agentes económicos participantes do

mercado. As utilizações usuais dos derivativos pelos agentes económicos são as seguintes.

Protecção contra um determinado risco financeiro;

Antecipação de uma compra num determinado preço, com a aquisição de uma opção de

compra, ou de uma venda, com a aquisição de uma opção de venda;

Transformações das características de um instrumento financeiro, transformando uma

taxa de juros variável por uma taxa de juros fixa, por exemplo;

Especulação em função das antecipações de mercado; e

Alavancagem de uma determinada posição especulativa.

Os agentes podem ser classificados em três categorias de operadores (hedger, especulador e

arbitrador) e duas categorias de entidades participantes que garantem o bom funcionamento dos

mercados de derivativos (câmara de compensação e demais agentes operacionais).

O hedger é o participante que contrata instrumentos derivativos com o objectivo exclusivo de

protecção.

O especulador é o participante que compra ou vende derivativos com o objectivo de realizar

lucros em curto prazo em decorrência das variações dos factores de mercado. Os especuladores

realizam lucros com previsões bem sucedidas de preços. Eles estão dispostos a assumir riscos

que os “hedgers” querem eliminar ou reduzir.

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O arbitrador é o operador que observa os preços à vista e preços futuros com o objectivo de

realizar ganhos com risco reduzido aproveitando quebras pontuais da relação dos preços futuros

e dos preços à vista.

A câmara de compensação “clearing house” é uma câmara através da qual as transacções são

casadas durante o pregão da bolsa, em função das ordens de compra ou de venda dos

participantes. A câmara de compensação, além de executar as transacções, garante também a boa

conduta dos participantes através da emissão de convenções de mercado e chamadas de margens

de garantia que reduzem os riscos de contraparte nas transacções.

Os demais agentes operacionais são principalmente os “market makers” que são bancos ou

corretoras especializados em determinados segmentos do mercado, assumindo posições próprias

e a relação com os clientes. Esses participantes têm preferência e custos reduzidos nos negócios e

garantem a liquidez do mercado.

8.6. Uso dos instrumentos financeiros derivativos

Os derivativos podem ser usados com diversos objectivos como especulação, protecção,

arbitragem, alavancagem de posições, diversificação de investimentos ou transformação das

características de instrumentos financeiros. O uso mais comum dos derivativos consiste em

realizar operações de protecção, as quais podem ser chamadas operações de cobertura financeira

ou operações de “hedge”.

Nas operações de protecção (hedge), o objectivo da contratação de instrumentos financeiros

derivativos consiste em contratar uma posição simétrica num determinado instrumento derivativo

a exposição que é objecto de cobertura financeira (hedge).

A contratação do derivativo tem como objectivo de eliminar ou reduzir significativamente o

risco financeiro decorrente da volatilidade do preço do activo coberto, que é objecto de hedge e

que está sendo protegido pelo derivativo. Quando o hedge é perfeito, a perda financeira incorrida

no item objecto de hedge é compensada integralmente por um ganho financeiro simétrico que é

realizado no instrumento derivativo e vice-versa.

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Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, conclui-se que, o mercado de derivativos tem crescido de forma

impressionante nos últimos anos, seja em termos de volume ou em termos de instrumentos

financeiros disponíveis. Para se fazer um bom uso dos derivativos financeiros, não basta somente

ter uma boa administração do empreendimento; é preciso conhecer as características desse

mercado que é visto por muitos como muito complexo.

Através do uso de contratos futuros é possível um planeamento e um relacionamento muito mais

harmonioso entre as partes envolvidas, e pode-se estabelecer uma administração dos riscos da

actividade. Nesse trabalho, nosso objectivo se concentrou nas definições do que vem a ser um

instrumento derivativo e dá ênfase na importância que têm os derivativos financeiros para o

desenvolvimento dos mercados económicos.

Os derivativos são excelentes ferramentas para gestão de risco e desenvolvimento económico,

mas a falta de informação dos mecanismos de operações desse mercado, fazem com que estes

apresentem seus próprios riscos.

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Bibliografia

ALVES, José Mauro T. De Lima. Estratégia Financeira no Agro negócio: Uma Análise das

Alternativas de Comercialização Baseadas em Derivativos. Porto Alegre, 2008.

BM&FBOVESPA. O que são Derivativos? Disponível em: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-

br/educacional/iniciantes/mercados-dederivativos/o-que-sao-derivativos/o-que-sao

derivativos.aspx?idioma=pt-br. Acesso em 06/10/2015

CARVALHO, Luiz Nelson Guedes de. Uma contribuição à auditoria do risco de derivativos. São

Paulo, 1996, 165p. Tese (Doutorado) – FEA/USP.

CAVALCANTE FILHO, Francisco Silva, MISUMI, Jorge Yoshio. Mercado de capitais. 4.ed.

Belo Horizonte: CNBV, 1998.

COMISSÃO NACIONAL DE BOLSAS DE VALORES. Vocabulário de mercado de capitais.

Belo Horizonte: CNBV, 1993.

Nome: Sérgio Alfredo Macore / 22.02.1992

Naturalidade: Cabo Delgado – Pemba – Moçambique

Contactos: +258 826677547 ou +258 846458829

Formado em: Gestão de Empresas / Gestão Financeira

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Instituição de ensino: Universidade Pedagogica Nampula – Faculdade = ESCOG.

Boa sorte para você…….

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